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Climatério 1 - Defina climatério e seus critérios diagnósticos (sintomas, índice de Kupperman, diferencie menopausa e perimenopausa). Climatério x Perimenopausa x Menopausa Dos 40 aos 65 anos, aproximadamente, as mulheres vivenciam uma fase complexa da vida, denominada CLIMATÉRIO. Trata-se de uma síndrome que se instala aos poucos, com sintomas que variam quanto ao tipo e à intensidade, e que afeta o organismo como um todo. Durante esse período, os ovários perdem progressivamente sua capacidade de produzir hormônio e de promover ciclos ovulatório. A transição menopáusica, também chamada PERIMENOPAUSA, caracteriza-se por ser um período de mudanças fisiológicas à medida que as mulheres se aproximam do final da fase de vida reprodutiva.1 Esse período de transição menopáusica tem uma importância clínica evidente, caracterizada pelo aparecimento de comorbidades e mudanças na qualidade de vida. É nessa fase que as mulheres podem apresentar sintomas vasomotores (p. ex., fogachos e sudorese), assim como transtornos do sono, depressão, variação de humor. Os sintomas urogenitais, a piora da qualidade óssea, as alterações no metabolismo lipoproteico e o aumento do risco cardiovascular recebem igualmente contribuição do hipoestrogenismo subjacente, ainda que se manifestem mais adiante e também contribuam para piora na qualidade de vida e afetem envelhecimento saudável. Define-se MENOPAUSA como sendo o último período menstrual, identificado retrospectivamente após 12 meses de amenorreia. Ocorre, em média, aos 50 anos de idade, a idade da menopausa parece ser determinada geneticamente e não é afetada por etnia, condição socioeconômica, idade da menarca ou número de ovulações prévias, paridade ou uso de contraceptivos anovulatórios, e em alguns casos pode antecipar-se em até 2 anos em mulheres tabagistas, assim como muitas mulheres expostas à quimioterapia ou radioterapia pélvica podem ter a menopausa antecipada em alguns anos. Pode, consoante a maneira como ocorre, ser classificada como menopausa natural, também chamada menopausa espontânea, e menopausa induzida, nos casos de cirurgias, radioterapia ou quimioterapia. A insuficiência ovariana prematura, definida como a menopausa antes dos 40 anos de idade, ocorre em cerca de 1% das mulheres; pode ser idiopática ou associada à exposição tóxica, anormalidade cromossômica ou distúrbio autoimune Segundo a Sociedade Brasileira de Climatério - SOBRAC (2004) o CLIMATÉRIO é uma endocrinopatia caracterizada por alterações funcionais, morfológicas e hormonais, e o divide em três fases: Fase pré-menopausal (final do menacme - período de idade fértil - ao momento da menopausa) - caracterizada por amenorréia com 3 meses de duração. Marcada pelos fenômenos vasomotores (ondas de calor e sudorese); Fase perimenopausal (período de 2 anos que precede e sucede a menopausa) - é uma condição clínica, particularizada por amenorréia com 3 a 11 meses de duração. Marcada pelos fenômenos vasomotores (ondas de calor e sudorese); Fase pós-menopausal (inicia 2 anos após a menopausa e finda na senectude – velhice). Quadro Clínico O período da perimenopausa costuma ser acompanhado de modificações indesejáveis em vários sistemas e funções. Além dos efeitos sobre o centro termorregulador hipotalâmico e sobre o sistema reprodutivo, ocorrem secura e atrofia vulvovaginais (AVV), impacto negativo no metabolismo ósseo e alterações na função cardiovascular, na cognição e no humor. Muitas mulheres têm diminuição da qualidade de vida, em decorrência dos sintomas vasomotores e psicológicos. Somente cerca de 15% das mulheres não apresentarão nenhum sintoma no período pós-menopausa. O diagnóstico dos eventos menopáusicos é essencialmente clínico. Assim, durante a obtenção da história na primeira consulta, deve-se atentar para a saúde atual e pregressa da paciente, bem como para as questões decorrentes da própria menopausa (Tabela 36.1) – HISTÓRIA DO PACIENTE. HISTÓRIA PESSOAL Idade em que entrou na menopausa Antecedentes ginecológicos Mastopatias Doenças cardiovasculares Doenças tromboembólicas Hepatopatias Alergias e contraindicações a medicamentos Medicações em uso Conflitos pessoais ou familiares A idade em que entrou na menopausa tem importância na cronologia dos sintomas menopáusicos e no desenvolvimento das doenças cardiovasculares (DCVs) e da osteoporose. A SÍNDROME MENOPÁUSICA é composta pelos chamados sintomas vasomotores e pelas modificações atróficas. Entre os primeiros, os mais disseminados e incômodos são as ondas de calor, também denominadas fogachos. Tais sintomas podem ocorrer mesmo antes de estabelecida a menopausa. ANTECEDENTES FAMILIARES Doenças cardiovasculares Diabetes melito Osteoporose 0 Câncer (de mama, útero, cólon etc.) Os antecedentes familiares devem ser revisados em busca de possíveis moléstias que possam ter embasamento genético e/ou conhecida incidência familiar. Investiga-se sistematicamente a presença de DCVs, diabetes melito, osteoporose e câncer, principalmente das mamas, útero e cólon. QUEIXAS OU SINTOMAS Menopáusicos: ondas de calor, sudorese, nervosismo, irritabilidade, cefaleia, insônia, depressão etc. Osteoarticulares Sexuais: alteração no desejo, na frequência e na satisfação sexuais, dispareunia Geniturinários: prurido e secura vaginais, prolapso, disúria, polaciúria, incontinência