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2 UNIDADE GRA1140 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GR0037211 - 202110 ead-8873 04

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TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO
E FUNDAMENTOS DA GESTÃO
PÚBLICA
CAPÍTULO 2 - QUAIS OS
INSTRUMENTOS E MECANISMOS DE
CONTROLE QUE CARACTERIZAM A
GESTÃO PÚBLICA?
Anderson Rafael Nascimento
INICIAR
Introdução
Você já sentiu uma desarmonia entre o que os governantes fazem e o que a
sociedade deseja? Imaginamos que sim, pois muitas vezes o mundo político
e a esfera pública passam a atuar de maneira independente dos anseios
sociais. Essa questão nos aponta para a necessidade de controle sobre a
ação da gestão pública, pois com isso é possível aproximar o desejo da
sociedade e a ação dos governos. Além disso, permite também corrigir
eventuais desvios e até mesmo a corrupção que corrói nosso sistema
público.
Dessa forma, controle e gestão pública são elementos complementares,
tanto em uma dimensão de alcançar os meios desejados pela sociedade,
quanto no controle dos fins para que o governo faça o que a sociedade
deseja. Isso passa pela ideia de burocracia, que estipula um mecanismo
racional de controle, mas passa também por elementos externos que estão
atentos aos atos dos governos.
Nesse capítulo você entenderá como funcionam essas diferentes formas de
controle, desde os mecanismos mais republicanos como a fiscalização e os
freios e contrapesos entre poderes, até mesmo os mecanismos mais
avançados de controle interno como controladoria e ouvidorias.
Vamos em frente para entender os controles na gestão pública. Siga firme! 
2.1. Os poderes da administração
pública
O Estado moderno se divide em estruturas que podem ser pensadas a
partir de um corpo. Usando essa metáfora, podemos pensar que o
Legislativo cumpre a função da cabeça, que planeja os passos a serem
dados e que está acima do corpo. O Executivo representa os braços e as
pernas que conduzem o corpo e seus movimentos. O Judiciário, por sua vez,
é o córtex cerebral cuja função é julgar o que é certo ou errado. Assim como
em um corpo, essas partes convivem e se relacionam. Vamos analisar como
se dá o relacionamento dessas partes e o papel do gestor nesse processo.
2.1.1 O papel do gestor público diante dos poderes da
administração pública
São muitos os controles que são exercidos por um gestor público e o Brasil
tem aprimorado os mecanismos para evitar e corrigir distorções e
corrupção. Há, contudo, um longo caminho ainda pela frente. Nessa sessão
você irá conhecer alguns conceitos sobre o controle governamental.
Iniciamos com o principal que é o entendimento do controle da sociedade
sobre o governo que pode ser feito de forma direta, mas que também pode
usar as estruturas institucionais de controle. Nesse capítulo
apresentaremos também como ocorre o controle e as relações entre os
poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 
2.1.2 A sociedade e o controle da gestão pública
O ato da gestão pública está compreendido em um tempo e em um espaço,
mas não se pode perder de vista as raízes históricas de cada localidade,
nem a projeção futura das consequências de cada ação. Para o nível do
empreendimento comunitário e mesmo dos limites municipais, o gestor
público é o agente responsável por criar perenidade nos projetos políticos
demandados pela sociedade.
Afinal de contas, quem são os gestores em qualquer estrutura
governamental? Por exemplo, um prefeito é um gestor público? Um
vereador é um gestor público? Um secretário de governo é um gestor
público? O presidente é o gestor público? Os gerentes de repartições são
gestores públicos? Todos são gestores públicos, pois são agentes estatais.
Os gestores das organizações sociais ou organizações não governamentais
são gestores públicos? Análises realizadas para essas organizações
(REZENDE, 2008; SCHMIDT, 2008) demonstram que pela difusão do
controle público esses cargos não poderiam ser considerados gestores. Isso
aponta a direção que o gestor público é o agente público que projeta ações
com base no interesse da coletividade e que é passível de controle social e
de tutela burocrática. 
Figura 1 - As audiências públicas e a participação é uma importante
forma de escuta das demandas da sociedade. Fonte: sirtravelalot,
Shutterstock, 2018.
VOCÊ QUER LER?
Deslize sobre a imagem para Zoom
O texto “Controle Social nas Políticas Públicas”, é um bom resumo para
compreender o controle social e sua importância. Como a autora diz, “o
controle social pode ser realizado tanto no momento da definição das
políticas a serem implementadas, quanto no momento da fiscalização, do
acompanhamento e da avaliação das condições de gestão, execução das
ações e aplicação dos recursos financeiros destinados à implementação de
uma política pública” (SERAFIM, 2008, p. 1). Leia na íntegra em:
<http://epsm.nescon.medicina.ufmg.br/dialogos3/Biblioteca/Artigos_pdf/Co
ntrole_Social_das_politicas_publicas-REPENTE_Instituto_Polis.pdf
(http://epsm.nescon.medicina.ufmg.br/dialogos3/Biblioteca/Artigos_pdf/Controle_Social_das_politi
cas_publicas-REPENTE_Instituto_Polis.pdf)>.
Assim, a formação do gestor deve contemplar a política, pois ele precisa ser
sensível para compreender as demandas da sociedade e, sobretudo, os
instrumentos da burocracia para saber dialogar com as dimensões de
controle e a estrutura permanente do Estado.
Assim, os primeiros tipos de controle de qualquer gestor público que se
curvam são o social e o burocrático, pois isso define as distinções e as
relações entre governo e administração pública.
Sobre o controle burocrático, Max Weber (1966) desenvolveu a ideia de um
modelo ideal de funcionamento de qualquer organização e o nomeou como
burocracia.
Max Weber é considerado um dos pais da sociologia. Ele constrói o
conceito de burocracia como resultado de uma série de pesquisas
realizadas desde o campo da sociologia das religiões até o entendimento
das relações campesinas de trabalho.
VOCÊ O CONHECE?
http://epsm.nescon.medicina.ufmg.br/dialogos3/Biblioteca/Artigos_pdf/Controle_Social_das_politicas_publicas-REPENTE_Instituto_Polis.pdf
Para ele, a administração pública deveria idealmente seguir alguns
princípios (destacamos os mais importantes):
 
o negócio oficial é conduzido com base em conhecimento empírico;
o dever do funcionário de fazer algo é estabelecido de forma
impessoal;
o funcionário tem autoridade necessária para cumprir sua função;
a hierarquia é estabelecida de forma vertical, ou seja, cada posto de
trabalho está associado a uma chefia;
a renda e os negócios privados são cuidadosamente separados das
questões públicas;
todas as ações devem ter critérios de formalismos.
