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Princípios do Direito Individual do Trabalho

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Faculdades metropolitanas unidas – FMU
 Nome Fernanda da C Lana Medrado
 RA 8989400
 Turma 003206B01
Princípios do Direito Individual do Trabalho 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO
O PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR................................................................2
O PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL..........................................................................3 
O PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA........................................................................5
O PRINCÍPIO “IN DUBIO PRO OPERARIO”.............................................................................. 6 
O PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE........................................................................... 7 
O PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS......................................................... 8 
O PRINCÍPIO DA IMUTABILIDADE CONTRATUAL................................................................... 9 
O PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL...................................................................... 10 
O PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DO SALÁRIO............................................................... 11 
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO.......................................... 12 
CONCLUSÃO:.............................................................................................................................. 14 
BIBLIOGRAFIA:............................................................................................................................ 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO: 
O presente trabalho tem por objetivo discorrer sobre os princípios do direito do trabalho, para isso, recorre-se ao posicionamento doutrinário brasileiro, à CLT (a Consolidação das Leis Trabalhistas), promulgada em 1943, legislação que regulamenta as relações entre empregador e empregado, bem como à Constituição Federal, que assegura através de cláusulas pétreas, direitos fundamentais para o trabalhador, inclusive para garantir a dignidade da pessoa humana. 
 
INTRODUÇÃO 
As relações de trabalho são essenciais à manutenção das necessidades dos indivíduos, no que se refere ao seu sustento, bem como à satisfação de ter uma carreira profissional bem sucedida, o trabalho acompanha a humanidade desde o seu surgimento. 
Embora, por razões diretamente ligadas à tardia abolição da escravatura, ocorrida apenas em 1888, no Brasil a regulamentação das relações referenciadas não ultrapassa sequer um século, sendo promulgada em 1943, no Governo de Getúlio Vargas e constantemente retificada até os dias atuais. 
Ainda assim, a legislação trabalhista brasileira é referência para vários países, e enaltecida por doutrinadores pelo seu tradicional carácter protetor para com os trabalhadores. Além do mais, suas garantias excedem a esfera de norma inferior, encontrando respaldo através de cláusulas pétreas, dispostas na constituição federal. 
Para tal, princípios foram utilizados como basilares da formação desse ordenamento fundamental para a sociedade. Além disso, seus efeitos transcendem o caráter primário de construção legislativa, prestando-se a auxiliar as decisões judiciais de forma subsidiária. 
 
 
 
O PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR 
É evidente que o detentor do capital é o dominador dentro das relações jurídicas. Dessa forma, é papel do Estado intervir nesse vínculo para estabelecer a equidade entre as partes, inclusive para garantir a igualdade preceituada constitucionalmente. Assim, nas relações de trabalho, o princípio supracitado norteia o objetivo da legislação, que seja oferecer proteção à parte mais frágil, o empregado. 
Compactuando com esse entendimento elucidam os doutrinadores Mauricio Godinho 
Delgado e Carlos Henrique Bezerra Leite, respectivamente: 
 
“O princípio tutelar influi em todos os seguimentos do Direito Individual do Trabalho, influindo na própria perspectiva desse ramo ao construir-se, desenvolver -se e atuar como direito. Efetivam ente, há ampla predominância nesse ramo jurídico especializado de regras essencialmente protetivas, tutelares da vontade e interesse obreiros; seus princípios são fundamentalmente favoráveis ao trabalhador; suas presunções são elaboradas em vista do alcance da mesma vantagem jurídica retificadora da diferenciação social prática. ”
 
