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Epidemiologia: conceito

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EPIDEMIOLOGIA
Patricia Klahr
Epidemiologia: conceito
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 n Conhecer a história da epidemiologia.
 n De� nir o que é epidemiologia.
 n Descrever as áreas de atuação da epidemiologia.
Introdução
Tuas forças naturais, as que estão dentro de ti, serão as que curarão suas 
doenças.
 Hipócrates
Por algum tempo, prevaleceu a ideia de que a Epidemiologia restringia-se 
ao estudo de epidemias de doenças transmissíveis. Hoje, é reconhecido 
que ela trata de qualquer evento relacionado à saúde (ou doença) da 
população e seus respectivos indicadores. Suas aplicações variam desde 
a descrição das condições de saúde da população, da investigação dos 
fatores determinantes de doenças, da avaliação do impacto das ações 
para alterar a situação de saúde até a avaliação da utilização dos serviços 
de saúde, incluindo custos de assistência. Dessa forma, a Epidemiologia 
contribui para o melhor entendimento acerca da saúde da população, 
pois parte do conhecimento dos fatores que a determinam e provê, 
consequentemente, subsídios para a prevenção de doenças. 
Neste capítulo, você vai estudar o conceito e a história da Epidemiolo-
gia, sendo ela uma ciência que estuda os padrões da ocorrência de doença 
em populações humanas e os fatores determinantes desses padrões.
História da epidemiologia
A história da epidemiologia é muita antiga, no entanto, vários registros foram 
encontrados para descrever de que forma alguns estudiosos contribuíram sig-
nifi cativamente para a constituição do conceito, abrangência e áreas de atuação 
da epidemiologia que conhecemos atualmente. A história da epidemiologia 
associa-se à história da medicina e da própria teoria sobre as causas das doenças 
e assim, o conhecimento sobre esses fatos históricos são importantíssimos 
para compreender o contexto atual.
Hipócrates foi um precursor da epidemiologia, considerado por muitos 
o primeiro epidemiologista. Na Grécia antiga, ele contrapôs a teoria de que 
a causa das doenças, morte e cura eram provenientes da ira dos deuses ou 
demônios. Hipócrates era médico e acreditava que o modo como as pessoas 
viviam, conviviam, seus hábitos de higiene, hábitos alimentares e onde re-
sidiam eram fatores determinantes para o processo de saúde-doença e suas 
consequências. Hipócrates estudou as doenças epidêmicas e as variações 
geográficas das condições endêmicas. Para o momento histórico em que ele 
viveu foi uma visão revolucionária (PEREIRA, 2014).
John Snow (Figura 1) é considerado o pai da epidemiologia por muitos 
pesquisadores e estudiosos. No século XIX, em Londres, 1854, durante uma 
epidemia de cólera, o médico britânico John Snow interrompe a teoria mias-
mática (que explicava as causas das doenças a partir da má qualidade do ar, 
oriunda da putrefação de corpos humanos e de animais e da decomposição de 
plantas), por meio de um método científico rigoroso e observacional, ele fez 
uma inovadora descoberta sobre o agente causador da cólera. John, por meio da 
observação sobre os sintomas da doença e sua forma de distribuição/contágio, 
concluiu que existia uma associação causal entre a doença e o consumo de 
água contaminada por fezes dos doentes (ROUQUAYROL; GURGEL, 2013).
Segundo Pereira (2014), além de Hipócrates e John Snow, outros estudiosos 
também contribuíram para a constituição do que é a epidemiologia atualmente, 
entre eles podemos citar John Graunt que no ano de 1662 publicou um tratado 
sobre as tabelas mortuárias de Londres, no qual analisou a mortalidade por 
região e sexo. Apesar de naquela época não existir dados do óbito associado à 
idade, ele selecionou algumas causas como prematuridade e raquitismo para 
associar o número de crianças que morriam antes de completar seis anos de 
idade. Ele foi o primeiro autor a quantificar os padrões de natalidade e morta-
lidade e pela instituição desses coeficientes é considerado o pai da demografia.
Epidemiologia: conceito2
Outro estudioso ligado à epidemiologia que podemos citar é o Francês Pierre 
Louis (1787-1872), ele foi o responsável por introduzir o método estatístico 
na investigação clínica das doenças. Estudou a tuberculose e a febre tifoide, 
mas foi seu estudo sobre a internação hospitalar em Paris e a letalidade da 
pneumonia tratada com “sangria” que foi referenciado como a figura “ideal” 
do clínico dentro do campo que hoje chamamos de epidemiologia clínica 
(PEREIRA, 2014).
