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PRÁTICAS PEDAGOGICAS II

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PRÁTICAS PEDAGOGICAS II:
Unidade l: A Construção da Identidade Docente – entre a Teoria e a Prática Unidade II: A Formação de Professores como um projeto político Unidade III: A contribuição da Pedagogia de Freire para a formação do Docente: agente que ensina e aprende Unidade IV: Os desafios da docência para o uso das tecnologias digitais
Adriana Valéria Gonçalves de Carvalho Filgueiras
Aluna do curso de licenciatura em Educação Especial
Práticas pedagógicas em Educação Especial:
A Construção da Identidade Docente – entre a Teoria e a Prática: 
 
O que significa ser professor hoje? 
Tornar-se professor hoje é uma tarefa difícil, mas prazerosa, pois é preciso se dedicar 
integralmente ao aprendizado, à pesquisa, ao desenvolvimento profissional e aos alunos. Como agente de aprendizagem, participar ativamente do processo de ensino/aprendizagem, incentivar a exploração de novos conhecimentos, ter consciência crítica, possuir profundo entendimento das áreas do conhecimento que pretende ensinar, além de ser capaz de gerar novos conhecimentos. 
O professor deve entender as necessidades de cada aluno, acompanhar o desenvolvimento e adaptar suas aulas e procurar os melhores métodos de ensino para um melhor aproveitamento. 
Além disso, o professor deve promover uma aprendizagem que seja significativa para os alunos. 
Diferença entre educar e instruir:
Educar e instruir são um ato contínuo, as crianças precisam de educação e instrução, mas a educação é mais profunda. Instruir é apenas passar/transferir conhecimento. Educar é dar ciência às crianças, ensinar-lhes o ensino acadêmico e cultural, exercitar sua inteligência. 
Educar significa construir o caráter, que é a tarefa da família.
Identidade docente, O professor e os desafios contemporâneos:
Ao optar por ensinar, o futuro professor deve estar atento à sua própria identidade e buscar constantemente novos ensinamentos através da educação continuada, estar sintonizado com as novidades do mundo contemporâneo. Disposto a modificar a reprodução tradicional do conhecimento. E considerar estratégias como educadores. O processo de construção identitária do professor será permanente, e ele terá que reconstruir sua própria aprendizagem, trabalhar duro para superar dificuldades e potencialidades e colaborar por meio de suas ações 
profissionais para formação do aluno. 
Os grandes desafios enfrentados pela docência são: o processo de especialização do ensino, que permeia todas as esferas políticas, econômicas e sociais em nível nacional, a fim de melhorar as condições práticas de vida dos educadores e, assim, melhorar a escolarização. Elas vão desde questões estruturais que devem ser abordadas por meio do desenvolvimento de políticas públicas que garantam infraestrutura adequada no ambiente escolar para criar melhores condições de ensino; investindo na formação básica e continuada dos professores; buscando a melhoria contínua diante de inúmeros desafios; proporcionando recursos e remuneração adequados ao trabalho profissional; até mesmo social, ou seja, garantindo não apenas o acesso à população, mas também a qualidade da educação, como fator de mudança das realidades sociais.
Quais podem e devem ser os espaços de formação docente?
 
Conforme estudado a formação do docente se dá antes mesmo do ingresso no ensino superior, desde o período em que ainda era discente, vivenciando as práticas pedagógicas de seus professores e formando o seu caráter de futuro professor. É assegurado pela LDB, o direito de o professor continuar aprendendo. Como Paulo Freire diz: “O professor ao ensinar ele também está aprendendo.” Muito da formação docente se dá na relação professor e aluno. Face as múltiplas responsabilidades do professor no âmbito escolar, a formação continuada em alguns casos deve se dar por meio de propostas das próprias escolas onde eles estão inseridos, visto as especificidades de cada unidade escolar. 
O futuro dos professores:
 
