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Artigo - Convulsões Neonatais

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Convulsões Neonatais 
 
 
Felícia Silva dos Santos 
Jacqueline de Andrade Tavares 
Lucas Corrêa Xavier 
Rayane Faustino de Souza 
Suelita da Costa Silva1 
Edmar Jorge Feijó 2 
RESUMO 
 
A ocorrência de crises convulsivas é frequente no período neonatal. Estes episódios 
podem ser idiopáticos, motivados por patologia orgânica cerebral ou por distúrbios 
metabólicos. Entre as patologias neurológicas mais freqüentes do período neonatal 
encontram-se as crises convulsivas, cuja incidência varia entre 1,8-5/1.000 nascidos 
vivos. No período neonatal as convulsões podem estar relacionadas a diversos 
fatores etiológicos, que causam lesão permanente ou transitória do sistema nervoso 
central (SNC).Tendo isso em vista, o objetvo deste estudo foi avaliar os diagnósticos 
etiológicos e a evolução clínica dos recém-nascidos com convulsões neonatais. Para 
isto foi realizado um estudo com abordagem descritiva, do tipo revisão de literatura, 
onde o total foi utilizado 15 artigos publicados em periódicos nacionais sobre o tema 
em questão nos últimos cinco anos. Realizou-se para a pesquisa dos artigos, a busca 
eletrônica nas bases de dados BVS, SCIELO E LILACS, a partir dos descritores: 
Convulsão; neonatal; pediatria; enfermagem. Ao final do artigo, concluiu-se que É 
necessário realização de ensaios clínicos randomizados para avaliação da eficácia e 
efeitos laterais dos fármacos antiepilépticos nas crises convulsivas neonatais, assim 
como estudos prospectivos para avaliação do efeito das crises epilépticas e 
terapêuticas instituídas no desenvolvimento psicomotor a longo prazo, para assim ser 
possível efectuar orientações técnicas nesta área a nível mundial. 
 
Palavras-chave: Convulsão; neonatal; pediatria; enfermagem. 
 
ABSTRACT 
 
The occurrence of seizures is frequent in the neonatal period. These episodes can be 
idiopathic, motivated by organic brain pathology or by metabolic disorders. Among the 
most frequent neurological pathologies of the neonatal period are seizures, the 
incidence of which varies between 1.8-5 / 1,000 live births. In the neonatal period, 
seizures can be related to several etiological factors, which cause permanent or 
transient damage to the central nervous system (CNS) .To do this, the aim of this study 
was to evaluate the etiological diagnoses and the clinical evolution of newborns with 
 
1 Graduandos do curso de Enfermagem da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO. Campus 
Niterói. 
2 Mestre em Enfermagem.Titular da UNIVERSO. E-mail: enflite@gmail.com 
 
 
 
neonatal seizures. For this, a study with a descriptive approach, of the literature review 
type, was carried out, where the total was used 15 articles published in national 
journals on the subject in question in the last five years. For the search of the articles, 
the electronic search was performed in the databases VHL, SCIELO AND LILACS, 
based on the descriptors: Convulsion; neonatal; pediatrics; nursing. At the end of the 
article, it was concluded that it is necessary to carry out randomized clinical trials to 
assess the efficacy and side effects of antiepileptic drugs in neonatal seizures, as well 
as prospective studies to evaluate the effect of epileptic and therapeutic crises 
instituted on long-term psychomotor development. in order to be able to provide 
technical guidance in this area worldwide. 
 
Keywords: Seizure; neonatal; pediatrics; nursing. 
 
Introdução 
 
O primeiro mês de vida é o período de maior risco para a ocorrência de 
convulsões, tendo uma incidência de cerca de um a cinco por 1000 nados-vivos. 
Correspondem a uma manifestação de disfunção neurológica devida, na maioria dos 
casos, a um evento agudo como encefalopatia hipóxico-isquémica, infecção do 
sistema nervoso central, alterações electrolíticas e hemorragia do sistema nervoso 
central. Raramente a causa das convulsões é epilepsia (CAMPILTOL, 2008). 
Com a melhoria dos cuidados neonatais, a mortalidade nos recém-nascidos 
com convulsões tem diminuído, mas o risco de sequelas neurológicas tem 
permanecido praticamente inalterado. A alteração dos circuitos neuronais e a 
diminuição da neurogénese são alguns dos mecanismos implicados na lesão cerebral, 
que podem condicionar défice cognitivo e/ou de aprendizagem no futuro. Por outro 
lado, alguns dos fármacos antiepilépticos utilizados também podem condicionar lesão 
cerebral. O prognóstico está relacionado, sobretudo, com a etiologia das convulsões e 
com a presença de anomalias no electroencefalograma (CLANCY, 2006). 
Tendo isso em vista, o objetvo deste estudo foi avaliar os diagnósticos 
etiológicos e a evolução clínica dos recém-nascidos com convulsões neonatais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Metodologia 
 