Segundo Pereira (2014), Louis Villermé (1782-1863), pesquisou o impacto 
da pobreza e das condições de trabalho na saúde das pessoas e sua associação 
à mortalidade, também é referenciado e reconhecido na epidemiologia. Seu 
trabalho sobre os trabalhadores das indústrias (algodão, lã e seda) é considerado 
clássico por associar o trabalho a desfechos clínicos.
William Farr (1807-1883), sofreu influência de Pierre Louis e Louis Vil-
lermé, e como legado deixou a produção de informações epidemiológicas 
sistemáticas para o planejamento de ações de saúde, como classificação de 
doenças, a descrição das leis das epidemias (Lei de Farr) (PEREIRA, 2014).
Muitos estudiosos contribuíram para a história da epidemiologia e daquela 
época aos dias atuais, muito evolui-se em conhecimento, rigor metodológico 
e científico, a epidemiologia ampliou seus horizontes e concentrou esforços 
no estudo da distribuição das doenças e seus desfechos, ampliando sua busca 
para atuar na prevenção destas ocorrências e redução dos desfechos.
Figura 1. John Snow, o pai da epidemiologia.
Fonte: Wikipédia (2017).
3Epidemiologia: conceito
Conceito de epidemiologia
Inúmeras são as defi nições de epidemiologia, elas evidenciam de que até mesmo 
hoje não há um consenso sobre o melhor conceito a ser adotado. Segundo 
Pereira (2014), as defi nições mais antigas limitam-se às preocupações exclu-
sivas com as doenças transmissíveis e às causas e controles das epidemias. Os 
conceitos mais recentes incluem as doenças não-infecciosas e outros problemas 
de saúde, até mesmo os estados pré-patogênicos e fi siológicos (riscos).
Sendo assim, definir epidemiologia não é uma tarefa fácil devido a sua 
mudança histórica e a sua evolução, no entanto, a compreensão do conceito 
de epidemiologia fica mais acessível quando segmentamos/dividimos sua 
palavra e atribuímos seu real significado etimológico:
EPI = a cerca de/sobre;
DEMÓS/DEMO = povo/população;
LOGOS = estudo.
Inicialmente, podemos compreender epidemiologia como a ciência que 
estuda o que ocorre sobre a/na população. Evoluindo mais esse conceito, 
podemos dizer que a epidemiologia é uma ciência que estuda a distribuição 
das doenças e suas causas na população humana.
Segundo a Associação Internacional de Epidemiologia (1973), o conceito de 
epidemiologia validado é: “O estudo dos fatores que determinam a frequência e 
a distribuição das doenças nas coletividades humanas”. Porém, muitos autores 
conceituam de forma aproximada, mas diferente a epidemiologia.
Segundo Pereira (2014), a epidemiologia é o ramo das ciências da saúde que 
estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes 
dos eventos relacionados com a saúde.
Muitos outros estudiosos contribuíram para a constituição do conceito e aplicações 
da epidemiologia e merecem ser citados, como Fredrich Engels, Edwin Chadwick, 
Rudolf Virchow, Louis Pasteur, Semmelweis, Edward Jenner, Jacques Quetelet, Gregor 
Mendel, entre outros. 
Epidemiologia: conceito4
Os autores Rouquayrol e Gurgel (2013), definem epidemiologia como a: 
[...] ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades huma-
nas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, 
danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas 
específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, e forne-
cendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração 
e avaliação das ações de saúde.
É esse conceito amplamente difundido no meio acadêmico e científico.Independente do conceito literal de epidemiologia, esta se destina ao estudo 
da ocorrência das doenças e não doenças em populações ou amostras repre-
sentativas desta população, e em seu escopo podemos encontrar as doenças 
infecciosas, doenças não infecciosas e os agravos à saúde (integridade física) 
e seu modo de retornar ao estado saudável ou evoluir para morte.
Entre os objetivos epidemiológicos, podemos citar resumidamente, identifi-
car fatores geradores das doenças, descrever a distribuição e a magnitude dos 
problemas de saúde e prover dados para planejamento, execução e avaliação 
das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças que subsidiem a 
tomada de decisão em saúde.
