TCC - SALA DE AULA INVERTIDA: UM NOVO OLHAR PARA A APRENDIZAGEM

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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
 
SALA DE AULA INVERTIDA: UM NOVO OLHAR PARA A APRENDIZAGEM 
 
Jesse Gomes Da Silva 
Novembro/ 2020 
 
RESUMO 
O presente trabalho procura investigar de que forma tem ocorrido a inserção das salas 
de aula invertida visto que ainda impera uma cultura pautada nas formas de ensino 
tradicionais. O texto aborda pesquisas e reflexões sobre as salas de aula invertida na 
prática pedagógica, realizadas nos Estados Unidos e em vários lugares do Brasil que 
já vem adotando esta prática. A sala de aula invertida é uma metodologia ativa que 
transforma o papel do professor da aprendizagem e do aluno. A inovação dessa 
metodologia é justamente a variedade de recursos que o professor pode utilizar para 
engajar os alunos no processo. A função do professor é ser o mediador da 
aprendizagem preparar o aluno a desenvolver autonomia, iniciativa, protagonismo, 
habilidades, colaboração, e outras competências. Sala de aula invertida é 
compreender em vez de memorizar, com o objetivo de que o tempo de aula seja uma 
experiência de aprendizagem para o aluno e não um processo de transmissão e 
recepção de conhecimentos. Na aprendizagem invertida os alunos interagem com o 
material introdutório em casa antes de ir para a sala de aula, o estudo em casa não 
será feito somente em cima de livros e apostilas é possível utilizar videoaulas, sites, 
áudios e até games, e o tempo de sala de aula é então realocado, os alunos têm 
ampla variedade de atividades como roda de conversa, discussão aberta, problemas 
para resolver, teste de avaliação, vídeo instrucional, executando atividades práticas, 
experiências, pequenos grupos, adquirindo assim conhecimentos com mais 
abrangência e profundidade, pois é nas atividades práticas que eles aprendem e 
constroem conhecimentos. 
 
Palavras-chaves: Sala de aula invertida. Educação. Ensino e Aprendizagem. 
Tecnologia. Construção do conhecimento. 
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1. INTRODUÇÃO 
Neste trabalho serão abordadas as diferenças entre a sala de aula tradicional 
e a sala de aula invertida, o papel do professor e seus reflexos na aprendizagem. 
 A primeira seção terá as diferenças da sala de aula tradicional e da sala de 
aula invertida no qual o professor é o protagonista com sua metodologia expositiva, 
oral e escrita do conteúdo e da sala de aula invertida em que o aluno é o protagonista 
e o professor é o mediador da aprendizagem. 
Na segunda seção será abordada as vantagens e desvantagens da sala de 
aula invertida, segundo pesquisas realizadas com os alunos de Jonatan Bergman, que 
fez um levantamento sobre os problemas e descobriu tópicos que vem à tona com 
mais frequência e como cada um pode ser resolvido com a sala de aula invertida. 
Na terceira seção será abordada a importância das tecnologias digitais na 
educação que é uma metodologia que podemos utilizar para inovar a sala de aula 
para que propicia uma aprendizagem lúdica, interativa, dinâmica e divertida, 
permitindo aos alunos que assumem uma postura muito mais atuante e colabora no 
processo de ensino e aprendizagem num ritmo muito mais acelerado. 
 