De acordo com (Freie, 1997, p.65) e os textos estudados, não podemos imaginar o futuro da humanidade sem professores, estes são grandes agentes na formação do discente, transformando a informação em conhecimento, gerando consciência crítica e formando pessoas. A formação continuada é muito importante para o futuro do docente, a realização de um mestrado ou doutorado não significa ser um bom professor, pois existem conhecimentos e saberes que ultrapassam a base teórica, o professor precisa saber articular a teoria com a prática da docência. Para que o professor possa fornecer ao aluno uma educação de qualidade, ele deverá constantemente se reinventar, revendo sua prática, sua linguagem, os recursos disponíveis e está atento as necessidades sociais e individuais dos seus alunos.
A construção da identidade docente é um processo complexo que envolve a interação entre teoria e prática. Para se tornar um professor com uma identidade sólida e consistente, é necessário adquirir conhecimentos teóricos sólidos e aplicá-los de forma prática e reflexiva.
A teoria desempenha um papel fundamental na construção da identidade docente, pois fornece as bases conceituais e metodológicas necessárias para o exercício da profissão. Através do estudo das teorias educacionais, da psicologia da aprendizagem e da pedagogia, o professor adquire o conhecimento necessário para planejar suas aulas, selecionar estratégias de ensino e avaliar o processo de aprendizagem dos alunos.
No entanto, é através da prática que a identidade docente se desenvolve de forma mais concreta e individualizada. Ao interagir com os alunos e enfrentar os desafios do dia a dia da sala de aula, o professor tem a oportunidade de testar suas teorias, adaptar suas estratégias e refletir sobre sua atuação. É nesse processo de constante aprendizado e reajuste que a identidade docente vai sendo construída.
Além disso, a construção da identidade docente também é influenciada por fatores pessoais e contextuais. A personalidade, as experiências de vida e os valores do professor desempenham um papel importante na forma como ele se relaciona com os alunos e conduz suas aulas. Além disso, o contexto em que o professor está inserido, como a escola, a comunidade e a cultura, também influencia a construção da identidade docente.
Portanto, a construção da identidade docente envolve um processo dinâmico e contínuo de interação entre teoria, prática, fatores pessoais e contextuais. É um processo que exige reflexão constante, adaptação e aprendizado contínuo. A identidade docente não é algo fixo ou estático, mas sim algo que está em constante evolução, moldado pelas experiências e vivências de cada professor.
A Formação de Professores como um projeto político: 
 
A formação de professores é sem dúvida um projeto político, pois está intrinsecamente ligada aos processos de transformação e desenvolvimento de uma sociedade. A formação de professores influencia diretamente a qualidade da educação e, portanto, o futuro do país.
Nesse sentido, é fundamental compreender que a educação é uma ferramenta política, pois busca formar cidadãos críticos e conscientes, capazes de exercer sua cidadania de forma ativa e participativa. Assim, a formação de professores deve ser pautada em um projeto político que vá além de transmitir conteúdos, mas que também forme indivíduos comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Uma formação de professores como um projeto político implica em pensar a educação como uma área estratégica para o desenvolvimento do país e investir recursos econômicos, humanos e políticos nessa área. Isso significa garantir uma formação inicial sólida e continuada aos professores, oferecer condições de trabalhoadequadas e valorizar a profissão docente.
Além disso, a formação de professores como um projeto político implica em repensar o currículo escolar, inserindo temas como diversidade, direitos humanos, sustentabilidade e cidadania, de forma transversal e interdisciplinar. Isso contribui para a formação de alunos críticos e conscientes, capazes de atuar de forma transformadora na sociedade.
O projeto político da formação de professores também envolve pensar em estratégias para atrair e manter os profissionais da educação, oferecer salários dignos, condições de trabalho adequadas, planos de carreira atrativos e oportunidades de desenvolvimento profissional. A valorização dos professores é fundamental para garantir a qualidade da educação e o compromisso com um projeto político de transformação social.
Em suma, a formação de professores como um projeto político implica em compreender a educação como uma área estratégica para o desenvolvimento do país e investir recursos e políticas públicas nessa área. Significa formar professores comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária e garantir condições de trabalho adequadas e valorização da profissão docente. A formação de professores é, portanto, um projeto político que tem o potencial de transformar a realidade educacional e social de um país
A contribuição da Pedagogia de Freire para a formação do Docente: agente que ensina e aprende:
 
