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Epidemiologia Epidemiologia Como se criou tão importante ciência? Qual a sua definição? Que utilidade terá para nossas vidas? Definição da Epidemiologia É a ciência básica da Saúde Coletiva. É a ciência que estuda a distribuição das doenças e suas causas em populações humanas. Atualmente, é a principal ciência de informação em saúde. É o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças na coletividade humana. International Epidemiological Association (1973). Definição da Epidemiologia “A Epidemiologia estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes de doenças, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo, de um lado, medidas específicas de prevenção, de controle e de erradicação de doenças, fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, à administração e à avaliação das ações de saúde.” Rouquayrol (1994). Definição da Epidemiologia “Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, promoção ou recuperação da saúde individual e coletiva, produzindo informação e conhecimento para tomada de decisão.” Medronho (2009). EPI = Sobre DEMO = População LOGIA = Estudo Em síntese, a palavra Epidemiologia significa, etimologicamente, “Estudo sobre uma população”. Epidemiologia Compreende 3 aspectos principais: Estudo dos determinantes de saúde-enfermidade contribui para o avanço no conhecimento etiológico-clínico. Análise das situações de saúde desenvolve e aplica metodologias efetivas para descrição e análise das situações de saúde, fornecendo subsídio para o planejamento e organização das ações de saúde. Avaliação de tecnologias e processos no campo da saúde a metodologia epidemiológica pode ser empregada na avaliação de programas, atividades e procedimentos preventivos e terapêuticos, tanto no que se refere a sistemas de prestação de serviço quanto ao impacto das medidas de saúde na população. A Epidemiologia As explicações sobre o processo saúde-doença eram baseadas em concepções mágico-religiosas. Deus da Medicina: Asclépios Grécia antiga... Higéia apregoava a saúde como resultante da harmonia dos homens e dos ambientes, por ações preventivas e coletivas. Panacéia Representava a medicina curativa, através de manobras físicas, encantamentos, preces e uso de medicamentos. A origem da Epidemiologia A Epidemiologia pode ter nascido com Hipócrates (pai da Medicina). Ele que criou os conceitos de Epidemia e Endemia. Estabeleceu-se na Ilha de Cós (Sede da Escola Hipocrática) ensinado e praticando a tradição higéica. A origem da Epidemiologia 460 a.C. – 377 a. C Saúde: equilíbrio entre o homem e seu meio (clima, maneira de viver, hábitos de comer e beber). Doença: desequilíbrio de quatro humores fundamentais: sangue, linfa, bile amarela e bile negra. A Epidemia foi utilizada por Hipócrates para referir doenças que afetam grande contingente da população. Segundo Hipócrates... A origem da Epidemiologia A Era Romana, deixou como legado para Epidemiologia a realização de censos periódicos e a introdução de um registro compulsório de nascimentos e óbitos. Galeno, médico grego muito famoso em sua época, tornou-se médico particular do Imperador Marco Aurélio. Foi Galeno que demonstrou, pela 1ª vez, que as artérias conduziam sangue e não ar, como até então se acreditava. Roma Antiga... Cláudio Galeno(201 – 130 a.C.) A origem da Epidemiologia Com a queda do Império Romano, o que se observou foi a hegemonia da igreja católica. As práticas de saúde eram baseadas no caráter mágico-religioso, em que o principal objetivo era a salvação da alma. A doença era considerada castigo. O pecado era causa da doença. Criação dos primeiros hospitais que estavam ligados a Igreja Católica. Idade Média... A origem da Epidemiologia Merece destaque o avanço tecnológico (farmacêuticos e técnicas cirúrgicas) e o caráter coletivo da medicina, que alcançou seu apogeu no séc. X nos califados de Bagdá e Córdoba. Os médicos mulçumanos baseavam-se na medicina hipocrática. Neste período, consolidou-se o registro de informações demográficas e sanitárias e o sistema de vigilância epidemiológica Descrição da varíola, asma e alergia. Medicina Árabe... A origem da Epidemiologia Hospitais eram