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AV-1 - Direito Civil - Responsabilidade Civil

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AV-1 DIREITO CIVIL - RESPONSABILIDADE CIVIL
ALUNO: ÍKARO PEREIRA DE ARAÚJO
10° Semestre
INTRODUÇÃO
	O presente trabalho visa esclarecer acerca das diretrizes que a culpa traça para ser caracterizada como responsabilidade civil, como é de saber que a sociedade toda atividade em que pode prejudicar um determinado membro, por consequência acontece um desiquilíbrio. Por outra seara também discutiremos acerca do dano seria um elemento necessário para se caracterizar a responsabilidade civil, entende-se que o dever moral ou jurídico de reparar o dano causado, restaurando o equilíbrio na sociedade, assim transmitindo o conceito de responsabilidade, ou seja, o dever ou obrigação de arcar e se responsabilizar pelo comportamento ou dano antes causado.
	Em geral, não discutimos a responsabilidade civil sem tratar principalmente do elemento do dano, é de saber jurídico que para ocorrência do dano ou prejuízo, se faz necessária a comprovação da culpa (lato ou stricto sensu) e, consequentemente a comprovação do dano. A de se ressaltar, que a casos que, cabe a inversão do ônus da prova do ano, por exemplo nas relações de consumo, como iremos tratar adiante no presente trabalho.
DESENVOLVIMENTO
1- O ato culposo encerra elemento da responsabilidade civil subjetiva. Entendida em sua acepção normativa, a culpa se revela na ideia de desvio de conduta, vale dizer, de inadequação da conduta do agente ao padrão de comportamento esperado em concreto. Cuida-se, com efeito, de comparar a conduta concretamente adotada pelo ofensor com aquele standard de comportamento desejado em situação equivalente. Nesse sentido, responda:
a) A culpa é elemento necessário para a caracterização da responsabilidade civil? R: A responsabilidade civil para, José de Aguiar Dias indaga que “toda manifestação humana traz em si o problema da responsabilidade”. A responsabilidade civil se deriva da agressão a um interesse jurídico em consequência ao descumprimento de uma norma jurídica já existente, contratual ou não. A lei busca reconstituir o ordenamento jurídico violado. Os elementos ou pressupostos gerais da responsabilidade civil são os seguintes: a conduta ou ato humano, nexo de causalidade e o dano ou prejuízo. A culpa não é um elemento geral da responsabilidade civil e, sim, um elemento acidental.
O primeiro elemento da responsabilidade civil tem por núcleo a noção de voluntariedade, podendo ser positiva ou negativa (ação ou omissão). Na voluntariedade, a pessoa tem consciência daquilo que se faz, está ausente nos atos reflexos, no sonambulismo e na hipnose, por exemplo. A regra geral é de que a conduta deve ser ilícita mas também pode haver responsabilidade civil decorrente de ato lícito, por isso, a ilicitude não pode ser um elemento geral.
A responsabilidade civil pode ser ato próprio como também pode ocorrer por ato de terceiro ou por fato da coisa ou do animal, chamada responsabilidade civil indireta. Neste último caso haverá conduta humana mesmo que por omissão. As pressunções de culpa não exitem mais no Código Civil Brasileiro sendo substituída, na maioria das vezes, pela responsabilidade objetiva.
O nexo de causalidade é o vínculo ou liame que une a conduta humana ao resutlado danoso. As teorias explicativas do nexo de causalidade são as seguintes:
a) Equivalência de condições (conditio sine qua non): para essa teoria todos os antecedentes fáticos que contribuírem para o resultado são causa dele. Deve ser limitada para não levar o intérprete ao infinito. Bending diz que se levar a teoria ao infinito poderia se cometer o absurdo de condenar o marceneiro que fez a cama onde foi cometido o adultério. Não foi adotada pelo Código Civil Brasileiro.
b) Causalidade adequada: foi criada por Von Kreies e afirma que causa é o antecedente causal abstratamente idôneo à realização do resultado segundo um juízo de probabilidade. Também não foi adotada pelo Código Civil Brasileiro.
c) Causalidade direta e imediata: para outros autores, como Gustavo Tepedino e Pablo Stolze, foi adotado pelo Código Civil Brasileiro e afirma que a causa serviria apenas o antecedente fático ligado necessariamente ao resultado danoso como uma consequência direta e imediata.
b) O dano é elemento necessário para a caracterização da responsabilidade civil? R: O dano é a lesão a um interesse jurídico tutelado, material ou moral. Para que um dano seja indenizável é preciso alguns requisitos: violação de um interesse jurídico material ou moral, certeza de dano, mesmo dano moral tem que ser certo e deve haver a subsistência do dano.