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, realizada nas seguintes bases de 
dados: LILACS, BDENF E MEDLINE, no período de agosto a outubro de 2020, na qual 
utilizou os seguintes descritores: erros de medicação; convulsão; neonatal; pediatria; 
enfermagem. Os critérios de inclusão: textos completos dos últimos 5 anos, pesquisas 
em seres humanos e artigos em português. Os critérios de exclusão foram: teses, 
dissertações, texto completo indiponíveis. 
 
Resultados 
 
Realizado levantamento bibliográfico na Biblioteca Virtual de Saúde, onde foram 
encontrados artigos científicos em português publicados em periódicos e depois de 
estudados, foram listados e descritos de maneira objetiva no quadro abaixo. 
 
 
Artigos Título, 
Autores e 
Ano 
Objetivo da 
Pesquisa 
Metodologia Resultados e 
Discussão 
Conclusão 
Artigo 1 
 
Convulsões 
Neonatais 
numa 
Unidade de 
Cuidados 
Intensivos 
Neonatais 
Terciária. 
 
Andreia 
LOPES, Ana 
VILAN, Maria 
Beatriz 
GUEDES, 
Hercília 
GUIMARÃES, 
2015. 
Avaliação do 
diagnóstico 
etiológico e 
evolução 
clínica dos 
recém-
nascidos 
admitidos 
numa unidade 
de cuidados 
intensivos 
neonatais 
terciária com 
convulsões 
neonatais 
Análise 
retrospectiva dos 
processos clínicos 
dos recém-
nascidos com 
convulsões 
neonatais, durante 
um período de oito 
anos. 
Registaram-se 
91 casos de 
recém-nascidos 
com crises 
convulsivas. 
Setenta e nove 
(86,8%) 
doentes 
receberam 
medicação 
anticonvulsivant
e durante a 
crise. Estudos 
imagiológicos 
e/ou 
neurofisiológico
s foram 
realizados na 
maioria dos 
recém-nascidos 
(86,8%) 
A existência de 
anomalias na 
ecografia 
transfontanelar e 
no 
electroencefalogra
ma esteve 
relacionada com a 
evolução clínica, 
pelo que 
continuam a ser 
os exames de 
eleição na 
abordagem inicial 
desta patologia. 
 
Artigo 2 
 
Convulsões 
no período 
neonatal. 
 
Jaderson 
Costa da 
Costa, Magda 
Lahorgue 
Nunes, 
Renato 
Machado 
Fiori, 2016. 
evidenciar 
características 
que 
diferenciam 
as convulsões 
neonatais de 
crises em 
outras faixas 
etárias, 
discutindo 
criticamente a 
literatura 
sobre este 
tema e a 
experiência 
profissional 
dos autores 
revisão da 
literatura atual e de 
artigos clássicos 
que contribuíram 
na compreensão 
de aspectos 
clínicos, 
neurofisiológicos e 
fisiopatológicos 
das convulsões 
neonatais. 
os autores 
apresentam 
características 
clínicas e 
eletrencefalográ
ficas das crises 
neonatais, 
discutem as 
propostas de 
classificação, o 
manejo e o 
prognóstico. 
as crises 
neonatais têm 
padrão clínico 
distinto, o que 
justifica a 
necessidade de 
uma classificação 
própria. A 
etiologia é 
predominantemen
te sintomática e 
multifatorial, o 
tratamento deve 
seguir uma rotina 
pré-estabelecida, 
e o prognóstico 
parece estar 
intimamente 
relacionado à 
etiologia. 
Artigo 3 Avaliação das 
consultas de 
pré-natal: 
adesão do 
pré- natal e 
complicações 
na saúde 
materno-
infantil. 
 
