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EXCELENTISSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PFB – Para Frente Brasil, partido político, representado unicamente por um Deputado Federal, vem através de seu advogado, a quem está subscreve abaixo, mui respeitosamente, com base nos artigos 102, inciso I, “a” da Constituição Federal e na Lei 9.868/99, ajuizar AÇÃO DIRETA DE INCOSTITUCIONALIDADE c/c MEDIDA CAUTELAR Em face da Lei nº 8888, que estabelece que a concessionária exploradora do serviço de fornecimento de energia elétrica no território do Estado fica obrigada a remover, sem qualquer ônus para os interessados, os postes de sustentação à rede elétrica que estejam causando transtornos aos proprietários e aos promitentes compradores de terrenos. Preliminarmente: DA LEGITIMIDADE ATIVA O Legitimado ativo desta ação, enquadra-se perfeitamente no instituto da Ação Direta de Inconstitucionalidade, conforme prevê o artigo 103 da Constituição Federal: “Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - o Governador de Estado; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.” DA LETIMIDADE PASSIVA O polo passivo desta ação, sendo os órgãos ou autoridades, segundo disposto no art. 6º da Lei nº 9.868/99, ficará responsável pela lei ou ato normativo objeto da ação, aos quais caberá prestar informações ao relator do processo. “Art. 6o O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias contado do recebimento do pedido.” DA MEDIDA CAUTELAR A Medida Cautelar que é uma antecipação provisória da tutela jurisdicional e a concessão da mesma neste processo é de caráter essencial, uma vez que, sua ação salvaguardará a sociedade, de possíveis riscos e danos gerados pela promulgação da Lei nº 8888, caso constatada sua inconstitucionalidade. “§ 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias. § 2o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal. § 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo. § 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. § 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário. Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador- Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação. (Vide ADO Nº 26) I. DOS FATOS No dia 1 de março de 2015, a Assembleia Legislativa do Estado Y edita, Lei nº 8888, conforme anexo (anexo 1). A Lei citada acima, estabelece que a concessionária exploradora do serviço de fornecimento de energia elétrica no território do Estado, é pela força da lei incumbida de remover, sem cobrança, os postes de sustentação à rede elétrica que estejam causando transtornos aos proprietários e aos promitentes compradores de terrenos. Pois bem. Ocorre que, não há qualquer Lei Complementar que autorize excepcionalmente ao Estado Y dispor sobre a questão. Ao contrário. É possível ressaltar a existência de norma expedida pela agência reguladora que autoriza a remoção desses postes de energia, cujo serviço fica às expensas dos usuários interessados. Além de que, presente lei torna-se inconstitucional pois a matéria já é regulamentada pela agencia reguladora, portanto, torna-se inviável a interferência do estado. Desta forma, não outra alternativa, além da propositura da presente ADI, uma vez que o presente artigo da Lei nº 8888, ofende o previsto no Regulamento da Agência. II. DOS DIREITOS A Lei nº 8888, é incontroversa ao previsto no artigo 21, XII, “b” da CF/88, pois configura intervenção indevida do Estado em questão de competência da União. “Art. 21. Compete à União: XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;” Ademais, segundo o artigo 22, IV da CF/88, o ente estatal, CRIOU OBRIGAÇÃO, ao editar a Lei nº 8888, contrariando o presente artigo. “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;” Por fim, ao editar a Lei nº 8888, o estado tira ainda da União a competência para regular a tarifa de exploração desse serviço, assim dispõe o artigo 175, parágrafo único, III da CF/88. “Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: III - política tarifária;” III. DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer: a. A concessão da Medida Cautelar para suspender os efeitos do artigo da Lei nº 8888; b. A intimação do Governador do Estado, do Advogado-Geral da União e do Procurador Geral da República para que se manifestem sobre o mérito da presente Ação, no prazo legal; c. A procedência da presente ADI, editando ou revogando a Lei nº 8888. Nestes termos, Pede deferimento. Local e data Advogado/OAB nº
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