 
Talvez ao ler esses princípios você tenha ficado em dúvida sobre algumas
coisas. O importante é perceber que diversos deles são cotidianos, ainda
mais quando lidamos com a questão da gestão pública. Por exemplo,
quando falamos que um funcionário público só pode ser selecionado via
concurso é com base no primeiro princípio. Além disso, o excesso de papel
nas repartições públicas tem relação com o último princípio, já que todos os
atos devem ser formalizados.
Por fim, a criação desse modelo por parte desse sociólogo levou em conta
uma perfeita distinção entre a esfera do público e do privado. Esse aspecto
nem sempre é nitidamente distinguido no caso brasileiro, pois aqui, em
muitos casos, o Estado é usado como forma de alçar os interesses do grupo
dominante acima de todos os outros cidadãos.
Uma distinção importante que pode nos auxiliar na compreensão do
conceito de administração pública é uma pretensa dicotomia entre técnica e
política. Alguns autores de maneira errônea simplificam a administração
pública como a parte técnica da gestão, enquanto os mandatários ficam
com a parte política.
Importante destacar, assim como fez Keinert (2007) em um estudo
referencial sobre a administração pública no Brasil, que o que se coloca
desta maneira é o fato de que todos os processos, querendo ou não, são
políticos, inclusive a sua implementação. Portanto, a atividade da
administração pública é sempre uma atividade de caráter político.
Essa dicotomia nos auxilia, mas não resolve e pode atrapalhar a
compreensão de estratégias participativas,pois poderia nos levar a
conclusões errôneas de que os administradores públicos são responsáveis
Figura 2 - A forma burocrática de gestão pressupõe uma estrutura
hierárquica e comando único que muitas vezes é demonstrada pelos
organogramas. Fonte: Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
e detentores de uma técnica e, com isso, podem deixar a esfera política de
lado.
Assim, é legítimo que um novo governo altere algumas questões da forma
como a administração pública funciona e, além disso, que modifique sua
forma de governar. Ele trará também, junto consigo, as pessoas que
sustentem um projeto político vitorioso. Essas pessoas serão também
representantes desse grupo em diferentes momentos e instituições,
inclusive nos conselhos de políticas públicas. Essas serão aquelas que
defenderão o posicionamento do governo em relação às temáticas
debatidas nos conselhos e trarão outras pautas que foram sustentadas no
processo eleitoral.
Nesse sentido é que são agentes políticos e responsáveis por encaminhar
as questões debatidas no nível do conselho para a estrutura técnica e
permanente da máquina pública. Assim, seria fundamental que, como uma
forma de valorizar o espaço conquistado, a interlocução entre governo e
sociedade seja mediada por pessoas com poder de realizar e encaminhar as
demandas esperadas.
Portanto, aqui verificamos a relação entre o controle burocrático que pode
ser exercido pela estrutura permanente das organizações públicas e os
governos que ficarão por um determinado período de tempo.
2.1.3 O governo no Poder Executivo e sua relação com o
Legislativo e o Judiciário
O governo é uma estrutura temporária para a coordenação do aparato do
Estado, remetendo diretamente à ideia de algo que é demarcado no tempo.
Entretanto, essa ideia não pode ser compreendida sem dois conceitos
associados a ela: primeiro, a noção sobre a separação de poderes; e,
segundo, a questão da escolha dos governos.
A Constituição de 1988 traz em seu Artigo 2 o princípio da divisão de
poderes. “são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988). O princípio consiste
em “confiar cada uma das funções governamentais (executiva, legislativa e
jurisdicional) a órgãos diferentes” (SILVA, 2000, p. 112). Cada um dos
o
poderes possui uma função “predominante que o caracteriza como detentor
de parcela da soberania estatal, além de outras funções previstas no texto
constitucional” (MORAES, 2001, p. 365).
Nossa Constituição de 1988 expressou a independência e a harmonia
necessária entre os poderes para o controle do Estado. Independência
significa que a entrada e a permanência das pessoas em um poder não
depende da vontade dos outros poderes. Além disso, a ação de um poder
não depende de consulta e nem de autorização do outro. Por fim, cada
poder é livre para organizar seu funcionamento, sempre com base no
princípio da legalidade. A harmonia, por sua vez, é respeito que cada poder
deve ter para com as prerrogativas do outro poder.
Contudo, essa harmonia não é absoluta, pois existem exceções e a
existência de interferências. São elas que vão dar as medidas de força no
sistema de freios e contrapesos. Dessa forma, a harmonia resulta da busca
incessante pelo equilíbrio, pela superação do arbítrio e do desmando de um
poder se sobrepondo a outro.
Quando falamos que o governo tem uma dimensão temporária não fizemos
referência ao tamanho dessa temporalidade, assim, podemos nos
perguntar: seria importante que um juiz do trabalho ficasse em uma cidade
ou região por apenas um ano? Nesse caso é importante que a estrutura de
justiça tenha uma dimensão mais permanente, mas claro que as trocas são
sempre possíveis e podem ser importantes para o desenvolvimento da
estrutura de justiça. Fizemos essa pergunta justamente para começarmos a
pensar sobre a tensão entre estruturas mais perenes e outras que devem
ser alteradas com o passar do tempo, para refletir sobre as mudanças
sociais que podem causar.
Nosso exemplo trouxe o caso de um juiz do trabalho propositadamente
para demonstrar que este ator também faz parte do Estado e, portanto, é
um servidor público e pode até mesmo ser um gestor se assumir funções
de coordenações em um tribunal, por exemplo. Além disso, o exemplo
permite demonstrar também a relação entre poderes, pois o Poder
Judiciário faz parte do Estado, que tem também o Poder Legislativo e o
Poder Executivo. Vamos conceituar um pouco mais sobre esses poderes e,
principalmente, a relação entre eles.
O Poder Legislativo é responsável pelo estabelecimento de normas gerais
e abstratas que regem a vida em sociedade. Portanto, é essa instância que
estabelece as leis, que são comandos concretos voltados para pessoas
indeterminadas. O Legislativo está presente nas três esferas de governo
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), porém com pequenas
alterações para cada uma, ou seja, para o Legislativo municipal votamos no
vereador, para o estadual votamos no deputado estadual, já para o nível
federal temos uma estrutura bicameral na qual votamos no deputado
federal e nos senadores. Além da elaboração das leis, cabe ao Poder
Legislativo fiscalizar o Poder Executivo e os seus atos.
O Poder Executivo consiste em agir e aplicar aquilo que a lei manda.
