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FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA, CADEIAS E TEIAS ALIMENTARES 1. CONTEXTUALIZANDO: Proteger o meio ambiente tem sido uma preocupação mundial. Afinal, o com portamento humano inconsciente pode trazer prejuízos consideráveis à saúde e ao ambiente. O comportamento humano inconsciente pode trazer prejuízos consideráveis à saúde e ao ambiente, pois está associado ao desaparecimento de diferentes espécies de abelhas em todo mundo, prejudicando a polinização de 70% das espécies vegetais, além de estar li gado à morte e a alterações no senso de direção de aves migratórias. Por exemplo, pardais-de-coroa-branca, durante migração d o sul dos EUA e de parte do México para o Canadá, alimentaram- se de milho tratado com organofosforados. Isso causou perda das reservas de gordura e da massa corporal, ocasionando comprometimento físico, que prejudicou o voo dessas aves, e provocando atrasos de migração, direção migratória inadequada, maior risco de mortalidade e menor chance de reprodução. 2. FUNDAMENTOS DA ECOLOGIA: 2.1. HISTÓRICO: Os primeiros passos da ecologia na história têm base em relatos gregos, a partir de Teofrasto, discípulo de Aristóteles, que iniciou as primeiras descrições sobre as r elações d os organismos vivos entre si e com o ambiente. As bases fundamentais d a ecologia moderna foram iniciadas a partir dos primeiros trabalhos descritos por fisiologistas sobre a estrutura de plantas e animais. > SÉCULO XIX: - Acontecimento 1: No início do século XIX, Thomas Malthus (1766 -1834) chamou a atenção da comunidade científica para o conflito entre as populações em expansão e a capacidade da T erra de fornece r alimento a elas. Malthus verificou que o crescimento populacional entre 1 785 e 1790 havia dobrado em função do aumento da produção de alimento s, de melhores condições sanitárias e do aperfeiçoamento no combate às doenças causadas pela Revolução Industrial. Em 1798, ele publicou a obra " An Essayon the Principle of Population", na qual alertava que a população contemporânea à época crescia em escala geométrica, ao passo que a produção de alimentos crescia em escala aritmética, podendo causar escassez e fome. Assim, ele propunha que o crescimento populacional humano deveria ser controlado. - Acontecimento 2: Raymond Pear l (1879-1940), Alfred James Lotka (1880 -1949) e Vito Volterra (1 860-1940) desenvolveram as bases matemáticas a se rem utilizadas no estudo das populações, que auxiliaram na compreensão das interações entre predadores e presas, das relações competitivas entre as diferente s espécies e do controle populacional feito pela natureza. - Acontecimento 3: O estudo da influência do comportamento instintivo e agressivo sobre a dinâmica das populações foi incentivado pelo reconhecimento da existência e a aceitação da territorialidade pelos pássaros em 1920. Konrad Lorenz (1 903- 19 89) e Nikolaas Tinbergen (1907-1988) criaram os conceitos de comportamento instintivo e agressivo através d o estudo de pássaros, ao passo que Vero Copner Wynne-Edward s (1906-1977) estudou o papel do comportamento social no controle das populações em seu livro "Animal Dispersion in Relation to Social Behavior", de 1962. > SÉCULO XIX: - Acontecimento 4: Durante o início e meados do século XX, dois grupos botânicos – um europeu e outro americano – estudaram comunidades vegetais. Os cientistas europeus estudaram a composição, a estrutura e a distribuição das comunidades vegetais, ao passo que os americanos estudaram o desenvolvimento e a sucessão de determinadas comunidades vegetais. - Acontecimento 5: Em 1920 , o biólogo August Thienemann (18 82-1960) introduziu o conceito de níveis tróficos, no qual a energia dos alimentos é transferida a partir dos produtores (plantas verdes) aos diferentes tipos e níveis de consumidores (animais). - Acontecimento 6: Em 1927, Char les Sutherland Elton ( 1900-1991) publicou os conceitos de nichos ecológicos e pirâmides de números no livro "Animal Ecology". - Acontecimento 7: Na década de 1930, Edward Asahel Birge (1 851 -1950) e Chance y Juday (1871-1944) desenvolveram o conceito da produção primária ou proporção, na qual a energia é gerada por meio da fotossíntese. - Acontecimento 8: Em 1942, Raymond Laurel Lindeman (1915 -1942) criou o conceito trófico- dinâmico de ecologia, que detalha como é distribuído o fluxo da energia por meio do ecossistema. Assim, a ecologia moderna passou a se concentrar no conceito de ecossistema, composto por organismos integrados (biótico) e que envolve todos os aspectos do ambiente (abiótico) em qualquer área específica. Os ecossistemas possuem inter-relações estruturadas entre solo, água, nutrientes, produtores, consumidores e decomponentes. Eles funcionam graças à manutenção do fluxo d e energia e ciclagem de materiais em processos e relações energéticas, chamada cadeia alimentar. Com o passar do tempo, os ecossistemas tendem à estabilidade, passando de um estado menos complexo par a um mais complexo, chamado de sucessão. A principal unidade funcional do ecossistema é sua população, que ocupa um determinado nicho funcional, associada a um determinado papel no fluxo de energia e ciclagem de nutrientes. 2.2. ECOLOGIA: A palavra ecologia vem do prefixo grego oikos, que significa “casa”, e do sufixo logo s, que significa “ estudo”. Assim, a ecologia corresponde ao estudo da casa ou d o ambiente e d as inter-relações dos organismos vivos no meio físico. A ecologia é considerada uma das ciências mais complexas e amplas, pois, ao compreender o funcionamento da natureza, ela estuda diferentes campos da ciência, como evolução, genética, citologia, anatomia e fisiologia. A ecologia é uma ciência voltada para a natureza, com a função de investigar as relações entre o s seres vivos e o ambiente, abordando onde e como estes seres vivem e o que os faz viver em um determinado local. A ecologia possibilita compreender como certa s espécies são capazes de influenciar uma determinada população e os impactos desta sobre o ambiente. Em função de seu nível de organização, autoecologia pode ser subdividida em autoecologia e sinecologia. Autoecologia corresponde ao estudo de uma determinada espécie, seu comportamento e os mecanismos adaptativos que garantem a sobrevivência dela em determinado ambiente . Realiza-se, na sinecologia, a análise do s diferentes grupos de organismos que interagem entre si e também com o ambiente em que se encontram e vivem. A ecologia é uma ciência que se preocupa em estudar biologias vegeta l e animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento animal, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química e matemática. Esta ciência se desenvolveu ao longo do estudo das plantas e do s animais, sendo que a ecologia vegetal se preocupa em estudar as r elações entre as plantas e o seu ambiente. Já a ecologia animal foca a dinâmica, a distribuição e o comportamento da s populações animais e suas inter-relações com o ambiente. Tanto a ecologia vegetal quanto a animal podem ser avaliadas a partir do estudo das inter-relações