Acerca do dano é requisito essencial para a existência da responsabilidade em qualquer das espécies, seja contratual ou extracontratual, seja subjetiva ou objetiva. O dano é a lesão a um interesse jurídico, patrimonial ou extrapatrimonial (direito personalíssimo) que foi gerado pela ação ou omissão de um indivíduo infrator, todo dano deve ser reparado, mesmo que não se possa voltar ao estado em que as coisas estavam (status quo ante), sempre será possível fixar uma quantia pecuniária a título de compensação. Para a reparação do dano são necessários os seguintes requisitos: violar um interesse jurídico patrimonial ou extrapatrimonial de uma pessoa física ou de uma pessoa jurídica; e a certeza do dano, no caso do dano moral, não é preciso provar a dor, mas deve provar a violação a um direito a personalidade. Então existe o que denominamos de dano moral presumido (o fato em si já configura o dano), um exemplo é quando se tem o nome inserido no cadastro de inadimplentes. 
2-  O dano patrimonial é o dano material, que atinge bens integrantes do patrimônio da vítima. “É o conjunto de relações jurídicas de uma pessoa apreciáveis economicamente”. Pode atingir não somente o patrimônio presente da vítima, como também o futuro; provocar sua diminuição, impedir seu crescimento. Acerca desse dano, explique sobre os outros tipos de danos que decorrem dele, indicando uma jurisprudência (apenas a ementa) para cada um deles:
· Dano Material
Trata do prejuízo patrimonial causado à parte lesada pelo ato. Divide-se em: a) danos emergentes, que são aqueles referentes ao que o indivídio perdeu em virtude da conduta; já os b) lucros cessantes envolvem tudo aquilo que se deixou de lucrar.
Um caso prático ajuda na diferenciação: imagine-se que em decorrência de um acidente automobilístico, um taxista em seu carro danificado. O dano ao veículo configura-se como dano emergente, visto que atual; já a renda que o taxista deixará de auferir em função de não poder circular, caracteriza-se como lucro cessante. Os danos morais deverão ser provados para que haja indenização. Vejamos a ementa sobre o tema:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. NÃO OCORRÊNCIA. DANOS MORAIS E MATERIAIS. NÃO COMPROVAÇÃO. DEVER DE INDENIZAR AUSENTE. SENTENÇA MANTIDA. I - O instituto da responsabilidade civil prevê, claramente, a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar dano moral ou patrimonial, causado a terceiro, em virtude da prática de um ato ilícito (art. 186 do Código Civil de 2002). II - No nosso ordenamento jurídico, o direito de alegar está intrinsecamente associado ao direito de provar, prevalecendo a máxima de que "fato alegado e não provado equivale a fato inexistente". Desta feita, não havendo comprovação dos danos sofridos, haja vista não se constituírem in re ipsa, não há de se falar em condenação ao pagamento por danos morais e materiais. III - Recurso conhecido e não provido.
· Dano Moral
O dano moral consiste numa lesão a interesse não patrimonial, uma violação a um estado psíquico do indivíduo. Embora seja normalmente vinculado à dor, ao sofrimento, à tristeza, o dano moral não está restrito a estes elementos, se estendendo a todos os bens personalíssimos. Vejamos a ementa sobre o tema:
EMENTA: APELAÇÕES CÍVEIS - 1º RECURSO - PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA - REJEIÇÃO - CERCEAMENTO DE DEFESA - NÃO CONFIGURAÇÃO - JULGAMENTO ULTRA PETITA - OBSERVÂNCIA AOS LIMITES DA LIDE - MÉRITO - AÇÃO DECLARATÓRIADE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/ DANOS MORAIS - REVELIA - REDISCUSSÃO DE MATÉRIA FÁTICA NO APELO - IMPOSSIBILIDADE - QUANTUM INDENIZATÓRIO - RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE - 2º RECURSO - PRELIMINAR DE PARCIAL INÉPCIA RECURSAL - ACOLHIMENTO - MÉRITO - VALOR DA INDENIZAÇÃO - SENTENÇA MANTIDA.
Carlos Roberto Gonçalves, ao tratar sobre o tema assevera que,
“Dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu patrimônio. É lesão de bem que integra os direitos da personalidade, como a honra, a dignidade, intimidade, a imagem, o bom nome, etc., como se infere dos art. 1º, III, e 5º, V e X, da Constituição Federal, e que acarreta ao lesado dor, sofrimento, tristeza, vexame e humilhação” (GONCALVES, 2009, p.359). 
Havia certa discussão acerca da possibilidade de haver indenização por um dano de caráter subjetivo, mas sob a égide da Constituição Federal de 1988 essa polêmica restou afastada haja vista que a Carta Magna previu expressamente a possibilidade de reparação por dano moral.
Outrossim, também pacificado o entendimento de que pessoa jurídica pode sofrer dano moral (Súmula 227/STJ), embora tal modalidade de reparação seja negada a pessoa jurídica de direito público.
Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a indenização por dano moral deve ser fixada pelo juiz em observância as suas duas funções: a de ressarcimento, que visa a recompensar o lesado pelo dano sofrido e a educativa, como medida pedagógica para que o ofensor não repita seu comportamento.
· Dano Existencial
Desenvolvido nos países europeus, como Itália e Alemanha, o dano existencial visa à proteção da existência humana e do projeto de vida, reconhecendo como dano indenizável a lesão que atinja a as perspectivas pessoais de vida da pessoa humana, de forma a vulnerar o seu modus vivendi, frustando as expectativas e os objetivos de vida perseguidos pelo indivíduo.