A epidemiologia subsidiou muitas descobertas de fatores etiológicos ao 
longo dos anos e recentemente, repetiu esse processo no Brasil associando a 
Gripe A (H1N1) aos seus respectivos sintomas, alta mortalidade e a seu agente 
causador, uma associação de vírus da gripe suína, das aves e humana que se 
manifestou pela primeira vez em 2009.
O principal papel da epidemiologia não é apenas o estudo e observação, 
mas gerar informações e conhecimentos para que essas situações possam ser 
modificadas, ou seja, gerar a interrupção do processo de saúde-doença em 
uma população e prevenir o reinício desse processo nas gerações futuras. 
Pilares da epidemiologia
Com a evolução do conceito e das aplicações da epidemiologia, que antes se 
restringiam à saúde pública e aos aspectos físicos e biológicos, atualmente, 
ela adentra ao campo clínico e social e assume relevante papel para todas as 
formações em saúde, o que aumenta proporcionalmente sua complexidade. 
Para dar subsídio à essa nova confi guração mais complexa da epidemiologia e 
de suas aplicações, ela passe a utilizar 3 pilares de conhecimento sólidos para 
5Epidemiologia: conceito
subsistir: as ciências biológicas ou da saúde, as ciências sociais e a estatística 
(ROUQUAYROL; GURGEL, 2013).
Quanto às ciências biológicas ou da saúde, apoiam a epidemiologia com 
conhecimentos formados e fornecidos de outras áreas, como a microbiologia, 
parasitologia, imunologia, fisiologia, patologia, clínica, entre outras que abor-
dam o conhecimento sobre as doenças e suas manifestações, o que permite 
atingir maior grau de compreensão na determinação da frequência/ocorrência 
das doenças na população.
Quanto às ciências sociais, elas auxiliam na compreensão da interferência 
do processo de doença no meio social. Essa análise é complexa, pois o hu-
mano pode adoecer dado o meio em que vive, hábitos comunitários e sociais 
e à exposição de fatores de riscos e de proteção. Assim, a associação dos 
conhecimentos biológicos ao meio social passa a ser um pilar fundamental 
que constitui a epidemiologia moderna. 
Quanto à estatística, seu rigoroso método científico para coletar, resumir e 
analisar dados apoia a epidemiologia com sistematizado processo instrumental 
e avanço tecnológico (softwares estatísticos) para qualificar às investigações 
epidemiológicas. Para análise dos inúmeros dados populacionais ou até da re-
presentatividade dos dados amostrais, a epidemiologia faz uso da bioestatística 
para análise e interpretação dos resultados e para planejamento e execução 
dos futuros estudos científicos que refletirão conhecimento para as ações de 
prevenção e controle dos processos de doença. 
A epidemiologia fornece dados e esses são convertidos em 
informações que apoiam o planejamento e a tomada de 
decisão para controle e combate às doenças, cabe à saúde 
pública fazer bom uso dessas informações. As informações 
sobre as ações, estratégias e programas de saúde, que são 
desenvolvidos no Brasil por meio do Ministério da Saúde 
são armazenadas no Portal Saúde. Visite essa página e 
analise as informações lá contidas:
https://goo.gl/ZpzHAF
Epidemiologia: conceito6
Abrangência e atuação da epidemiologia
A epidemiologia continua evoluindo sua ciência e ampliando a abrangência e 
atuação na consolidação de um saber científi co rigoroso e moderno aplicado a 
práticas de saúde. O objetivo da epidemiologia é o de reduzir os problemas de 
saúde na população, para buscar esse objetivo é importante que se conheça a 
distribuição das doenças, dos fatores que determinam esta distribuição e das 
possibilidades de êxito das intervenções destinadas a alterá-las.
Segundo Almeida Filho e Rouquayrol (2006) e Pereira (2014) as principais 
aplicações da epidemiologia compreendem três grandes áreas de atuação/apli-
cação que assumem estreita relação com a definição de epidemiologia. 
1. Informar a situação de saúde da população: essa aplicação incluiu a 
determinação das frequências, o estudo da distribuição dos eventos e o 
consequente diagnóstico dos principais problemas de saúde ocorridos, 
identificação das populações afetadas e a proporção desse problema. 
