Buscar

Citologia Hormonal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO - PIO XII 
CURSO BIOMEDICINA 
 
 
 
 
Bruna Cristina Martins Ribeiro 
Cristiane Gonçalves da Cruz 
Eliete Doriguete 
Julia Ferreira Lopes 
Lorenzo Almeida Vianna 
Vanessa Fraga 
 
 
 
 
 
 
CITOLOGIA HORMONAL (EFEITO DO TRATAMENTO HORMONAL SOBRE 
OS ESFREGAÇOS VAGINAIS) 
 
 
 
 
 
 
CARIACICA 
2021 
 
 
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO - PIO XII 
CURSO BIOMEDICINA 
 
 
Bruna Cristina Martins Ribeiro 
Cristiane Gonçalves da Cruz 
Eliete Doriguete 
Julia Ferreira Lopes 
Lorenzo Almeida Vianna 
Vanessa Fraga 
 
 
 
 
 
 
CITOLOGIA HORMONAL (EFEITO DO TRATAMENTO HORMONAL SOBRE 
OS ESFREGAÇOS VAGINAIS) 
 
 
 
 
Trabalho referente à disciplina de Citologia 
Clínica, como parte dos requisitos de avaliação. 
Professor: Dr. Afrânio Côgo Destefani. 
 
 
 
 
 
CARIACICA 
2021 
 
 
 
RESUMO 
 
A maturação do epitélio escamoso é controlada pela condição hormonal de cada 
mulher, dessa forma, alterações importantes na atividade hormonal podem 
refletir-se no esfregaço vaginal. 
Inicialmente, Papanicolau apresentou à Comunidade Científica Americana em 
1933, exames citológicos dos raspados cervicovaginais que, ao visualizar 
células malignas de câncer cervical, enfatizou a importância desse achado no 
prevenir o câncer de colo e acompanhar anormalidades morfológicas causadas 
por problemas hormonais, infecções, condições pré-cancerosas e cânceres. 
Em análise dos artigos, pacientes submetidas a este estudo foram mulheres em 
períodos de pré e pós menopausa que aceitaram realizar terapias de reposição 
hormonal para tratar alterações observadas nos exames citológicos, 
consequentes sintomas da menopausa, e mulheres que fazem uso contínuo de 
medicamentos anticoncepcionais, mostrando diferenças no nível proteico, 
viscosidade, pH e osmolaridade dos esfregaços cervicovaginais das mesmas. 
 
Palavras-chave: tratamento hormonal; manchas vaginais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 05 
2. OBJETIVOS ......................................................................................... 07 
2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................... 07 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................ 07 
3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................... 08 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 09 
5. CONCLUSÃO ...................................................................................... 17 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 18 
 
5 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Os hormônios controlam o desenvolvimento da maturação do epitélio escamoso 
não queratinizado que envolve a porção infravaginal do colo e o canal vaginal. 
Os estrogênios desenvolvem a maturação epitelial completa e levam à 
predominância das células escamosas superficiais maduras, já a progesterona 
produz efeitos contrários aos dos efeitos produzidos no estrogênio, inibindo o 
processo de maturação; ausência de estrogênios ou hormônios derivados do 
mesmo reduz os níveis de maturação do epitélio, denominada atrofia (KOSS & 
GOMPEL). Epitélio glandular endocervical também são controlados por 
hormônios, mesmo que seja mais difícil sua avaliação. 
A correlação entre o estrogênio e progesterona são hormônios característicos 
constantes na vida de uma mulher, e se refletem nos esfregaços cervicovaginais. 
A administração de estrogênios leva a maturação de células escamosas 
superficiais maduras, com citoplasma eosinofílico e núcleos picnóticos; 
acentuada ação estrogênica nos esfregaços cervicovaginais podem ocorrer uma 
certa regressão da maturação, associado ao aparecimento de células 
intermediárias. O efeito da progesterona varia conforme as condições do 
esfregaço antes de seu uso, pois, na segunda metade do ciclo menstrual ou na 
gravidez, onde seus efeitos são demonstrados, a utilização deste hormônio não 
produz qualquer mudança. Medicamentos contraceptivos contendo estrogênio e 
progesterona só promove um efeito limitado sobre o esfregaço vaginal, porém, 
o uso prolongado pode causar atrofia endometrial de difícil reversão (KOSS & 
GOMPEL). 
Na infância até o momento da menarca, os esfregaços vaginais são compostos 
por células escamosas superficiais e intermediárias e poucas células 
naviculares; essas células são comparadas nos esfregaços de mulheres na 
menopausa devido ao decréscimo da produção de hormônios esteroides (KOSS 
& GOMPEL). 
Klinet (1997), relata que o exame citológico dos raspados cervicovaginais foi 
apresentado à comunidade Científica Americana em 1933, por Papanicolau que, 
ao visualizar células malignas de câncer cervical, enfatizou a importância desse 
 
