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OAB
XXXII EXAME DE ORDEM
Crimes contra a Honra
 
1 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1 – Noções Gerais de Direito Penal   
Capítulo 2 – Tipicidade Penal. Tipicidade Conglobante.        
Capítulo 3 – Princípios aplicáveis ao Direito Penal.        
Capítulo 4 – Da aplicação da lei penal.        
Capítulo 5 – Tomo I - Teoria Geral do Crime. Tomo II - Fato típico. 
Tomo III - Ilicitude. Tomo IV - Culpabilidade. 
        
Capítulo 6 – Iter Criminis    
Capítulo 7 – Do Concurso de Pessoas    
Capítulo 8 – Das Medidas de Segurança      
Capítulo 9 – Ação Penal    
Capítulo 10 – Das Penas      
Capítulo 11 – Da Extinção da Punibilidade    
Capítulo 12 – Dos Crimes contra a vida         
Capítulo 13 – Lesões Corporais         
Capítulo 14 – Da periclitação da vida e da saúde  
Capítulo 15 – Rixa  
Capítulo 16 (você está aqui) – Dos crimes contra a honra       
Capítulo 17 – Dos crimes contra a liberdade individual. Dos crimes 
contra a liberdade pessoal. 
      
Capítulo 18 – Dos crimes contra a inviolabilidade do domicílio.   
Capítulo 19 – Dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência. 
Dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos 
  
Capítulo 20 – Dos crimes contra o patrimônio         
Capítulo 21 – Dos crimes contra a propriedade intelectual   
Capítulo 22 – Dos crimes contra a organização do trabalho   
Capítulo 23 – Dos crimes contra o sentimento religioso e contra o 
respeito aos mortos 
  
 
2 
Capítulo 24 – Dos crimes contra a dignidade sexual         
Capítulo 25 – Dos crimes contra a família   
Capítulo 26 – Dos crimes contra a incolumidade pública   
Capítulo 27 – Dos crimes contra a paz pública    
Capítulo 28 – Dos crimes contra a fé pública 
Capítulo 29 – Dos crimes contra a administração Pública 
     
 
 
3 
SOBRE ESTE CAPÍTULO 
 
Neste capítulo, iremos tratar do tema Crimes contra a Honra. Trata-se de tema de média 
recorrência, mas que merece atenção. É importante sempre estudar o tema relacionando com a 
lei seca, jurisprudência e súmulas. 
 
 
4 
SUMÁRIO 
DIREITO PENAL ........................................................................................................................................ 8 
Capítulo 16 ................................................................................................................................................ 8 
16. Crimes contra honra ........................................................................................................................ 8 
16.1 Previsão Legal ......................................................................................................................................................... 8 
16.2 Conceito e Espécies de honra ...................................................................................................................... 10 
16.3 Calúnia .................................................................................................................................................................... 11 
16.3.1 Previsão legal e considerações .................................................................................................................... 11 
16.3.2 Conceito ................................................................................................................................................................. 12 
16.3.3 Objetividade jurídica ......................................................................................................................................... 12 
16.3.4 Objeto material ................................................................................................................................................... 12 
16.3.5 Núcleo do tipo .................................................................................................................................................... 12 
16.3.6 Elemento normativo do tipo penal ............................................................................................................ 13 
16.3.7 Formas de calúnia .............................................................................................................................................. 13 
16.3.8 Consumação e tentativa ................................................................................................................................. 14 
16.3.9 Subtipo da calúnia ............................................................................................................................................. 14 
16.3.10 Calúnia contra os mortos ....................................................................................................................... 14 
16.3.11 Calúnia x Denunciação caluniosa........................................................................................................ 15 
16.3.12 Exceção da verdade .................................................................................................................................. 16 
16.3.13 Exceção da notoriedade ......................................................................................................................... 18 
16.4 Difamação.............................................................................................................................................................. 19 
16.4.1 Previsão legal e considerações .................................................................................................................... 19 
16.4.2 Conceito ................................................................................................................................................................. 19 
16.4.3 Objetividade jurídica ......................................................................................................................................... 20 
 
5 
16.4.4 Objeto material ................................................................................................................................................... 20 
16.4.5 Núcleo do tipo .................................................................................................................................................... 20 
16.4.6 Consumação e tentativa ................................................................................................................................. 21 
16.4.7 Exceção da verdade .......................................................................................................................................... 21 
16.4.8 Exceção da notoriedade .................................................................................................................................. 22 
16.4.9 Exceção da verdade: Calúnia X Difamação ............................................................................................. 22 
16.5 Injúria ....................................................................................................................................................................... 22 
16.5.1 Previsão legal e considerações .................................................................................................................... 22 
16.5.2 Conceito ................................................................................................................................................................. 23 
16.5.3 Objetividade jurídica ......................................................................................................................................... 24 
16.5.4 Objeto material ................................................................................................................................................... 24 
16.5.5 Núcleo do tipo ....................................................................................................................................................24 
16.5.6 Consumação ......................................................................................................................................................... 24 
16.5.7 Tentativa ................................................................................................................................................................. 25 
16.5.8 Exceção da verdade .......................................................................................................................................... 25 
16.5.9 Exceção da notoriedade .................................................................................................................................. 25 
16.5.10 Perdão judicial ............................................................................................................................................. 25 
16.5.11 Injúria real ..................................................................................................................................................... 26 
16.5.12 Injúria qualificada pelo preconceito .................................................................................................. 27 
16.5.13 Injúria cometida pela internet e competência .............................................................................. 27 
16.5.14 Injúria contra funcionário público e desacato .............................................................................. 28 
16.6 Causas de aumento de pena ........................................................................................................................ 28 
16.6.1 Previsão legal ....................................................................................................................................................... 28 
16.6.2 Crime cometido contra o presidente da república ou chefe de governo estrangeiro ....... 29 
16.6.3 Crime cometido contra funcionário público, em razão de suas funções.................................. 29 
 
6 
16.6.4 Crime cometido na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a sua 
divulgação .......................................................................................................................................................................... 29 
16.6.5 Crime cometido contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência ................... 30 
16.6.6 Crime cometido mediante paga ou promessa de recompensa .................................................... 30 
16.7 Exclusão do crime .............................................................................................................................................. 30 
16.7.1 Previsão legal ....................................................................................................................................................... 30 
16.7.2 Natureza jurídica e aplicabilidade............................................................................................................... 31 
16.7.3 Ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador ...... 31 
16.7.4 Opinião desfavorável da crítica literária, artísticas ou científica .................................................... 31 
16.7.5 Conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação 
que preste no cumprimento de dever de ofício .............................................................................................. 31 
16.8 Retratação ............................................................................................................................................................. 32 
16.8.1 Previsão legal ....................................................................................................................................................... 32 
16.8.2 Natureza jurídica e alcance............................................................................................................................ 32 
16.8.3 Momento ............................................................................................................................................................... 32 
16.8.4 Comunicação ........................................................................................................................................................ 32 
16.9 Pedido de explicações ..................................................................................................................................... 33 
16.9.1 Previsão legal ....................................................................................................................................................... 33 
16.9.2 Conceito ................................................................................................................................................................. 33 
16.9.3 Cabimento ............................................................................................................................................................. 33 
16.9.4 Resposta ao pedido de explicações .......................................................................................................... 33 
16.9.5 Rito do pedido de explicações .................................................................................................................... 33 
16.10 Ação penal nos crimes contra a honra .................................................................................................... 34 
QUADRO SINÓTICO .............................................................................................................................. 35 
LEGISLAÇÃO COMPILADA .................................................................................................................... 39 
 
7 
JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................................... 40 
QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................... 42 
GABARITO ............................................................................................................................................... 53 
QUESTÃO DESAFIO ................................................................................................................................ 54 
GABARITO QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................... 55 
MAPA MENTAL ...................................................................................................................................... 57 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 58 
 
 
 
8 
DIREITO PENAL 
Capítulo 16 
Neste capítulo, iremos tratar do tema Lesões Corporais. Trata-se de assunto recorrente 
em provas de Carreiras Jurídicas, que merece grande atenção. 
16. Crimes contra honra 
 
16.1 Previsão Legal 
São três crimes contra honra disciplinados no Código Penal. Cada um desses delitos 
possui um significado próprio, razão pela qual não podem ser confundidos entre si. 
CALÚNIA 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
Exceção da verdade 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado 
por sentença irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença 
irrecorrível. 
 