Um exemplo dessa atuação se deu ao final do século XX, aproxima-
damente uma década após a implementação do sistema único de saúde 
(SUS), o Ministério da Saúde do Brasil investigou os dados estatísticos 
oficiais do Brasil (hoje no DATASUS disponível em: http://datasus.
saude.gov.br/) e descreveu o perfil de morbimortalidade da população 
brasileira. O objetivo principal do Ministério da Saúde foi identificar 
as causas das doenças e da mortalidade da população brasileira no ano 
2000 e descrever a evolução desses dados. Com a análise desses dados 
identificou-se que em 1999, morreram, em média, 34,6 crianças com 
menos de um ano de vida para cada 1.000 que nasceram vivas naquele 
ano no Brasil, e tal valor variou de 53,0 óbitos por 1.000 nascidos vivos 
na região Nordeste até 20,7/1.000 na região Sul. Com essas informações, 
o governantes puderam, na época, definir ações estratégicas a serem 
implementadas de acordo com o perfil epidemiológico da população, 
potencialmente com maior efetividade a partir de um planejamento 
embasado em dados reais.
2. Investigar os fatores que influenciam as situações de saúde: a epi-
demiologia desenvolve e aplica metodologias sistemáticas e efetivas 
para descrever e analisar as situações de saúde, estudando os determi-
nantes do aparecimento (causas) e manutenção dos danos à saúde na 
população, fornecendo dados para o planejamento e organização das 
ações de saúde que possam modificar essas situações. Um exemplo 
de investigação que modificou os conceitos e atuações em causas de 
7Epidemiologia: conceito
doenças se deu no período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, 
pois era elevado o número de pessoas com neoplasias. Nas unidades 
hospitalares, a quantidade de eventos oncológicos era surpreendente, 
havendo inúmeros casos de enfisema pulmonar e câncer de pulmão. 
Naquele momento histórico, o conhecimento vigente era limitado e 
associava essa frequência às armas químicas, má alimentação e poluição. 
Mesmo com esses conhecimentos, as políticas de saúde para diminuir a 
ocorrência do câncer de pulmão não mostravam resultados positivos. Foi 
então que dois pesquisadores, Richard Doll e Austin Hill, ao visitarem, 
nos hospitais, pacientes com câncer de pulmão, perceberam que quase 
todos relatavam o hábito de fumar. Posteriormente, eles acompanharam 
os hábitos de vida de mais de 40.000 médicos britânicos e perceberam 
que no grupo de fumantes havia muito mais casos de câncer de pulmão 
que no de não fumantes, estabelecendo assim a primeira associação 
do tabagismo ao câncer de pulmão (DOLL; HILL, 1999). Inúmeras 
ações em saúde foram realizadas a partir desta definição para reduzir 
o número de fumantes e assim minimizar o risco da doença. 
3. Avaliar o impacto das ações propostas para alterar situação exis-
tente: essa atuação envolve questões relacionadas à determinação da 
utilidade e segurança das ações isoladas, dos programas e dos serviços de 
saúde. Da mensuração do impacto de resolução ou não das medidas ado-
tadas. Um grande exemplo desse item são as campanhas de imunização 
existentes no país. Devido aos estudos que identificaram a distribuição 
das doenças eas suas causas, inúmeras vacinas foram produzidas e 
distribuídas na população e o impacto foi a erradicação de algumas 
doenças como poliomielite e a redução significativa de outras como 
sarampo e rubéola. Outro exemplo é a vacinação gratuita de idosos, 
pois o Ministério da Saúde analisando as informações epidemiológicas 
e percebendo que um dos principais motivos de internação entre os 
idosos é a pneumonia (sua principal causa é a gripe), vem utilizando 
a vacina contra a influenza como medida de redução da pneumonia, 
redução da internação hospitalar e redução da mortalidade. A epide-
miologia possibilita o avanço do conhecimento sobre os determinantes 
do processo de saúde-doença, assim como ocorre no contexto coletivo, 
contribuindo para o avanço no conhecimento das causas-clínicas e 
interferência nesse processo, mas além de interferir é necessário avaliar 
se esse processo tem se mostrado eficaz.
Epidemiologia: conceito8
Epidemiologia em ensino e pesquisa
Com a evolução da ciência e tecnologia, a epidemiologia tem atuado na ava-
liação de procedimentos e serviços de saúde, na vigilância epidemiológica e 
diagnósticos, no acompanhamento da situação de saúde das populações e no 
ensino e pesquisa em saúde.