Podemos dizer que todo aquele que compra uma mercadoria irá pagar o
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias – ICMS. Isso é uma lei. Todavia,
cobrar de uma pessoa específica o valor correspondente ao imposto é um
ato executivo. Portanto, o Poder Executivo executa as ações de governo e
comanda a máquina do Estado com base nas leis (legalidade).
O Poder Judiciário corresponde à função jurisdicional e dirime possíveis
controvérsias que surgem na aplicação da lei e na garantia do cumprimento
dela. Em suma, a função do Judiciário é aplicar de forma definitiva a lei.
Quando falamos em temporalidade ou como nomeamos cotidianamente os
mandatos, nos referimos especificamente ao Legislativo e ao Executivo, que
são eleitos como nossos representantes no momento da eleição.
2.2. A responsabilidade fiscal e o
gestor público
Nessa seção debateremos a Lei de Responsabilidade Fiscal e os seus
instrumentos. Essa lei foi fundamental para criar um padrão nos
procedimentos orçamentários e de prestação de contas por parte dos
órgãos públicos. Além disso, esta lei buscou consolidar também a dinâmica
de prestação de contas e transparência dos gastos públicos, o que facilita o
controle social. 
2.2.1 A Lei 101/2000 e o papel do gestor público
O cuidado fiscal deve ser o pilar de qualquer administração pública, pois
instabilidades orçamentárias e financeiras podem prejudicar o cidadão no
seu dia a dia e, sobretudo, gerar descrédito da função do Estado. Com isso,
a responsabilidade fiscal ganhou importância desde o início do último
século e leis específicas para evitar esses prejuízos. A Lei de
Responsabilidade Fiscal, Lei n. 101/2000 (BRASIL, 2000), é a principal
iniciativa nesse sentido, pois consolidou um mecanismo de transparência,
controle e responsabilização. Vamos estudar um pouco mais sobre ela.
2.2.2 Breves explicações sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal -
LRF
No início do século XXI, o Brasil ainda buscava a consolidação de sua
estrutura macroeconômica e, sobretudo, um maior controle sobre os gastos
governamentais. Esse foi o contexto de surgimento da Lei de
Responsabilidade Fiscal (Lei n. 101/2000) que passou a estabelecer
parâmetros para os gastos públicos dos entes federativos: União, estados e
municípios.
Em outro sentido, essa lei buscou ampliar o processo de transparência nos
gastos públicos e, assim, fomentar o maior controle social dos governantes.
Portanto, diante desse novo quadro legal e, sobretudo, na tentativa de
consolidar a estrutura financeira do país, cabe ao gestor público executar
seu papel em uma perspectiva de zelo técnico e fomento à transparência
pública para ampliar o controle do Estado pela sociedade.
Os parâmetros instrumentos da LRF para controle dos gastos públicos,
estipuladospor ela mesma, estabelecem o limite de gasto com pessoal e
para o endividamento das organizações públicas. Dessa forma, a partir
dessa lei, nenhum governante pode criar uma nova despesa continuada
(aquelas que permanecem por mais de dois anos) sem indicar sua
específica fonte de receita ou sem reduzir outras despesas já existentes.
Essa foi uma tentativa de controlar a criação de despesas sem a devida
receita evitando deixar restos a pagar para outras gestões. Nos anos de
eleição, os mecanismos de controle dessas despesas continuadas ficam
ainda mais fortes, por exemplo: 
as operações de crédito e a antecipação de receita orçamentária (ARO) fica
impedida;
proibição de contrair despesa que não possa ser paga no mesmo ano.
Assim, as despesas só́ podem ser transferidas se houver disponibilidade de
caixa; 
proibido aumentar a despesa de pessoal nos Poderes Legislativo e
Executivo nos 06 meses antes do final do mandato dos chefes do Poder
Executivo.
O gasto com pessoal passou a ser regulado por alguns percentuais das
receitas, buscando criar uma relação entre o que se gasta e o que se
arrecada, conforme a Lei n. 101/2000, Artigo 19 (BRASIL, 2000). 
União: até 50% da receita corrente líquida pode ser utilizada para
pagamento de pessoal (37,9% para o Poder Executivo, 6% para o
Judiciário, 2,5 % para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas,
3% para custeio de despesas do DF e de ex-territórios federais e 0,6 % para
o Ministério Público da União); 
Estados: os limites máximos para gastos com pessoal podem chegar a 60%
da Receita Corrente Líquida (49% para as despesas de pessoal do
Executivo, 3% para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas, 6%
para o Poder Judiciário e 2% para o Ministério Público); 
Municípios: os limites máximos para gastos com pessoal não podem
ultrapassar 60% da Receita Corrente Líquida (54% para o Executivo e 6%
para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas). 
Quando o governante constatar que esses limites estão sendo
ultrapassados, ele terá o prazo de 08 meses para correções e alterações.
Caso esses excessos continuem a existir mesmo após esse prazo, o
governante poderá sofrer penalizações. 
2.2.3 A transparência e o controle possibilitado pela LRF
Apontamos anteriormente que além do parâmetros de funcionamento da
administração pública, a LRF colaborou também com o processo de
transparência dos gastos públicos e, por isso, a sociedade pode utilizar
desses mecanismos para o controle do governo. Isso não tem relação só
com os maus governantes, mas pode ser também uma forma de beneficiar
os governantes zelosos com a coisa pública, que podem receber benefícios
eleitorais ou mesmo relações de parcerias mais confiáveis com agentes do
mercado e da sociedade civil.
De acordo com a LRF, a cada quatro meses terá que ser publicado o
Relatório de Gestão Fiscal que vai informar, em linguagem simples e
objetiva, as contas de todas as esferas de governo. Os entes públicos
deverão garantir amplo acesso público aos relatórios de gestão, inclusive
por meio da internet e de portais de transparências. 
Para exemplificar alguns meio de promover a transparência pública veja o
site do Portal da Transparência da União disponível em:
<www.portaltransparencia.gov.br/ (http://www.portaltransparencia.gov.br/)>. Há
alguns portais da transparência estaduais:
Distrito Federal <www.transparencia.df.gov.br
(http://www.transparencia.df.gov.br/)>;
Goiás <www.transparencia.go.gov.br/ (http://www.transparencia.go.gov.br/)>;
Roraima <www.transparencia.rr.gov.br/ (http://www.transparencia.rr.gov.br/)>.