9 
DIFAMAÇÃO 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Exceção da verdade 
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário 
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 
INJÚRIA 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo 
meio empregado, se considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, 
origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência1: 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
Importante mencionar que, além de estarem previstos no Código Penal, encontram-se 
também tipificados por lei especiais, tais como o Código Penal Militar (Decreto-lei 1.001/1969), 
a Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/1983) e o Código Eleitoral (Lei 4.737/1965). 
É possível, por esse motivo, concluir que os crimes contra a honra arrolados pelo Código 
Penal têm natureza subsidiária ou residual, ou seja, somente serão aplicados quando não se 
verificar nenhuma das hipóteses excepcionalmente elencadas pela legislação extravagante. Com 
 
1 Vide questão 5 do material 
 
10 
efeito, se o fato cometido no caso concreto ostentar os elementos especializantes contidos na 
lei especial, ele terá preferência sobre a lei geral (princípio da especialidade). 
16.2 Conceito e Espécies de honra 
Conforme ensina Cleber Masson (Código Penal Comentado) a honra é o conjunto das 
qualidades físicas, morais e intelectuais de um ser humano, que o fazem merecedor de 
respeito no meio social e promovem sua autoestima. 
É um sentimento natural, inerente a todo homem e cuja ofensa produz uma dor psíquica, 
um abalo moral, acompanhados de atos de repulsão ao ofensor. Representa o valor social do 
indivíduo, pois está ligada à sua aceitação ou aversão dentro de um dos círculos sociais em que 
vive, integrando seu patrimônio. Trata-se de patrimônio moral que encontra proteção como 
direito fundamental do homem no art. 5º, inciso X, da Constituição Federal (fundamento 
constitucional dos crimes contra a honra). 
A honra, pode ser de objetiva e subjetiva, comum e especial (profissional). Vejamos: 
HONRA OBJETIVA HONRA SUBJETIVA 
Corresponde a visão que os 
demais membros da sociedade 
possuem acerca dos atributos 
físicos, morais e intelectuais de 
alguém. 
É o sentimento que cada pessoa possui acerca das suas 
próprias qualidades físicas, morais e intelectuais, o juízo 
que cada um faz de si mesmo (autoestima). Subdivide-
se em honra-dignidade (conjunto de qualidades morais 
do indivíduo) e honra-decoro (conjunto de qualidades 
físicas e intelectuais). (Cleber Masson). 
 
Protegida pelos tipos peais de 
calúnia e difamação. 
Protegida pelo delito de injúria. 
 
HONRA COMUM HONRA ESPECIAL (PROFISSIONAL) 
É a honra inerente a toda e qualquer pessoa. É a honra que diz respeito a atividade 
específica exercida pela vítima. 
 
11 
Ex: chamar uma pessoa de burra, de feia, de 
desleixada. 
Ex: chamar um cirurgião de açougueiro; um 
goleiro de mão de alface. 
 
Por fim, nos crimes contra honra, o agente busca prejudicar a vítima de todas as formas: 
em sua fama, seu nome, sua honra. Nesses casos, o Código Penal utiliza-se de uma norma geral. 
Inobstante a regulamentação no CP, conforme destacado já acima, há no Ordenamento Jurídico 
normas penais especiais regulamentando, por exemplo, no Código Penal Militar, no Código 
Eleitoral (ocasião em que os crimes contra a honra são de ação penal pública 
INCONDICIONADA), no Estatuto do Idoso, no Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
16.3 Calúnia 
16.3.1 Previsão legal e considerações 
A calúnia está tipificada no art. 138 do CP. Vejamos: 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
Exceção da verdade 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado 
por sentença irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença 
irrecorrível. 
Considera-se, na modalidade simples, infração de menor potencial ofensivo, admitindo-
se a transação penal e a suspensão condicional do processo, quando preenchidos os requisitos 
 
12 
legais. Porém, não se aplica o acordo de não persecução penal (para a modalidade básica, 
quando não incide causa de aumento). 
16.3.2 Conceito 
Caluniar consiste na atividade de atribuir falsamente a alguém a prática de um fato 
definido como crime2. O legislador foi repetitivo, pois ambos os verbos – “caluniar” e “imputar” 
– equivalem a atribuir. Melhor seria ter nomeado o crime como “calúnia”, descrevendo o modelo 
legal de conduta da seguinte forma: “Imputar a alguém, falsamente, fato definido como crime”. 
(Cleber Masson). 
O referido autor considera a calúnia uma difamação qualificada, ou seja, uma espécie 
de difamação. Atinge a honra objetiva da pessoa, atribuindo-lhe o agente um fato desairoso, 
no caso particular, um fato falso definido como crime. 
16.3.3 Objetividade jurídica 
A calúnia ofende a honra objetiva, isto é, a visão que os demais membros da sociedade 
possuem acerca dos atributos físicos, morais e intelectuais de alguém. 
16.3.4 Objeto material 
É a pessoa que tem sua honra atingida pela conduta criminosa. 
16.3.5 Núcleo do tipo 
O núcleo do tipo é “caluniar”. E Caluniar é imputar “Imputar” falsamente a alguém a 
prática de fato definido como crime. Há de ser definido como crime, seja ele culposo, doloso, 
preterdoloso, de ação penal privada, de ação penal pública, de ação penal incondicionada, 
comum, hediondo, de menor potencial ofensivo etc. 
É imprescindível a imputação da prática de um fato determinado, isto é, de uma situação 
concreta, contendo autor, objeto e suas circunstâncias. A imputação não pode ser genérica, 
 
2 Vide questão 6 do material 
 
13 
vaga, imprecisa e indeterminada, por exemplo afirmar que “A” cometeu um homicídio. Nesse 
sentido, não basta chamar alguém de “ladrão”, pois tal conduta caracterizaria o crime de injúria. 
Igualmente, é necessário que o fato imputado seja verossímil, ou seja, possível de ser 
praticado pela vítima da calúnia, e a ofensa se dirija contra pessoa certa e determinada 
É possível, ainda, que ocorra calúnia imputando falsamente um outro crime de calúnia. 
Por exemplo, “A” imputa falsamente a prática de uma calúnia a “B”. 
Por fim, a imputação de falsa contravenção penal não caracteriza calúnia. Haverá, 
contudo, difamação. 
16.3.6 Elemento normativo do tipo penal 
A expressão “falsamente” é o elemento normativo da calúnia. Desse modo, não basta 
atribuir um fato criminoso, o fato deve ser falso, tendo em vista que a finalidade é proteger a 
honra das pessoas inocentes. 
Salienta-se que a imputação falsa poderá recair sobre: 
1. Fato: o crime atribuído à vítima não ocorreu; ou 
2. Envolvimento no fato: o crime foi praticado, mas a vítima não tem nenhum tipo de 
responsabilidade em relação a ele. 
16.3.7 Formas de calúnia 
No que tange às suas formas, a calúnia divide-se: 
INEQUÍVOCA OU EXPLÍCITA EQUÍVOCA OU IMPLÍCITA REFLEXA 
É feita às claras, ouseja, não 
há nenhuma dúvida sobre a 
intenção de ofender a honra 
alheia. A ofensa é direta, 
manifesta. 
 
A ofensa é velada, discreta. 
Feita de forma escondida. 
Ocorre quando o agente, ao 
caluniar uma pessoa, acaba 
caluniando de forma indireta 
outra pessoa. 
 
 
14 
16.3.8 Consumação e tentativa 
Consuma-se quando a imputação falsa do crime chegar ao conhecimento de terceira 
pessoa (basta que seja uma única pessoa). 
Quanto a tentativa, segundo a doutrina majoritária, tratando-se de calúnia verbal não 
cabe tentativa; sendo admissível no caso de calúnia por escrito. Todavia, Cleber Masson entende 
que que mesmo na calúnia verbal, em razão das novas tecnologias (chamadas de voz, chamadas 
de vídeo), é cabível a tentativa. 
16.3.9 Subtipo da calúnia 
Pune-se com a mesma pena da calúnia aquele que, sabendo que imputação é falsa, 
resolve propalar (relatar verbalmente) ou divulgar (relatar por qualquer outro meio). 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 
Propalar é relatar verbalmente, enquanto divulgar consiste em relatar por qualquer outro 
meio (exemplos: panfletos, outdoors, gestos etc.). A propalação e a divulgação são condutas do 
sujeito, e não resultado do crime. 
O dolo direto aqui, é admitido apenas quando sabe-se a falsa imputação. Essa modalidade 
do crime de calúnia é incompatível com o dolo eventual. 
A consumação, assim como previsto na hipótese do caput, apenas ocorre quando chegar 
ao conhecimento de outra pessoa (basta uma única pessoa). 
16.3.10 Calúnia contra os mortos 
Conforme o §2.º do Art. 138 do Código Penal, a calúnia contra os mortos é punível. A 
imputação que caracteriza o crime, deve referir-se a fato correspondente ao período em que o 
ofendido estava vivo. 
 
