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Patologias Malignas do Útero Câncer do Colo do Útero: É um câncer que acomete muito as mulheres brasileiras (incidência = é o 4º tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e na região nordeste encontra-se em segundo lugar). Mortalidade relevante. O CA de colo de útero possui uma velocidade de evolução muito lenta, em torno de 10 a 11 anos para que uma lesão pré-maligna se torne uma lesão maligna. Por isso, ele é evitável e passível de cura. Ele é assintomático. Quando a paciente tem algum sinal ou sintoma, isso significa que a paciente já está em um estágio mais elevado. Dessa forma, há a necessidade de rastreio e diagnóstico no estágio pré- maligno para que não evolua para o CA. A classificação do CA de colo de útero é dividida em: carcinoma epidermóide, que corresponde a 90% dos casos, e carcinoma glandular, que corresponde a 10% dos casos. O carcinoma glandular tem o pior prognóstico e acomete a endocérvice. O carcinoma epidermóide tem melhor prognóstico e acomete a ectocérvice. Um fator de risco é o HPV (papiloma vírus humano). O HPV sozinho não vai levar ao CA de colo de útero. Não podemos afirmar que a paciente com o preventivo ou histopatológico com HPV vai ter CA. Já que 80 a 90% das infecções por HPV, principalmente em pacientes jovens, tendem a regredir. Para que o HPV evolua ao câncer de colo de útero, ele precisa estar associado a outros fatores de risco, depende do subtipo de HPV e do grau histopatológico da lesão. O HPV é sexualmente transmissível e é a infecção sexualmente transmissível mais comum. É reconhecida como uma das principais causas de câncer relacionada a infecção, tanto em homens quanto em mulheres (pode acometer ânus, pênis, vulva, laringe e vagina). Dessas infecções, a única que é passível de ser rastreado é o CA de colo de útero. Os outros CA não são rastreáveis. 99% dos casos de CA de colo de útero são provocados por HPV. Mas apenas 1% das mulheres infectadas por HPV desenvolvem o câncer cervical (o restante vai ter a regressão das lesões). Outros fatores que o HPV pode estar associado e que podem levar ao desenvolvimento de CA é: multiplicidade de parceiros, tabagismo, iniciação sexual precoce, idade e história de ISTs. Acima de 4 parceiros em 1 ano já é considerado uma multiplicidade de parceiros. Tabagismo é um fator de risco devido a nicotina, que é cancerígena. A iniciação sexual precoce é um fator de risco, ainda mais quando está relacionado ao não uso de métodos seguros. O CA de colo de útero acomete mulheres mais jovens, em comparação com o CA de corpo de útero (carcinoma de endométrio) que acomete mulheres em faixa etária mais avançada. Nem todo o HPV vai desenvolver o CA de colo de útero, por isso podemos classificar o HPV em cutâneo-trópico e mucoso-genitotrópico. O HPV cutâneo-trópico é aquele que tem um tropismo pela pele. Verrugas na pele frequentemente encontradas na população é gerada pelo HPV cutâneo- trópico. O HPV que se relaciona com o CA é o HPV mucoso- genitotrópico, que tem o tropismo pela mucosa genital masculina e feminina. O HPV pode se manifestar de três formas: a clínica (quando vejo a lesão e não precisa de nenhum exame complementar para o diagnóstico – diagnóstico clínico), a subclínica (quando não tem lesão, descobre a infecção pelo HPV por um exame papanicolau) e a latente (quando a infecção por HPV só é descoberta quando fazemos exames de biologia molecular). A forma clínica se manifesta por verrugas que podem ser únicas ou múltiplas e isoladas ou agrupadas. As lesões verrucosas são denominadas de condiloma acuminado ou “cristas de galo” e são causadas pelo subtipo número 6 (em 65% dos casos) e o subtipo 11 (em 20% dos casos). Os subtipos 6 e 11 do HPV são conhecidos como HPV de baixo risco. Não geram evolução para câncer de colo de útero. Os 6 e 11 levam ao condiloma. Os condilomas acuminados não têm risco de evolução para câncer. Descrição: lábios externos e internos ocupados por lesões verrucosas múltiplas, sugestivas de condilomas acuminadas e lesões condilomatosas isoladas em região inguinal e face interna de coxa. Os condilomas podem aparecer na vulva e na genitália interna (em que analisamos com o espéculo). Descrição: verruga próxima ao orifício externo (OE). Ao exame especular, a paciente apresenta paredes vaginais de coloração rósea-brilhante, pregueamento conservado, apresentando em parede lateral esquerda uma lesão sugestiva de condiloma culminado. Colo de útero com coloração rósea-brilhante, OE em fenda transversa e apresentando em lado posterior de colo de útero junto de OE do colo uma lesão verrucosa sugestiva de condiloma acuminado. A forma subclínica não tem diagnóstico clínico. Só tem o rastreamento pela colpocitologia e pela microflora (preventivo/Papanicolau). O Papanicolau é o principal exame de rastreamento do CA de colo de útero. A colposcopia pode ou não ser realizada, mas ela não faz parte do rastreamento. Quando a citologia e a microflora tem indicação, aí fazemos a colposcopia. A forma latente só é descoberta pela biologia molecular. A técnica mais utilizada é da captura híbrida, que diz o subtipo de HPV. Os subtipos de alto risco estão relacionados com o câncer de colo de útero são, principalmente, 16 e 18. O diagnóstico do câncer de colo de útero é feito por três exames (tripé): citologia e microflora (Papanicolau), colposcopia e histopatologia. O histopatológico é o padrão-ouro. Uma paciente que chega no consultório com um exame de citologia e microflora indicando lesão de alto grau não pode afirmar que é uma lesão pré- cancerígena. Tem que encaminhar a paciente para fazer a colposcopia. O objetivo da colposcopia é “olhar o colo” e mostrar o local da biopsia. É como fosse uma lente de aumento microscópica (aumenta a visão do colo de 3 a 4x). A biopsia retirada desse exame de colposcopia é levada ao anatomopatológico que fecha a suspeita diagnóstica. Já que o anatomopatológico é o padrão-ouro, por que não se faz logo? Pois não se sabe onde biopsiar sem a colposcopia, nem se sabe se ela tem necessidade de biópsia sem a citologia e a microflora. Todas as etapas são necessárias para o diagnóstico, por isso é um tripé. A citologia e a microflora é um exame barato (precisa apenas de espátula de ayre, escovinha citológica, lamínula e solução de Hoffman). Pode ser feito por profissionais não médicos. A técnica é a coleta do material, inicialmente, da ectocérvice com a espátula de ayre (rodando 360º) e, posteriormente, com a escovinha citológica em que se colhe material da endocérvice (rodando 180º). O epitélio que recobre a endocérvice é granular ou colunar e ele é friável, podendo gerar sangramento ao passar a escovinha. A colposcopia é realizada por uma aparelhagem cara e nem todo o ginecologista é apto a realizar o exame. Para que se realize esse exame, o ginecologista tem que fazer um curso de especialização médica, com duração de 2 anos. A imagem acima mostra um colposcópio com as oculares. Os modelos mais atuais têm câmera com uma televisão, que transmite as imagens (dessa forma a paciente pode ir acompanhando o exame). Possui uma luz branca e a luz verde. A luz verde deixa que vejamos os vasos sanguíneos. Quando os vasos sanguíneos se demonstram tortuosos e irregulares (atipia vascular) é sugestivo de malignidade. Os vasos tortuosos podem estar longe do OE ou perto do OE. A técnica da colposcopia é feita na observação da genitália interna com o espéculo, por isso, inicialmente há a escolha do espéculo (modelo 1, 2 e 3). Há três passos na colposcopia: o passo com soro fisiológico, o exame do ácido acético e o teste de Schiller. Antes de iniciar o exame do ácido acético limpamos o colo doútero com uma gaze e retira o excesso de secreção e muco. Depois limpa a região com soro fisiológico, que junto com a luz verde auxilia na visualização dos vasos. Depois de analisar a vascularização, trocamos para a luz branca e fazemos o teste do ácido acético. *As células imaturas, com alto potencial mitótico, possuem maior quantidade proteínas. O ácido acético coagula as proteínas das células e é aplicado com uma gaze no colo do útero. Esse procedimento arde um pouco, por isso, a paciente deve ser avisada na hora da aplicação. O ácido acético utilizado é o de 3 a 5%. Quando há uma quantidade maior de células imaturas em relação as células maduras, o teste do ácido acético