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Dilatação Térmica dos Sólidos Eduardo Dias Ferreira Jordana Nicoly Carraro Vitor Vargas Santos 1. Resumo A dilatação térmica é um fenômeno que ocorre quando a temperatura de um material é alterada e por esse motivo, sua estrutura é modificada, fazendo com que as partículas vibrem e se afastem entre si, porém ainda constituindo o estado sólido. Usando um equipamento que possa calcular mudanças de temperatura, e a própria dilatação, iremos determinar o coeficiente de dilatação do material usado (aço). Palavras-chave: Dilatação. Dilatação Térmica. Dilatômetro. Coeficiente de dilatação. Dilatação dos sólidos. 2. Introdução O seguinte relatório de Física Experimental II referente ao curso de Engenharia de Materiais, tem como objetivo explicar e determinar o coeficiente de dilatação linear de diferentes materiais através do aumento da temperatura. Para maior precisão foi utilizado um dilatômetro e também as seguintes equações: [1] ∆𝐿 = 𝐿𝑜 . ∝ . ∆𝑇 [2] 𝛽 = 2 . ∝ [3] 𝛾 = 3 . ∝ 3. Procedimento Experimental Quando variamos a temperatura de um corpo, ocorrem mudanças em suas dimensões. Se temos uma barra de comprimento inicial 𝐿𝑜 em uma temperatura inicial 𝑇𝑜, ao alterarmos sua temperatura, o comprimento da barra altera em quantidade ∆𝐿. Isso acontece pois, com a alteração da temperatura, a distância média entre as moléculas também muda, fazendo com que a extensão do material também seja diferente. Como já é de nosso conhecimento, o aumento de temperatura causa o aumento do grau da agitação das partículas que compõem o material, sendo a partir desse princípio que os materiais mudam de estado físico, estando suas moléculas bem unidas no sólido, com maior movimentação no estado líquido e com trajetórias livres e impalpáveis no estado gasoso. Porém, é mais complexo pensar que a dilatação num material sólido faz com que suas moléculas se afastem, obtendo dilatações consideráveis e ao mesmo tempo as moléculas permaneçam próximas o suficiente para compor o estado sólido. Tendo em vista que a curva da energia potencial de cada átomo compõe uma área do material, e considerando a segunda Lei de Newton, sabemos que dois corpos não podem ocupar o mesmo local – estado quântico – no espaço. Quando um átomo sai de sua posição de equilíbrio, há uma força de atração que age entre ele e seus átomos vizinhos. As nuvens eletrônicas se chocam e surge uma barreira de energia potencial que faz com que surja uma força de repulsão entre esses mesmos átomos. Sabendo que o átomo está vibrando e esse nível de vibração está aumentando, e também que o potencial é assimétrico, o ponto médio de vibração de cada átomo difere e portanto, cada um deles vibra em uma distância média maior dos átomos contíguos. Mas não deixa de ser verídico que, com o constante aumento da temperatura, após passar por essas vibrações e dilatações, o mesmo material vai chegar ao seu ponto de fusão e se tornar líquido. Levamos em conta que o ponto de fusão de metais é muito alto, e, portanto, o arranjo da microestrutura dilata em grandes medidas até que o estado físico se altere. Em geral, observa-se que a variação do comprimento de um corpo depende de (e é diretamente proporcional a) seu comprimento inicial 𝐿𝑜, a variação de temperatura ∆𝑇 e uma constante ∝ que chamamos de coeficiente de dilatação, exclusiva para cada material [1]. Partindo do princípio da proporcionalidade da equação, se a variação de temperatura é positiva, ou seja, a temperatura aumenta, o comprimento do material também aumentará, sabendo que o sinal segue positivo para os termos da equação. Em contra partida, se a variação de temperatura é negativa, ou seja, a temperatura final for menor do que a inicial, pressupõe-se que a dilatação será negativa e, portanto, o material diminuiu suas dimensões. Essa relação [1] se dá para dilatação linear, todavia, podemos obter relações equivalentes para área e volume, partindo do mesmo coeficiente de dilatação, tendo em vista que, considerando mais de uma dimensão do material, obtemos as relações [2] para dilatação de área e [3] para dilatação volumétrica. Tendo uma barra de determinado material e comprimento conhecido e usando um dispositivo para causar uma variação de temperatura, e outro dispositivo que meça a variação das medidas, podemos determinar o coeficiente de