Há também exemplos de portais da transparência municipais:
Campos dos Goytacazes (RJ) <https://transparencia.campos.rj.gov.br/
(https://transparencia.campos.rj.gov.br/)>;
Ipaussu (SP) <http://www.transparenciacidadao.com.br/?idCidade=14
(http://www.transparenciacidadao.com.br/?idCidade=14)>;
Sete Lagoas (MG) <http://transparencia.setelagoas.mg.gov.br/
(http://transparencia.setelagoas.mg.gov.br/)>.
VOCÊ QUER LER?
http://www.portaltransparencia.gov.br/
http://www.transparencia.df.gov.br/
http://www.transparencia.go.gov.br/
http://www.transparencia.rr.gov.br/
https://transparencia.campos.rj.gov.br/
http://www.transparenciacidadao.com.br/?idCidade=14
http://transparencia.setelagoas.mg.gov.br/
A Lei de Responsabilidade Fiscal prevê penalização, responsabilização do
gestor pelos atos em que houver descumprimento das normas que
estabelece e como exemplos de sanções institucionais, aquelas que incidem
sobre o Estado ou o município, temos:
Há também as sanções pessoais previstas em uma lei ordinária, a Lei de
Crimes de Responsabilidade Fiscal (Lei n. 1079, de 10 de abril de 1950).
Segundo essa lei, os governantes poderão ser punidos, por exemplo, com
perda de cargo, proibição de exercer emprego público, pagamento de
multas e até prisão (BRASIL, 1950).
A fiscalização dos descumprimentos da Lei de Responsabilidade Fiscal é
uma atribuição administrativa do Tribunal de Contas da União, dos estados
e dos municípios. Contudo, a aprovação do parecer do tribunal será
submetida ao Poder Legislativo. Essa é mais uma demonstração da relação
entre poderes que trabalhamos no tópico anterior sobre o poderes do
Estado. 
2.2.4 A accountability e a gestão pública 
A Lei de Responsabilidade Fiscal foi o último estágio de um ciclo de
reformas da administração pública realizado durante a década de 1990. A
maior parte dessas reformas serão estudadas na seção seguinte. Contudo,
 Quadro 1
- Sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Fonte: Elaborado pelo autor,
adaptado de BRASIL, 2018c.
Deslize sobre a imagem para Zoom
é importante, para esse momento, compreendermos o conceito de
accountability, que está muito associado à responsabilidade fiscal e ao
gerencialismo. Esse conceito ainda não tem uma tradução adequada para o
português, mas ele expressa um processo que passa pela ideia de uma
relação entre os beneficiários de um determinado serviço público, a tomada
de decisão sobre o melhor serviço e os resultados alcançados.
De forma geral, o conceito de accountability busca criar uma relação de
prestação de contas dos atos realizados pela administração pública e um
constante diálogo com os envolvidos nas políticas para a melhor aplicação
dos recursos. Esse conceito tem raízes na ideia de eficiência e no controle
gerencial dos meios para alcançar os resultados desejados pela população
em geral.
Portanto, essa ideia buscou responder à crise gerada pelo atendimento
deficiente ao cidadão por parte do Estado, ou seja, os usuários dos serviços
públicos, além de mostrarem nível elevado de insatisfação com a qualidade
no atendimento, passaram também a exigir a prestação de um serviço de
qualidade. Dessa forma, fica estabelecida uma ponte entre a realização do
serviço e os interesses que este serviço envolve.
Esse contexto deu margem para a transferência de serviços que antes eram
feitos em entidades estatais para outras organizações (empresas,
fundações, organizações não governamentais) e permitiu a criação de
parâmetros para o funcionamento dessas relações. Os contratos foram os
mecanismos utilizados para normatizar essa relação e, com isso, estipular
resultados nos quais as organizações conveniadas deveriam se pautar.
Portanto, a ideia de accountability está associada à visão de uma outra
forma administrativa, menos burocrática e mais pautada pelos resultados
do que pelo meio. Com isso, cria-se uma intenção de qualidade de serviços
e, principalmente, agilidade nesses serviços.
Os mecanismos participativos podem ser um importantes tipos de escuta
da sociedade em geral para alcançar esses resultados mais próximos do
que a sociedade espera. Esses mecanismos podem ser também fonte de
controle dos atos governamentais, possibilitando, assim, uma maior
aderência do Estado aos interesses da sociedade. O Brasil evoluiu muito em
termos dessa participação e do funcionamento desses mecanismos.
Exemplos como Conselhos de Políticas Públicas, Comissões bipartites,
Fóruns Participativos, Audiências Públicas sãocada vez mais comuns no
cotidiano da administração pública e isso demonstra o interesse em
aproximar, cada vez mais, os beneficiários do processo de tomada de
decisão. 
CASO
O gestor de uma Unidade de Saúde percebeu uma
grande diminuição dos atendimentos pediátricos em
sua unidade. Aquilo o deixou intrigado, pois percebeu,
a olhos vistos, que não havia uma diminuição dos
nascimentos, portanto, do público-alvo de sua
pediatria. Ao mesmo tempo, a prefeitura do município
aumentou o salário dos médicos pediatras, ou seja, o
gestor verificou que estava tendo uma despesa maior
para um resultado menor. Resolveu, então, passar a
investigar o porquê dessa diminuição.
Em um primeiro momento procurou a Ouvidoria do
município para verificar se existiam queixas em
relação à Unidade ou até mesmo em relação aos
médicos. Não encontrou nada. Em seguida, passou a
conversar diariamente com sua equipe médica, mas
também não conseguiu encontrar algo que explicasse
a diminuição.
Certo dia, o gestor teve uma ideia: ir até o Conselho de
Saúde do município para verificar se lá existia alguma
hipótese. Na reunião do Conselho ouviu algumas
opiniões sobre a Unidade de Saúde e a desconfiança
que as pessoas tinham de que lá não havia um bom
atendimento.
Contudo, a melhor ideia dada pelos Conselheiros foi a
de que o gestor fosse até outros órgãos da prefeitura
para ouvir a opinião dos munícipes. O gestor foi,
então, até a escola do bairro e até o Centro de
Referência da Assistência Social. Ao começar a ouvir
os munícipes, ele ficou sabendo sobre as mudanças de
linhas de ônibus na cidade de forma que era muito
mais fácil para as pessoas irem até o centro do que ter
um ônibus circular no bairro.
Diante desses relatos, o gestor em parceria com a
Educação e a Assistência Social convocou uma
audiência pública para dialogar com os munícipes e
ouvir formas de melhoria dos serviços públicos. O
gestor passou a promover ações para que as pessoas
tivessem maior confiança em sua Unidade de Saúde e
conseguiu alterar rotas dos ônibus para criar uma
maior circulação no bairro, evitando uma sobrecarga
dos serviços públicos do centro da cidade.
