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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 2 ENVELHECIMENTO HUMANO: TRANSFORMAÇÕES EM PROCESSOS .....................................................................................................................3 2.1 Implicações do Processo de Envelhecer .............................................. 6 3 CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DO ENVELHECIMENTO PARA AS PRÁTICAS CLÍNICAS COM IDOSOS ....................................................................... 11 3.1 Influências Sobre as Práticas Com Idosos ......................................... 12 3.1.1 Teoria Seleção, Otimização e Compensação .............................. 13 3.1.2 Teoria da Seletividade Socioemocional ........................................ 14 3.1.3 Dependência Aprendida ............................................................... 14 3.1.4 Constructo de Qualidade de Vida na Velhice ............................... 15 3.2 Conhecimentos Necessários para a Prática com Idosos ................... 16 4 TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL .......................................... 22 4.1 Terapia Cognitivo-Comportamental Individual para o Idoso ............... 24 4.1.1 Terapia Cognitivo-Comportamental para Idosos Bipolares .......... 29 4.1.2 Terapia Cognitivo-Comportamental para Idosos com Depressão e Ansiedade.................... ...................................................................................... 30 4.2 Terapia Cognitiva Comportamental para Grupos de Idosos ............... 33 4.3 Intervenção e Terapia Com as Famílias ............................................. 36 5 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 42 2 1 INTRODUÇÃO Prezado Aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2 ENVELHECIMENTO HUMANO: TRANSFORMAÇÕES EM PROCESSOS Fonte: diariodamanha.com O problema do envelhecimento humano tornou-se particularmente proeminente na pesquisa científica no início da década de 1920. A pesquisa considerou basicamente as mudanças fisiológicas nesta fase do desenvolvimento e a perda para os organismos. Pesquisas pioneiras, como a conduzida por Stanley Hall, marcaram essa fase embrionária centrada na velhice. A pesquisa publicou "Envelhecimento: O Palácio da Vida" em 1922 (ARAÚJO & CARVALHO, 2005). Portanto, o envelhecimento é um processo multifatorial muito complexo e irreversível (SCHNEIDER & IRIGARAY, 2008) e inevitável, que se caracteriza por uma série de mudanças físicas, psicológicas e sociais para cada pessoa. Em suma, é uma espécie de Processo de traço. Isso também é descrito na reflexão: os idosos percebem que alcançaram muitos objetivos ideais, mas também sofreram prejuízos, entre os quais a saúde se destaca (FERREIRA, 2005). Como forma de construção social e cultural, a velhice possui preconceitos e preconceitos, que se associam a uma variedade de patologias, indicando o enfraquecimento e enfraquecimento do ciclo vital. Desta forma, estará vinculado às 4 representações, limitando-as às fases negativas da vida (MAIA, CASTRO E JORDÃO, 2010, apud BERNARDINO, 2013). Portanto, todas as afirmações que podem ser estabelecidas nunca serão suficientes para descrever a verdadeira condição do idoso, até porque se anunciam os conhecimentos e os campos de pesquisa relacionados ao processo de envelhecimento humano, envolvendo uma ampla gama de métodos (PRADO & SAYD, 2006). No entanto, é necessária uma definição de entendimento mútuo em termos de comunicação. Portanto, a Organização Mundial da Saúde - OMS designa idosos com mais de 65 anos nos países desenvolvidos e idosos com mais de 60 anos nos países em desenvolvimento (CARVALHO & DIAS, 2011). Deve-se ressaltar que, até recentemente, a psicologia do desenvolvimento focalizava apenas a infância e a adolescência e acreditava que a velhice voltaria à infância, de modo que a visão circular foi geralmente adotada. No entanto, a visão mais linear de que o envelhecimento é a evolução do nascimento à morte deve ser interrompida (OLIVEIRA, 2005). Ou seja, um método de longa duração pode transmitir a melhor compreensão do processo de envelhecimento, resolver o problema de "toda a vida" e aderir ao fato de que profundas mudanças psicológicas são observadas ao longo dos estágios para se desenvolver simultaneamente. Ao longo de todo o ciclo de vida (BORRALHO, 2010). Segundo Fernandes (2002, apud BERNARDINO, 2013), o envelhecimento é contínuo, embora se torne mais pronunciado nas fases finais da vida humana, e devido ao sexo, estado civil, viver em meio rural ou urbano, se houver filhos, ativo ou inativo, ou seja, fatores de natureza genética, ambiental, socioeconômica ou profissional. É considerado um processo cumulativo, torna-se irreversível, universal, não patológico e nele ocorre degradação dos organismos maduros, o que pode resultar na incapacidade dos indivíduos de realizar determinadas atividades. O que se segue é que isso não significa necessariamente doença, pois muitos idosos conseguem manter a saúde até a velhice (TIER, FONTANA & SOARES, 2004). Ainda estão sendo feitas tentativas para estabelecer padrões de envelhecimento para definir categorias distintas para distinguir os processos de envelhecimento. Busse (1969 apud BERNARDINO, 2013) primeiro dividiu o envelhecimento em dois tipos, um é as alterações internas e irreversíveis causadas pelo envelhecimento, e o outro é o envelhecimento secundário causado por doenças 5 relacionadas ao envelhecimento, mas é reversível ou possível método de prevenção. Birren e Schroots (1996 apud BERNARDINO, 2013) acrescentaram posteriormente um terceiro tipo, o terceiro nível de envelhecimento, que se refere às mudanças que ocorrem rapidamente na velhice. Isso também pode ser chamado de declínio terminal, porque significa que ainda haverá um declínio acentuado e acentuado antes da morte (AMADO, 2008). Segundo Birren & Cunningham (1995 apud BERNARDINO, 2013), as seguintes categorias de idade são consideradas igualmente benéficas: Idade Biológica - refere-se a um importante sistema do corpo humano, o que é especialmente importante quando se considera os problemas de saúde que afetam os indivíduos, pois pode-se verificar que a capacidade de autorregulação das funções do sistema varia com diminuição ao longo do tempo; Idade Psicológica - se refere às habilidades mentais que as pessoas usam para se adaptar às mudanças na natureza do ambiente, incluindo percepção, cognição, motivação, memória, inteligência e outras habilidades que apoiam o controle pessoal e a autoestima. Idade Sociocultural - refere-se à coleção de papéis sociais específicos que os indivíduos assumem em relação aos demais membros da sociedade e de acordo com a cultura a que pertencem, sendo julgada com base em comportamentos, hábitos e relaçõesinterpessoais (GONÇALVES, 2010; VAZ, 2009). 6 2.1 Implicações do Processo de Envelhecer Fonte: f5.folha.uol.com.br O envelhecimento considerado normativo inclui o declínio gradual da função cognitiva causado por processos neurológicos que mudam com a idade (GONÇALVES et al., 2010). A perda de memória é a mais comum, especialmente aquelas que têm dificuldade em lembrar nomes, números de telefone e objetos armazenados. Por outro lado, o envelhecimento do idoso tem um processo de início e desenvolvimento diferente, que depende de fatores educacionais, do estado de saúde, da personalidade, do nível de inteligência geral de cada pessoa e de habilidades mentais específicas (REIS, TORRES, ARAÚJO, REIS & NOVAE, 2009). Da mesma forma, ainda nesta fase, o ser humano passou por diferentes transformações, Bee e Mitchell (1984 apud OLIVEIRA, SANTOS, CRUVNEL & NÉRI, 2006) comprovaram que a maioria dos idosos passou por grandes mudanças em seu cotidiano desde a aposentadoria. E o término de funções profissionais e mudanças orgânicas, como cognição e percepção, e mudanças importantes nas relações sociais. Ao nível morfológico, existem várias alterações evidentes, nomeadamente o aparecimento de rugas e cabelos grisalhos. No nível fisiológico, as funções orgânicas mudam. No que se refere às alterações psicológicas, isso ocorre porque as pessoas 7 precisam se adaptar a diversas novas situações do cotidiano à medida que envelhecem, e devido ao declínio da produtividade, as mudanças sociais são notórias, principalmente a força física e econômica (SANTOS, 2010). É importante observar que as mudanças no processo de envelhecimento afetarão os hábitos alimentares do indivíduo, tais como: papilas gustativas reduzidas e paladar prejudicado; olfato e visão reduzidos; redução da saliva e secreção gástrica; mastigação devido à falta de dentes ou uso de próteses inadequadas Fracasso; reduzir os movimentos intestinais e reduzir a sensibilidade à sede. A ingestão de uma variedade de medicamentos acabará afetando o apetite, a absorção e a absorção de nutrientes, levando a um risco maior de desnutrição entre os idosos, especialmente entre os institucionalizados. Além das mudanças físicas descritas, doenças mentais (como depressão) e demência (como demência) causadas por rejeição social, solidão e abandono podem dificultar a ingestão de alimentos e afetar o estado nutricional dos idosos (SEGALLA & SPINELLI, 2011). No entanto, o envelhecimento humano não é apenas uma questão populacional (DÍAZ, 2005 apud BERNARDINO, 2013; VAZ, 2009; LUPPA, LUCK, KONIG, ANGERMEYER & HELLER, 2012), mas antes de tudo é um fenômeno mais complexo que envolve