urinária, mialgias, artralgias, lombalgias Também podem estar presentes alterações menstruais, as quais podem igualmente denunciar as irregularidades da maturação folicular, que também aparecem, por vezes, nesse período de pré- menopausa. São comuns as queixas de disfunções sexuais, com diminuição do interesse ou do desejo, da satisfação e do número de relações sexuais. Frequentemente ocorre queixa de dispareunia (dor genital associada à relação sexual), quase sempre associada a atrofia urogenital. A ATROFIA UROGENITAL constitui o outro braço da síndrome menopáusica. O sistema reprodutor e as vias urinárias têm origem embriológica comum. O epitélio vaginal é rico em receptores de estrogênios. Também a uretra contém receptores de estrogênio, embora não se tenham descrito esses receptores na bexiga. Dessa maneira, a queda dos níveis de estrogênio compromete igualmente uretra e vagina. De outra parte, ambos são responsivos à terapêutica de reposição de estrogênio, por via local ou sistêmica. Os quadros de atrofia urogenital são encontrados com frequência em mulheres pós- menopáusicas, e diferentes estudos relatam incidência que varia de 15 a 38%, em mulheres acima de 55 anos de idade. Os sintomas vasomotores afetam até 75% das mulheres na perimenopausa; na maioria delas, duram de 1 a 2 anos após a menopausa, mas em outras podem persistir por 10 anos ou mais. HISTÓRIA ALIMENTAR Hábitos alimentares, ingestão de cálcio (laticínios em geral), fibras e gorduras EXERCÍCIOS Regularidade, tipo, frequência, duração, intensidade Nessa etapa da vida, e mesmo antes, as mulheres às vezes têm dificuldade de mencionar algumas de suas queixas, mormente as relacionadas com as disfunções sexuais. Alguns médicos, em virtude desse fato, preferem fornecer um questionário a ser preenchido pelas pacientes antes de entrarem na consulta. Esta prática pode, inclusive, permitir a abordagem de um número maior de questões em tempo menor. Índice de Kupperman O diagnóstico de climatério é eminentemente clínico, associando-se faixa etária da paciente, alterações menstruais e outros sintomas da deprivação hormonal. Porém, para avaliar a sintomatologia, a necessidade de tratamento e seu acompanhamento, foram criados alguns índices que permitem avaliar, com certa praticidade, a intensidade da síndrome climatérica. O Índice Menopausal de Kupperman avalia a intensidade dos sintomas climatéricos e é usado como referência pelos médicos ginecologistas. A classificação vai deleve e moderado a intenso e ajuda a identificar a aproximação da menopausa em mulheres bastante sintomáticas. Este índice é um dos instrumentos mais utilizados na avaliação clínica da sintomatologia climatérica, envolvendo onze sintomas ou queixas (sintomas vasomotores, insônia, parestesia, nervosismo, melancolia, vertigem, fraqueza, artralgia/mialgia, cefaléia, palpitação e zumbidos), aos quais são atribuídas diferentes pontuações segundo a sua intensidade e prevalência. Os escores totais são classificados em: Leves (valores até 19); Moderados (entre 20 e 35); Intensos (maior que 35). Assim, quanto maior a pontuação obtida, mais intensa a sintomatologia climatérica. https://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/Climaterio.pdf https://www.bibliomed.com.br/calculadoras/kupperman/index.cfm https://www.scielo.br/j/rbgo/a/7X7bKc9PMyFzrFh6ZHH4nVq/?lang=pt&format=pdf https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1660/climaterio.htm BEREK,. Tratado de Ginecologia . Disponível em: Minha Biblioteca, (15ª edição). Grupo GEN, 2014. Bassil, LASMAR, R. Tratado de Ginecologia . Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2017. 2 - Discorra sobre o mecanismo do climatério e suas alterações hormonais. Fisiologia e Fisiopatologia Ao nascimento, as mulheres possuem 1 a 2 milhões de folículos primordiais nos ovários. Ao tempo da menopausa, restam apenas algumas centenas ou poucos milhares desses folículos. https://www.ufjf.br/nates/files/2009/12/Climaterio.pdf https://www.bibliomed.com.br/calculadoras/kupperman/index.cfm https://www.scielo.br/j/rbgo/a/7X7bKc9PMyFzrFh6ZHH4nVq/?lang=pt&format=pdf https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1660/climaterio.htm Durante os 40 anos da vida reprodutiva, o mecanismo de atresia prevalece, sendo que a taxa de perda folicular é linear até 35 a 38 anos de idade, seguida de uma redução vertiginosa até a menopausa. Por volta dos 40 anos, os ovários começam a diminuir de tamanho; esse número se desacelera durante a perimenopausa e termina 5 a 10 anos após a menopausa. Na perimenopausa, o número de folículos ovarianos se reduz substancialmente, e os remanescentes respondem de modo inadequado ao hormônio foliculoestimulante (FSH) e ao hormônio luteinizante (LH), com maturação irregular dos folículos; o resultado são ciclos irregulares decorrentes da anovulação. A menopausa resulta da perda de sensibilidade ovariana às gonadotrofinas, relacionada com a diminuição numérica e a disfunção dos folículos. Essas alterações podem preceder a menopausa em até 5 anos, e a diminuição do número e da qualidade dos folículos acarreta redução da secreção de estrógenos e de inibina B. De início, ocorre um aumento nos níveis de FSH. Posteriormente, com maior redução dos folículos, não haverá estradiol (E2) suficiente para comandar a retroalimentação positiva responsável pela ovulação. Isto faz com que o LH também