A Pedagogia de Freire tem uma contribuição significativa para a formação do docente na educação especial, pois promove a compreensão de que o processo educativo deve ser pautado na relação dialógica entre professor e aluno, em que ambos são considerados agentes ativos no processo de ensino-aprendizagem.
Essa abordagem é conhecida como "educação problematizadora" ou "educação libertadora".
Segundo Freire, o docente não deve simplesmente transmitir conhecimentos de forma vertical, mas sim dialogar com os alunos, respeitar suas experiências, conhecimentos prévios e estimular a reflexão crítica. Na educação especial, essa abordagem é ainda mais importante, pois os alunos com necessidades especiais possuem características, dificuldades e potencialidades únicas.
Através da Pedagogia de Freire, o docente é incentivado a considerar as particularidades de cada aluno, buscando estratégias pedagógicas inclusivas e que levem em conta a diversidade de habilidades e ritmos de aprendizagem. Essa perspectiva valoriza a singularidade de cada indivíduo e reconhece suas capacidades, estimulando o desenvolvimento pleno e a inclusão social.
Além disso, a Pedagogia de Freire também enfatiza a importância da participação ativa do aluno no processo educativo, incentivando a autonomia, o protagonismo e a responsabilidade pela própria aprendizagem. No contexto da educação especial, isso implica considerar as necessidades específicas dos alunos em termos de materiais adaptados, estratégias de ensino diferenciadas e possibilidades de participação ativa nas atividades escolares.
Em resumo, a contribuição da Pedagogia de Freire para a formação do docente na educação especial está na promoção de uma prática educativa emancipatória, que valoriza a individualidade do aluno, fomenta a participação ativa e o diálogo entre os envolvidos, e busca a inclusão de todos os estudantes, independentemente de suas características e necessidades. 
Os desafios da docência para o uso das tecnologias digitais:
Existem vários desafios para os professores na utilização das tecnologias digitais em suas práticas pedagógicas. Alguns desses desafios incluem:
1. Falta de acesso e infraestrutura adequada: Nem todos os estudantes têm acesso a dispositivos de tecnologia adequados ou à internet em suas casas. Isso pode dificultar a implementação de práticas digitais de ensino.
2. Capacitação e formação dos professores: Muitos professores podem não ter recebido uma formação adequada em relação ao uso das tecnologias digitais em sala de aula. Isso pode dificultar sua habilidade em utilizar de forma eficaz essas ferramentas em suas práticas.
3. Dificuldade em selecionar recursos e ferramentas apropriados: Com a constante evolução da tecnologia, os professores podem encontrar dificuldades em selecionar as ferramentas e recursos mais adequados para as necessidades de seus alunos. É importante conhecer e estar atualizado sobre as opções disponíveis.
4. Preparação de aulas e materiais digitais: A criação de aulas e materiais digitais pode ser um desafio extra para os professores. Eles precisam aprender a criar e adaptar recursos digitais de acordo com a idade e nível de compreensão dos estudantes.
5. Questões de privacidade e segurança: Com o uso da tecnologia, é importante garantir a privacidade e segurança dos estudantes. Os professores precisam estar cientes das diretrizes e políticas de privacidade e garantir que as ferramentas utilizadas sejam seguras.
6. Falta de engajamento dos alunos: A utilização de tecnologias digitais pode ser uma novidade para alguns estudantes, mas também pode resultar em falta de engajamento se não for bem implementada. Os professores precisam encontrar maneiras de tornar as atividades digitais interessantes e significativas para os alunos.
7. Rupturas na comunicação e interação: A interação entre professor-aluno e aluno-aluno pode ser afetada quando as aulas são realizadas digitalmente. É necessário encontrar formas efetivas de comunicação e colaboração dentro desse contexto.
Em suma, os desafios da docência para o uso das tecnologias digitais envolvem acesso, capacitação, seleção e criação de materiais, segurança, engajamento dos alunos e comunicação. Para superá-los, é fundamental que os professores recebam apoio e formação contínuos para se adaptar e tirar o máximo proveito das tecnologias digitais em suas práticas pedagógicas.
Enfrentar, superar e trabalhar com os desafios da docência relacionados ao uso das tecnologias digitais requer certos passos e estratégias eficazes. 
Aqui estão algumas sugestões: 
1. Desenvolver habilidades tecnológicas: Para enfrentar esses desafios, é essencial que o professor esteja atualizado e familiarizado com as tecnologias digitais mais comuns. Participar de cursos de desenvolvimento profissional e explorar recursos online podem ser ótimas maneiras de aprimorar essas habilidades.
2. Buscar formação contínua: À medida que a tecnologia continua a evoluir rapidamente, é importante que os professores se mantenham atualizados sobre as últimas tendências e ferramentas educacionais. Participar de workshops, conferências e grupos de estudo pode ajudar a adquirir novos conhecimentos e compartilhar experiências com outros professores.
3. Adaptar-se às necessidades dos alunos: Cada aluno é único e possui diferentes habilidades e preferências quando se trata de usar tecnologias digitais. É importante adaptar suas estratégias para atender às necessidades individuais, fornecendo suporte adicional aos alunos que estão enfrentando dificuldades.
4. Criar um ambiente de aprendizagem integrado: Não se trata apenas de utilizar tecnologia como um acréscimo às práticas tradicionais de ensino, mas de criar uma experiência de aprendizagem totalmente integrada, na qual a tecnologia seja essencial para o desenvolvimento dos alunos. Isso pode ser alcançado por meio de atividades práticas, projetos colaborativos e o uso de plataformas online interativas.
5. Estabelecer comunicação efetiva: A comunicação entre professores, alunos e suas famílias é crucial para superar desafios. Manter uma comunicação regular e aberta ajudará a identificar problemas e encontrar soluções. Além disso, criar canais de comunicação online, como fóruns ou grupos em redes sociais, pode incentivar a colaboração dos alunos fora da sala de aula.
6. Buscar feedback constante: Pedir feedback aos alunos sobre as atividades e experiências com as tecnologias digitais é uma ótima maneira de melhorar sua abordagem. Isso permitirá que você avalie se está conseguindo atender às necessidades dos alunose se algum ajuste deve ser feito.
7. Manter a resiliência: O uso das tecnologias digitais na sala de aula pode apresentar desafios e obstáculos ao longo do caminho. É importante manter-se resiliente e não desistir facilmente. Aprender com os erros e aprimorar continuamente sua abordagem ajudará você a enfrentar e superar os desafios.
Ao seguir essas estratégias, os professores podem enfrentar, superar e trabalhar efetivamente com os desafios da docência para o uso das tecnologias digitais, criando uma experiência de aprendizagem enriquecedora e engajadora para os alunos. 
Referências: 
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 TECNOLOGIA EDUCACIONAL: Novas Tecnologias e o re-encantamento do mundo. Rio de Janeiro: Abt, v. 23, n. 126, set. 1995, p 
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