6 
 
achado na prevenção do câncer de colo e, em décadas seguintes, o emprego do 
novo método de exame resultou em redução significativa dessa neoplasia, 
quando o teste foi aplicado em larga escala na população. O método 
Papanicolau, antes conhecido como exame de Papanicolau, hoje é chamado de 
exame esfoliativo do colo. 
Para entender profundamente o assunto, o estudo das células e tecidos de cada 
órgão deve ser acompanhada por descrições de anormalidades morfológicas 
causadas por problemas hormonais, infecções, condições pré-cancerosas e 
cânceres, sendo assim, é possível identificar que uma alteração celular está 
relacionada à histologia da mesma lesão ou de lesões semelhantes. Por essa 
razão, a terapia de reposição hormonal é uma das principais preocupações na 
assistência à saúde de muitas mulheres na pós-menopausa (CHUERY et al. 
2005). 
Nesse sentido, o artigo tem como base realizar comparações dos efeitos da 
terapia de reposição hormonal contínua de tibolona no trato genital de mulheres 
na menopausa, avaliando a estrogenização da vagina por esfregaços antes e 
depois do tratamento, apontando a medicação como escolha adequada para a 
terapia de reposição hormonal. 
É relevante ressaltar, que as técnicas necessárias para a segurança, fixação, 
coloração, interpretação, relatório e controle de qualidade de amostras de 
células do trato reprodutivo feminino são discutidas, pois são importantes na 
avaliação dos resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivos Gerais 
Os objetivos dos artigos selecionados para confecção deste trabalho 
é realizar avaliações através de exames citopatológicos; 
 
2.2 Objetivos Específicos 
Apresentar os efeitos do regime da terapia de reposição hormonal 
contínua e o uso de tibolona no início do sangramento vaginal; 
determinar a eficácia do creme de estrogênio vaginal para melhorar a 
taxa de colposcopia satisfatória após avaliação do resultado do 
esfregaço citopatológico em pacientes que apresenta 
hipoestrogenismo e alterações no exame esfoliativo do colo anormais, 
e dissertar a análise do impacto dos hormônios reprodutivos na 
viscosidade, pH, densidade, osmolaridade e teor de proteína fluido 
cervicovaginal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
3. MATERIAL E MÉTODOS 
 
Trata-se de uma revisão bibliográfica construída a partir da busca de artigos 
científicos na base de dados da PubMed, disponível em 
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/ sobre a temática da utilização da citologia 
hormonal, sob efeitos hormonais nos esfregaços vaginais. Foram selecionados 
artigos que compreendiam os anos 2010 a 2021, utilizando as palavras-chave, 
em inglês, effect of hormonal treatment on vaginal smears. Foram selecionados 
apenas os ensaios clínicos completos realizados exclusivamente em humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/
 
9 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃOOs hormônios, além de controlarem a maturação do epitélio vaginal, controlam 
a qualidade do muco cervical. Conforme no artigo “os efeitos dos hormônios 
reprodutivos…”, Chappell, et al (2014), descreve que sem o uso dos hormônios 
exógenos, os níveis de estradiol são aumentados, assim como, há um aumento 
na quantidade de muco cervical, sendo ele mais fino e aquoso, o que permite a 
entrada do esperma. Uso de anticoncepcionais tornam o muco cervical mais 
espesso; anticoncepcionais hormonais estão associados com aumento da 
viscosidade no lavado cervicovaginal (CVL), mas apenas com a predominância 
de Lactobacillus na microflora vaginal. O acetato de despomedroxiprogesterona 
(DMPA) é um mecanismo que simula o efeito da progesterona, na necessidade 
de reposição deste hormônio; este medicamento diminui o teor de proteína no 
lavado cervicovaginal afetando a imunidade da mucosa vaginal (CHAPPELL et 
al. 2014). Mulheres que usam diferentes hormônios contraceptivos possuem 
diferentes quantidades de proteínas no fluido cervicovaginal. 
 