Esse é um exemplo de accountability, pois foi por meio
do diálogo e da prestação de contas que os serviços
puderam ser melhorados, gerando maior
aproveitamento dos recursos públicos.
A Lei de Responsabilidade Fiscal regulamenta a necessidade de audiências
públicas para apresentação e prestação de contas do Orçamento. Essa
pode ser uma forma de valorização da participação da sociedade no
processo de controle do Estado. Entretanto, além da prestação de contas,
as instâncias de participação social podem também ser momentos para
captar demandas da sociedade e, consequentemente, impactar no processo
de planejamento orçamentário e das ações de governo. Essa é mais uma
demonstração do papel da Lei de Responsabilidade Fiscal no cotidiano da
administração pública. 
2.3. A Reforma do Aparelho de Estado
no Brasil
Em meados da década de 1990, a administração pública passou por mais
uma reforma na tentativa de dotar o Estado de maior capacidade operativa,
fazendo com que ele se aproximasse ainda mais do interesse público. Foi a
chamada Reforma Gerencial do Estado, que adotou estratégias e modelos
usados em outros países do mundo.
2.3.1 O Estado brasileiro entre a estabilização econômica e a
Constituição Federal
Na década de 1980, período anterior à Constituição Federal de 1988, o
mundo passou por inúmeras crises econômicas e o Brasil, inserido nessa
dinâmica, optou por tentativas de políticas de estabilização econômica. Tal
escolha criou bases para a predominância de uma tendência economicista
nas propostas de reformas administrativas do Estado, fato contraditório à
tendência da Constituição recém aprovada. A Constituição normatizou uma
série de direitos e garantias do ponto de vista das políticas sociais e,
também, para os servidores públicos. Abrucio (2007, p. 69) destaca três
pontos inovadores na Constituição Federal de 1988:
em primeiro lugar, a democratização do Estado, que foi favorecida com o
fortalecimento do controle externo da administração pública, com
destaque, entre outras mudanças, para o novo papel conferido ao
Ministério Público (MP). Neste aspecto está, também, o reforço dos
princípios da legalidade e da publicidade;
a descentralização foi outra demanda construída nos anos de luta
contra o autoritarismo e que ganhou enorme relevância na
Constituição de 1988. Após 20 anos de centralismo político,
financeiro e administrativo, o processo descentralizador abriu
oportunidades para maior participação cidadã e para inovações no
campo da gestão pública, levando em conta a realidade e as
potencialidades locais. Impulsionadas por esta mudança, várias
políticas públicas foram reinventadas e disseminadas pelo país; 
propôs-se, ainda, completar a chamada reforma do serviço civil, por
meio da profissionalização da burocracia. Nesta linha, houve ações
importantes, como o princípio da seleção meritocrática e universal,
consubstanciada pelo concurso público. Em consonância com este
movimento, o Executivo federal criou, em 1986, a Escola Nacional de
Administração Pública (Enap), num esforço de melhorar a capacitação
da alta burocracia.
Contudo, todo o avanço do texto constitucional à época foi realizado em
um período de recessão econômica mundial com o predomínio de uma
nova onda liberalizante (neoliberalismo), influenciada pelo “Consenso de
Washington”, que pregava a desregulamentação e a soberania dos
mercados frente aos Estados.
Veja essa matéria feita pelo Mundo Educação (PENA, [s/d]) explicando o
“Consenso de Washington”. Fique atento para as recomendações desse
documento e reflita sobre as relações delas com o que estamos estudando
aqui. Acesse e leia em:
<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/consenso-washington.htm
(http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/consenso-
washington.htm)>.
Naquela época, a questão da governabilidade assumiu posição de
destaque, uma vez que considerou como fator de instabilidade, ou
ingovernabilidade, o sistema federativo proposto pela Constituição, pois era
descentralizado e impreciso na distribuição de competências. Essa
incapacidade decorreu, durante meados da década de 1990,
principalmente, do entendimento da incapacidade do Governo Federal em
levar a termo seus compromissos fiscais e monetários de reajuste
econômico, ou seja, o pêndulo da descentralização voltou a ser guiado pelo
interesse da centralidade na União.
O desdobramento desse período pós-constituinte foi a criação do Ministério
da Reforma do Estado – MARE, instituição que capitaneou todos os
esforços e discursos para uma gestão pública gerencialista, com os
VOCÊ QUER LER?
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/consenso-washington.htm
princípios da new public management.
VOCÊ SABIA?
New Public Management foi uma tendência de prestação do
serviço público a partir da utilização de instrumentos e
técnicas empresariais, como o da Qualidade Total. As
promessas centrais desse padrão de funcionamento do
Estado atacavam “o excesso de procedimentos e a baixa
responsabilização dos burocratas frente ao sistema político e
à sociedade” (SANO; ABRUCIO, 2008, p. 64).
Essa visão gerencialista está apoiada na crise do modo de produção
fordista da sociedade contemporânea e no discurso empreendedorista. No
primeiro aspecto, durante a década de 1980 e 1990, inexistia a
possibilidade da manutenção das taxas de lucros e receitas que o mundo
encontrava anteriormente. Para superar esse modelo, emergiu um novo
modo de produção denominado flexível, que combinava taxas variadas de
emprego, produção e consumo maximizando os ganhos e investimentos do
capital (PAULA, 2008). Grande parte desses discursos gerencialistas foram
realizados associados ao contexto de uma teoria japonesa da produção
(“toyotismo”).
Além da visão flexível, ganha destaque também a visão empreendedora de
sociedade. Nessa visão, Paula (2008, p. 45), nas análises dos principais
documentos de apoio ao período gerencialista, aduzque “a cultura
empreendedorista é definida como o conjunto de condições que promovem
altos níveis de realização nas atividades econômicas do país, no campo da
política e do governo, nas áreas de artes e ciências e também na vida
privada”.
Com base nessas duas visões, acumulação flexível e empreendedorismo,
inicia-se um movimento de nome “reinventando o governo”. De uma forma
geral, o gerencialismo e o movimento “reinventando o governo”, segundo
Paula (2008, p. 56), baseiam-se nas seguintes crenças:
  o progresso social ocorre pelos contínuos aumentos de produtividade
econômica;
  a produtividade aumenta principalmente através da aplicação de
tecnologias cada vez mais sofisticadas de organização e informação;
 a aplicação das tecnologias se realiza por meio de uma força de trabalho
disciplinada segundo o ideal de produtividade;
  o management desempenha um papel crucial no planejamento e na
implementação de melhorias necessárias à produtividade;
 os gerentes têm direito de administrar.