entre um animal ou vegetal e seu ambiente (autoecologia) ou pelo estudo de comunidades (sinecologia). - Autoecologia: a autoecologia, ou estudo clássico da ecologia, é experimenta l e indutiva, uma vez que está interessada n o relacionamentode um animal ou vegetal com uma ou mais variáveis. Além disso, a autoecologia contribui com dois importantes conceitos. O primeiro consiste na constância da interação entre um animal ou vegetal e se u ambiente, o segundo, na adaptabilidade genética das populações animais ou vegetais às condições ambientais em que vivem - Sinecologia: a sinecologia tem caráter filosófico dedutivo e descritivo , sendo constituída por conceitos que estão ligados ao ciclo dos nutrientes, das reservas energéticas e da formação e d o desenvolvimento de ecossistemas. A sinecologia pode ser subdividida de acordo com o tipo de ambiente , ou seja, como terrestre ou aquático. - Ecologia terrestre: a ecologia terrestre pode ser subdividida de acordo com o foco da análise dentro do estudo de florestas e desertos, abrangendo aspectos como microclimas, ciclos hidrológicos, química e fauna dos solos, eco genética e produtividade. Vale destacar que os ecossistemas terrestres são influenciados por animais e vegetais e estão sujeitos a flutuações ambientais, enquanto os ecossistemas aquáticos são m ais afetados p elas condições da água , de correntes e da composição química. - Ecologia aquática: a ecologia aquática, ou limnologia, propõe-se a estudar a ecologia de cursos d’água, águas correntes e lagos. Já a ecologia marinha foca o estudo da vida em mar aberto e estários. - Geografia ecológica animal e vegetal: a geografia ecológica animal e vegetal é o estudo da distribuição geográfica das planta s e dos animais. - Ecologia populacional: a ecologia populacional se preocupa em estudar o crescimento populacional, a mortalidade, a natalidade, a competição e a relação predador-presa. - Ecologia genética: a ecologia genética tem como foco o estudo de genética, ecologia das r aças e espécies. - Ecologia comportamental: a ecologia comportamental aborda as relações comportamentais entre o s animais e o ambiente, e as interações que afetam a dinâmica das populações animais. - Ecoclimatologia: a ecoclimatologia tem como foco as interações entre o ambiente físico e os animais e vegetais. - Ecologia dos sistemas e ecologia aplicada: a ecologia dos sistemas an alisa a estrutura e a função dos ecossistemas, utilizando a matemática aplicada e os seus modelos. A análise de dados e resultados incentivou o desenvolvimento da ecologia aplicada, que estuda a aplicação dos princípios ecológicos no manejo dos recursos naturais na produção agrícola e na poluição ambiental. 2.3. NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO NA ECOLOGIA A ecologia tem como base níveis hierárquicos de organização que vão desde os sistemas mais simples até os m ais com plexos. Essa hierarquia d e organização é definida a partir do s conceitos de população, comunidade, ecossistema e biosfera. - População: corresponde ao conjuntos de organismos de uma mesma espécie que vivem junto s em uma determinada área e que apresentam maiores probabilidades de se reproduzirem entre si, em vez d e se reproduzirem com indivíduos de outras populações. - Comunidade: corresponde ao conjunto de populações de uma determinada região ou área geográfica. - Ecossistema: corresponde ao conjunto formado pela comunidade e os fatores abi óticos. - Biosfera: corresponde ao conjunto formado por todos os se res vivos do planeta e suas relações em geral. Outro fator importante na ecologia é o estudo do habitat e o papel de certa espécie em determinada comunidade, e d e como os indivíduos d e um a população específica se comportam e m comunidade. > AMBIENTE ABIÓTICO X AMBI ENTE BIÓTICO: O ambiente onde os organismos vivem é constituído por um ambiente abiótico e um ambiente biótico. Veja a diferença entre esses componentes! - Ambiente abiótico: O ambiente abiótico ou físico é formado por fatores estáveis ( como geomorfologia, geologia, pedologia, topografia) que levam à formação dos m ais distintos relevo s e paisagens e fator es variáveis, como o clima e a disponibilidade de nutrientes; ou seja, é formado pelo ambiente físico propriamente dito e o clima, que são estudado s pela geomorfologia e pela climatologia. A geomorfologia foca o s fatores que compõem a for mação d as diferentes formas de relevo e paisagens em suas resistências e fragilidades. Assim, a geologia oferece a s características dos diversos tipos d e rochas; a pedologia, as características dos diversos tipos de solos; e a topografia, as diversas altitudes de cada paisagem. A climatologia estuda o que é relacionado aos diferente s tipo s de micro, meso e macroclimas existentes no planeta Terra. - Ambiente biótico: O ambiente biótico é aquele que envolve as interações entre os organismos, em que sã o incluídos aspectos de competição, predação , herbivoria, reprodução e dispersão, também denominadas interações intraespecíficas e interespecíficas, que levam à formação do padrão de distribuição d as diferentes espécies, sua abundância ou paucidade. A espécie humana, embora não seja a mais abundante, é a que mais interfere na manutenção dos ambientes biótico e abiótico. Em outras palavras, o ambiente biótico envolve as interações entre os organismos em que estão incluídas as ações antrópicas ( alterações provocadas pelo homem no ambiente) causadas pelas modificações na biodiversidade animal, vegetal e mineral. > INTERAÇÕES ENTRE OS A MBIENTES ABIÓTICO E BIÓTICO: Tanto os fatores bióticos quanto os a bióticos afeta m a distribuição e a sobrevivência dos seres vivos; em dado momento, favorecem uma determinada espécie e, em outro, podem desfavorecê-la. As interações abióticas também interferem no componente biótico, em virtude da alteração de fatores como geologia, topografia, disposição e estrutura dos solos e clima, conforme você pode observar na figura a seguir: > CONTRIBUIÇÃO DA GEOLOGIA E DA PEDOLOGIA PARA OS SERES VIVOS: Os compostos inorgânicos do solo são formado s a partir do intemperismo das rochas (decomposição por processos físicos sem alteração d as propriedades químicas) . As grandes variações das temperaturas proporcionam a quebra das rochas em pedaços menores, o que facilita a ação da água. As rochas também podem sofrer ação do intemperismo químico. Isso acontece quando o dióxido de carbono, ao ser dissolvido pelas águas da chuva, forma um meio ácido que reage com as rochas – como o calcário, resultando em carbonato de cálcio, ou com o feldspato d e rochas ígneas, formando argila e carbonato de potássio. O carbonato de potássio, o se acumular na matéria orgânica, p ode ser utilizado pelas plantas. As rochas ígneas são formadas a partir do resfriamento do magma derretido ou parcialmente derretido, com ou se m cristalização, abaixo ou próximo à superfície. O m agma é produzi do a partir do derretimento parcial de rochas existentes na crosta terrestre. Outros m inerais também podem ser produzidos através d o intemperismo físico, como ferro, magnésio e