aspectos socioculturais, políticos e sociais. Fatores econômicos que interagem de forma dinâmica e permanente com as dimensões biológicas e subjetivas do indivíduo. Ou seja, a reforma do regime de pensões, o aumento dos planos de segurança social e das instituições de apoio aos idosos são indicadores de preocupação social e de adaptação ao fenómeno do envelhecimento. A Organização Mundial da Saúde define saúde como um estado de bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença ou enfermidade. Essa definição reflete o conceito geral de saúde, que reconhece não apenas os aspectos físicos do envelhecimento, mas também os aspectos sociais e emocionais do envelhecimento. (CARVALHO & DIAS, 2011). Hoje, além de desejar viver muitos anos, preocupa-se também com a saúde e o bem-estar dos idosos, que não é apenas um problema de prevenção de doenças, mas também de proporcionar uma vida feliz com qualidade. Conforme Carvalho & Dias (2011), possui - Habilidades Físicas; - Habilidades Funcionais; 8 Habilidades Mentais; Habilidades Psicológica, Habilidades Sociais. O envelhecimento humano envolve uma série de mudanças nos processos físicos, psicológicos, sociais e culturais (COSTA et al., 2009). Nessa fase de desenvolvimento, a distinção entre envelhecimento normal e patológico é difícil de ser compreendida (BANHATO et al., 2009). De acordo com Paulo & Yassuda (2010), Envelhecimento Normal – pode ser acompanhado por declínio em algumas habilidades cognitivas, que incluem alterações na memória e nos recursos de processamento de informações, bem como prejuízos na memória episódica e nas funções cognitivas. Envelhecimento Patológico – A ocorrência de doenças crônicas, cardiovasculares, da circulação sanguínea, da pressão arterial, dos ossos e das articulações são mais comuns, como demência e depressão, são mais comuns nessa fase. No Brasil, devido ao processo acelerado de transição demográfica, um envelhecimento populacional começou a ser observado na década de 1970. No início do século passado, o grupo representado por menores de 15 anos representava cerca de 45% da população total, enquanto os idosos representavam apenas 2,5% (CHAIMOWICZ, 1997). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2019), o Brasil tem atualmente 28 milhões de pessoas na faixa etária de 60 anos, correspondendo a 13% da população do país. De acordo com o Projeto Populacional divulgado pelo IBGE em 2018, esse percentual dobrará nas próximas décadas. 9 Fonte: censo2020.ibge.gov.br Conforme apontado na “Previsão Populacional” do IBGE (atualizada em 2018), a população idosa brasileira tende a aumentar nas próximas décadas. De acordo com a pesquisa, até 2043, um quarto da população deverá ter mais de 60 anos. Ainda segundo o IBGE (2019), a partir de 2047 a população deve parar de crescer, o que contribui para o processo de envelhecimento - os idosos têm uma proporção maior do que os jovens. Os fatores mais importantes que levam a essa transição demográfica são a redução da taxa de fecundidade das mulheres, a redução da mortalidade infantil, a melhoria do saneamento básico e das condições de habitação e o avanço da tecnologia médica (CAMARANO, 2002; CHAIMOWICZ, 1997; TAMAI, 1997). Maior expectativa de vida nem sempre significa envelhecimento saudável, pois surgirão doenças crônico-degenerativas, levando à incapacidade e dificultando a manutenção da autonomia e independência do idoso. Portanto, é necessário não apenas realizar pesquisas e planejamentos para melhorar a expectativa de vida, mas também garantir sua qualidade (POLLO & ASSIS, 2008). 10 O processo de envelhecimento trará algumas mudanças para o indivíduo, o que pode fazer com que ele encontre dificuldades de integração e adaptação ao meio ambiente. Papaléo Netto e Pontes (1996) definiram esta etapa do ciclo vital como um processo dinâmico, gradual, acompanhado por mudanças biopsicossociais que afetam a capacidade do indivíduo de se adaptar ao meio, resultando em maior vulnerabilidade e degeneração crônica A incidência da doença é ainda maior, e a doença progrediu para a morte na fase final de sua vida. À medida que a população idosa cresce, a prevalência de doenças relacionadas ao envelhecimento e doenças mentais também aumenta. A duração e a gravidade dos problemas de saúde mental incluem uma variedade de condições diferentes, porque algumas são esporádicas, enquanto outras sobrevivem por toda a vida (FALCÃO & CARVALHO, 2010). Segundo estudo da OMS (2001), a prevalência de transtornos mentais em idosos é alta, os mais comuns são ansiedade, transtornos de humor, psicose e doença de Alzheimer. Em um estudo de 1989 com 1.602 idosos no sudeste do Brasil, verificou-se que um terço deles foram considerados possíveis "casos" de saúde mental (RAMOS, ROSA, OLIVEIRA, MEDINA & SANTOS, 1993). Entre os transtornos de humor, o transtorno bipolar é uma patologia comum diagnosticada no final da adolescência ou no início da idade adulta. É um problema recorrente de longo prazo que traz muita dor para os indivíduos e suas famílias. Se envelhecer, a perda pode ser maior, somada àsmudanças inerentes a esta fase da vida, por isso é importante o desenvolvimento de novos métodos e tratamentos eficazes para essas pessoas para torná-las saudáveis e envelhecidas. Pesquisas destinadas a compreender o curso e a plasticidade da doença de Alzheimer e estratégias de tratamento destinadas não apenas a melhorar os sintomas, mas também a melhorar seu funcionamento geral são essenciais (DEPP & JESTE, 2004). A problemática do TB na pessoa idosa e os diversos prejuízos que esta doença acarreta no quotidiano, nas relações interpessoais e na saúde. 11 3 CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DO ENVELHECIMENTO PARA AS PRÁTICAS CLÍNICAS COM IDOSOS Fonte: psicologaportoalegre.com.br O processo de envelhecimento e a heterogeneidade do envelhecimento tornaram-se um dos temas desafiadores da psicologia como a "ciência dos fenômenos comportamentais e mentais", especialmente na segunda metade do século XX. Várias subdisciplinas básicas e aplicadas da psicologia, como psicologia do desenvolvimento, psicologia social, psicologia clínica e psicologia do trabalho e organizacional, ainda estão em processo de revisão, expansão e modificação de paradigmas, métodos de pesquisa e formas de lidar com esse conhecimento E ações- alvo de intervenção. Para o cumprimento dessas tarefas, destaca-se a contribuição da consolidação do campo da psicologia do envelhecimento, segundo o paradigma da longevidade, que fundamenta o conhecimento relacionado ao idoso, à velhice e ao processo de envelhecimento. Ao mesmo tempo, promove o diálogo com outros ramos teóricos e campos de aplicação da psicologia e estabelece um diálogo mais amplo com ela, incluindo a psicologia clínica. Devido ao impacto desses avanços, outras áreas do 12 conhecimento, como a geriatria, têm conseguido se adaptar e se beneficiar do conhecimento psicológico, pois a psicologia, junto com a biologia e a sociologia, é uma das ciências que a fundamentam. 3.1 Influências Sobre as Práticas Com Idosos Para compreender o processo de cognição, relações sociais, emoções, objetivos de desenvolvimento e adaptação durante a adolescência e a idade adulta, a psicologia do envelhecimento substitui a simples comparação da idade ("Psicologia da Idade") e reconhece a velhice, que é uma fase do desenvolvimento. Sua tarefa é adaptar, integrar e aceitar a morte ("Psicologia do Idoso") a fim de estabelecer subdisciplinas metodologicamente complexas (BATISTONI, YASSUDA E FORTES, 2007). Sob a influência do diálogo e da cooperação com outros campos do conhecimento, como a Biologia e a Sociologia, a Psicologia do Envelhecimento alcançou interpretações de fenômenos multidimensionais e multicausais nos aspectos relevantes dos planos e estratégias de pesquisa e na integração de outras variáveis além da idade (NERI, 2002). De acordo com o paradigma Lifespan de compreensão do desenvolvimento humano, a heterogeneidade do envelhecimento dentro e entre os indivíduos é observada a partir da perspectiva da influência social e cultural (tais como gênero, coortes, papéis), socioeconômicas (tais como educação e renda), psicossociais (como os mecanismos de autorregulação do self) e biológicas (como o status de saúde e funcionalidade física) atuantes ao longo de toda a vida. Além do aprimoramento metodológico da pesquisa do envelhecimento, a consolidação da Psicologia do Envelhecimento também torna o diálogo entre as várias subdisciplinas da Psicologia (como Psicologia Cognitiva, Psicologia Da Aprendizagem, Psicologia Social e Psicologia) mais ativo tentando descrever e explicar o processo de envelhecimento e o processo de manutenção e desenvolvimento de áreas psicológicas específicas da velhice. Portanto, na Psicologia do Desenvolvimento, diversos modelos e teorias de diferentes campos da Psicologia têm levado em consideração a multidimensionalidade e multidirecionalidade do processo de envelhecimento, bem como o significado mais apurado do processo para 13 várias dimensões da vida real como o trabalho, lazer, relações sociais e familiares (BALTES, LINDENBERGER & STAUDINGER, 2000 apud BATISTONI, 2009). O diálogo entre a Psicologia do Envelhecimento e as várias subdisciplinas da Psicologia tem resultado na configuração do quadro lógico do conhecimento em torno das microteorias e micromodelos explicativos do campo específico do envelhecimento, o que também contribui para a aplicação em realidades específicas e visa resolver o problema humano. Entre os modelos e teorias, os resultados do diálogo e as teorias tidas como clássicas da área, destacam-se quatro contribuições tratando de temas marcantes da velhice, como adaptação, autonomia e dependência, regulação emocional e qualidade de vida. Essas contribuições afetam muito práticas psicológicas com idosos (CERRATO & TROCÓNIZ,1998). 