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P3 Vet 342 METASTRONGYLUS SP Acomete leitões jovens – menos de 6 meses (muito imunogênico); Sinais clínicos: tosse ruidosa, dispneia, corrimento nasal e pneumonia secundária; Podem formar nódulos acinzentados (2-4 mm) na mucosa das vias respiratórias devido a presença do verme nos tecidos; HI: minhocas – infectadas por vários anos. Diagnóstico: ovos larvados nas fezes (método de flotação); Tratamento: Benzimidazóis, Levamisol e Lactonas macrocíclicas. Metastrongylus apri Acomete suínos; HI: minhocas (L1 > L2 > L3); Adultos presentes na traqueia, brônquios e bronquíolos; Jovens são mais susceptíveis – bastante imunogênico; Liberação de ovos nas fezes NÃO USA BAERMANN! Zoonose raríssima – devido a consumo de minhoca por humanos. o Ciclo Suíno ingere minhocas com L3 L3 atravessa a parede intestinal Atinge a via linfática e muda para L4 nos gânglios mesentéricos Capilares alveolares Alvéolo, brônquio e bronquíolo Adultos (30 dias) nos pulmões Ovos embrionados Árvore brônquica Faringe Expectorados (junto a exsudato catarral) ou deglutidos Eliminados nas fezes Ovos ingeridos por minhocas L1 > L2 > L3 em 10 dias. o Ambiente Não se espera broncopneumonia verminótica de suínos (metastrongilose) em granjas tecnificadas, apenas em criatórios orgânicos e animais criados em pasto ou mangues, devido ao contato com a minhoca. Em criatórios tecnificados espera-se não se ter problemas com verminoses (apesar disso fazem controle estratégico), o que se vê mais são ascaridídeos (Ascaris suum) e sua presença mede o nível de higienização dos criatórios. PARASITAS DE SUÍNOS Esôfago – não é frequente (Gongylonema); Estômago – Hyostrongylus (mais frequente); Pulmão – Metastrongylus sp (zoonóticos); Fígado – Fasciola; Intestino – Ascaris (granjas tecnificadas, maior incidência de ID), Strongyloides (mais frequentes – ID), Globocephalus; Intestino delgado – Macracanthorhynchus (Acanthocephala raro – HI: besouros); Ceco – Oesophagostomum e Trichuris (muito incidentes ppt em granjas não tecnificadas); Rins – Stephanurus dentatus (eventualmente); Músculo – cisticerco de Taenia solium (ppt) Inspeção: língua, coração e músculos mandibulares. Importante.: A maioria está presente em granjas não tecnificadas. TAENIA SOLIUM Cisticercose: homem é hospedeiro completo (verme adulto se forma nele) Teníase: infecção externa (ingestão de ovos) ou eclosão do proglótides no TGI (autoinfecção) Suínos ingere os ovos nas fezes do homem e desenvolve cisticercose. Controle “Profilaxia do Complexo Teníase-Cisticercose”, que se baseia nos seguintes procedimentos: Inspeção das carcaças – localização eventual dos cisticercos; Carcaças parasitadas devem ser tratadas ou receber destino adequado, levando-se em consideração o grau de infecção: Tratamento pelo frio; Tratamento pelo calor (carne industrial); Salga; Destruição da carcaça quando são encontrados mais de 25 cisticercos. Educação sanitária: orientar a população para o consumo de carne inspecionada, diminuir o consumo de carne crua ou malpassada e esclarecer sobre a importância do destino adequado das excretas. SUÍNOS VERMINOSES DE SUÍNOS Épocas de vermifugação Quadro Vermifugações: Leitões (ppt devido ao Ascaris suum em granjas tecnificadas) Com 50 dias e repetir de 6 em 6 meses; Matrizes 30 dias pré-parto (fenômeno periparto) e após o desmame dos leitões; Reprodutores: 2x ao ano (6 em 6 meses). o Criatórios orgânicos Contato com a terra; Vermifugação de 3 em 3 meses (4x ao ano) Dobra- se a dose. Drogas anti-helmínticas Doramectina (período de carência maior: 24 dias), Ivermectina, Febendazol e Levamisol (normalmente injetáveis) Leitões; Lactonas Leitões (0,3 mg/kg PV) – dose maior que a de ruminantes; Levamisol; Algumas formulações, como pré-mix são misturados a ração e normalmente o tratamento dura 10 dias. IMPORTÂNCIA Ectoparasitose que afeta ruminantes no Brasil, onde a predominância de clima tropical e subtropical favorece o desenvolvimento de carrapatos e de moscas; Moscas precisam de substrato (restos de alimentação animal como capim, silagem, ração além dos bolos fecais), altas temperaturas e umidade relativa para se desenvolver No período de outono e inverno a queda na temperatura e nos índices pluviométricos leva a diminuição do número de moscas devido ao ambiente deixar de se tornar propício para seu ciclo de desenvolvimento. Por isso, a população de moscas é maior em épocas de altas temperaturas e índices pluviométricos; Grande parte da população de moscas importantes para bovinos no Brasil são da espécie Musca domestica. Estas não têm atuação parasitária direta, só se alimentam de sangue quando há lesão pré- existente, porém veicula mais de 120 agentes causadores de doenças em animais, afetando dentre outros, os pequenos ruminantes; Stomoxys calcitrans: resíduos da produção sucroalcooleira (vinhoto) são propícios para o desenvolvimento dessa espécie, causando surtos em locais próximos. OBS.: Musca domestica também pode utilizar. Musca domestica e Stomoxys calcitrans dependem mais do substrato produzido pelos animais nos sistemas de produção para seu desenvolvimento. Já Haematobia irritans, Cochliomya hominivorax, Cochliomya macellaria e Dermatobia hominis (mosca do berne) dependem de hospedeiros foréticos (todas as outras espécies); Oestrus ovis: importância para caprinos e ovinos): bicho de cabeça (miíase nasal que se localiza nos seios nasais; Várias espécies destas são simbovinas, ou seja, se adaptam as condições criadas (ambiente) pelo sistema de criação de bovinos; É muito importante o conhecimento dos aspectos biológicos das moscas que permitem aplicação de medidas de controle de forma mais eficaz; Moscas voam, o que aumenta a capacidade de dispersão de agentes infecciosos. Musca domestica Aparelho bucal lambedor sugador e pelos nas pernas favorecem a veiculação de agentes patogênicos; Inconstância de habitats – também favorece a veiculação de agentes; Apresenta hábitos