alumínio. Também contribuem para a formação dos solos o processo de erosão (desgaste, transporte e sedimentação do solo, substratos e rochas pela ação da água, ventos e seres vivos) e o processo de sedimentação ( desgaste das rocha s e do solo a partir de agentes externos, que levam à formação das rochas sedimentares). > CONTRIBUIÇÃO DA TOPOGRAFIA PARA OS SERES VIVOS: A altitudee a forma do relevo têm papel muito importante na distribuição e na abundância dos organismos, uma vez que a temperatura diminui com o aumento da altitude, selecionando as espécies capazes de sobreviver nesse ambiente. A presença de escarpas ( forma de relevo em transição entre diferentes províncias geográficas, que envolve uma elevação aguda superior a 49 º que forma um penhasco ou encosta íngreme) requer, das espécies animais e vegetais, habilidades específicas para viver nesse ambiente , além da disponibilidade de água local. A topografia dos oceanos, mares, rios e lagos é importante para os organismos aquáticos, pois a luz solar vermelha pode ser absorvida por até 30 metros, ao passo que a luz verde e a luz azul penetram por até 140 metros, onde se encontram algas verdes. Nos oceanos e mares, a camada superficial da coluna de água (zona fótica) é iluminada pela luz solar , que pode atingir até 100 metros de profundidade e, em águas tropicais, pode chegar a até 600 metros. A zona fótica é funda mental, pois lá o corre a produção primária através da fotossíntese realizada pelo fitoplâncton ou por vegetais bentônicos ( vivem no substrato dos fundos dos cursos de água, lagos, rios, mares e oceanos) em áreas nas quais a luz atinge o fundo do ecossistema aquático. Na zona fótica, há uma alta concentração da quantidade de vida nos oceanos e mares; tal zona pode ser subdividida em camadas eufótica e distrófica. - Zona eufótica: na zona eufótica, localizada próxima à superfície, a intensidade de luz é maior e suficiente para a produção primária de energia por fotossíntese realizada pelo fitoplâncton, responsável por 90% da produção. - Zona diastrófica: na zona diastrófica, que apresenta pouca iluminação, é possível encontrar fitoplâncton , assim como peixes e seres invertebrados. - Zona afótica: abaixo da zona diastrófica, está a zona afótica , na qual a luz solar não é detectada e, por isso , há a seleção de seres vivos com habilidade de sobreviver nesse ambiente. > CONTRIBUIÇÃO DA LATITUDE PARA OS SERES VIVOS: O Sol é a principal fonte de luz e de calor para a Terra, e o comprimento os dias e a intensidade luminosa diária são fatores decisivos para a sobrevivência dos seres vivos em determinados locais. A rotação da Terra em torno do seu eixo cria o dia e a noite. Já a inclinação do seu eixo, juntamente com a translação, faz parte do fato de o nosso planeta se volta r para o Sol ao longo do ano, criando as estações. Na linha do Equador, em função da rotação e da translação a Terra em seu eixo, os comprimentos do dia e da noite são praticamente idênticos. Contudo, nas altas latitudes e nos polos da Terra, isso pode levar ao surgimento de d ias e de noites com 24 horas no verão e inverno, respectivamente. Nas latitudes médias, localizadas próximas aos trópicos, os dias se tornam m ais longos no verão e mais curtos no inverno. > CONTRIBUIÇÃO DO CLIMA E DAS CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS PARA OS SERES VIVOS: Em diferentes condições topo gráficas, de relevo e de latitude, são encontrados climas com variações anuais (estações do ano) que influenciam os ciclos abióticos e bióticos, como a fenologia (estudo dos fenômenos periódicos dos se res vivo s e suas relações com as condições ambientais, tais como migração das aves, floração e frutificação) e ritmos circadianos ( período de 24 horas no qual se baseia o ciclo biológico dos seres vivos, influenciado pela quantidade de luz, temperatura, marés e vento s entre o dia e a noite). As variações nas estações do ano são observadas, com maior facilidade, nos seguintes casos: - Nos animais, que apresentam mudanças do comportamento (hibernação e migração); - Nas plantas que apresentam características fenológicas (senescência, floração e brotamento) > DISTRIBUIÇÃO DAS PRECIPITAÇÕES PLUVIOMÉTRICAS: A distribuição do regime de chuvas é importante não apenas para a existência de determinados tipos taxonômicos, constituindo a formação de territórios similares e territórios antagônicos, mas também para a distribuição de alguns grupo s de seres vivos que necessitam de grande quantidade de água para sobreviver. A distribuição da s precipitações pluviométricas é um condicionante climático e m que as atividades pluviométricas são determinadas através do ambiente climático. - Na zona equatorial, as precipitações pluviométrica s podem ser abundantes e apresentar quantidades moderadas, médias e altas. - As zonas subtropicais e áreas circunvizinhas aos polos são relativamente secas. - As zonas litorâneas ocidentais nos sub trópicos tendem a ser secas; já as litorâneas orientais, úmidas. - Nas altas latitudes , as costas ocidentais são mais úmidas que as orientais. - Nas vertentes a barlavento (lado em que sopra o vento) das montanhas, as atividades pluviométricas são abundantes, mas nos lados dos ventos (lado oposto de onde sopra o vento) são esparsas. - As áreas próximas dos grandes corpos hídricos recebem mais precipitação que o interior dos continentes, que se localizam distantes das fontes oceânicas e do suprimento de umidade. > CONTRIBUIÇÃO DAS CATÁSTROFES PARA OS SERES VIVOS: Existem diversos fenômenos naturais gerados pela movimentação da terra, do ar ou da água e que são capazes de interferir na estrutura essencial para a vida. Eles são chamados de desastres naturais, como incêndios, deslizamentos, erupções vulcânicas, terre motos e furacões, e são capazes de modificar os ambientes biótico e abiótico, alterando a capacidade de adaptação da s espécies animais e vegetais em determinados locais. Os desastres naturais são classificados em tempestades, terremotos, maremotos, furações, ciclones e tufões, secas, erupções vulcânicas e inundações. Confira, a seguir, a definição de cada um desses fenômenos. - Tempestades são constituídas por chuvas intensas de granizo, neve, areia ou raios e podem ser destrutivas conforme a quantidade precipitada e a força, podendo levar a deslizamento de terras e de gelo e a quedas de árvores. - Terremotos são chamados de abalos sísmicos e representam fenômenos de vibração brusca e passageira da superfície da Terra. São provocados pela movimentação das placas tectônicas, pela atividade vulcânica e pelos deslocamentos de gases no interior da Terra. - Maremotos são os terremotos que acontecem no interior dos mares, provocando grandes deslocamentos de água. - Furacões, ciclones e tufões são fenômenos causados pelo deslocamento abrupto de grandes massas de ar, que, dependendo da força, podem destruir um ecossistema. - A seca intensa das últimas décadas é uma consequência do aquecimento global, gerando a expansão do processo de desertificação de diversas áreas. - Erupções vulcânicas levam à expulsão de lava pelos vulcões e têm a capacidade de destruir as comunidades, a flora e a fauna. - Inundações e enchentes são fenômenos da natureza que podem ser intensificados pela ação humana . São causadas pelo aumento de quantidade das chuvas e provocam desabamentos que podem alterar determinado ecossistema. O Brasil, por sua localização e pela distância que se encontra das divisões das placa s tectônicas, não é alvo de muitas ocorrências naturais, porém sua topografia faz com que sejam comuns problemas causados por situações extremas de chuvas e de secas.