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FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO - PIO XII CURSO BIOMEDICINA Bruna Cristina Martins Ribeiro Cristiane Gonçalves da Cruz Eliete Doriguete Julia Ferreira Lopes Lorenzo Almeida Vianna Vanessa Fraga CITOLOGIA HORMONAL (EFEITO DO TRATAMENTO HORMONAL SOBRE OS ESFREGAÇOS VAGINAIS) CARIACICA 2021 FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DO ESPÍRITO SANTO - PIO XII CURSO BIOMEDICINA Bruna Cristina Martins Ribeiro Cristiane Gonçalves da Cruz Eliete Doriguete Julia Ferreira Lopes Lorenzo Almeida Vianna Vanessa Fraga CITOLOGIA HORMONAL (EFEITO DO TRATAMENTO HORMONAL SOBRE OS ESFREGAÇOS VAGINAIS) Trabalho referente à disciplina de Citologia Clínica, como parte dos requisitos de avaliação. Professor: Dr. Afrânio Côgo Destefani. CARIACICA 2021 RESUMO A maturação do epitélio escamoso é controlada pela condição hormonal de cada mulher, dessa forma, alterações importantes na atividade hormonal podem refletir-se no esfregaço vaginal. Inicialmente, Papanicolau apresentou à Comunidade Científica Americana em 1933, exames citológicos dos raspados cervicovaginais que, ao visualizar células malignas de câncer cervical, enfatizou a importância desse achado no prevenir o câncer de colo e acompanhar anormalidades morfológicas causadas por problemas hormonais, infecções, condições pré-cancerosas e cânceres. Em análise dos artigos, pacientes submetidas a este estudo foram mulheres em períodos de pré e pós menopausa que aceitaram realizar terapias de reposição hormonal para tratar alterações observadas nos exames citológicos, consequentes sintomas da menopausa, e mulheres que fazem uso contínuo de medicamentos anticoncepcionais, mostrando diferenças no nível proteico, viscosidade, pH e osmolaridade dos esfregaços cervicovaginais das mesmas. Palavras-chave: tratamento hormonal; manchas vaginais. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 05 2. OBJETIVOS ......................................................................................... 07 2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................... 07 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................ 07 3. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................... 08 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 09 5. CONCLUSÃO ...................................................................................... 17 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 18 5 1. INTRODUÇÃO Os hormônios controlam o desenvolvimento da maturação do epitélio escamoso não queratinizado que envolve a porção infravaginal do colo e o canal vaginal. Os estrogênios desenvolvem a maturação epitelial completa e levam à predominância das células escamosas superficiais maduras, já a progesterona produz efeitos contrários aos dos efeitos produzidos no estrogênio, inibindo o processo de maturação; ausência de estrogênios ou hormônios derivados do mesmo reduz os níveis de maturação do epitélio, denominada atrofia (KOSS & GOMPEL). Epitélio glandular endocervical também são controlados por hormônios, mesmo que seja mais difícil sua avaliação. A correlação entre o estrogênio e progesterona são hormônios característicos constantes na vida de uma mulher, e se refletem nos esfregaços cervicovaginais. A administração de estrogênios leva a maturação de células escamosas superficiais maduras, com citoplasma eosinofílico e núcleos picnóticos; acentuada ação estrogênica nos esfregaços cervicovaginais podem ocorrer uma certa regressão da maturação, associado ao aparecimento de células intermediárias. O efeito da progesterona varia conforme as condições do esfregaço antes de seu uso, pois, na segunda metade do ciclo menstrual ou na gravidez, onde seus efeitos são demonstrados, a utilização deste hormônio não produz qualquer