centros de cura da doença e escola de medicina. Os pioneiros da medicina coletiva foram: - Avicena (989-1037) – médico e filósofo persa, autor do Cânon da medicina (principal tratado clínico da Idade Média tardia). - Averróes (1126-1198) – magistrado, filósofo e médico, precursor do Higienismo, foi um dos principais tradutores e comentadores da obra de Aristóteles. Medicina Árabe... A origem da Epidemiologia Saber Clínico Estatística Medicina Social EPIDEMIOLOGIA Eixos da Epidemiologia Tradição anglo-saxônica: Thomas Sydenham – Médico e precursor da ciência epidemiológica. Elaborou o conceito “História Natural das Enfermidades”. A clínica moderna tem como um de seus fundadores. Tradição francesa: Foucault – os primórdios de uma medicina científica moderna tem relação com a medicina Veterinária. A Sociedade de Medicina de Paris – organizou-se para investigar epidemia que dizimava ovinos, causando prejuízos à indústria têxtil francesa. Primeiro registro de contagem de enfermos, visando o controle de uma dada enfermidade. Saber Clínico Eixos da Epidemiologia Foucault – também assinala que o hospital nem sempre foi um lugar de cura de enfermos, e sim local ou instituição, sob a guarda de ordens religiosas para asilo ou acolhimento de pobres, mendigos e viajantes. Fins do séc. XVIII – conquista do hospital pelos médicos que participaram das revoluções burguesas. Fundamental para o desenvolvimento da clínica moderna. A hegemonia da biologia experimental e da teoria microbiana justificava o caráter naturalista do estudo clínico do enfermo. Saber Clínico Eixos da Epidemiologia Estatística Eixos da Epidemiologia Originalmente, o termo “estatística” significa a medida do estado. O vocábulo foi criado por Hermann Conring, médico e cientista político alemão, especialmente para referir-se ao conjunto de atributos de uma nação. A estatística tem uma raíz política. A emergência do estado moderno, juntamente com a implantação do modo capitalista de produção, indicava a necessidade não apenas de contar o povo e o exército, mas também que estes tivessem disciplina e saúde. Estatística Eixos da Epidemiologia A Teoria das probabilidades, primeiro grande aporte teórico da estatística, foi concebida por Blaise Pascal e formalizada por Daniel Bernouilli. Pierre Simon Laplace, matemático e astrônomo francês, além de consolidar a teoria das probabilidades, aperfeiçoou métodos de análise de de grandes números, aplicando-os a questões de mortalidade e outros fenômenos em saúde. Blaise Pascal Daniel Bernouilli Em 1825, Alexandre Louis publica em Paris estudo estatístico sobre 1960 casos de tuberculose, inaugurando a Epidemiologia. Médico e matemático, Louis é precursor da avaliação da eficácia dos tratamentos clínicos utilizando métodos da estatística. 1839: William Farr criou o registro anual de mortalidade e morbidade para a Inglaterra e País de Gales, marcando a institucionalização dos Sistemas de informação em saúde. Eixos da Epidemiologia Estatística França (1789): desenvolveu-se uma Medicina Urbana, com a finalidade de sanear espaços das cidades, ventilando as ruas e as construções públicas e isolando áreas consideradas miasmáticas. Alemanha: implantavam-se medidas compulsórias de controle e vigilância das enfermidades. Imposição de regras de higiene. Inglaterra: com a Revolução Industrial e o desgaste da classe trabalhadora, surgiu a medicina do trabalhador. Eixos da Epidemiologia Medicina Social: intervenção do Estado na saúde da população Eixos da Epidemiologia Medicina Social Guérin (1838):elaborou o termo Medicina Social, que tem servido para designar modos de abordagem coletiva a questão da saúde. Rudolf Virchow: médico sanitarista, elucidou o mecanismo do tromboembulismo (tríade de Virchow), foi o primeiro a publicar um trabalho científico sobre Leucemia, constatou o processo epidêmico de TIFO , liderou o movimento médico-social na Alemanha. Exilado, tornou-se o nome mais importante da patologia moderna. Criada em 1850 na Inglaterra por jovens simpatizantes das ideias médico-sociais, oficiais de saúde pública e membros da Royal Medical Society. Dentre os membros fundadores da sociedade destacam-se Florence Nightingale (mãe fundadora da