 
15 
16.3.11 Calúnia x Denunciação caluniosa 
CALÚNIA DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe 
falsamente fato definido como crime. 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito 
policial, de procedimento investigatório criminal, 
de processo judicial, de processo administrativo 
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de 
improbidade administrativa contra alguém, 
imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar 
ou ato ímprobo de que o sabe inocente: 
(Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) 
Delito contra a honra Crime contra a administração da justiça. 
A intenção única é ofender a honra. Mais do que ofender a honra, a intenção do 
agente é ver instaurado investigação policial, de 
processo judicial, instauração de investigação 
administrativa, inquérito civil ou ação de 
improbidade administrativa, contra alguém que 
sabe inocente. 
Ação penal privada, em regra. Ação penal pública incondicionada. 
Não se admite calúnia com imputação falsa de 
contravenção penal. 
Admite-se denunciação caluniosa com a 
imputação de contravenção penal, importando 
em uma redução da pena pela metade. Chamada 
de denunciação caluniosa privilegiada. 
 
Importante comentar a recente mudança no Código Penal trazida pela Lei n.º 14.110, 
publicada no DOU do dia 21 de dezembro de 2020, que alterou a redação do artigo 339 do 
Código Penal, que trata do crime de denunciação caluniosa. Vê-se que a intenção da lei foi uma 
oxigenação do tipo penal, para adequar seus ditames ao momento atual, de modo que incluiu 
no seu texto procedimentos que antes não faziam parte da redação normativa.3 
 
3 https://www.conjur.com.br/2020-dez-26/alneir-maia-breve-analise-mudanca-denunciacao-caluniosa 
https://www.conjur.com.br/2020-dez-26/alneir-maia-breve-analise-mudanca-denunciacao-caluniosa
 
16 
16.3.12 Exceção da verdade 
Trata-se de incidente processual e prejudicial, pois impede a análise do mérito do crime 
de calúnia, devendo ser solucionado antes da ação penal. Ademais, constitui-se em medida 
facultativa de defesa indireta, pois o acusado pelo delito contra a honra não é obrigado a se 
valer da exceção da verdade, e pode defender-se diretamente (exemplo: negativa de autoria). 
(Cleber Masson). 
Observe a redação do §3º do art. 138 do CP: 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado 
por sentença irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; 
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença 
irrecorrível. 
Importante mencionar que a falsidade da imputação é presumida. Segundo Cleber 
Masson, essa presunção, é relativa (iuris tantum), pois admite prova em sentido contrário. Aquele 
a quem se atribui a responsabilidade pela calúnia pode provar a veracidade do fato criminoso 
por ele imputado a outrem. A exceção da verdade é o instrumento adequado para viabilizar 
essa prova, e se fundamenta no interesse público em apurar a efetiva responsabilidade pelo 
crime para posteriormente punir seu autor, coautor ou partícipe. 
 Autoridade pública com prerrogativa de foro 
Na hipótese de autoridade pública com prerrogativa de foro (foro especial), a exceção da 
verdade será decidida pelo Tribunal competente. Ex: Promotor de Justiça com foro especial no 
TJ/RS, a exceção da verdade será analisada pelo Tribunal de Justiça. 
 
 
 
17 
 Momento para apresentação 
A exceção da verdade deve ser apresentada na primeira oportunidade em que a defesa 
se manifestar nos autos. Desse modo, junto com a resposta à acusação (primeira instância – rito 
comum) e na defesa prévia (crimes de competência originária dos tribunais). 
 Cabimento 
A regra é a admissibilidade da exceção da verdade. Todavia, o Código Penal traz três 
hipóteses de inadmissibilidade. O rol é taxativo e não pode ser ampliado pelo intérprete da lei. 
Vejamos. 
I. Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi 
condenado por sentença irrecorrível. 
A utilização da exceção da verdade para provar a veracidade da imputação, quando a 
vítima do crime imputado não desejou processar seu responsável, importaria em nítida violação 
da sua vontade, tornando público um assunto que ela preferiu manter em segredo. Esse é o 
fundamento da vedação desse meio de prova. 
Rogério Greco defende a inconstitucionalidade dessa vedação ao uso da prova da 
verdade, pois violaria o princípio da ampla defesa e presunção de inocência. O acusado 
injustamente de calúnia ficaria ceifado do direito de provar a atipicidade de sua conduta. 
II. Se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no inciso I do art. 141. 
O art. 141, I do CP traz a figura do Chefe de Governo/Estado Estrangeiro e do Presidente 
da República. 
Quanto aos chefes de governos estrangeiros, a vedação ao uso da exceção da verdade 
encontra fundamento nas imunidades diplomáticas, pois tais pessoas são imunes à jurisdição 
brasileira, respondendo apenas perante seus países de origem. 
 
 
18 
Por outro lado, quanto a honra da presidente é a própria honra da República. Quem sabe 
de fato desonroso por ele cometido, deve denunciar às autoridades competentes para julgá-lo, 
e não ficar dilacerando sua honra aos quatro ventos. 
III. Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por 
sentença irrecorrível. 
Segundo Cleber Masson "o crime imputado pode ser de ação penal pública ou de ação 
penal privada. Em qualquer hipótese, se o ofendido pela calúnia foi absolvido por sentença 
irrecorrível, a garantia constitucional da coisa julgada impede o uso da exceção da verdade (CF, 
art. 5.º, inc. XXXVI)". 
 
(MP/GO (2019): E punível a calúnia contra os mortos. Ainda, admite-se no crime de calúnia a 
prova da verdade, salvo se: 1) constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido 
não foi condenado por sentença irrecorrível; 2) se o fato é imputado a qualquer das pessoas 
indicadas no n. I do art. 141 (Presidente da República,ou contra chefe de governo estrangeiro); 
3) se do crime imputado, em bora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença 
irrecorrível. Correto! 
 
16.3.13 Exceção da notoriedade 
Previsto no Art. 523 do CPP, trata-se de outro meio de defesa indireta, porém com 
objetivo diverso. 
 
 
 
19 
Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, 
o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as 
testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às 
primeiras, ou para completar o máximo legal. 
Para o autor Rogério Sanches, aqui, busca-se provar que o fato, verdadeiro ou falso, é 
público e notório. A procedência dessa exceção gera absolvição por crime impossível 
(atipicidade). Não é possível macular a honra que já está notoriamente maculada. 
16.4 Difamação 
16.4.1 Previsão legal e considerações 
A difamação está tipificada no art. 139 do Código Penal. 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Exceção da verdade 
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário 
público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.4 
16.4.2 Conceito 
Constitui-se a difamação em crime que ofende a honra objetiva, e, da mesma forma que 
na calúnia, depende da imputação de algum fato a alguém. Esse fato, todavia, não precisa ser 
criminoso.5 Basta que tenha capacidade para macular a reputação da vítima, isto é, o bom 
conceito que ela desfruta na coletividade, pouco importando se verdadeiro ou falso. (Cleber 
Masson). 
Conforme dito acima, a imputação de um fato definido como contravenção penal tipifica 
o crime de difamação, pois a calúnia depende da imputação falsa de crime. 
 
4 Vide questão 4 do material 
5 Vide questão 2 do material 
 
20 
 
(CESPE TJ/PA (2019) - A configuração do crime de difamação pressupõe a existência de fato 
não tipificado. Correto). 
 
16.4.3 Objetividade jurídica 
A lei penal protege a honra objetiva. 
16.4.4 Objeto material 
É a pessoa que tem sua honra objetiva atacada pela conduta criminosa. 
16.4.5 Núcleo do tipo 
É o verbo “difamar”. De acordo com Masson, difamar é imputar a alguém um fato ofensivo 
à sua reputação. Consiste, pois, em desacreditar publicamente uma pessoa, maculando os 
atributos que a tornam merecedora de respeito no convívio social. E, na linha da jurisprudência 
do Superior Tribunal de Justiça, a ocorrência do delito de difamação “dá-se a partir da imputação 
deliberada de fato ofensivo à reputação da vítima, não sendo suficiente a descrição de situações 
meramente inconvenientes ou negativas”. 
Ao contrário do que acontece no crime de calúnia, na difamação não existe o elemento 
normativo do tipo “falsamente”. Portanto, o crime subsiste ainda que seja verdadeira a 
imputação (salvo quando o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de 
suas funções), desde que dirigida a ofender a honra alheia. 
 