 
“O princípio da proteção (ou princípio tutelar) constitui a gênese do direito do trabalho, cujo objeto, como já vimos, consiste em estabelecer uma igualdade jurídica entre empregado e empregador, em virtude da manifesta superioridade econômica deste diante daquele.”
Vale ressaltar que a partir desse princípio, desencadeiam três subprincípios: o princípio da norma mais favorável, o princípio da condição mais benéfica e o princípio “in dubio pro operário”, infra explanados. 
O PRINCÍPIO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL 
O princípio da norma mais favorável está intrinsecamente ligado ao princípio da proteção ao trabalhador. Isso pois, objetiva orientar o julgador nos casos em que houver conflito de normas, devendo ser aplicada aquela mais favorável ao empregado. Além disso, o princípio deve ser exercido durante a elaboração da legislação. Logo, a norma posterior não deve desfavorecer o trabalhador em relação a norma anterior. Nesse caso, inclusive, a fim de respeitar o direito adquirido. Tal garantia, consta resguardada através da constituição que dispõe no inciso XXXVI, artigo 5º: -A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (…), bem como pelo parágrafo 4º do artigo 60 da mesma lei, que enuncia: - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (…) IV - os direitos e garantias individuais".3 A respeito desse princípio, elucidam Carlos Henrique Bezerra e Ricardo Resende respectivamente: 
Cuida-se de princípio que informa a aplicação da norma Cuida-se de princípio que informa a aplicação da norma trabalhista. Vale dizer, existindo mais de uma norma no ordenamento jurídico versando sobre direitos trabalhistas, prevalecerá a que mais favoreça o empregado. Vê-se, portanto, que o direito do trabalho adota a teoria dinâmica da hierarquia entre as normas trabalhistas, pois no topo da pirâmide normativa não estará necessariamente a Constituição, e sim a norma mais favorável ao trabalhador.4 Segundo este princípio, não prevalece necessariamente, no Direito do Trabalho, o critério hierárquico de aplicação das normas; isto é, existindo duas ou mais normas aplicáveis ao mesmo caso concreto, dever-se-á aplicar a que for mais favorável ao empregado, independentemente do seu posicionamento na escala hierárquica.5
Ainda, sobre esse princípio, entende-se que a norma mais benéfica deve ser aplicada, ainda que hierarquicamente inferior, conforme dispõe o julgado:
 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. ACORDO COLETIVO DE TRABALHO E CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. COÊXISTÊNCIA. PREVALÊNCIA. NORMA MAIS FAVORÁVEL AO EMPREGADO. TEORIA DO CONGLOBAMENTO. ART. 620 DA CLT 1. Não há hierarquia rígida das fontes formais do Direito do Trabalho. Aplica-se sempre a fonte mais favorável ao empregado, em seu conjunto, pois o Direito do Trabalho vive à sombra do princípio da proteção ao economicamente hipossuficiente. 2. A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho é firme no sentindo de que a coexistência de do acordo coletivo de trabalho e da convenção 
____________________________BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, de 5 de outubro de 1988. Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília – DF, outubro/1988.Disponível em: Acesso em 08/04/2020. 4 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho; 11ª Edição Saraiva - São Paulo: 2019, página 104. 5 RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho; 8ª Edição. Saraiva - São Paulo: 2019, página 27
coletiva de trabalho, deve prevalecer a norma coletivaque, em seu conjunto, se demonstre mais benéfica ao empregado. 3. Não demanda reforma decisão da Corte Regional consentânea com o entendimento jurisprudencial dominante no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho em que se aplica devidamente a teoria do conglobamento e se atende plenamente ao comando inserto no art. 620 da Consolidação das Leis do Trabalho. 4. Agravo de instrumento do Reclamante de que se conhece a que se nega provimento.6
O PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA
 
Assim como o princípio da norma mais favorável, o princípio da condição mais benéfica, objetiva garantir ao empregado a aplicação da situação mais vantajosa ao empregador e a preservação do direito adquirido. Todavia, os princípios não se confundem, isso pois aquele está diretamente relacionada ao ordenamento jurídico, enquanto esse se refere aos acordos realizados entre as partes por cláusulas contratuais. Portanto, caso haja alterações no contrato de trabalho desfavorável ao empregado, não surtirão efeitos. Assim, como garantia, dispõe o artigo 468 da CLT:
Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.7
Outrossim, a súmula 51 do TST (Tribunal Superior do Trabalho) reforça o entendimento desse princípio, postulando os efeitos das mudanças contratuais entre empregado e empregador:
Norma regulamentar. Vantagens e opção pelo novo regulamento. CLT, art. 468. I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. (ex-Súmula 51/TST - RA 41/1973, DJ 14/06/73). 
 