pelo o colposcópio forma a imagem do epitélio aceto branco (imagem que faz parte da zona de transformação anormal da colposcopia). Se não há predominância de células imaturas, não vai ter a coagulação das proteínas, não vai ter o epitélio aceto branco no colposcópio. Depois faz o teste de Schiller, que pode ser feito com a colposcopia, quanto sem a colposcopia. O epitélio da ectocérvice é pavimentoso e estratificado formado por 5 camadas de células de dickeman (superficiais, intermediárias, parabasais, basais e profundas). As superficiais e intermediárias são células maduras e que não tem risco mitótico e são ricas em glicogênio. Quando joga o lugol (solução com água destilada, iodeto de potássio e iodo) vai ter uma reação com o glicogênio e gera a coloração marrom escuro, como na imagem à direita. As células parabasais, basais e profundas são células imaturas e pobres em glicogênio, então não reagem com o lugol e se mantem da mesma cor anterior. O epitélio colunar é aquele que recobre a endocérvice e não tem glicogênio, por isso, não se cora com o iodo do lugol. Nomenclaturas citopatológicas e histopatológicas: são uma forma de auxiliar os profissionais de saúde. A nomenclatura auxilia a comunicação entre os profissionais e organizar qual a conduta em cada situação. A classificação citológica de Papanicolau não foi muito utilizada pois ela apenas define se é câncer ou não e não define sobre as lesões pré-malignas. Não definia sobre as lesões pré-malignas de alto ou baixo grau. A classificação histológica da OMS veio depois para complementar. Entretanto, o termo de displasia não foi bem aceitável pelas pacientes. Daí veio a classificação histológica de Richart que classificou a da OMS em NICs (Neoplasia Intraepitelial Cervical) e em graus. Em 2001, em Bethesda, as nomenclaturas se tornaram as definitivas e são utilizadas até hoje pela Classificação Citológica Brasileira. -Alterações benignas (Papanicolau normal); -Atipias de significado indeterminado (dividido em células escamosas e glandulares); -Lesão Intraepitelial de Baixo Grau (LSIL); -Lesão Intraepitelial de Alto Grau (HSIL); -Adenocarcinoma in situ (AIS); -Carcinoma invasor. Condutas frente aos laudos citopatológicos: O rastreamento de câncer de colo de útero só começa após 25 anos. Só depende da idade os casos de lesão de baixo grau, em que 80 a 90% regridem em pacientes jovens, e em casos de ASC-US. Todos os outros resultados a paciente vai ser encaminhada para a colposcopia. O objetivo da cobertura é atingir a população alvo, que compreende mulheres de vida sexual ativa de 25 anos até 64 anos de idade. O grande problema do rastreamento no nosso país é que ele tem padrão oportunístico e, por isso, nem sempre consegue abranger a população alvo, as que mais tem câncer de colo de útero. O padrão oportunista é quando a paciente chega na ginecologista e a médica “aproveita” e colhe o preventivo. O rastreamento organizado em outros países gera um índice de CA muito baixo. Pacientes jovens que possuem lesões de alto grau, o tratamento pode levar a estenose cervical e comprometimento obstétrico futuro. Por isso, em algumas situações é melhor esperar, pois as lesões regridem nessas pacientes, não sendo necessário tratamento. Segundo o Ministério da Saúde, o preventivo deve ser feito a cada 3 anos, após 2 ou 3 exames anuais consecutivos negativos. A gestante deve fazer o preventivo durante o pré-natal e isso não traz nenhum problema para o feto. Existem situações especiais como em gestantes (em algumas delas, a ectocérvice se expõe e, por isso, pode não precisar usar a escovinha), mulheres na pré- menopausa (podem fazer preventivo, contanto que elas sejam estrogenizadas por 14 dias antes – o hipoestrogenismo pode gerar falsos positivos para lesões de alto grau), histerectomizadas (histerectomizadas totalmente sem causa maligna não precisam fazer preventivo, mas se foi uma histerectomia parcial ou se foi uma histerectomia por motivo de câncer continua fazendo o preventivo), mulheres sem história de atividade sexual (não tem necessidade de fazer preventivo) e imunossuprimidas (HIV +, uso de corticoides ou história de câncer não seguem esse padrão de