Pereira, Dídia 
de Oliveira; 
Ferreira, 
Tainara 
Lôrena dos 
Santos; 
Araújo, Daísy 
Vieira de; 
Melo, Káthya 
Daniella 
Figueiredo; 
Andrade, 
Fábia 
Barbosa de. 
 
2017. 
Avaliar a 
correlação 
entre adesão 
do pré-natal e 
complicações 
na saúde 
materno-
infantil. 
Trata-sede um 
estudo quantitativo 
e avaliativo dos 
indicadores de 
morbidade e 
mortalidade 
materno-infantil 
Das mães que 
aderiram ao 
pré-natal, 86% 
não 
complicaram, 
ao passo que 
13% das 
grávidas 
tiveram 
complicação na 
gestação, tendo 
como causas 
sangramento, 
convulsão, 
infecção 
urinária, 
diabetes e 
hipertensão 
arterial. 
 
Destarte o pré-
natal como 
importante para 
realizar um 
acompanhamento 
saudável da 
gestante e seu 
filho, prevenindo 
e/ou tratando as 
complicações que 
podem surgir 
nesse período, 
concorrendo, 
assim, para a 
diminuição dos 
índices de 
morbimortalidade 
materna e infantil. 
 
Artigo 4 Alterações 
funcionais da 
deglutição em 
bebês de 
risco para o 
desenvolvime
nto 
neuropsicomo
tor. 
 
Mariza Muniz 
de Menezes, 
Izabella 
Santos 
Nogueira de 
Andrade. 
2016. 
 
descrever as 
alterações 
funcionais da 
deglutição em 
bebês de risco 
para o 
desenvolvimen
to 
neuropsicomot
or. 
utilizou-se estudo 
do tipo individuado, 
observacional e 
referência temporal 
transversal. 
dentre os 
resultados, 
verificou-se que 
todos os bebês 
apresentaram 
alterações 
funcionais na 
sequência da 
deglutição. No 
que concerne 
aos fatores de 
riscos, 
constatou-se a 
prematuridade 
como maior 
prevalência 
(40,7%), 
acompanhada 
em ordem 
decrescente por 
hipóxia 
neonatal 
(35,2%), 
síndrome do 
desconforto 
respiratório 
(25,9%), 
convulsão 
(22,2%), sepse 
(18,5%) e 
hemorragia 
peri-
intraventricular 
(7,4%). As 
alterações 
funcionais da 
deglutição mais 
encontradas 
durante a 
avaliação 
clínica foram 
escape anterior 
(71%) e tosse 
(72,5%) para a 
consistência 
líquida. Na 
consistência 
pastosa, foram 
observados 
escape anterior 
(76,9%), tosse 
(64,1%) e 
aumento do 
tempo do 
trânsito oral 
(56,4%). 
 
 
 
existe uma 
associação entre 
os fatores de riscos 
para o 
desenvolvimento 
neuropsicomotor e 
as alterações 
Artigo 5 Impacto das 
crises 
convulsivas 
neonatais no 
prognóstico 
Avaliar o 
prognóstico 
clínico-
neurológico 
de crianças 
Realizou-se um 
estudo transversal 
em uma coorte 
histórica de recém-
nascidos que 
O grupo com 
seguimento foi 
constituído por 
12 meninos e 
10 meninas 
O estudo 
evidenciou alta 
incidência de 
epilepsia após 
crises convulsivas 
 
neurológico 
durante os 
primeiros 
anos de vida. 
 
