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• Reino – Animalia • Filo – Nematoda • Classe – Secernentea • Ordem – Strongylida • Superfamília – Trichostrongyloidea • Família - Cooperidae • Gênero – Cooperia ESPÉCIE HOSPEDEIRO LOCAL Cooperia oncophora Bovinos, ovinos, caprinos, veados, camelo Intestino delgado Cooperia curticei Ovinos, caprinos, veados Intestino delgado Cooperia punctata Bovinos, veados, raramente ovinos Intestino delgado Cooperia pectinata Bovinos, veados, raramente ovinos Intestino delgado Cooperia surnabada Bovinos, ovinos, caprinos, camelos Intestino delgado É um nematódeo que acomete o intestino delgados de seus hospedeiros, que podem ser: bovinos, caprinos, ovinos e veados. É um parasita que tem distribuição cosmopolita, principalmente em regiões de climas subtropicais e úmidos e a doença causa por eles é chamada coperiose. São vermes pequenos (comprimento inferior a 9mm), são vermes que possuem coloração róseo- esbranquiçado. As principais características desse gênero são as pequenas vesículas cefálicas e as evidentes estrias cuticulares transversais na região esofágica. O corpo apresenta saliências longitudinais. • A bolsa copulatória é relativamente grande quando comparada ao tamanho do corpo. • Possui um pequeno lobo dorsal e as espiculas, são amarronzadas, curtas e firmes, com distintas expansões, semelhantes a asas, na região mediada, as quais frequentemente possuem salientes estrias transversais (exceto C. surnabada) • Não há presença de gubernacúlo • Apresentam longa cauda afilada • A vulva pode ser recoberta por uma aba vulvar que está localizada posteriormente ao meio do corpo Parte anterior de Cooperia spp. mostrando vesícula cefálica e estrias cuticulares • Os macho medem cerca de 5,5 a 9mm e as fêmeas de 6 a 8mm de comprimento • As espiculas possuem um padrão longitudinal, com extremidade distal arredonda, com formações cuticulares • Os machos medem cerca de 4,5 a 6mm e as fêmeas medem de 6 a 8mm de comprimento • A característica mais notável é a posição de “mola espiral” • As espiculas possuem comprimentos iguais e apresentam uma protuberância central com estrias transversas e terminam em uma estrutura arredondada semelhante a disco • Os machos medem cerca de 7mm e as fêmeas 8mm de comprimento • Possuem aparência semelhante a C. oncophora, embora a bolsa seja mais larga e os raios da bolsa tendem a ser mais delgados • As espiculas são mais finas, com bifurcação posterior em um ramo externo, com pequeno apêndice cônico e um ramo interno mais curto e pontudo • Os machos medem cerca de 4,5 a 6mm e as fêmeas de 6 a 8mm de comprimento • As espiculas são curtas e possuem uma grande protuberância na metade distal, afilando até que se nota um ponto ligeiramente rombo • Os machos medem cerca de 7 a 8mm e as fêmeas de 7,5 a 10mm de comprimento • As espiculas apresentam um protuberância central e são curvadas em sentido ventral, com uma superfície mais interna enrugada • Tem distribuição cosmopolita, principalmente em regiões de climas subtropicais úmidos • Um estudo realizado em Botucatu, foram observados que os níveis de infecção por Cooperia spp. em ovinos e bovinos foram mais acentuados no início da primavera, enquanto as menores infecções ocorreram no verão. Esse mesmo estudo verificou que apesar da baixa precipitação pluviométrica durante o inverno, as larvas infectantes de Cooperia spp., foram capazes de migrar para a pastagem. • Os autores desse estudo relatam que períodos secos com temperaturas amenas podem ser propícios às infecções, pois a baixa precipitação pluviométrica mantém os bolos fecais intactos favorecendo a sobrevivência das larvas • O ciclo é monoxênico (direto) • Pode ser dividido em duas fase: a de vida livre e a parasitária • Fase de vida livre – caracterizada pelo desenvolvimento dos ovos que são liberados nas fezes dos animais infectados, até as larvas infectantes que ocorre nas pastagens – se as condições de umidade e temperatura são adequadas, o desenvolvimento até a larva infectante ocorre de 4 a 7 dias. • Contaminação das pastagens pode ocorrer durante todo o ano – nas condições favoráveis a larva de terceiro estágio sobrevive no pasto por aproximadamente 3 meses – hipobiose 1. Hospedeiro definitivo libera o ovo larvado (L1) por meio das fezes 2. Os ovos eclodem liberando as larvas L1 no bolo fecal 3. Ainda no bolo fecal as larvas se alimentam e se desenvolvem de L1 até L3, nesse período as larvas formam uma espécie de bainha de proteção 4. No estágio L3 a larva sai do bolo fecal e segue para o pasto, quando é ingerida por seu hospedeiro definitivo perde a bainha 5. As larvas L3 migram para as criptas do intestino e lá sofre duas mudas (L4 e L5) – Na L4 há a diferenciação dos órgão reprodutores 6. As larvas se desenvolvem em vermes adultos na superfície da mucosa intestinal, nesse período os vermes copulam e a fêmea inicia o processo de ovipostura, após atingirem este estágio, não há mais migração através do trato gastrointestinal e realizam a postura de cerca de 200 ovos por dia 7. O período pré-patente é de 2 a 3 semanas • As larvas L3 não se alimentam no ambiente, elas sobrevivem com as reserva que acumularam nas células intestinais durante seus primeiros estágios • Por esse motivo, após saírem do bolo fecal e migrarem para o pasto as larvas tendem a permanecer imóveis economizando energia • Ao contrário das larvas de primeiro e segundo estágio, as larvas infectantes (L3) podem passar por processos frequentes de hipobiose, permitindo que sofram dessecação pelo sol e reidratação pelas chuvas • Esse processo só é possível, pois a atividade metabólica das larvas diminui para que a sobrevivência seja prolongada • Caso não haja condições favoráveis ao se desenvolvimento, as larvas