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TERAPIA-COGNITIVA-COMPORTAMENTAL-PARA-IDOSO

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 
2 ENVELHECIMENTO HUMANO: TRANSFORMAÇÕES EM PROCESSOS
 .....................................................................................................................3 
2.1 Implicações do Processo de Envelhecer .............................................. 6 
3 CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DO ENVELHECIMENTO PARA AS 
PRÁTICAS CLÍNICAS COM IDOSOS ....................................................................... 11 
3.1 Influências Sobre as Práticas Com Idosos ......................................... 12 
3.1.1 Teoria Seleção, Otimização e Compensação .............................. 13 
3.1.2 Teoria da Seletividade Socioemocional ........................................ 14 
3.1.3 Dependência Aprendida ............................................................... 14 
3.1.4 Constructo de Qualidade de Vida na Velhice ............................... 15 
3.2 Conhecimentos Necessários para a Prática com Idosos ................... 16 
4 TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL .......................................... 22 
4.1 Terapia Cognitivo-Comportamental Individual para o Idoso ............... 24 
4.1.1 Terapia Cognitivo-Comportamental para Idosos Bipolares .......... 29 
4.1.2 Terapia Cognitivo-Comportamental para Idosos com Depressão e 
Ansiedade.................... ...................................................................................... 30 
4.2 Terapia Cognitiva Comportamental para Grupos de Idosos ............... 33 
4.3 Intervenção e Terapia Com as Famílias ............................................. 36 
5 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 42 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado Aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
3 
 
2 ENVELHECIMENTO HUMANO: TRANSFORMAÇÕES EM PROCESSOS 
Fonte: diariodamanha.com 
 
O problema do envelhecimento humano tornou-se particularmente proeminente 
na pesquisa científica no início da década de 1920. A pesquisa considerou 
basicamente as mudanças fisiológicas nesta fase do desenvolvimento e a perda para 
os organismos. Pesquisas pioneiras, como a conduzida por Stanley Hall, marcaram 
essa fase embrionária centrada na velhice. A pesquisa publicou "Envelhecimento: O 
Palácio da Vida" em 1922 (ARAÚJO & CARVALHO, 2005). 
Portanto, o envelhecimento é um processo multifatorial muito complexo e 
irreversível (SCHNEIDER & IRIGARAY, 2008) e inevitável, que se caracteriza por uma 
série de mudanças físicas, psicológicas e sociais para cada pessoa. Em suma, é uma 
espécie de Processo de traço. Isso também é descrito na reflexão: os idosos 
percebem que alcançaram muitos objetivos ideais, mas também sofreram prejuízos, 
entre os quais a saúde se destaca (FERREIRA, 2005). 
Como forma de construção social e cultural, a velhice possui preconceitos e 
preconceitos, que se associam a uma variedade de patologias, indicando o 
enfraquecimento e enfraquecimento do ciclo vital. Desta forma, estará vinculado às 
 
4 
 
representações, limitando-as às fases negativas da vida (MAIA, CASTRO E JORDÃO, 
2010, apud BERNARDINO, 2013). 
Portanto, todas as afirmações que podem ser estabelecidas nunca serão 
suficientes para descrever a verdadeira condição do idoso, até porque se anunciam 
os conhecimentos e os campos de pesquisa relacionados ao processo de 
envelhecimento humano, envolvendo uma ampla gama de métodos (PRADO & SAYD, 
2006). No entanto, é necessária uma definição de entendimento mútuo em termos de 
comunicação. Portanto, a Organização Mundial da Saúde - OMS designa idosos com 
mais de 65 anos nos países desenvolvidos e idosos com mais de 60 anos nos países 
em desenvolvimento (CARVALHO & DIAS, 2011). 
Deve-se ressaltar que, até recentemente, a psicologia do desenvolvimento 
focalizava apenas a infância e a adolescência e acreditava que a velhice voltaria à 
infância, de modo que a visão circular foi geralmente adotada. No entanto, a visão 
mais linear de que o envelhecimento é a evolução do nascimento à morte deve ser 
interrompida (OLIVEIRA, 2005). Ou seja, um método de longa duração pode transmitir 
a melhor compreensão do processo de envelhecimento, resolver o problema de "toda 
a vida" e aderir ao fato de que profundas mudanças psicológicas são observadas ao 
longo dos estágios para se desenvolver simultaneamente. Ao longo de todo o ciclo de 
vida (BORRALHO, 2010). 
Segundo Fernandes (2002, apud BERNARDINO, 2013), o envelhecimento é 
contínuo, embora se torne mais pronunciado nas fases finais da vida humana, e 
devido ao sexo, estado civil, viver em meio rural ou urbano, se houver filhos, ativo ou 
inativo, ou seja, fatores de natureza genética, ambiental, socioeconômica ou 
profissional. É considerado um processo cumulativo, torna-se irreversível, universal, 
não patológico e nele ocorre degradação dos organismos maduros, o que pode 
resultar na incapacidade dos indivíduos de realizar determinadas atividades. O que se 
segue é que isso não significa necessariamente doença, pois muitos idosos 
conseguem manter a saúde até a velhice (TIER, FONTANA & SOARES, 2004). 
Ainda estão sendo feitas tentativas para estabelecer padrões de 
envelhecimento para definir categorias distintas para distinguir os processos de 
envelhecimento. Busse (1969 apud BERNARDINO, 2013) primeiro dividiu o 
envelhecimento em dois tipos, um é as alterações internas e irreversíveis causadas 
pelo envelhecimento, e o outro é o envelhecimento secundário causado por doenças 
 
5 
 
relacionadas ao envelhecimento, mas é reversível ou possível método de prevenção. 
Birren e Schroots (1996 apud BERNARDINO, 2013) acrescentaram posteriormente 
um terceiro tipo, o terceiro nível de envelhecimento, que se refere às mudanças que 
ocorrem rapidamente na velhice. Isso também pode ser chamado de declínio terminal, 
porque significa que ainda haverá um declínio acentuado e acentuado antes da morte 
(AMADO, 2008). 
Segundo Birren & Cunningham (1995 apud BERNARDINO, 2013), as seguintes 
categorias de idade são consideradas igualmente benéficas: 
Idade Biológica - refere-se a um importante sistema do corpo humano, o que 
é especialmente importante quando se considera os problemas de saúde que afetam 
os indivíduos, pois pode-se verificar que a capacidade de autorregulação das funções 
do sistema varia com diminuição ao longo do tempo; 
Idade Psicológica - se refere às habilidades mentais que as pessoas usam 
para se adaptar às mudanças na natureza do ambiente, incluindo percepção, 
cognição, motivação, memória, inteligência e outras habilidades que apoiam o 
controle pessoal e a autoestima. 
Idade Sociocultural - refere-se à coleção de papéis sociais específicos que os 
indivíduos assumem em relação aos demais membros da sociedade e de acordo com 
a cultura a que pertencem, sendo julgada com base em comportamentos, hábitos e 
relaçõesinterpessoais (GONÇALVES, 2010; VAZ, 2009). 
 
6 
 
2.1 Implicações do Processo de Envelhecer 
Fonte: f5.folha.uol.com.br 
 
O envelhecimento considerado normativo inclui o declínio gradual da função 
cognitiva causado por processos neurológicos que mudam com a idade 
(GONÇALVES et al., 2010). A perda de memória é a mais comum, especialmente 
aquelas que têm dificuldade em lembrar nomes, números de telefone e objetos 
armazenados. Por outro lado, o envelhecimento do idoso tem um processo de início 
e desenvolvimento diferente, que depende de fatores educacionais, do estado de 
saúde, da personalidade, do nível de inteligência geral de cada pessoa e de 
habilidades mentais específicas (REIS, TORRES, ARAÚJO, REIS & NOVAE, 2009). 
Da mesma forma, ainda nesta fase, o ser humano passou por diferentes 
transformações, Bee e Mitchell (1984 apud OLIVEIRA, SANTOS, CRUVNEL & NÉRI, 
2006) comprovaram que a maioria dos idosos passou por grandes mudanças em seu 
cotidiano desde a aposentadoria. E o término de funções profissionais e mudanças 
orgânicas, como cognição e percepção, e mudanças importantes nas relações sociais. 
Ao nível morfológico, existem várias alterações evidentes, nomeadamente o 
aparecimento de rugas e cabelos grisalhos. No nível fisiológico, as funções orgânicas 
mudam. No que se refere às alterações psicológicas, isso ocorre porque as pessoas 
 
7 
 
precisam se adaptar a diversas novas situações do cotidiano à medida que 
envelhecem, e devido ao declínio da produtividade, as mudanças sociais são notórias, 
principalmente a força física e econômica (SANTOS, 2010). 
É importante observar que as mudanças no processo de envelhecimento 
afetarão os hábitos alimentares do indivíduo, tais como: papilas gustativas reduzidas 
e paladar prejudicado; olfato e visão reduzidos; redução da saliva e secreção gástrica; 
mastigação devido à falta de dentes ou uso de próteses inadequadas Fracasso; 
reduzir os movimentos intestinais e reduzir a sensibilidade à sede. A ingestão de uma 
variedade de medicamentos acabará afetando o apetite, a absorção e a absorção de 
nutrientes, levando a um risco maior de desnutrição entre os idosos, especialmente 
entre os institucionalizados. Além das mudanças físicas descritas, doenças mentais 
(como depressão) e demência (como demência) causadas por rejeição social, solidão 
e abandono podem dificultar a ingestão de alimentos e afetar o estado nutricional dos 
idosos (SEGALLA & SPINELLI, 2011). 
No entanto, o envelhecimento humano não é apenas uma questão populacional 
(DÍAZ, 2005 apud BERNARDINO, 2013; VAZ, 2009; LUPPA, LUCK, KONIG, 
ANGERMEYER & HELLER, 2012), mas antes de tudo é um fenômeno mais complexo 
que envolve aspectos socioculturais, políticos e sociais. Fatores econômicos que 
interagem de forma dinâmica e permanente com as dimensões biológicas e subjetivas 
do indivíduo. Ou seja, a reforma do regime de pensões, o aumento dos planos de 
segurança social e das instituições de apoio aos idosos são indicadores de 
preocupação social e de adaptação ao fenómeno do envelhecimento. A Organização 
Mundial da Saúde define saúde como um estado de bem-estar físico, mental e social, 
não apenas a ausência de doença ou enfermidade. Essa definição reflete o conceito 
geral de saúde, que reconhece não apenas os aspectos físicos do envelhecimento, 
mas também os aspectos sociais e emocionais do envelhecimento. (CARVALHO & 
DIAS, 2011). 
Hoje, além de desejar viver muitos anos, preocupa-se também com a saúde e 
o bem-estar dos idosos, que não é apenas um problema de prevenção de doenças, 
mas também de proporcionar uma vida feliz com qualidade. Conforme Carvalho & 
Dias (2011), possui 
- Habilidades Físicas; 
- Habilidades Funcionais; 
 