O referido estudo foi realizado com mulheres saudáveis, assintomáticas, HIV- 
negativas, com idades entre 18 a 46 anos ou mais de 50 anos, com diversos 
tipos de utilização de anticoncepcionais orais, e mulheres que fazem o uso do 
DIU. A osmolaridade, viscosidade e o pH das amostras, foram medidas pelos 
aparelhos: MicroOsmometer Modelo 3320, Cambridge MicroSample Viscomoter 
e o pH Mettler Toledo. Já o esfregaço vaginal com coloração de Gram, foi 
avaliado usando os critérios de Nugent (CHAPPELL et al. 2014). 
 
 
Tabela 1: Dados apresentados como média ± desvio padrão/valor P de análise de variância 
unilateral/† valor P = 0,1 entre os grupos na pré-menopausa. 
 
 
10 
 
A tabela acima mostra as propriedades físicas da lavagem cervicovaginal, onde 
mostrou ser diferente em mulheres na pós-menopausa comparadas com 
mulheres na pré-menopausa, com relação ao pH (p <0,001) e viscosidade (p 
<0,001), mas permanece igual quanto a osmolaridade e densidade. O conteúdo 
de proteínas foi menor em mulheres na pros-menopausa, comparadas com 
mulheres na pré-menopausa (p <0,001); todas as mulheres do grupo de pré-
menopausa apresentaram grandes quantidades de proteínas no CVL 
(CHAPPELL et al. 2014). 
 
O lavado cervicovaginal de mulheres que faziam o uso de anticoncepcionais 
hormonais (DMPA e DIU) apresentou maior viscosidade em comparação a 
mulheres na pré-menopausa que não faziam uso de anticoncepcionais 
(CHAPPELL et al. 2014). 
 
Chappell, et al (2014) relata que mulheres com presença de vaginose bacteriana 
tinham conteúdo proteico no CVL semelhante ao de mulheres com flora vaginal 
normal. Neste mesmo artigo “os efeitos dos hormônios reprodutivos…”, está 
descrito que mulheres com vaginose bacteriana contém pH alto e menor 
viscosidade, e foram comparados ao CVL de mulheres que fazem o uso de 
anticoncepcionais. A presença de enzimas da vaginose bacteriana que 
degradam a mucina, tem um impacto mais significativo na viscosidade do fluido 
cervicovaginal do que a ação dos hormônios reprodutivos. 
 
O hipoestrogênio caracteristicamente observado na pós menopausa, de acordo 
com Richards, et al (2015), produz uma atipia citológica reativa, sendo ela mal 
interpretada como células escamosas atípicas de significado indeterminado 
(ASC-US ou ASC-H). Isso é decorrente de inflamações coexistentes, atrofia 
celular ou infecções; níveis hormonais alterados pode estar relacionado com uso 
de anticoncepcionais que também apresenta uma semelhança citológica no 
diagnóstico. 
É bem mais provável haver resultados insatisfatórios para esfregaços citológicos 
cervicais anormais em grupos de pós-menopausadas no local da JEC (junção 
escamocolunar), devido ao estado hormonal e idade (RICHARDS & 
 
11 
 
DALRYMPLE. 2015). A JEC sofre diversas variações visíveis desde a infância 
até fatores como gravidez e uso de anticoncepcionais, por exemplo. 
 
No artigo “citologia cervicovaginal anormal…” foram selecionadas pacientes com 
citologia anormal na região cervicovaginal com baixo estado de estrogênio 
(mulheres acima de 12 meses na pós-menopausa, ou mulheres no pós-natal que 
permaneceram na amenorreia); foram excluídas pacientes que utilizam 
compostos de estrogênio como tratamento, que obtinham contraindicações para 
cremes de estrogênio vaginal e alterações colposcópicas evidentes de doenças 
pré-invasivas de alto grau/carcinoma cervical. Durante o exame colposcópico, a 
JEC teria que ser totalmente visualizada para que qualquer lesão seja vista em 
sua totalidade; citologia cervicovaginal, incluindo ectocervical e endocervical em 
citologia de base líquida e testes de HPV foram repetidos em alguns casos 
durante o processo (mulheres com idade entre 39 a 54 anos). Foram utilizados 
para o tratamento 0,5 mg do creme de estrogênio vaginal durante 2 vezes por 
semana, num período de 6 semanas (RICHARDS & DALRYMPLE. 2015). 
 