Em suma, conforme Nascimento (2010), a consecução desses princípios
levaria em conta que uma sociedade democrática agiria racionalmente
pautada por interesses públicos, baseados em técnicas contábeis,
econômicas e de administração. Ou seja, era um deslocamento de visões
privadas para o domínio da gestão pública. Esse foi o alicerce para a
construção de todo o discurso da reforma gerencial do Estado de 1995.
Mais uma vez, assim como em outras reformas da gestão pública (30/45 e
64/85), a dimensão sociopolítica ficou em segundo plano, sobrepujada
pelas esferas institucionais-administrativas e econômico-financeira.
2.3.2 A Reforma do Estado no Brasil
A Reforma do Aparelho do Estado, ou Reforma Gerencial Brasileira,
pautou-se, no primeiro momento, pela preocupação por uma redução no
tamanho do Estado e na restrição das atividades estatais. Baseado nesses
princípios, em 1995, o ex-ministro Bresser-Pereira apresentou o Plano
Diretor da Reforma do Estado (ENAP, 2001) por meio da medida provisória
n. 19/98. 
Luiz Carlos Bresser-Pereira é economista, cientista social e professor da
Fundação Getúlio Vargas, FGV. Tem uma vasta produção em áreas como
Administração Pública, Teoria das Organizações e Economia. Foi ministro
(1995-1998) do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado
VOCÊ O CONHECE?
(MARE) e a principal referência para essa reforma do Estado. Todos os seus
artigos (BRESSER-PEREIRA, 2018) podem ser encontrados em:
<http://www.bresserpereira.org.br/ (http://www.bresserpereira.org.br/)>.
Em suma, a reforma visava, segundo Pimenta (1998, p. 187), “dar maior
autonomia de decisão ao gerente público, distanciando-se das tendências
autoritárias da burocracia e consolidando a democracia também dentro das
organizações públicas e não somente através do voto esporádico da
população”.
Para alcançar isso, Bresser-Pereira destaca três dimensões da reforma:
institucional, gestão e cultural. Segundo Pimenta (1998, p. 188), as três
dimensões eram: 
A dimensão institucional-legal é composta pelas mudanças necessárias
no arcabouço normativo e legal da administração pública; a cultural é
baseada na mudança de valores burocráticos para gerenciais; e a
dimensão-gestão colocada em prática às novas idéias gerenciais e oferece
à sociedade um serviço público efetivamente mais barato, mais bem
controlado e com melhor qualidade. 
Focando as próximas análises na questão da institucionalidade, a reforma
gerencial do Estado teve como linha de atuação a categorização das atividades
do Estado em duas frentes: atividades exclusivas do Estado e atividades não
exclusivas do Estado. Paula (2008, p. 126) oferece explicações para esses
diferentes tipos de atividades:
Atividades exclusivas do Estado – a legislação, a regulação, a fiscalização, o
fomento e a formulação de políticas públicas. Estas atividades pertencem
ao domínio do núcleo estratégico do Estado, composto pela Presidência da
República e os ministérios;
Atividades não-exclusivas do Estado  – serviços de caráter competitivo e
atividades auxiliares de apoio. Nos serviços de caráter competitivo estão os
serviços sociais (saúde, educação, assistência social) e científicos, que
seriam prestados pela iniciativa privada quanto pelas organizações sociais,
que integram o setor público não-estatal.
http://www.bresserpereira.org.br/
O impacto disso foi uma estruturação que Bresser-Pereira (1998) apresenta da
forma como vemos no quadro a seguir.
Essas estruturas criaram uma maior capilaridade do que atualmente se
entende por administração pública, passando a agregar em seu contexto,
também, as denominadas “Organizações Sociais”, “Agências Reguladoras”
e “Agências Executivas”.
Conforme Nascimento (2010), as Organizações Sociais (OS) buscavam, no
discurso teórico, a accountability governamental e a flexibilização da gestão
pública como tentativa para a desburocratização. A relação entre o Estado e
uma entidade se inicia a partir de um contrato de gestão que parametriza
os níveis qualitativos e quantitativos dos serviços prestados pelas OS.
Nesses contratos, segundo Sano e Abrucio (2008, p. 66), as OS tinham
algumas peculiaridades: “seriam instituições de direito privado, habilitadas a
celebrar contratos de gestão com o Estado, e, em tese, deveriam ampliar os
mecanismos de transparência e accountability”. Contudo, a crítica desses
autores, assim como a de outros (REZENDE, 2008; SCHMIDT, 2008),
demonstra que a dimensão do controle difuso é o grande dilema para ser
resolvido nesse repasse do serviço público.
 Quadro 2 -
Estruturas pós-reforma. Fonte: PAULA, 2008, p. 128.
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As agências reguladoras, conforme Nascimento (2010), fazem parte do
processo de desconcentração de serviços públicos cuja finalidade é
fiscalizar um determinado serviço de interesse público. Entre esses setores,
podemos citar: telecomunicações, cadeia produtiva do petróleo, energia
elétrica, recursos hídricos etc. As agências reguladoras se configuram como
uma autarquia especial federal, como a ANATEL, ANEEL, ANCINE, ANAC,
ANTAQ, ANTT, entre outras.
Figura 3 - As agências reguladoras atuam em diferentes ramos da área
econômica. Fonte: Shutterstock, 2018.
2.4 A gestão pública e os mecanismos
de controle
Deslize sobre a imagem para Zoom
A gestão pública se difere da iniciativa privada, dentre outros fatores, pois
os mecanismos de controle ocorrem em diferentes fases da administração.
Existem controles que podem ocorrer antes mesmo de um ato se consolidar
de forma que seja preventivo aos problemas que podem ocorrer. Além
disso, existem os controles posteriores que auditam as ações e os seus
resultados. 
2.4.1 O comportamento do gestor diante do controle da Gestão
Pública
A discussão sobre o controle sobre as políticas públicas no Brasil necessita
ser contextualizada dentro de uma discussão mais ampla, principalmente a
partir das múltiplas formas de controle: judicial, institucional e social. Nesse
contexto, o gestor público precisa compreender as diferentes formas de
controle que incidem sobre o seu trabalho para responder de maneira
adequada a cada controle. Em linhas gerais, os controles se dividem em
interno e externo, pois dependem da fonte desse ato, ou dentro da própria
administração pública corrigindo eventuais desvios, ou externo
monitorando os atos do Executivo e coibindo ações corruptas. 
