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LITERATURA SURDA- CONTOS INFANTIS OK AVA

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TRADUÇÕES DE LITERATURA PARA LIBRAS 
Contos Infantis 
 
 Acadêmicos1 
 Tutor Externo2 
 
RESUMO 
 
Nosso objeto de estudo foi analisar e investigar as obras da Literatura Surda Infantil; Contos, 
colhendo as informações e os dados para análise em relação a obras que foram criadas, adaptadas 
ou traduzidas do Português para a Libras, partindo do pressuposto que essas traduções literárias 
são usadas como metodologia pedagógica em ambiente escolar, ampliando as referências da Libras 
como aquisição sinalar. Optamos por fazer nossa pesquisa através fontes bibliográficas e de mídia, 
dado a escassez de material literário, vimos a dificuldade dada à importância e ao acesso à 
Literatura Infantil em Libras dentro e fora do ambiente escolar, onde deparamos com famílias que 
tem filhos surdos e desconhecem a Libras, restringindo essas crianças surdas ao acesso à Literatura 
Infantil em uma Língua que lhes seja acessível, cabendo a Comunidade Surda mostrar e 
divulgar quão importante é a Literatura Surda através da Literatura, que de forma geral, visualizará 
a transmissão de sua cultura e conhecimento do mundo, apoiando o desenvolvimento, seja da 
memória, concentração e da criatividade da criança surda ou não. Citaremos algumas editoras com 
suas publicações, adaptações, criações e traduções de Literatura Infantil em Contos para Libras, 
mostrando resultado onde o intento é disseminar a Libras através da Literatura e ensinar a essas 
crianças sua própria cultura. 
 
 
Palavras-chave: Literatura Surda. Literatura. Contos Infantis. Libras. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 Nas últimas décadas, no Brasil, ocorreram importantes conquistas das comunidades 
surdas, em diferentes espaços, principalmente, o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais - 
Libras (BRASIL, 2002). Além disso, investigações nas áreas da educação e da literatura apontaram 
para a importância da Língua de Sinais na educação dos surdos, fortalecendo a educação em uma 
 
1Aristéia do Nascimento Schiavi RA 1098754 
Gilson Gonçalves de Araújo RA 1081362 
Jaqueline M. da Silva Rodrigues RA 1099882 
Marinalva Cassimiro dos Santos Silva RA 1096430 
2 Rafael Cavichiolli Teixeira - Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI–Letras/Libras ( LBR 083/7 ) – 
Prática Interdisciplinar VII. 30/04/2020. 
2 
 
perspectiva bilíngue. Essas investigações envolvem pesquisas sobre as narrativas e histórias contadas 
por surdos em Libras (KARNOPP, 2010; MOURÃO, 2012). Tais fatos tornaram fecundas as 
reflexões sobre a Literatura Surda e a tradução/interpretação de Literatura Infanto-Juvenil para a 
produção de materiais digitais Português/Libras (RAMOS, 2000; ALBRES, 2012). 
 Considerando a relevância educacional e social das produções de materiais bilíngues, em 
especial, os literários, tais como os livros traduzidos para a Libras, e a especificidade do público-alvo 
ser de crianças e jovens surdos, procederemos com a análise dos livros traduzidos do Português para 
Libras. 
 Por milênios, são transmitidos às gerações contos de histórias, saberes e a cultura dos 
povos, ocorrendo momentos de lazer e prazer, tendo o acesso ao conto o desenvolvimento cognitivo, 
linguístico; conhecimento de mundo; cultura; estímulo à memória, criatividade e concentração. 
Ocorre que com relação às crianças surdas, a “história” se transforma, onde uma maior parte dessas 
crianças, (cerca de 95%) é proveniente pais ouvintes, os quais nos lares não fazem o uso da Libras 
em seu cotidiano. (NOVOGRODSKY,2014; MACHADO,2008). 
 Toda a dificuldade que o sujeito surdo encontra num mundo de ouvintes, retrata criando 
histórias adaptadas por eles, usando os contos que são mundialmente conhecidos, dando exemplos ao 
usar semelhanças importantes na forma dos que ouvem pelos olhos e falam coma s mãos. 
 Na pesquisa da temática, pudemos observar certa escassez quanto às traduções de 
Literatura para Libras, e ficou-nos claro também que, os materiais literários traduzidos e que estão 
disponíveis, são poucos no país. 
 Segundo Mourão (2012, p.3) "Tais materiais contribuem para o conhecimento e 
divulgação do acervo literário de diferentes tempos e espaços, já que são traduzidos para a língua 
utilizada pela comunidade surda". Editoras como Arara Azul e Sociedade Bíblica do Brasil, entre 
outras, têm investido na produção e tradução de Literatura em Libras. Clássicos infantis como João e 
Maria (GRIMM, 2011), Peter Pan (BERRIE, 2009), Alice para Crianças (CARROL, 2007), 
Aventuras da Bíblia (SBB, 2008), O Soldadinho de Chumbo (ANDERSEN, 2011), O Gato de Botas 
(PERRAULT, 2011), e Uma Aventura do Saci Pererê (RAMOS, 2011), estão entre os materiais 
literários já traduzidos para Libras. 
 Para Strobel (2009), esse tema expõe produções surdas expressando assim suas histórias 
de vida, confrontações de lutas e barreiras cotidianas, ressaltando que a cultura é o tema mais 
recorrente no que de diz respeito a dificuldade de comunicação entre surdos e ouvintes. 
A literatura surda traduz a memória das vivências surdas através das várias gerações dos 
povos surdos. A literatura se multiplica em diferentes gêneros: poesia, história de surdos, 
piadas, literatura infantil, clássicos, fábulas, contos, romances, lendas e outras manifestações 
culturais. (STROBEL, 2009, p. 61). 
3 
 