sinantrópicos (se adaptou aos resíduos orgânicos formados pelos seres humanos) e simbovinos; É uma mosca cosmopolita de hábitos sinantrópicos, importante veiculadora de patógenos (mais de 120 agentes já relatados: bactérias, vírus, protozoários, fungos e helmintos); Hospedeiro intermediário de Habronema spp – doença comum em várias regiões de clima tropical (Habronemose cutânea): os ovos do Habronema saem nas fezes do equino, que é um substrato para o desenvolvimento de estágios imaturos de mosca Mosca ingere o Habronema, que se desenvolve junto com ela Mosca adulta libera larvas infectantes de Habronema Ingestão das larvas pelo equino Desenvolvimento da fase adulta no estômago do animal Se a mosca pousa próximo a uma ferida = larva de Habronema entra, causando Habronemose cutânea (esponja ou ferida de verão); Larva Pupa Adulto. OBS.: A pupa pode permanecer longos períodos em diapausa, saindo do casulo apenas em condições favoráveis; Pode atuar como forético do berne. Biologia Desenvolvimento em matéria orgânica: quanto mais quente, mais rápido mosca completa seu ciclo de vida. Em temperaturas muito baixas as larvas entram em diapausa no casulo pupal até encontrarem uma condição mais favorável Ciclo de ovo a adulto: 10- 14 dias – em temperaturas mais baixas, até 45 dias; Substratos (matéria orgânica em decomposição) ótimos: fezes de equinos, bovinos e suínos, resíduos da avicultura e restos de ração. Stomoxys calcitrans Mosca cosmopolita hematófaga; Envolvida na transmissão de Anaplasma marginale, vírus da Anemia Infecciosa Equina, Trypanosoma evansi, Habronema spp (HI); Surtos principalmente em locais próximos a usinas sucroalcooleiras; Aparelho bucal picadorsugador – a picada dolorida faz com que pouse em vários hospedeiros em curto espaço de tempo (eficiência de disseminação de doenças), além de diminuir a INFESTAÇÕES POR MOSCAS qualidade do couro devido as lesões causadas na pele dos animais; Está muito associada a produção leiteira Queda na produção de leite (queda de 20-60%) – picada muito dolorida faz o animal se prostrar; Forético de Dermatobia hominis; Lesões no pavilhão auricular dos cães; Transmissão de agentes da mastite; Ferida nas orelhas de cães; Irritação e perda de peso; 100 milhões de dólares de prejuízo. Biologia Oviposição e desenvolvimento de larvas em fezes de bovinos, equinos, suínos e ovinos, misturada a matéria orgânica vegetal. OBS.: Grande parte das populações de moscas estão resistentes a praticamente todos os inseticidas disponíveis no mercado atualmente; Vinhoto (resíduo da indústria sucroalcooleira) relacionado a surtos em várias regiões do país; Cama de aviários; Silagem; Restos de ração. o Ciclo biológico De ovo a adulto em 30 dias Em baixas temperaturas se prolonga por meses. Haematobia irritans Mosca hematófaga; É um problema maior para gado de corte; Popularmente conhecida como mosca dos chifres; Entrou no país no século passado pelo estado de Roraima, dispersando-se para outros estados; Bos taurus (origem europeia) são mais suscetíveis; Machos inteiros e animais escuros possuem maior concentração de glândulas sebáceas na superfície da pele e são mais parasitados devido ao odor mais forte; Causam grande irritação, estresse e prejuízos. Infestação por 500 moscas 60 mL de sangue por dia perdidos; Redução da produção de leite (50%) e de carne (30%); Prejuízo (estimativa de 2002): U$ 150 milhões no Brasil; Transmissão da Anaplasmose, Carbúnculo hemático, Stephanofilariose e Tripanossomíase; Redução da qualidade do couro dos animais parasitados devido às lesões causadas na pele do animal. Biologia Possui grande influência de fatores climáticos: Maior temperatura e maior umidade (setembro/outubro) = Aumento da população dessas moscas; Baixas temperaturas e pouca umidade = Larvas em diapausa. O ciclo biológico de ovo a adulto dura cerca de 10 a 15 dias: Colocam seus ovos no bolo fecal (bordas) Desenvolvimento da larva nas fezes Ressecamento das fezes (o besouro rola-bosta para isso) leva a destruição das larvas por dessecação e redução das populações de Haematobia irritans; Inibidores de quitina são fornecidos na alimentação do animal e saem nas fezes fazendo com que as larvas não consigam mudar de fase (evoluir) já que a quitina faz parte do exoesqueleto da mosca. O clima brasileiro é favorável para praticamente todos os parasitos: Problema para o controle estratégico, que deve controlar TODOS os parasitos ao mesmo tempo, o que é difícil devido a exposição das populações a pressão de seleção Parasitos vão criando resistência; Medidas de manejo devem ser priorizadas em sobreposição ao uso de químicos para controle de moscas. Haematobia x Stomoxys H. irritans possui palpos avantajados (proporção palpo:probócide muito maior do que a S. calcitrans) Coloca seus ovos em fezes frescas de animais; S. calcitrans possui palpos bem menores comparativamente Coloca seus ovos em matéria orgânica em decomposição. IMPORTANTE.: Permanece a maior parte do tempo sobre o animal (dorso e tronco). Em fêmeas grávidas na parte ventral do abdome; Quando o bovino defeca as fêmeas abandonam os hospedeiros para realizar a oviposição; Animais machos adultos são mais parasitados do que fêmeas e animais jovens (menor morbidade, sensibilidade e concentração de testosterona). CONTROLE DE MOSCAS DA FAMÍLIA MUSCIDAE Utilização de inseticidas tanto para as formas imaturas do agente (larvas) quanto para a forma adulta; Diversas medidas de manejo para que o controle seja efetivo, devido ao problema da resistência; Problema da utilização de inseticidas: resistência dos parasitos, resíduo ambiental (segurança ambiental), resíduos gerados nos produtos de origem animal (segurança alimentar). Envolve a utilização de produtos químicos nos animais e ambiente (instalações, no caso de bovinos de leite), associado ao manejo correto de dejetos e resíduos. Controle biológico Controle das moscas com fungos e bactérias (produtos de controle biológico de