 
Tabela 2: apresentação da citologia na consulta inicial dos pacientes inseridos no estudo. 
 
 
Richards & Dalrymple (2015) relata que na colposcopia inicial, apenas 32% das 
pacientes apresentaram resultados satisfatórios. Após o uso do creme, 64% da 
população presente no estudo apresentaram respostas satisfatórias. 
 
 
 
12 
 
 
Tabela 3: resultado inicial do esfregaço e colposcopia satisfatória. 
 
Após 6 semanas de terapia com estrogênio, a repetição da citologia foi 
satisfatória em 40 das 54 pacientes; pacientes que tinham anormalidades 
persistentes no exame esfoliativo do colo, apenas 3 eram de alto grau. 
Observaram no estudo apenas uma paciente cujo esfregaço inicial era 
totalmente insatisfatório, e com aplicação do tratamento, obteve-se resultados 
satisfatórios (RICHARDS & DALRYMPLE. 2015). 
 
 
Tabela 4: resultados de pacientes comparando a apresentação de esfregaço citológico e 
esfregaço subsequente após estrogênio vaginal. 
 
 
Tabela 5: comparação do resultado do esfregaço inicial e diagnóstico final colposcópico final. 
 
Durante o acompanhamento de 2 anos, 4 pacientes apresentaram alterações 
persistentes de baixo grau na colposcopia mesmo após o uso do creme de 
estrogênio vaginal. Não foi considerado algo normal desenvolver novas doenças 
dentro do período de acompanhamento nesses 2 anos (RICHARDS & 
DALRYMPLE. 2015). 
 
13 
 
 
Ainda abordando relatos do artigo “citologia cervicovaginal anormal…”, o uso 
prolongado do estrogênio vaginal permite restauração adequada dos níveis 
hormonais local e estabelecimento de qualquer efeito inflamatório na região 
cervical ou na mucosa vaginal. Em estudos anteriores observaram uma 
associação entre o uso de anticoncepcionais à profundidade da JEC; altas doses 
de estrogênio melhoraram visualmente a zona de transformação em pacientes 
cuja colposcopia inicialmente mostrou-se ser insatisfatória (RICHARDS & 
DALRYMPLE. 2015). 
 
Em um estudo italiano, comparado com o estudo abordado neste trabalho, a 
exigência do protocolo sob uso do creme vaginal de estrogênio era de 3 meses 
contínuos, enquanto o protocolo do artigo “citologia cervicovaginal anormal…” 
era de apenas 6 semanas. No estudo italiano, mulheres na pós-menopausa em 
que esfregaços mostram ASC-US ou LSIL (lesão intraepitelial escamosa de 
baixo grau) e colposcopia negativa (satisfatória ou insatisfatória) com uso de 
reposição de estrogênio vaginal mostrou que apenas 11,6% das pacientes 
tinham que realizar tratamentos para lesões de alto grau, e 77,7% das mulheres 
que realizaram o exame esfoliativo do colo apresentaram normalidades. 
Pacientes que apresentaram lesões de baixo grau conseguiram obter 
normalidades com uso contínuo do creme de estrogênio vaginal (RICHARDS & 
DALRYMPLE. 2015). 
 
Richards & Dalrymple (2015) ainda relata que 9 pacientes presentes neste 
estudo apresentavam hipoestrogênio devido à amenorreia pós-parto; apenas 4 
dessas pacientes mostraram anormalidades colposcópicas persistentesapós a 
terapia, e dessas 4, 1 tinha doença de alto grau comprovada em biópsia (NIC lll). 
No grupo de pacientes que testaram testes de HPV, 7 testaram positivo e 
nenhuma delas desenvolveu doenças de alto grau dentro desses 2 anos de 
acompanhamento pós terapia. 
 