Sebastião de Assis Neto nos traz um interessante exemplo:
Num caso hipotético, que uma incapaz (menor de idade) seja estuprada e que desse estupro resulte gravidez. Seu projeto devida era o de se tornar missionária de uma determinada religião, com imposição de castidade e inexistência de prole. Em caso de incapaz, o inciso II do art. 128 do Código Penal exige que o aborto seja precedido de consentimento de seu representante legal. Esse representante, no entanto, não dá seu consentimento e, ainda, impede que a filha procure meios judiciais para supri-lo. Causou-lhe, portanto, claramente, dano ao projeto de vida, que se enquadra como dano existencial.
Apesar de conceitos bem próximos, é possível diferenciar o dano existencial do moral, eis que este se vincula ao aspecto subjetivo, ao sofrimento psicológico causado pelo ato danoso, enquanto que aquele configura como objetivo, porque decorrente de modificação de aspectos exteriores, do comportamento do indivíduo, que se vê obrigado a conviver com uma perspectiva não desejada, e às vezes até insuportável. Vejamos a ementa sobre o assunto:
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANO EXISTENCIAL. PRESTAÇÃO HABITUAL DE HORAS EXTRAS. Segundo o Regional, o reclamante prestava horas extras com habitualidade, sujeito a jornada de 12 horas diárias, com 20 minutos de intervalo, e laborava em dias destinados a repouso. No entanto, a Corte de origem consignou que não restou demonstrada a "situação extrema" narrada na petição inicial. Diante desse contexto fático, insuscetível de reanálise nesta instância extraordinária de jurisdição, a teor da Súmula nº 126/TST, não se verifica que as jornadas de trabalho praticadas pelo reclamante tenham comprometido suas relações sociais e seus projetos de vida, não havendo, portanto, falar em dano existencial, haja vista que esta Corte sedimentou o entendimento de que a mera prestação habitual de horas extras não implica no pagamento da indenização por dano existencial pleiteada. Precedentes. Óbice da Súmula nº 333/TST e do art. 896, § 7º, da CLT. Agravo de instrumento conhecido e não provido. (Processo: AIRR - 1480-67.2014.5.03.0178 Data de Julgamento: 24/02/2016, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 26/02/2016).
· Dano Social
É uma nova modalidade de dano reparável, distinta do dano material, moral, estético e existencial, que decorre de comportamentos reiterados que causam um mal-estar social, causando um rebaixamento no nível de vida da coletividade. O tema já foi, inclusive, tema na V Jornada de Direito Civil do CJF, quando foi aprovado o Enunciado 455, reconhecendo a existência do denominado dano social:
A expressão dano no art. 944 abrange não só os danos individuais, materiais ou imateriais, mas também os danos sociais, difusos, coletivos e individuais homogêneos a serem reclamados pelos legitimados para propor ações coletivas.
Quanto ao conceito de dano social, segundo Antônio Junqueira de Azevedo,
São lesões à sociedade, no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de seu patrimônio moral – principalmente a respeito da segurança – quanto por diminuição na qualidade de vida. Os danos sociais são causa, pois, de indenização punitiva por dolo ou culpa grave, especialmente, repetimos, se atos que reduzem as condições coletivas de segurança, e de indenização dissuasória, se atos em geral da pessoa jurídica, que trazem uma diminuição do índice de qualidade de vida da população. (p. 376).
Diferem-se dos danos morais coletivos porque estes atingem direitos de personalidade de pessoas determinadas ou determináveis, enquanto que o dano social viola a sociedade como um todo. Vejamos uma ementa sobre o tema:
EMENTA: INDENIZAÇÃO POR DANO SOCIAL. “DUMPING SOCIAL”. Condenação ao pagamento de indenização por dano social (dumping social), reduzida para R$ 20.000,00. Posição majoritária da Turma, vencida a Relatora, que entende configurado julgamento extra petita. (TRT- 4 - AP: 00006484420135040662, Fata de Julgamento: 20/11/2014, 2ª Turma)
CONCLUSÃO
	O instituto da responsabilidade civil vive em constante mudança, evoluindo ao longo do tempo, como é possível perceber na forma de reparar o dano, sendo a reparação feita com o próprio corpo do ofensor na antiguidade e através de pena pecuniária atualmente. É necessário que se faça uma profunda análise dos pressupostos deste instituto, como forma de não deixar sem reparação nenhuma vítima de ofensa, seja ao seu patrimônio patrimonial, seja na sua moralidade. Com efeito, sendo a responsabilidade contratual/negocial ou extracontratual/aquiliana, os aspectos indispensáveis à configuração da responsabilidade civil são os mesmos, quais sejam, conduta comissiva ou omissiva, dano ou prejuízo, verificável em suas diversas modalidades, e nexo de causalidade entre estes dois elementos.
REFERÊNCIAS
IUZA, Cesár. Direito Civil: curso completo. 15 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2011.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2004. v. 3.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 3. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008. v.  IV.
BRASIL. Código Civil. In: Vade Mecum RT. 6. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011.
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Novo Programa de Responsabilidade Civil. 6 Ed. São Paulo: Malheiros, 2005.

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