8 
 
Habilidades Mentais; 
Habilidades Psicológica, 
Habilidades Sociais. 
O envelhecimento humano envolve uma série de mudanças nos processos 
físicos, psicológicos, sociais e culturais (COSTA et al., 2009). Nessa fase de 
desenvolvimento, a distinção entre envelhecimento normal e patológico é difícil de ser 
compreendida (BANHATO et al., 2009). 
De acordo com Paulo & Yassuda (2010), 
Envelhecimento Normal – pode ser acompanhado por declínio em algumas 
habilidades cognitivas, que incluem alterações na memória e nos recursos de 
processamento de informações, bem como prejuízos na memória episódica e nas 
funções cognitivas. 
Envelhecimento Patológico – A ocorrência de doenças crônicas, 
cardiovasculares, da circulação sanguínea, da pressão arterial, dos ossos e das 
articulações são mais comuns, como demência e depressão, são mais comuns nessa 
fase. 
No Brasil, devido ao processo acelerado de transição demográfica, um 
envelhecimento populacional começou a ser observado na década de 1970. No início 
do século passado, o grupo representado por menores de 15 anos representava cerca 
de 45% da população total, enquanto os idosos representavam apenas 2,5% 
(CHAIMOWICZ, 1997). 
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2019), o Brasil 
tem atualmente 28 milhões de pessoas na faixa etária de 60 anos, correspondendo a 
13% da população do país. De acordo com o Projeto Populacional divulgado pelo 
IBGE em 2018, esse percentual dobrará nas próximas décadas. 
 
9 
 
 
Fonte: censo2020.ibge.gov.br 
Conforme apontado na “Previsão Populacional” do IBGE (atualizada em 2018), 
a população idosa brasileira tende a aumentar nas próximas décadas. De acordo com 
a pesquisa, até 2043, um quarto da população deverá ter mais de 60 anos. Ainda 
segundo o IBGE (2019), a partir de 2047 a população deve parar de crescer, o que 
contribui para o processo de envelhecimento - os idosos têm uma proporção maior do 
que os jovens. 
Os fatores mais importantes que levam a essa transição demográfica são a 
redução da taxa de fecundidade das mulheres, a redução da mortalidade infantil, a 
melhoria do saneamento básico e das condições de habitação e o avanço da 
tecnologia médica (CAMARANO, 2002; CHAIMOWICZ, 1997; TAMAI, 1997). 
Maior expectativa de vida nem sempre significa envelhecimento saudável, pois 
surgirão doenças crônico-degenerativas, levando à incapacidade e dificultando a 
manutenção da autonomia e independência do idoso. Portanto, é necessário não 
apenas realizar pesquisas e planejamentos para melhorar a expectativa de vida, mas 
também garantir sua qualidade (POLLO & ASSIS, 2008). 
 
10 
 
O processo de envelhecimento trará algumas mudanças para o indivíduo, o que 
pode fazer com que ele encontre dificuldades de integração e adaptação ao meio 
ambiente. Papaléo Netto e Pontes (1996) definiram esta etapa do ciclo vital como um 
processo dinâmico, gradual, acompanhado por mudanças biopsicossociais que 
afetam a capacidade do indivíduo de se adaptar ao meio, resultando em maior 
vulnerabilidade e degeneração crônica A incidência da doença é ainda maior, e a 
doença progrediu para a morte na fase final de sua vida. 
À medida que a população idosa cresce, a prevalência de doenças 
relacionadas ao envelhecimento e doenças mentais também aumenta. A duração e a 
gravidade dos problemas de saúde mental incluem uma variedade de condições 
diferentes, porque algumas são esporádicas, enquanto outras sobrevivem por toda a 
vida (FALCÃO & CARVALHO, 2010). Segundo estudo da OMS (2001), a prevalência 
de transtornos mentais em idosos é alta, os mais comuns são ansiedade, transtornos 
de humor, psicose e doença de Alzheimer. 
Em um estudo de 1989 com 1.602 idosos no sudeste do Brasil, verificou-se que 
um terço deles foram considerados possíveis "casos" de saúde mental (RAMOS, 
ROSA, OLIVEIRA, MEDINA & SANTOS, 1993). 
Entre os transtornos de humor, o transtorno bipolar é uma patologia comum 
diagnosticada no final da adolescência ou no início da idade adulta. É um problema 
recorrente de longo prazo que traz muita dor para os indivíduos e suas famílias. Se 
envelhecer, a perda pode ser maior, somada àsmudanças inerentes a esta fase da 
vida, por isso é importante o desenvolvimento de novos métodos e tratamentos 
eficazes para essas pessoas para torná-las saudáveis e envelhecidas. 
Pesquisas destinadas a compreender o curso e a plasticidade da doença de 
Alzheimer e estratégias de tratamento destinadas não apenas a melhorar os sintomas, 
mas também a melhorar seu funcionamento geral são essenciais (DEPP & JESTE, 
2004). A problemática do TB na pessoa idosa e os diversos prejuízos que esta doença 
acarreta no quotidiano, nas relações interpessoais e na saúde. 
 
 
 
 
 
11 
 
3 CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DO ENVELHECIMENTO PARA AS 
PRÁTICAS CLÍNICAS COM IDOSOS 
Fonte: psicologaportoalegre.com.br 
 
O processo de envelhecimento e a heterogeneidade do envelhecimento 
tornaram-se um dos temas desafiadores da psicologia como a "ciência dos fenômenos 
comportamentais e mentais", especialmente na segunda metade do século XX. Várias 
subdisciplinas básicas e aplicadas da psicologia, como psicologia do 
desenvolvimento, psicologia social, psicologia clínica e psicologia do trabalho e 
organizacional, ainda estão em processo de revisão, expansão e modificação de 
paradigmas, métodos de pesquisa e formas de lidar com esse conhecimento E ações-
alvo de intervenção. 
Para o cumprimento dessas tarefas, destaca-se a contribuição da consolidação 
do campo da psicologia do envelhecimento, segundo o paradigma da longevidade, 
que fundamenta o conhecimento relacionado ao idoso, à velhice e ao processo de 
envelhecimento. Ao mesmo tempo, promove o diálogo com outros ramos teóricos e 
campos de aplicação da psicologia e estabelece um diálogo mais amplo com ela, 
incluindo a psicologia clínica. Devido ao impacto desses avanços, outras áreas do 
 
12 
 
conhecimento, como a geriatria, têm conseguido se adaptar e se beneficiar do 
conhecimento psicológico, pois a psicologia, junto com a biologia e a sociologia, é 
uma das ciências que a fundamentam. 
3.1 Influências Sobre as Práticas Com Idosos 
Para compreender o processo de cognição, relações sociais, emoções, 
objetivos de desenvolvimento e adaptação durante a adolescência e a idade adulta, a 
psicologia do envelhecimento substitui a simples comparação da idade ("Psicologia 
da Idade") e reconhece a velhice, que é uma fase do desenvolvimento. Sua tarefa é 
adaptar, integrar e aceitar a morte ("Psicologia do Idoso") a fim de estabelecer 
subdisciplinas metodologicamente complexas (BATISTONI, YASSUDA E FORTES, 
2007). Sob a influência do diálogo e da cooperação com outros campos do 
conhecimento, como a Biologia e a Sociologia, a Psicologia do Envelhecimento 
alcançou interpretações de fenômenos multidimensionais e multicausais nos aspectos 
relevantes dos planos e estratégias de pesquisa e na integração de outras variáveis 
além da idade (NERI, 2002). 
De acordo com o paradigma Lifespan de compreensão do desenvolvimento 
humano, a heterogeneidade do envelhecimento dentro e entre os indivíduos é 
observada a partir da perspectiva da influência social e cultural (tais como gênero, 
coortes, papéis), socioeconômicas (tais como educação e renda), psicossociais (como 
os mecanismos de autorregulação do self) e biológicas (como o status de saúde e 
funcionalidade física) atuantes ao longo de toda a vida. 
Além do aprimoramento metodológico da pesquisa do envelhecimento, a 
consolidação da Psicologia do Envelhecimento também torna o diálogo entre as várias 
subdisciplinas da Psicologia (como Psicologia Cognitiva, Psicologia Da 
Aprendizagem, Psicologia Social e Psicologia) mais ativo tentando descrever e 
explicar o processo de envelhecimento e o processo de manutenção e 
desenvolvimento de áreas psicológicas específicas da velhice. Portanto, na Psicologia 
do Desenvolvimento, diversos modelos e teorias de diferentes campos da Psicologia 
têm levado em consideração a multidimensionalidade e multidirecionalidade do 
processo de envelhecimento, bem como o significado mais apurado do processo para 
 
13 
 
várias dimensões da vida real como o trabalho, lazer, relações sociais e familiares 
(BALTES, LINDENBERGER & STAUDINGER, 2000 apud BATISTONI, 2009). 
O diálogo entre a Psicologia do Envelhecimento e as várias subdisciplinas da 
Psicologia tem resultado na configuração do quadro lógico do conhecimento em torno 
das microteorias e micromodelos explicativos do campo específico do 
envelhecimento, o que também contribui para a aplicação em realidades específicas 
e visa resolver o problema humano. Entre os modelos e teorias, os resultados do 
diálogo e as teorias tidas como clássicas da área, destacam-se quatro contribuições 
tratando de temas marcantes da velhice, como adaptação, autonomia e dependência, 
regulação emocional e qualidade de vida. Essas contribuições afetam muito práticas 
psicológicas com idosos (CERRATO & TROCÓNIZ,1998). 
 