3.1.1 Teoria Seleção, Otimização e Compensação A teoria de Seleção, Otimização e Compensação de Baltes e Baltes (1990) tenta estabelecer como os indivíduos gerenciam efetivamente as mudanças em suas condições biológicas, psicológicas e sociais, e essas mudanças constituem oportunidades ou restrições em seu nível e trajetória de desenvolvimento. A teoria está relacionada à forma como as pessoas alocam e redistribuem recursos internos e externos por meio desses três processos e como eles maximizam os ganhos e minimizam as perdas ao longo do tempo. A função de seleção envolve uma redução na gama de alternativas permitidas pelas especificações e plasticidade individual. A otimização envolve o gerenciamento de recursos para alcançar funções de nível superior. A compensação envolve a adoção de novos métodos alternativos para mantê-lo funcionando. A teoria SOC pode ser integrada por meio de diferentes perspectivas teóricas em psicologia, incluindo comportamento, cognição, ação cognitiva social e diferentes processos no desenvolvimento e envelhecimento normal e patológico, como memória, função física e felicidade. Portanto, é designado como um metamodelo de desenvolvimento humano, o que influencia o surgimento de outras teorias como a seletividade socioemocional. 14 3.1.2 Teoria da Seletividade Socioemocional Essa teoria foi desenvolvida por Laura L. Carstensen e seus colaboradores na década de 1990 (CARSTENSEN & TURK CHARLES, 1994) para explicar o declínio na interação social e os sentimentos dos idosos Mudanças de comportamento. Segundo o autor (e as evidências de pesquisas sobre o tema), à medida que as percepções de futuro mudam, a amplitude da rede social e a diminuição da participação social dos idosos refletem a redistribuição dos recursos socioemocionais pelos idosos. De forma adaptativa, na velhice, torna-se mais importante participar seletivamente de relações sociais íntimas para proporcionar maiores retornos emocionais. Essa mudança adaptativa permite que os idosos economizem recursos escassos, orientem objetivos relacionados e otimizem suas funções emocionais e sociais. Por exemplo, essa teoria tem impacto no trabalho clínico com idosos e nas estratégias de regulação emocional no campo das relações sociais. 3.1.3 Dependência Aprendida Foi desenvolvido por Margareth M. Baltes nas décadas de 1980 e 1990 (BALTES, 1996), revelando que a dependência do idoso é multidimensional e está relacionada a vários fatores, tais como: deficiência, motivação, práticas discriminatórias, danos ambientais. Não é considerada uma característica da velhice, mas se manifesta de diferentes maneiras ao longo da vida. Baltes (1996), a dependência traz significações de perdas, quando inibe o engajamento em ações que visam promover a sua funcionalidade física e psicossocial; assim como de ganhos, quando permite as pessoas a obter atenção, contato social e controle passivo e que contribui a preservar, canalizar e otimizar energias para outros objetivos, atuando como estratégiaadaptativa. Entre outras contribuições, a teoria tem impacto principalmente na prática de idosos fragilizados, hospitalizados e institucionalizados, assim a identificação do modo dependente ou padrões de dependência não adaptativos podem ser retificados diante de investimentos profissionais, na criação de contingências, com estímulos do senso 15 de agência, na compensação de perdas e maximizando a autonomia, mesmo que exista incapacidade. 3.1.4 Constructo de Qualidade de Vida na Velhice O objetivo é descrever como os idosos pensam sobre sua relação atual, passada ou futura com o meio ambiente. Envolve avaliações multidimensionais relacionadas a normas sociais e padrões interpessoais. O modelo de Lawton (1985) descreve a qualidade de vida a partir de quatro aspectos: Competência Comportamental - avaliar a função do indivíduo na saúde, função, cognição, comportamento social e uso do tempo; Condições Ambientais - relacionadas ao ambiente ecológico e ao ambiente construído, e diretamente relacionadas às capacidades comportamentais; Qualidade de Vida Percebida - uma avaliação subjetiva das próprias funções em qualquer campo de habilidade comportamental (como saúde percebida, etc.); O Bem-Estar Subjetivo - reflete o ambiente do indivíduo e a avaliação dinâmica da relação entre as três áreas acima, resultando em indicadores cognitivos (como satisfação) e emocionais (como estado emocional). A estrutura de Lawton facilita a investigação e intervenção nas mais diversas áreas, principalmente porque foca na consciência da adaptação dos indivíduos ao meio ambiente, como a prestação de serviços de adequação ambiental. Diante dos desafios do próprio processo de envelhecimento e da crescente demanda por produtos e serviços ocasionada pelo envelhecimento da população, o campo de aplicação da psicologia tem incorporado o conceito de Psicologia do Envelhecimento e modelos baseados na Lifespan na prática com idosos em diversos campos psicológicos e histórico de desempenho (WOODS & CLARE, 2008). Igualmente em outras faixas etárias, as modalidades de atuação psicológica passaram a envolver uma ampla gama de possibilidades de trabalho, formando um "continuum de cuidados", desde modificações ambientais e ecológicas, institucionais até intervenções para mudanças comportamentais e mentais (humor, bem-estar, ajustamento, atitudes, tendências da personalidade) e desenvolvidos a nível individual, familiar ou de grupo (NERI, 2004). 16 A evidência da pesquisa atual sugere que os idosos respondem às mais diversas intervenções psicológicas (AREÁN, 2003). Portanto, essas evidências mostram que é necessário atentar para as variáveis de desenvolvimento não só na pesquisa, mas também na implementação e avaliação de intervenções psicológicas para idosos, o que requer profissionais da área: conhecimentos específicos. 3.2 Conhecimentos Necessários para a Prática com Idosos Fonte: blog.cognitivo.com Do ponto de vista histórico, o idoso era considerado incapaz de se beneficiar plenamente da intervenção psicológica, conceito que Freud havia registrado em 1905. Nessa época, Freud revelava que em meio as limitações da psicanálise, encontrar-se o trabalho com pessoas de idade superior a 50 anos, ocasionado pela limitação da plasticidade dos processos mentais e por não serem “educáveis”. Os primeiros ensaios clínicos para idosos, muitos dos quais são baseados na teoria dos estágios de desenvolvimento (por exemplo, ERIK ERIKSON em 1950 e BUTLER em 1963; apud NERI, 2002), e alguns dos princípios de aprendizagem 17 comportamental são apenas uma reminiscência de Tecnologia e terapia de revisão de vida, o controle de orientação realista ou sintomas comportamentais, especialmente os idosos que apresentam sintomas depressivos e aqueles em demência e institucionalização (LAIDLAW, THOMPSON, DICK-SISKIN & GALLAGHER- THOMPSON, 2003 ) Em 2004, o American Psychologist publicou as diretrizes de prática psicológica para idosos da Associação Americana de Psicologia - APA. Neste documento, os psicólogos são incentivados a trabalhar as atitudes e crenças do envelhecimento e dos idosos de acordo com o progresso científico da Psicologia do Envelhecimento, e a buscar conhecimentos sobre as teorias sociais, biológicas e cognitivas do processo de envelhecimento, especialmente dentro do Paradigma lifespan. No campo clínico, o documento ressalta que os psicólogos precisam estar familiarizados com os conhecimentos mais recentes sobre mudanças cognitivas, os problemas e a vida cotidiana dos idosos, as características especiais da psicopatologia e os métodos de avaliação eficazes e confiáveis a serem usados com os mesmos. Carstensen, Elderstein e Dornbrand (1996) já mencionaram que as áreas e aspectos específicos do envelhecimento precisam ser considerados uma intervenção eficaz com idosos. De acordo com documentos da APA, os autores provam que pelo menos cinco aspectos do envelhecimento requerem conhecimentos específicos: - Função cognitiva; - Diagnóstico de saúde física e mental; - Estilo de adaptação ao longo da vida; - Cronologia de idade. - Ambiente de intervenção e características pessoais Em relação à função cognitiva, os autores enfatizam que a influência das alterações patológicas tem implicações específicas para a eficácia da intervenção e sua resposta de curto ou longo prazo. No campo da psicopatologia, acreditam que é necessário entender algumas peculiaridades no estabelecimento de intervenções para diferentes grupos diagnósticos. Com a idade, existe uma grande heterogeneidade entre os grupos diagnósticos (como a depressão), o que é de grande importância para o tratamento (BLAZER, 2003). 