Baggio, 
Bruna Finato; 
Cantali, Diego 
Ustárroz; 
Teles, 
Rodolfo Alex; 
Nunes, 
Magda 
Lahorgue. 
2016. 
que 
apresentaram 
crises 
convulsivas 
no período 
neonatal, 
verificando a 
incidência e o 
impacto da 
ocorrência de 
epilepsia pós-
neonatal em 
relação ao 
desenvolvime
nto 
neuropsicomo
tor e 
qualidade do 
sono. 
apresentaram 
crises convulsivas 
com idade 
variando entre 
2 e 6 anos. Dez 
pacientes 
(45,5%) 
apresentavam 
epilepsia pós-
neonatal. Todas 
as crianças 
com epilepsia 
apresentaram 
resultado 
anormal ou 
questionável no 
teste de Denver 
II. 
neonatais e 
associação de 
epilepsia com 
indicadores de 
atraso no 
desenvolvimento 
neuropsicomotor. 
A qualidade do 
sono apresentou-
se de forma 
regular na 
amostra estudada. 
Artigo 6 Crises 
epilépticas no 
período 
neonatal: 
análise 
descritiva de 
uma 
população 
hospitalar 
Investigar a 
incidência e a 
letalidade de 
crises 
epilépticas 
neonatais e 
as condições 
associadas à 
sua presença. 
Estudo 
retrospectivo 
observacional de 
base hospitalar 
Foram 
identificados 
6.600 nascidos 
vivos de 6.483 
partos, 
encontrando-se 
61 casos 
incidentes de 
crises 
epilépticas 
neonatais (0,9 
por cento). A 
primeira crise 
ocorreu até 12 
horas após o 
parto em 45,3 
por cento dos 
neonatos. Das 
mães 
analisadas, 
32,8 por cento 
apresentaram 
síndromes 
hipertensivas. 
A incidência de 
crises epilépticas 
no período 
neonatal 
identificada neste 
estudo foi três a 
quatro vezes 
superior à 
incidência 
relatada em 
hospitais de 
países 
desenvolvidos, 
embora as 
características 
dos casos fossem 
semelhantes. A 
letalidade foi de 
47,4 por cento e a 
asfixia grave foi a 
condição 
patológica 
intraparto mais 
frequente. 
Artigo 7 
 
Brandon DH, 
Coe K, 
Hudson-Barr 
D, Oliver T, 
Landerman 
LR. 
 
Effectiveness 
of No-Sting® 
skin 
protectant 
and 
Aquaphor® 
on water loss 
and skin 
integrity in 
premature 
infants. 
Journal of 
Perinatology, 
 
Comparar os 
efeitos dos 
protetores de 
pele No-
Sting® e 
Aquaphor® 
sobre a perda 
de água 
transepidérmi
ca e 
integridade da 
pele nas 
primeiras 
duas 
semanas de 
vida do 
RNPTEnsaio 
Ensaio clínico 
randomizado 
Não houve 
diferenças 
significativas 
comparando os 
grupos 
Aquaphor® e 
No 
-Sting 
em 14 dias nos 
dois sítios 
corporais 
avaliados 
(p=0,36 e 
p=0,08 
) 
 
O protetor de pele 
No-Sting é tão 
eficaz quanto o 
Aquaphor® na 
diminuição da 
perda de água 
transepidérmica e 
manutenção da 
integridade da 
pele, sendo mais 
facilmente 
aplicado 
 
2015. 
Artigo 8 Mouser T, 
Helder. 
 
D.Skin 
matters: 
effectiveness 
of a Non-
Petrolatum 
emollient 
cream in 
pediatric care. 
Ostomy 
Wound 
Management, 
2016 
Documentar a 
eficácia do 
Sween® 
(Superior 
Moisturizing 
Skin 
Protectant 
Cream, 
Coloplast 
Corp. 
Marietta, Ga) 
usado uma 
vez por dia na 
redução de 
xerose 
Estudo descritivo Nos três casos 
houve melhora 
da qualidade 
da pele relativo 
à hidratação 
após três 
semanas de 
uso, 
proporcionando 
uma pele 
com aparência 
saudável e 
elasticidade 
melhorada. 
 
A aplicação uma 
vez por dia foi 
conveniente 
e eficaz, sem os 
efeitos adversos 
esperados 
com o uso de 
creme emoliente 
não 
petrolato. 
 
Artigo 9 Hu X, Zhang 
Y. 
 
EFfect of 
topically 
applied 
sunflower 
seed oil in 
preterm 
infants. 
Pediatric 
critical care 
medicine, 
2015. 
 
Avaliar a 
terapia tópica 
com óleo de 
semente de 
girassol na 
melhora da 
barreira 
cutânea e sua 
eficácia na 
proteção 
contra 
infecções no 
pré-termo 
 
Estudo 
retrospectivo 
comparativo 
longitudinal 
Pacientes 
tratados com 
óleo de 
semente de 
girassol 
demonstraram 
menos 
dermatite do 
que os 
pacientes 
tratados com 
óleo Johnson®, 
e ambos 
tiveram um 
resultado 
melhor do que 
o grupo 
controle após 
14 dias 
(p<0,05) 
Neste estudo, o 
óleode semente 
de girassol 
mostrou-se 
melhor do que o 
óleo Johnson 
Artigo 10 
 