Dado ao crescimento e destaque que o ensino e a pesquisa epidemiológica 
têm no contexto atual, vamos falar um pouco mais a cerca deste tema, também 
porque são as pesquisas epidemiológicas que têm fundamentado todas as de-
mais áreas de atuação e decisões em saúde abordadas e descritas anteriormente.
Acompanhando a mudança de perfil dos processos de doenças (redução 
das epidemias e crescimento dos processos crônico-degenerativos), a epide-
miologia progrediu por meio da pesquisa para determinar as condições de 
saúde da população, para associar os agentes causadores e fatores de riscos 
às doenças e principalmente avaliar o efeito e a segurança das intervenções 
em saúde, propostas para alterar a incidência ou a evolução das doenças. Com 
essa evolução, o nível de ensino e estudos sobre os fatores epidemiológicos 
necessitaram ser aprofundados e diversificados. Emergiram vários grupos de 
estudiosos propondo novas formas de análise e estudos para a epidemiologia 
clínica e social.
Para alcançar todos esses objetivos, a pesquisa em epidemiologia necessitou 
de maior robustez, e vários segmentos de pesquisa foram criados, acreditados 
e sistematizados para que o processo de pesquisa se torne cada vez mais 
válido e confiável, gerando informações precisas, sem vieses, que possam 
embasar as futuras ações em saúde e modificar o perfil e processo de doenças 
(prevalências e incidências). Foi necessário adotar procedimentos de grande 
complexidade analítico, clínico e estatístico, oportunizando novos e mais 
aprofundados estudos nesse campo do saber (FLETCHER, R.; FLETCHER, 
S.; FLETCHER, G., 2014).
O primeiro tratado da epidemiológica moderna foi escrito por Jerry Morris em 1957 
e era intitulado de Os usos da epidemiologia. Essa obra compreendia 7 capítulos que 
analisavam a utilidade potencial desta ciência. (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2006)
9Epidemiologia: conceito
Segundo Fletcher, R., Fletcher, S. e Fletcher, G. (2014), os estudos e pesqui-
sas epidemiológicas mais conhecidos são as coortes (estudos longitudinais); os 
estudos de caso-controle (estudo retrospectivo para identificação de causas); 
os estudos transversais (verificam prevalências e associações) e os estudos de 
intervenção (medem o efeito das intervenções para determinado propósito), 
estes farão parte dos estudos e pesquisas de sua vida de estudante.
A epidemiologia associou muitas doenças, seus sinais e sintomas às suas causas, por 
exemplo: 
 n diabetes ao consumo excessivo de açúcares;
 n hipertensão ao consumo excessivo de sal;
 n doenças cardiovasculares ao sedentarismo;
 n câncer de pulmão ao tabagismo;
 n leucemia à exposição de raio X durante a gestação;
 n mortalidade infantil à condição social;
 n trombose venosa ao uso de anticoncepcionais;
 n transmissão do HIV e comportamento sexual;
 n infarto agudo do miocárdio e colesterol;
 n cáries dentárias a não inserção de flúor no sistema de abastecimento de água;
 n mortalidade infantil a não amamentação materna.
Epidemiologia: conceito10
1. Marque a alternativa que apresenta 
o conceito de Epidemiologia:
a) É uma ciência que fornece 
dados para tomada de decisão.
b) É a ciência que estuda o processo 
saúde-doença em coletividades 
humanas, analisando a 
distribuição e os fatores 
determinantes das enfermidades, 
danos à saúde e eventos 
associados à saúde coletiva.
c) É uma disciplina dos cursos 
da saúde que estuda os 
delineamentos de estudos 
epidemiológicos.
d) Epidemiologia é o método 
de pesquisa que estuda o 
processo saúde-doença em 
coletividades humanas.
e) Epidemiologia é o mecanismo 
de controle ou erradicação de 
doenças baseadas em dados 
da população obtidos em 
estudos epidemiológicos.
2. Segundo a história da Epidemiologia 
e as descobertas epidemiológicas, 
marque a alternativa que apresenta 
o nome de quem é considerado 
o pai da Epidemiologia:
a) Hipócrates.
b) John Graunt.
c) Pierre Charles Alexandre Louis.
d) Louis Villermé.
e) John Snow.