18 Em relação a importância do processo de adaptação ao longo da vida, os autores acreditam que os idosos podem responder de forma diferente ao tratamento, dependendo de sua história funcional anterior, experiência de sucesso ou falha em outros tratamentos, ou história de doenças crônicas ou ainda não resolvidos (RAINSFORD, 2002). As normas de idade também contribuem para o desenvolvimento dos processos de vida pessoal. É muito importante prestar atenção à idade na perspectiva do paciente e utilizar a experiência e o conhecimento acumulado na vida do indivíduo. O conhecimento das situações de intervenção do idoso e de outras características individuais é uma dimensão do conhecimento que pode ajudar a orientar a formulação e implementação das prioridades de desempenho psicológico, pois a situação (como uma instituição ou comunidade) implica diferentes características socioeconômicas, culturais, de funcionamento social, de cognição e saúde física das quais os idosos integram. Carstensen, Elderstein e Dornbrand (1996) enfatizaram que também é uma tarefa importante prestar atenção às diferenças de gênero ao relatar problemas psicológicos e capacidade de resposta a intervenções psicologicamente orientadas. Embora o uso das técnicas já mencionadas reflita um diálogo com a teoria, intervenções limitadas a essas tecnologias por um período de tempo implicam na noção de que os idosos são impotentes, exceto para aceitar as condições mentais dos idosos. E integre-o ao seu senso pessoal de história ou inclua-o por meio de princípios comportamentais. Isso também implica a noção de que os problemas mentais dos idosos são o resultado da incapacidade do idoso em aceitar seu próprio passado, ao invés de problemas causados pelo estresse ou incapacidade de enfrentar as mudanças relacionadas ao envelhecimento (KNIGHT, 2004). Ainda hoje existem muitas razões pelas quais os idosos nem sempre podem ser alvo de intervenção psicológica (tais como o ageímo – NERI, 2004), portanto, principalmente a partir da década de 1990, a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental tem se aprimorado. Uma mudança de paradigma ao projetar trabalho clínicopara idosos (LAIDLAW et al., 2003). Em relação à Psicoterapia, Areán (2003) encontrou fortes evidências em uma extensa revisão da literatura para ilustrar a eficácia dos métodos cognitivo-comportamentais no tratamento da depressão e nas relações interpessoais em idosos e o uso combinado de antidepressivos. Ele também destacou 19 que os métodos cognitivo-comportamentais são eficazes no controle de problemas sexuais, de ansiedade e de dependência (como o alcoolismo em idosos) e na cooperação com cuidadores de idosos dependentes. Apenas no tratamento de relacionamento interpessoal, a psicoterapia psicodinâmica de curto prazo e o tratamento de revisão de vida encontraram menos evidências de intervenção na depressão. Autores como Rainsford (2002), Areán (2003) e Knight (2004) têm algumas considerações especiais em seu trabalho clínico com idosos. Esses autores acreditam que aspectos relacionados às relações terapêuticas, à flexibilidade das técnicas clássicas aplicadas aos jovens e áreas específicas do conhecimento sobre o envelhecimento (como as apontadas por Carstensen, Elderstein e Dornbrand em 1996) precisam ser gerenciados para promover a eficácia dos métodos clínicos. Rainsford (2002) enfatizou que os jovens terapeutas precisam prestar atenção às possíveis causas raízes das dificuldades na dinâmica de transferência, que se manifestam na forma de supercontrole ou superproteção, causando dolorosa contratransferências (idosos podem infantilizar o terapeuta ou o terapeuta projetar experiências familiares ao paciente). Também chama a atenção para a centralidade da saúde física na fala dos idosos, que muitas vezes se queixam de problemas psicológicos de forma física, e os terapeutas tendem a focar nos “problemas da velhice” como doença, luto ou aposentadoria. Normalmente, as necessidades dos idosos que procuram tratamento não se devem aos problemas normativos dos idosos, mas porque os idosos apresentam menos senso de controle ou autoeficácia no enfrentamento, muitos dos quais são mudanças fora do padrão ou inesperadas (ALDWIN, 1994). Com o objetivo de ampliar outras práticas de atendimento psicológico ao idoso, Areán (2003) defendeu a adaptação à psicoterapia do idoso, e seu produto é o que denomina de "psicoterapia apropriada à idade". A autora acredita que a prática psicológica baseada na perspectiva do comportamento cognitivo, além das evidências de validade na literatura internacional, também apresenta grandes possibilidades de adaptação e flexibilidade. Para tanto, tais medidas de adaptação devem incluir a educação psicológica dos pacientes, o ajuste das mudanças cognitivas no processo de processamento da informação, o estágio de desenvolvimento com base nas 20 recomendações e a flexibilidade de tratamento diante das limitações funcionais e sociais. Outra colaboração da psicologia clínica é o modelo heurístico transteórico desenvolvido por Knight (2004), que pode auxiliar os idosos no trabalho de psicoterapia, podendo ser estendido a qualquer intervenção psicológica para idosos. Com base na Psicologia do Desenvolvimento Lifespan, Gerontologia Social e experiência clínica, ele chamou de modelo CCMSC, e suas siglas referem-se aos seguintes termos: Context (contexto), Cohort (coorte), Maturation (maturação ou variáveis desenvolvimentais), Specific Challenges (desafios específicos, frutos da heterogeneidade do envelhecer). Entre esses termos, um dos aspectos interessantes causados pelo modelo de Knight é a necessidade de se atentar para as diferenças entre as coortes no trabalho clínico, ou considerar a idade ao invés da idade. Por exemplo, Knight e Lee apontaram em uma publicação de 2008 que os idosos são particularmente sensíveis ao ambiente de escuta, talvez porque esta não seja uma experiência comum (devido a problemas de coorte). Além das contribuições de Rainsford (2002), Areán (2003) e Knight (2004), dois outros importantes aspectos derivados da psicologia do envelhecimento também devem ser introduzidos, os quais interagem com intervenções clínicas para idosos. Esses aspectos requerem atenção aos recursos psicológicos e à adaptabilidade do idoso. Por exemplo, a pesquisa de Aldwin e seus colaboradores (Aldwin, 1994; Aldwin, Levenson & Kelly, 2008) mostrou que as pessoas mais velhas são geralmente mais resilientes e eficientes do que os jovens para responder ao estresse psicológico. Portanto, na intervenção do idoso é importante resgatar seu potencial e ativá-lo, investindo na autoeficácia e senso de controle, e mesmo no caso de dependência física, exercendo autoeficácia e senso de controle, reserva social, emocional ou cognitiva e capacidade de exercer autonomia. Além disso, a cooperação entre a pesquisa em Psicologia Positiva e o modelo de escolha, otimização e compensação de Baltes e Baltes (1990) reforçou a noção de que o objetivo da intervenção com os idosos deve estimular e destacar suas competências e habilidades pessoais. Os sentimentos de autoeficácia, senso de controle, participação social, os benefícios de experiências ruins, sua espiritualidade 21 ou capacidade de relaxar são projetados para expandir seus recursos de enfrentamento e seu senso de felicidade (STAUDINGER, MARSISKE E BALTES, 1993). A utilidade da contribuição do diálogo entre a Psicologia do Envelhecimento e a Psicologia Clínica não se limita ao trabalho dos psicólogos profissionais. Outros profissionais, onde a Psicologia é o basilar da formação (como terapeutas ocupacionais e gerontólogos) derivam dos métodos e estratégias de intervenção da Psicologia do Envelhecimento. Em particular, a contribuição da Psicologia para Gerontologia pode ser enfatizada nos aspectos psicossociais biológicos do envelhecimento humano, é o mais recente campo científico especializado em envelhecimento humano. Para além do contributo metodológico, da praticidade do conceito, da disponibilização de instrumentos de investigação e avaliação, no domínio da aplicação clínica do geriatra, este conhecimento também prepara o profissional ao disponibilizar métodos e técnicas para lidar com os problemas psicológicos do envelhecimento, e fornece uma base para os idosos. A prática de orientar idosos e familiares e a tomada de decisão na gestão dos serviços (NERI, 2004). Os modelos cognitivo-comportamentais são muito populares em intervenções em idosos. Não só porque se mostraram muito eficazes na redução dos sintomas mentais e no aumento da satisfação com a vida, mas também porque nunca mostraram a tensão de outros exercícios terapêuticos. E, porque reúnem uma ampla gama de programas de tratamento, incluindo psicoterapia interpessoal, esses programas são centrados no planejamento e na revisão de vida/memória (Areán, 2003; Gallagher-Thompson & Thompson, 1986; Hyer e cols, 2004; James, 2003; Kennedy & Tanenbaum, 2000; Lee e cols, 2003; Miller & Silberman, 1996; Teri & Logsdon, 1992; Yesavage & Karasu, 1982; Zeiss & Steffen, 1996). De acordo com Knight (1996), a TCC participa de uma atmosfera de otimismo e mudança, esses métodos são muito úteis para os idosos, principalmente para depressão, distúrbios do sono, disfunção sexual e distúrbios de ansiedade. 