3.1.1 Teoria Seleção, Otimização e Compensação 
 A teoria de Seleção, Otimização e Compensação de Baltes e Baltes (1990) 
tenta estabelecer como os indivíduos gerenciam efetivamente as mudanças em suas 
condições biológicas, psicológicas e sociais, e essas mudanças constituem 
oportunidades ou restrições em seu nível e trajetória de desenvolvimento. A teoria 
está relacionada à forma como as pessoas alocam e redistribuem recursos internos e 
externos por meio desses três processos e como eles maximizam os ganhos e 
minimizam as perdas ao longo do tempo. 
A função de seleção envolve uma redução na gama de alternativas permitidas 
pelas especificações e plasticidade individual. A otimização envolve o gerenciamento 
de recursos para alcançar funções de nível superior. A compensação envolve a 
adoção de novos métodos alternativos para mantê-lo funcionando. 
A teoria SOC pode ser integrada por meio de diferentes perspectivas teóricas 
em psicologia, incluindo comportamento, cognição, ação cognitiva social e diferentes 
processos no desenvolvimento e envelhecimento normal e patológico, como memória, 
função física e felicidade. Portanto, é designado como um metamodelo de 
desenvolvimento humano, o que influencia o surgimento de outras teorias como a 
seletividade socioemocional. 
 
 
14 
 
3.1.2 Teoria da Seletividade Socioemocional 
 Essa teoria foi desenvolvida por Laura L. Carstensen e seus colaboradores na 
década de 1990 (CARSTENSEN & TURK CHARLES, 1994) para explicar o declínio 
na interação social e os sentimentos dos idosos Mudanças de comportamento. 
Segundo o autor (e as evidências de pesquisas sobre o tema), à medida que as 
percepções de futuro mudam, a amplitude da rede social e a diminuição da 
participação social dos idosos refletem a redistribuição dos recursos socioemocionais 
pelos idosos. 
 De forma adaptativa, na velhice, torna-se mais importante participar 
seletivamente de relações sociais íntimas para proporcionar maiores retornos 
emocionais. Essa mudança adaptativa permite que os idosos economizem recursos 
escassos, orientem objetivos relacionados e otimizem suas funções emocionais e 
sociais. Por exemplo, essa teoria tem impacto no trabalho clínico com idosos e nas 
estratégias de regulação emocional no campo das relações sociais. 
 
3.1.3 Dependência Aprendida 
Foi desenvolvido por Margareth M. Baltes nas décadas de 1980 e 1990 
(BALTES, 1996), revelando que a dependência do idoso é multidimensional e está 
relacionada a vários fatores, tais como: deficiência, motivação, práticas 
discriminatórias, danos ambientais. Não é considerada uma característica da velhice, 
mas se manifesta de diferentes maneiras ao longo da vida. 
Baltes (1996), a dependência traz significações de perdas, quando inibe o 
engajamento em ações que visam promover a sua funcionalidade física e 
psicossocial; assim como de ganhos, quando permite as pessoas a obter atenção, 
contato social e controle passivo e que contribui a preservar, canalizar e otimizar 
energias para outros objetivos, atuando como estratégiaadaptativa. 
Entre outras contribuições, a teoria tem impacto principalmente na prática de 
idosos fragilizados, hospitalizados e institucionalizados, assim a identificação do modo 
dependente ou padrões de dependência não adaptativos podem ser retificados diante 
de investimentos profissionais, na criação de contingências, com estímulos do senso 
 
15 
 
de agência, na compensação de perdas e maximizando a autonomia, mesmo que 
exista incapacidade. 
 
3.1.4 Constructo de Qualidade de Vida na Velhice 
O objetivo é descrever como os idosos pensam sobre sua relação atual, 
passada ou futura com o meio ambiente. Envolve avaliações multidimensionais 
relacionadas a normas sociais e padrões interpessoais. O modelo de Lawton (1985) 
descreve a qualidade de vida a partir de quatro aspectos: 
Competência Comportamental - avaliar a função do indivíduo na saúde, função, 
cognição, comportamento social e uso do tempo; 
Condições Ambientais - relacionadas ao ambiente ecológico e ao ambiente 
construído, e diretamente relacionadas às capacidades comportamentais; 
Qualidade de Vida Percebida - uma avaliação subjetiva das próprias funções 
em qualquer campo de habilidade comportamental (como saúde percebida, etc.); 
O Bem-Estar Subjetivo - reflete o ambiente do indivíduo e a avaliação dinâmica 
da relação entre as três áreas acima, resultando em indicadores cognitivos (como 
satisfação) e emocionais (como estado emocional). 
A estrutura de Lawton facilita a investigação e intervenção nas mais diversas 
áreas, principalmente porque foca na consciência da adaptação dos indivíduos ao 
meio ambiente, como a prestação de serviços de adequação ambiental. 
Diante dos desafios do próprio processo de envelhecimento e da crescente 
demanda por produtos e serviços ocasionada pelo envelhecimento da população, o 
campo de aplicação da psicologia tem incorporado o conceito de Psicologia do 
Envelhecimento e modelos baseados na Lifespan na prática com idosos em diversos 
campos psicológicos e histórico de desempenho (WOODS & CLARE, 2008). 
Igualmente em outras faixas etárias, as modalidades de atuação psicológica 
passaram a envolver uma ampla gama de possibilidades de trabalho, formando um 
"continuum de cuidados", desde modificações ambientais e ecológicas, institucionais 
até intervenções para mudanças comportamentais e mentais (humor, bem-estar, 
ajustamento, atitudes, tendências da personalidade) e desenvolvidos a nível 
individual, familiar ou de grupo (NERI, 2004). 
 
16 
 
A evidência da pesquisa atual sugere que os idosos respondem às mais 
diversas intervenções psicológicas (AREÁN, 2003). Portanto, essas evidências 
mostram que é necessário atentar para as variáveis de desenvolvimento não só na 
pesquisa, mas também na implementação e avaliação de intervenções psicológicas 
para idosos, o que requer profissionais da área: conhecimentos específicos. 
3.2 Conhecimentos Necessários para a Prática com Idosos 
 
Fonte: blog.cognitivo.com 
Do ponto de vista histórico, o idoso era considerado incapaz de se beneficiar 
plenamente da intervenção psicológica, conceito que Freud havia registrado em 1905. 
Nessa época, Freud revelava que em meio as limitações da psicanálise, encontrar-se 
o trabalho com pessoas de idade superior a 50 anos, ocasionado pela limitação da 
plasticidade dos processos mentais e por não serem “educáveis”. 
Os primeiros ensaios clínicos para idosos, muitos dos quais são baseados na 
teoria dos estágios de desenvolvimento (por exemplo, ERIK ERIKSON em 1950 e 
BUTLER em 1963; apud NERI, 2002), e alguns dos princípios de aprendizagem 
 
17 
 
comportamental são apenas uma reminiscência de Tecnologia e terapia de revisão de 
vida, o controle de orientação realista ou sintomas comportamentais, especialmente 
os idosos que apresentam sintomas depressivos e aqueles em demência e 
institucionalização (LAIDLAW, THOMPSON, DICK-SISKIN & GALLAGHER-
THOMPSON, 2003 ) 
Em 2004, o American Psychologist publicou as diretrizes de prática psicológica 
para idosos da Associação Americana de Psicologia - APA. Neste documento, os 
psicólogos são incentivados a trabalhar as atitudes e crenças do envelhecimento e 
dos idosos de acordo com o progresso científico da Psicologia do Envelhecimento, e 
a buscar conhecimentos sobre as teorias sociais, biológicas e cognitivas do processo 
de envelhecimento, especialmente dentro do Paradigma lifespan. 
No campo clínico, o documento ressalta que os psicólogos precisam estar 
familiarizados com os conhecimentos mais recentes sobre mudanças cognitivas, os 
problemas e a vida cotidiana dos idosos, as características especiais da 
psicopatologia e os métodos de avaliação eficazes e confiáveis a serem usados com 
os mesmos. 
Carstensen, Elderstein e Dornbrand (1996) já mencionaram que as áreas e 
aspectos específicos do envelhecimento precisam ser considerados uma intervenção 
eficaz com idosos. De acordo com documentos da APA, os autores provam que pelo 
menos cinco aspectos do envelhecimento requerem conhecimentos específicos: 
- Função cognitiva; 
- Diagnóstico de saúde física e mental; 
- Estilo de adaptação ao longo da vida; 
- Cronologia de idade. 
- Ambiente de intervenção e características pessoais 
Em relação à função cognitiva, os autores enfatizam que a influência das 
alterações patológicas tem implicações específicas para a eficácia da intervenção e 
sua resposta de curto ou longo prazo. No campo da psicopatologia, acreditam que é 
necessário entender algumas peculiaridades no estabelecimento de intervenções 
para diferentes grupos diagnósticos. Com a idade, existe uma grande 
heterogeneidade entre os grupos diagnósticos (como a depressão), o que é de grande 
importância para o tratamento (BLAZER, 2003). 
 