moscas). Controle químico Principais medidas de controle químico: Pulverização de instalações com inseticidas (organofosforados, piretróides e outros); Uso de inibidores da síntese de quitina (ciromazina, diflubenzuron) na ração ou sal mineral; Armadilhas atrativas – alimentos (açúcar) ou feromônios. OBS.: Também podem ser de luz. Armadilhas Construção de corredor onde são penduradas várias tiras de câmaras de ar com vidro transparente na lateral, onde os animais passam durante a troca de piquete. As moscas vão em direção a luz e não conseguem voltar ao hospedeiro Funciona bem com gado holandês (animais mais dóceis). Controle estratégico de Haematobia irritans Outubro (mês em que a temperatura e pluviosidade começam a aumentar) Aplicação de inseticidas piretróides ou organofosforados; Março (final do período chuvoso) Repetir a aplicação observando a população média de moscas; Nesse meio tempo já devem ter sido feitos 5 a 6 banhos carrapaticidas e o manejo concomitante de dejetos e resíduos: Evitar acúmulo de matéria orgânica de qualquer origem próximo as instalações; Remover esterco, resíduos de silagem, capim e ração; Formar montes cobertos com lonas plásticas – para favorecer o processo de fermentação matando as formas imaturas; Utilização de biodigestores – muito mais utilizados na produção de suínos do que na de bovinos e têm grande eficácia; Espalhar resíduos em camadas finas e expor ao sol – para favorecer a morte das formas imaturas por desidratação). Controle biológico de Haematobia irritans Utilização do besouro rola-bosta africano (Digitonthophagus gazella – coleóptero coprófago) Destrói os bolos fecais fazendo o controle da mosca dos chifres (H. irritans) e de verminoses. MIÍASES Infestação de tecidos vivos ou necrosados por larvas de dípteros sobre um vertebrado vivo: Miíases primárias ou obrigatórias; Miíases secundárias ou facultativas; Pseudomiíases. Espécies de importância no Brasil Cochliomyia hominivorax (maior impacto econômico): causadora de miíase primária associada a cirurgia de descorna e lesões de umbigo Se desenvolvem em tecidos vivos; Cochliomyia macellaria: atraída pelo odor do tecido necrosado (miíase secundária), causa lesão menos graves do que as primárias); Dermatobia hominis; Oestrus ovis. Importância Danos a pele – depreciação do couro; Perda de peso; Queda na produção de leite – para algumas espécies prejuízos de até 150 milhões de dólares; Mortalidade dos animais. Cochliomya hominivorax Uma das mais importantes espécies causadoras de miíase; Larvas biontófagas (se alimento de tecido vivo); Adaptada a quase todos os climas brasileiros – ocorre em 94% dos municípios; Ovipõe em lesões recentes. Epidemiologia Importante causa de mortalidade em bezerros recém-nascidos; 40,7% de bezerros afetados na região do pantanal; Miíases em cirurgias de descorna e castração; Miíases em humanos; Miíases em cães submetidos a cirurgias; Pode afetar humanos e animais. Controle o Miíase umbilical em bezerros Se baseia na cura adequada do umbigo dos bezerros com álcool iodado; Aplicação inseticidas aerossóis e Ivermectina no primeiro dia de vida do bezerro (problema para gado de leite, onde o confinamento não permite o contato com o carrapato para desenvolvimento de anticorpos); Em propriedades com alto índice de mortalidade:visita periódica aos piquetes durante a época de partos para fazer cura adequada do umbigo de recém-nascidos. o Bovinos recém castrados Doramectina (eficácia >90%); Fipronil (mais eficaz: controle de 97,1%); Ivermectina (eficácia de 75%). o Em cães Utilização de repelentes nas bordas da ferida; Inspeção visual frequente; Retirada com pinças; Tratamento com Nitempyram 2mg/kg com repetição variando de acordo com a extensão da lesão. Dermatobia hominis Miíase primária ou obrigatória; Miíase nodular ou furuncular em animais e humanos; Ocorre do México e ao norte da Argentina; Utilizam foréticos para depositar seus ovos e atingem seus hospedeiros por meio deles – não possui hábito simbovino (de viver próximo aos animais) Importante realizar o controle dos foréticos além do da mosca, pois a infestação dos animais tem início quando estes pousam sobre os hospedeiros. Ciclo OBS.: Tempo de desenvolvimento: 120 dias (do ovo ao adulto no solo) Podem ter até 3 gerações por ano; Ocorrência em vários estados do Brasil, ppt Sul e Sudeste – regiões com maior incidência, pois possuem períodos de favorecimento dos foréticos (temperatura e umidade relativa altas); Ocorrência maior nos meses de temperatura e umidade relativa elevada; Prejuízos estimados em aproximadamente 260 milhões de dólares. Controle o Químico Aplicação de inseticidas organofosforados, piretróides e avermectinas (lactonas macrocíclicas: Abamectina, Ivermectina e Doramectina); Controle dos insetos foréticos (Musca domestica, Stomoxys calcitrans e outros dípteros têm ação indireta sobre o berne). Oestrus ovis Oestrose; Parasita cosmopolita causador de miíase cavitária (cavidade nasal e seios paranasais de caprinos e ovinos); Também conhecido como “bicho da cabeça”; Mosca vivípara – deposita L1. Ciclo Larva se desenvolve nos seios nasais paranasais Mosca vivípara (deposita L1) Animais acometidos começam a pressionar a cabeça uns contra os outros devido ao barulho irritante das moscas Estresse que leva a perda de peso, sinusite, perfuração da calota craniana e pneumonia. O desenvolvimento larval pode variar de 25-30 dias até 9 meses (diapausa em condições não favoráveis); Larvas se alimentam de mucina e colágeno; Moscas adultas causam grande irritação nos animais, que parem de se alimentar para esconder seus focinhos; Irritação da mucosa nasal por larvas Rinite e Sinusite; Sinais clínicos: espirros e acúmulo de muco nasal. Controle e tratamento Tratamentos com avermectinas e triclorfon no início e final da estação chuvosa na região centro-oeste. Importante: o tratamento do quadro de cólica só é feito em animais de alto valor zootécnico. GASTROENTERISTE VERMINOSA DE EQUINOS