> CONTRIBUIÇÃO DA AÇÃO ANTRÓPICA PARA OS SERES VIVOS E O AMBIENTE: Os fato res antrópicos são decorrentes da ação do homem sobre o ambiente, podendo ser causados por construções de cidades, barragens e dique s; assoreamento de corpos d’água; mudança do curso de rios; exploração do subsolo; e alteração dos componentes do solo, da água e da atmosfera. Ao formar n ovos ambientes urbanos, o homem modifica a biodiversidade local; a cobertura vegetal natural; a composição química do solo e subsolo; os curso s e a composição da água; além de promover a introdução de espécies exóticas. Barragem hidrelétrica, um dos fatores an trópicos. O homem, ao realizar esses feitos por onde passa, deixa marcas conhecidas como pegadas ecológicas, modificações na natureza ou impactos ambientais. Conforme o tamanho do aglomerado urbano, os e feitos podem se r individuais (microescala) ou regionais (macroescala). Em ambientes urbanos com me nos de 20 mil habitantes, os efeitos ambientais são locais. Naqueles com milhões de habitantes, são regionais. Contudo existem casos de ações individuais com cap a cidade de causar danos regionais, como a poluição marinha derivada do derramamento de óleo n o mar em função do vazamento de petróleo de navios ou plataformas e do lançamento no m ar de água utilizada na lavagem de tanques (reservatórios) de petróleo dos navios petroleiros. O petróleo pode atingir diretamente as aves e os animais marinhos, causando a morte dessas espécies, e pode ficar na superfície da água marinha, impossibilitando a penetração dos raios solares e a fotossíntese por várias espécies de algas. Quando atinge os mangues, o petróleo polui e contamina o ambiente, provocando a morte de várias espécies vegetais e animais. Vazamento de petróleo, exemplo de fator antrópico. O petróleo pode atingir as praias, que se tornam impróprias para os banhistas, afetando o setor turístico da região e trazendo prejuízos econômicos. > SEQUÊNCIA DE ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS: - Organismo: corresponde à forma individual de vida, cujo corpo é constituído por órgãos, organelas ou outras estruturas que interagem fisiologicamente, executando os diferentes processos fisiológicos e bioquímicos necessários à vida. - População: conjunto de indivíduos de uma mesma espécie. - Comunidade: é formada por grupo s populacionais integrados que coexistem e m u m de terminado habitat ou ambiente. - Ecossistema: corresponde ao conjunto de comunidades vivendo em diferentes compartimentos de um m esmo ambiente, partilhando características físicas, químicas e biológicas que influenciam a existência de determinadas espécies animais ou vegetais. O ecossistema pode ser dividido em terrestre e aquático. - Bioma: corresponde ao conjunto d e seres vivos em uma de terminada área ou conjunto de ecossistemas. O Brasil apresenta seis tipos de biomas: 1. A Amazônia ocupa cerca de 50% do país (região Noroeste). 2. O cerrado representa 24% do país (região Centro -Oeste). 3. A Mata Atlântica abrange 13% do país (regiões Sul e Sudeste). 4. A caatinga representa 10% do país (região Nordeste). 5. Os pampas ocupam 2% do país (região Sul). 6. O Pantanal possui a extensão de 2% do país (região Centro -Oeste). 3. CONCEITOS BÁSICOS EM ECOLOGIA : > GLOSSÁRIO ECOLÓGICO: - Biodiversidade ou diversidade biológica: Conjunto de espécies de seres vivos (animais e vegetais) que compõem a vida na Terra ou que estão presentes em determinada região, compondo a diversidade genética e a variedade dos ecossistemas em determinada área ou bioma do planeta . - Biosfera: Toda vida animal ou vegetal. Inclui a vida na superfície da Terra, em rios, lagos, mare s, oceanos e parte da atmosfera. - Biótopo: Área física na qual determinada comunidade vive. - Ciclo biogeoquímico: Processo que envolve a energia e a matéria, que se movimentam pelo ambiente de forma cíclica, fazendo a ciclagem dos nutrientes essenciais à manutenção da vida. -Comunidade ou biocenese: Conjunto de populações de diversas espécies animais e/ou vegetais que habitam uma mesma região em u m determ inado período. - Consumidores: Seres vivos que se alimentam dos seres vivos produtores (consumidores primários) ou d e outros consumidores (consumidores secundários ou terciários). Aqui estão inclusos os detritívoros ou seres vivos que se alimentam de restos orgânicos. - Decompositores: Seres vivos que reciclam a matéria orgânica, decompondo-a e degradando-a até a formação da matéria inorgânica, que é reaproveitada pelos produtores, continuando o ciclo. - Ecossistema ou sistema ecológico: Conjunto formado pelo ambiente físico e pela comunidade que se relaciona com ele. - Ecótono: Região de transição entre duas comunidades ou dois ecossistemas. Na área de transição ou ecótono, encontra-se um grande número de espécies animais e vegetais e, portanto , um grande número de nichos ecológicos. - Equilíbrio ecológico: Interações entre os seres vivos; é mantido através da cadeia alimentar. - Espécie: Conjunto de seres vivos semelhantes estrutural, funcional e bioquimicamente, que se reproduzem de forma natural e originam descendentes férteis. - Habitat: Lugar específico em que uma espécie animal ou vegetal pode ser encontrada dentro do ecossistema. - Nicho ecológico: Papel q ue o organismo animal ou vegetal desempenha no ecossistema. - População: Conjunto de seres vivos de uma mesma espécie que vivem em uma mesma área, em um determinado período. - Produtores: Todos os seres vivos autotróficos clorofilados; estão presentes em todas as cadeias alimentares. Os produtores transformam a energia luminosa em energia química, o ú nico processo de entrada de energia em um ecossistema. - Relações ecológicas: Interações que ocorrem entre os seres vivos dentro dos ecossistemas; podem ser entre indivíduos da mesma espécie ( intraespecífica) ou de espécies diferentes (interespecíficas). As relações ecológicas podem ser benéficas (positivas) ou prejudiciais (negativa s). - Teias alimentares: Várias cadeias alimentares que se relacionam, representando o que ocorre na natureza. 