22 4 TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL Fonte: br.pinterest.com A Terapia Cognitiva é uma intervenção breve e direcionada que visa os métodos psicológicos atuais e visa resolver problemas específicos. Ela enfatiza a participação ativa dos pacientes, a necessidade de alianças cooperativas de tratamento e forte motivação para a mudança. A sua formação centra-se em ensinar aos indivíduos as competências necessárias para enfrentar os problemas e dar-lhes a responsabilidade de cuidar de si e da sua saúde. Na Terapia Cognitiva, a hipótese central é a cognição, portanto, o indivíduo percebe e interpreta a situação para fazê-lo responder de acordo com sua própriainterpretação, gerando interações mútuas entre cognição, emoção, comportamento, reações físicas e o ambiente (RANGÉ & SOUZA, 2008). Na TCC, na prática clínica, muitos terapeutas cognitivos utilizam métodos e técnicas comportamentais e cognitivas. De acordo com a visão de Saffi, Savoia e Lotufo Neto (2008) na TCC, os indivíduos aprendem a identificar e corrigir pistas inadequadas e suas formas distorcidas de pensar. Esses autores apontaram que a TCC é eficaz em alguns problemas humanos e transtornos mentais por ser um método claro e objetivo e, portanto, muito útil na prática ambulatorial. Por isso Saffi et al. (2008) 23 comentou que “ a maior contribuição da Terapia Cognitivo Comportamental foi, sem dúvida, trazer a psicoterapia para o âmbito dos estudos científicos”. O grande objetivo da TCC é proporcionar aos pacientes um modelo compreensivo e idiossincrático dos seus sintomas, de modo a formular um plano para combater os mesmos e dar a oportunidade a cada paciente de colocar as estratégias em prática de forma autónoma. Pretende-se modificar o comportamento alterando cognições, interpretações, pressupostos e estratégias implementadas que estavam desadequadas, substituindo-as por estratégias adequadas e funcionais no modo de pensar, sentir e agir, isto é, potenciar o desenvolvimento de competências e capacidades no paciente para identificar estes pensamentos e erros, monitoriza-los e confrontá-los (SNOWDEN, STEINMAN & FREDERICK, 2008). Desta forma, os doentes começam a desenvolver sentimentos de autoeficácia o que futuramente lhes vai permitir lidar com situações adversas (SCOTT, 2000). Recorre-se frequentemente a estratégias comportamentais como a prescrição de tarefas de mestria e prazer, nas quais se procura envolver novamente o paciente em atividades que antes lhe eram prazerosas de forma gradual e estratégias cognitivas como a reestruturação cognitiva. Conforme afirmação de Dobson & Dozois (2001), os tratamentos de natureza psicológica demonstram uma eficácia semelhante aos antidepressivos e uma maior eficácia com tratamentos combinados de farmacologia mais psicoterapia 24 4.1 Terapia Cognitivo-Comportamental Individual para o Idoso Fonte: vivamaisvivamelhor.com.br Segundo Beck (1997), a TCC possui as seguintes características: -Diretiva: o problema atual como foco do processo; -Estruturada: é possível pensar no processo como sequencial e previamente estabelecido; -Educativa: é possível ao paciente aprender sobre o processo e participar do mesmo ativamente. Além desses fatores, a TCC também utiliza técnicas e treinamentos como habilidades sociais, que às vezes são muito interessantes para melhorar a interação dos idosos na maioria das situações do cotidiano. O processo de psicoterapia também pode ajudar os idosos a compreender melhor as condições de saúde que por vezes vivenciam, o uso de medicamentos e tratamentos médicos, e também ajudá-los a entrar em contato com problemas emocionais e psicológicos, também pode reduzir o sofrimento causada pela depressão e pela ansiedade. O objetivo da psicoterapia para o idoso é também beneficiar a equipe de enfermagem e a família, pois ao cuidar-se bem, valorizando-se, e sabendo se posicionar melhor diante das dificuldades da vida, o paciente também saberá uma 25 melhor e mais adaptada forma de como enfrentar situações difíceis e com aqueles com as quais convive. As sessões de terapia para idosos usam os mesmos métodos e modelos para as demais idades. Com encontros realizadas uma vez por semana visam sempre melhorar a qualidade de vida dos clientes e adaptá-los às necessidades e desejos de quem procura mais ajuda: uma forma de ver e posicionar o seu mundo de forma mais alegre, otimista e feliz. Seguindo as orientações abaixo: 1- Avaliação multidimensional do comportamento, emoção e cognição; 2- Estabelecer a relação funcional entre ambiente, comportamento, emoção e cognição - construção hipotética da organização e função do cliente, 3- Definir a área do problema a sofrer intervenção. Para às estratégias de intervenção, geralmente, os autores se baseiam no Modelo de Terapia Cognitiva de A. Beck, que estabelece sua intercessão no presente, utilizando questionários de autopreenchimento e registros escritos, confronto de distorções cognitivas, treino de competências e proposta de trabalhos de casa (GALLAGHER-THOMPSON & THOMPSON, 1996; HYER E COLABORADORES, 2004; JAMES, 2003; TERI & LOGSDON, 1992; YESAVAGE & KARASU, 1982; ZEISS & STEFFEN, 1996). Gallagher-Thompson e Thompson (1996), também reconheceram a importância de integrar técnicas comportamentais no processo de tratamento, como o treinamento de relaxamento e a prescrição de tarefas relacionadas à satisfação em idosos. Tal como acontece com os jovens, o grande desafio terapêutico desta abordagem é o ensino e treino de competências cognitivas e comportamentais que lhes permitam atingir melhores níveis de desempenho em situações ou áreas onde os indivíduos apresentam fragilidades. No entanto, conforme sugerido por Hyer et al. (2004), a psicoterapia na idade adulta deve reduzir as expectativas de aprendizagem de novos comportamentos. Zeiss e Steffen (1996), reforça que a maioria dos idosos passaram e perpassaram circunstâncias complexas no decorrer de suas vidas, sendo assim, momentos complicados ao longo das suas vidas, sendo que a partir do trabalho de recordação sobre as estratégias utilizadas nesses períodos, há a possibilidade em proceder à atualização de competências previamente aprendidas. 26 Por isso, (Gallagher-Thompson & Thompson, 1986; Hyer e, 2004; Kennedy & Tanenbaum, 2000; Lee et al., 2003; Scholey & Woods, 2003; Yesavage & Karasu, 1982; Zeiss & Steffen, 1996) declaram que a abordagem cognitivo-comportamental sugere: 1- Reforçar a importância da relação cooperativa de tratamento, para que o idoso se sinta valorizado; 2- Definir um contrato de tratamento esclarecido, incluindo a desmistificação de crenças relacionadas ao processo de tratamento; informar e educar os clientes sobre as regras da psicoterapia (ou seja, a importância do dever de casa), explicar a importância da estrutura de consulta e manter a negociação aberta; 3- Foco nos objetivos mais baixos e claros (definições anteriores e contínuas), o tempo de tratamento deve ser limitado ao alcance dos objetivos do contrato; 4- O terapeuta deve ter uma atitude mais positiva e focar no tema selecionado e na estrutura do encontro (a tendência do idoso é aproveitar o tempo do tratamento para contar histórias, sair do tema e desistir de algumas tarefas importantes); 5- O terapeuta deve prestar especial atenção ao ritmo das sessões, à forma como introduz as informações, o que é útil para repetir as informações; 6- Aumentar a jornada de trabalho de determinado estímulo, utilizar recursos multissensoriais para o treino (falar, agir e fazer), utilizar auxiliares de memória (materiais audiovisuais, trabalhos escritos, cadernos) e continuar planejando tarefas; 7- Usar métodos/estratégias psicoeducativas multisensoriais, exibir informações de forma clara e exibir os materiais de tratamento mais lentamente; 8- Avaliar como o idoso lida com a experiência do envelhecimento, se vai condicionar ou não os estilos de coping (avaliar a autoestima e ansiedade frente ao futuro) apreciando os aspectos positivos do envelhecimento tanto quanto possível. 9- Permitir rever a história de vida e avaliar memórias; 27 10- Os idosos aprendem e treinam métodos mais adaptáveis para lidar com situações antes desconfortáveis; 11- O processo de tratamento é gradualmente concluído e o acompanhamento é recomendado; 12- Manter o trabalho em equipe (a psicoterapia do idoso deve ser realizada em equipe multiprofissional, ou seja, quando o sujeito tem problemas de saúde física, isso éfundamental). A TCC enfoca os aspectos internos e subjetivos do comportamento humano e a influência da experiência inicial, portanto, uma reunião de tratamento foi realizada para abordar todos os aspectos que foram ignorados pelos terapeutas que seguiram essa direção. Dessa forma, a psicoterapia gira em torno de planos individuais que afetam a função mental para realizar o trabalho clínico (a estrutura mental inicialmente desenvolvida irá interferir na maneira como os indivíduos processam e interpretam as informações, interferindo assim em seu comportamento). O terapeuta busca encontrar os principais temas que compõem a história pessoal do cliente, os eventos decisivos escolhidos pelo sujeito e as formas de integrar esses dois aspectos em si mesmos. Assim sendo, e possível observar e tratar padrões de comportamento para comprovar a dificuldade de ajuste proposto pelos clientes (James, 2003). Em alguns aspectos importantes, o trabalho terapêutico com idosos pode ser diferente do trabalho com jovens, devido maior probabilidade de adoecimento físico, alterações nas habilidades cognitivas e experiências típicas dessa faixa etária (Thompson, 1996; Knight, 1996b). É necessário desenvolver alguns modelos de TCC adaptativos para que as técnicas cognitivas possam ser aplicadas a pacientes idosos com mais segurança (Laidlaw, 2003). Quando o caso é formulado para que o terapeuta descubra as principais questões que envolvem cada pessoa, é mais fácil identificar as adaptações que podem ser necessárias no trabalho com idosos. A formulação de caso bem elaborada pode melhorar a eficácia da TCC ao trabalhar com idosos (Laidlaw, 2003). A formulação do caso é uma hipótese a ser testada sobre como o paciente está funcionando naquele momento. Sendo a base do tratamento com a TCC (Knapp, 2007). 