ESTÔMAGO Trichostrongylus axei – único Nematoda que coexiste em bovinos e equinos, possui frequência baixa na faixa tropical e alta na faia temperada; Habronema muscae; Habronema majus; Habronema megastorna. OBS.: Gasterophilus: mosca que se comporta como endoparasita, pois suas larvas infectam o estômago dos equinos. INTESTINO DELGADO Parascaris equorum (Ascaridídeo) – transmissão transmamária (colostro e leite), não ocorre transmissão transplacentária Parasita potros (ppt animais de 4-5 meses); Strongyloides westeri (Nematoda) – transmissão transmamária Parasita potros (ppt animais de 4-5 meses); OBS.: Parascaris equorum e Strongyloides westeri são limitados pela idade, pois a partir de 1 ano os animais não têm mais a infecção (muito imunogênicos). Anoplocephala magna (Cestoda – Taenia); Paranoplocephala mamillana (Cestoda – Taenia). INTESTINO GROSSO Anoplocephala perfoliata (Cestoda) – parasita ppt a válvula ileocecal; OBS.: Aumenta da população dos Cestodas devido ao tratamento apenas com lactonas macrocíclicas Erro de manejo sanitário. Oxyuris equi – mais presente em animais estabulados; Grandes e pequenos estrôngilos (Nematodas hematófagos) – levam a quadros cólica que podem causar a morte do animal e definem a estratégia e periodicidade da vermifugação, pois grande % dos animais são afetados por estes. OBS.: Pequenos estrôngilos são mais presentes, porém os grandes causam mais quadros de cólica devido a seu maior tamanho. FÍGADO Fasciola hepática; Cisto hidático – equinos são HI de Echinococcus (Cestoda de cão). IMPORTANTE.: São zoonoses! NEMATELMINTHES Classe Nematoda Vermes cilíndricos; Nematoides têm sido apontados como os grandes responsáveis pelas perdas econômicas mundiais na criação de animais destinados a produção, principalmente os grandes e pequenos estrôngilos. Parasitologia No amplo grupo dos helmintos, Nematelminthes e Platyhelminthes causam sérios problemas a saúde dos animais. Nematoides parasitas de importância veterinária: classificação simplificada Superfamília Aspectos típicos Nematoides com bolsa copuladora Trichostrongyloidea (Trychostrongylus, Ostertagia, Dictyocaulus, Haemonchus etc.) Cápsula bucal pequena. Ciclo evolutivo direto: infecção por ingestão de L3. Strongyloides (Strongylus, Ancylostoma, Syngamus etc.) Cápsula bucal bem desenvolvida, coroas lamelares e dentes geralmente presentes. Ciclo evolutivo direto: infecção por ingestão de L3. Metastrongyloides (Metastrongylus, Muellerius, Prodostrongylus etc.) Cápsula bucal pequena. Ciclo evolutivo indireto: infecção por ingestão de L3 no hospedeiro intermediário. VERMINOSES DE EQUINOS ORDEM STRONGYLIDA Características São chamados de nematoides “bursados” – possuem uma Bursa copulatória com raios musculares na extremidade posterior dos machos; Geralmente têm ciclo direto, mas podem utilizar hospedeiros paratênicos/de transporte (formigas e minhocas). o Machos: Testículo único, vesícula seminal e ducto deferente, cloaca e ducto ejaculador; Presença de espículos quitinizados (mantém a vulva aberta); Alguns grupos de nematoides possuem um Gubernáculo (auxiliar no direcionamento dos espículos). Particularidade Ordem Strongylida: vermes pequenos com boca bem desenvolvida ou rudimentar, com lábios ou coroa radiada. Machos com bolsa copuladora e com dois espículos iguais; Com as famílias: Strongylidae, Cyathostomidae, Stephanuridae, Syngamidae, Trichostrongylidae, Ancylostomatidae, Progostrongylidae e Pseudoliidae Pequenos estrôngilos. FAMÍLIA STRONGYLIDAE Estrôngilos de equinos são responsáveis por quadros de cólica e hemorragia (hematófagos). Epidemiologia Estrongilose Existem duas fontes de infecção de equinos que entraram no regime de pastagem: Primeira: larvas infectantes que se desenvolveram no pastejo anterior; Segunda: ovos eliminados durante o pastejo dos animais, incluindo éguas lactentes (período puerperal com pico de parasitose). STRONGYLUS DE EQUINOS 1. GRANDES ESTRÔNGILÍDEOS Os membros deste grupo vivem no intestino grosso de equinos e asininos e com o Triodontophorus são comumente conhecidos como grandes estrôngilos. Espécies: S. vulgaris, S. edentatus e S. equinus. Strongylus vulgaris Período pré-patente: 6-7 meses; Hospedeiros: equinos e asininos. A migração larval pode levar a formação de aneurisma (desfolhamento da parede dos vasos) e infarto na circulação intestinal devido a presença de L4 nos vasos mesentérios Leva a quadros de Cólica Parasitária; São vermes hematófagos – utilizam sangue para fertilização dos ovos, alimentação e oxigenação; O macho mede 11-16 mm e a fêmea 20-25 mm de comprimento. Ação sobre os hospedeiros Má-circulação levando a enfartamento dos vasos mesentéricos devido a migração de larvas Cólica Parasitária (quadro causado ppt por essa espécie). Strongylus edentatus Tamanho do adulto: 2,5 a 4,5 cm; Período pré-patente: 10 a 12 meses (animal parasitado, mas o verme não é identificado por técnicas coproparasitológicas).Após a penetração na mucosa intestinal as L3 seguem sob o peritônio para muitos locais (órgãos como fígado e pâncreas), onde ocorre a formação de L4. Strongylus equinus Tamanho do adulto: 2,5 a 5 cm; Período pré-patente: 8 a 9 meses. Pouco se conhece sobre a migração das larvas, L4 e L5 são encontradas no pâncreas (ppt), podendo ser encontradas em outros órgãos. Ciclo biológico Pouco se conhece da migração larval: As larvas de L3 perdem a bainha ao penetrar as paredes do ceco e cólon Formam nódulos nas camadas mucosa e subserosa do intestino Muda para L4 Migração para o peritônio e fígado, aonde permanece no parênquima Migração para o pâncreas e finalmente para a luz do intestino grosso. Patogenia Larvas: formação de trombos e arterite; Adultos: lesão da mucosa intestinal em virtude dos hábitos alimentares dos vermes. Ruptura e hemorragia acidental. Ação no hospedeiro Hematófagos: não ficam apenas no sítio de ação, migram formando petéquias (coagulante na saliva permite a saída de um sítio e ligação em outro). IMPORTANTE.: Possuem morfologia diferente que permite sua identificação, porém não é necessário realizar coprocultura e Baermann para identificação, pois o tratamento é o mesmo. 