se eleve, embora em menores proporções que o FSH. Os níveis elevados de FSH e LH estimulam o estroma ovariano – que, em consequência, promove níveis de estrona (E1) mais elevados que os de estradiol (E2). O hormônio antimülleriano (AMH), uma glicoproteína dimérica membro da família do fator beta transformador de crescimento e produzida pelas células da granulosa nos pequenos folículos antrais em crescimento nos ovários, é um marcador de reserva do número de folículos ovarianos. Os níveis de AMH no soro independem do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, diminuindo a níveis indetectáveis na pós-menopausa. Os androgênios (testosterona, dihidrotestosterona., androstenediona, deidroepiandrosterona) podem estar normais ou diminuídos no início da menopausa. Entretanto, mesmo que os níveis de testosterona estejam reduzidos, essa diminuição é inferior à de E2. O ovário pós-menopáusico continua sua produção de androstenediona e testosterona. A suprarrenal também mantém a secreção desses hormônios. O estrogênio circulante mais importante na mulher após a menopausa é a estrona. Sua principal fonte provém da conversão periférica da androstenediona, processada basicamente no tecido adiposo. É importante salientar que, após a menopausa, as mulheres não têm níveis absolutamente ausentes de estrogênios. Existe um mecanismo de aromatização da androstenediona em estrona. Como essa conversão ocorre principalmente no tecido adiposo, as mulheres obesas tendem a produzir níveis mais altos de estrona. Apesar de ser biologicamente mais fraca que o estradiol (E2), a estrona se liga ao receptor hormonal específico e causa efeitos estrogênicos nas células-alvo. Além disso, uma pequena quantidade de estrona pode ser convertida em estradiol. Bassil, LASMAR, R. Tratado de Ginecologia. Disponível em: Minha Biblioteca, Grupo GEN, 2017. 3 - Indique os exames utilizados para o diagnóstico do climatério (MINTI). O diagnóstico de climatério é eminentemente clínico, associando-se faixa etária da paciente, alterações menstruais e outros sintomas da deprivação hormonal. Exames Complementares A seguir são descritos os exames que devem ser solicitados e suas finalidades. DOSAGENS HORMONAIS: FSH, LH, PROGESTAGÊNIO E ESTRADIOL O primeiro hormônio a apresentar aumento significativo nos seus níveis circulantes é o FSH, pela baixa resposta dos ovários para manter o mesmo nível circulante inicial de estrogênio. A seguir, eleva-se o LH e, por último, o estrogênio começa a cair. Essas dosagens devem ser reservadas para casos de dúvidas diagnósticas. BETA-HCG Crucial na avaliação de pacientes em amenorreia que têm potencial, apesar de pequeno, de engravidar. GLICEMIA DE JEJUM Triagem para diabetes, mais incidente nessa faixa etária. HEMOGRAMA COMPLETO Avaliação de anemia, que pode ser clinicamente assintomática. PERFIL LIPÍDICO Aqui devem ser pedidas as frações de colesterol e triglicérides, importantes na avaliação do risco de doenças cardiovasculares e decisões terapêuticas. COLPOCITOLOGIA ONCÓTICA Utilizada no screening do câncer de colo uterino, na menopausa pode ser avaliado também o índice de maturação celular, que se encontra diminuído (aumento de células parabasais) pelo hipoestrogenismo. DENSITOMETRIA ÓSSEA Importante na avaliação, em longo prazo, da massa óssea e da influência sofrida pelo hipoestrogenismo, permitindo detecção e tratamento precoces da osteopenia grave e osteoporose, impedindo a ocorrência de complicações mais graves como fraturas patológicas; obrigatória para pacientes com fatores de risco (ingesta inadequada de cálcio, dieta rica em fosfatos, uso prolongado de corticoides ou heparina, hiperparatireoidismo, insuficiência renal crônica, alcoolismo, sedentarismo, entre outros) para osteoporose. Convém solicitá-la no diagnóstico de menopausa e 2 anos após, a fim de estabelecer o padrão de perda óssea da paciente. TSH, T4 LIVRE Importantes na avaliação do hipotireoidismo, que tem sua incidência aumentada nessa faixa etária e pode apresentar sintomas muito parecidos com os da menopausa. Exames de imagem para avaliação do climatério e menopausa através de imagem A principal modalidade para aquisição de imagens do sistema genital feminino é a US por meio de técnicas transabdominal, transvaginal e Doppler. A RM e a TC são empregadas para o estadiamento e o acompanhamento de malignidades pélvicas e para suplementar os resultados obtidos por US, fornecendo caracterização adicional das lesões. RM: excelente capacidade de diferenciar tipos de tecidos, é particularmente útil no estabelecimento de diagnóstico por imagem de patologias pélvicas. Além disso, muitas lesões do útero e anexos uterinos podem ser descobertas incidentalmente por TC ou RM pélvica realizada por outras razões. A utilização de imagens durante esse período permite o acompanhamento das mudanças genitais femininas fisiológicas durante o climatério e menopausa e também a avaliação de sintomas que se manifestem, e que são relativamentefrequentes. ULTRASSONOGRAFIA A ultrassonografia (US) é a principal modalidade de imagem para a avaliação do sistema genital feminino e da pelve. PRINCIPAIS INDICAÇÕES: dor pélvica, distúrbios menstruais, exame físico anormal ou limitado, suspeita de massa ou infecção. O exame de US geralmente se inicia com abordagem transabdominal da bexiga urinária distendida, como janela para a pelve. A US