18 
 
Em relação a importância do processo de adaptação ao longo da vida, os 
autores acreditam que os idosos podem responder de forma diferente ao tratamento, 
dependendo de sua história funcional anterior, experiência de sucesso ou falha em 
outros tratamentos, ou história de doenças crônicas ou ainda não resolvidos 
(RAINSFORD, 2002). As normas de idade também contribuem para o 
desenvolvimento dos processos de vida pessoal. É muito importante prestar atenção 
à idade na perspectiva do paciente e utilizar a experiência e o conhecimento 
acumulado na vida do indivíduo. 
O conhecimento das situações de intervenção do idoso e de outras 
características individuais é uma dimensão do conhecimento que pode ajudar a 
orientar a formulação e implementação das prioridades de desempenho psicológico, 
pois a situação (como uma instituição ou comunidade) implica diferentes 
características socioeconômicas, culturais, de funcionamento social, de cognição e 
saúde física das quais os idosos integram. Carstensen, Elderstein e Dornbrand (1996) 
enfatizaram que também é uma tarefa importante prestar atenção às diferenças de 
gênero ao relatar problemas psicológicos e capacidade de resposta a intervenções 
psicologicamente orientadas. 
Embora o uso das técnicas já mencionadas reflita um diálogo com a teoria, 
intervenções limitadas a essas tecnologias por um período de tempo implicam na 
noção de que os idosos são impotentes, exceto para aceitar as condições mentais 
dos idosos. E integre-o ao seu senso pessoal de história ou inclua-o por meio de 
princípios comportamentais. Isso também implica a noção de que os problemas 
mentais dos idosos são o resultado da incapacidade do idoso em aceitar seu próprio 
passado, ao invés de problemas causados pelo estresse ou incapacidade de enfrentar 
as mudanças relacionadas ao envelhecimento (KNIGHT, 2004). 
Ainda hoje existem muitas razões pelas quais os idosos nem sempre podem 
ser alvo de intervenção psicológica (tais como o ageímo – NERI, 2004), portanto, 
principalmente a partir da década de 1990, a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental 
tem se aprimorado. Uma mudança de paradigma ao projetar trabalho clínicopara 
idosos (LAIDLAW et al., 2003). Em relação à Psicoterapia, Areán (2003) encontrou 
fortes evidências em uma extensa revisão da literatura para ilustrar a eficácia dos 
métodos cognitivo-comportamentais no tratamento da depressão e nas relações 
interpessoais em idosos e o uso combinado de antidepressivos. Ele também destacou 
 
19 
 
que os métodos cognitivo-comportamentais são eficazes no controle de problemas 
sexuais, de ansiedade e de dependência (como o alcoolismo em idosos) e na 
cooperação com cuidadores de idosos dependentes. Apenas no tratamento de 
relacionamento interpessoal, a psicoterapia psicodinâmica de curto prazo e o 
tratamento de revisão de vida encontraram menos evidências de intervenção na 
depressão. 
Autores como Rainsford (2002), Areán (2003) e Knight (2004) têm algumas 
considerações especiais em seu trabalho clínico com idosos. Esses autores acreditam 
que aspectos relacionados às relações terapêuticas, à flexibilidade das técnicas 
clássicas aplicadas aos jovens e áreas específicas do conhecimento sobre o 
envelhecimento (como as apontadas por Carstensen, Elderstein e Dornbrand em 
1996) precisam ser gerenciados para promover a eficácia dos métodos clínicos. 
Rainsford (2002) enfatizou que os jovens terapeutas precisam prestar atenção 
às possíveis causas raízes das dificuldades na dinâmica de transferência, que se 
manifestam na forma de supercontrole ou superproteção, causando dolorosa 
contratransferências (idosos podem infantilizar o terapeuta ou o terapeuta projetar 
experiências familiares ao paciente). Também chama a atenção para a centralidade 
da saúde física na fala dos idosos, que muitas vezes se queixam de problemas 
psicológicos de forma física, e os terapeutas tendem a focar nos “problemas da 
velhice” como doença, luto ou aposentadoria. Normalmente, as necessidades dos 
idosos que procuram tratamento não se devem aos problemas normativos dos idosos, 
mas porque os idosos apresentam menos senso de controle ou autoeficácia no 
enfrentamento, muitos dos quais são mudanças fora do padrão ou inesperadas 
(ALDWIN, 1994). 
Com o objetivo de ampliar outras práticas de atendimento psicológico ao idoso, 
Areán (2003) defendeu a adaptação à psicoterapia do idoso, e seu produto é o que 
denomina de "psicoterapia apropriada à idade". A autora acredita que a prática 
psicológica baseada na perspectiva do comportamento cognitivo, além das evidências 
de validade na literatura internacional, também apresenta grandes possibilidades de 
adaptação e flexibilidade. Para tanto, tais medidas de adaptação devem incluir a 
educação psicológica dos pacientes, o ajuste das mudanças cognitivas no processo 
de processamento da informação, o estágio de desenvolvimento com base nas 
 
20 
 
recomendações e a flexibilidade de tratamento diante das limitações funcionais e 
sociais. 
Outra colaboração da psicologia clínica é o modelo heurístico transteórico 
desenvolvido por Knight (2004), que pode auxiliar os idosos no trabalho de 
psicoterapia, podendo ser estendido a qualquer intervenção psicológica para idosos. 
Com base na Psicologia do Desenvolvimento Lifespan, Gerontologia Social e 
experiência clínica, ele chamou de modelo CCMSC, e suas siglas referem-se aos 
seguintes termos: Context (contexto), Cohort (coorte), Maturation (maturação ou 
variáveis desenvolvimentais), Specific Challenges (desafios específicos, frutos da 
heterogeneidade do envelhecer). 
Entre esses termos, um dos aspectos interessantes causados pelo modelo de 
Knight é a necessidade de se atentar para as diferenças entre as coortes no trabalho 
clínico, ou considerar a idade ao invés da idade. Por exemplo, Knight e Lee apontaram 
em uma publicação de 2008 que os idosos são particularmente sensíveis ao ambiente 
de escuta, talvez porque esta não seja uma experiência comum (devido a problemas 
de coorte). 
Além das contribuições de Rainsford (2002), Areán (2003) e Knight (2004), dois 
outros importantes aspectos derivados da psicologia do envelhecimento também 
devem ser introduzidos, os quais interagem com intervenções clínicas para idosos. 
Esses aspectos requerem atenção aos recursos psicológicos e à adaptabilidade do 
idoso. 
Por exemplo, a pesquisa de Aldwin e seus colaboradores (Aldwin, 1994; Aldwin, 
Levenson & Kelly, 2008) mostrou que as pessoas mais velhas são geralmente mais 
resilientes e eficientes do que os jovens para responder ao estresse psicológico. 
Portanto, na intervenção do idoso é importante resgatar seu potencial e ativá-lo, 
investindo na autoeficácia e senso de controle, e mesmo no caso de dependência 
física, exercendo autoeficácia e senso de controle, reserva social, emocional ou 
cognitiva e capacidade de exercer autonomia. 
Além disso, a cooperação entre a pesquisa em Psicologia Positiva e o modelo 
de escolha, otimização e compensação de Baltes e Baltes (1990) reforçou a noção de 
que o objetivo da intervenção com os idosos deve estimular e destacar suas 
competências e habilidades pessoais. Os sentimentos de autoeficácia, senso de 
controle, participação social, os benefícios de experiências ruins, sua espiritualidade 
 
21 
 
ou capacidade de relaxar são projetados para expandir seus recursos de 
enfrentamento e seu senso de felicidade (STAUDINGER, MARSISKE E BALTES, 
1993). 
A utilidade da contribuição do diálogo entre a Psicologia do Envelhecimento e 
a Psicologia Clínica não se limita ao trabalho dos psicólogos profissionais. Outros 
profissionais, onde a Psicologia é o basilar da formação (como terapeutas 
ocupacionais e gerontólogos) derivam dos métodos e estratégias de intervenção da 
Psicologia do Envelhecimento. 
Em particular, a contribuição da Psicologia para Gerontologia pode ser 
enfatizada nos aspectos psicossociais biológicos do envelhecimento humano, é o 
mais recente campo científico especializado em envelhecimento humano. Para além 
do contributo metodológico, da praticidade do conceito, da disponibilização de 
instrumentos de investigação e avaliação, no domínio da aplicação clínica do geriatra, 
este conhecimento também prepara o profissional ao disponibilizar métodos e 
técnicas para lidar com os problemas psicológicos do envelhecimento, e fornece uma 
base para os idosos. A prática de orientar idosos e familiares e a tomada de decisão 
na gestão dos serviços (NERI, 2004). 
Os modelos cognitivo-comportamentais são muito populares em intervenções 
em idosos. Não só porque se mostraram muito eficazes na redução dos sintomas 
mentais e no aumento da satisfação com a vida, mas também porque nunca 
mostraram a tensão de outros exercícios terapêuticos. E, porque reúnem uma ampla 
gama de programas de tratamento, incluindo psicoterapia interpessoal, esses 
programas são centrados no planejamento e na revisão de vida/memória (Areán, 
2003; Gallagher-Thompson & Thompson, 1986; Hyer e cols, 2004; James, 2003; 
Kennedy & Tanenbaum, 2000; Lee e cols, 2003; Miller & Silberman, 1996; Teri & 
Logsdon, 1992; Yesavage & Karasu, 1982; Zeiss & Steffen, 1996). 
De acordo com Knight (1996), a TCC participa de uma atmosfera de otimismo 
e mudança, esses métodos são muito úteis para os idosos, principalmente para 
depressão, distúrbios do sono, disfunção sexual e distúrbios de ansiedade. 
 