28 As informações necessárias para realizar a formulação do caso de um paciente idoso são descritas a seguir: - As experiências iniciais clinicamente relevantes e os eventos que o paciente reconhece como importantes ao longo do seu desenvolvimento são essenciais para começar a formular o caso do paciente. - Detectar as crenças centrais, as crenças subjacentes e os pensamentos automáticos são importantes para escolher as melhores técnicas a serem aplicadas para aquele determinado paciente. O terapeuta deve trabalhar com o paciente para identificar eventos externos, condições ou estressores que podem causar o episódio depressivo atual. A fim de reduzir os fatores de estresse individuais, os conflitos intergeracionais precisam ser avaliados (Laidlaw, 2003). As técnicas cognitivo-comportamentais geralmente são ligeiramente modificadas para uso em pacientes idosos. Ao explorar as crenças dos pacientes sobre os efeitos negativos do envelhecimento na saúde física, questões específicas relacionadas à idade podem ser abordadas. As percepções dos pacientes sobre si mesmos em relação à idade também devem ser abordadas (Serfaty, 2009). As diretrizes do Instituto Nacional de Excelência Clínica recomendam 6 a 8 sessões de TCC para adultos deprimidos na atenção primária. Pacientes idosos podem levar mais tempo para instruir-se das técnicas da TCC. Pouco se sabe sobre o horário e a frequência ideais dos tratamentos de TCC que devem ser fornecidos aos pacientes idosos. Sessões mais curtas e frequentes podem ser mais apropriadas. Para quem tem dificuldade ou não pode sair de casa, podem ser realizadas visitas domiciliares. A mobilidade precária do idoso é um dos principais obstáculos para a obtenção de atendimento psicológico (Serfaty, 2009). Há evidências de que a eficácia da psicoterapia não diminui com a idade e que, em comparação com os jovens, os idosos costumam aderir mais ao tratamento. Esses métodos funcionam bem porque não se trata de exercer pressão, mas de motivar, ajudar e tornar certos comportamentos e atitudes mais flexíveis, melhorando assim os sintomas de depressão (BIRRER & VEMURI, 2004). As intervenções psicoterápicas, preferencialmente realizadas por profissionais especializados em idosos, auxiliam na determinação dos desencadeadores do processo depressivo, auxiliam os familiares, cuidadores e na orientação do paciente, 29 alertando que um bom suporte é importante para o tratamento (VARANO, HINTON, BARKER & UNUTZER, 2010). Atividades de terapia ocupacional, participação em atividades artísticas e de lazer também desempenham um papel no tratamento de idosos com depressão (STELLA, GOBBI, CORAZZA & COSTA, 2002). 4.1.1 Terapia Cognitivo-Comportamental para Idosos Bipolares Fonte: globalcare.com.br O Transtorno Bipolar - TB é caracterizado pela presença de episódios agudos e recorrentes, alterações patológicas do humor e pelo menos um episódio maníaco, hipomaníaco ou misto (JUSTO & CALIL, 2004). É uma doença crônica que requer acompanhamento e controle ao longo da vida (Lotufo Neto, 2004), e apresenta alto índice de recorrência e hospitalização (KNAPP & ISOLAN, 2005). No tratamento do TB, os pacientes são ensinados a detectar os sintomas o mais precocemente possível e monitorar, identificar e reorganizar as aberrações que podem causar recorrência, aumentar suas habilidades sociais e lidar melhor com os agentes. Estresse e resolva problemas para prevenir a recorrência. Alguns dos principais procedimentos usados na TB são diagramas de vida, diagramas de resumo de sintomas, diagramas de influência, treinamento de habilidades sociais, técnicas de resolução de problemas, reorganização cognitiva e 30 planejamento de tarefas (BASCO & RUSH, 2007; JURUENA, 2001; KNAPP & ISOLAN, 2005; LOTUFO NETO, 2004). Alguns autores salientam a importância do terapeuta estar atento aos prejuízos que o transtorno pode trazer para a vida do indivíduo. Este pode ter dificuldade para fazer as tarefas de casa devido ao prejuízo cognitivo, seja por um déficit na capacidade de concentração ou de planejamento, seja por uma baixa motivação para a mudança. Acrescentam ainda que há a necessidade de avaliar a vulnerabilidade cognitiva dos pacientes antes da intervenção, para se adequar o tratamento às demandas observadas (Miklowitz, 2008; Zaretsky et al., 1999). 4.1.2 Terapia Cognitivo-Comportamental para Idosos com Depressão e Ansiedade Para o tratamento da Depressão e da Ansiedade, a Terapia Cognitivo-Comportamental é o modelo psicoterápico mais consistente (BUTLER et al., 2006; HOFMANN; SMITS, 2008). Em idosos, a TCC para a ansiedade e depressão é apontada como igualmente eficaz, apresentando melhora acentuada em sintomas depressivos, ansiosos e na saúde mental em geral (HENDRIKS et al., 2008; PINQUART; DUBERSTEIN; LYNESS, 2007). Uso frequente de estratégias comportamentais, como prescrever tarefas de domínio e entretenimento, nas quais o paciente se envolve novamente em atividades e estratégias cognitivas (como reconstrução cognitiva) que podem ser progressivamente agradáveis como antes. Vários autores, acreditam que os tratamentos de natureza psicológica apresentam eficácia semelhante aos antidepressivos, e os tratamentos que combinam farmacologia e psicoterapia mostram maior eficácia (DOBSON & DOZOIS, 2001). 4.1.2.1 Ansiedade no Idoso Segundo a OMS (2004), as perturbações mentais e de foro psiquiátrico não são exclusivas de um grupo especial, são universais e passíveis de se observar em todo o tipo de população, sociedades e países, assim como, indivíduos de todas as faixas etárias. Encontram-se presentes em mulheres e homens, estatutos socioeconómicos baixos e altos, pessoas residentes em zonas rurais ou urbanas e em todas as fases 31 da vida (VAZ, 2009). Assim, e segundo a mesma, 25% das pessoas com idades superiores a 65 anos padecem de alguma patologia (OMS, 2004). Trata-se da combinação da Terapia Cognitiva, que visa modificar ou eliminar padrões e crenças disfuncionaisque sustentam os sintomas e assim, o paciente assume de imediato mais controlo sobre os seus sintomas e da Terapia Comportamental, que propõe a mudança no comportamento do indivíduo, de modo a produzir um enfrentamento adequado face às situações debatidas (CARMIN, WIEGARTZ & SCHER, 2000). As técnicas podem focar na psicoeducação, necessária para que os idosos entendam a importância da adesão ao tratamento, bem como para esclarecer os processos envolvidos nos transtornos de ansiedade e eliminar muitos medos e mitos relacionados à mesma (LARREA & MIR, 2004); A dessensibilização sistêmica envolve a exposição a estímulos desencadeadores de ansiedade em camadas e, quando o paciente se sente ansioso, é interrompida pela realização de exercícios de relaxamento. Quando o grau de ansiedade diminui, as pessoas retornam à memória anterior para ganhar experiência e controle com vários graus de ansiedade. Os registros de automonitoramento registrados, nessas situações, irão desencadear a ansiedade gerada pela reação, pensamentos automáticos negativos e emoções relacionadas, para posterior consulta e discussão, e promover outras respostas razoáveis. Abrir e debater pensamentos recorrentes através do questionamento socrático, a flecha descendente e, portanto, à reestruturação cognitiva, são exemplos extremamente eficazes (DÍAZ, 2009; THROP, AYERS, NUEVO, STORDDARD & WETHERELL, 2009). Outra estratégia comportamental muito eficaz para esse grupo de pessoas se reflete nos exercícios físicos, como exercícios aeróbicos, musculares, de flexibilidade ou de equilíbrio. (MIRIAM et al., 2007). Acontece que as técnicas de relaxamento que focalizam determinadas partes do corpo são muito interessantes, com o objetivo de ajudar o idoso a controlar e compreender sua percepção corporal, ajudando assim a reduzir os níveis de ansiedade. (RIGAUD et al., 2005). A utilidade da terapia de apoio também é enfatizada. O treino de resolução de problemas que incide na formulação de problemas, alternativas de resposta, análise das mesmas e escolhas e ainda, dos treinos de assertividade, que deve ser resolvido 32 de acordo com as necessidades dos idosos, treino e implementação de competências sociais (JURADO & FERNÁNDEZ, 2009). 4.1.2.2 Depressão no Idoso Percebe-se que a depressão tem impacto negativo na saúde do idoso, possui uma variedade de relações causais. Essas interações causais e conjuntamente induzem a patologia, reduzindo gradativamente sua qualidade de vida (ALFONSO et al., 2007). O tratamento da depressão em idosos visa reduzir o sofrimento psicológico causado pela doença, reduzir o risco de suicídio, reduzir o risco de recaída e recorrência e melhorar o estado geral do paciente. Claro, também pode garantir uma melhor qualidade de vida, mas envolve intervenções especializadas (STELLA, GOBBI, CORAZZA & COSTA, 2002). Em primeiro lugar, é necessário determinar os fatores que existem na origem e desencadearam o processo de depressão, e até mesmo exacerbar a depressão existente. Portanto, é necessário verificar se o paciente apresenta doenças clínicas relacionadas à depressão e perguntar se o paciente está tomando algum medicamento (anti-inflamatório, anti-hipertensivo) que possa induzir sintomas depressivos. Posteriormente, é importante estudar vários aspectos de natureza psicológica e sócio psicológica, como luto, isolamento social, abandono e outros fatores que facilmente causam tais sintomas. (STELLA, GOBBI, CORAZZA & COSTA, 2002). 