21 
16.4.6 Consumação e tentativa 
A consumação ocorre quando a difamação chega ao conhecimento de terceira pessoa, 
não precisa ser do conhecimento da vítima. 
Quanto a tentativa, na forma escrita, é possível o conatus. Por outro lado, a doutrina 
moderna sustenta que será cabível tanto na forma verbal quanto escrita, em razão dos novos 
meios de comunicação. 
16.4.7 Exceção da verdade 
Conforme o parágrafo único do art. 139 do CP que a exceção da verdade será cabível, 
mas apenas quando o ofendido for funcionário público e nos casos em que a ofensa tiver 
relação com o desempenho de suas funções6. 
Desse modo, em regra não cabe exceção da verdade, uma vez que, mesmo verdadeira, a 
imputação realizada pode configurar ofensa à reputação da vítima, configurando a difamação 
(o tipo penal da difamação não exige a falsidade do fato imputado). Todavia, excepcionalmente, 
admite-se a prova da verdade se a vítima da difamação é funcionário público e a ofensa é 
relativa ao exercício de suas funções (propter officium). 
 
 
 
A exposição de motivos do CP, no seu item 49, alerta que a exceção da verdade na difamação não 
alcança o Presidente da República ou Chefe de governo em visita ao país, pelos mesmos motivos que 
já vimos não ser admissível a exceptio na calúnia contra esses personagens (razões políticas e 
diplomáticas). 
 
 
 
6 Vide questão 10 do material 
 
22 
16.4.8 Exceção da notoriedade 
Também é possível exceção de notoriedade, configurando crime impossível por absoluta 
inidoneidade do meio utilizado para a prática do crime. 
16.4.9 Exceção da verdade: Calúnia X Difamação 
EXCEÇÃO DA 
VERDADE 
CALÚNIA DIFAMAÇÃO 
REGRA Admite. Não admite. 
EXCEÇÕES 
Art. 138 §3º, I, II e III (aqui não 
admite exceção da verdade): 
- Crime de ação privada e não foi 
condenado. 
- Pessoas do art. 141 (presidente 
e chefe de governo estrangeiro) 
- Absolvido por sentença 
irrecorrível. 
Art. 139, §único (aqui admite a 
exceção da verdade): 
- Funcionário público – propter 
officium. 
PROCEDÊNCIA 
Absolvição → atipicidade. Absolvição → exercício regular de 
direito (descriminante especial – 
exclui a ilicitude). 
EXCEÇÃO DE 
NOTORIEDADE 
Admite. Admite. 
 
16.5 Injúria 
16.5.1 Previsão legal e considerações 
A injúria encontra-se prevista no art. 140 do CP. Assim, vejamos. 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
23 
Perdão Judicial 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
Injúria Real 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo 
meio empregado, se considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Injúria Qualificada 
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, 
origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
16.5.2 Conceito 
A injúria é crime contra a honra que ofende a honra subjetiva. Consequentemente, ao 
contrário do que ocorre na calúnia e na difamação, não há imputação de fato. Caracteriza-se 
o delito com a simples ofensa da dignidade ou do decoro da vítima, mediante xingamento 
ou atribuição de qualidade negativa. A dignidade é ofendida quando se atacam as qualidades 
morais da pessoa (exemplo: chamá-la de “desonesta”), ao passo que o decoro é abalado quando 
se atenta contra suas qualidades físicas (exemplo: chamá-la de “horrorosa”) ou intelectuais 
(exemplo: chamá-la de “burra”). (Cleber Masson). 
Conforme o referido autor, o bullying, também conhecido como intimidação sistemática 
e regulamentado pela Lei 13.185/2015, pode caracterizar o delito de injúria, notadamente nas 
situações de insultos pessoais e comentários sistemáticos e apelidos pejorativos. 
 
24 
16.5.3 Objetividade jurídica 
Tutela-se a honra subjetiva. 
16.5.4 Objeto material 
Será apenas a pessoa física atingida pela ofensa. 
16.5.5 Núcleo do tipo 
É o verbo "injuriar", que nada mais é do que, falar mal, ofender, xingar, de modo a 
rebaixar/atacar o juízo que cada um faz de si próprio. É necessária apenas a atribuição de 
qualidade negativa, não se exige a imputação de fato determinado. 
Em regra, a injúria é praticada por ação. Todavia, entende-se que é possível também a 
injúria por omissão, a exemplo da pessoa que se tem um aperto de mão negado. 
Por fim, admite-se a injúria indireta/reflexa. Ocorre quando ao injuriar determinada 
pessoa o agente acaba injuriando outra pessoa. Exemplo: chamaro marido de “corno” importa 
em injuriar também sua esposa. 
16.5.6 Consumação 
O delito de injúria se consuma quando a ofensa chega ao conhecimento da vítima, sendo 
necessário dolo específico de ofender a honra subjetiva da vítima. 
Como a injúria se consuma com a ofensa à honra subjetiva de alguém, não há que se 
falar em dolo específico no caso em que a vítima não era seu interlocutor na conversa telefônica 
e, acidentalmente, tomou conhecimento do teor da conversa. 
O tipo penal em questão exige que a ofensa seja dirigida ao ofendido com a intenção de 
menosprezá-lo, ofendendo-lhe a honra subjetiva. 
 
25 
A ausência de previsibilidade de que a ofensa chegue ao conhecimento da vítima afasta 
o dolo específico do delito de injúria, tornando a conduta atípica. STJ. 6ª Turma. REsp 
1.765.673-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/05/2020 (Info 672). 
Por fim, Cleber Masson afirma que é irrelevante tenha sido a injúria proferida na presença 
da vítima (injúria imediata) ou que tenha chegado ao seu conhecimento por intermédio de 
terceira pessoa (injúria mediata). 
16.5.7 Tentativa 
É perfeitamente admissível a tentativa de injúria, seja por escrito ou verbal (chamada de 
vídeo). 
16.5.8 Exceção da verdade 
A injúria é incompatível com a exceção da verdade, tendo em vista: a) a ausência de 
previsão legal e; b) ausência de imputação de um fato, sendo impraticável a proba da veracidade 
da ofensa.7 
16.5.9 Exceção da notoriedade 
A injúria é incompatível com a exceção da notoriedade. 
16.5.10 Perdão judicial 
O perdão judicial é causa de extinção da punibilidade (art. 107, IX do CP), só podendo 
ser concedido nos casos expressamente previstos em lei, como ocorre com a injúria. 
Nesse sentido, o art. 140, §1º do CP prevê o perdão judicial para o crime de injúria. 
Vejamos: 
I. Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria: o Estado 
deixa de punir quando o ofendido provoca a injúria. Ora, não basta apenas provocar, 
é necessário que a provocação seja reprovável. 
 
7 Vide questão 7 do material 
 
26 
Destaca-se que a expressão “reprovável” é um elemento normativo do tipo, ou seja, o 
juiz deve analisar o caso concreto, para definir se a provocação foi ou não reprovável. Além 
disso, a provocação deve ser feita "diretamente", na presença da vítima, isto é, ofensor e 
ofendido devem encontrar-se no mesmo local. 
II. No caso de retorsão imediata, que consiste em outra injúria: Retorsão é o revide, 
a reação, devendo ser imediata. Desse modo, sendo injúrias verbais, a retorsão deve 
ser feita na mesma ocasião da ofensa. 
Trata-se de modalidade anômala de legítima defesa. Ex: por exemplo, que “A” injuria “B”, 
que responde com outra injúria (não se aplica quando a reação for com uma calúnia ou com 
uma difamação). 
Nesse caso, o perdão judicial irá beneficiar “A” e “B”. 
16.5.11 Injúria real 
Prevista no art. 140, §2º do CP. Enquadra-se em infração penal de menor potencial 
ofensivo, aplicando-se as disposições compatíveis da Lei 9.099/1995. Observe: 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo 
meio empregado, se considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à 
violência. 
A violência ou vias de fato não são utilizados como meio de ofender a integridade física 
da vítima, mas sim como forma de humilhá-la. Por exemplo, tapa na cara (natureza do ato), 
cuspir em alguém (meio empregado). 
Importante diferenciar: violência e vias de fato. A Violência pressupõe a lesão corporal, 
ou seja, o ataque físico com a intenção de lesionar. Já nas Vias de fato, a agressão física sem a 
intenção de lesionar. Por exemplo, empurrão contra a parede no meio de uma discussão. 
Por fim, a pena será de detenção de três meses a um ano e multa, além da pena 
correspondente à violência. Ocorrerá um concurso de delito necessários, as penas serão 
 