22 
 
4 TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL 
 
Fonte: br.pinterest.com 
A Terapia Cognitiva é uma intervenção breve e direcionada que visa os 
métodos psicológicos atuais e visa resolver problemas específicos. Ela enfatiza a 
participação ativa dos pacientes, a necessidade de alianças cooperativas de 
tratamento e forte motivação para a mudança. A sua formação centra-se em ensinar 
aos indivíduos as competências necessárias para enfrentar os problemas e dar-lhes 
a responsabilidade de cuidar de si e da sua saúde. 
Na Terapia Cognitiva, a hipótese central é a cognição, portanto, o indivíduo 
percebe e interpreta a situação para fazê-lo responder de acordo com sua própriainterpretação, gerando interações mútuas entre cognição, emoção, comportamento, 
reações físicas e o ambiente (RANGÉ & SOUZA, 2008). 
Na TCC, na prática clínica, muitos terapeutas cognitivos utilizam métodos e 
técnicas comportamentais e cognitivas. De acordo com a visão de Saffi, Savoia e 
Lotufo Neto (2008) na TCC, os indivíduos aprendem a identificar e corrigir pistas 
inadequadas e suas formas distorcidas de pensar. Esses autores apontaram que a 
TCC é eficaz em alguns problemas humanos e transtornos mentais por ser um método 
claro e objetivo e, portanto, muito útil na prática ambulatorial. Por isso Saffi et al. (2008) 
 
23 
 
comentou que “ a maior contribuição da Terapia Cognitivo Comportamental foi, sem 
dúvida, trazer a psicoterapia para o âmbito dos estudos científicos”. 
O grande objetivo da TCC é proporcionar aos pacientes um modelo 
compreensivo e idiossincrático dos seus sintomas, de modo a formular um plano para 
combater os mesmos e dar a oportunidade a cada paciente de colocar as estratégias 
em prática de forma autónoma. Pretende-se modificar o comportamento alterando 
cognições, interpretações, pressupostos e estratégias implementadas que estavam 
desadequadas, substituindo-as por estratégias adequadas e funcionais no modo de 
pensar, sentir e agir, isto é, potenciar o desenvolvimento de competências e 
capacidades no paciente para identificar estes pensamentos e erros, monitoriza-los e 
confrontá-los (SNOWDEN, STEINMAN & FREDERICK, 2008). 
Desta forma, os doentes começam a desenvolver sentimentos de autoeficácia 
o que futuramente lhes vai permitir lidar com situações adversas (SCOTT, 2000). 
Recorre-se frequentemente a estratégias comportamentais como a prescrição de 
tarefas de mestria e prazer, nas quais se procura envolver novamente o paciente em 
atividades que antes lhe eram prazerosas de forma gradual e estratégias cognitivas 
como a reestruturação cognitiva. 
Conforme afirmação de Dobson & Dozois (2001), os tratamentos de natureza 
psicológica demonstram uma eficácia semelhante aos antidepressivos e uma maior 
eficácia com tratamentos combinados de farmacologia mais psicoterapia 
 
24 
 
4.1 Terapia Cognitivo-Comportamental Individual para o Idoso 
 
Fonte: vivamaisvivamelhor.com.br 
Segundo Beck (1997), a TCC possui as seguintes características: 
-Diretiva: o problema atual como foco do processo; 
-Estruturada: é possível pensar no processo como sequencial e previamente 
estabelecido; 
-Educativa: é possível ao paciente aprender sobre o processo e participar do 
mesmo ativamente. 
Além desses fatores, a TCC também utiliza técnicas e treinamentos como 
habilidades sociais, que às vezes são muito interessantes para melhorar a interação 
dos idosos na maioria das situações do cotidiano. 
O processo de psicoterapia também pode ajudar os idosos a compreender 
melhor as condições de saúde que por vezes vivenciam, o uso de medicamentos e 
tratamentos médicos, e também ajudá-los a entrar em contato com problemas 
emocionais e psicológicos, também pode reduzir o sofrimento causada pela 
depressão e pela ansiedade. 
O objetivo da psicoterapia para o idoso é também beneficiar a equipe de 
enfermagem e a família, pois ao cuidar-se bem, valorizando-se, e sabendo se 
posicionar melhor diante das dificuldades da vida, o paciente também saberá uma 
 
25 
 
melhor e mais adaptada forma de como enfrentar situações difíceis e com aqueles 
com as quais convive. 
As sessões de terapia para idosos usam os mesmos métodos e modelos para 
as demais idades. Com encontros realizadas uma vez por semana visam sempre 
melhorar a qualidade de vida dos clientes e adaptá-los às necessidades e desejos de 
quem procura mais ajuda: uma forma de ver e posicionar o seu mundo de forma mais 
alegre, otimista e feliz. Seguindo as orientações abaixo: 
1- Avaliação multidimensional do comportamento, emoção e cognição; 
2- Estabelecer a relação funcional entre ambiente, comportamento, emoção e 
cognição - construção hipotética da organização e função do cliente, 
3- Definir a área do problema a sofrer intervenção. 
Para às estratégias de intervenção, geralmente, os autores se baseiam no 
Modelo de Terapia Cognitiva de A. Beck, que estabelece sua intercessão no presente, 
utilizando questionários de autopreenchimento e registros escritos, confronto de 
distorções cognitivas, treino de competências e proposta de trabalhos de casa 
(GALLAGHER-THOMPSON & THOMPSON, 1996; HYER E COLABORADORES, 
2004; JAMES, 2003; TERI & LOGSDON, 1992; YESAVAGE & KARASU, 1982; ZEISS 
& STEFFEN, 1996). 
Gallagher-Thompson e Thompson (1996), também reconheceram a 
importância de integrar técnicas comportamentais no processo de tratamento, como 
o treinamento de relaxamento e a prescrição de tarefas relacionadas à satisfação em 
idosos. 
Tal como acontece com os jovens, o grande desafio terapêutico desta 
abordagem é o ensino e treino de competências cognitivas e comportamentais que 
lhes permitam atingir melhores níveis de desempenho em situações ou áreas onde os 
indivíduos apresentam fragilidades. No entanto, conforme sugerido por Hyer et al. 
(2004), a psicoterapia na idade adulta deve reduzir as expectativas de aprendizagem 
de novos comportamentos. 
Zeiss e Steffen (1996), reforça que a maioria dos idosos passaram e 
perpassaram circunstâncias complexas no decorrer de suas vidas, sendo assim, 
momentos complicados ao longo das suas vidas, sendo que a partir do trabalho de 
recordação sobre as estratégias utilizadas nesses períodos, há a possibilidade em 
proceder à atualização de competências previamente aprendidas. 
 
26 
 
Por isso, (Gallagher-Thompson & Thompson, 1986; Hyer e, 2004; Kennedy & 
Tanenbaum, 2000; Lee et al., 2003; Scholey & Woods, 2003; Yesavage & Karasu, 
1982; Zeiss & Steffen, 1996) declaram que a abordagem cognitivo-comportamental 
sugere: 
1- Reforçar a importância da relação cooperativa de tratamento, para que o 
idoso se sinta valorizado; 
2- Definir um contrato de tratamento esclarecido, incluindo a desmistificação 
de crenças relacionadas ao processo de tratamento; informar e educar os 
clientes sobre as regras da psicoterapia (ou seja, a importância do dever de 
casa), explicar a importância da estrutura de consulta e manter a 
negociação aberta; 
3- Foco nos objetivos mais baixos e claros (definições anteriores e contínuas), 
o tempo de tratamento deve ser limitado ao alcance dos objetivos do 
contrato; 
4- O terapeuta deve ter uma atitude mais positiva e focar no tema selecionado 
e na estrutura do encontro (a tendência do idoso é aproveitar o tempo do 
tratamento para contar histórias, sair do tema e desistir de algumas tarefas 
importantes); 
5- O terapeuta deve prestar especial atenção ao ritmo das sessões, à forma 
como introduz as informações, o que é útil para repetir as informações; 
6- Aumentar a jornada de trabalho de determinado estímulo, utilizar recursos 
multissensoriais para o treino (falar, agir e fazer), utilizar auxiliares de 
memória (materiais audiovisuais, trabalhos escritos, cadernos) e continuar 
planejando tarefas; 
7- Usar métodos/estratégias psicoeducativas multisensoriais, exibir 
informações de forma clara e exibir os materiais de tratamento mais 
lentamente; 
8- Avaliar como o idoso lida com a experiência do envelhecimento, se vai 
condicionar ou não os estilos de coping (avaliar a autoestima e ansiedade 
frente ao futuro) apreciando os aspectos positivos do envelhecimento tanto 
quanto possível. 
9- Permitir rever a história de vida e avaliar memórias; 
 
27 
 
10- Os idosos aprendem e treinam métodos mais adaptáveis para lidar com 
situações antes desconfortáveis; 
11- O processo de tratamento é gradualmente concluído e o acompanhamento 
é recomendado; 
12- Manter o trabalho em equipe (a psicoterapia do idoso deve ser realizada 
em equipe multiprofissional, ou seja, quando o sujeito tem problemas de 
saúde física, isso éfundamental). 
A TCC enfoca os aspectos internos e subjetivos do comportamento humano e 
a influência da experiência inicial, portanto, uma reunião de tratamento foi realizada 
para abordar todos os aspectos que foram ignorados pelos terapeutas que seguiram 
essa direção. 
Dessa forma, a psicoterapia gira em torno de planos individuais que afetam a 
função mental para realizar o trabalho clínico (a estrutura mental inicialmente 
desenvolvida irá interferir na maneira como os indivíduos processam e interpretam as 
informações, interferindo assim em seu comportamento). 
O terapeuta busca encontrar os principais temas que compõem a história 
pessoal do cliente, os eventos decisivos escolhidos pelo sujeito e as formas de integrar 
esses dois aspectos em si mesmos. Assim sendo, e possível observar e tratar padrões 
de comportamento para comprovar a dificuldade de ajuste proposto pelos clientes 
(James, 2003). 
Em alguns aspectos importantes, o trabalho terapêutico com idosos pode ser 
diferente do trabalho com jovens, devido maior probabilidade de adoecimento físico, 
alterações nas habilidades cognitivas e experiências típicas dessa faixa etária 
(Thompson, 1996; Knight, 1996b). É necessário desenvolver alguns modelos de TCC 
adaptativos para que as técnicas cognitivas possam ser aplicadas a pacientes idosos 
com mais segurança (Laidlaw, 2003). 
Quando o caso é formulado para que o terapeuta descubra as principais 
questões que envolvem cada pessoa, é mais fácil identificar as adaptações que 
podem ser necessárias no trabalho com idosos. A formulação de caso bem elaborada 
pode melhorar a eficácia da TCC ao trabalhar com idosos (Laidlaw, 2003). A 
formulação do caso é uma hipótese a ser testada sobre como o paciente está 
funcionando naquele momento. Sendo a base do tratamento com a TCC (Knapp, 
2007). 
 