 6 TST – ARR: 12003120105090094, Relator: João Oreste Dalazen, Data de Julgamento: 11/10/2017, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 20/10/2017. JusBrasil, 2017. Disponível em: . Acesso em 08/04/2020. 7 BRASIL. Decreto Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho, Rio de Janeiro – RJ, maio/1943. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decretolei/del5452.htm> .Acesso em 08/04/2020.
 
II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. (ex-OJ 163/TST-SDI-I - Inserida em 26/03/99)8 Nesse âmbito ensinam, respectivamente, os doutores Mauricio Godinho Delgado e Vólia Bonfim Cassar:
 
 
 
 
 
 
 O princípio da condição mais benéfica importa na garantia de preservação, ao longo do contrato, da clausula contratual mais vantajosa ao trabalhador, que se reveste do caráter de direito adquirido (art. 5º, XXXVI, CF/88). Ademais, para o princípio, no contraponto entre dispositivos contratuais concorrentes há de prevalecer aquele mais favorável ao empregado.9 O princípio da condição mais benéfica determina que toda nova circunstância mais vantajosa para o empregado e que seja habitual prevalecerá sobre a situação anterior, não importando sua fonte. A condição mais favorável ao trabalhador, sendo concedida voluntariamente, se torna direito adquirido e não poderá ser afastada.10
O PRINCÍPIO “IN DUBIO PRO OPERARIO
” Esse princípio objetiva que as normas sejam interpretadas garantindo a situação mais favorável ao empregado, nos casos em que existam múltiplos sentidos, desde que não haja contrariedade com as leis trabalhistas. Dessa forma, o princípio não deve privilegiar o indivíduo durante a instrução probatória. Assim, conforme entende a doutrina majoritária, bem como a maioria das decisões proferidas em juízo, esse princípio não deve ser utilizado a fim de suprir a ausência de provas essenciais no processo. Assim entende o doutrinador Carlos Henrique Bezerra Leite, que pronuncia:
Trata-se de princípio que auxilia a interpretação da norma trabalhista em prol do trabalhador. Assim, quando se está diante de uma única norma que permita mais de uma interpretação, deve prevalecer aquela que mais favoreça o empregado.
 8 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. TST nº 51. As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. Brasília, DF: Tribunal Superior do Trabalho, [2003]. Disponível em: .Acesso em 08/04/2020. 9 DELGADO, Mauricio Godinho. Princípios de Direito Individual e Coletivo do Trabalho,3ª Edição. LTr- São Paulo -SP: 2010, página 85. 10 CASSAR, Vólia Bonfim. Direito do Trabalho, 2ª Edição. Impetus. Niterói – RJ: 2008, página 180
 [...] Perfilhamos o entendimento segundo o qual o princípio in dubio pro operário não deve ser estendido ao campo do processo no que respeita à instrução probatória, pois a moderna ciência processual possui metodologia própria (CLT, art. 818; CPC, art. 373) acerca da divisão do ônus da prova, conferindo ao juiz, inclusive, o poder de inverter o ônus da prova, tal como prevê o § 1° do art. 818 da CLT.11
 Segue pelo mesmo entendimento, o jurista Sergio Pinto Martins, que declara:
O in dubio pro operario não se aplica integralmente ao processo do trabalho, pois, havendo duvida, à primeira vista, não se poderia decidir a favor do trabalhador, mas verificar quem tem o ônus da prova no caso concreto, de acordo com as especificações dos arts. 333, do CPC, e 818 da CLT.12
Encaminha-se através dessas orientações, os magistrados, ao proferirem a seguinte decisão:
 