A abordagem do artigo “comparando os efeitos da terapia de reposição 
hormonal…” tem como base o estudo de mulheres na pós-menopausa que 
utilizam a tibolona como um fator de tratamento; a tibilona é um esteróide 
 
14 
 
sintético com ações específicas aos tecidos, estimulando minimamente o 
endométrio. Ziaei, et al (2010) descreve que qualquer mulher na pós-menopausa 
faz uso a longo prazo de terapias de reposição hormonal (TRH) e grande parte 
os benefícios superam as desvantagens ou riscos, porém, por outro lado, 
sangramentos irregulares ocorrem em até 60% da TRH, levando à descontínua 
terapia em até 1 caso a cada 3. Por não haver nenhum método estabelecido 
para regularizar ou reduzir o sangramento, tais problemas associados à TRH são 
insatisfatórios (ZIAEI et al. 2010). 
 
O uso de tibolona mostrou ser de importância clínica por diversas razões, já que, 
para que a TRH seja um tratamento potencial à saúde, incluindo alívios no 
sintomas da menopausa, ela precisa do uso mais prolongado; sangramentos 
irregulares podem estar associados a doenças malignas no colo, endométrio e 
ovários, e tais protocolos podem envolver investigações invasivas e caras, 
podendo causar estresses às pacientes em questão (ZIAEI et al. 2010). 
 
No presente estudo “comparando os efeitos da terapia de reposição 
hormonal…”, foram incluídas mulheres com idades entre 45 a 60 anos, num total 
de 150 mulheres pós-menopáusicas saudáveis, cujo último período menstrual foi 
há mais de 2 anos. As pacientes foram divididas em 3 grupos, com 
acompanhamento durante 6 meses e receberam as seguintes dosagens de 
tratamento: 50 pacientes receberam 2,5 mg de tibolola + 1 comprimido de Cal-D 
(cálcio 500 mg e vitamina D 200 Ul) em doses diárias; outras 50 mulheres 
receberam 0,625 mg de equino conjugado estrogênico + 2,5 mg de acetato de 
medroxiprogesterona (CEE/MPA) + 1 comprimido de Cal-D em doses diárias, e 
as 50 restantes receberam 1 comprimido Cal-D serviu como grupo controle 
(ZIAEI et al. 2010). Os sintomas foram sangramento vaginal ou manchas no 
canal vaginal e secura vaginal. Durante o processo, 9 mulheres interromperam 
o tratamento antes dos 3 meses devido a sangramentos prolongados. 
 
O valor de maturação vaginal (VMV) foi calculado, multiplicando a porcentagem 
de tipos de células pelo fator de ponderação e, enfim, a soma do total. Os pesos 
aplicados foram: células superficiais (1,0), células intermediárias (0,5) e células 
parabasais (0) (ZIAEI et al. 2010). 
 
15 
 
 
Ziaei, et al (2010) relata que o grupo CEE/MPA teve mais episódios de 
sangramento e manchas do que o grupo tibolona e grupo controle. O grupo 
tibolona mostrou o VMV e índice de estradiol livre (FEI) em níveis maiores, 
enquanto houve diminuição no número de mulheres com secura vaginal e 
globulina ligada ao hormônio sexual (SHBG); no grupo CEE/MPA o VMV e SHBG 
aumentaram, e o número de mulheres com secura vaginal diminuíram 
significativamente com o tratamento; já no grupo controle, o grupo CEE/MPA e 
tibolona aumentaram os níveis de VMV, diminuindo o número de mulheres com 
secura vaginal. Pacientes presentes no grupo tibolona relataram mais disposição 
para continuar a medicação, contraditoriamente das pacientes dos grupos 
CEE/MPA e controle. 
 
 
Tabela 6: Comparação dos três grupos de mulheres na menopausa antes e após o tratamento 
com TRH, tibolona e placebo (M ± DP ou n (%). 
 
Durante os 6 meses de uso da tibolona, foram observados por meio de análise 
citológica a produção estrogênica significativa em comparação ao CEE/MPA; a 
tibolona diminuiu a secura vaginal e melhorou a disfunção sexual. A sexualidade 
é um fator importante que afeta a saúde e o bem-estar geral de mulheres na pós-
menopausa, e que efeitos da tibolona podem ser uma escolha de tratamento de 
reposição hormonal na intenção de continuarem amenorreicas (ZIAEI et al. 
2010). 
 