Enfermagem), que se destacou com o estudo pioneiro sobre a mortalidade por infecção pós-cirúrgica e John Snow (pai da Epidemiologia), que desvendou os mecanismos de transmissão hídrica e o agente microbiano do Cólera. London Epidemiological Society Florence Nightingale John Snow 1813-1858 Conduziu inúmeras investigações para esclarecer a origem das Epidemias de Cólera em Londres, no período de 1849 a 1854. Em 1850, concluiu que os casos de cólera morbo no bairro londrino Soho estavam atribuídos à distribuição de água, pela bomba localizada na Broad Street. Estudou a frequência e distribuição dos óbitos segundo a cronologia dos fatos e os locais de ocorrência, além de procurar outros fatores relacionados aos casos, com o objetivo de elaborar hipóteses causais. Antecipou-se à teoria microbiana de Pasteur. Nas décadas seguintes ocorreu um grande avanço da fisiologia, patologia e bacteriologia, devido aos achados de Claude Bernard, Rudolf Virchow, Louis Pasteur e Robert Koch. As doenças infectocontagiosas eram de maior prevalência nesta época e a descoberta de microorganismos fortaleceu a medicina clínica. Bernard Virchow Pasteur Koch A origem da Epidemiologia A abordagem curativa individual suplantou mais uma vez o enfoque coletivo no enfrentamento das questões da saúde e de seus determinantes. O avanço do conhecimento epidemiológico voltava-se para os processos de transmissão ou controle de epidemias. Nesta época, em função de uma medicina social do colonialismo, registra-se o ensino sobre a distribuição das doenças em populações nas escolas médicas da França, Inglaterra e Alemanha. Obtém-se o controle da Varíola, malária, febre amarela e outras doenças tropicais, especialmente nos portos de países colonizados e das ex-colônias, como o Brasil. Neste contexto, por volta de 1890, surge o Instituto Pasteur de Paris (estudo da estatística médica), e a School of Tropical Medicine ( recursos humanos de saúde pública), em Londres. A origem da Epidemiologia Nos EUA, vários discípulos de Louis Pasteur, liderados por Lemuel Shattuck continuaram engajados no ensino da Estatística Médica na perspectiva de uma reforma sanitária. A partir de 1869, forma-se o Public Health Service, organismo público de natureza paramilitar que exercia atividades de vigilância Sanitária e também passou a formar recursos humanos em saúde pública nos Estados Unidos, culminando com a criação da American Public Health Association. Amecam Public Health Association Na Alemanha, a medicina social sobreviveu através de dois movimentos liderados por: - August Hirsch – liderou o surgimento, em Berlim, de uma Escola de Patologia Geográfica e Histórica. - Max Von Pettenkoffer – fundou o Instituto de Higiene de Munique, que propunha uma síntese das ciências básicas da saúde (patologia e bacteriologia), com uma ação social e política. Escola de Patologia Geográfica e Histórica e Instituto de Higiene de Munique (1872) 1910: O auge da hegemonia da medicina científica sobre a medicina social ocorreu com o relatório Medical Education in the United States and Canadá, elaborado por Abraham Flexner. Flexner considerou a maioria das escolas médicas dos EUA e Canadá desnecessárias ou inadequadas. O número de escolas de medicina caiu de 131 para 81 a partir desse relatório. O modelo flexneriano reforçou a separação entre o individual e o coletivo ( e por tabela, o biológico e o social) na saúde. Epidemiologia no Mundo Em 1918, foi inaugurada a Johns Hopkins School of Hygiene and Public Health, modelo do programa “Escolas de Saúde Pública”, difundido pelo mundo com apoio da Fundação Rockerfeller. Wade Hampton Frost: primeiro professor de epidemiologia do mundo (Universidade John Hopkins). Como pesquisador, Frost utilizou novas técnicas estatísticas para estudar variações na incidência e prevalência de doenças transmissíveis, como a tuberculose, para avaliar possíveis determinantes sociais e genéticos. Wade Frost Epidemiologia no Mundo Major Greenwood: primeiro professor de epidemiologia e estatística na London School of Hygiene and Tropical Medicine, em 1928. Greenwood foi o principal responsável pela introdução do raciocínio estatístico na pesquisa epidemiológica e muito contribuiu