PRINCÍPIO IN DUBIO PRO OPERARIO. MATÉRIA DE PROVA. INAPLICABILIDADE. O princípio in dubio pro operario não se aplica à matéria probatória, a qual deve observar o princípio da persuasão racional do juízo conforme a distribuição do ônus da prova.13
O PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE
 As relações de trabalho, são vínculos passíveis de ajustes através de cláusulas contratuais. Todavia, nem sempre o que foi acordado entre as partes ocorre de fato. Assim, a fim de evitar simulações jurídicas, para o direito do trabalho importa o que acontece na prática, independentemente do que foi instrumentalizado. Logo, demonstrado os fatos, não há como ocorrer sua eliminação por documentos. Nesse contexto ensinam, respectivamente, Vólia Bonfim Cassar e Mauricio Godinho Delgado:
 11 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho; 11ª Edição. Saraiva - São Paulo: 2019, página 104. 12 MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho, 3ª Edição. Atlas. São Paulo – SP: 2014, página 113. 13 TRT – 3° Região – R.O.: 0011049-32.2015.5.03.0025, Relator: Milton Vasques Thibiau de Almeida. Publicado: 20/03/2017. JusBrasil, 2017 Disponível em: Acesso em: 08/04/2020.
O princípio da primazia da realidade destina-se a proteger o trabalhador, já que seu empregador poderia com relativa facilidade, obriga-lo a assinar documentos contrários aos fatos e aos seus interesses. Ante o estado de sujeição permanente que o empregado se encontra durante o contrato de trabalho, algumas vezes submete- se às ordens do empregador, mesmo que contra sua vontade.14
O princípio da primazia da realidade sobre a forma torna-se um poderoso instrumento para confrontar a verdade real em uma situação de litígio trabalhista. Não deve ser usado unilateralmente pelo operador do direito, que deve investigar e aferir se a substância da regra protetiva foi atendida na prática entre as partes.15
O PRINCÍPIO DA IRRENUNCIABILIDADE DE DIREITOS
 