1 UM NOVO OLHAR PARA A APRENDIZAGEM 
1.1 As diferenças e seus reflexos na aprendizagem 
As metodologias utilizadas nas salas de aula sempre tiveram um impacto 
significativo na aprendizagem. No entanto, hoje, em um mundo dinâmico e 
impulsionado pela tecnologia, no qual o aluno deve se adaptar a situações em 
constante mudança, o papel das metodologias torna-se cada vez mais significativo. 
Entre as diversas metodologias hoje vamos falar da sala de aula invertida, no qual 
esse artigo tem a missão de fornecer mais uma opção para que os professores 
possam planejar suas estratégias de sala de aula. 
Na sala de aula invertida os alunos têm ampla variedade de atividades como 
roda de conversa, discussão aberta, problemas para resolver, teste de avaliação, 
vídeo instrucional, execução de atividades práticas, experiências, pesquisa de campo, 
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adquirindo assim conhecimentos com mais abrangência e profundidade, pois é nas 
atividades práticas que eles aprendem e constroem o conhecimento, e a função do 
professor é ser o mediador da aprendizagem, preparando o aluno para desenvolver 
autonomia, responsabilidade, iniciativa, protagonismo, habilidades, colaboração, 
entre outras competências. Essa metodologia muda os paradigmas da sala de aula 
tradicional no qual o professor é o protagonista e caracteriza-se pela exposição oral e 
escrita do conteúdo, ele expõe informações e o aluno como agente passivo tenta 
absorver as informações. Nessa estratégia o foco é o professor, e os alunos ouvem 
toda a parte teórica com certa dependência em relação aos conteúdos e informações. 
A sala de aula invertida, o termo Flipped classroom teria sido criado pelos 
professores de química Aaron Sams e Jonathan Bergmann que gravaram suas aulas 
expositivas para os alunos que necessitavam faltar as aulas presenciais para 
participarem de competições esportivas, assim eles poderiam assistir as aulas depois. 
No entanto, eles perceberam que essas aulas não eram vistas apenas por esses 
alunos, mas, sim, por vários outros estudantes com a intenção de reforço do 
aprendizado (BERGMANN; SAMS, 2012). 
Conforme os autores Bergmann e Sams, (2012) a sala de aula invertida tem 
como principal característica o deslocamento do lugar do aprendizado e a autonomia 
do aluno. Nessa metodologia a ideia é muito simples, os alunos interagem com o 
material introdutório em casa antes de ir para a escola, em geral, é um vídeo instrutivo 
que preparam o terreno para que a sala de aula, seja um lugar com riqueza de 
aprendizagem e interação. Assim, o aluno estuda antes de ir para a escola. Além de 
ler o material e assistir aos vídeos também faz o levantamento de dúvidas e 
questionamentos. 
No sistema tradicional, todos têm de acompanhar a explicação 
concomitantemente e dentro do mesmo período, já a sala de aula invertida é flexível 
permitindo que os alunos desenvolva no seu próprio ritmo, pois para alguns alunos o 
professor fala rápido demais e eles simplesmente não consegue acompanhar o 
conteúdo, podendo assistir várias vezes e já para outros alunos que tem muita 
facilidade o professor fala lento demais se tornando uma aula entediante e cansativa, 
e com os vídeos eles tem a opção de acelerar, ou seja o aluno tem o controle do 
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professor. O aluno se torna um protagonista a partir do momento em que chega em 
sala de aula, pois, o tempo de aula será uma experiência de aprendizagem para o 
aluno e não um processo de transmissão e recepção de conhecimentos. Neste 
processo é muito interessante o professor como orientador motivar este aluno a querer 
buscar sempre mais. 
A intervenção de um professor mediador é fundamental no desempenho da 
construção do conhecimento, não levando para as salas de aula teorias prontas, mas, 
desafios, perguntas, problemas, discussões abertas, para provocar o aluno, induzir 
esses á querer procurar a solução dos porquês, através de fontes como: livros, 
internet, entrevistas, pesquisa de campo, tornando um aluno crítico e protagonista. 
 