33 4.2 Terapia Cognitiva Comportamental para Grupos de Idosos Fonte: pensandoemfamilia.com.br Os métodos de tratamento em grupo sempre seduzem os responsáveis pelos serviços e instituições, não só pelas indicações clínicas desse tipo de intervenção, mas também pela rentabilidade dos recursos humanos, materiais e financeiros. Em 1950, a cooperação em grupo com os idosos apareceu pela primeira vez. Na década seguinte, surgiram outras publicações que relatavam intervenções em indivíduos internados em unidades/instituições hospitalares. Aos poucos, a iniciativa inicial, marcada pela tentativa e erro, evoluiu para um modelo com fundamentação teórica de organização. Os métodos de intervenção (grupos de discussão diretivos, apoios, focalização em objetivos específicos, memória e trabalho de luto) aumentaram exponencialmente, e este trabalho foi promovido de individuais para grupos ambulatorial e/ou centro de dia. Desta forma, trabalhar com idosos não apenas traz benefícios econômicos, como citado anteriormente, mas traz, segundo (Lima, 2004b): 34 1- Desenraizar a crença arraigada que os problemas do indivíduo são únicos e imutáveis, encontrar aspectos comuns, por conseguinte reduzir assim a sensação de isolamento de alguns idosos; 2- Construir esperança; 3- Promover a interação social, aprender novas habilidades interpessoais, aumentar a coesão e aceitá-la; 4- Melhorar a autoestima por meio do altruísmo e da empatia (os idosos são valorizados por poderem auxiliar os outros); 5- Desenvolver aceitação incondicional de si mesmo; 6- Fornecer um modelo que permita a imitação de comportamentos; 7- Alcançar a capacidade de ser independente do pessoal técnico; 8- Promover planos de metas realistas; 9- Privilegiar o aprendizagem e treinamento de habilidades diversas; 10- Obter e compartilhar informações sobre mudanças e transições Por um lado, reconhece as limitações da psicoterapia institucional, por outro lado, porque a intervenção coletiva promove a realização de objetivos de tratamento mais centrados nos métodos individuais, todos os modelos de intervenção psicológica têm feito recomendações de trabalho com idosos (Capuzzi & Gross, 1980; Cooper, 1984; Costa, 1998; Evans, 1998; Klausner et al., 1998; Lima, 2004b; Parham et al., 1982; Zimerman, 1997). Esses autores são unânimes em afirmar que grupos com idosos permitem múltiplas estratégias de tratamento e quase sempre visam a melhora dos sintomas psicológicos e físicos e da qualidade de vida. Portanto, sugeriram que o grupo é um espaço que trabalha o sofrimento, que pode servir de canal de comunicação entre idosos em deterioração e familiares com respeito aos princípios morais, podendo superar a solidão e possíveis situações vivenciadas por muitos idosos. Espaço ainda, onde é possível compartilhar preocupações comuns, onde promove (re)socialização e cria um novo sentido para esta fase da vida (Cooper, 1984; Zimerman, 1997). As aplicações para trabalho em grupo com idosos são diversas. Capuzzi e Gross (1980), para agrupar os principais modelos de intervenção com a população idosa, encontraram os seguintes métodos: I - Grupos de Reorientação da Realidade – destinam-se a indivíduos com declínio cognitivo, recorrem a estratégias psicoeducativas/reabilitação para promover 35 a capacidade de organização espaciotemporal e retardar a deterioração mental associada aos quadros demenciais; II - Grupos de Motivação – esta abordagem terapêutica destina-se a idosos que se encontram muito isolados, com perda de interesse nas atividades quotidianas, com desleixo nas tarefas de autocuidado e muito pessimistas em relação ao presente e futuro; trata-se de uma intervenção breve, focalizada na construção de novos interesses (os temas de carácter pessoal e/ou familiar são evitados, dada a natureza muito objetiva deste tipo de programas); III - Grupos de Reminiscência – grupos pequenos (habitualmente seis a oito elementos) em que os idosos são incentivados a partilhar memórias passadas, permitindo a diminuição dos sentimentos de privação social, estimulação das competências mnésicas e de comunicação, promoção da autoestima; IV - Grupos Específicos – incluem os grupos com familiares, com elementos das equipas que trabalham em unidades de geriatria e/ou grupos de discussão temática orientada para idosos(terapia pela arte, grupos de discussão de literatura, poesia, política, ...); V - Grupos Psicoterapêuticos – são grupos cujas sessões seguem um planeamento estruturado e uma relação forte ao rationale do modelo de base. Em relação à psicoterapia de grupo, o modelo mais detalhado para intervenção em idosos é a Grupanálise (Evans, 1998), o Psicodrama (Costa, 1998; Lima, 2004b), e as Terapias Cognitivo-Comportamentais (Klausner et al., 1998; Scocco et al., 2002). Todos esses são aspectos importantes a serem considerados na clínica da idade adulta avançada. As Terapias Cognitivo-Comportamentais, assim como os métodos individuais, eles promovem o aprendizado e o treinamento de habilidades e usam cursos estruturados e instrucionais. O papel do terapeuta deve promover o relacionamento entre os diferentes membros do grupo de forma a criar uma atmosfera de total confiança, podendo incluir atividades recreativas que permitam estabelecer essa relação. O terapeuta deve cuidar da linguagem, regras e restrições do grupo, possibilitando acolher e integrar novos fatores na consciência e memória do grupo. Recomenda-se o uso de habilidades de apresentação, alguns autores acreditam que os membros do grupo podem compartilhar refeições em reuniões (Capuzzi & Gross, 36 1980; Lima, 2004b; Parham et al., 1982). Capuzzi e Gross (1980 também alertaram que os seguintes aspectos devem ser observados ao trabalhar com grupos de idosos: (a) Horário: as reuniões devem ser realizadas durante o dia, pois é o período em que o idoso se sente com uma melhor produtividade; no final do dia não é um horário adequado porque alguns idosos têm receio de voltar para casa à noite). (b) A sala onde será realizada a reunião deve ser capaz de manter uma temperatura constante, insonorizada e os móveis devem ser ergonômicos; (c) O animador deve desempenhar um papel ativo, estar moderadamente envolvido e ser capaz de explicar a reação de ciúme e/ou tentativas de construir alianças; (d) O uso de materiais auxiliares deve respeitar as limitações sensoriais dos participantes. 4.3 Intervenção e Terapia Com as Famílias Os acontecimentos que marcaram as últimas décadas da história política e cultural das sociedades ocidentais suscitaram inúmeras transformações sociais, com inevitáveis consequências na forma como o indivíduo se organiza. No que diz respeito ao sistema familiar, é possível verificar mudanças significativas no seu funcionamento e na sua estrutura, das quais estão sendo salientadas aqui: - O declínio da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida levaram à redução e extensão do mapa genético da família, ou seja, à verticalização da família (Sousa et al., 2004; Qualls, 1996); - A possibilidade (total) de três ou quatro gerações no mesmo espaço indica que eles passaram por várias etapas do ciclo vital (individual e familiar) enquanto gerenciavam diferentes tarefas de desenvolvimento e eventos de vida (previsíveis e imprevisíveis) - O movimento constante de entrada e saída do núcleo familiar - a família acordeão (Sousa et al., 2004) – requerem maior flexibilidade e se adaptam ao tempo e espaço da família; - O aumento da nova estrutura familiar, o aumento da participação das mulheres no mundo do trabalho e a mobilidade geográfica das famílias têm dificultado o apoio que os jovens podem oferecer aos membros mais velhos, e a disponibilidade 37 de cuidadores também diminuiu. Em ambientes informais, as pessoas valorizam a independência e autonomia do núcleo familiar composto por duas gerações. Diante dessas mudanças, as famílias são cada vez mais sobrecarregadas com a diversidade de necessidades internas e externas, a duplicação de papéis dos diferentes elementos do sistema e o esgotamento dos recursos humanos e materiais. Em resposta a esses novos problemas, novas soluções surgiram tanto no nível informal quanto no formal. Helder, expôs suas ideias a respeito dessas mudanças: Assistimos, portanto, ao desenvolvimento de serviços que respondem a um conjunto de pedidos mais ou menos originais e, sobretudo, a uma classe de clientes que até agora raramente procurava ajuda. É quase inevitável que as questões familiares surjam no decurso de processo psicoterapêutico individual ou mesmo durante um processo de avaliação (neuro)psicológica de um idoso. (RABELO, 2007). A maioria das preocupações dos adultos com a terapia individual envolve outro membro da família (por exemplo, distância da criança, desilusão com o estilo de vida da criança, depressão, perda de papel, ansiedade quanto à capacidade, autocuidado e segurança). Para o modelo de assistência psicoterapêutica na idade adulta avançada, a intervenção e terapia familiar parecem ser uma boa escolha para situações de crise familiar, pois o "paciente identificado" dessa situação é um dos elementos mais antigos do sistema, ou sempre que os familiares estão preocupados com o processo de envelhecimento, se percebe a dificuldade em acessar os recursos internos do sistema (Alarcão, 2002; Benbow et al., 1993; Huckle, 1994; Mitrani & Czaja, 2000; Penn, 2001; Qualls, 1996, 1999, 2000; Sousa