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Atividade de Epidemiologia

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
CAMPUS CAICÓ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
EPIDEMIOLOGIA E ENFERMAGEM
DISCENTE: ROSANA MEDEIROS DE OLIVEIRA
ESTUDO DIRIGIDO – HISTÓRIA DA EPIDEMIOLOGIA
1) Qual a definição da epidemiologia?
Epidemiologia pode ser definida como a ciência que estuda o processo saúde doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde (ROUQUAYROL; GOLDBAUM; SANTANA, 2013 apud GOMES,2015). De forma simplificada, significa estudo sobre o que afeta a população.
2) Quais as aplicações da epidemiologia nos serviços de saúde?
A epidemiologia tornou-se ao longo dos anos uma ciência ampla e diversos campos de atuação. Dentre as principais aplicações destacam-se: 
- Diagnóstico da situação de saúde, que consiste na coleta sistemática de dados sobre a saúde da população, informações demográficas, econômicas, sociais, culturais e ambientais, que servirão para compor os indicadores de saúde.
- Investigação etiológica, que é um objetivo prioritário da epidemiologia, desde os seus primórdios. 
- Determinação de risco, onde se estima o risco ou probabilidade de que uma doença exista a partir de coeficientes de incidência e prevalência. 
- Determinação de prognósticos, que é feito pelo levantamento de dados sobre determinação do agente etiológico, descrição de quadros clínicos e determinação de fatores de risco. Consequentemente, a partir desses dados é possível quantificar o prognóstico, ou seja, se o indivíduo, caso seja portador de determinada doença terá ou não maior probabilidade de apresentar complicações ou menor/maior tempo de sobrevida.
- Verificação do valor de procedimentos diagnósticos, está diretamente relacionada à clínica médica, pois ela determina o quanto um método diagnóstico reflete a exata condição de saúde de um indivíduo. 
- Planejamento e organização de serviço, que é feito a partir dos indicadores de saúde gerados pelos dados epidemiológicos coletados na população.
3) Quais são os pilares da epidemiologia?
Clínica (saberes sobre saúde-doença), Estatísticas (diretrizes metodológicas quantitativas) e Medicina Social (práticas de transformação da sociedade).
4) Quais os principais acontecimentos históricos envolvendo a epidemiologia no século XIX?
Em suma, principalmente na Inglaterra, Alemanha e EUA, a resposta à problemática política da saúde resultou estreitamente integrada à ação do Estado, constituindo um movimento conhecido como sanitarismo. O advento do paradigma microbiano nas ciências básicas da saúde representou um grande reforço ao movimento sanitarista que, em processo de hegemonização e já então batizado de Saúde Pública, praticamente redefiniu as diretrizes da teoria e prática no campo social da saúde no mundo ocidental. Este foi o contexto em cujo seio alinhou-se a epidemiologia nos seus passos iniciais de constituição como campo científico. 
5) Quais as contribuições de John Snow, Florence Nightingale e Louis Pasteur para a evolução da epidemiologia no século XIX?
A epidemiologia sofreu uma grande revolução a partir dos estudos pioneiros do médico e sanitarista britânico John Snow sobre a epidemia de cólera em Londres (1849-1854). Com base no mapeamento dos casos, dos óbitos, do comportamento da população (consumo de água) e dos aspectos ambientais da localidade em estudo, ele conseguiu incriminar o consumo de água contaminada como responsável pela ocorrência da doença. Esse feito deu a John Snow o título de “Pai da Epidemiologia”, uma vez que conseguiu através de um extensivo e minucioso trabalho de investigação científica – considerado um estudo clássico da Epidemiologia de Campo, determinar a fonte de infecção de uma doença, mesmo sem conhecer seu agente etiológico. 
Louis Pasteur foi um grande contribuinte da Epidemiologia, começando com seus estudos sobre microbiologia sobre o processo de fermentação alcoólica causada pela presença de leveduras em 1863. No ano seguinte, a pedido do Ministério da agricultura, isolou os germes causadores de doença em bichos-da-seda; estudou o carbúnculo do gado e a cólera aviária. A partir de 1880, Pasteur começou a investigar doenças que afetavam os seres humanos. Seu prestígio científico influenciou muitos pesquisadores, entre eles o cirurgião Lord Lister (1827-1912). Os trabalhos de Pasteur sobre putrefação e fermentação sugeriram a Lister que a infecção operatória podia ser causada por microrganismos, então passou-se a usar fenol como antisséptico e se conseguiu reduzir de modo significativo os óbitos pós-operatórios que ocorriam com frequência.
Alguns estudiosos afirmam que Florence Nightingale é considerada uma das precursoras da epidemiologia hospitalar por meio da sua introdução a interpretação estática de dados coletados. Ela promoveu mudanças marcantes com a diminuição da propagação de organismos infecciosos, juntamente às análises epidemiológicas dos motivos das mortes, que proporcionaram evidências científicas da enfermagem. Nightingale desenvolveu métodos de coletas de dados que objetivaram a melhoria da qualidade do atendimento prestado aos feridos, utilizando-se de indicadores (por exemplo, taxa de mortalidade) para provar que, por meio do controle sanitário, as mortes poderiam diminuir.
6) Quais os principais acontecimentos históricos envolvendo a epidemiologia no século XX?
O séc. XX consolidou a medicina científica e o clímax desse processo foi o famoso relatório Medcial Education in the United States and Canada, coordenado por Abraham Flexner publicado em 1910. A partir daí, estabeleceram-se as regras básicas da análise epidemiológica, sobretudo pela fixação dos indicadores típicos da área (incidência e prevalência) e pela delimitação do conceito de risco (Ayres, 1997). Estabelecem-se os principais desenhos de estudos de corte (MacMahon & Pugh, 1960) e os desenhos de caso-controle (Cole,1979), formatos típicos do campo metodológico da Epidemiologia. Houve a importante contribuição de Jerome Cornfield (1912-1979) ao desenvolvimento de formas de estima o risco relativo, além de introduzir técnicas de regressão logística na análise epidemiológica (Last, 2001). Também ocorre um intenso desenvolvimento de técnicas de identificação de casos e a descrição dos principais tipos de bias na investigação epidemiológica (Sackett, 1979). 
A epidemiologia dos anos 1990 buscava com empenho abordagens de síntese ou integração, fomentando novas tendências desde uma epidemiologia molecular. Observou-se renovado interesse pelo desenho e aperfeiçoamento dos estudos agregados, reavaliando-se as suas bases epistemológicas e metodológicas como etapa inicial de um processo de exploração de novas técnicas analíticas. Ademais, o processo de alargamento de horizontes da disciplina se deu com a abertura de novos territórios de pesquisa e de prática, como farmacoepidemiologia, a epidemiologia genética e a epidemiologia de serviços de saúde.
Referências consultadas:
GOMES, Elainne Christine de Souza. Conceitos e ferramentas da epidemiologia. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2015. Disponível em: https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/77. Acesso em: 12 set. 2020
MARTINS, Dayane Franco; BENITO, Linconl Agudo Oliveira. Florence Nightingale e as suas contribuições para o controle das infecções hospitalares. Universitas: Ciências da saúde, Brasília, v.14, n.2, p. 153-166, jul./dez. 2016. Disponível em: https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/cienciasaude/article/download/3810/3274. Acesso em: 13 set. 2020.
SCLIAR, Moacy; ALMEIDA FILHO, Naomar de; MEDRONHO, Roberto. Raízes históricas da epidemiologia. In: ALMEIDA FILHO, Naomar de; BARRETO, Maurício L. Epidemiologia & saúde: fundamentos, métodos, aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. p.5-21.

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