dilatação para o material em questão. Figura 1 - Representação do aparato da experiência. Nessa experiência, utilizaremos uma barra oca de aço. Sobre essa barra há um ebulidor, que possui uma resistência interna capaz de aquecer uma quantidade de água contida no mesmo; quando a água entra em ebulição, o vapor d’água entra pelo tubo conectado ao ebulidor e percorre a barra, aquecendo-a, provocando a dilatação. Um termômetro é usado para medição da temperatura antes e após a ocorrência, e um relógio comparador mede a variação do comprimento da barra através de um mecanismo fixo na barra, onde o comprimento inicial é medido entre os parafusos que fixam os mecanismos citados (de A a B). Esse conjunto é chamado de dilatômetro. Figura 2 - Dilatômetro. Ao ligar o aparelho, nos é mostrado a temperatura inicial e o relógio comparador marca o 0, mostrando que não há dilatação no comprimento inicial. Quando a barra é aquecida, a temperatura sobe instantaneamente no termômetro e o relógio também mede a dilatação conforme ela acontece. Quando a temperatura estabiliza e para de alterar, podemos considerar ela como temperatura final. Nesse instante, anotamos a medida do relógio com a dilatação ocorrida do sólido. Preenchendo a fórmula, podemos encontrar o coeficiente de dilatação térmica deste material. Figura 3 - Relógio comparador e termômetro digital ampliados. 4. Resultados Através do vídeo do experimento, conseguimos encontrar todos os dados necessários para o cálculo do coeficiente de dilatação. Temos então o comprimento inicial igual a 𝐿𝑜 = 47,7 cm a variação de comprimento ∆L = 0,44 mm, a temperatura final T= 96,6°C. Seguindo estes dados, utilizamos a fórmula [1], mas a transformamos com o objetivo de encontrarmos o valor da dilatação. Por isso, a variação da temperatura irá ser multiplicada pelo comprimento, e dividirá o valor da variação do comprimento. Dessa forma, a fórmula ficou da seguinte maneira: ∝ = ∆𝐿 𝐿𝑜 . ∆𝑇 Utilizando então, os dados obtidos mas transformando o valor do comprimento inicial de cm para mm para resolução do cálculo, encontramos um valor de coeficiente de dilatação sendo igual a ∝ = 1,28.10−5°𝐶−1. Dessa maneira, podemos concluir que o valor do erro relativo neste caso, é quase inexistente, pois o valor obtido através da fórmula [1] foi praticamente o mesmo do valor tabelado. 5. Discussão O fenômeno de dilatação atinge diversas áreas da nossa vida. Em construções extensas como pontes e calçadas, é necessário deixar um espaço livre para que o concreto possa dilatar durante o dia e não ocorram fraturas e trincas, que possam causar rupturas da construção. Também pode ser observado em trilhos de trem, que também dilatam conforme a temperatura que atingem. Sem os vãos que permitam a dilatação, o trilho pode entortar em tamanhos consideráveis que destroem a utilidade do material, fazendo com que o trem não consiga passar por ele. Por isso, a escolha de materiais tem sim muita influência no uso do mesmo. Um copo de Becker, importante instrumento dentro de um laboratório, pode ser preenchido com líquidos em temperaturas contrastantes como água fervente e água gelada, e ele não sofrerá dano. Em oposição a isso, um copo comum de vidro de cozinha, racha e pode estourar, assim como outros utensílios de cozinha feitos de vidro. Isso ocorre porque o Becker é feito de um vidro com boro silicato, com um alfa até 4 vezes menor que do vidro normal de janela que compõem o copo.Como ele não expande, as tensões térmicas também não são altas. Existem outros materiais resistentes a choques térmicos. 6. Conclusão Concluímos então que o método utilizado é certeiro, pois o valor do erro relativo é praticamente inexistente. A dilatação térmica está muito presente no mundo da engenharia, seja na construção civil ou até mesmo em um laboratório de metais. Então o fato de sabermos como a dilatação funciona é de suma importância para o nosso dia a dia. 7. Referências Dilatação Linear. Professor Carlos Magno. UFVJM. Postado em <10.maio.2016> Acesso em <06.abril.2021>. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=qI0_trc6Qmw> Experimento realizado pelo professor Francisco Carlos Serbena nas dependências dos laboratórios da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. https://www.youtube.com/watch?v=qI0_trc6Qmw
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