et al., 2004; Zarit & Zarit, 1982). Quando os familiares adotam a mesma estratégia diante de diferentes mudanças, recomenda-se que a família faça terapia, pois os fatos comprovam que ela não ajudará a resolver o problema nem a diminuir a ansiedade e a pressão da família. Qualls (2000) acresce “os problemas ocorrem quando a estrutura não desempenha a sua função”. Podendo ainda citar que, de acordo com a Teoria Sistêmica, o período de transição vai atrapalhar o modelo familiar e oferecer oportunidades de mudança. De acordo com Qualls (1996), as intervenções ou terapias familiares no final da vida adulta possuem características específicas, que tecnicamente não diferem das intervenções terapêuticas propostas em outras fases do ciclo vital, e possuem 38 compreensão e ações explicativas especiais. Portanto, o terapeuta é responsável por compreender as características funcionais e estruturais do sistema familiar do idoso, e conduzir o treinamento técnico básico para entrevistas sistemáticas - perguntas recorrentes, hipóteses, conotações positivas e prescrições. Ao longo do processo, o tratamento se concentra em observar a capacidade da família de lidar com as necessidades dos diferentes elementos (o subsistema deve ser coeso e flexível e ser capaz de reconhecer as restrições associadas a cada estágio de desenvolvimento) e a capacidade de controlar a ansiedade. A intervenção no sistema não se limita a trabalhar diretamente com o sistema doméstico, mas também pode incluir o trabalho com instituições e / ou redes sociais. Portanto, nesta fase do ciclo de vida, as terapias familiares têm mostrado grande significado (Mitrani & Czaja, 2000; 2004; Qualls, 1996, 1999, 2000; Zarit & Zarit, 1982): Identificar temas que aparecem nos vários elementos do sistema e que são tópicos familiares ("a mãe é forte", "somos uma família que sempre resolveu os seus problemas em casa", "se nos unirmos, todos vamos superar, unidos na força”). Essas representações são ferramentas de organização da dinâmica familiar, atuando como discursos internos que regulam o comportamento, e a certeza inquestionável e inquestionada que o terapeuta pode utilizar como portal para o sistema, e a partir disto falar sobre os conteúdos não ditos que podem ter sido úteis no passado, mas agora as regras estabelecidas precisam ser refeitas; A maneira como diferentes membros da família contam a história de um paciente identificado. Isto se tornar singularmente importante quando o idoso tem uma doença crônica (por exemplo, demência). Peggy Penn (2001) realizou um trabalho significativo nessa área, onde afirma que em variadas situações ou momentos o paciente gostaria de falar mais sobre sua doença, mas é impedidopor alguém de sua família ou uma circunstância que traz um contrassenso. Certos elementos da família se distendem no dilema discurso-fala, em que acontecimentos indizíveis se tornam muitos importantes para a construção de sentido. Quando os corpos estão em perigo, as doenças crônicas congelam vidas e limitam o diálogo. Na verdade, as doenças crônicas são consideradas 39 descontínuas. Dada a variabilidade da doença, é extremamente improvável que possamos prever o futuro. O tratamento envolve quebrar o silêncio e cada membro da família mantém um sentimento inexprimível sobre si mesmo. Identificados os conflitos não resolvidos no passado: se o relacionamento com membros mais velhos (ou seja, no caso de cuidado parental informal) é causado por má resolução de procedimentos pessoais e/ou familiares (especialmente separação, personalização), reunião de gerações, naturalmente, é mais ou menos liderado por conflitos graves (incluindo violência contra idosos), especialmente porque a posição de "poder" é claramente oposta. Portanto, nas conversas familiares, surgem os fantasmas do passado, pois as imagens que cada pessoa guarda dentro de si (sobre si e sobre os outros) raramente são apagadas e perdoadas. Na meia-idade, filhos resolvem o problema da autoridade pessoal e devem se tornar um elemento de autonomia emocional, social e política (Alarcão, 2000; Relvas, 2000; Williamson, 1991), em outras palavras, eles se tornam parceiros de seus pais. À medida que envelhecem, os idosos podem buscar cada vez mais o apoio dos mais jovens e, gradativamente, ficar mais dependentes. Aceitar essas mudanças nem sempre é fácil, seja porque os mais jovens "fingem" que não veem o pedido implícito dos mais velhos, ou porque os idosos não reconhecem a intrusão de pessoas mais jovens em espaços reservados (a exemplo, gestão econômica). Nas intervenções de terapia familiar, também é possível observar problemas na fraternidade. Muitas vezes acontece que uma decisão tomada por um dos irmãos sem participar no resto do subsistema (em alguns casos, o pessoal técnico responsável pela gestão do caso clínico irá, sem dúvida, aceitar esta parte da autoridade). Nesse caso, o falante (geralmente parte da homeostase do sistema) pode implicar no processo de investimento familiar. Esclarecer as relações familiares: Nessas famílias, a técnica do Genograma parece ter muito sucesso. É simples, atrativo e graficamente, onde diferentes elementos da família estão envolvidos no processo de descoberta. Diagramas de genealogia mais detalhados podem ser 40 projetados para contato, aliança e coligações. Eles também podem determinar mitos, papéis e regras familiares. Durante a exploração do genograma familiar, os membros presentes na reunião geralmente ficam muito entusiasmados e oferecem comentários e explicações que devem ser cuidadosamente administrados pelo terapeuta. Este último deve cuidar da linguagem e prestar atenção especial às metáforas negativas sobre os idosos (dependência, genes fracos, personalidades reprimidas). Na verdade, uma função terapêutica importante é minimizar mitos e regras antigas e permitir que as famílias estabeleçam uma nova autoimagem. Diante de problemas emergentes, ajude a planejar respostas e a tomar decisões: Durante o longo período da vida familiar, o filho mais novo pode ser "totalmente autônomo", enquanto os filhos mais velhos podem operar de forma independente. Este é um período de relações familiares estáveis. À medida que as pessoas mais velhas envelhecem e se tornam mais dependentes, é importante que os jovens identifiquem e compreendam a necessidade de uma maior interdependência. Não apenas entre gerações (entre pais e filhos), mas também entre adultos (irmãos). Portanto, ao presenciar o processo de deterioração cognitiva, o propósito de determinadas intervenções terapêuticas se limita a ajudar os filhos a compreender as necessidades parentais dos pais idosos para desencadear a ação da equipe de proteção da família ao doente. A pesquisa mostra que um sistema familiar mais organizado pode alcançar uma reorganização mais eficaz e é superior em qualidade às famílias desorganizadas (Benbow et al., 1993; Huckle, 1994; Qualls, 2000; Zarit & Zarit, 1982). • São múltiplas as necessidades/conflitos em diferentes fases do ciclo de vida: é compreensível que um casal tenha de lidar com o envelhecimento dos pais, ou seja, resolver todas as questões formais e informais de cuidado, incluindo o recurso à institucionalização); ao mesmo tempo, também é capaz de lidar com as difíceis tarefas da adolescência e suas obrigações profissionais. Se isso for adicionado, orçamentos familiares, espaço para moradia e questões de gênero serão restritos; podemos 41 supor que as famílias com menos recursos econômicos enfrentam maiores risco e dentro destas, as mulheres, quem normalmente atribuídas as tarefas de cuidado). A intervenção e a terapia familiar na vida adulta podem desencadear mudanças importantes no sistema familiar, proporcionando um contexto para o tratamento, podendo, neste caso, surgir novas vozes que podem fornecer interpretações alternativas da realidade pessoal e familiar. Vozes múltiplas são histórias que podem coexistir. Nesse caso, não precisa excluir as histórias "ruins". Pode ser deixada que outras vozes ganhem mais poder e tornar as "histórias ruins" menos proeminentes. Nesses momentos, os recursos do sistema são aprimorados e os comportamentos apropriados são ativamente vinculados. A principal limitação das abordagens familiares nessa fase do ciclo vital - a dificuldade de aproximação de todos os membros da família - é o fato de que quanto mais pessoas ausentes, maior a capacidade do sistema familiar de resistir à ansiedade causada pela ansiedade. A urgência da mudança. Portanto, é mais provável que o terapeuta se torne um conselheiro familiar e menos provável que se torne um terapeuta familiar, afastando-se gradualmente de olhar para a família através de uma perspectiva sistemática, escolhendo um caminho às vezes mais óbvio e pragmático, que o ajuda a resolver problemas ambientais Ferramentas de intervenção. 42 5 REFERÊNCIAS ALDWIN, C. M., LEVENSON, M. R., & KELLY, L. L. Lifespan developmental perspectives on stressrelated growth. In C. L. Park, S. Lechner, A. Stanton, & M. Antoni (Eds.), Positive life changes in the context of medical illness. Washington. DC: APA press. 2008 ALDWIN, C.M. Stress, Coping and Development: An Integrative Perspective. New. York: Guilford Press. 1994 ALFONSO, J., MENDOZA, M., ARACELI, V., Ordaz, M., GERARDO, C. MOLINA, E. & RODRÍGUEZ, V. Prevalencia de depresión y factores de riesgo en el adulto mayor hospitalizado. Revista Medica Inst Mex Seguro Soc, 45 (1). 2007 ALMEIDA, O. P. 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