28 
 
As informações necessárias para realizar a formulação do caso de um paciente 
idoso são descritas a seguir: 
- As experiências iniciais clinicamente relevantes e os eventos que o paciente 
reconhece como importantes ao longo do seu desenvolvimento são essenciais para 
começar a formular o caso do paciente. 
- Detectar as crenças centrais, as crenças subjacentes e os pensamentos 
automáticos são importantes para escolher as melhores técnicas a serem aplicadas 
para aquele determinado paciente. 
O terapeuta deve trabalhar com o paciente para identificar eventos externos, 
condições ou estressores que podem causar o episódio depressivo atual. A fim de 
reduzir os fatores de estresse individuais, os conflitos intergeracionais precisam ser 
avaliados (Laidlaw, 2003). 
As técnicas cognitivo-comportamentais geralmente são ligeiramente 
modificadas para uso em pacientes idosos. Ao explorar as crenças dos pacientes 
sobre os efeitos negativos do envelhecimento na saúde física, questões específicas 
relacionadas à idade podem ser abordadas. As percepções dos pacientes sobre si 
mesmos em relação à idade também devem ser abordadas (Serfaty, 2009). 
As diretrizes do Instituto Nacional de Excelência Clínica recomendam 6 a 8 
sessões de TCC para adultos deprimidos na atenção primária. Pacientes idosos 
podem levar mais tempo para instruir-se das técnicas da TCC. 
Pouco se sabe sobre o horário e a frequência ideais dos tratamentos de TCC 
que devem ser fornecidos aos pacientes idosos. Sessões mais curtas e frequentes 
podem ser mais apropriadas. Para quem tem dificuldade ou não pode sair de casa, 
podem ser realizadas visitas domiciliares. A mobilidade precária do idoso é um dos 
principais obstáculos para a obtenção de atendimento psicológico (Serfaty, 2009). 
Há evidências de que a eficácia da psicoterapia não diminui com a idade e que, 
em comparação com os jovens, os idosos costumam aderir mais ao tratamento. Esses 
métodos funcionam bem porque não se trata de exercer pressão, mas de motivar, 
ajudar e tornar certos comportamentos e atitudes mais flexíveis, melhorando assim os 
sintomas de depressão (BIRRER & VEMURI, 2004). 
As intervenções psicoterápicas, preferencialmente realizadas por profissionais 
especializados em idosos, auxiliam na determinação dos desencadeadores do 
processo depressivo, auxiliam os familiares, cuidadores e na orientação do paciente, 
 
29 
 
alertando que um bom suporte é importante para o tratamento (VARANO, HINTON, 
BARKER & UNUTZER, 2010). Atividades de terapia ocupacional, participação em 
atividades artísticas e de lazer também desempenham um papel no tratamento de 
idosos com depressão (STELLA, GOBBI, CORAZZA & COSTA, 2002). 
 
4.1.1 Terapia Cognitivo-Comportamental para Idosos Bipolares 
 
Fonte: globalcare.com.br 
O Transtorno Bipolar - TB é caracterizado pela presença de episódios agudos 
e recorrentes, alterações patológicas do humor e pelo menos um episódio maníaco, 
hipomaníaco ou misto (JUSTO & CALIL, 2004). É uma doença crônica que requer 
acompanhamento e controle ao longo da vida (Lotufo Neto, 2004), e apresenta alto 
índice de recorrência e hospitalização (KNAPP & ISOLAN, 2005). 
No tratamento do TB, os pacientes são ensinados a detectar os sintomas o 
mais precocemente possível e monitorar, identificar e reorganizar as aberrações que 
podem causar recorrência, aumentar suas habilidades sociais e lidar melhor com os 
agentes. Estresse e resolva problemas para prevenir a recorrência. 
Alguns dos principais procedimentos usados na TB são diagramas de vida, 
diagramas de resumo de sintomas, diagramas de influência, treinamento de 
habilidades sociais, técnicas de resolução de problemas, reorganização cognitiva e 
 
30 
 
planejamento de tarefas (BASCO & RUSH, 2007; JURUENA, 2001; KNAPP & 
ISOLAN, 2005; LOTUFO NETO, 2004). 
Alguns autores salientam a importância do terapeuta estar atento aos prejuízos 
que o transtorno pode trazer para a vida do indivíduo. Este pode ter dificuldade para 
fazer as tarefas de casa devido ao prejuízo cognitivo, seja por um déficit na 
capacidade de concentração ou de planejamento, seja por uma baixa motivação para 
a mudança. Acrescentam ainda que há a necessidade de avaliar a vulnerabilidade 
cognitiva dos pacientes antes da intervenção, para se adequar o tratamento às 
demandas observadas (Miklowitz, 2008; Zaretsky et al., 1999). 
 
4.1.2 Terapia Cognitivo-Comportamental para Idosos com Depressão e Ansiedade 
Para o tratamento da Depressão e da Ansiedade, a Terapia 
Cognitivo-Comportamental é o modelo psicoterápico mais consistente (BUTLER et al., 
2006; HOFMANN; SMITS, 2008). Em idosos, a TCC para a ansiedade e depressão é 
apontada como igualmente eficaz, apresentando melhora acentuada em sintomas 
depressivos, ansiosos e na saúde mental em geral (HENDRIKS et al., 2008; 
PINQUART; DUBERSTEIN; LYNESS, 2007). 
Uso frequente de estratégias comportamentais, como prescrever tarefas de 
domínio e entretenimento, nas quais o paciente se envolve novamente em atividades 
e estratégias cognitivas (como reconstrução cognitiva) que podem ser 
progressivamente agradáveis como antes. Vários autores, acreditam que os 
tratamentos de natureza psicológica apresentam eficácia semelhante aos 
antidepressivos, e os tratamentos que combinam farmacologia e psicoterapia 
mostram maior eficácia (DOBSON & DOZOIS, 2001). 
 
4.1.2.1 Ansiedade no Idoso 
Segundo a OMS (2004), as perturbações mentais e de foro psiquiátrico não são 
exclusivas de um grupo especial, são universais e passíveis de se observar em todo 
o tipo de população, sociedades e países, assim como, indivíduos de todas as faixas 
etárias. Encontram-se presentes em mulheres e homens, estatutos socioeconómicos 
baixos e altos, pessoas residentes em zonas rurais ou urbanas e em todas as fases 
 
31 
 
da vida (VAZ, 2009). Assim, e segundo a mesma, 25% das pessoas com idades 
superiores a 65 anos padecem de alguma patologia (OMS, 2004). 
Trata-se da combinação da Terapia Cognitiva, que visa modificar ou eliminar 
padrões e crenças disfuncionaisque sustentam os sintomas e assim, o paciente 
assume de imediato mais controlo sobre os seus sintomas e da Terapia 
Comportamental, que propõe a mudança no comportamento do indivíduo, de modo a 
produzir um enfrentamento adequado face às situações debatidas (CARMIN, 
WIEGARTZ & SCHER, 2000). 
As técnicas podem focar na psicoeducação, necessária para que os idosos 
entendam a importância da adesão ao tratamento, bem como para esclarecer os 
processos envolvidos nos transtornos de ansiedade e eliminar muitos medos e mitos 
relacionados à mesma (LARREA & MIR, 2004); A dessensibilização sistêmica envolve 
a exposição a estímulos desencadeadores de ansiedade em camadas e, quando o 
paciente se sente ansioso, é interrompida pela realização de exercícios de 
relaxamento. 
Quando o grau de ansiedade diminui, as pessoas retornam à memória anterior 
para ganhar experiência e controle com vários graus de ansiedade. Os registros de 
automonitoramento registrados, nessas situações, irão desencadear a ansiedade 
gerada pela reação, pensamentos automáticos negativos e emoções relacionadas, 
para posterior consulta e discussão, e promover outras respostas razoáveis. Abrir e 
debater pensamentos recorrentes através do questionamento socrático, a flecha 
descendente e, portanto, à reestruturação cognitiva, são exemplos extremamente 
eficazes (DÍAZ, 2009; THROP, AYERS, NUEVO, STORDDARD & WETHERELL, 
2009). 
Outra estratégia comportamental muito eficaz para esse grupo de pessoas se 
reflete nos exercícios físicos, como exercícios aeróbicos, musculares, de flexibilidade 
ou de equilíbrio. (MIRIAM et al., 2007). Acontece que as técnicas de relaxamento que 
focalizam determinadas partes do corpo são muito interessantes, com o objetivo de 
ajudar o idoso a controlar e compreender sua percepção corporal, ajudando assim a 
reduzir os níveis de ansiedade. (RIGAUD et al., 2005). 
A utilidade da terapia de apoio também é enfatizada. O treino de resolução de 
problemas que incide na formulação de problemas, alternativas de resposta, análise 
das mesmas e escolhas e ainda, dos treinos de assertividade, que deve ser resolvido 
 
32 
 
de acordo com as necessidades dos idosos, treino e implementação de competências 
sociais (JURADO & FERNÁNDEZ, 2009). 
 