transvaginal é realizada com a bexiga vazia e fornece avaliação mais detalhada. - rotineiramente utilizada para avaliar o surgimento e medir a espessura do endométrio. o Após a menopausa, o útero atrofia para cerca de 6 × 2 × 2 cm e a espessura do endométrio ecogênico não é superior a 5 a 7 mm. o A atrofia do endométrio é caracterizada por endométrio uniformemente mais fino, com espessura de dupla camada inferior a 5 mm. O endométrio afinado é um achado normal e esperado em mulheres na pós-menopausa. No entanto, em alguns casos, o endométrio fino conduz à erosão superficial que resulta em sangramento. A US com fluxo colorido é empregada para identificar os vasos sanguíneos pélvicos, identificar lesões vasculares na pelve e para demonstrar a vascularização do tumor. Outra alteração possível é o espessamento do endométrio que tem as seguintes possíveis causas na mulher durante a menopausa: CARCINOMA DO ENDOMÉTRIO: pode aparecer como espessamento difuso ou como massa endometrial focal. A observação da espessura endometrial superior a 15 mm está fortemente associada à existência de carcinoma; Objetivo: O objetivo central dessa atividade é identificar os principais exames de imagem que são utilizados para avaliação do climatério e menopausa. HIPERPLASIA ENDOMETRIAL: é causada por estimulação sem oposição ou prolongada de estrogênio e é mais comum em mulheres na peri e na pós menopausa. O endométrio se apresenta espesso e heterogêneo, com pequenos cistos. Somente a biopsia pode diferenciar hiperplasia endometrial de câncer endometrial; PÓLIPOS ENDOMETRIAIS: são o resultado de hiperplasia focal ou neoplasia adenomatosa do endométrio. Aparecem com mais frequência na faixa etária entre 30 e 60 anos. A transformação maligna é relatada em 1 a 4% dos casos. Cerca de 20% são múltiplos. A US demonstra massa polipoide focal ecogênica no endométrio ou espessamento endometrial difuso; TAMOXIFENO: utilizado como terapia auxiliar do câncer de mama, aumenta o risco de desenvolvimento de carcinoma do endométrio de duas a sete vezes. Seu uso também está associado a aumento na incidência de pólipos endometriais, hiperplasia endometrial e, às vezes, acentuadas alterações císticas no endométrio. O volume médio dos ovários diminui de 8 mℓ na faixa etária entre 40 e 44 anos para menos que 1 mℓ acima de 70 anos de idade. O volume máximo do ovário após a menopausa é de 6 mℓ. Calcificações focais, em um ovário de aspecto normal, são um achado comum e benigno. Cistos ovarianos após a menopausa. São cistos benignos de inclusão na serosa encontrados em 15% das mulheres assintomáticas após a menopausa. As características nos exames de US são: Tamanho pequeno, menor que 5 cm; Paredes finas e lisas de espessura uniforme (menos de 3 mm); Conteúdo líquido anecoico; Ausência de septações, nódulos ou qualquer componente de tecidos moles. Com o tempo, esses cistos costumam mudar de tamanho ou desaparecer. É extremamente improvável que cistos com tais características em mulheres na pós-menopausa sejam malignos. A Society of Radiologists in Ultrasound recomenda o acompanhamento anual de cistos na pós-menopausa maiores que 1 cm. https://api.grupointegrado.br/public/lms.grupointegrado.br/qrcode/6b4a9af208a3ca07f312c5a56ac8b3c0.p df 4 - Explique o tratamento farmacológico e não farmacológico do climatério e a janela de oportunidade. O climatério contempla algumas mudanças que podem ocorrer em maior ou menor intensidade, durante o período que acompanha a diminuição da função ovariana. Desta forma, a instituição de tratamento específico, como a terapêutica medicamentosa hormonal ou não hormonal e/ou terapias não medicamentosas podem ser necessárias quando bem indicadas. Qualquer que seja a abordagem terapêutica é essencial observar que a atenção integral à mulher no climatério inclui medidas gerais, orientação dietética e apoio psicológico. https://api.grupointegrado.br/public/lms.grupointegrado.br/qrcode/6b4a9af208a3ca07f312c5a56ac8b3c0.pdf https://api.grupointegrado.br/public/lms.grupointegrado.br/qrcode/6b4a9af208a3ca07f312c5a56ac8b3c0.pdf TERAPIA HORMONAL A terapêutica hormonal (TH) no climatério constitui um dos pilares do tratamento dos agravos à saúde da mulher decorrentes da deficiência hormonal própria desse período da vida.1 Seu emprego na pós-menopausa cresceu de maneira significativa a partir dos anos 1980. Mereceu grande interesse e atenção dos pesquisadores, que sempre colocaram em dúvida a eficácia e a segurança da TH. Entretanto, é importante enfatizar que TH é o tratamento mais eficaz para os sintomas climatéricos, com consideráveis repercussões benéficas para a qualidade de vida das usuárias. O tratamento pela administração de hormônios visa, em especial, combater os sintomas vasomotores, a prevenção e tratamento da atrofia urogenital (que causa a dispareunia) e da pele, preservar a massa óssea, melhorar o sono, impedir a deteriorização da função cognitiva e estimular a libido. O estudo denominado “Iniciativa de Saúde da Mulher” (WHI), em suas inúmeras publicações desde a primeira, em 2002, considerou que a TH aumenta o risco de DCV, AVE e câncer de mama, particularmente quando empregada de forma combinada com estrogênios conjugados equinos e acetato de medroxiprogesterona.16 A magnitude do estudo WHI fez com que, equivocadamente, muitos estudiosos do assunto entendessem que seus resultados deveriam ser validados