27 
somadas no caso de violência. Note que as vias de fato são absorvidas pela injúria real, pois o 
Código Penal prevê autonomia (soma de penas) exclusivamente para as lesões corporais. 
16.5.12 Injúria qualificada pelo preconceito 
O art. 140, §3º do Código Penal traz a forma qualificada da injúria em razão do 
preconceito. 
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, 
origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
É crime de médio potencial ofensivo, admitindo a suspensão condicional do processo 
quando presentes os requisitos legais. 
A ofensa deve ser dirigida a pessoa ou pessoas determinadas. Não se confunde com os 
delitos de RACISMO previstos na Lei 7.716/89, nos quais o preconceito é exteriorizado através 
de atos de segregação à vítima. 
INJÚRIA QUALIFICADA (ART. 140, §3º CP) 
“RACISMO IMPRÓPRIO” 
RACISMO (LEI 7.716/89) 
O agente atribui qualidades negativas, 
fazendo referência a algum tipo de 
preconceito para atacar a honra subjetiva da 
vítima. Ex: Seu albino imundo! 
O agente segrega a vítima do convício social 
em razão da raça ou ofende de forma 
generalizada. Ex: Você não trabalha na minha 
escola porque é um albino! 
Prescritível. Imprescritível. 
Afiançável. Inafiançável. 
Ação pública condicionada à representação 
(após a Lei 13.033/09). 
Ação pública incondicionada. 
 
16.5.13 Injúria cometida pela internet e competência 
Os crimes de injúria, mesmo que cometidos pela internet ou se forem utilizadas redes 
sociais sediadas no exterior, serão de competência da Justiça Estadual. 
 
28 
16.5.14 Injúria contra funcionário público e desacato 
Visando facilitar o estudo do aluno, traremos uma tabela com a distinção entre a injúria 
e o desacato. 
INJÚRIA DESACATO 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a 
dignidade ou o decoro: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou 
multa. 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no 
exercício da função ou em razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, 
ou multa. 
Crime contra a honra. Tutela a honra 
subjetiva. 
Crime contra a Administração Pública. 
Em regra, ação penal privada. Ação penal pública incondicionada. 
Infração de menor potencial ofensivo. Infração de menor potencial ofensivo 
Pode ser praticada na presença ou na 
ausência da vítima. 
Deve ser praticado na presença da vítima. 
A honra do funcionário público é atacada em 
razão de sua função, mas na sua ausência 
(aumento de pena). 
 
A honra do funcionário público é atacada em 
razão de sua função pública e na sua 
presença. 
A honra do funcionário público é atacada no 
exercício da função. 
 
 
16.6 Causas de aumento de pena 
16.6.1 Previsão legal 
O art. 141 do CP traz as causas de aumento de pena dos crimes contra a honra, calúnia, 
difamação e injúria, incidente na terceira fase de aplicação da pena. 
Importante ficar atento para inovação trazida pela Lei n.º 13.964/2019 (Pacote Anticrime). 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer 
dos crimes é cometido: 
 
29 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; 
II - contra funcionário público, em razão de suas funções; 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da 
difamação ou da injúria. 
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no 
caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003); 
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a 
pena em dobro. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019); 
§ 2º - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019); 
16.6.2 Crime cometido contra o presidente da república ou chefe 
de governo estrangeiro 
Aumenta-se a pena em um terço, tendo em vista que ofender o Presidente equivalea 
ofender todos os cidadãos. No caso de calúnia e difamação, se houver motivação política, tratar-
se-á de crime político, nos termos da Lei de Segurança Nacional. Para injúria, pouco importa a 
motivação política, será aplicado o CP. 
16.6.3 Crime cometido contra funcionário público, em razão de 
suas funções 
A ofensa deve ser relacionada ao exercício a função (propter officium). Não se aplica o 
aumento da pena quando a conduta se refere à vida privada do funcionário público. 
16.6.4 Crime cometido na presença de várias pessoas, ou por meio 
que facilite a sua divulgação 
Entende-se que basta a presença de pelo menos três testemunhas, não sendo computada 
os autores, coautores, partícipes e pessoas que não conseguem entender de alguma forma a 
 
30 
expressão ofensiva. Em regra, a vítima também não é computada, salvo quando é testemunha 
de outro crime contra a honra. 
16.6.5 Crime cometido contra pessoa maior de 60 anos ou 
portadora de deficiência 
As penas dos crimes contra a honra são aumentadas de um terço, dentre outras hipóteses 
legais, quando praticados contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, 
exceto no caso de injúria. Aqui, exclui-se o casos de injúria, tendo em vista que o Código Penal 
já qualifica a injúria pelo preconceito (art. 140, §3º do CP). 
16.6.6 Crime cometido mediante paga ou promessa de 
recompensa 
A pena será aplicada em dobro no caso de ofensa mercenária, ou seja, o agente recebe 
para proferir ofensas contra a honra da vítima. 
16.7 Exclusão do crime 
16.7.1 Previsão legal 
O Código Penal, em seu Art. 142, traz excludente do crime de difamação e injúria, não se 
aplicando ao crime de calúnia, por falta de previsão legal e porque há interesse do Estado e da 
sociedade em apurar a prática de crimes. 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca 
a intenção de injuriar ou difamar; 
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação 
que preste no cumprimento de dever do ofício. 
 
31 
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem 
lhe dá publicidade. 
16.7.2 Natureza jurídica e aplicabilidade 
São causas excludentes da ilicitude, aplicáveis apenas para injúria e para difamação. 
16.7.3 Ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte 
ou por seu procurador 
Trata-se da imunidade judiciária, alcançando a ofensa oral e escrita. Abrange as ofensas 
proferidas em audiência ou nos autos do processo, levada a efeito pela parte ou por seu 
procurador. 
É imprescindível que a ofensa tenha conexão com a causa discutida. 
16.7.4 Opinião desfavorável da crítica literária, artísticas ou 
científica 
Cuida-se da chamada imunidade literária, artística ou científica. É uma imunidade relativa, 
como expressamente prevê a parte final do dispositivo. 
16.7.5 Conceito desfavorável emitido por funcionário público, em 
apreciação ou informação que preste no cumprimento de 
dever de ofício 
Trata-se da chamada imunidade funcional. É uma modalidade especial de estrito 
cumprimento de dever legal. Todavia, prevalece que essa imunidade não aplicada ao funcionário 
quando presente o excesso. 
 
32 
16.8 Retratação 
16.8.1 Previsão legal 
O art. 143 do CP prevê a possibilidade de retratação nos casos de calúnia ou de 
difamação.8 Observe: 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da 
difamação, fica isento de pena. 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação 
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, 
pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
16.8.2 Natureza jurídica e alcance 
Retratar-se é desdizer-se, retirar o que disse. Trata-se de causa de extinção da 
punibilidade, cabível apenas nos crimes de calúnia e de difamação de ação penal privada. 
16.8.3 Momento 
Prevalece que deve ser realizada até a publicação da sentença (decisão de 1º grau). A 
retratação em grau de recurso gera no máximo a atenuante do art. 65, III, ‘b’ do CP. 
16.8.4 Comunicação 
É causa extintiva da punibilidade de natureza subjetiva, não se comunicando aos demais 
querelados que não se retrataram. 
 