4.1.2.2 Depressão no Idoso 
Percebe-se que a depressão tem impacto negativo na saúde do idoso, possui 
uma variedade de relações causais. Essas interações causais e conjuntamente 
induzem a patologia, reduzindo gradativamente sua qualidade de vida (ALFONSO et 
al., 2007). 
O tratamento da depressão em idosos visa reduzir o sofrimento psicológico 
causado pela doença, reduzir o risco de suicídio, reduzir o risco de recaída e 
recorrência e melhorar o estado geral do paciente. Claro, também pode garantir uma 
melhor qualidade de vida, mas envolve intervenções especializadas (STELLA, 
GOBBI, CORAZZA & COSTA, 2002). 
Em primeiro lugar, é necessário determinar os fatores que existem na origem e 
desencadearam o processo de depressão, e até mesmo exacerbar a depressão 
existente. Portanto, é necessário verificar se o paciente apresenta doenças clínicas 
relacionadas à depressão e perguntar se o paciente está tomando algum 
medicamento (anti-inflamatório, anti-hipertensivo) que possa induzir sintomas 
depressivos. Posteriormente, é importante estudar vários aspectos de natureza 
psicológica e sócio psicológica, como luto, isolamento social, abandono e outros 
fatores que facilmente causam tais sintomas. (STELLA, GOBBI, CORAZZA & COSTA, 
2002). 
 
33 
 
4.2 Terapia Cognitiva Comportamental para Grupos de Idosos 
 
Fonte: pensandoemfamilia.com.br 
Os métodos de tratamento em grupo sempre seduzem os responsáveis pelos 
serviços e instituições, não só pelas indicações clínicas desse tipo de intervenção, 
mas também pela rentabilidade dos recursos humanos, materiais e financeiros. 
Em 1950, a cooperação em grupo com os idosos apareceu pela primeira vez. 
Na década seguinte, surgiram outras publicações que relatavam intervenções em 
indivíduos internados em unidades/instituições hospitalares. Aos poucos, a iniciativa 
inicial, marcada pela tentativa e erro, evoluiu para um modelo com fundamentação 
teórica de organização. Os métodos de intervenção (grupos de discussão diretivos, 
apoios, focalização em objetivos específicos, memória e trabalho de luto) aumentaram 
exponencialmente, e este trabalho foi promovido de individuais para grupos 
ambulatorial e/ou centro de dia. 
Desta forma, trabalhar com idosos não apenas traz benefícios econômicos, 
como citado anteriormente, mas traz, segundo (Lima, 2004b): 
 
34 
 
1- Desenraizar a crença arraigada que os problemas do indivíduo são únicos 
e imutáveis, encontrar aspectos comuns, por conseguinte reduzir assim a 
sensação de isolamento de alguns idosos; 
2- Construir esperança; 
3- Promover a interação social, aprender novas habilidades interpessoais, 
aumentar a coesão e aceitá-la; 
4- Melhorar a autoestima por meio do altruísmo e da empatia (os idosos são 
valorizados por poderem auxiliar os outros); 
5- Desenvolver aceitação incondicional de si mesmo; 
6- Fornecer um modelo que permita a imitação de comportamentos; 
7- Alcançar a capacidade de ser independente do pessoal técnico; 
8- Promover planos de metas realistas; 
9- Privilegiar o aprendizagem e treinamento de habilidades diversas; 
10- Obter e compartilhar informações sobre mudanças e transições 
Por um lado, reconhece as limitações da psicoterapia institucional, por outro 
lado, porque a intervenção coletiva promove a realização de objetivos de tratamento 
mais centrados nos métodos individuais, todos os modelos de intervenção psicológica 
têm feito recomendações de trabalho com idosos (Capuzzi & Gross, 1980; Cooper, 
1984; Costa, 1998; Evans, 1998; Klausner et al., 1998; Lima, 2004b; Parham et al., 
1982; Zimerman, 1997). 
Esses autores são unânimes em afirmar que grupos com idosos permitem 
múltiplas estratégias de tratamento e quase sempre visam a melhora dos sintomas 
psicológicos e físicos e da qualidade de vida. Portanto, sugeriram que o grupo é um 
espaço que trabalha o sofrimento, que pode servir de canal de comunicação entre 
idosos em deterioração e familiares com respeito aos princípios morais, podendo 
superar a solidão e possíveis situações vivenciadas por muitos idosos. Espaço ainda, 
onde é possível compartilhar preocupações comuns, onde promove (re)socialização 
e cria um novo sentido para esta fase da vida (Cooper, 1984; Zimerman, 1997). 
As aplicações para trabalho em grupo com idosos são diversas. Capuzzi e 
Gross (1980), para agrupar os principais modelos de intervenção com a população 
idosa, encontraram os seguintes métodos: 
I - Grupos de Reorientação da Realidade – destinam-se a indivíduos com 
declínio cognitivo, recorrem a estratégias psicoeducativas/reabilitação para promover 
 
35 
 
a capacidade de organização espaciotemporal e retardar a deterioração mental 
associada aos quadros demenciais; 
II - Grupos de Motivação – esta abordagem terapêutica destina-se a idosos 
que se encontram muito isolados, com perda de interesse nas atividades quotidianas, 
com desleixo nas tarefas de autocuidado e muito pessimistas em relação ao presente 
e futuro; trata-se de uma intervenção breve, focalizada na construção de novos 
interesses (os temas de carácter pessoal e/ou familiar são evitados, dada a natureza 
muito objetiva deste tipo de programas); 
III - Grupos de Reminiscência – grupos pequenos (habitualmente seis a oito 
elementos) em que os idosos são incentivados a partilhar memórias passadas, 
permitindo a diminuição dos sentimentos de privação social, estimulação das 
competências mnésicas e de comunicação, promoção da autoestima; 
IV - Grupos Específicos – incluem os grupos com familiares, com elementos 
das equipas que trabalham em unidades de geriatria e/ou grupos de discussão 
temática orientada para idosos(terapia pela arte, grupos de discussão de literatura, 
poesia, política, ...); 
V - Grupos Psicoterapêuticos – são grupos cujas sessões seguem um 
planeamento estruturado e uma relação forte ao rationale do modelo de base. 
 Em relação à psicoterapia de grupo, o modelo mais detalhado para intervenção 
em idosos é a Grupanálise (Evans, 1998), o Psicodrama (Costa, 1998; Lima, 2004b), 
e as Terapias Cognitivo-Comportamentais (Klausner et al., 1998; Scocco et al., 2002). 
Todos esses são aspectos importantes a serem considerados na clínica da idade 
adulta avançada. 
As Terapias Cognitivo-Comportamentais, assim como os métodos individuais, 
eles promovem o aprendizado e o treinamento de habilidades e usam cursos 
estruturados e instrucionais. 
O papel do terapeuta deve promover o relacionamento entre os diferentes 
membros do grupo de forma a criar uma atmosfera de total confiança, podendo incluir 
atividades recreativas que permitam estabelecer essa relação. 
O terapeuta deve cuidar da linguagem, regras e restrições do grupo, 
possibilitando acolher e integrar novos fatores na consciência e memória do grupo. 
Recomenda-se o uso de habilidades de apresentação, alguns autores acreditam que 
os membros do grupo podem compartilhar refeições em reuniões (Capuzzi & Gross, 
 
36 
 
1980; Lima, 2004b; Parham et al., 1982). Capuzzi e Gross (1980 também alertaram 
que os seguintes aspectos devem ser observados ao trabalhar com grupos de idosos: 
(a) Horário: as reuniões devem ser realizadas durante o dia, pois é o período 
em que o idoso se sente com uma melhor produtividade; no final do dia não é um 
horário adequado porque alguns idosos têm receio de voltar para casa à noite). 
(b) A sala onde será realizada a reunião deve ser capaz de manter uma 
temperatura constante, insonorizada e os móveis devem ser ergonômicos; 
(c) O animador deve desempenhar um papel ativo, estar moderadamente 
envolvido e ser capaz de explicar a reação de ciúme e/ou tentativas de construir 
alianças; 
(d) O uso de materiais auxiliares deve respeitar as limitações sensoriais dos 
participantes. 
4.3 Intervenção e Terapia Com as Famílias 
Os acontecimentos que marcaram as últimas décadas da história política e 
cultural das sociedades ocidentais suscitaram inúmeras transformações sociais, com 
inevitáveis consequências na forma como o indivíduo se organiza. No que diz respeito 
ao sistema familiar, é possível verificar mudanças significativas no seu funcionamento 
e na sua estrutura, das quais estão sendo salientadas aqui: 
- O declínio da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida levaram 
à redução e extensão do mapa genético da família, ou seja, à verticalização da família 
(Sousa et al., 2004; Qualls, 1996); 
- A possibilidade (total) de três ou quatro gerações no mesmo espaço indica 
que eles passaram por várias etapas do ciclo vital (individual e familiar) enquanto 
gerenciavam diferentes tarefas de desenvolvimento e eventos de vida (previsíveis e 
imprevisíveis) 
- O movimento constante de entrada e saída do núcleo familiar - a família 
acordeão (Sousa et al., 2004) – requerem maior flexibilidade e se adaptam ao tempo 
e espaço da família; 
- O aumento da nova estrutura familiar, o aumento da participação das 
mulheres no mundo do trabalho e a mobilidade geográfica das famílias têm dificultado 
o apoio que os jovens podem oferecer aos membros mais velhos, e a disponibilidade 
 