2.4.2 Controle institucional interno
Quando falamos em políticas públicas estamos privilegiando um olhar para
o Executivo, que é quem tem o mandato para ser o gestor dos recursos
públicos, tanto do ponto de vista da arrecadação, mas, principalmente,
quanto do ponto de vista das despesas. Essa parcela do Estado tem, em
síntese, o poder da aplicação da lei, já que todos os seus atos devem seguir
o princípio da legalidade.
Esse sistema de controle interno tem a sua finalidade expressa no Art. 74
da Constituição Federal brasileira de 1988 (BRASIL, 1988), como vemos a
seguir: 
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a
execução dos programas de governoe dos orçamentos da União; 
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto a eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da Administração Federal, bem c.omo a aplicação de recurso
públicos por entidades de direito privado; 
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como direitos e haveres da União; 
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
Portanto, quando falamos em controle institucional estamos falando em
formas de limitação do poder decisório do governo por meio de
mecanismos existentes no próprio Executivo. Fundamentalmente, essa é
uma esfera de correção e monitoramento interno do Executivo que ocorre
por meio de controladorias e das ouvidorias. 
De acordo com o site da Controladoria Geral da União – CGU (BRASIL,
2017), entende-se por controladoria:
o órgão responsável por assistir direta e imediatamente ao Presidente da
República quanto aos assuntos que, no âmbito do Poder Executivo, sejam
relativos à defesa do patrimônio público e ao incremento da
Figura 4 - A controladoria atua de maneira preventiva e pode ser um
parceiro na execução das políticas públicas. Fonte: goodluz,
Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
transparência da gestão, por meio das atividades de controle interno,
auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção e
ouvidoria. 
A CGU, que pode ter similares em outros níveis federativos, exerce função
central e supervisão técnica de órgãos interno que compõem o Sistema de
Controle Interno e o Sistema de Correção e das unidades de ouvidoria do
Poder Executivo Federal, prestando a orientação normativa necessária.
Portanto, esse tipo de controle interno é o primeiro passo de toda a ação
governamental e pode criar mecanismos de correção ainda em ações
administrativas e encaminhamentos internos. 
Assista ao vídeo institucional em que a Controladoria Geral da União
(BRASIL, 2012) explica sua função no Controle Interno da Administração
Pública Federal. A Controladoria Geral da União foi criada em 2003 durante
o Governo Lula e tinha como foco a defesa do patrimônio público e o
incremento da transparência. O vídeo está disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=-6kJNLUPyE4
(http://www.youtube.com/watch?v=-6kJNLUPyE4)>. 
A Ouvidoria é parte dos sistemas institucionais internos de controle. De
acordo com o Guia de Ouvidorias (PROCON, [s/d]), a Ouvidoria é uma área
da organização que trata sobre as manifestações dos cidadãos, sejam eles
funcionários, fornecedores e consumidores, usuários ou não, registradas
sob a forma de reclamações, denúncias, sugestões, críticas ou elogios:
Seu principal objetivo é ser uma atividade institucional de representação
autônoma e independente, de caráter mediador, pedagógico,
instrumental e estratégico, que acolhe as manifestações dos cidadãos não
solucionadas por outros canais de atendimento, que analisa e atua na
VOCÊ QUER VER?
http://www.youtube.com/watch?v=-6kJNLUPyE4
busca de soluções, identifica tendências para recomendar e orientar a
organização, fomentando a promoção da melhoria continua do processo
de trabalho e a busca de soluções efetivas (PROCON, [s/d]). 
Em outras palavras, a Ouvidoria é um setor dos órgãos públicos
responsável por ser um canal unificado de escuta e resposta para o
cidadão. Cabe à Ouvidoria receber as demandas por informação e articular
a máquina pública para uma resposta ágil e suficiente.  
2.4.3 Controle institucional externo
Podemos dividir os controle institucional externo como formas de controle
do executivo dentro do próprio Estado. Entretanto, existe uma diferença
entre esse mecanismo e controle judicial das políticas públicas, que também
é uma forma de controle externo, mas dessa vez dentro do Judiciário. As
formas de controle externo estão divididas entre Tribunal de Contas,
Polícias e Poder Legislativo. Vamos conhecer cada um deles agora.
Os Tribunais de Contas são cortes especializadas para a avaliação das
contas públicas dos diferentes níveis da federação brasileira. No Brasil,
existem: o Tribunal de Contas da União, os Tribunais de Contas dos
Estados, o Tribunal de Contas do Distrito Federal e os Tribunais de Contas
dos Municípios. Em alguns estados da federação há apenas o Tribunal de
Contas do Estado, que é responsável pela análise das contas estaduais e
municipais. Em outros, por sua vez, existem o Tribunal de Contas do Estado
e o Tribunal de Contas dos Municípios. Por fim, uma última possibilidade é a
existência do Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas dos
Municípios específicos, sendo o caso de São Paulo e do Rio de Janeiro.
O Tribunal de Contas é um órgão autônomo. Apesar de ser um tribunal, o
Tribunal de Contas não faz parte do Poder Judiciário, uma vez que ele
auxilia o Poder Legislativo na fiscalização dos gastos dos Poderes
Executivo, Judiciário e do próprio Legislativo. 
VOCÊ QUER VER?
Veja esse vídeo institucional do Tribunal de Contas da União
(AGÊNCIATCU, 2010). O TCU é uma referência para o controle das ações
governamentais, pois além de controlar e auditar as ações da União, cuida
também de recursos federais alocados em outras instância, portanto, é
comum, por exemplo, municípios e organizações não governamentais
conveniadas com a União receberem auditorias do TCU. Acesse:
<https://www.youtube.com/watch?v=gYqpLnFM_ao
(https://www.youtube.com/watch?v=gYqpLnFM_ao)>.
A maioria dos Tribunais de Contas divulga, em ano de eleição, em seus
sites,  listagens contendo os nomes dos gestores públicos que tiveram
contas rejeitadas em decisão definitiva, o dos que as tiveram aprovadas
pelos Poderes Legislativos e dos que tiveram parecer prévio emitido pelo
próprio Tribunal, recomendando a rejeição de suas contas pelo
Legislativo.

O Tribunal de Contas encaminha essas listagens à Justiça Eleitoral (Tribunal
Regional Eleitoral – TRE) que pode, com base nelas, decretar a
inelegibilidade do gestor. 
VOCÊ SABIA?
Todos os estados brasileiros têm tribunais de contas.