O’Neil A, 
Schumacher 
B. 
Application of 
a pectin 
barrier for 
medical 
adhesive skin 
injury 
(epidermal 
stripping) in a 
premature 
infant. Journal 
of wound, 
ostomy and 
continence 
Descrever o 
uso de 
hidrocolóidefin
o como 
proteção a ser 
posicionada 
entre a pele e 
um adesivo 
reflexivo de 
fixação de 
sonda de 
temperatura, 
evitando 
formação de 
área circular 
eritematosa 
Estudo 
retrospectivo 
comparativo 
longitudinal 
Utilizou-se uma 
fina placa de 
hidrocolóide 
(barreira de 
pectina) entre a 
pele do RN e a 
cobertura de 
prata reflexiva, 
prevenindo 
lesões de pele 
causadas pelo 
uso de adesivo 
de fixação de 
dispositivos 
Evitou-se lesões 
de pele através da 
proteção com a 
placa de 
hidrocolóide, 
sendo possível 
segurar a sonda 
de temperatura 
com sucesso. 
 
nursing, 
 
2015. 
na superfície 
da pele de um 
RN 
Artigo 11 
 
Morris LD, 
Berh JH, 
Smith SL. 
Hydrocolloid 
to Prevent 
Breakdown of 
Nares in 
Preterm 
Infants. 
MCN:The 
American 
Journal of 
Maternal-
Child Nursing, 
2015 
Determinar a 
eficácia de 
uma barreira 
dupla de 
hidrocoloide 
(colocada 
entre a cânula 
nasal e 
narinas) para 
impedir a 
ruptura da 
pele em RN 
de muito 
baixo peso 
recebendo O2 
aquecido e 
umidificado 
viacânula 
nasal de alto 
fluxo 
Estudo 
retrospectivo 
comparativo 
longitudinal 
Não houve 
diferenças 
significativas na 
condição da 
pele das 
narinas entre os 
grupos (p=0,18) 
ou ao longo do 
tempo (p=0,45) 
A não diferença 
estatística entre 
os grupos pode 
ter 
sidoocasionada 
pela maior 
vigilância dos 
enfermeiros da 
UTIN diante do 
risco de trauma na 
pele. Além disso, 
a substituição do 
CPAP nasal pelo 
oxigênio aquecido 
e umidificado via 
cânula nasal de 
alto fluxo, que 
exerce menospressão sobre os 
tecidos das 
narinas, está se 
tornando mais 
comum e já foi 
comprovada na 
literatura ser 
menos lesiva. 
Artigo 12 
 
Cisler-Cahill 
L. 
 
A 
 protocol for 
the use of 
amorphous 
hydrogel to 
support 
wound 
healing in 
neonatal 
patients: an 
adjunct to 
nursing skin 
care. 
Neonatal 
network, 2016 
Descrever o 
uso de um 
protocolo de 
prática sobre 
a utilização de 
hidrogel 
amorfo como 
modalidade 
de tratamento 
para feridas 
neonatais 
iatrogênicas. 
Estudo descritivo s feridas 
incluídas no 
protocolo foram 
lesões por 
infiltração 
intravenosa, 
incisões 
cirúrgicas, 
estomas de 
traqueotomia, 
lesões por 
pressão, 
abrasões 
mecânicas e 
químicas, e 
escoriação 
perianal. Das 
35 feridas que 
completaram a 
cicatrização no 
âmbito do 
protocolo, 97% 
não 
apresentaram 
cicatrizes 
visíveis. 
Os resultados 
deste projeto 
comprovam a 
eficácia do 
hidrogel para 
tratamento das 
lesões de pele 
dos bebês, mas 
suscitaram novas 
questões: Qual a 
duração do 
tratamento com 
hidrogel? O 
tratamento deve 
ser interrompido 
se houver 
prescrição de 
medicamentos 
tópicos? 
Artigo 13 
 
Quinn D, 
Newton N, 
Piecuch R. 
 