periodicidade, deve fazer anualmente, tem que fazer maior rastreio). *Quando faz a histerectomia total gera uma cicatriz entre a parede anterior e posterior da vagina chamada de trancha ou cúpula vaginal. É daí que colhe a secreção para o preventivo com a espátula de ayre. *As pacientes HIV+ com CD4 <200 deve fazer o preventivo de 6/6 meses. E CD4 >200 deve fazer preventivo anualmente. A imagem da colposcopia que faz pensar em uma zona de transformação normal é aquela com: orifícios glandulares, cistos de Naboth, ilhotas de ectopia e linguetas de reepitelização. A imagem abaixo mostra o epitélio pavimentoso estratificado da ectocérvice e o epitélio glandular da endocérvice. Quando o epitélio glandular vai para fora e começa a ocupar o local do epitélio pavimentoso estratificado, o epitélio estratificado reage cobrindo o epitélio colunar. Ele tampa o epitélio colunar que invadiu o espaço – isso é a metaplasia. Quando o epitélio da ectocérvice passa por cima das células colunares ele pode deixar alguns orifícios glandulares que possibilitam que as células colunares sejam vistas no colposcópio (quando estão em grande quantidade são as ilhotas de ectopia). Quando o epitélio da ectocérvice passa por cima do epitélio glandular e ele começa a secretar forma os cistos ou ovos de Naboth. Imagem anterior é com o uso de ácido acético em que há a presença de orifícios glandulares (mais rosinha, em que o epitélio pavimentoso não passou por cima) e ilhotas de ectopia (vários orifícios glandulares juntos). A imagem acima mostra o cisto ou ovo de Naboth e orifícios glandulares (área de metaplasia). Descrição da colposcopia: zona de transformação normal com ilhotas de ectopia, orifícios glandulares e cisto de Naboth. Quando há uma zona de transformação anormal, a imagem colposcópica mostra: mosaico, pontilhado, aceto branco, zona iodo negativa muda e vasos atípicos. O mosaico e o pontilhado é a maneira como os vasos sanguíneos chegam à superfície do colo do útero. As células basais, parabasais e profundas são altamente vascularizadas. Quando os vasos sanguíneos saem lá de baixo chegam na superfície, eles podem chegar de forma perpendicular (dando origem aos pontilhados) quanto paralelamente (dando origem aos mosaicos). A imagem acima mostra o epitélio aceto branco que faz parte da zona de transição anormal da colposcopia. Na imagem também pode-se ver os pontilhados e mosaico. No teste de Schiller, imagem do meio, a área que não cora é exatamente aquela do epitélio aceto branco (exame de Schiller positivo), que podemos ver na primeira imagem com o exame do ácido acético. A biopsia vai ser feita na região do aceto branco e onde o teste de Schiller foi positivo. Na imagem anterior existe grande presença demosaico. Podemos dizer que há o aceto branco também. Quanto maior a associação de imagens anormais, pior o prognóstico da lesão. A biologia molecular pode usar os métodos de captura híbrida ou hibiridização (mais barato) e do PCR. A captura híbrida nos mostra o subtipo de HPV: • Grupo A (baixo risco) = 6, 11, 42, 43, 44; • Grupo B (alto risco) = 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 58, 59 e 68. *O 31, 33 e 35 estão mais relacionados com o câncer de vulva. Os subtipos 16 e 18 são os mais relacionados com o câncer de colo de útero. O tratamento vai depender do tipo histopatológico da lesão. Só vamos fazer os tratamentos quando tiver o resultado da biopsia. Não pode ser apenas com o resultado da citologia e microflora e colposcopia. A cauterização pode ser feita com o bisturi quente ou pode ser a cauterização química, que é feita ácido tricloroacético 80% ou podofilina. A cauterização química é feita bastante em casos de condilomas acuminados. A paciente gestante não pode fazer a podofilina, já que é uma substância teratogênica. Tem que usar o ATA 80%. A cauterização com o bisturi quente deve ser feita nas lesões de baixo grau. Como 80 a 90% das lesões regridem não precisa ser um tratamento mais intenso. Algumas mulheres não querem passar anos com essas lesões, por isso, pode se lançar mão desse tratamento. A cauterização química com o ATA também pode ser utilizada para o tratamento de lesões de baixo grau. Para a