mudança. Medicamentos contraceptivos contendo estrogênio e progesterona só promove um efeito limitado sobre o esfregaço vaginal, porém, o uso prolongado pode causar atrofia endometrial de difícil reversão (KOSS & GOMPEL). Na infância até o momento da menarca, os esfregaços vaginais são compostos por células escamosas superficiais e intermediárias e poucas células naviculares; essas células são comparadas nos esfregaços de mulheres na menopausa devido ao decréscimo da produção de hormônios esteroides (KOSS & GOMPEL). Klinet (1997), relata que o exame citológico dos raspados cervicovaginais foi apresentado à comunidade Científica Americana em 1933, por Papanicolau que, ao visualizar células malignas de câncer cervical, enfatizou a importância desse 6 achado na prevenção do câncer de colo e, em décadas seguintes, o emprego do novo método de exame resultou em redução significativa dessa neoplasia, quando o teste foi aplicado em larga escala na população. O método Papanicolau, antes conhecido como exame de Papanicolau, hoje é chamado de exame esfoliativo do colo. Para entender profundamente o assunto, o estudo das células e tecidos de cada órgão deve ser acompanhada por descrições de anormalidades morfológicas causadas por problemas hormonais, infecções, condições pré-cancerosas e cânceres, sendo assim, é possível identificar que uma alteração celular está relacionada à histologia da mesma lesão ou de lesões semelhantes. Por essa razão, a terapia de reposição hormonal é uma das principais preocupações na assistência à saúde de muitas mulheres na pós-menopausa (CHUERY et al. 2005). Nesse sentido, o artigo tem como base realizar comparações dos efeitos da terapia de reposição hormonal contínua de tibolona no trato genital de mulheres na menopausa, avaliando a estrogenização da vagina por esfregaços antes e depois do tratamento, apontando a medicação como escolha adequada para a terapia de reposição hormonal. É relevante ressaltar, que as técnicas necessárias para a segurança, fixação, coloração, interpretação, relatório e controle de qualidade de amostras de células do trato reprodutivo feminino são discutidas, pois são importantes na avaliação dos resultados. 7 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivos Gerais Os objetivos dos artigos selecionados para confecção deste trabalho é realizar avaliações através de exames citopatológicos; 2.2 Objetivos Específicos Apresentar os efeitos do regime da terapia de reposição hormonal contínua e o uso de tibolona no início do sangramento vaginal; determinar a eficácia do creme de estrogênio vaginal para melhorar a taxa de colposcopia satisfatória após avaliação do resultado do esfregaço citopatológico em pacientes que apresenta hipoestrogenismo e alterações no exame esfoliativo do colo anormais, e dissertar a análise do impacto dos hormônios reprodutivos na viscosidade, pH, densidade, osmolaridade e teor de proteína fluido cervicovaginal. 8 3. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de uma revisão bibliográfica construída a partir da busca de artigos científicos na base de dados da PubMed, disponível em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/ sobre a temática da utilização da citologia hormonal, sob efeitos hormonais nos esfregaços vaginais. Foram selecionados artigos que compreendiam os anos 2010 a 2021, utilizando as palavras-chave, em inglês, effect of hormonal treatment on vaginal smears. Foram selecionados apenas os ensaios clínicos completos realizados exclusivamente em humanos. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/ 9 4. RESULTADOS E DISCUSSÃOOs hormônios, além de controlarem a maturação do epitélio vaginal, controlam a qualidade do muco cervical. Conforme no artigo “os efeitos dos hormônios reprodutivos…”, Chappell, et al (2014), descreve que sem o uso dos hormônios exógenos, os níveis de estradiol são aumentados, assim como, há um aumento na quantidade de muco cervical, sendo ele mais fino e aquoso, o que permite a entrada do esperma. Uso de anticoncepcionais tornam o muco cervical mais espesso; anticoncepcionais hormonais estão associados com aumento da viscosidade no lavado cervicovaginal (CVL), mas apenas com a predominância de Lactobacillus na microflora vaginal. O acetato de despomedroxiprogesterona (DMPA) é um mecanismo que simula o efeito da progesterona, na necessidade de reposição deste hormônio; este medicamento diminui o teor de proteína no lavado cervicovaginal afetando a imunidade da mucosa vaginal (CHAPPELL et al. 2014). Mulheres que usam diferentes hormônios contraceptivos possuem diferentes quantidades de proteínas no fluido cervicovaginal. O referido estudo foi realizado com mulheres saudáveis, assintomáticas, HIV- negativas, com idades entre 18 a 46 anos ou mais de 50 anos, com diversos tipos de utilização de anticoncepcionais orais, e mulheres que fazem o uso do DIU. A osmolaridade, viscosidade e o pH das amostras, foram medidas pelos aparelhos: MicroOsmometer Modelo 3320, Cambridge MicroSample Viscomoter e o pH Mettler Toledo. Já o esfregaço vaginal com coloração de Gram, foi avaliado usando os critérios de Nugent (CHAPPELL et al. 2014). Tabela 1: Dados apresentados como média ± desvio padrão/valor P de análise de variância unilateral/† valor P = 0,1 entre os grupos na pré-menopausa. 10 A tabela acima mostra as propriedades físicas da lavagem cervicovaginal, onde mostrou ser diferente em mulheres na pós-menopausa comparadas com mulheres na pré-menopausa, com relação ao pH (p <0,001) e viscosidade (p <0,001), mas permanece igual quanto a osmolaridade e densidade. O conteúdo de proteínas foi menor em mulheres na pros-menopausa, comparadas com mulheres na pré-menopausa (p <0,001); todas as mulheres do grupo de pré- menopausa apresentaram grandes quantidades de proteínas no CVL (CHAPPELL et al. 2014). O lavado cervicovaginal de mulheres que faziam o uso de anticoncepcionais hormonais (DMPA e DIU) apresentou maior viscosidade em comparação a mulheres na pré-menopausa que não faziam uso de anticoncepcionais (CHAPPELL et al. 2014). Chappell, et al (2014) relata que mulheres com presença de vaginose bacteriana tinham conteúdo proteico no CVL semelhante ao de mulheres com flora vaginal normal. Neste mesmo artigo “os efeitos dos hormônios reprodutivos…”, está descrito que mulheres com vaginose bacteriana contém pH alto e menor viscosidade, e foram comparados ao CVL de mulheres que fazem o uso de anticoncepcionais. A presença de enzimas da vaginose bacteriana que degradam a mucina, tem um impacto mais significativo na viscosidade do fluido cervicovaginal do que a ação dos hormônios reprodutivos. O hipoestrogênio caracteristicamente observado na pós menopausa, de acordo com Richards, et al (2015), produz uma atipia citológica reativa, sendo ela mal interpretada como células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US ou ASC-H). Isso é decorrente de inflamações coexistentes, atrofia celular ou infecções; níveis hormonais alterados pode estar relacionado com uso de anticoncepcionais que também apresenta uma semelhança citológica no diagnóstico. É bem mais provável haver resultados insatisfatórios para esfregaços citológicos cervicais anormais em grupos de pós-menopausadas no local da JEC (junção escamocolunar), devido ao estado hormonal e idade (RICHARDS & 11 DALRYMPLE. 