2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA SALA DE AULA INVERTIDA 
Jonathan Bergmann (2018, p.17) em seu livro “Aprendizagem invertida para 
resolver o problema do dever de casa” fez uma pesquisa realizada com os alunos 
sobre as vantagens e desvantagens da sala de aula invertida. Entre as vantagens 
citadas os alunos argumentaram sobre a importância de poder assistir aos vídeos de 
novo se não entende; conseguir cumprir a tarefa em qualquer hora do dia. De ser 
estimulado a fazer perguntas sobre o dever de casa durante a aula. Quando primeiro 
assiste ao vídeo, depois faz anotações e, por fim, faz o dever de casa é muito mais 
fácil e menos estressante. Estar mais concentrado na tarefa; consegue aprender em 
um ritmo melhor em comparação a quando o professor está ensinando para a sala de 
aula inteira. 
Nasala de aula invertida os alunos têm acesso ao material antes de ir para a 
aula, assim eles têm um entendimento sobre o assunto que será discutido levando 
dúvidas e questionamento para ser trabalhado na roda de conversa. 
Bergmann (2018, p. 16) declara que em relação as desvantagens um grande 
percentual dos alunos afirmou que estas não existiam, e alguns foram bastante 
incisivos quanto a isso. No entanto claramente existem alguns desafios, conforme 
resumido nas seguintes citações de alguns dos 2.344 alunos participantes da 
pesquisa: Não podemos fazer perguntas enquanto assistimos ao vídeo. Algumas 
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desvantagens são que às vezes, o vídeo pode ser comprido demais e eu tenho menos 
tempo para as outras disciplinas. É difícil prestar atenção no assunto. Tenho que 
utilizar meu computador, e minha internet é péssima. Se um aluno não faz um dever 
de casa [tarefa], ele não vai saber o que está se passando, ou se estiver tentando 
fazer anotações e não entender algo, não conseguirá outra explicação que possa 
entender [...]Às vezes precisamos de um professor para nos ensinar se a gente não 
entende. 
Bergmann cita três tópicos que vem à tona com mais frequência sobre as 
salas de aula invertidas: 
1. Acesso aos professores. Os alunos precisam de auxílio de professores, 
e, já que há mais tempo para os professores ajudarem as crianças, elas são mais 
assistidas. 
2. Atividades de aula mais envolventes. Com mais tempo em sala de aula, 
os alunos relatam que as atividades se conectam com sua aprendizagem. Isso mostra 
que os vídeos cumprem sua finalidade, pois se eles fizerem o dever de casa ficam 
mais preparados para as atividades interativas. 
3. Tempo colaborativo. Em uma aula invertida os alunos trabalham em 
pequenos grupos e encontram significado por meio da interação e colaboração com 
seus pares. 
A sala de aula invertida é uma metodologia que estimula os alunos a buscar 
informações, eles têm acesso à livros, internet, experiências práticas, roda de 
conversa, pesquisa de campo, materiais manipuláveis que ajuda na compreensão, ou 
seja o aluno tem independência, autonomia ele é o protagonista de seu conhecimento 
dentro da sala de aula. O conjunto de procedimentos que fundamentados possibilitam 
um ensino personalizado para cada estudante, cada um pode sistematizar o 
conhecimento e evoluir no seu ritmo, eles participam do processo do seu 
desenvolvimento. 
 