3. Considerando as aplicações 
da Epidemiologia, marque 
a alternativa correta:
a) Descrição das condições 
de saúde da população, 
investigação dos fatores 
determinantes de doenças, 
inferência estatística de 
um estudo científico.
b) Inferência estatística de um 
estudo científico, avaliação da 
utilização dos serviços de saúde 
e avaliação do impacto das ações 
para alterar a situação de saúde.
c) Descrição das condições 
de saúde da população, 
investigação dos fatores 
determinantes de doenças, 
avaliação da utilização dos 
serviços de saúde e avaliação 
do impacto das ações para 
alterar a situação de saúde.
d) Avaliação da utilização dos 
serviços de saúde, descrição 
das condições de saúde da 
população, investigação dos 
fatores determinantes de 
doenças e inferência estatística 
de um estudo científico.
e) Não há aplicação da 
epidemiologia.
4. Considerando as áreas de atuação 
da Epidemiologia, marque a 
alternativa que apresenta apenas 
as áreas de atuação corretas:
a) Avaliação de procedimentos 
e serviços de saúde, 
acompanhamento da situação 
de saúde das populações, 
intervenções na fauna e flora.
b) Ensino e pesquisa em saúde, 
vigilância epidemiológica e 
diagnóstico, acompanhamento 
da situação de saúde das 
populações e acompanhamento 
da mudança na fauna e flora 
11Epidemiologia: conceito
para intervenções futuras.
c) Vigilância epidemiológica e 
diagnóstico, acompanhamento 
da mudança na fauna e flora 
para intervenções futuras e 
acompanhamento da situação 
de saúde das populações.
d) Acompanhamento da 
mudança na fauna e flora 
para intervenções futuras, 
ensino e pesquisa em saúde, 
avaliação de procedimentos 
e serviços de saúde, vigilância 
epidemiológica e diagnóstico, 
acompanhamento da situação 
de saúde das populações.
e) Ensino e pesquisa em saúde, 
avaliação de procedimentos 
e serviços de saúde, vigilância 
epidemiológica e diagnóstico, 
acompanhamento da situação 
de saúde das populações.
5. Quais as áreas de graduação 
do Ensino Superior que 
formam epidemiologistas?
a) Apenas médicos, 
engenheiros e geógrafos.
b) Apenas nutricionistas, 
farmacêuticos e 
assistentes sociais.
c) Apenas dentistas, estatísticos 
e educadores físicos.
d) Apenas profissionais 
da área da saúde.
e) Todo e qualquer profissional 
de qualquer área.
Epidemiologia: conceito12
ALMEIDA FILHO, N. de; ROUQUAYROL, M. Z. Introdução à epidemiologia. 4. ed. rev. 
ampl. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE EPIDEMIOLOGIA. Guia de métodos Enseñanza. IEA/
OPS/OMS. Publicação Científica, n. 266, 1973.
DOLL, R.; HILL, B. Smoking and carcinoma of the lung. British Medical Journal, London, 
p. 739-748, 30 set. 1950. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/
PMC2038856/pdf/brmedj03566-0003.pdf>. Acesso em: 23 ago.2017.
FLETCHER, R. H.; FLETCHER, S. W.; FLETCHER, G. S. Epidemiologia clínica: elementos 
essenciais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
JOHN SNOW. In: Wikipédia, 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/
John_Snow>. Acesso em: 24 ago.2017.
PEREIRA, M. G. Epidemiologia: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
ROUQUAYROL, M. Z.; GUERGEL, M. (Org.). Epidemiologia e saúde. 7. ed. Rio de Janeiro: 
MedBook, 2013.
Leituras recomendadas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA. A Epidemiologia 
nos serviços de saúde: texto extraído do “II Plano Diretor para o Desenvolvimento 
da Epidemiologia no Brasil: 1995-1999” da Comissão de Epidemiologia, ABRASCO, 
Rio de Janeiro, 1995. Informe Epidemiológico do SUS, Brasília, DF, v. 6, n. 3, p. 7-14, jul./
set. 1997. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/iesus/v6n3/v6n3a02.pdf>. 
Acesso em: 23 ago. 2017.
JEKEL, J. F.; KARTZ, D. L.; ELMORE, J. G. Epidemiologia, bioestatística e medicina preventiva. 
2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
13Epidemiologia: conceito
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