4. CADEIAS ALIMENTARES: > CADEIA ALIMENTAR: CONCEITO E COMPONENTES: A cadeia alimentar pode ser compreendida como as r elações alimentares entre o s seres vivos que constituem uma biota, na qual se realiza o fluxo contínuo de energia e matéria entre eles. Essa cadeia tem seu início com os produtores e termina com os decompositores, que promovem a absorção final de nutrientes e energia entre os seres vivos. No que diz respeito aos se res vivos que compõem a cadeia alimentar, e l es são classificados em produtores, consumidores e decompositores, os quais se encontram em nível trófico distinto. Vamos conhecer melhor esses três componentes? Os produtores são os seres vivos capazes de produzir ou fabricar o seu próprio alimento a partir da realização da fotossíntese e , por isso , são chamados de seres vivos autótrofos. Estes representam o primeiro nível trófico da cadeia alimentar e não têm a necessidade de se alimentar de outros organismos, por exemplo, as plantas e o fitoplâncton. Os consumidores são os seres heterótrofos, ou seja, não produzem o seu próprio alimento e, por isso, necessitam de outros seres para obter a energia necessária para sob reviver . Os consumidores são classificados em: - Primários (herbívoros que se alimentamdos seres produtores); - Secundários (carnívoros que se alimentam dos consumidores primários); -Terciários ( carnívoros de grande porte e outros predadores que se alimentam dos consumidores secundários). Também neste nível trófico estão os detritívoros ou animais que se alimentam de restos orgânicos. Os decompositores são seres vivos que se alimentam d a matéria orgânica em decomposição (obtendo nutrientes e energia), transformando-a e m matéria inorgânica a ser utilizada pelos produtores. A partir disso, ocorre o recomeço do ciclo de energia e matéria orgânica na cadeia alimentar. O nível trófico representa a ordem em que a energia flui em um a determinada cadeia alimentar. As pirâmides ecológicas representam as interações tróficas entre as diferentes espécies em uma comunidade localizada em um determinado ambiente. > CADEIA ALIMENTAR: CLASSIFICAÇÕES: - Cadeia alimentar terrestre: A cadeia alimentar terrestre pode ser demostrada pela figura a seguir, em que as plantas correspondem aos produtores, que são consumidos pelos consumidores primários (insetos), que, por sua vez, são consumidos pelos consumidores secundários (anfíbios). Em seguida, estes sã o consumidos pelos consumidores terciários (répteis). Finalmente estes, pelos consumidores finais (aves de rapina). Depois de mortos, os restos orgânicos de todos estes seres serão utilizados como fonte de energia e para os organismos decompositores que, depois de realizarem o processo d e mineralização (transformação de substâncias orgânicas em inorgânicas), levam ao início de um novo ciclo, no qual as substâncias inorgânicas serão utilizadas pelos consumidores primários (plantas). - Cadeia alimentar aquática: A cadeia alimentar aquática, representada na figura a seguir, demonstra que os produtores (fitoplâncton) são consumidos pelos consumidores primários (zoo plâncton) que, por sua vez, sã o ingeridos pelos consumidores secundários (peixes de pequeno porte). Estes são consumidores pelos consumidores terciários (peixes de médio porte), que finalmente serão ingeridos pelos consumidores quaternários (superordem Selachimorp ha). Todos estes, ao morrerem, serão fonte de energia e matéria para os organismos decompositores presentes no fundo do mar. Depois de realizarem o processo de mineralização (transformação de substâncias orgânicas e m inorgânicas), tem início um novo ciclo. 5. TEIAS ALIMENTARES: Na natureza, alguns seres vivos podem ocupar vários papéis em diversas cadeias alimentares, uma vez que diferentes espécies animais podem buscar um cardápio variado, alimentando-se de diferentes consumidores na cadeia, ou servindo de alimento para outros consumidores na mesma ou em outra cadeia alimentar. Isso leva a um cruzamento de cadeias alimentares chamado teia alimentar. Na teia alimentar, uma mesma espécie animal pode ocupar diferentes papéis, dependendo de qual cadeia está envolvida. A teia representa o que ocorre na natureza, pois demonstra as diversas relações que existem entre os seres vivos. Em uma cadeia alimentar, o fluxo das seta s é unidirecional, ao passo que, na teia alimentar, existem várias setas pelo maior número de interações alimentares e fluxo d e energia entre os organismos envolvidos. Veja a figura a seguir. Nela é possível observar um exemplo de teia alimentar em que os vegetais são o s produtores e são consumidos tanto por herbívoro s quanto por insetos. Os insetos podem ser consumidos pelos roedores e aves, e estes são consumidos por raposas e aves predadoras. Os lobos podem tanto consumir os herbívoros quanto as raposas. Um exemplo de te ia alimentar mais complexa é representado nesta outra figura, a seguir, em que ocorre o fluxo de energia e matéria envolvendo seres vivos aquáticos e terrestres. Os produtores são representados pelo plâncton vegetal, consumido por plâncton anima l, moluscos de água doce e camarões de água doce. O plâncton animal é ingerido por larvas de insetos; as plantas aquáticas, por castores e pássaros; e os moluscos de água doce, por pássaros e peixes. Os besouros são consumidos por rãs e peixes, e os peixes menores são consumidos por peixes maiores, e estes, por ursos e lontras. FLUXO DE ENERGIA, NÍVEIS TRÓFICOS E CICLOS BIOGEOQUÍMICOS 1. FL UXO DE ENERGIA : > TRANSFERÊNCIA DE MATÉRIA E ENER GIA EM UM ECOSSISTEMA: O Sol é considerado a fonte básica de energia para a manutenção d a vida na Terra. As plantas obtêm a energia dele através de reações químicas e a armazenam na forma d e ligações químicas. Os vegetais, por meio da fotossíntese, absorvem energia solar e gás carbônico da atmosfera a través de folhas, raízes, água e sais minerais do solo; então, eles produzem matéria orgânica e liberam gás oxigênio. Por esse motivo, as plantas são denominadas organismos autotróficos. Observe a figura a seguir que sintetiza essa explicação! Os organismos autotróficos podem servir de alimento para algumas espécies animais, uma vez que estes não conseguem produzir o próprio alimento e, por isso, são classificados como organismos heterotróficos. Assim, a matéria e a energia dos organismos autotróficos são transferidas para os seres vivos heterotróficos dentro do ecossistema, > CADEIAS ALIMENTARES: Como já visto anteriormente, a cadeia alimentar representa a s relações alimentares entre os seres vivos que constituem uma biota, em que se realiza o fluxo contínuo de energia e matéria entre eles. Ela sempre se inicia com o s seres vivos produtores e termina com o s decompositores, que promovem a absorção final de nutrientes e energia entre os ser es vivos. A cadeia alimentar se traduz por meio das relações alimentares entre os diferentes seres vivos. Os componentes da cadeia alimentar são os produtores, os consumidores e os decompositores, estando cada um deles em um nível trófico distinto . Observe a ilustração abaixo que exemplifica uma cadeia alimentar. Em função da diversidade de seres vivos que habitam o planeta T erra, cada um deles pode fazer parte de mais de uma cadeia alimentar, muitas vezes, ocupando posições distintas e diferente s, conforme a fonte de matéria orgânica adquirida. O conjunto constituído pelos seres vivos autotróficos (plantas) e heterotróficos ( gafanhoto, sapo, cobra) forma o nível alimentar ou nível trófico. > TEIAS ALIMENTARES: Os mesmos seres vivos podem integrar mais de uma cadeia alimentar, fazendo com que as cadeias não sejam isoladas e formando