para a epidemiologia experimental. Major Greenwod Epidemiologia no Mundo A crise econômica de 1929 precipitou uma tremenda crise da medicina científica. O avanço da tecnologia e a tendência à especialização da prática médica provocaram uma elevação nos custos, elitização na assistência à saúde, justamente num momento de grande demanda social por serviços de saúde. Nesse contexto, resgatou-se o caráter social das doenças através do recurso à epidemiologia que já não continha a politização da medicina social. Epidemiologia no Mundo O livro “The principle of Epidemiology”, de 1920, foi a primeira abordagem sistemática do conhecimento epidemiológico que referia-se exclusivamente às enfermidades infecciosas. Em 1936, o clínico britânico John Ryle propôs sistematizar o paradigma da história natural das doenças, fundamental para a nascente Medicina Preventiva. Epidemiologia no Mundo Nas décadas de 30 e 40, os EUA limitaram-se a uma simples mudança no ensino médico, incorporando alguns aspectos de prevenção nos conteúdos de formação profissionais de saúde. No âmbito institucional, criaram-se departamentos de medicina preventiva, em substituição aos de higiene, capazes de ministrar os conteúdos de epidemiologia, administração de saúde e ciências da conduta, que eram, até então, atribuição das escolas de saúde pública. Após a II Guerra Mundial, o estabelecimento dos denominados “estado de bem-estar social”, na Europa ocidental, fez com que a assistência à saúde se incorporasse às políticas sociais, atualizando o conceito de medicina social. Epidemiologia no Mundo O advento da II Guerra Mundial revelou a necessidade do desenvolvimento de métodos eficientes para medir a saúde física e mental das tropas, abrindo a possibilidade de aplicação à população civil. No pós-guerra, foram realizados grandes inquéritos epidemiológicos, especialmente de enfermidades não infecciosas. Epidemiologia no Mundo Fundação da INTERNATIONAL EPIDEMIOLOGICAL ASSOCIATION, em 1954 e a transformação de um importante periódico American Journal of Hygiene no American Journal of Epidemiology, em 1964, foram o ápice para o processo de institucionalização da disciplina de epidemiologia. Na década de 50, ocorreu um “boom” no desenvolvimento e aperfeiçoamento de novos desenhos de investigação epidemiológica, destacando-se os desenhos longitudinais de coorte (é um conjunto de pessoas que tem em comum um evento que se deu no mesmo período e papel dos fatores de risco nas doenças não transmissíveis), a partir do estudo de Framingham, e os ensaios clínicos controlados atribuídos a Bradford Hill. Epidemiologia no Mundo Na década de 60, com a introdução da computação eletrônica, ocorreu a mais profunda transformação na epidemiologia, acarretando uma matematização cada vez maior da disciplina. A utilização de banco de dados, aliada à crescente utilização e criação de novas técnicas analíticas, expandiu as possibilidades da investigação epidemiológica. A introduçãodas técnicas de análise multivariadas na epidemiologia, permitiu o tratamento mais adequado das variáveis de confundimento intrínseco aos desenhos observacionais, que conferem especificidade à epidemiologia enquanto ciência. Epidemiologia no Mundo Na década de 70, ocorreu o grande desenvolvimento de técnicas de coleta e análise de dados epidemiológicos e também a sistematização do conhecimento epidemiológico, exemplificado pela obra de John Cassel, que buscava integrar modelos biológicos e sociológicos em uma teoria sobre a doença, unificada pela epidemiologia. Nas décadas de 70 e 80, Almeida Filho descreve três tendências principais da epidemiologia: - O aprofundamento das bases matemáticas da disciplina. - A consolidação da proposta de uma epidemiologia clínica. - A reação à biologização da saúde pública, onde se reafirma a historicidade dos processos saúde-enfermidade-cuidado, assim como a vertente econômica e política de seus determinantes. Epidemiologia no Mundo Atualmente, a epidemiologia apresenta tendências aparentemente dissonantes como a Epidemiologia Molecular e a Etnoepidemiologia. Novas abordagens metodológicas para os estudos ecológicos resultam em uma reavaliação de suas bases epistemiológicas, abrindo novas possibilidades para o estudo de processos em grupos populacionais. Além disso, a disciplina vem ampliando seu objeto de conhecimento abrindo novos horizontes de pesquisa, como por exemplo a Farmacoepidemiologia, a Epidemiologia Genética e a Epidemiologia de Serviços de Saúde. Epidemiologia no Mundo No Brasil, uma protoepidemiologia originou-se da Medicina Tropical e dos naturalistas, que, de forma sistemática, descreveram a ocorrência de diversas doenças infecciosas, seus vetores e agentes. Ressalta-se, aí, o papel da Escola Tropicalista Baiana. 