2. PEQUENOS ESTRONGILÍDEOS FAMÍLIA TRICHONENMA/CYATHOSTOMUM Este gênero compreende mais de 40 espécies. Popularmente são conhecidos como pequenos estrôngilos. Esses parasitos são os mais prevalentes em equinos (90% das infecções) do que os grandes estrôngilos e suas larvas estão presentes nas pastagens ao longo do ano. Por isso, são importantes para a definição da estratégia e periodicidade da vermifugação. Possuem ciclo e período pré-patente curtos (2 meses), o que permite reinfecções imediatas (aplicação de vermífugo a cada 2 meses) e são muito resistentes aos anti-helmínticos, sendo necessária a torração anual das bases. Particularidades Cavidade bucal curta, ocasionalmente alongada, cilíndrica, com paredes relativamente espessas. Coroa radiada ausente ou presente, com ou sem fenda cervical; Com duas subfamílias de interesse veterinário: Cyathostominae e Oesophagostominae. Espécies Mais de 40 gêneros, geralmente 90% da carga parasitária: Cyathostomum, Cylicocyclus, Cylicodontophorus e Cylicostephanus. Identificação Nematoides com bolsa copuladora; Tamanho: <1,5 cm de comprimento; Coloração: branca a vermelho-escura; Larva infectante (L3): 8 células intestinais. Características Constituem um grupo de muitas espécies e são conhecidos como trichonemas, ciatostomíneos ou pequenos estrôngilos; As larvas dos pequenos estrongilídeos não migram pelo corpo dos hospedeiros e limitam-se a penetrar na mucosa, onde realizam as mudas retornando à luz do intestino para atingir a maturidade. Ciclo biológico L3 estadia totalmente no IG do animal até formar o verme adulto. Longo e com período pré-patente (tempo da ingestão até a liberação de ovos nas fezes do animal) demorado. Localização: Ceco e cólon. Sintomatologia clínica Geralmente os animais abrigam em campo uma carga parasitária mista (grandes de pequenos estrôngilos), o que favorece a resistência a anti- helmínticos; Causa definhamento, anemia e às vezes diarreia. OUTRAS ESPÉCIES Oxyuris equi Desenvolvimento dentro do ovo, não há forma larval livre Forma infectante: ovo com L3 Mais comum em animais estabulados, onde a infecção é facorecida devido ao contato com as instalações e fômites; Formação de aglomerado ressecado que fica aderido a região perianal e cai no solo devido ao prurido causado. Parascaris equorum Transmissão transmamária (colostro e leite); Vermes de grande dimensão (20 cm de comprimento): carga parasitária grande pode causar obstruções intestinal em potro. Anoplocephala e Paranoplocephala Cestodas: aumento da incidência devido ao manejo sanitário errado (grande utilização de lactonas macrocíclicas). Estágio cisticercóide (semelhante a cisticerco): 2 a 4 meses. OBS.: Ocorre após a L1 ser ingerida por ácaros oribatídeos (HI) presentes na pastagem; Período pré-patente nos equinos geralmente é de 1 a 2 meses. Patogenia Anoplocephala perfoliata: Adultos geralmente ficam próximos da junção ileocecal causando ulcerações na mucosa e intussuscepção; Ventosas causam intensa congestão local e estrias de sangue nas fezes; Parasitoses maciças levam a obstrução e perfuração da parede intestinal. Habronema o Habronemose gástrica Verme adulto desenvolvido no estômago após a ingestão de L3 Animal libera ovos nas fezes (ciclo completo no hospedeiro). o Habronemose cutânea L3 na pelagem do animal; HI: moscas das espécies Musca domestica e Stomoxys calcitrans. Ciclo biológico Larva da mosca ingere ovo ou larva de Habronema Habronema se desenvolve até L3 na mosca, acompanhando seu desenvolvimento em pupa e adulto Mosca adulta possui L3 e deposita na pelagem através da sua probóscide L3 pode ir para a cavidade oral e ser ingerida: Habronemose gástrica; ou para mucosas de olho, vagina, uretra, prepúcio etc. causando lesões granulomatosas (difícil de curar) por onde a larva migra: Habronemose cutânea (ferida de verão). OBS.: Geralmente os membros são mais acometidos devido a grande movimentação. CONTROLE DE NEMATOIDES PARASITOS GASTROINTESTINAIS EM EQUINOS É realizado com anti-helmínticos, os quais não têm sido totalmente eficazes devido a ação restrita aos parasitos adultos e a ocorrência de resistência. Antiparasitários usados em equinos Triclorfon – Gasterophilus; Diclorvós; Ivermectina – Nematoda; Moxidectin – Nematoda; Benzimidazóis; Praziquantel – Cestoda e Trematoda; Pamoato de pirantel – Cestoda e pouco nematicida. OBS.: As drogas são administradas por VO, pois possuem palatabilizantes, o que facilita o manejo, além de prevenir feridas em animais de alto valor zootécnico que a administração injetável poderia causar. Importante: Incluir todos os cavalos – não há resistência adquirida como nos bovinos; Quarentena de novos animais na propriedade; Princípios epidemiológicos de controle – animais com 1 a 2 meses e éguas no período periparto tem pico de parasitose; Lenta rotação de classe das drogas – todo ano a droga nematicida deve ser trocada; Seguir a dose recomendada para evitar subdosagem e resistência dos helmintos; Exames coproparasitológicos – o OPG é suficiente, não se faz coprocultura. *PROVA!