redes ou teias alimentares. Assim, a teia alimentar corresponde a um conjunto de cadeias alimentares interligadas, representando as relações entre os diferentes organismos que constituem um ecossistema. Como exemplo, observe, atentamente, o esquema a seguir. > CIRCULAÇÃO DA MATÉRIA: A matéria circula ao longo das cadeias alimentares dentro do ecossistema. Estas têm início a partir dos organismos produtores que, com a energia solar e fotossíntese, têm a capacidade de transformar a matéria mineral em matéria orgânica. A matéria orgânica, por sua vez, passa dos produtores para os consumidores quando este s se alimentam de organismos produtores. Quando os produtores e consumidores morrem, a matéria orgânica deles é utilizada pelosorganismos decompositores, que vã o transformar a matéria orgânica em matéria mineral através da decomposição. Essa matéria mineral agora passa a faze r parte do solo/ambiente e será utilizada pelos organismos produtores para sintetizarem novamente matéria orgânica, reiniciando o ciclo da matéria. Vamos ver um exemplo disso? Observe este esquema: > FLUXO DE ENERGIA: Diferentemente do fluxo da matéria em uma cadeia alimentar de um determinado ecossistema, o fluxo de energia segue um caminho unidirecional, uma vez que a energia gasta ou perdida não é reaproveitada. A energia que inicialmente entra no ecossistema é a energia solar, que vai ser transformada em energia química pelos organismos produtores, ou autotróficos. Os organismos autotróficos, ao serem utilizados como alimento pelos animais consumido res (herbívoros), transferem a energia disponível; e essa energia se rá passada dos animais consumidores primários (herbívoros) aos consumidores secundários (carnívoros) quando forem utilizados como fonte de alimento. Além deste fluxo unidirecional, existem gastos e perdas de energia em todos os níveis das cadeias alimentares por meio da manutenção de funções vitais (respiração) e também perdas de energia pelos organismos heterotróficos através da dissipação de calor e das excreções corpóreas naturais. Como exemplo, veja a ilustração abaixo! > PIRÂMIDES ECOLÓGICAS: Ao longo de uma cadeia alimentar e m um de terminado ecossistema, ocorrem transferências, consumos, gastos e per das de matéria e energia à medida que se sucedem os diferentes níveis tróficos. Isso faz com que o número de organismos diminua conforme o nível trófico aumente. Para ilustrar esse processo, são utilizadas as pirâmides ecológicas, que representam graficamente as variações de número, massa e energia que são transferidos ao longo da cadeia alimentar nos diferentes ecossistemas, apresentando as relações que ocorrem entre os diferentes níveis tróficos em termos quantitativos. Em uma pirâmide ecológica, cada degrau representa um diferente nível trófico. As pirâmides ecológicas podem ser representativas de número, m assa ou biomassa e energia. Vamos conhecer como se constitui cada uma dessas representações? - A pirâmide de números é constituída e construída de acordo com o número de organismos existentes e que fazem parte de cada nível trófico. - A pirâmide de massa ou biomassa é aquela construída e constituída a partir de valor es como o peso seco total ou valor calórico dos organismos envolvidos no ecossistema, que traduze m a quantidade de matéria viva envolvida no processo de transferência. - A pirâmide de energia é aquela construída e constituída a partir da taxa de fluxo d e energia e/ou produtividade dos organismos envolvidos no ecossistema, que traduzem a quantidade de energia transferida. 2. NÍVEIS TRÓFICOS: > DEFINIÇÃO DE NÍVEIS TRÓFICOS: Os níveis tróficos são a representação organizacional dos seres vivos que com põem uma determinada cadeia alimentar em que o corre a transferência de matéria e energia entre eles. Conforme você já estudou nesta unidade, os componentes dessas cadeias alimentares podem ser divididos em três grupos: 1. Organismos produtores; 2. Organismos consumidores; 3. Organismos decompositores. - Produtores primários : O primeiro nível trófico, que forma a base fundamental das relações alimentares e transferência de matéria e energia nas cadeias alimentares e ecossistemas, é composto pelos produtores primários. Os produtores primários também são denominados organismos autotróficos, pois são capazes de sintetizar seu próprio alimento através da fotossíntese. Nos diferentes ecossistemas globais, sejam terrestres ou aquáticos, os principais produtores primários ou organismos autotróficos são as plantas, as algas e o fitoplâncton. Em média, os organismos produtores são capazes de converter somente 1% da energia proveniente de luz solar incidente s obre eles e m moléculas orgânicas através do processo de fotossíntese. Em locais onde não existe a incidência da luz solar (ex.: em profundidades marítimas abissais), o primeiro nível trófico é ocupado por bactérias que produzem seus alimentos através da produção de energia obtida por reações químicas ou quimiossíntese. - Consumidores primários: O próximo nível trófico é representado p elos consumido res primários, constituídos pelos organismos herbívoros, que consomem a matéria orgânica sintetizada pelos produtores (organismos autotróficos) para obter matéria, nutrientes e energia, fundamentais para a manutenção do seu metabolismo e sua sobrevivência. Por isso, os consumidores primários também são denominados organismos heterotróficos, pois sua fonte de matéria e energia tem origem exógena (não sendo produzidas pelo próprio corpo). Este nível trófico é ocupado pelos animais, desde os invertebrados até os vertebrados. - Consumidores secundários : O próximo nível trófico é representado p elos consumidores secundários, constituídos p elos organismos vivos que se alimentam dos consumidores primários e obtêm sua energia através de hábitos carnívoros. Dependendo da complexidade da cadeia trófica, o s consumidores secundários podem servir de alimento para os terciários, e assim sucessivamente, até chegar ao predador ou consumidor do topo, que normalmente não é predado por outros organismos vivos. Em geral, vários grupos animais ocupam esse nível trófico, formando teias tróficas em que um mesmo organismo pode atuar como consumidor primário, consumidor secundário e/ou consumidor terciário. - Organismos decompositores: O último nível trófico é constituído pelos organismos decompositores, com posto basicamente por bactérias e fungos. Eles também são considerados organismos heterotróficos, mas que apresentam papel distinto na ciclagem de nutrientes dentro do ecossistema. Em virtude da biodegradação realizada pelos decompositores, a matéria orgânica obtida dos organismos mortos provenientes de todos os outros níveis é clivada até a for mação de substâncias simples, que podem ser reabsorvidas pelos organismos produtores ou permanecer disponíveis no solo e na água. O processo de decomposição da matéria orgânica, m esmo auxiliado por animais carniceiro s, como abutre s, e também por insetos, o corre microscopicamente a través da ação da s bactérias. As bactérias podem realizar a decomposição aeróbica ou anaeróbica. Nos dois