2015). A JEC sofre diversas variações visíveis desde a infância até fatores como gravidez e uso de anticoncepcionais, por exemplo. No artigo “citologia cervicovaginal anormal…” foram selecionadas pacientes com citologia anormal na região cervicovaginal com baixo estado de estrogênio (mulheres acima de 12 meses na pós-menopausa, ou mulheres no pós-natal que permaneceram na amenorreia); foram excluídas pacientes que utilizam compostos de estrogênio como tratamento, que obtinham contraindicações para cremes de estrogênio vaginal e alterações colposcópicas evidentes de doenças pré-invasivas de alto grau/carcinoma cervical. Durante o exame colposcópico, a JEC teria que ser totalmente visualizada para que qualquer lesão seja vista em sua totalidade; citologia cervicovaginal, incluindo ectocervical e endocervical em citologia de base líquida e testes de HPV foram repetidos em alguns casos durante o processo (mulheres com idade entre 39 a 54 anos). Foram utilizados para o tratamento 0,5 mg do creme de estrogênio vaginal durante 2 vezes por semana, num período de 6 semanas (RICHARDS & DALRYMPLE. 2015). Tabela 2: apresentação da citologia na consulta inicial dos pacientes inseridos no estudo. Richards & Dalrymple (2015) relata que na colposcopia inicial, apenas 32% das pacientes apresentaram resultados satisfatórios. Após o uso do creme, 64% da população presente no estudo apresentaram respostas satisfatórias. 12 Tabela 3: resultado inicial do esfregaço e colposcopia satisfatória. Após 6 semanas de terapia com estrogênio, a repetição da citologia foi satisfatória em 40 das 54 pacientes; pacientes que tinham anormalidades persistentes no exame esfoliativo do colo, apenas 3 eram de alto grau. Observaram no estudo apenas uma paciente cujo esfregaço inicial era totalmente insatisfatório, e com aplicação do tratamento, obteve-se resultados satisfatórios (RICHARDS & DALRYMPLE. 2015). Tabela 4: resultados de pacientes comparando a apresentação de esfregaço citológico e esfregaço subsequente após estrogênio vaginal. Tabela 5: comparação do resultado do esfregaço inicial e diagnóstico final colposcópico final. Durante o acompanhamento de 2 anos, 4 pacientes apresentaram alterações persistentes de baixo grau na colposcopia mesmo após o uso do creme de estrogênio vaginal. Não foi considerado algo normal desenvolver novas doenças dentro do período de acompanhamento nesses 2 anos (RICHARDS & DALRYMPLE. 2015). 13 Ainda abordando relatos do artigo “citologia cervicovaginal anormal…”, o uso prolongado do estrogênio vaginal permite restauração adequada dos níveis hormonais local e estabelecimento de qualquer efeito inflamatório na região cervical ou na mucosa vaginal. Em estudos anteriores observaram uma associação entre o uso de anticoncepcionais à profundidade da JEC; altas doses de estrogênio melhoraram visualmente a zona de transformação em pacientes cuja colposcopia inicialmente mostrou-se ser insatisfatória (RICHARDS & DALRYMPLE. 2015). Em um estudo italiano, comparado com o estudo abordado neste trabalho, a exigência do protocolo sob uso do creme vaginal de estrogênio era de 3 meses contínuos, enquanto o protocolo do artigo “citologia cervicovaginal anormal…” era de apenas 6 semanas. No estudo italiano, mulheres na pós-menopausa em que esfregaços mostram ASC-US ou LSIL (lesão intraepitelial escamosa de baixo grau) e colposcopia negativa (satisfatória ou insatisfatória) com uso de reposição de estrogênio vaginal mostrou que apenas 11,6% das pacientes tinham que realizar tratamentos para lesões de alto grau, e 77,7% das mulheres que realizaram o exame esfoliativo do colo apresentaram normalidades. Pacientes que apresentaram lesões de baixo grau conseguiram obter normalidades com uso contínuo do creme de estrogênio vaginal (RICHARDS & DALRYMPLE. 