para todas as formulações de TH, com suas distintas e incontáveis possibilidades de composição, de doses e de vias de administração.1 Vale ressaltar que a TH inclui uma extensa variedade de produtos hormonais, com diferentes doses, empregada em diversos regimes e vias de administração, com riscos e benefícios potencialmente diferentes. Seus prescritores devem ter pleno conhecimento dessa diversidade para optarem pela alternativa que, a juízo clínico, mais se ajusta à singularidade de cada caso. Sob outra perspectiva, cabe dizer que a TH não constitui medida isolada e única, devendo ser parte de uma estratégia global que inclui, entre outras medidas, as recomendações sobre estilo de vida, dieta, exercícios, tabagismo e consumo de álcool, com o objetivo de se manter a saúde das mulheres na pós-menopausa. A TH, por sua vez, deve ser individualizada e ajustada de acordo com os sintomas e as necessidades de prevenção, e alinhada às peculiaridades reveladas pela história pessoal e familiar. Obviamente, também devem ser levadas em conta a vontade da mulher e suas crenças e convicções, além de suas próprias expectativas em relação a essa etapa de vida. INDICAÇÕES DA TERAPIA HORMONAL As sociedades científicas internacionais entraram em consenso de que a TH deve ser iniciada para alívio dos sintomas desagradáveis relacionados à redução dos esteróides sexuais, como as alterações menstruais, fogachos/sudorese e aqueles consequentes à atrofia urogenital. A dose ministrada deve ser a mínima eficaz para melhorar os sintomas, devendo ser interrompida assim que os benefícios desejados tenham sido alcançados ou os riscos superem os benefícios. Atualmente, a TH não deve mais ser iniciada com o objetivo de prevenção primária ou secundária de doença cardiovascular. O mesmo ocorre em relação à osteoporose, em que a TH não é a primeira escolha de tratamento, já que existem outras condutas com resultados bastante satisfatórios, a não ser que haja também outras indicações para a terapia hormonal. CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTASÀ TERAPIA HORMONAL: Câncer de Mama; Câncer de Endométrio; Doença Hepática Grave; Sangramento Genital Não Esclarecido; História de Tromboembolismo Agudo e Recorrente; Porfiria - a porfiria é um grupo de doenças raras causadas por um defeito na produção de enzimas da hemoglobina, que é responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS À TERAPIA HORMONAL Entre as contraindicações relativas estão a hipertensão arterial e o Diabetes mellitus não- controlados, a endometriose e miomatose uterina. QUANDO INICIAR A TERAPIA HORMONAL O ideal é iniciar a TH nos primeiros dez anos após a menopausa (também chamada de JANELA DE OPORTUNIDADE). Depois disso, se a mulher ainda não faz uso de hormônios, os benefícios deste tipo de tratamento são menores que os riscos, então a TRH não é mais indicada TIPOS DE TH São basicamente dois grupos de medicamentos, os que contêm apenas estrógenos e os que apresentam a associação de um estrogênio com um progestagênio: TERAPIA ESTROGÊNICA (TE): contém somente hormônio estrogênio. Desta forma isolada só pode ser prescrita para pacientes que já não possuem o útero. TERAPIA ESTROPROGESTAGÊNICA (TEP): progestagênio é acrescentado à TE. Prescrita para pacientes que possuem o útero. FORMAS DE USO Existe o tratamento dito SISTÊMICO que irá agir em todo o corpo ajudando a aliviar, por exemplo, queixas de fogachos (calorões), ressecamento vaginal e atuando na prevenção de osteoporose. Este tratamento sistêmico pode ser feito por diferentes vias de administração (com vantagens e desvantagens para cada uma): Comprimidos orais Anel vaginal Adesivo transdérmico Gel Emulsão Spray Injeções Outra opção é o tratamento LOCAL, diretamente por via vaginal, com doses baixas de estrogênio, que são efetivas para o tratamento de queixas como ressecamento vaginal que pode levar à dor na relação sexual. Também nessa forma de tratamento local há diferentes formas de administração da medicação: Cremes vaginais Anel vaginal Comprimidos vaginais POR QUANTO TEMPO POSSO USAR? Tanto o tempo de uso da terapia hormonal como a dose da medicação deverão ser sempre individualizadas e o acompanhamento médico de rotina durante o tratamento é mandatório. Entretanto, a recomendação é de utilizar a menor dose efetiva pelo menor tempo possível. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO NÃO HORMONAL O tratamento medicamentoso não hormonal pode melhorar os sintomas vasomotores, sobretudo quando leves ou moderados. As mulheres com quadros de ansiedade e/ou depressão, relacionados ou não ao climatério, podem se beneficiar também com esses recursos. As principais indicações dessa modalidade terapêutica são: Para mulheres que não desejam a hormonioterapia; Para mulheres que apresentam efeitos colaterais durante a TH; Contraindicação à TH; Para mulheres sintomáticas em que a resposta à terapia hormonal é insatisfatória. As opções atualmente disponíveis no mercado são os agentes antidopaminérgicos, antidepressivos, hipno-sedativos, vasoativos e os que atuam no eixo hipotalâmicohipofisário. MEDICINA NATURAL E PRÁTICAS COMPLEMENTARES O Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC), para normatizar sua utilização no Sistema Único de Saúde, ampliando assim as possibilidades para garantia da integralidade na atenção à saúde. A Política foi aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde, em 15 de dezembro de 2005, e visa também atender à necessidade de conhecer, apoiar, incorporar e implementar experiências que já vêm sendo desenvolvidas na rede pública de muitos estados e municípios do país. A PNPIC no SUS contempla, em seu documento, inicialmente, a MEDICINA TRADICIONAL CHINESA – acupuntura, homeopatia, fitoterapia, medicina antroposófica e o termalismo social – crenoterapia. Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e suas relações sociais. Há uma ampliação da visão do processo saúde-doença, valorizando o autocuidado. FITOTERAPIA E O CLIMATÉRIO Conceitualmente, fitoterápico é todo medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. “A fitoterapia é uma terapêutica caracterizada pelo uso das plantas medicinais e suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal” (NETTO, 1998). A fitoterapia, na atualidade, tem se mostrado como importante opção terapêutica no climatério, especialmente no tratamento da sintomatologia associada. Para o climatério descompensado, particularmente, existem fitoterápicos compropriedades estimulantes sobre os receptores hormonais específicos (receptores beta), melhorando assim, as manifestações clínicas apresentadas. O grande diferencial desses fitoterápicos é a sua ação altamente seletiva, sendo considerados Moduladores Seletivos dos Receptores Estrogênicos (SERMs), o que faz com que tais substâncias tenham baixíssimos índices de efeitos colaterais. Os principais fitoterápicos utilizados no climatério são comumente conhecidos como FITOESTROGÊNIOS por sua ação estrogênio-símile, embora, por serem moduladores, possam exercer também ação antiestrogênica a depender da quantidade de hormônios circulantes no organismo, como no caso das flutuações hormonais e picos hiperestrogênicos na pré-menopausa. A atividade biológica extrínseca desses fitoterápicos decorre de sua composição química, que contém anéis fenólicos heterocíclicos similares aos estrogênios naturais e sintéticos compatíveis aos receptores beta-estrogênicos. Entre eles, os mais utilizados para o climatério são o Glycine Max, Trifolium pratense e a Cimicífuga racemosa, apesar de existirem muitos outros fitoterápicos com esta finalidade. Para os sintomas psicoemocionais que podem acompanhar esta fase da vida da mulher, existem fitoterápicos para alívio de quadros leves e moderados de depressão e ansiedade, utilizados também em cardiologia, neurologia, psiquiatria, etc. https://www.albertofreitas.med.br/blog/2016/7/22/terapia-hormonal-th-na-menopausa-perguntas-e- respostas https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_atencao_mulher_climaterio.pdf Tratado de Ginecologia - LASMAR, Ricardo Bassil 5 - Discorra sobre possíveis complicações da menopausa seus diagnósticos e possíveis tratamentos. A. Osteoporose. A osteoporose é uma doença caracterizada por uma baixa massa óssea e deteriorização da microarquitetura do tecido ósseo. Isso causa fragilidade óssea e aumento no risco de fraturas. Devido ao aumento na expectativa de vida da população brasileira, a osteoporose é reconhecida como importante questão de saúde pública. Isso porque ela afeta indivíduos de maior idade, sobretudo mulheres na pós-menopausa. FATORES DE RISCO Os fatores de risco para a osteoporose devem ser identificados a partir de um histórico clínico da paciente. Entre eles incluem-se: sexo feminino, idade, deficiência estrogênica, raça branca ou asiática, baixo peso e baixo índice de massa corporal, baixa ingestão de cálcio na infância, sedentarismo, histórico familiar de osteoporose, tabagismo e história prévia de fratura. OSTEOPOROSE PÓS-MENOPAUSA A osteoporose pós-menopausa ou Tipo I está associada à insuficiência hormonal do climatério – conjunto de sintomas que surgem antes e depois da menopausa, ou condições que induzem precocemente diminuição de estrógenos. Geralmente acontece nas duas primeiras décadas após o início da menopausa, sendo que as primeiras alterações na velocidade de perda de massa óssea já se demonstram entre três e cinco anos antes do término do período menstrual. Durante a infância e nos primeiros anos da vida adulta, amassa óssea aumenta, atingindo um pico por volta dos 25 a 30 anos. Perto de 10% do esqueleto está continuamente ativo, no processo de https://www.albertofreitas.med.br/blog/2016/7/22/terapia-hormonal-th-na-menopausa-perguntas-e-respostas https://www.albertofreitas.med.br/blog/2016/7/22/terapia-hormonal-th-na-menopausa-perguntas-e-respostas https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_atencao_mulher_climaterio.pdf remodelação. Após a menopausa, devido à redução dos estrógenos (os estrogênios atuam sobre a remodelação óssea inibindo a reabsorção), algumas mulheres passam a perder massa óssea acima de 1% ao ano, sendo que algumas chegam a perder 5% e, no final de 5 anos, estão com perda superior a 25%, caracterizando a osteoporose pós-menopausa. TRATAMENTO A PRIMEIRA OPÇÃO TERAPÊUTICA NO TRATAMENTO da osteoporose pós-menopausa é a reposição hormonal associada a medidas gerais, como adequada ingestão de cálcio (1000 - 1500 mg de cálcio/dia) e atividade física. No entanto, há situações clínicas em que necessitamos empregar outros recursos terapêuticos: 1. Quando há contra indicação de TRH ou a paciente se recusa a fazer TRH; a. o emprego de outros recursos terapêuticos está indicado quando o exame densitométrico mostrar, a nível de coluna ou colo, valores DP inferiores a -2,5 D, quando houver fatores de risco ou quando a análise dos marcadores bioquímicos evidenciarem aumento de reabsorção que implicariam em perda óssea mais rápida. 