tipos de decomposição, ocorre a quebra das macromoléculas orgânicas, como proteínas e carboidratos, até a formação de moléculas mais simples quimicamente, como aminoácido s e monossacarídeos. > LEI DOS 10%: A eficiência da transferência de biomassa e energia entre os diferentes níveis tróficos é baixa, atingindo, e m média, apenas 10% de eficiência, ou seja, 10% de toda a energia disponível e m um nível trófico é convertida em biomassa pelo próximo nível trófico. Isso ocorre uma vez que os organismos consumidores têm baixa capacidade de absorção da matéria orgânica, além de existirem inúmeras perdas de energia entre os níveis trófico s na forma de calor (através de transpiração, atividades motoras, atividades metabólicas e respiração). Este valoré conhecido em ecologia como a “Lei do s 10%”, que explica por que as teias tróficas normalmente não apresentam mais do que cinco níveis, uma vez que os organismos consumidores quaternários são obrigados a se alimentar de grandes quantidades de biomassa a fim de obter a energia necessária para a manutenção do seu metabolismo e sua sobrevivência. > PRINCÍPIO DE GAUSS (OU PRINCÍPIO DA EXCLUSÃO COMPETITIVA) : O princípio de Gauss (ou princípio da exclusão competitiva) corresponde ao processo d e competição interespecífica que acontece quando duas espécies homogêneas, mas distintas entre si, habitam o mesmo ambiente equilibrado. Duas espécies distintas dependentes de um mesmo recurso não podem existir simultaneamente e ocupar um mesmo nicho por muito tempo, pois uma delas irá prevalecer, uma vez que é mais adaptada ao habitat em decorrência da pressão evolutiva exercida pela competição. Conforme o princípio, uma das espécies em competição acaba sobrepujando a outra, o que pode acarretar mudanças morfológicas, comportamentais , deslocamento de nicho ecológico ou extinção da espécie em desvantagem. Esta exceção é conhecida como o paradoxo do plâncton, em que o fitoplâncton d os ambiente s marinhos dispõe d e grande variedade de organismos, que dependem dos mesmos recurso s (luz e nutrientes), sendo capa z de coexistir e disputar os mesmos recursos, sem que uma espécie exclua outra. Contudo, nos ambientes aquáticos, o movimento da s águas, as alterações da temperatura e outros fatores fazem com que os recursos de luz e energia não sejam distribuídos da mesma maneira . Além disso, existe a predação frequente de espécies abundantes do fitoplâncton pelos organismos que compõem o zooplâncton, impedindo o predomínio de uma espécie sobre a outra. Na prática, a exclusão competitiva não é uma regra na natureza, uma vez que existe grande diversidade de espécies animais e vegetais no planeta Terra. A diversidade e m termos de espécies está associada aos processos de extinção, especiação e adaptação, que permitem a coexistência das diferentes espécies sem que ocorra a extinção p ela competição , e também pelo fato de que nem todos os recursos naturais são limitados. Isso faz com que as diferentes espécies animais e vegetais que habitam o planeta Terra possam desenvolver modificações morfológicas ou comportamentais que possibilitem a coexistência. Os mecanismos que atua m diminuindo a competição entre diferentes espécies por sobreposição dos nichos ecológicos são conhecidos como estabilizadores, ao passo que aqueles que diminuem a competição entre as espécies são chamados de equalizadores. > METABOLISMO E TAMANHO DOS ORGA NISMOS: A biomassa corresponde à matéria orgânica que p ode ser utilizada na produção de energia. A biomassa de um de terminado organismo vivo depende do seu tamanho e, basicamente, é o seguinte: Quanto menor o tamanho do organismo vivo, maior seu metabolismo por grama de biomassa. Quanto maior o tamanho do organismo vivo, menor o seu metabolismo por grama de biomassa. - Taxa metabólica: A quantidade de energia gasta por uma determinada espécie animal em um determina do período é conhecida como taxa metabólica, que pode ser medida em joules, calorias ou quilocalorias por unidade de tempo. A taxa metabólica também pode ser expressa pelo oxigênio consumido o u dióxido de carbono produzido por unidade de t empo, uma vez que o oxigênio é utilizado na respiração celular para produção de adenosina trifosfato (ATP), e o dióxido de carbono é produzido como um subproduto desse processo. Assim, a medida d o oxigênio consumido ou de dióxido de carbono liberado indica a quantidade de energia que foi produzida e depois consumida. A taxa metabólica de base de uma espécie animal é medida como: - Taxa metabólica basal (TMB) para uma espécie animal endotérmica; -Taxa metabólica padrão (TMP) para uma espécie animal ectodérmica. TMB e TMP são medidas de taxa metabólica observadas em animais que estão em descanso, calmos, sem estresse e que não estão digerindo alimento (jejum). - TMB e os animais endotérmicos: Nos animais endotérmicos, a TMB é medida quando o animal está em um ambiente neutro, no qual o organismo não gasta energia acima d a linha de base para manter a temperatura. Além disso, esses animais apresentam taxas metabólicas basais altas e também necessidades energéticas elevadas par a manutenção da temperatura corporal constante. Entre os animais endotérmicos, quanto menor a massa do organismo, m aior sua taxa metabólica basal. Por que isso ocorre? Parte da explicação está relacionada à proporção entre a área superficial e o volume do animal, e como ela varia com o tamanho. Uma vez que os animais trocam calor com o ambiente através de toda sua superfície corporal, os animais de menor tamanho tendem a perder calor para um ambiente mais frio de modo mais rápido e m comparação com os animais grandes. Portanto, uma espécie animal de menor tamanho necessita de mais energia e de taxa metabólica maior para manter a temperatura interna constante. - TMP e os animais ectodérmicos : Nos animais ectodérmicos, a TM P varia conforme a temperatura. Assim, qualquer medida de TMP é específica para a temperatura na qual o processo é realizado. Os animais ectodérmicos tendem a apresentar taxa metabólica padrão e necessidades energéticas baixas quando comparados aos endo térmicos. 