mucosa preferimos utilizar o ATA e para a pele é melhor utilizar a podofilina. O LEEP ou cirurgia de alta frequência (CAF) é um procedimento cirúrgico, que pode ser feito em consultório e, em lesões pequenas, sem anestesia. Lesões grandes usa anestesia. É utilizado em lesões de alto grau, em que retiramos a lesão e mandamos novamente para o anatomopatológico (o resultado confirma o tipo de lesão e se as margens estão comprometidas). O LEEP ou CAF possuem vantagem em relação ao bisturi quente, pois quando passamos o bisturi queimamos a lesão e necrosamos o tecido, dessa forma, não podemos levar o material para o anatomopatológico. A conização é um LEEP mais profundo e é um procedimento cirúrgico em que a paciente precisa ser internada, sedada e tem que ser feito em centro cirúrgico. São em casos de lesões muito profundas, que atingem muitas camadas do colo, e que não tem como tirar com a pinça de corte do CAF. A conização é feita em casos de carcinoma in situ. A cirurgia de grande porte é feita para o carcinoma invasivo. A principal é a de Wertheim-Meigs, em que retira útero, trompas, ovários e linfonodos (cirurgia radical). LEMBRETE: LEEP ou CAF = lesões de alto grau; Conização = carcinoma in situ; Cirurgias de grande porte = carcinoma invasivo. A prevenção pode ser feita com o rastreamento periódico, sexo seguro (uso de preservativo) e a vacina. A vacina para o HPV é oferecida pelo SUS para meninas de 9-14 anos e para meninos. São duas doses, que são aplicadas no intervalo de 6 e 12 meses. Atualmente, existem três tipos de vacinas para o HPV: a quadrivalente (contra os subtipos 6, 11, 16 e 18), a bivalente (16 e 18) e nonavalente (6, 11, 16, 18, 31, 33, 45, 52 e 58). A nonavalente ainda não é usada ainda no Brasil. Carcinoma do endométrio: Câncer de corpo de útero. Tem aumentado muito sua incidência nos últimos anos já que a expectativa de vida está aumentando. É um CA de idades mais avançadas. Mulheres no climatério (50 a 59 anos). Os principais fatores de risco são a obesidade, a HAS e o diabetes. O vilão dessa patologia é o estrogênio, que gera a proliferação exagerada de células endometriais sem a oposição da progesterona, levando as lesões pré- malignas, hiperplasia, e podem evoluir ou não para o carcinoma de endométrio. Estrogênio-dependente → endométrio no estado proliferativo persistente → hiperplasia endometrial (que pode ser glândulas simples ou complexa com atipia ou sem atipia). Quando chega no resultado histopatológico a hiperplasia glandular com atipia, a chance de evolução para o carcinoma de endométrio é grande. Quando há hiperplasia glandular simples sem atipia o tratamento pode ser apenas a progesterona, que descama o endométrio proliferado. Sem necessidade de histerectomia. Quando chega na hiperplasia glandular com atipia e carcinoma de endométrio o tratamento é radical cirúrgico: histerectomia. *Hiperplasia glandular simples → hiperplasia glandular complexa → hiperplasia glandular com atipia → carcinoma do endométrio. O principal sinal é o sangramento pós-menopausa (89% dos casos). Podem ter outros sintomas, como corrimento, mas não é comum. O diagnóstico é feito com a biopsia de endométrio, que pode ser feita pela curetagem uterina ou pela histeroscopia. A curetagem uterina é diagnóstica e terapêutica, leva o material para o anatomopatológico e reduz o sangramento e proliferação endometrial. O grande problema dessa “raspagem” é que ela é feita às cegas, por isso, pode ter falsos negativos. Se a curetagem pode trazer falsos negativos, por que não faço logo a histeroscopia? Porque a histeroscopia não pode ser feita com sangramento, já que não traz visibilidade, tem que tratar primeiro com a curetagem. Já deixa agendado depois da curetagem a videohisteroscopia (que mostra o local da biopsia, é dirigida). A USG pode auxiliar na suspeita, já que mostra o espessamento do endométrio. Quando a paciente climatérica não faz tratamento hormonal, o seu endométrio deve estar bem fino (cerca de 4mm), mas quando tem carcinoma ele pode dobrar de tamanho. Em casos de espessamento do endométrio nessas condições DEVE fazer biopsia! A imagem é sugestiva de carcinoma de endométrio e possui aspecto cerebróide.