1903: O Presidente Rodrigues Alves nomeou o médico Oswaldo Cruz, recém egresso do Instituto Pasteur, para a Diretoria Geral de Saúde Pública, com a tarefa de sanear o Rio de Janeiro e combater as principais epidemias que assolavam a cidade (febre amarela, peste bubônica e varíola). A campanha contra a febre amarela foi estruturada em moldes militares. Foram impostas medidas rigorosas: implicação de multas, intimidação aos proprietários de imóveis insalubres para reformá-lo ou demoli-los entre outras medidas. Em seguida, Oswaldo cruz iniciou sua batalha contra a peste bulbônica, através da notificação compulsória dos casos, do combate aos ratos da cidade, etc. Epidemiologia no Brasil 1904: o Rio de Janeiro sofreu uma grave epidemia de Varíola. O governo impôs a obrigatoriedade da vacina contra a doença, prevendo sanções para quem descumprisse a Lei, o que gerou grande insatisfação popular, conhecida como a Revolta das Vacinas, que durou uma semana e deixou um saldo de 30 mortos, 110 feridos e 945 presos, dos quais 461 foram deportados para o Acre. 1905: Carlos Chagas conseguiu controlar um surto de malária em SP e sua experiência acabou tornando-se referência para o combate da doença no mundo inteiro. 1909: descobriu o protozoário Trypanossoma Cruzi, causador da Doença de Chagas. Epidemiologia no Brasil 1918: no plano de organização do ensino, criou-se, a partir de um convênio firmado entre o governo do estado de SP e a fundação Rockfeller, a cadeira de Higiene da faculdade de Medicina de SP. 1924: o governo do estado de SP oficializa o laboratório de Higiene, transformando-o no Instituto de Higiene de SP. 1934: o Instituto de Higiene foi transformado em Escola de Higiene e Saúde Pública. Epidemiologia no Brasil 1942: fruto de um acordo com governo americano, foi criado o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), que priorizava inicialmente ações de controle da malária e outras endemias na região amazônica 1945: a escola foi definitivamente incorporada à Universidade de SP, sob a denominação de Faculdade de Higiene e Saúde Pública, pioneira no Brasil e passou a oferecer, para graduados de todas as regiões do país, o curso de especialização para médicos sanitaristas. Epidemiologia no Brasil 1950: foram criados Departamentos de Medicina Preventiva ou Medicina Social, em faculdades de medicina e o ensino de epidemiologia foi inserido no currículo médico e expandiu-se com a criação dos programas de residência médica em medicina preventiva e social. 1970: Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica no Brasil, consolidado pelas campanhas de erradicação da varíola e da poliomielite, aliadas à grave epidemia de doenças meningocócicas. Epidemiologia no Brasil 1979: Criação da Associação brasileira de Pós-Graduação em Saúde coletiva (ABRASCO), que, embora focado na pós-graduação, sempre pautou sua atuação nas questões de ordem acadêmica e dos serviços de saúde. 1989: logo após a promulgação da Constituição brasileira, realizou-se em Itaparica (BA) o Seminário denominado “Estratégias para o desenvolvimento da epidemiologia no Brasil”. Epidemiologia no Brasil 1990: constituiu um marco para e epidemiologia brasileira, em função dos seguintes acontecimentos: - I Congresso brasileiro de epidemiologia em Campinas, sob o tema “Epidemiologia e desigualdade social: os desafios do final do século”. - Criação do Centro Nacional de Epidemiologia (CENEPI), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, responsável pelo desenvolvimento de ações voltadas para a promoção e disseminação do uso da epidemiologia em todos os níveis do SUS. Epidemiologia no Brasil 1995: Salvador realizou o III Congresso brasileiro de Epidemiologia e o primeiro evento de caráter internacional, com o tema “Epidemiologia na busca da equidade em saúde”. 