* Limiar de tratamento para equinos é muito baixo: só são permitidos no máximo 200 ovos/grama de fezes (ou 2 ovos na Câmara de McMaster) Para quantidades maiores deve-se instituir tratamento. CONTROLE ESTRATÉGICO Controle realizado nos animais Antihelmínticos (controle tático: após o nascimento (1º mês de vida), desmame e 1ª mês antes do parto); Controle realizado nas pastagens (formas infectantes: ovos e/ou larvas) Descanso e evitar superlotação. OBS.: 1 mês de vida: Strongyloides (ovo não larvado na forma de mórula) e Neoascaris; Evitar superlotação: favorece reinfecções (helmintos de mantêm na pastagem). Medidas: Nutrição (animal bem nutrido é resistente), OPG periódico, pastejo rotacionado com alternância de princípios de vermífugos anualmente, evitar superlotação, destino higiênico de resíduos orgânicos e utilização de feno (mata ovo e larva por ressecamento). DICTYOCAULUS ARNFIELD Espécie Prevalência Asininos 65% Muares 23% Equinos 4,5% OBS.: Asininos: hospedeiros naturais; Equinos: infectados quando em contato com asininos e muares. Características Verme pulmonar: Brônquios e bronquíolos; Ovos larvados ou L1 nas fezes; Jovens são mais susceptíveis; Adultos não atingem a patência (imunidade sólida); Infecção assintomática em equinos; Tosses e hiperpnéia em asininos e muares pós- exercícios; Adultos – pequenos brônquios (muco purulento); Controleestratégico: tratamento de vermes pulmonares; No tratamento, não esquecer de tratar os asininos e muares. MEDICAMENTOS Avotan gel – Abamectin Só para animais acima de 4 meses; Telmin, Equiverm – Mebendazole; Panthal – Oxibendazole; Equalan – Ivermectin; Panacur composto – Febendazole (nematicida) + Triclorfon (Gasterophilus) Associação correta; Ivotan, Centurion – Ivermectina (nematicida e Gasterophilus) + Pamoato de Pirantel (Cestoda) Associação correta; Equimax, Handicap – Ivermectina (nematicida e Gasterophilus) + Praziquantel (Trematoda e Cestoda); Equest – Moxidectin; Equest Pramox – Moxidectin (Nematoda e Gasterophilus – única larvicida) + Praziquantel (Trematoda e Cestoda) Não pode ser administrado todo ano e é muito mais caro. IMPORTANTE.: Larvas: Moxidectin e Febendazole por 5 dias; Vermifugações: 1 mês de idade (Strongyloides westeri), no desmame e antes do parto. Atualmente, algumas doenças que acometiam equinos não acometem mais devido ao desenvolvimento de endectocidas, grupo onde as Lactonas Macrocíclicas (Avermectinas e Milbemicinas) são as principais representantes. Os mais usados em equinos são Ivermectina e Doramectina. Por serem endectocidas, quando usados para tratar verminoses também agem sobre ectoparasitas, como ácaros (poucos casos devido ao uso). Além disso, são muito utilizados como auxiliares no tratamento para infecções de carrapatos. Equídeos podem ser acometidos por várias espécies de artrópodes parasitos: carrapatos, moscas, piolhos e ácaros causadores de sarna. Os principais ectoparasitas que acometem os equinos atualmente são carrapatos (complexo Amblyomma cajennense: A. cajennense s.s. (de Goiás para cima) e A. sculptum (região Sudeste), Dermacentor (Anocentor) nitens e Rhipicephalus (Boophilus) microplus) e moscas (Stomoxys calcitrans, Musca domestica e Tabanídeos (ppt gênero Tabanus) Importância na transmissão da AIE, fora as causadoras de miíases: Cochliomyia hominivorax e Chrysomya). CARRAPATOS Importância Picada causa irritação, espoliação sanguínea, inoculação de toxinas; Transmissão de patógenos (Babesia caballi e Theilleria equi); Transmissão de doenças zoonóticas para seres humanos, incluindo a Febre Maculosa (Rickettsia rickettsii); Lesões como porta de entrada para infecções secundárias; Depreciação zootécnica – exemplo: inflamação na orelha causada por Dermacentor nitens, levando a queda da mesma. Epidemiologia Levantamentos epidemiológicos no Brasil mostram: Amblyomma cajennense sculptum; Dermacentor (Anocentor) nitens; Rhipicephalus (Boophilus) microplus; Outras espécies de Amblyomma. OBS.: Pode ser um dos reservatórios para Rickettsia rickettsii, mas não é o mais adequado, pois apresenta ricketisemia curta. Localização no hospedeiro Amblyomma: axilas, úbere, pescoço, períneo, ganacha (região do masseter), face e membros posteriores. OBS.: Mais disseminado pela superfície corporal; Dermacentor (Anocentor) nitens: pavilhão auricular, divertículo nasal (dificulta o controle eficaz, pois é negligenciada, servindo de foco para reinfecção de outros locais do corpo), região perineal e cauda. OBS.: Normalmente regiões de pele mais fina. Aspectos epidemiológicos o Amblyomma Presença maior em locais com capoeiras, matas e animais silvestres (se tiver a disponibilidade na fase de larva e ninfa irá parasitar, o que facilita o transporte para outras espécies); Pastagens “sujas”; Carrapato de 3 hospedeiros (trioxenos) com baixa especificidade; Larvas e ninfas (frequência maior na estação seca: Abril-Outubro) e adultos (frequência maior estação chuvosa: Outubro-Maio) Tempo de desenvolvimento longo, pois dependem da presença dos hospedeiros. OBS.: Larvas e ninfas são as fases mais sensíveis a ação do produto carrapaticida Controle estratégico deve ser concentrado no período seco do ano); Equino pode ser 1º, 2º e 3º hospedeiro da espécie Não depende de animais silvestres para completar o ciclo, porém, se houver ausência de equinos no local, o carrapato irá procurá-los; Nos seres humanos o carrapato mais frequente é o A. cajennense sculptum; Características marcante: capítulo longo/proeminente e escudo ornamentado. OBS.: Identificação dificultada na fêmea devido ao engurgitamento. Base do capítulo mais triangular; ECTOPARASITOSES DE EQUINOS Amblyomma cajennense x Amblyomma sculptum: diferenciação difícil, geralmente feita pelo poro genital. o Dermacentor (Anocentor) nitens Carrapato de 1 hospedeiros; Larvas e adultos sobre o corpo do animal (frequência maior na estação chuvosa); Pode ser encontrado em outros animais, porém, possui maior especificidade por equinos se comparado ao Amblyomma; Características marcantes: base do capítulo retangular e placa peritremática em forma de dial de telefone. Controle o Químico Banhos carrapaticidas com piretróides (Butox): o estádio adulto de Amblyomma cajennense é naturalmente mais resistente ao produto, por isso, a concentração deve ser duas vezes maior que a utilizada para bovinos (carrapato naturalmente resistente aos piretróides Quatro a cinco litros de calda por animal. OBS.: Em potros, o risco de intoxicação é menor do que o dos organofosforados (margem de segurança menor) IMPORTANTE.: A quantidade de produtos registrados é menor, os principais são produtos à base de piretróides, Aciendel (organofosforado + piretróide), Sulfanil (sulfonila + organofosforado) e Organofosforado; Principais formas de aplicação: aspersão e pour on (animal pode perder pelo na região de aplicação). Amblyomma cajennense Banhos carrapaticidas semanais durante o período mais seco do ano (Abril/Maio-Outubro) quando predominam as formas imaturas (mais sensíveis aos acaricidas). OBS.: Fluazuron (Acatak), Fipronil e Colosso: recomendação extra-bula. Dermacentor (Anocentor) nitens Banhos de 24 em 24 dias (época de primavera/verão); Aplicar no pavilhão auricular (medicamentos na forma de pó) e no divertículo nasal. Controle ambiental Limpeza dos pastos com retirada de plantas invasoras – ppt para Amblyomma para diminuir a sobrevivência de larvas e ninfas); Independente da espécie de carrapato detectada, sempre retornar com o animal ao pasto em que o animai estava após o tratamento; Épocas de controle: Amblyomma (Abril/Maio- Outubro) x Dermacentor (Outubro-Abril) Banhos de 24 em 24 dias; Armadilhas vivas. o Dermacentor (Anocentor) nitens Utilização de carrapaticida em pó nos pavilhões auriculares; Uso de pasta carrapaticida nos divertículos nasais (comercialmente indisponível); Manutenção das pastagens limpas. MOSCAS Mais raras que nos bovinos: Stomoxys calcitrans ou mosca do estábulo, Musca domestica, Haematobia irritans ou mosca do chifre e tabanídeos (mutucas). Stomoxys calcitrans e Musca domestica muito associadas a Habronemose (ferida de verão) Hospedeiros intermediários de Habronema: Ciclo errático: moscas pousam perto de uma lesão ou quando Stomoxys calcitrans pica próximo de uma lesão ocorre o desenvolvimento da lesão com tecido de granulação exuberante; Ciclo típico: cavalo ingere a mosca morta presente na ração Habronema vai para o estômago. Stomoxys calcitrans ou mosca do estábulo o Importância Transmissão da AIE; Transmissão de Trypanosoma evansi (agente etiológico do Mal das cadeiras); Hospedeiros intermediários de Habronema; Secreções salivares tóxicas; Picada dolorida (pequenas gotículas de sangue no local da picada); Identificação: muito semelhante a Musca domestica com as diferenças do aparelho bucal picado-sugador (probóscide projetada para frente) e abdômen axadrezado. Tabanídeos Popularmente conhecido como mutucas ou moscas dos cavalos. o Importância Importância grande na transmissãoda AIE – são os vetores ideais, pois sugam uma quantidade grande sangue num curto período e tem a picada dolorida; Transmissão na Tripanossomíase por Tripanosoma evansi; Picadas doloridas – importância na transmissão de patógenos. o Morfologia Podem atingir 25mm de comprimento; Envergadura de até 65mm; Cabeça e olhos grandes; Probóscide proeminente. Musca domestica Mosca de hábitos sinantrópicos; Vetor mecânico de vários agentes causadores de doenças – não tem o hábito de sugar sangue, ou seja, não tem ação espoliativa (aparelho bucal lambedor-sugador), porém, devido aos hábitos de viver sobre matéria orgânica pode levar agentes presos em seu corpo; Hospedeira intermediária de Habronema; Identificação: abdômen amarelado e aparelho bucal lambedor-sugador. Haematobia irritans Identificação: palpos avantajados em forma de espátula; A maior parte das infestações ocorrem onde há a presença de bovinos. Epidemiologia Reprodução em matéria orgânica fecal (esterco, camas orgânicas, sobras de ração, urina) ou vegetal em decomposição. OBS.: Os tabanídeos não têm seu ciclo nesses locais, mas sim em animais silvestres, por isso, seu controle é mais difícil. Stomoxys calcitrans: resíduos da indústria de álcool- açúcar; Aumento das populações em períodos quentes e úmidos. Controle o Químico Pulverização; Feromônios. o Mecânico Armadilhas luminosas, com utilização de feromônios. o Integrado (animal e ambiente) Manejo de resíduos, dejetos e matéria orgânica; Limpeza das baias; Tratamento químico dos animais (pulverização com piretróides); Uso de avermectinas (experimental). MIÍASES Popularmente conhecidas como “bicheiras”; Infestação de tecidos por larvas de moscas; Cochliomyia hominivorax (moscas azuis metálicas) Mais comuns nos equinos (miíases primárias); Chrysomya. Controle e tratamento Coleta das larvas com pinça (utilizar éter para facilitar); Uso de inseticidas em pó (Tanidil) ou Spray (Lepecid e Cydental); Desinfetar e proteger lesões nos animais OBS.: Em comparação aos bovinos são menos acometidos devido ao maior controle. “Bambeira”, “Bambeira do gambá” ETIOLOGIA Considerada uma doença de etiologia múltipla: Sarcocystis neurona – frequência muito maior, HD: gambás (se infectam ingerindo tecidos com cistos de outros animais, principais espécies: Didelphis virginiana e albiventris – não está presente em Didelphis aurita). Equinos são hospedeiros acidentais e ingerem esporocistos presentes na urina e fezes dos gambás. OBS.: Em Viçosa, não há D. albiventris, porém, há casos de Mieloencefalite. Neospora hughesi. Importante.: Neospora: protozoário coccídeo que apresenta alguns aspectos biológicos e patológicos ainda não definidos. Por exemplo, o hospedeiro definitivo de Neospora caninum (acredita-se que sejam os cães), que causa problemas para bovinos. Diagnóstico É longo (60-90 dias) e muito caro, pois o animal precisa ser sedado para colheita de LCR e realização de sorologia pareada. Além disso, há muitos diagnósticos diferenciais (diversas doenças neurológicas podem ser confundidas) e em vários casos os métodos padrões para diagnóstico, que são SagELISA e Western Blot, dão negativo. O tratamento é influenciado pelo status imune do animal, por isso, em alguns casos os animais que deram positivo nos resultados são tratados e não se curam. Além disso, é bem caro e as sequelas também precisam ser tratadas, o que dificulta sua realização. Por isso, muitas vezes não é concluído, pois o proprietário não aceita pagar. EPIDEMIOLOGIA Estudos sorológicos no Brasil revelam 35,6% de prevalência – varia entre propriedades e regiões. OBS.: Juiz de Fora possui prevalência alta (maior número de criatórios ao redor e maior percentual de