A finalidade do direito do trabalho é assegurar o economicamente débil da relação, assim, seria contraditório a possibilidade do trabalhador tornar seus direitos disponíveis. Dessa forma, dispõem, respectivamente, os artigos 9° e 444° da CLT:
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.16
Art. 444 – As relações contratuais de trabalhopodem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.17
Compactuando com esse entendimento, a Jurista Alice Monteiro de Barros, pronuncia a respeito do princípio supracitado:
____________________________________
14 CASSAR, Vólia Bonfim. Direito do Trabalho, 2ª Edição. Impetus. Niterói – RJ: 2008, página 187. 15 DELGADO, Mauricio Godinho. Princípios de Direito Individual e Coletivo do Trabalho,10ª Edição. LTr- São Paulo -SP: 2011, página 202. 16 BRASIL. Decreto Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho, Rio de Janeiro – RJ, maio/1943. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decretolei/del5452.htm> .Acesso em 08/04/2020. 17 BRASIL. Decreto Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho, Rio de Janeiro – RJ, maio/1943. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decretolei/del5452.htm> .Acesso em 08/04/2020.
 Seu objetivo é limitar a autonomia da vontade das partes, pois não seria viável que o ordenamento jurídico, impregnado de normas de tutela do trabalhador, permitisse que o empregado se despojasse desses direitos, presumivelmente pressionado pelo temor reverencial de não obter o emprego ou de perdê-lo, caso não formalizasse a renúncia.18
Destarte, em regra, os direitos trabalhistas são irrenunciáveis e intransacionáveis, seja de forma tácita ou expressa, a fim de impedir a parte hipossuficiente privar-se das regalias reconhecidas pela legislação. Todavia, há doutrinadores que defendem a possibilidade de renúncia, desde que seja realizada em juízo, visto que o magistrado asseverará a ausência de abusos pela parte hiper suficiente, ponderando a necessidade em razão dos interesses do empregado. Dessa maneira, entende o doutrinador Sérgio Pinto Martins, que elucida:
 Na vigência do contrato de trabalho, os direitos trabalhistas são irrenunciáveis. Em juízo, poderá haver a transação, pois as partes estarão diante do juiz, que poderá verificar os casos de fraude.19
O PRINCÍPIO DA IMUTABILIDADE CONTRATUAL 
As relações de trabalho possuem natureza contratual, assim, as partes comprometem-se a cumprir as obrigações oriundas, e possuem autonomia, ainda que limitada, para deliberarem sobre as cláusulas. Ademais, durante a vigência do contrato, há possibilidade de ocorrerem alterações, que são legalmente permitidas, desde que não sejam lesivas ao trabalhador, a fim de efetivar o princípio supracitado que veda o reformatio in pejus. Tal princípio é derivado do axioma jurídico pacta sunt servanda, que denega a possibilidade de alteração unilateral por uma das partes, exigindo-se que o contrato acordado seja integralmente respeitado e cumprido.
18 BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. LTr. São Paulo: 2006, página174. 19 MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT, 13° Edição. Atlas. São Paulo: 2009, página 61.
Todavia, diferentemente desse prelúdio, aquele admite alterações unilaterais, desde que sejam favoráveis ao empregado, conforme disposto no artigo 468 da CLT, sobredito. A respeito, lecionam os doutrinadores Pedro Paulo Teixeira Manus e Carla Teresa Martins Romar, respectivamente:
 O que se nota no trato das lides trabalhistas, bem assim no contato com os diversos problemas decorrentes da dinâmica do contrato de trabalho, sob as mais variadas formas de consultas, pareceres e artigos sobre o tema, é uma posição no sentido de que a regra geral as alterações contratuais seria aquela da inalterabilidade do contrato, salvo quando houvesse vantagem para o empregado.20
 Mútuo consentimento: a indicação do legislador de que a alteração do contrato depende de mútuo consentimento leva à diferença entre alteração unilateral e alteração bilateral. Em relação à primeira, como ato emanado do empregador, existe a presunção absoluta de ilicitude. As alterações bilaterais, ao contrário, revestem- se de presunção relativa de licitude, entendendo o legislador que, se a modificação originou-se do mútuo consentimento das partes, será válida, a menos que se comprove que dela resultou prejuízo ao empregado.21
O PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALARIAL 
Tal princípio está intrinsecamente ligado ao princípio da imutabilidade contratual. Ademais, o salário tem natureza alimentícia, logo é inviável e inseguro para o trabalhador, caso houvesse a possibilidade do empregador efetuar descontos arbitrários e infundados. Assim, a contraprestação pecuniária deve ser estável e segura, inclusive para exercer a função social do contrato, que seja, resguardar as obrigações pactuadas entre as partes. Portanto, em virtude da natureza jurídica do vínculo trabalhista, o salário fornecido ao empregado deve ser ausente de oscilações. Condescendendo com essa visão, o Jurista Ricardo Resende, pronuncia a respeito do princípio supracitado:
_____________________________
20 MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do Trabalho, 16ª Edição. Atlas. São Paulo: 2015, página 106. 21 ROMAR, Carla Teresa Martins. Direito do Trabalho Esquematizado. Saraiva jur. São Paulo: 2019, página 465
 E princípio segundo o qual não se admite o impedimento ou restrição a livre disposição do salário pelo empregado. Tal princípio tem como pedra de toque a natureza alimentar do salário. Esta noção de natureza alimentar parte do pressuposto de que a pessoa natural (pessoa física) garante sua subsistência com seu salário, isto é, a pessoa provera suas necessidades básicas (alimentação, saúde, moradia, educação, etc). se puder dispor de seu salário. 
Dessa forma, o salário é intangível, não podendo, ainda, o empregador impor aos funcionários a forma de dispô-lo, podendo sofrer descontos apenas nos casos previstos em lei, conforme dispõe o artigo 462 CLT: 
 