Effect of less 
frequent 
bathing on 
premature 
Avaliar o 
efeito do 
aumento de 
espaçamento 
de tempo 
entre os 
banhos, 
considerando 
Ensaio clínico 
randomizado 
Apesar da 
presença de 
patógenos nas 
culturas de 
pele, nenhuma 
das crianças 
desenvolveu 
quaisquer 
É seguro reduzir a 
frequência de 
banho para cada 
quatro dias em 
prematuros na 
UTIN. Alterar 
frequência de 
banhos é um 
 
infant skin. 
Journal of 
obstetric, 
gynecology 
and neonatal 
nursing, 
 
2015. 
a flora da pele 
de recém-
nascidos 
prematuros. 
sinais ou 
sintomas de 
infecção 
método de reduzir 
a exposição à 
manipulação e 
estresse causado 
pelo frio 
Artigo 14 
 
Kienast A, 
Roth B, 
Bossier C, 
Hojabri C, 
Hoeger PH. 
 Zinc-
deficiency 
dermatitis in 
breast-fed 
infants. 
European 
journal of 
pediatrics, 
2017 
Descrever dez 
casos de 
neonatos, em 
amamentação 
exclusiva, 
com 
deficiência de 
zinco que 
foram 
inicialmente 
diagnosticada
s com 
impetigo ou 
eczema 
Ensaio clínico As lesões de 
pele 
decorrentes de 
deficiência de 
zinco 
começarama 
sumir 24h após 
o início da 
terapia oral com 
sulfato ou 
gluconato de 
zinco, 
desaparecendo 
completamente 
após 14 dias de 
terapia. Os 
casos descritos 
foram 
previamente 
avaliados com 
diagnóstico 
diferente do 
real e 
subtratados 
com 
medicamentos 
tópicos 
inadequados. 
Os autores 
alertaram que 
apesar de 
lactantes 
apresentarem 
níveis séricos 
adequados da 
substância, por 
vezes o leite 
materno não 
possui níveis 
suficientes para 
as 
necessidades 
do bebê. 
Os autores 
sugerem verificar 
rotineiramente os 
níveis de zinco 
sérico em 
prematuros em 
amamentação 
exclusiva que não 
recebem 
suplementação 
regular de zinco 
oral 
Artigo 15 
 
Sinclair L, 
Crisp J, Sinn 
J. 
 
Variability in 
incubator 
humidity 
practices in 
the 
management 
of preterm 
infants. 
Journal of 
Determinar a 
opinião e a 
prática dos 
enfermeiros 
em relação ao 
uso de 
umidificação 
em 
incubadoras 
na assistência 
prestada a 
prematuros 
internados 
Estudo descritivo Todas as UTIN 
usavam 
umidade 
suplementar no 
cuidado aos 
RNPT, sendo 
que 77% 
tinham 
protocolos 
sobre essa 
prática. A idade 
gestacional e o 
peso ao nascer 
A grande variação 
nas práticas de 
umidificação, 
especificamente 
intensidade e 
duração da 
umidificação 
ideais, reflete a 
escassez de 
 
paediatrics 
and child 
health, 2016. 
nas UTIN da 
Austrália e 
Nova Zelândia 
foram os 
critérios mais 
utilizados para 
o uso de 
umidade. Os 
benefícios 
percebidos 
pelos 
enfermeiros 
com relação à 
umidificação 
das 
incubadoras 
incluíram: 
melhoria na 
termorregulaçã
o e integridade 
da pele, 
equilíbrio de 
fluídos e 
eletrólitos e 
redução da 
perda de água 
transepidérmica 
evidências e a 
necessidade de 
futuros estudos. 
 
 
Discussão 
 
Numa análise global, a causa mais frequente de convulsão neonatal sintomática 
foi a hemorragia, porque foram incluídos na análise os recém-nascidos prematuros. 
Se analisarmos estes dois grupos (recém-nascidos prematuros e de termo) 
separadamente, no grupo dos recém-nascidos de termo a encefalopatia hipóxico-
isquémica foi a etiologia mais frequente, o que está de acordo com a literatura 
(TEKGUL, et.al, 2006) 
A ecografia transfontanelar foi efectuada em 86,8% dos nossos recém-nascidos. 
Na nossa opinião, a ecografia transfontanelar continua a ser o exame de 
neuroimagem de primeira linha na avaliação de doentes com convulsões neonatais, 
pela sua acessibilidade, facilidade de execução e baixo custo. A realização do 
electroencefalograma é mandatória na avaliação inicial de uma convulsão neonatal. 
Mesmo quando o diagnóstico clínico é inequívoco, o electroencefalograma pode 
fornecer informações adicionais na caracterização da crise, na identificação da 
etiologia e no estabelecimento do prognóstico (BARTHA, 2007). 
Este exame foi realizado no nosso estudo em 72,5% dos recém-nascidos. 
Apesar de o electroencefalograma convencional continuar a ser o gold standard, tem 
algumas limitações como o facto de não estar disponível 24h por dia, sete dias da 
semana. Nos últimos anos, o uso de nova tecnologia na monitorização cerebral, como 
o electroencefalograma de amplitude integrada tem vindo a colmatar esta falha. 
 