3 TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 
Estamos em uma sociedade digital, e a escola tem o papel de preparar alunos 
para viver nesta sociedade, ou seja, não podemos mais ignorar esta ferramenta que 
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está cada dia mais avançada. Para muitas crianças e adolescentes, esta ferramenta 
já faz parte do dia a dia, principalmente em casa e nos momentos de lazer. 
 A inserção desta ferramenta dentro da sala de aula quando trabalhada com 
propósito, colabora no processo de ensino e aprendizagem num ritmo muito mais 
acelerado, pois é uma ferramenta didática interativa que suscita a curiosidade dos 
alunos e consequentemente aumentando o interesse e a satisfação em aprender algo 
novo. É uma metodologia que podemos utilizar para inovar a sala de aula para que 
propicia uma aprendizagem lúdica, interativa, dinâmica e divertida, permitindo aos 
alunos que assumem uma postura muito mais crítica e atuante no processo de 
desenvolvimento. 
São muitas as ferramentas de tecnologias, uma variedade de recursos e 
plataformas que o professor pode utilizar para engajar os alunos no processo de 
aprendizagem. Algumas das ferramentas mais utilizadas são: Youtube, Podcasts, 
PowerPoint, Kahoot, Blogs, Google Drive, Canvas, Facebook, Twitter, Dropbox, 
Pixton, Scribble Press, StoryKit, Socrative, Poll Everywhere entre outras. 
 Youtube: você pode criar seu próprio vídeo e colocar no site ou pesquisar 
vídeos prontos e animados que falem sobre o conteúdo que será abordado; 
Podcasts: áudios com a explicação. 
PowerPoint: é uma ferramenta que permite você fazer slides, gravar vídeo do 
conteúdo e inclusive gravar a tela do PC. 
Kahoot: Jogo para avaliar o aprendizado dos alunos. 
Blogs: com eles, você pode desenvolver seu próprio material, como textos e 
vídeos, além de ter um espaço aberto para que os alunos troquem comentários. 
Google Drive: permite que você faça upload de qualquer material, como 
arquivos em pdf, imagens, infográficos e slides sobre o conteúdo. 
Canvas: permite gravação de vídeo e disponibiliza na plataforma imagens de 
alta qualidade. 
Pixton: aplicativo para a criação de quadrinhos de forma fácil e rápida. 
Scribble Press: contar história com imagens e fotos. 
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StoryKit: permite que o professor ou o aluno faça um conteúdo interativo com 
facilidade e rapidez para criar uma história com imagens, sons e animações. 
Socrative: criação de questionário com imagens e vídeo. 
Poll Everywhere: slide construído com os alunos de modo colaborativo. 
Pesquisas mostram três estilos de aprendizagem que são importantes para o 
aluno se desenvolver melhor, temos os grupos: visuais, auditivo e cinestésico, porém 
o maior percentual de alunos está na aprendizagem visual. Segundo pesquisas 40% 
dos alunos respondem melhor à informação visual do que a um texto simples, todo o 
ensino tem a sua parte teórica, porém quando o professor trabalha com intervenções 
e mostra imagens, vídeos, materiais concretos, é muito mais rápido e fácil para os 
alunos sistematizar informações, além de manter eles atentos por mais tempo. 
Combinar o uso de slides, imagens, vídeos e jogos presencial ou a distância são 
formas eficientes de reinventar e motivar o processo de aprendizagem. 
 
CONCLUSÃO 
Na primeira seção pôde-se inferir as diferenças entre as salas de aulas 
tradicionais no qual o professor é o protagonista com sua metodologia expositiva, oral 
e escrita do conteúdo e das salas de aulas invertidas em que valorizam a participação 
efetiva dos alunos na construção do conhecimento e no seu desenvolvimento como 
protagonista da aprendizagem. Na sala de aula invertida os alunos interagem com o 
material introdutório em casa antes de ir para a sala de aula, normalmente este 
material é um vídeo instrutivo. A intervenção de um professor mediador é fundamental 
no desempenho da construção do conhecimento, não levando para as salas de aula 
teorias, mas, desafios, perguntas, problemas, discussões abertas, para provocar o 
aluno, induzir esses á querer buscar a solução dos porquês, através de fontes como: 
livros, internet, entrevistas, pesquisa de campo tornando um aluno crítico e 
protagonista. 
Na segunda seção pôde-se analisar as vantagens e desvantagens das salas 
de aula invertida através das pesquisas realizadas por Bergmann com suas turmas, 
que fez um levantamento sobre os problemas dos alunos e descobriu três tópicos que 
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vem à tona com mais frequência e como eles são resolvidos dentro da sala de aula 
invertida. 
Na terceira seção temos a importância de reconsiderar a inserção das 
tecnologias digitais na educação, pois, estamos em uma sociedade digital, e a escola 
tem o papel de preparar alunos para viver nesta sociedade, uma ferramenta primordial 
na nossa vida, para muitas crianças e adolescentes, a tecnologia já faz parte do dia a 
dia, principalmente em casa e nos momentos de lazer. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BACICH, Lilian; MORAN, José. Metodologias ativas para uma educação inovadora, 
1ª ed. Porto Alegre: Editora Penso, 2018. 
 
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de casa, 1ª ed. Porto Alegre: Editora Penso, 2018. 
 
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. Sala de aula invertida, 1ª ed. Rio de Janeiro: 
Editora LTC, 2018. 
 
CAMARGO, Fausto; DAROS Thuinie. A sala de aula inovadora: estratégia 
pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo, 1ª ed. Porto Alegre: Editora Penso, 
2018. 
 
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