8 Vide questões 8 e 9 do material 
 
33 
16.9 Pedido de explicações 
16.9.1 Previsão legal 
Encontra-se previsto no art. 144 do Código Penal. 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, 
quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las 
ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. 
16.9.2 Conceito 
Trata-se de medida facultativa, prévia e sem procedimento específico, seguindo-se o rito 
das notificações avulsas. O oferecimento da queixa ocorrerá quando, em virtude dos termos 
empregados, não se mostra evidente a intenção de ofender a honra, gerando dúvidas. 
Não há sanção coercitiva para obrigar o comparecimento do requerido. 
Esse pedido não interrompe ou suspende o prazo decadencial, tampouco o prazo 
prescricional. Contudo, torna prevento o juiz. 
16.9.3 Cabimento 
Será cabível quando houver dúvida acerca da prática de injúria, difamação ou calúnia. Por 
outro lado, não será cabível quando: não há crime; há certeza do crime e houver extinção da 
punibilidade, embora tenha ocorrido crime. 
16.9.4 Resposta ao pedido de explicações 
A resposta ao pedido de explicações também é facultativa. 
16.9.5 Rito do pedido de explicações 
Não há rito específico, devendo seguir o rito das notificações e interpelações judiciais 
previsto nos arts. 726 a 729 do CPC. 
 
34 
16.10 Ação penal nos crimes contra a honra 
Em regra, os crimes contra a honra são processados por ação penal privada. Há três 
exceções: 
1. Ação penal pública incondicionada, na hipótese de injúria real, caso resulte lesão 
corporal (art. 145, caput, parte final). 
2. Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça: crime contra o 
Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro (art. 145, parágrafo único, 
§1ª parte). 
3. Ação penal pública condicionada à representação: calúnia, difamação ou injúria contra 
funcionário público, em razão do exercício das funções (art. 145, parágrafo único, 2ª parte) 
e injúria qualificada, na forma do art. 140, § 3º, do Código Penal (art. 145, parágrafo 
único). 
Note, ainda, o teor da Súmula 714 do Supremo Tribunal Federal: “É concorrente a 
legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à 
representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em 
razão do exercício de suas funções”.9 
 
 
9 Vide questões 1 e 3 do material 
 
35 
QUADRO SINÓTICO 
 
DOS CRIMES CONTRA HONRA 
CONCEITO DE HONRA 
É o conjunto das qualidades físicas, morais e intelectuais de um ser humano, 
que o fazem merecedor de respeito no meio social e promovem sua 
autoestima. 
ESPÉCIES DE HONRA 
Objetiva: é a visão que os demais membros da sociedade possuem acerca 
dos atributos físicos, morais e intelectuais de alguém. 
Subjetiva: É o sentimento que cada pessoa possui acerca das suas próprias 
qualidades físicas, morais e intelectuais. 
Comum: É a honra inerente a toda e qualquer pessoa. 
Especial: É a honra que diz respeito a atividade específica exercida pela 
vítima. 
CALÚNIA 
Conceito: consiste na atividade de atribuir falsamente a alguém a prática de 
um fato definido como crime. 
Objetividade jurídica: A calúnia ofende a honra objetiva. 
Objeto material: É a pessoa que tem sua honra atingidapela conduta 
criminosa. 
Núcleo do tipo: é “caluniar”. E Caluniar é imputar “Imputar” falsamente a 
alguém a prática de fato definido como crime. É imprescindível a imputação 
da prática de um fato determinado, isto é, de uma situação concreta, 
contendo autor, objeto e suas circunstâncias. 
Elemento normativo do tipo: A expressão “falsamente” é o elemento 
normativo da calúnia. Desse modo, não basta atribuir um fato criminoso, o 
fato deve ser falso, tendo em vista que a finalidade é proteger a honra das 
pessoas inocentes. 
Formas de calúnia: 
 INEQUÍVOCA OU EXPLÍCITA: A ofensa é direta, manifesta. 
 EQUÍVOCA OU IMPLÍCITA: Feita de forma escondida. 
 REFLEXA: Ocorre quando o agente, ao caluniar uma pessoa, acaba 
caluniando de forma indireta outra pessoa. 
Consumação: quando a imputação falsa do crime chegar ao conhecimento 
de terceira pessoa (basta que seja uma única pessoa). 
 
36 
Tentativa: Quanto a tentativa, segundo a doutrina majoritária, tratando-se 
de calúnia verbal não cabe tentativa; sendo admissível no caso de calúnia 
por escrito. Todavia, Cleber Masson entende que que mesmo na calúnia 
verbal, em razão das novas tecnologias (chamadas de voz, chamadas de 
vídeo), é cabível a tentativa. 
Subtipo da calúnia: Pune-se com a mesma pena da calúnia aquele que, 
sabendo que imputação é falsa, resolve propalar (relatar verbalmente) ou 
divulgar (relatar por qualquer outro meio). 
Calúnia contra os mortos: é punível. 
Exceção da verdade: é admissível na calúnia, salvo: I - se, constituindo o 
fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por 
sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas 
indicadas no nº I do art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação 
pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
Exceção da notoriedade: Quando for oferecida a exceção da verdade ou 
da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção 
no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na 
queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou 
para completar o máximo legal. 
DIFAMAÇÃO 
Conceito: Constitui-se a difamação em crime que ofende a honra objetiva, 
e, da mesma forma que na calúnia, depende da imputação de algum fato a 
alguém. Esse fato, todavia, não precisa ser criminoso. 
Objetividade jurídica: A lei penal protege a honra objetiva. 
Objeto material: É a pessoa que tem sua honra objetiva atacada pela 
conduta criminosa. 
Núcleo do tipo: É o verbo “difamar”. De acordo com Masson, difamar é 
imputar a alguém um fato ofensivo à sua reputação. 
Consumação: Ocorre quando a difamação chega ao conhecimento de 
terceira pessoa, não precisa ser do conhecimento da vítima. 
Tentativa: na forma escrita, é possível o conatus. Por outro lado, a doutrina 
moderna sustenta que será cabível tanto na forma verbal quanto escrita, em 
razão dos novos meios de comunicação. 
Exceção da verdade: será cabível, mas apenas quando o ofendido for 
funcionário público e nos casos em que a ofensa tiver relação com o 
desempenho de suas funções. 
Exceção da notoriedade: Também é possível exceção de notoriedade, 
configurando crime impossível por absoluta inidoneidade do meio utilizado 
para a prática do crime. 
 
37 
INJÚRIA 
Conceito: A injúria é crime contra a honra que ofende a honra subjetiva. 
Consequentemente, ao contrário do que ocorre na calúnia e na difamação, 
não há imputação de fato. Caracteriza-se o delito com a simples ofensa da 
dignidade ou do decoro da vítima, mediante xingamento ou atribuição de 
qualidade negativa. 
Objetividade jurídica: Tutela-se a honra subjetiva. 
Objeto material: Será apenas a pessoa física atingida pela ofensa. 
Núcleo do tipo: É o verbo "injuriar", que nada mais é do que, falar mal, 
ofender, xingar, de modo a rebaixar/atacar o juízo que cada um faz de si 
próprio. É necessária apenas a atribuição de qualidade negativa, não se exige 
a imputação de fato determinado. 
Consumação: quando a ofensa chega ao conhecimento da vítima, sendo 
necessário dolo específico de ofender a honra subjetiva da vítima. 
Tentativa: É perfeitamente admissível a tentativa de injúria, seja por escrito 
ou verbal (chamada de vídeo). 
Exceção da verdade: A injúria é incompatível com a exceção da verdade. 
Exceção da notoriedade: A injúria é incompatível com a exceção da 
notoriedade. 
Perdão judicial: O art. 140, §1º do CP prevê o perdão judicial para o crime 
de injúria: I. Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente 
a injúria; e II. No caso de retorsão imediata, que consiste em outra injúria. 
Injúria real: ocorre quando a injúria consiste em violência ou vias de fato, 
que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes. 
Injúria qualificada pelo preconceito: Se a injúria consiste na utilização de 
elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de 
pessoa idosa ou portadora de deficiência. 
Injúria cometida pela internet e competência: Os crimes de injúria, mesmo 
que cometidos pela internet ou se forem utilizadas redes sociais sediadas 
no exterior, serão de competência da Justiça Estadual. 
CAUSAS DE AUMENTO DE 
PENA 
As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer 
dos crimes é cometido: 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; 
II - contra funcionário público, em razão de suas funções; 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da 
calúnia, da difamação ou da injúria. 
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, 
exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003); 
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, 
aplica-se a pena em dobro. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019); 
 