Estudos recentes sugerem a realização de vídeo-electroencefalograma contínuo ou 
electroencefalograma de amplitude integrada para distinção entre crises epilépticas e 
eventos não convulsivos (p.e. tremores, espasticidade, rigidez, movimentos 
distónicos), assim como na identificação de estados convulsivos sem tradução clínica. 
Os resultados destes exames têm implicações na investigação subsequente e 
atitudes terapêuticas, mas não existem ainda consensos quanto à sua necessidade 
de utilização generalizada. Na nossa perspectiva a monitorização cerebral contínua 
com electroencefalograma de amplitude integrada ou vídeo-electroencefalograma em 
recém-nascidos de risco neurológico, deve fazer parte do protocolo de procedimentos 
de uma unidade de cuidados intensivos neonatais. A investigação etiológica 
permanece essencial. As alterações encontradas na ecografia transfontanelar e no 
electroencefalograma estiveram, no nosso estudo, associadas ao prognóstico. Assim, 
parecem ser excelentes métodos a utilizar na avaliação inicial de qualquer recém-
nascido com convulsões (BASSAN, 2008) 
No entanto, também nos parece essencial a realização de tomografia axial 
computadorizada para melhor definição de quadros hemorrágicos e a ressonância 
magnética cerebral nos recém-nascidos com convulsões confirmadas, uma vez que 
pode fornecer informações importantes como a identificação de disgenesia cerebral 
ou de malformações estruturais (SILVERSTEIN, 2010). 
A evolução clínica esteve relacionada com a etiologia e com a presença de 
anomalias na ecografia transfontanelar e no electroencefalograma, o que está de 
acordo com a literatura. Estudos anteriores relacionam alterações no 
electroencefalograma (único ou seriado) e/ou na ecografia transfontanelar com atraso 
no desenvolvimento psicomotor, morte, défices visuais ou auditivos e aumento do 
risco de epilepsia. 
Conclusão 
 
O padrão clínico das crises convulsivas neonatais é distinto de outras faixas 
etárias, pois reflete a imaturidade anatômica, química e fisiológica do cérebro em 
desenvolvimento. Isso implica a necessidade de uma classificação própria para esta 
faixa etária. 
Ao classificarmos as crises neonatais em relação à sua etiologia, observamos 
que a maioria delas são sintomáticas, 1/4 criptogênicas e poucas ficam na categoria 
idiopática. Esse achado é característico do período neonatal, pois fatores etiológicos 
são mais facilmente identificáveis nesta faixa etária. 
 
 
 
 As crises neonatais geralmente ocorrem em cenáriomultifatorial, não sendo 
rara a associação entre um ou mais fatores potencialmente lesivos ao SNC (asfixia, 
hemorragia e hipoglicemia, por exemplo), sendo importante o pronto reconhecimento 
de cada um destes fatores e seu tratamento específico. 
 O prognóstico das crises convulsivas neonatais parece estar mais relacionado 
ao fator etiológico do que a severidade, duração ou freqüência das crises convulsivas. 
As crises eletrencefalográficas sem manifestações clínicas devem ser tratadas 
com drogas antiepilépticas, sendo algumas vezes necessária a politerapia devido a 
sua refratariedade 
A investigação etiológica permanece essencial para a avaliação do prognóstico. 
As alterações encontradas na ecografia transfontanelar e no electroencefalograma 
estiveram, no nosso estudo, associadas ao prognóstico. Assim, parecem ser 
excelentes métodos a utilizar na avaliação inicial de qualquer recém-nascido com 
convulsões. 
É necessário realização de ensaios clínicos randomizados para avaliação da 
eficácia e efeitos laterais dos fármacos antiepilépticos nas crises convulsivas 
neonatais, assim como estudos prospectivos para avaliação do efeito das crises 
epilépticas e terapêuticas instituídas no desenvolvimento psicomotor a longo prazo, 
para assim ser possível efectuar orientações técnicas nesta área a nível mundial. 
 
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