2015). Richards & Dalrymple (2015) ainda relata que 9 pacientes presentes neste estudo apresentavam hipoestrogênio devido à amenorreia pós-parto; apenas 4 dessas pacientes mostraram anormalidades colposcópicas persistentesapós a terapia, e dessas 4, 1 tinha doença de alto grau comprovada em biópsia (NIC lll). No grupo de pacientes que testaram testes de HPV, 7 testaram positivo e nenhuma delas desenvolveu doenças de alto grau dentro desses 2 anos de acompanhamento pós terapia. A abordagem do artigo “comparando os efeitos da terapia de reposição hormonal…” tem como base o estudo de mulheres na pós-menopausa que utilizam a tibolona como um fator de tratamento; a tibilona é um esteróide 14 sintético com ações específicas aos tecidos, estimulando minimamente o endométrio. Ziaei, et al (2010) descreve que qualquer mulher na pós-menopausa faz uso a longo prazo de terapias de reposição hormonal (TRH) e grande parte os benefícios superam as desvantagens ou riscos, porém, por outro lado, sangramentos irregulares ocorrem em até 60% da TRH, levando à descontínua terapia em até 1 caso a cada 3. Por não haver nenhum método estabelecido para regularizar ou reduzir o sangramento, tais problemas associados à TRH são insatisfatórios (ZIAEI et al. 2010). O uso de tibolona mostrou ser de importância clínica por diversas razões, já que, para que a TRH seja um tratamento potencial à saúde, incluindo alívios no sintomas da menopausa, ela precisa do uso mais prolongado; sangramentos irregulares podem estar associados a doenças malignas no colo, endométrio e ovários, e tais protocolos podem envolver investigações invasivas e caras, podendo causar estresses às pacientes em questão (ZIAEI et al. 2010). No presente estudo “comparando os efeitos da terapia de reposição hormonal…”, foram incluídas mulheres com idades entre 45 a 60 anos, num total de 150 mulheres pós-menopáusicas saudáveis, cujo último período menstrual foi há mais de 2 anos. As pacientes foram divididas em 3 grupos, com acompanhamento durante 6 meses e receberam as seguintes dosagens de tratamento: 50 pacientes receberam 2,5 mg de tibolola + 1 comprimido de Cal-D (cálcio 500 mg e vitamina D 200 Ul) em doses diárias; outras 50 mulheres receberam 0,625 mg de equino conjugado estrogênico + 2,5 mg de acetato de medroxiprogesterona (CEE/MPA) + 1 comprimido de Cal-D em doses diárias, e as 50 restantes receberam 1 comprimido Cal-D serviu como grupo controle (ZIAEI et al. 2010). Os sintomas foram sangramento vaginal ou manchas no canal vaginal e secura vaginal. Durante o processo, 9 mulheres interromperam o tratamento antes dos 3 meses devido a sangramentos prolongados. O valor de maturação vaginal (VMV) foi calculado, multiplicando a porcentagem de tipos de células pelo fator de ponderação e, enfim, a soma do total. Os pesos aplicados foram: células superficiais (1,0), células intermediárias (0,5) e células parabasais (0) (ZIAEI et al. 2010). 15 Ziaei, et al (2010) relata que o grupo CEE/MPA teve mais episódios de sangramento e manchas do que o grupo tibolona e grupo controle. O grupo tibolona mostrou o VMV e índice de estradiol livre (FEI) em níveis maiores, enquanto houve diminuição no número de mulheres com secura vaginal e globulina ligada ao hormônio sexual (SHBG); no grupo CEE/MPA o VMV e SHBG aumentaram, e o número de mulheres com secura vaginal diminuíram significativamente com o tratamento; já no grupo controle, o grupo CEE/MPA e tibolona aumentaram os níveis de VMV, diminuindo o número de mulheres com secura vaginal. Pacientes presentes no grupo tibolona relataram mais disposição para continuar a medicação, contraditoriamente das pacientes dos grupos CEE/MPA e controle. Tabela 6: Comparação dos três grupos de mulheres na menopausa antes e após o tratamento com TRH, tibolona e placebo (M ± DP ou n (%). Durante os 6 meses de uso da tibolona, foram observados por meio de análise citológica a produção estrogênica significativa em comparação ao CEE/MPA; a tibolona diminuiu a secura vaginal e melhorou a disfunção sexual. A sexualidade é um fator importante que afeta a saúde e o bem-estar geral de mulheres na pós- menopausa, e que efeitos da tibolona podem ser uma escolha de tratamento de reposição hormonal na intenção de continuarem amenorreicas (ZIAEI et al. 2010). Ao longo do estudo, o endométrio foi avaliado por ultrassonografia, e quando a espessura da parede era mais de 5 mm, biópsias adicionais foram realizadas. Ziaei, et al (2010) ainda explica que a limitação deste estudo “comparando os efeitos da terapia de reposição hormonal…” foi pela falta de avaliação no 16 endométrio por ultrassonografia regular, pois sangramentos vaginais e/ou manchas não foram o foco do estudo. 