38 
EXCLUSÃO DO CRIME 
Não constituem injúria ou difamação punível: 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu 
procurador; 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo 
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; 
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação 
ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. 
São causas excludentes da ilicitude, aplicáveis apenas para injúria e para 
difamação. 
RETRATAÇÃO 
Conceito: Retratar-se é desdizer-se, retirar o que disse. Trata-se de causa de 
extinção da punibilidade, cabível apenas nos crimes de calúnia e de 
difamação de ação penal privada. 
Momento: Prevalece que deve ser realizada até a publicação da sentença 
(decisão de 1º grau). 
Comunicação: É causa extintiva da punibilidade de natureza subjetiva, não 
se comunicando aos demais querelados que não se retrataram. 
Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação 
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim 
desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
PEDIDO DE EXPLICAÇÕES 
Conceito: Trata-se de medida facultativa, prévia e sem procedimento 
específico, seguindo-se o rito das notificações avulsas. O oferecimento da 
queixa ocorrerá quando, em virtude dos termos empregados, não se mostra 
evidente a intenção de ofender a honra, gerando dúvidas. 
Cabimento: Será cabível quando houver dúvida acerca da prática de injúria, 
difamação ou calúnia. 
Resposta ao pedido de explicações: A resposta ao pedido de explicações 
também é facultativa. 
Rito do pedido de explicações: Não há rito específico. 
AÇÃO PENAL NOS CRIMES 
CONTRA A HONRA 
Em regra, os crimes contra a honra são processados por ação penal privada. 
Há três exceções: 1. Ação penal pública incondicionada, na hipótese de 
injúria real, caso resulte lesão corporal (art. 145, caput, parte final); 2. Ação 
penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça: crimecontra 
o Presidente da República ou contra chefe de governo estrangeiro; 3. Ação 
penal pública condicionada à representação: calúnia, difamação ou injúria 
contra funcionário público, em razão do exercício das funções (art. 145, 
parágrafo único, 2ª parte) e injúria qualificada, na forma do art. 140, § 3º, 
do Código Penal (art. 145, parágrafo único). 
 
 
39 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
 Código Penal: Art. 138 ao 145. 
 
 Súmula n.º 714, STF. 
É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação 
do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. 
 
40 
JURISPRUDÊNCIA 
DIFAMAÇÃO PODE SER PRATICADA MEDIANTE A PUBLICAÇÃO DE 
VÍDEO NO QUAL O DISCURSO DA VÍTIMA SEJA EDITADO 
 STF. 1ª Turma. AP 1021/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/8/2020 (Info 987). 
Configura difamação a conduta do agente que publica vídeo de um discurso no qual a frase completa do orador 
é editada, transmitindo a falsa ideia de que ele estava falando mal de negros e pobres. 
A edição de um vídeo ou áudio tem como objetivo guiar o espectador e, quando feita com o objetivo de difamar 
a honra de uma pessoa, configura dolo da prática criminosa. 
Vale ressaltar que esta conduta do agente, ainda que praticada por Deputado Federal, não estará protegida pela 
imunidade parlamentar. 
Caso concreto: durante a reunião de uma CPI, o então Deputado Federal Jean Wyllys proferiu a seguinte frase: 
“tem um imaginário impregnado, sobretudo nos agentes das forças de segurança, de que uma pessoa negra e 
pobre é potencialmente perigosa. É mais perigosa do que uma pessoa branca de classe média. Esse é um imaginário 
que está impregnado na gente”. 
O Deputado Federal Eder Mauro publicou, em sua página no Facebook, um vídeo no qual o discurso de Jean 
Wyllys é editado. No vídeo publicado, a parte inicial e final da frase são cortadas e ouve-se apenas: “Uma pessoa 
negra e pobre é potencialmente perigosa. É mais perigosa do que uma pessoa branca de classe média”. 
Para o STF, essa conduta configurou o crime de difamação agravada. 
STF. 1ª Turma. AP 1021/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/8/2020 (Info 987). 
Comentário: Os crimes contra a honra, como é o caso da difamação, são delitos de ação 
múltipla, englobando não apenas a criação do conteúdo criminoso como também a sua 
postagem e a disponibilização de perfil em rede social com o objetivo de servir de plataforma 
à alavancagem da injúria, calúnia ou difamação. 
A autoria desses crimes praticados por meio da internet exige: 
a) demonstração de que o réu é o titular de página, blogue ou perfil pelo qual divulgado o 
material difamatório; 
 
41 
b) demonstração do consentimento — prévio, concomitante ou sucessivo — com a veiculação 
em seu perfil; 
c) demonstração de que o réu tinha conhecimento do conteúdo fraudulento da postagem 
(animus injuriandi, caluniandioudiffamandi). 
A AUSÊNCIA DE PREVISIBILIDADE DE QUE A OFENSA CHEGUE AO 
CONHECIMENTO DA VÍTIMA AFASTA O DOLO ESPECÍFICO DO 
DELITO DE INJÚRIA, TORNANDO A CONDUTA ATÍPICA 
 STJ. 6ª Turma. REsp 1765673-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/05/2020 (Info 
672). 
Exemplo: Rita e Adriana trabalhavam em um órgão público. Rita ligou para o ramal telefônico de Adriana para falar 
sobre um requerimento de abono de faltas que ela havia solicitado. Adriana avisou, então, que Reginaldo (chefe 
do setor) havia indeferido o pedido. Ao saber de tal fato, Rita passou a proferir ofensas contra ele, afirmando para 
Adriana: “este macaco, preto sem vergonha está indeferindo a minha falta”. Vale ressaltar, contudo, que, momentos 
antes, Reginaldo, que estava no mesmo setor que Adriana, havia retirado o telefone do gancho para fazer uma 
ligação e acabou por ouvir as palavras injuriosas proferidas por Rita. O Ministério Público ofereceu denúncia contra 
Rita pela prática do crime de injúria racial (art. 140, § 3º do CP): Art. 140 (...) § 3º Se a injúria consiste na utilização 
de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de 
deficiência: Pena - reclusão de um a três anos e multa. Para o STJ, não houve crime. Isso porque o delito de injúria 
se consuma quando a ofensa chega ao conhecimento da vítima, sendo necessário dolo específico de ofender a 
honra subjetiva da vítima. A acusada não tinha como saber que a vítima estava ouvindo o teor da conversa pela 
extensão telefônica. Como a injúria se consuma com a ofensa à honra subjetiva de alguém, não há que se falar em 
dolo específico no caso em que a vítima não era seu interlocutor na conversa telefônica e, acidentalmente, tomou 
conhecimento do teor da conversa. O tipo penal em questão exige que a ofensa seja dirigida ao ofendido com a 
intenção de menosprezá-lo, ofendendo-lhe a honra subjetiva. 
Comentário: O delito de injúria se consuma quando a ofensa chega ao conhecimento da vítima, 
sendo necessário dolo específico de ofender a honra subjetiva da vítima. Como a injúria se 
consuma com a ofensa à honra subjetiva de alguém, não há que se falar em dolo específico no 
caso em que a vítima não era seu interlocutor na conversa telefônica e, acidentalmente, tomou 
conhecimento do teor da conversa. O tipo penal em questão exige que a ofensa seja dirigida 
ao ofendido com a intenção de menosprezá-lo, ofendendo-lhe a honra subjetiva. 
 
42 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
(Banca: FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto) Quanto aos crimes contra a honra, correto 
afirmar que 
 
A) não constitui difamação ou calúnia punível a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, 
pela parte ou por seu procurador. 
B) cabível a exceção da verdade na difamação e na injúria. 
C) há isenção de pena se o querelado, antes da sentença, se retrata cabalmente da difamação 
ou da injúria. 
D) a ação penal é pública incondicionada na injúria com preconceito. 
E) possível a propositura de ação penal privada no caso de servidor público ofendido em razão 
do exercício de suas funções. 
 
 
Comentário: 
A) Errada. Conforme o Art. 142 do Código Penal. Não constituem injúria ou difamação 
punível quando há ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu 
procurador. 
B) Errada. É cabível a exceção da verdade apenas na difamação e na calúnia. Não cabe na 
Injúria. 
C) Errada. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da 
difamação, fica isento de pena. 
D) Errada. A ação penal será condicionada à representação do ofendido nos crimes de 
injúria preconceituosa. 
 
43 
E) Correta. Conforme a Súmula 714 do STF é concorrente a legitimidade do ofendido, 
mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do ofendido, para 
a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas 
funções. 
 
Questão 2 
(Banca: CESPE / CEBRASPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto) A configuração do 
crime de difamação pressupõe a 
 
A) existência de fato não tipificado. 
B) atribuição de qualidade negativa ao ofendido. 
C) atribuição a outrem da prática de crime ou de contravenção penal. 
D) impossibilidade de retratação. 
E) ofensa irrogada em juízo. 
 