infectantes podem permanecer viáveis no bolo fecal por até 4 meses de acordo com as particularidades das espécies A transmissão ocorre com a ingestão das larvas de Cooperia spp. que estão presentes nos pastos contaminados Os sinais clínicos observados nos animais consistem, essencialmente, na diminuição ou perda de apetite, diminuição da taxa de ganho de peso e em casos particulares de C. punctata e C. pectinata em bovinos é possível observar diarreia, edema submandibular e emagrecimento significativo. As lesões causadas pelos vermes situam-se na região do duodeno e consistem em processo de inflamação catarral com produção de exsudato e espessamento da parede do intestino C. oncophora • Infecções moderadas e graves, podem causar enterite catarral e edema de mucosa intestinal • Infecções graves podem causar diarreia intermitentes C. pectinata • Enterite catarral • Em alguns casos edema submandibular C. punctata • Edema submandibular C. surnabada • Edema submandibular C. curticei • Infecções brandas e moderadas são assintomática • Alta taxa de vermes pode ocasionar baixa taxa de crescimento • É o gênero mais comum entre os ruminantes, tendo maior prevalência em bovinos do que em ovinos, na maior parte do Brasil • As infecções desse parasita costumam ser leves, porém, podem ter efeito aditivo em infecções mistas, quando ovinos compartilham pastagens com bovinos • O contato do parasita com as vilosidades intestinais causam irritação e acentua o peristaltismo, o que prejudica a absorção do nutrientes • As infecções mais intensas desse parasita são mais comuns em animais jovens podendo causar enterite catarral com produção de exsudato, edema da mucosa intestinal e diarreia intermitente, gerando efeitos zoonóticos negativos • Um estudo realizado em bovinos na África Central relatou que as espécies C. punctata e C. pectinata podem ocasionalmente migrar para o abomaso, causando infecções mais severas emcomparações as infecções no intestino delgado • Um estudo comparativo sobre a patogenicidade da C. pectinata e C. oncophora em bezerros mostraram que animais infectados com 275.000 larvar a 350.000 larvas de C. pectinata, apresentaram perda de peso, diarreia e redução de apetite. Já os bezerros que foram expostos às mesmas quantidades de larvas infectantes de C. oncophora apresentam poucos sinais de infecção Combinação da avaliação dos sinais clínicos, produtivos e epidemiológicos Realização de exames laboratoriais • Cultura de fezes- Os ovos de Cooperia spp. são muito similares morfologicamente. A cultura fecal permite a identificação de larvas infectantes. • Sangue (eosinofílico) • Pepsinogênio (não conclusivo) O tratamento efetivo para eliminação dos helmintos do gênero Cooperia tem como base a administração de anti-helmínticos aos animais que apresentam sintomas da infecções. São utilizados fármacos das classes dos benzimidazóis, imidotiazóis, avermectinas, organofosforados, entre outros. É importante observar algumas características dos animais do rebanho, sendo que, de acordo com elas é possível detectar a suscetibilidade ao parasito. Animais adultos e saudáveis apresentam pouca taxa de infecções pelo parasito, estes possuindo imunidade (dependendo do método de criação), tendo baixa ou nula taxa de liberação de ovos pelas fezes e baixa morbidade. Animais jovens possuem pouca imunidade ao parasito, consequentemente sendo susceptível à altas cargas dele, e grande liberação de ovos ao meio ambiente. Animais afetados por outras enfermidades tendem a ter sua imunidade prejudicada, assim também aumentando a taxa de infestação e liberação de ovos. O uso intensivo de anti-helmínticos pode selecionar os indivíduos resistentes dentro da população do parasito, sendo assim é de interesse o uso de estratégias para eliminação de infestações de forma efetiva, visando a fase da vida em que os animais são mais susceptíveis à parasitose. Opções de controle em animais jovens: Controle curativo: Vermifugação do rebanho quando estes apresentam sintomas clínicos, ou morte consequente a infecções. Este método acaba comprometendo a taxa de produtividade. Tratamento supressivo: Tem como base a utilização dos anti- helmínticos de forma supressiva, o que aumenta a produtividade devido à queda da carga parasitária, mas contribuí para a seleção de indivíduos resistentes na população parasitária. Tratamento estratégico: A administração dos anti-helmínticos quando os parasitos estão em menor número nas pastagens ou época, tendo piores condições de sobrevivência ao ambiente devido às condições exteriores. Este método acaba sendo eficaz devido à baixa taxa de contaminação ambiental, reduzindo a necessidade de futuros tratamentos e aumentando a produtividade. Tratamento tático: Utilizado de forma complementar ao tratamento estratégico, visa a utilização dos medicamentos eficazes em épocas do ano em que se tem o surtos da verminose. Mecanismo de liberação lenta ou controlada: A administração de anti-helmínticos juntamente a mecanismos de liberação lenta intrarruminal, para prolongar o contato do fármaco com o parasito. Levando em conta do sucesso da infestação do parasito em animais jovens como bezerros, é importante que a criação deles seja separada dos outros indivíduos do rebanho, tendo em mente o tratamento e consecutiva redução da carga parasitária nos pastos ou instalações utilizadas por estes. É importante salientar que animais criados em sistemas intensivo ou semi-intensivo têm maior taxa de reincidência de infestações devido ao espaço reduzido, deve- se considerar a observação mais minuciosa do rebanho para identificação precoce de sintomas para que seja possível a administração do tratamento e diminuição de ovos no ambiente.
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