37 
 
de cuidadores também diminuiu. Em ambientes informais, as pessoas valorizam a 
independência e autonomia do núcleo familiar composto por duas gerações. 
Diante dessas mudanças, as famílias são cada vez mais sobrecarregadas com 
a diversidade de necessidades internas e externas, a duplicação de papéis dos 
diferentes elementos do sistema e o esgotamento dos recursos humanos e materiais. 
Em resposta a esses novos problemas, novas soluções surgiram tanto no nível 
informal quanto no formal. 
Helder, expôs suas ideias a respeito dessas mudanças: 
Assistimos, portanto, ao desenvolvimento de serviços que respondem a um 
conjunto de pedidos mais ou menos originais e, sobretudo, a uma classe de 
clientes que até agora raramente procurava ajuda. É quase inevitável que as 
questões familiares surjam no decurso de processo psicoterapêutico 
individual ou mesmo durante um processo de avaliação (neuro)psicológica 
de um idoso. (RABELO, 2007). 
A maioria das preocupações dos adultos com a terapia individual envolve outro 
membro da família (por exemplo, distância da criança, desilusão com o estilo de vida 
da criança, depressão, perda de papel, ansiedade quanto à capacidade, autocuidado 
e segurança). 
Para o modelo de assistência psicoterapêutica na idade adulta avançada, a 
intervenção e terapia familiar parecem ser uma boa escolha para situações de crise 
familiar, pois o "paciente identificado" dessa situação é um dos elementos mais 
antigos do sistema, ou sempre que os familiares estão preocupados com o processo 
de envelhecimento, se percebe a dificuldade em acessar os recursos internos do 
sistema (Alarcão, 2002; Benbow et al., 1993; Huckle, 1994; Mitrani & Czaja, 2000; 
Penn, 2001; Qualls, 1996, 1999, 2000; Sousa et al., 2004; Zarit & Zarit, 1982). 
Quando os familiares adotam a mesma estratégia diante de diferentes 
mudanças, recomenda-se que a família faça terapia, pois os fatos comprovam que ela 
não ajudará a resolver o problema nem a diminuir a ansiedade e a pressão da família. 
Qualls (2000) acresce “os problemas ocorrem quando a estrutura não desempenha a 
sua função”. Podendo ainda citar que, de acordo com a Teoria Sistêmica, o período 
de transição vai atrapalhar o modelo familiar e oferecer oportunidades de mudança. 
De acordo com Qualls (1996), as intervenções ou terapias familiares no final da 
vida adulta possuem características específicas, que tecnicamente não diferem das 
intervenções terapêuticas propostas em outras fases do ciclo vital, e possuem 
 
38 
 
compreensão e ações explicativas especiais. Portanto, o terapeuta é responsável por 
compreender as características funcionais e estruturais do sistema familiar do idoso, 
e conduzir o treinamento técnico básico para entrevistas sistemáticas - perguntas 
recorrentes, hipóteses, conotações positivas e prescrições. 
Ao longo do processo, o tratamento se concentra em observar a capacidade da 
família de lidar com as necessidades dos diferentes elementos (o subsistema deve 
ser coeso e flexível e ser capaz de reconhecer as restrições associadas a cada estágio 
de desenvolvimento) e a capacidade de controlar a ansiedade. A intervenção no 
sistema não se limita a trabalhar diretamente com o sistema doméstico, mas também 
pode incluir o trabalho com instituições e / ou redes sociais. 
Portanto, nesta fase do ciclo de vida, as terapias familiares têm mostrado 
grande significado (Mitrani & Czaja, 2000; 2004; Qualls, 1996, 1999, 2000; Zarit & 
Zarit, 1982): 
 Identificar temas que aparecem nos vários elementos do sistema e que 
são tópicos familiares ("a mãe é forte", "somos uma família que sempre 
resolveu os seus problemas em casa", "se nos unirmos, todos vamos 
superar, unidos na força”). Essas representações são ferramentas de 
organização da dinâmica familiar, atuando como discursos internos que 
regulam o comportamento, e a certeza inquestionável e inquestionada 
que o terapeuta pode utilizar como portal para o sistema, e a partir disto 
falar sobre os conteúdos não ditos que podem ter sido úteis no passado, 
mas agora as regras estabelecidas precisam ser refeitas; 
 A maneira como diferentes membros da família contam a história de um 
paciente identificado. Isto se tornar singularmente importante quando o 
idoso tem uma doença crônica (por exemplo, demência). Peggy Penn 
(2001) realizou um trabalho significativo nessa área, onde afirma que em 
variadas situações ou momentos o paciente gostaria de falar mais sobre 
sua doença, mas é impedidopor alguém de sua família ou uma 
circunstância que traz um contrassenso. Certos elementos da família se 
distendem no dilema discurso-fala, em que acontecimentos indizíveis se 
tornam muitos importantes para a construção de sentido. Quando os 
corpos estão em perigo, as doenças crônicas congelam vidas e limitam o 
diálogo. Na verdade, as doenças crônicas são consideradas 
 
39 
 
descontínuas. Dada a variabilidade da doença, é extremamente 
improvável que possamos prever o futuro. O tratamento envolve quebrar 
o silêncio e cada membro da família mantém um sentimento inexprimível 
sobre si mesmo. 
 Identificados os conflitos não resolvidos no passado: se o 
relacionamento com membros mais velhos (ou seja, no caso de cuidado 
parental informal) é causado por má resolução de procedimentos 
pessoais e/ou familiares (especialmente separação, personalização), 
reunião de gerações, naturalmente, é mais ou menos liderado por 
conflitos graves (incluindo violência contra idosos), especialmente porque 
a posição de "poder" é claramente oposta. Portanto, nas conversas 
familiares, surgem os fantasmas do passado, pois as imagens que cada 
pessoa guarda dentro de si (sobre si e sobre os outros) raramente são 
apagadas e perdoadas. Na meia-idade, filhos resolvem o problema da 
autoridade pessoal e devem se tornar um elemento de autonomia 
emocional, social e política (Alarcão, 2000; Relvas, 2000; Williamson, 
1991), em outras palavras, eles se tornam parceiros de seus pais. À 
medida que envelhecem, os idosos podem buscar cada vez mais o apoio 
dos mais jovens e, gradativamente, ficar mais dependentes. Aceitar essas 
mudanças nem sempre é fácil, seja porque os mais jovens "fingem" que 
não veem o pedido implícito dos mais velhos, ou porque os idosos não 
reconhecem a intrusão de pessoas mais jovens em espaços reservados 
(a exemplo, gestão econômica). Nas intervenções de terapia familiar, 
também é possível observar problemas na fraternidade. Muitas vezes 
acontece que uma decisão tomada por um dos irmãos sem participar no 
resto do subsistema (em alguns casos, o pessoal técnico responsável 
pela gestão do caso clínico irá, sem dúvida, aceitar esta parte da 
autoridade). Nesse caso, o falante (geralmente parte da homeostase do 
sistema) pode implicar no processo de investimento familiar. 
 Esclarecer as relações familiares: Nessas famílias, a técnica do 
Genograma parece ter muito sucesso. É simples, atrativo e graficamente, 
onde diferentes elementos da família estão envolvidos no processo de 
descoberta. Diagramas de genealogia mais detalhados podem ser 
 
40 
 
projetados para contato, aliança e coligações. Eles também podem 
determinar mitos, papéis e regras familiares. Durante a exploração do 
genograma familiar, os membros presentes na reunião geralmente ficam 
muito entusiasmados e oferecem comentários e explicações que devem 
ser cuidadosamente administrados pelo terapeuta. Este último deve 
cuidar da linguagem e prestar atenção especial às metáforas negativas 
sobre os idosos (dependência, genes fracos, personalidades reprimidas). 
Na verdade, uma função terapêutica importante é minimizar mitos e 
regras antigas e permitir que as famílias estabeleçam uma nova 
autoimagem. 
 Diante de problemas emergentes, ajude a planejar respostas e a tomar 
decisões: Durante o longo período da vida familiar, o filho mais novo pode 
ser "totalmente autônomo", enquanto os filhos mais velhos podem operar 
de forma independente. Este é um período de relações familiares 
estáveis. À medida que as pessoas mais velhas envelhecem e se tornam 
mais dependentes, é importante que os jovens identifiquem e 
compreendam a necessidade de uma maior interdependência. Não 
apenas entre gerações (entre pais e filhos), mas também entre adultos 
(irmãos). Portanto, ao presenciar o processo de deterioração cognitiva, o 
propósito de determinadas intervenções terapêuticas se limita a ajudar os 
filhos a compreender as necessidades parentais dos pais idosos para 
desencadear a ação da equipe de proteção da família ao doente. A 
pesquisa mostra que um sistema familiar mais organizado pode alcançar 
uma reorganização mais eficaz e é superior em qualidade às famílias 
desorganizadas (Benbow et al., 1993; Huckle, 1994; Qualls, 2000; Zarit & 
Zarit, 1982). 
• São múltiplas as necessidades/conflitos em diferentes fases do ciclo de 
vida: é compreensível que um casal tenha de lidar com o envelhecimento 
dos pais, ou seja, resolver todas as questões formais e informais de 
cuidado, incluindo o recurso à institucionalização); ao mesmo tempo, 
também é capaz de lidar com as difíceis tarefas da adolescência e suas 
obrigações profissionais. Se isso for adicionado, orçamentos familiares, 
espaço para moradia e questões de gênero serão restritos; podemos 
 
41 
 
supor que as famílias com menos recursos econômicos enfrentam 
maiores risco e dentro destas, as mulheres, quem normalmente atribuídas 
as tarefas de cuidado). 
 A intervenção e a terapia familiar na vida adulta podem desencadear 
mudanças importantes no sistema familiar, proporcionando um contexto para o 
tratamento, podendo, neste caso, surgir novas vozes que podem fornecer 
interpretações alternativas da realidade pessoal e familiar. Vozes múltiplas são 
histórias que podem coexistir. Nesse caso, não precisa excluir as histórias "ruins". 
Pode ser deixada que outras vozes ganhem mais poder e tornar as "histórias ruins" 
menos proeminentes. Nesses momentos, os recursos do sistema são aprimorados e 
os comportamentos apropriados são ativamente vinculados. 
A principal limitação das abordagens familiares nessa fase do ciclo vital - a 
dificuldade de aproximação de todos os membros da família - é o fato de que quanto 
mais pessoas ausentes, maior a capacidade do sistema familiar de resistir à 
ansiedade causada pela ansiedade. A urgência da mudança. Portanto, é mais 
provável que o terapeuta se torne um conselheiro familiar e menos provável que se 
torne um terapeuta familiar, afastando-se gradualmente de olhar para a família através 
de uma perspectiva sistemática, escolhendo um caminho às vezes mais óbvio e 
pragmático, que o ajuda a resolver problemas ambientais Ferramentas de 
intervenção. 
 
 
42 
 
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