Ao longo do estudo, o endométrio foi avaliado por ultrassonografia, e quando a 
espessura da parede era mais de 5 mm, biópsias adicionais foram realizadas. 
Ziaei, et al (2010) ainda explica que a limitação deste estudo “comparando os 
efeitos da terapia de reposição hormonal…” foi pela falta de avaliação no 
 
16 
 
endométrio por ultrassonografia regular, pois sangramentos vaginais e/ou 
manchas não foram o foco do estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Após análise, o artigo “comparando os efeitos da terapia de reposição 
hormonal...”, concluiu-se que a taxa de episódios de sangramento ou manchas 
diminuíram progressivamente no grupo 2 após 3 meses de tratamento. A 
utilização da tibolona foi geralmente bem tolerada e a taxa de continuação geral 
foi significativamente melhor. Sendo assim, a medicação serve como uma 
escolha adequada para terapia de reposição hormonal, pois apresenta baixas 
taxas de sangramento vaginal/episódios de manchas e alta taxa de aceitação 
pós-menopausa nas mulheres. 
 
Já no artigo “os efeitos dos hormônios reprodutivos...”, cabe esclarecer que, 
quando comparado os hormônios reprodutivos, a vaginose bacteriana tem um 
impacto mais significativo nas propriedades físicas da lavagem cervicovaginal. 
Além disso, mulheres que usam acetato de despomedroxiprogesterona para 
contracepção, apresentam baixas taxas de proteína total do fluido cervicovaginal 
quando comparado a outras mulheres na pré-menopausa, especialmente 
usuárias de DIU. 
 
É importante destacar no artigo “citologia cervical anormal...” que o uso do creme 
de estrogênio vaginal para pacientes com anomalias no esfregaço e baixo nível 
de estrogênio, melhora a taxa de colposcopia satisfatória, além de melhorar a 
precisão da previsão de verdadeiro grau de doenças pré-invasivas, reduzindo 
assim o número de pacientes que requerem tratamentos definitivos para suas 
anormalidades detectadas na população de pacientes avaliadas. 
 
Por fim, existe a necessidade de mais estudos para explorar quais são as 
diferenças encontradas nos componentes específicos da proteína fluido vaginal, 
bem como, explorar a fundo os possíveis mecanismos para redução de 
sangramentos causados pela terapia de reposição hormonal e a utilização do 
creme de estrogênio para pacientes com anomalias no esfregaço. Todos os 
métodos inseridos neste trabalho mostraram ser eficazes e satisfatórios. 
 
 
 
18 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
KLINET, T .S. The Papanicolaou smear: a brief historical perspective and 
where we are today. Arch, Pathol.Lab Med,1997. 
KOSS, Leopold G., GOMPEL, Claude. Introdução à Citopatologia 
Ginecológica com Correlações Histológicas e Clínicas, 2006. 
CHUERY, A. C. S.; BAGNOLI, V. R.; FONSECA, A. M.; PARELLADA, C. I. 
Hormonioterapia na menopausa. Disponível em: < 
http/www.portaldeginecologia.com.br> Acesso em: 20 marc 2021. 
GIACOMINI, Danieli Ribeiro; MELLA, Eliane Aparecida Campesatto. Reposição 
Hormonal: Vantagens e Desvantagens. Semina: Ciências Biológicas e da 
Saúde, v. 27, n. 1, pág. 71-92, 2006. 
CHAPPELL, C A, et al. The Effects of Reproductive Hormones on the 
Physical Properties of Cervicovaginal Fluid. Am J Obstet Gynecol. 2014 
September ; 211(3): 226.e1–226.e7. doi:10.1016/j.ajog.2014.03.041. 
ZIAEI, S, et al. Comparing the Effects of Continuous Hormone Replacement 
Therapy and Tibolone on the Genital Tract of Menopausal Women; A 
Randomized Controlled Trial. Department of Obstetrics and Gynecology, 
Faculty of Medical Sciences, Tarbiat Modares University, Tehran, Iran, P.O. Box: 
14115-111. Jun. 30, 2010. 
RICHARDS A. DALRYMPLE C. Abnormal cervicovaginal cytology, 
unsatisfactory colposcopy and the use of vaginalestrogen cream: An 
observational study of clinical outcomes for women in low estrogen states. 
J. Obstet. Gynaecol. Res. Vol. 41, No. 3: 440–444, March 2015.

Continue navegando