3. CICLOS BIOGEOQUÍMICOS: Os ciclos biogeoquímicos são processos que ocorrem na natureza e que garantem que diferente s elementos químicos circulem pelos meios abiótico e biótico, promovendo o reaproveitamento desses elementos. Estes ciclos garantem que os elementos químicos interajam continuamente com o ambiente e o s seres vivos, garantindo que os elementos fluam ciclicamente pela atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera. Os principais ciclos biogeoquímicos encontrados na natureza são o s ciclos da água, do carbono , do oxigênio , do nitrogênio, do fósforo e do enxofre. Para que e les ocorram na natureza, é fundamental: - A presença de reservatórios naturais de elementos químicos, como atmosfera, hidrosfera e crosta terrestre; - A existência de diferentes espécies de seres vivos; - A circulação dos elementos químicos pelo ambiente e através dos seres vivos de um determinado ecossistema. Os ciclos biogeoquímicos podem ser divididos em dois principais grupos – os que fazem parte do ciclo gasoso e os que fazem parte do ciclo sedimentar. O ciclo gasoso tem como reserva tório dos elementos gasosos a atmosfera terrestre. Nele, esses elementos entram e saem da biosfera em sua forma gasosa. O ciclo sedimentar tem como principal reservatório a crosta terrestre. A circulação dos elementos químicos gasosos e sedimentares é fundamental para que um ecossistema funcione de forma adequada. A velocidade em que um elemento circula no meio abiótico e no meio biótico depende de diferente s fatores, como a natureza do elemento químico que participa do ciclo. Em geral, o ciclo gasoso é mais rápido que o ciclo sedimentar. Além disso, a taxa de crescimento dos seres vivos e sua decomposição afetadiretamente a cadeia alimentar e o fluxo de um elemento químico nessa cadeia. A decomposição, quando ocorre lentamente, afeta a velocidade de liberação dos nutrientes químicos para o ambiente. Poluição ambiental, extração de minerais e produção de energia pelo homem também afetam a ciclagem dos elementos químicos na natureza. 4. TIPOS DE CICLOS BIOGEOQUÍMICOS: > CICLO BIOGEOQUÍMICO DO CARBONO: O carbono é um dos principais elementos que faz p arte da composição das moléculas orgânicas. O seu ciclo biogeoquímico tem início a partir do gás carbônico liberado pela respiração celular aeróbica dos animais, que depois é capta do pelas planta s para a realização do pro cesso de fotossíntese. Os consumidores primários (animais) podem absorver o carbono através d a ingestão de plantas que absorveram previamente o carbono presente n a atmosfera. Dessa forma, o carbono passa da atmosfera para as plantas (produtores ou organismo autotróficos) e , depois , para os animais ( consumidores ou organismos heterotróficos). Finalmente, quando os organismos autotróficos e heterotróficos morrem e sofrem ação dos organismos decompositores, o ciclos se completa. O carbono se transforma em matéria orgânica e depois inorgânica, sendo devolvido para o ambiente. Outra forma de o carbono retornar para o ambiente é por meio do processo de respiração celular ou da queima de combustíveis fósseis. > CICLO BIOGEOQUÍMICO DA ÁGUA: A água é um elemento que se transforma o tempo todo, pois sofre mu danças em seu estado físico (sólido, líquido e gasoso). No começo d o processo, a evaporação da água dos rios, lagos e oceanos, a transpiração e a evaporação fazem com que a água passe do estado líquido para o estado gasoso. A seguir, ocorre o processo de condensação da água, n o qual ela passa do estado gasoso para o esta do líquido. Por meio da precipitação da água através das chuvas, ela volta para os lagos, rios, mares, oceanos e para o solo. > CICLO BIOGEOQUÍMICO DO NITROGÊNIO: Aproximadamente 78% da atmosfera é constituída por nitrogênio, porém a maioria dos organismos vivos é incapaz de utilizá-lo, uma vez que ele se encontra na forma gasosa (N2), o que o torna estável e faz com que a presente pouca tendência a reagir com outros elementos químicos. O ciclo biogeoquímico tem início com o nitrogênio n a forma gasosa (N2) no ambiente, sendo fundamental que esse elemento se fixe no solo por meio d a ajuda de bactérias fixadoras de gás nitrogênio no solo. Depois o N2 reage com o hidrogênio, sendo transformado em amônia (amonificação). A amônia é absorvida por bactérias e produz nitritos (nitrificação). Parte da amônia no solo também pode ser proveniente da decomposição de proteínas e resíduos nitrogenados presente s na matéria orgânica morta e no material excretado pelos seres vivos. Em seguida, os nitritos sã o convertidos em nitratos e passam a se r absorvidos e utilizados pelas plantas no processo de síntese proteica. Depois, ocorre o processo d e desnitrificação por bactérias denitrificantes, que convertem os nitratos em nitrogênio molecular, com o retorno do N2 para a atmosfera, fechando o ciclo do nitrogênio. > CICLO BIOGEOQUÍMICO DO OXIGÊNIO: O ciclo do oxigênio se encontra ligado ao ciclo do carbono, uma vez que os fluxos de ambos estão associados aos processos d e fotossíntese e respiração celular. Durante o pro cesso de fotossíntese, plantas e algas liberam o oxigênio para a atmosfera e removem gás carbônico. Já o s processos de respiração celular d os seres vivos e combustão a partir da queima de combustíveis fósseis consomem o oxigênio e geram gás carbônico. Este é liberado para a atmosfera e depois será utilizado no processo de fotossíntese, dando continuidade ao ciclo. > CICLO BIOGEOQUÍMICO DO FÓSFORO: O fósforo é um elemento químico que se encontra presente no material genético (ácido desoxirribonucleico, ácido ribonucleico) dos seres vivos e na molécula que fornece energia a os seres vivos (adenosina trifosfato). As plantas absorvem o fósforo do solo e da água, ao passo que os animais e os ser es humano s obtêm o fósforo através da ingestão de alimentos. Quando o s seres vivos morrem e sofrem decomposição p ela ação d os organismo s decompositores, ocorre o retorno do fósforo para o solo e a água, reiniciando o ciclo. Além disso, par te do fósforo é levada pela ação das chuvas para os lagos, rios, mares e oceanos, onde acaba sendo incorporado às rochas desses locais . O fósforo retorna ao ecossistema mais tarde através da elevação das rochas por meio dos processos geológicos. Depois, com o p assar do tempo, já na superfície, as rochas sofrem decomposição e formam os solos, onde ocorre a liberação de fosfatos contendo fósforo, que novam ente será absorvido pelas plantas. > CICLO BIOGEOQUÍMICO DO ENXOFRE: O enxofre é um elemento químico essencial à vida dos organismo s vivos, fazendo p arte da estrutura de aminoácidos, pontes dissulfeto, cadeias polipeptídicas e proteínas. Ele também está presente em algumas vitaminas. O enxofre pode ser encontrado e m rochas sedimentares formadas por depósitos que se acumulam pela ação da natureza, de rochas vulcânicas e d o solo. O enxofre é absorvido pelas plantas como íon sulfato, e algumas bactérias utilizam o sulfeto de hidrogênio presente na água como fonte doadora d e elétrons. Quando um organismo autotrófico o u heterotrófico morre e sofre decomposição, os sulfatos presentes na matéria orgânica em decomposição , em combinação com a água, são absorvidos pelas raízes das plantas (autotróficos). Já os organismos heterotróficos (consumidores) obtêm o enxofre através do consumo de vegetais e/ou animais que fazem parte da cadeia alimentar. O enxofre pode ser encontrado em pequenas quantidades na atmosfera, seja pela ação natural de vulcões ou pela queima de combustíveis de origem fóssil pelo homem. Esse processo produz dióxido de enxofre que se funde com a água e produz ácido sulfúrico, que retorna ao solo por meio d a chuva ácida. Após retornar ao solo, o enxofre fica localizado nas rochas que se encontram debaixo do solo o u debaixo da água. Esse enxofre, em contato com bactérias do gênero Chlorobium ou Pelodityonsendo, é transformado em sulfato , que é absorvido p elas plantas. Contudo, se sofre ação de bactérias do gênero Thiobacillus, é convertido em ácido sulfúrico e permanece no solo.
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