 Art 462 Ao empregador e vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou contrato coletivo.
Ainda, argumenta Isis de Almeida, sobre os descontos relativos aos danos causados pelo trabalhador
 É lícito o desconto do valor de danos causados em bens da empresa pelo empregado, em virtude de ato culposo (negligência, imperícia ou imprudência ), mas somente quando tal estipulação tiver sido ajustada por ocasião da admissão do empregado, não se exigindo tal avença quando o dano resultou de dolo. Assim, deve-se entender um instrumento ou uma máquina danificados; um veículo abalroado; uma multa sofrida pela empresa em decorrência de infração de qualquer natureza causada pelo empregado, desde que fique legalmente apurada a sua culpa. Não basta que ele seja o responsável apenas pelo dano; exige-se uma ação direta dele, ainda que decorrente de negligencia, imperícia ou imprudência.
O PRINCIPIO DA IRREDUTIBILIDADE DO SALARIO 
 Assim como o preludio supramencionado, a finalidade desse princípio e resguardar o valor pecuniário percebido pelo trabalhador, justamente pela sua natureza alimentícia. Dessa forma, o salário pactuado entre as partes não deve ser reduzido, enquanto perdurar o contrato.
 Tal princípio tem proteção constitucional, diante da previsão legal disposta no inciso VI do artigo 7° CF, que também ressalva a possibilidade de redução, conforme disposto
 Art 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condição social[...]VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.
 Ademais, esse entendimento e unanime entre os doutrinadores, conforme dispõem, respectivamente, Carla Teresa Romar e Francisco Ferreira Neto Jorge com Jouberto de Quadros Pessoa Cavalcante...
 Irredutibilidade- em razão do seu caráter alimentar, o salário não pode ser reduzido. A fonte de sustento do trabalhador e de sua família não pode ser reduzida por ato unilateral ou bilateral. A irredutibilidade como característica do salário foi relativizada pelo texto constitucional, que passou a permitir como exceção a sua redução, desde que mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho art 70 VI, CF.
 Veda-se redução do salário, por ser a razão da subsistência do trabalhador, além de ser a mais importante contraprestação aos serviços prestados. O princípio da irredutibilidade salarial e valido para fins de proteção do valor nominal do salário, não justificando qualquer forma genérica de recomposição salarial pela desvalorização da moeda, exceto quando se tenha uma política salarial genérica de reajuste do poder de compra dos salários.
O PRINCIPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO
Nos termos da constituição federal, um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito são os valores sociais do trabalho. Ademais, o direito ao trabalho é fundamental e relativo à dignidade da pessoa humana.
Assim, entende-se a partir desse princípio, que os contratos de trabalho devem durar o maior tempo possível, tanto que sua natureza temporal e indeterminada, em regra.
Nesse âmbito, a doutrina considera, nas palavras do docente Ricardo Resende:
 A razão de ser deste princípio e simples. Ao passo que o ser humano precisa, em regra, do trabalho para sobreviver, isto é, na medida em que a pessoa precisa continuamente de trabalho para fins alimentares, é natural que, ao colocar sua energia de trabalho a disposição do empregador, o faça com ânimo de continuidade, sem qualquer previsão de determinação de prazo.
Inclusive, as decisões judiciais utilizam desse princípio para atribuir o ônus de prova ao empregador nos casos em que alegação de abandono de emprego, conforme dispõe a súmula 212° do TST.
 O ônus de provar o termino do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço é o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.
A respeito, também, elucida o jurista Carlos Henrique Bezerra Leite
 Há diversas situações em que o princípio em tela pode ser aplicado, como na hipótese de dúvida acerca da manifestação das partes, como na hipótese de dúvida acerca da manifestação das partes quanto a duração do contrato. Aplicando-se o princípio em questão, há de se interpretar que o contrato fora firmado por tempo indeterminado. No caso de alegação patronal de abandono do emprego, cabe ao empregador o ônus de provar o animus abandonandi do emprego.
Conclusão
Levando em consideração os aspectos mencionados, e inegável a importância dos princípios no direito do trabalho, tanto pelo seu fundamento basilar, quanto pela interpretação da legislação e a formação das decisões judiciais.
Ademais, supri, muitas vezes, a ausência da norma reguladora especifica.
Portanto corrobora para a efetivação do proposito da legislação trabalhista, que seja, amparar a parte vulnerável do vínculo entre empregado e empregador.
RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho 8 Edição. Saraiva – São Paulo 2019, página 33.
BRASIL, Tribunal Superior do Trabalho. TST n 212. O ônus de provar o termino do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despendimento, e do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.
Brasilia DF Tribunal Superior do Trabalho 2003.
Biografia 
ALMEIDA, ISIS de. Manual de Direito individual do trabalho, volume 2.
BARROS, Alice Monteiro de Curso de Direito do Trabalho.
Brasil constituição da República federativa do brasil.
ALMEIDA, Ísis de . Manual de Direito Individual do Trabalho, volume 2. LTr
• BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Traba lho. LTr. São
• BRASIL. Constituição da República Federativa d o Brasil de 1988, 
• Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília 
• BRASIL. Decreto Lei nº 5.452, de 1º de m aio de 1943. Consolidaçã
• BRASIL. Tribunal Super
• BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. TST nº 51. 
• CASSAR, Vólia Bonfim. Direito do Trabalho, 2ª Edição. Impet

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