2. Quando não há resposta do metabolismo ósseo ao TRH avaliada através de densitometria óssea e avaliação dos marcadores de remodelação óssea, após um ano do seu emprego; 3. Quando o quadro clínico é de osteoporose estabelecida. Nas situações 2 e 3, a terapêutica escolhida pode ser associada a TRH, visando os efeitos estrogênicos sobre outros parâmetros, como o cardiológico, psíquico, lipídico. Como a osteoporose pós-menopausa se caracteriza por alta remodelação, a terapêutica de escolha, nessas situações, seria o emprego de drogas que agem diminuindo a reabsorção óssea: modulador do receptor do estrógeno o São compostos que produzem agonismo estrogênico em um ou mais tecidos alvos desejados, como osso e antagonismo estrogênico nos tecidos reprodutores como mama e útero. Os moduladores de primeira geração como tamoxifeno são agonistas à nível de osso, antagonistas à nível de mama, mas exercem efeito agonista em útero. Os moduladores de receptor de estrógeno de segunda geração como raloxifeno, não têm efeito agonista nos tecidos reprodutivos. Há vários trabalhos de uso clínico de raloxifeno 60 mg em osteoporose pós menopausa (1,2). Há um estudo do efeito de raloxifeno sobre a incidência de fraturas, mostrando redução de fraturas vertebrais em radiografia em 50% no período de 24 meses; o estudo continua para avaliação de 36 meses. Bisfosfonato o exercem sua ação anti-reabsortiva, não só na diferenciação e na replicação de pré-osteoclastos, como na requisição e na atividade de OC, mas provocam também a apoptose dos mesmos, diminuindo o seu tempo de ação. Calcitonina o O mecanismo de ação da calcitonina é a redução da atividade do osteoclasto, portanto, não altera o seu número. A sua ação se faz através de um receptor específico no osteoclasto. Várias espécies de calcitonina foram utilizadas na clínica (porcina, humana, de enguia, de salmão) e verificou-se que a calcitonina de salmão apresenta potencial terapêutico mais elevado do que as demais. A via de administração pode ser parenteral ou por spray nasal. Um efeito interessante da calcitonina é sua ação analgésica, que a coloca como boa opção no tratamento do quadro doloroso agudo de fratura vertebral osteoporótica Ipriflavona o É um derivado sintético de isoflavona, que é uma substância natural com estrutura semelhante ao esteróide, de fraca atividade estrogênica. Estudos in vitro e in vivo mostraram que a ipriflavona inibe a reabsorção óssea mediada por osteoclasto e estimula a formação em alguns sistemas celulares. Estudos multicêntricos realizados durante 2 anos mostraram que a ipriflavona impede a perda óssea tanto axial como periférica em pacientes pós menopausa. A dose empregada foi de 200mg três vezes ao dia e houve suplementação de 1 g/dia. Incluem-se ainda dois grupos "coadjuvantes" no tratamento da osteoporose pós-menopausa: SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL DE CÁLCIO e uso da Vitamina D. O cálcio é substrato essencial para formação da massa óssea e faz-se presente em toda as fases da curva ontogênica de desenvolvimento do esqueleto. Deve ser utilizado sempre que se trata um paciente com osteoporose, seja qual for o tratamento instituído. Já a vitamina D facilita absorção intestinal de cálcio. https://www.scielo.br/j/abem/a/FmBKCYTfPvwxd5pZ8rYRpKv/?lang=pt https://sbot.org.br/osteoporose-primaria-pos-menopausa/ Tratado de Ginecologia - LASMAR, Ricardo Bassil B. Atrofia urogenital. Sintomas associados a atrofia urogenital na pós-menopausa, como diminuição da lubrificação e dispareunia, acometem 20 a 50% das mulheres. A presença de receptores estrogênicos nesses tecidos tem relação direta com seu estado trófico. O sistema reprodutor e as vias urinárias têm origem embriológica comum. O epitélio vaginal é rico em receptores de estrogênios. Também a uretra contém receptores de estrogênio, embora não se tenham descrito esses receptores na bexiga. Dessa maneira, a queda dos níveis de estrogênio compromete igualmente uretra e vagina. De outra parte, ambos são responsivos à terapêutica de reposição de estrogênio, por via local ou sistêmica. A primeira manifestação genital de deficiência de estrogênio é a ATROFIA VAGINAL, caracterizada por afinamento do epitélio, perda da rugosidade e redução da secreção vaginal. A elasticidade e mesmo o tamanho da vagina se reduzem. As alterações atróficas também afetam o epitélio do trígono vesical e a uretra, produzindo, com frequência, noctúria, incontinência, infecções de repetição e urgência urinária. Além disso, o próprio https://www.scielo.br/j/abem/a/FmBKCYTfPvwxd5pZ8rYRpKv/?lang=pt https://sbot.org.br/osteoporose-primaria-pos-menopausa/ processo de envelhecimento contribui, devido à carência de estrogênio, para a manifestação de sintomas urogenitais. TRATAMENTO O uso de estrogênios tópicos por via vaginal pode melhorar sintomas de atrofia vaginal e de incontinência urinária em mulheres na pós-menopausa. A TH melhora os sintomas irritativos da atrofia vaginal, como ressecamento, prurido, dispareunia, sintomas urinários e modificações da microbiota vaginal causadas pelo aumento do pH vaginal. Além disso, há evidências que