diagnósticos). Importante: pequeno % dos animais que têm contato com o protozoário desenvolvem a encefalite em sua forma mais grave. Fatores de risco Idade – ppt animais mais velhos (> 4 anos), porém a sintomatologia clínica também já foi identificada em animais jovens (1 ano); Presença de hospedeiro definitivo – Didelphis albiventris; Estresse – muitos animais apresentam a doença após algum tipo de esforço físico, outras doenças e utilização de fármacos que podem levar a imunossupressão (corticoides). Todos esses fatores também são predisponentes de outras doenças. OBS.: Utilização de corticoides tem grande importância nos animais atletas, que são frequentemente tratados com corticoides para resolver problemas locomotores (Dexametasona); Intensidade de exercício – animais submetidos a treinamentos extenuantes, cavalgadas Estresse. PATOGENIA Protozoário atinge o SNC do animal e forma cistos que levam a necrose tecidual. SINAIS CLÍNICOS Anormalidade de marcha – muitas vezes a claudicação é confundida e tratada como problema de aparelho locomotor, porém, o quadro evolui. Também pode se iniciar na forma de tropeços. OBS.: É mais fácil de avaliar no animal adulto; Dificuldade de deglutição; Atrofia de grupos musculares – olhos e orelhas caídos devido à problema neuromuscular; Hiporeflexia; MIELOENCEFALITE PROTOZOÁRIA EQUINA Hipoalgesia – diminuição da sensibilidade dolorosa; Perda sensorial – superficial ou profunda; Convulsões (raramente); Em estágio mais avançado o animal pode não conseguir se manter em pé e ficar em decúbito esternal ou lateral. Importante: - A sintomatologia é ampla e os animais apresentam quadros clínicos diferentes, o que dificulta o diagnóstico; - Animais positivos podem apresentar recidivas devido a situações de estresse. Exemplo: Avaliação de propriocepção: Animal normal: se puxar a cauda para o lado o animal consegue se manter em pé; Animal com EPM: devido a ataxia não consegue se manter. Importante: SEMPRE realizar a avaliação de propriocepção (animal parado ou na marcha): cruza os membros dos animais Normalmente eles voltam para a posição normal. Mieloencefalite causada por Neosporose Neospora hughesi: Ataxia dos membros pélvicos ou dos quatros membros; Dificuldade de deambulação acentuada. Como é identificada? Após tratamento padrão para Mieloencefalite causada pelo protozoário Sarcocystis neurona sem obtenção de melhora Diagnóstico para Neospora hughesi. DIAGNÓSTICO Histórico e sinais clínicos – em propriedades que já apresentaram quadros o risco é maior. Existem propriedades com tendência maior a doença e, além disso, filhos de determinados garanhões parecem ser mais susceptíveis Cuidado: pode ser outro problema neurológico passado de forma herdada, pois geralmente animais são tratados e melhoram; Métodos de imunodiagnóstico – SagELISA e Western Blot; PCR – viável após a morte do animal (a partir de tecidos), pois precisa-se do agente e raramente um líquor irá apresentá-los; Resposta a terapia – a maior parte dos diagnósticos no Brasil são baseados no tratamento (diagnóstico terapêutico). o Laboratórios de diagnóstico no Brasil VetLab e Padock. TRATAMENTO No Brasil grande parte é feito com Diclazuril, Toltrazuril (Baycox) e medicação manipulada (custo menor). Fora do Brasil o Ponazuril também é utilizado – medicamentos que diminuem a multiplicação e eliminam os cistos; Geralmente utiliza-se superdosagem (4-5x a dose) de Diclazuril nos 4 primeiros dias de tratamento, pois parece diminuir as chances de recidiva. Nos outros 23 dias utiliza-se a dose normal. Também utiliza-se associação com Flunixin Meglumine (AINEs utilizados para diminuir a inflamação, dor etc.), DMSO (estabilizador de membranas, antioxidante), vitaminas B1, B6 e B12 e vitamina E Tratamento para processo neurológico de origem inflamatória, por isso, o animal apresenta cura clínica, porém, isso não quer dizer que houve cura para EPM. OBS.: Corticoides (Dexametasona) também podem ser utilizadosem alguns quadros, mas deve-se ter cuidado. . Fármacos Diclazuril (5,6 mg/kg) por 28 dias (período mínimo) – geralmente a dose utilizada é de 10 mg/kg (4-5x); causa poucos efeitos colaterais, animal pode apresentar diarreia, flatulência, porém a maior parte são tratador por até 90 dias sem problemas. Se mantém por um bom tempo no LCR, por isso, não há problema caso o animal não receba o medicamento durante um dia do tratamento; Toltrazuril (10 mg/kg) por 28 dias; Ponazuril (Toltrazuril Sulfona) – acredita-se que o tratamento tenha mais resultado. Importante: 28 ou 56 dias (depende do veterinário) Reavaliação do animal (propriocepção) Mantém ou não o tratamento Animal que se recupera pode ter recidiva, por isso, o ideal é manter o tratamento por mais tempo Animal recuperado pode ter sequelas Tratadas com fisioterapia. OBS.: Estudos demonstram que alguns animais só respondem bem ao tratamento após 60 dias. O tempo de tratamento está muito relacionado ao custo. Importante.: NÃO EXISTE transmissão transplacentária e transmamária, porém, o animal infectado sempre terá riscos de recidiva. Tratamento suporte Flunixin meglumine (3-7 dias)/Fenilbutazona – cuidado com formação de úlceras gástricas; Dimetilsulfóxido (DMSO) – via injetável juntamente com soro (infusão lenta), pois possui efeito hemolítico. Também pode ser feito via oral, apesar de causar irritação esofágica; Dexametasona – apresenta resultados muito bons se bem utilizado; Vitamina E (6.000-10.000 UI durante todo o período de tratamento) – favorece a cicatrização das lesões neurológicas e tem efeito antioxidante que evita novas lesões; Tiamina – vitamina B1. Protocolo de tratamento mais comum no Brasil: Diclazuril + Flunixin meglumine + DMSO (nos primeiros dias) + Vitaminas B1, B12 e E. Tratamento para sequelas Fisioterapia – caminho proprioceptivo, escova de cerdas grossas nos membros são utilizados na recuperação dos animais; Acupuntura – associada a ozonioterapia.
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