Conheça alguns exemplos: Ceará – <www.cge.ce.gov.br/
(http://www.cge.ce.gov.br/)>; Tocantins – <www.cge.to.gov.br
(http://www.cge.to.gov.br/)>; Piauí – <www.cge.pi.gov.br
(http://www.cge.to.gov.br/)>; Alagoas –
<www.controladoria.al.gov.br (http://www.controladoria.al.gov.br/)>;
Rio Grande do Sul – <http://cage.fazenda.rs.gov.br/inicial>.
Para conhecer o tribunal de contas do seu estado use a sigla
do seu estado a partir do site: <www.tce.SIGLA.gov.br>. 
O Departamento de Polícia Federal (DPF), ou simplesmente Polícia Federal
(PF), é um órgão subordinado ao Ministério de Justiça. A Constituição
Federal atribui como função da PF exercer a segurança pública para a
https://www.youtube.com/watch?v=gYqpLnFM_ao
http://www.cge.ce.gov.br/
http://www.cge.to.gov.br/
http://www.cge.to.gov.br/
http://www.controladoria.al.gov.br/
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, sobretudo exercendo atividades de Polícia Judiciária. A Polícia
Federal (2016) tem como uma de suas atribuições:
Apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento
de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas
e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei. A polícia civil também pode exercer uma
função de controle na medida em que passa a ser acionada como polícia
judiciária. 
Então, para sua ação ou investigação contra crimes e desvios contra a
administração pública, a PF precisa ser acionada pelo Ministério Público ou
por vara competente.
Figura 5 - A Polícia Federal ganhou maior notoriedade nos últimos
tempos devido às suas operações de combate à corrupção. Fonte:
vasali, PTstock, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
Assista uma notícia sobre a atuação da Polícia Federal faz operação contra
corrupção na saúde do Rio de Janeiro É interessante verificar que a atuaçãoda polícia ocorreu com auxílio dos próprios órgãos investigados (GOVERNO
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2020). Acesse:
<https://www.youtube.com/watch?v=IzKOXjI2eI0 (https://www.youtube.com/watch?
v=IzKOXjI2eI0)>.
Na sequência, veremos sobre o controle judicial das políticas públicas
relacionadas ao Ministério Público.
2.4.4 Controle judicial das políticas públicas
O controle judicial das políticas públicas pode ser exercido pelo Ministério
Público, Defensoria Pública ou pelo Judiciário. Trata-se de um controle a
posteriori sobre legalidade dos atos governamentais para saber se estão
em conformidade com a norma legal que o rege. É também um meio de
preservação dos direitos individuais, pois visa garantir a observância da lei
em cada caso concreto, quando reclamada por seus beneficiários.
Com a Constituição de 1988, o Ministério Público adquiriu nova
configuração institucional. Segundo o Artigo 127 do texto constitucional
(BRASIL, 1988), o Ministério Público é uma instituição permanente,
essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.
A função do Ministério Público atua, dessa forma, para corrigir atos da
administração que desrespeitaram os direitos constitucionais do cidadão. O
MP também atua com a correção de eventuais omissões governamentais
para a implantação efetiva de políticas públicas. Com esses objetivos, o
Ministério Público pode atuar por meio de ação civil pública ou inquérito
VOCÊ QUER VER?
 
https://www.youtube.com/watch?v=IzKOXjI2eI0
civil. A Lei da Ação Civil Pública, a Lei n. 7.347/85 (BRASIL, 1985),
estabelece que qualquer pessoa poderá levar ao Ministério Público
informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil.
O inquérito civil é outra importante ferramenta do Ministério Público. Este é
um procedimento de natureza investigativa e de caráter administrativo
presidido exclusivamente pelo Ministério Público, conforme consta na
Constituição Federal, Artigo 129, inciso III (BRASIL, 1988). Por meio dele
poderão ser requisitadas, de qualquer organismo público ou particular,
certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, que não
poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis. Também no inquérito civil poderão
ser expedidas notificações, ouvidas testemunhas, entre diversas outras
diligências.
As Defensorias Públicas também podem ser atores de ações civis públicas.
Dentre algumas funções da Defensoria listadas na Lei complementar n.
132/2009 (BRASIL, 2009) estão: 
  promover ação civil pública e todas as espécies de ações capazes de
propiciar a adequada tutela dos direitos difusos, coletivos ou individuais
homogêneos quando o resultado da demanda puder beneficiar grupo de
pessoas hipossuficientes; 
  exercer a defesa dos direitos e interesses individuais, difusos, coletivos e
individuais homogêneos e dos direitos do consumidor, na forma do inciso
LXXIV do art. 5º da Constituição Federal (BRASIL, 1988); 
  promover a mais ampla defesa dos direitos fundamentais dos
necessitados, abrangendo seus direitos individuais, coletivos, sociais,
econômicos, culturais e ambientais, sendo admissíveis todas as espécies de
ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela;
  exercer a defesa dos interesses individuais e coletivos da criança e do
adolescente, do idoso, da pessoa portadora de necessidades especiais, da
mulher vítima de violência doméstica e familiar e de outros grupos sociais
vulneráveis que mereçam proteção especial do Estado (Redação dada pela
Lei Complementar n. 132, de 2009).
Desta forma, pudemos entender melhor como funciona o controle judicial
das políticas públicas no Brasil e um pouco mais sobre a função do
Ministério Público.
Síntese
Chegamos ao final deste capítulo e aprendemos muitas coisas sobre os
instrumentos e os mecanismos de controle que caracterizam a gestão
pública. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
entender que o Poder Executivo é controlado pelo Poder Legislativo e pelo
Poder Judiciário;
entender que o Poder Executivo aplica a lei por meio de execuções das
políticas públicas;
compreender que o Poder Legislativo é responsável pelo estabelecimento
de normas gerais e abstratas que regem a vida em sociedade;
compreender que o Poder Judiciário aplica a lei de forma definitiva
decidindo sobre o controle jurisdicional dos atos do Executivo e do
Legislativo;
entender que os controles internos são aqueles que corrigem problemas e
rotas no interior da administração pública evitando ações de controle por
parte de organismos externos (Tribunal de Contas, por exemplo);
verificar que os controles externos são realizados pelo Poder Legislativo,
Ministério Público, Tribunal de Contas;
entender como a Lei de Responsabilidade Fiscal criou mecanismos de
gestão financeira, controle contábil e ações para a transparência para o
Orçamento Público;
compreender como se deu a Reforma Gerencial da Administração Pública,
que buscou pautar a atuação no resultado, possibilitando maior margem
de atuação do gestor/gerente;
entender que a partir da Reforma Gerencial se passou a distinguir
atividades exclusivas e atividades não exclusivas do Estado; 
entender que o controle social é exercido como discussões no momento
da formulação da política e na prestação de contas.
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