sugerem ação profilática do uso de estrogênio tópico contra infecções urinárias de repetição. A TH por via sistêmica indicada para tratamento dos sintomas vasomotores também traz benefícios urogenitais. Apenas 10 a 15% das usuárias de TH sistêmica necessitam complementar seu tratamento com baixas doses de estrogênio tópico vaginal (ETV). Para mulheres com vulvovaginite atrófica (ATROFIA VAGINAL), doses baixas de estrogênio tópico podem gerar grandes benefícios. Cabe lembrar também que o estrogênio tópico vaginal tem, per se, mostrado eficácia em reduzir a recorrência das infecções urinárias e no tratamento de bexiga hiperativa. Ademais, quando assim administrada, mostra riscos reduzidos, pois apresenta baixos níveis de estrogênios no soro. A dose de 0,3 mg de creme de estrogênios conjugados não provoca alteração nos níveis de estrogênios no soro. Foi realizado um estudo que avaliou a segurança do uso de 10 µg de estradiol por via vaginal em 336 mulheres com útero na pós-menopausa durante 52 semanas de tratamento. Ao final do estudo, não houve aumento da proliferação nem hiperplasia endometrial. Por esse motivo, o emprego de estrogênios por via vaginal dispensa o emprego concomitante de progestógenos para proporcionar redução do risco de anormalidades endometriais. A melhora dossintomas urogenitais geralmente ocorre após poucas semanas do início do ETV, mas algumas mulheres necessitam utilizá-lo por aproximadamente 12 semanas para obterem um ótimo resultado. Se não ocorrer melhora dos sintomas principais, outras causas devem ser investigadas. Cabe considerar como diagnósticos diferenciais as dermatites, a vulvodinia e mesmo o vaginismo, relativamente comum nessa etapa da vida. Para mulheres com vaginite atrófica, baixas doses de ETV podem ser mantidas pelo tempo que for necessário para aliviar os sintomas. Ainda que inexistam ensaios clínicos que mostrem a segurança do uso por mais de 12 meses, considera-se não haver limite de tempo estabelecido para o emprego de estrogênios aplicados no interior da vagina. Atualmente, no Brasil, as opções de tratamento da AVV com hormonioterapia tópica são estrogênios conjugados, estriol e promestrieno. A absorção sistêmica de estrogênio pode ocorrer com preparações de uso vaginal, particularmente com EEC. Entretanto, como referimos, não há motivo para se recomendar a avaliação endometrial anual a mulheres que estejam utilizando estrogênios por essa via ou ainda com associação de progestógeno. Cremes vaginais diversos, como lubrificantes ou hidratantes vaginais, também podem ser oferecidos a mulheres com dispareunia e que não desejem usar cremes de composição hormonal. Tratado de Ginecologia - LASMAR, Ricardo Bassil 6 - Qual a necessidade diária de cálcio e vitamina D? Muda no climatério? Compare com porções diárias de alimentos. Cálcio Principal responsável por conferir dureza e resistência à nossa estrutura óssea, o cálcio também é importante na troca de mensagens químicas entre as nossas células, assegurando funções vitais do nosso organismo como a coagulação do sangue quando nos ferimos, o funcionamento normal do cérebro, músculos, coração, entre outros. Como é um mineral abundante no organismo, sua deficiência costuma ser notada apenas quando ossos e dentes estão enfraquecidos. Isso acontece porque, quando não há ingestão diária suficiente, o organismo extrai da estrutura óssea o cálcio necessário para preservar as outras funções vitais. DOSE CERTA DE CÁLCIO A necessidade diária de cálcio varia de acordo com a idade. Em média, pessoas entre 19 e 50 anos precisam de 1.000 mg por dia, sendo que os valores necessários aumentam na adolescência, na velhice e na gestação. Não podendo ser nem em excesso nem faltando. Deve ser a quantidade ideal para cada faixa etária. Antes dos 50 anos de idade a mulher precisa ingerir cerca de 1 grama de cálcio por dia. Após os 50 (média de idade que a mulher entra na menopausa), a mulher vai precisar ingerir 1,2 gramas por dia. A quantidade de cálcio ingerida irá aumentar em 0,2 gramas por dia. Vitamina D A vitamina D desempenha um papel fundamental no nosso organismo, agindo no equilíbrio de diferentes órgãos e funções do corpo humano. Responsável por regular a absorção de cálcio e fósforo, ela mantém o cérebro ativo, além de fortificar ossos, dentes e músculos — inclusive o coração, e regular o crescimento, os sistemas imunológico e cardiovascular, o metabolismo e a insulina. https://www.unimed.coop.br/viver-bem/alimentacao/qual-a-quantidade-de-calcio-que-o-corpo-precisa-e- como-obte-la https://www.vivaplenitud.com.br/sobre-a-incontinencia/a-vida-com/menopausa/necessidades-nutricionais- durante-menopausa https://www.unimed.coop.br/web/barramansa/noticias-unimed/quais-sao-os-niveis-ideais-de-vitamina-d- https://www.unimed.coop.br/viver-bem/alimentacao/qual-a-quantidade-de-calcio-que-o-corpo-precisa-e-como-obte-la https://www.unimed.coop.br/viver-bem/alimentacao/qual-a-quantidade-de-calcio-que-o-corpo-precisa-e-como-obte-la https://www.vivaplenitud.com.br/sobre-a-incontinencia/a-vida-com/menopausa/necessidades-nutricionais-durante-menopausa https://www.vivaplenitud.com.br/sobre-a-incontinencia/a-vida-com/menopausa/necessidades-nutricionais-durante-menopausa https://www.unimed.coop.br/web/barramansa/noticias-unimed/quais-sao-os-niveis-ideais-de-vitamina-d-
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