17 5. CONCLUSÃO Após análise, o artigo “comparando os efeitos da terapia de reposição hormonal...”, concluiu-se que a taxa de episódios de sangramento ou manchas diminuíram progressivamente no grupo 2 após 3 meses de tratamento. A utilização da tibolona foi geralmente bem tolerada e a taxa de continuação geral foi significativamente melhor. Sendo assim, a medicação serve como uma escolha adequada para terapia de reposição hormonal, pois apresenta baixas taxas de sangramento vaginal/episódios de manchas e alta taxa de aceitação pós-menopausa nas mulheres. Já no artigo “os efeitos dos hormônios reprodutivos...”, cabe esclarecer que, quando comparado os hormônios reprodutivos, a vaginose bacteriana tem um impacto mais significativo nas propriedades físicas da lavagem cervicovaginal. Além disso, mulheres que usam acetato de despomedroxiprogesterona para contracepção, apresentam baixas taxas de proteína total do fluido cervicovaginal quando comparado a outras mulheres na pré-menopausa, especialmente usuárias de DIU. É importante destacar no artigo “citologia cervical anormal...” que o uso do creme de estrogênio vaginal para pacientes com anomalias no esfregaço e baixo nível de estrogênio, melhora a taxa de colposcopia satisfatória, além de melhorar a precisão da previsão de verdadeiro grau de doenças pré-invasivas, reduzindo assim o número de pacientes que requerem tratamentos definitivos para suas anormalidades detectadas na população de pacientes avaliadas. Por fim, existe a necessidade de mais estudos para explorar quais são as diferenças encontradas nos componentes específicos da proteína fluido vaginal, bem como, explorar a fundo os possíveis mecanismos para redução de sangramentos causados pela terapia de reposição hormonal e a utilização do creme de estrogênio para pacientes com anomalias no esfregaço. Todos os métodos inseridos neste trabalho mostraram ser eficazes e satisfatórios. 18 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KLINET, T .S. The Papanicolaou smear: a brief historical perspective and where we are today. Arch, Pathol.Lab Med,1997. KOSS, Leopold G., GOMPEL, Claude. Introdução à Citopatologia Ginecológica com Correlações Histológicas e Clínicas, 2006. CHUERY, A. C. S.; BAGNOLI, V. R.; FONSECA, A. M.; PARELLADA, C. I. Hormonioterapia na menopausa. Disponível em: < http/www.portaldeginecologia.com.br> Acesso em: 20 marc 2021. GIACOMINI, Danieli Ribeiro; MELLA, Eliane Aparecida Campesatto. Reposição Hormonal: Vantagens e Desvantagens. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, v. 27, n. 1, pág. 71-92, 2006. CHAPPELL, C A, et al. The Effects of Reproductive Hormones on the Physical Properties of Cervicovaginal Fluid. Am J Obstet Gynecol. 2014 September ; 211(3): 226.e1–226.e7. doi:10.1016/j.ajog.2014.03.041. ZIAEI, S, et al. Comparing the Effects of Continuous Hormone Replacement Therapy and Tibolone on the Genital Tract of Menopausal Women; A Randomized Controlled Trial. Department of Obstetrics and Gynecology, Faculty of Medical Sciences, Tarbiat Modares University, Tehran, Iran, P.O. Box: 14115-111. Jun. 30, 2010. RICHARDS A. DALRYMPLE C. Abnormal cervicovaginal cytology, unsatisfactory colposcopy and the use of vaginalestrogen cream: An observational study of clinical outcomes for women in low estrogen states. J. Obstet. Gynaecol. Res. Vol. 41, No. 3: 440–444, March 2015.
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