 
Comentário: 
A) Correta. Na difamação, o agente imputa um fato desonroso, mas não criminoso, que 
pode ser verdadeiro ou falso. 
B) Errada. Na injúria, o agente atribui uma qualidade negava à vítima. 
C) Errada. Na calúnia, o agente imputa a alguém a prática de um fato falso e definido 
como crime. 
D) Errada. Segundo o art. 143 do Código Penal, o querelado que, antes da sentença, se 
retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. 
E) Errada. Segundo o art. 142 do Código Penal, não constituem injúria ou difamação 
punível: I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu 
procurado.44 
 
Questão 3 
(Banca: CESPE / CEBRASPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público) Acerca da ação penal, das 
causas extintivas da punibilidade e da prescrição, julgue o seguinte item. 
 
Conforme entendimento do STF, a persecução penal por crime contra a honra de servidor 
público no exercício de suas funções é de ação pública condicionada à representação do 
ofendido. 
 
( ) CERTA 
( ) ERRADA 
 
 
Comentário: 
Errada. É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do ministério público, 
condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de 
servidor público em razão do exercício de suas funções. 
 
Questão 4 
(Banca: CESPE / CEBRASPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto) Com relação a crimes contra a 
honra, assinale a opção correta. 
 
A) O crime de calúnia se consuma no momento em que o ofendido toma conhecimento da 
imputação falsa contra si. 
B) Calúnia contra indivíduo falecido não se enquadra como crime contra a honra. 
C) A exceção da verdade é admitida em caso de delito de difamação contra funcionário público 
no exercício de suas funções. 
 
45 
D) A retratação cabal do agente da calúnia ou da difamação após o recebimento da ação penal 
é causa de diminuição de pena. 
E) O delito de injúria racial se processa mediante ação penal pública incondicionada. 
 
 
Comentário: 
A) Errada. Ao contrário da injúria, calúnia e difamação tutelam a honra objetiva (reputação) 
do indivíduo. Por isso essas duas infrações se consumam no instante em que terceiros 
tomam conhecimento da imputação fática caluniosa ou difamatória feita à vítima. 
B) Errada. O § 2º, do art. 138, do CP prevê que é possível a calúnia contra os mortos. No 
entanto, cabe anotar que, segundo a doutrina majoritária, embora a calúnia em face dos 
mortos seja punível, sendo a honra um atributo dos vivos, seus parentes é que serão os 
sujeitos passivos, interessados na preservação da sua memória. Neste caso, a queixa (art. 
145 do CP) será movida pelo seu cônjuge (ou companheiro/companheira), ascendente, 
descendente ou irmão (CADI). 
C) Correta. Segundo o parágrafo único, do art. 139, do CP, “a exceção da verdade somente 
se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas 
funções”. Em acréscimo, destaco que, em casos assim, “é concorrente a legitimidade do 
ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do 
ofendido, para o ajuizamento da ação penal” (Súmula 714/STF). 
D) Errada. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da 
difamação, fica isento de pena. 
E) Errada. Em regra, os crimes contra a honra somente se processam mediante queixa-
crime (ação penal privada). Todavia, em virtude do surgimento de circunstâncias especiais, 
como o fato de o crime ter sido praticado em face de funcionário público no exercício de 
suas funções ou o fato de a injúria ter sido, por exemplo, cometida mediante a utilização 
 
46 
de elementos referentes a raça da vítima, a Lei excepciona a regra geral e elege uma nova 
espécie de ação penal para essa infração. A isso, dar-se o nome de ação penal secundária. 
 
Questão 5 
(Banca: FCC - 2018 - DPE-AM - Defensor Público - Reaplicação) Comete o crime de 
 
A) difamação aquele que ofende a dignidade de pessoa morta. 
B) denunciação caluniosa aquele que provoca ação de autoridade comunicando-lhe ocorrência 
de vias de fato que sabe não ter se verificado. 
C) calúnia aquele que imputa crime sabendo ser a pessoa inocente e dá causa à instauração de 
inquérito policial. 
D) injúria aquele que ofende a dignidade de alguém com utilização de elementos referentes à 
condição de pessoa idosa. 
E) desacato aquele que ofende a dignidade da Polícia Militar ao expor opinião pejorativa sobre 
a instituição. 
 
 
Comentário: 
A) Errada. Dos crimes contra a honra, apenas a calúnia prevê punição quando praticado 
contra mortos (art. 138, § 2º: “É punível a calúnia contra os mortos.”) 
B) Errada. É a comunicação falsa de crime ou de contravenção (art. 340). 
C) Errada. Trata-se da denunciação caluniosa. 
D) Correta. É a injúria preconceituosa do art. 140, § 3º do CP: “Se a injúria consiste na 
utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de 
pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena - reclusão de um a três anos e multa.” 
 
47 
E) Errada. Para configurar desacato é imprescindível a presença do funcionário no local 
onde a ofensa é praticada, pois deve tomar conhecimento direto da ofensa. Assim, se o 
agente atribui qualidade negativa relacionada com a função, mas não na presença do 
funcionário, haverá o crime de injúria majorada (CP, art. 140 c/c art. 141, II). 
 
Questão 6 
(Banca: UFMT - 2016 - DPE-MT - Defensor Público) A respeito dos crimes contra a honra, 
insculpidos no Código Penal, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Configura o crime de injúria imputar a alguém fato ofensivo a sua reputação. 
B) Configura o crime de difamação ofender a dignidade ou o decoro de alguém. 
C) A calúnia somente admite a exceção da verdade em caso de o ofendido ser funcionário 
público, em exercício de suas funções. 
D) Configura o crime de calúnia imputar a alguém falsamente fato definido como crime. 
E) A calúnia contra os mortos não é punível. 
 
 
Comentário: 
A) Errada. Injúria é ofender a dignidade ou o decoro de alguém. 
B) Errada. Difamação é imputar a alguém fato ofensivo à sua reputação. 
C) Errada. A Calúnia admite a exceção da verdade em qualquer hipótese SALVO: I - se, 
constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por 
sentença irrecorrível; II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do 
art. 141; III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por 
sentença irrecorrível. 
 
48 
D) Correta. Configura o crime de calúnia imputar a alguém falsamente fato definido como 
crime. 
E) Errada. A calúnia contra os mortos é punível. 
 
Questão 7 
(Banca: MPE-SC - 2016 - Promotor de Justiça - Matutina) Nos crimes contra a honra previstos 
no Código Penal, todas as hipóteses delituosas enumeradas admitem a exceção da verdade. 
 
( ) CERTA 
( ) ERRADA 
 
 
Comentário: 
Errada. Nos crimes contra a honra, as figuras delitivas calúnia (art. 138, §3º) e difamação 
(art. 139, parágrafo único) admitem exceção da verdade nos casos expressamente previstos. 
No entanto, na injúria não há imputação de fato (como é o caso dos delitos anteriormente 
citados), mas manifestação de opinião do agente sobre o ofendido (ofendendo sua honra 
subjetiva), logo, a exceção de verdade não é permitida. 
 
Questão 8 
(Banca: VUNESP - 2015 - TJ-SP - Juiz Substituto) A respeito da retratação nos crimes contra 
a honra, pode- -se afirmar que fica isento de pena o querelado que, antes da sentença, retrata-
se cabalmente 
 
A) da calúnia ou difamação. 
 
49 
B) da calúnia, injúria ou difamação. 
C) da injúria ou difamação. 
D) da calúnia ou injúria. 
 
 
Comentário: 
A) Correta. O art. 143 do CP prevê a possibilidade de retratação apenas nos casos de 
calúnia ou de difamação. 
B) Errada. O art. 143 do CP prevê a possibilidade de retratação apenas nos casos de calúnia 
ou de difamação. 
C) Errada. O art. 143 do CP prevê a possibilidade de retratação apenas nos casos de calúnia 
ou de difamação. 
D) Errada. O art. 143 do CP prevê a possibilidade de retratação apenas nos casos de calúnia 
ou de difamação. 
 
Questão 9 
(Banca: VUNESP - SP - 2019 - Prefeitura de São José do Rio Preto - SP - Procurador do 
Município) No que concerne à retratação nos crimes contra a honra, tema tratado no art. 143 
do CP, assinale a alternativa correta. 
 
A) Apenas a injúria admite-a. 
B) Apenas a calúnia e a injúria admitem-na. 
C) Apenas a calúnia e a difamação admitem-na. 
D) Todos os crimes contra a honra admitem-na,

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