1998: foi lançada a Revista Brasileira de Epidemiologia, um marco na divulgação científica na área e que hoje se encontra indexada nas bases do LILACS e SCIELO. Epidemiologia no Brasil A pesquisa no campo da saúde pública vem se expandindo muito em nosso país e que se reflete num grande crescimento da pesquisa epidemiológica, cuja orientação principal tem como foco os problemas de saúde de grande impacto social e suas relações com determinantes políticos, sociais, econômicos e culturais. A epidemiologia deve estar incorporada às políticas, programas e serviços públicos de saúde no Brasil. Neste sentido, a utilização cada vez maior pelo SUS de informações epidemiológicas, nos diversos níveis do sistema, para o conhecimento das necessidades de saúde da população, constitui-se em uma ferramenta fundamental para o aprimoramento do SUS. Epidemiologia no Brasil A importância da epidemiologia Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas. Identificar fatores etiológicos das enfermidades. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades. Conhecer a distribuição das características de um grupo ou de uma população (sexo, idade, estatura, peso, cor, renda etc.) A importância da epidemiologia Conhecer a morbidade e/ou mortalidade de uma certa doença em uma população, e compará-las entre populações. Conhecer a evolução de doenças durante um período de tempo numa população. Descobrir os principais problemas de saúde de uma população. Avaliar a melhora que uma intervenção (ex.: vacinas, pré-natal, educação em saúde) causa em uma população. Verificar a melhora que uma medicação pode trazer para uma doença ou agravo, e quais seus efeitos colaterais. Avaliar o quanto um exame realmente diagnostica uma doença existente ou deixa de diagnosticar. A importância da epidemiologia Avaliar que comportamentos ou fatores podem influenciar na piora ou melhora da saúde de uma população. Avaliar o funcionamento e a satisfação gerada por um serviço implementado. Conhecer opiniões e o entendimento que uma população tem a respeito de uma doença, tratamento, intervenção, serviço etc. É essencial no processo de identificação e mapeamento de doenças emergentes. Premissas da epidemiologia Os agravos à saúdede uma população não ocorrem ao acaso. A distribuição desigual dos agravos à saúde é fruto da ação de fatores que se distribuem desigualmente na população. O conhecimento dos fatores determinantes das doenças permite a aplicação de medidas preventivas e curativas. Objetivos da epidemiologia Obter promoção de saúde Interpretar informações em saúde & Utilizar redução de doenças e agravos Métodos epidemiológicos Epidemiologia Descritiva: Estuda a frequência e distribuição dos parâmetros de saúde ou de fatores de risco das doenças nas populações. -Variáveis importantes: (De quem?) idade, sexo, escolaridade, ocupação, renda, grupo cultural ou religioso, tamanho da família, estado nutricional, etc. - (onde?) cidade, vila, zona rural, altitude, proximidade de rios, florestas, animais silvestres ou fontes emissoras de substância tóxica, distancia até os serviços de saúde. - (quando?) dia , semana, mês, ano, outros. Métodos epidemiológicos Epidemiologia Analítica: Tenta analisar as causas ou determinantes das doenças, através do teste de hipóteses. Epidemiologia Experimental: Ensaios Clínicos e comunitários são utilizados para responder dúvidas quanto a eficácia de novos métodos que visam o controle de doenças ou de seus determinantes. Epidemiologia de Avaliação: Mede a efetividade dos diferentes serviços e programas de saúde em andamento. Referências MEDRONHO, Roberto de Andrade et al. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2009. PEREIRA, Antônio Carlos et al. Tratado de saúde coletiva. Nova Odessa: Napoleão, 2009. ALMEIDA FILHO , N. ROUQUAYROL, M.Z. Introdução à epidemiologia. 4 ed. Guanabara Koogan, 2006. ANTUNES, José Leopoldo Ferreira; PERES, Marco Aurélio. Epidemiologia da Saúde Bucal. Rio de Janeiro. Ed. Guanabara Koogan, 2006.
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