 Sendo a maioria das crianças surdas provenientes de lares ouvintes, sendo a Libras muitas 
vezes rejeitada onde comumente é vista como um desvio de normalidade ou patologia clínica, essas 
famílias empenham-se a ensinar a língua oral, no caso sua língua natural, podando a liberdade da 
criança surda em se expressar com seus pares. 
 Os contos infantis narrados em Libras, ocorrem através das traduções entre signos3 de 
modalidades diferentes, sendo a interferência na tradução, no caso um conto da Língua Portuguesa 
escrita para Libras, o termo usado são: interlíngual (línguas diferentes); intermodal (modalidades 
linguísticas diferentes) e intersemiótica (sistema semiótico diferentes). 
 A comparação entre o acesso à tradução de contos infantis em Libras que há no mercado 
e a tradução desses mesmos contos em outra língua sendo esta mais acessível às crianças em processo 
de aprendizado e alfabetização nas escolas, nos fez perceber quais traduções promovem mais inputs 
sinalares às crianças. 
 
2. O CONTO COMO MEDIADOR DE AQUISIÇÃO SINALAR 
 
 Fato é que para um bom contador de histórias se faz necessário conhecer diferentes 
culturas, tornando histórias em arte milenar, mesmo ocorrendo fragmentos da tradição oral, os contos 
populares de certa maneira despertam certa preocupação com seu registro escrito e sua publicação. 
Embasados em alguns autores começaremos nossa fundamentação teórica analisando o que (SISTO, 
2001), afirmou em seu livro, que somente através de um contador de histórias, temos também um 
agente da sua Língua, veículo da língua viva. [...], será um mantenedor da beleza da palavra bem dita, 
ou seja, aqui no nosso caso, (professor) que fará com que na sinalização haja clareza, correção e 
preservação do texto literário em ambas línguas envolvidas, enfatizando a importância do trabalho 
articulado entre professores surdos e ouvintes. Notório nos é que, investir em pesquisas sobre 
estratégias de tradução para Libras e capacitação de professores no que diz respeito à Literatura 
Infantil, Educação Literária, e a Língua de Sinais são caminhos possíveis para o desenvolvimento de 
uma educação literária bilíngue em sala de aula. 
 Com esmero e tempo na pesquisa, o professor fará a tradução do texto de uma língua para 
outra, sendo preciso conhecer profundamente as línguas, as culturas delas. Ficam denominadas 
Língua fonte (LF)4 e a outra Língua alvo (LA)5, assim como o contexto em que a tradução se dá e o 
 
3 signo linguístico é um elemento representativo que apresenta dois aspectos:o significado e o significante. 
4 é a língua da qual estamos traduzindo o texto. A partir da qual será feita a tradução. Se o texto estiver escrito em Português, está será 
a língua fonte. (QUADROS, 2007). 
 
5 é a língua para a qual estamos traduzindo ou interpretando um texto. Se estivermos traduzindo um texto para a Língua de Sinais, está 
será a língua alvo. (QUADROS, 2007). 
4 
 
público alvo da mesma. A tradução só ocorrerá se houver disponibilização de ambas Línguas, Alvo 
e Fonte, nesse caso, a Libras, LA seja por um conto, poesia, anedota ou outro gênero qualquer 
literário, escrito em outra língua, que poderá ser a Língua Portuguesa LF. 
 Para Morgado, (2011) a tradição de contar histórias entre os surdos, iniciou nos antigos 
internatos. Além disso, ressalta a importância da literatura infantil para o crescimento da criança e 
indica que as crianças ouvintes são privilegiadas pelo acesso a estas histórias. No entanto, as crianças 
surdas ficam sujeitas às limitações, dependendo de alguém que sinalize para elas. 
 As histórias, destaca Morgado (2011, p.159), “têm valor moral a transmitir porque 
oferecem à imaginação da criança novas dimensões que seriam impossíveis de descobrir só.” Por fim, 
informa que as crianças surdas necessitam que lhe contem histórias para que acreditem que podem 
ter uma vida boa e compensadora e que devem lutar por isso, argumentando também que o professor 
deve ser preferencialmente surdo, pois, desta forma apresentará uma percepção de mundo totalmente 
visual, diferente dos ouvintes; terá identidade surda e a experiência de ser surdo. Por fim, propõe que 
seja, um usuário nativo da língua de sinais, tendo adquirido a língua de sinais como primeira língua. 
O adulto que não possui estas características, afirma a autora, “não vivenciou a experiência de ser 
criança surda, de estar rodeado de professores ouvintes, não teve barreiras, não vive o silêncio e não 
tem na visão sua principal fonte de informações do mundo”(MORGADO, 2011, p.154). 
 Já o autor Rosa (2006) no papel de contador, percebeu que as crianças surdas são 
naturalmente interessadas no material visual e no uso da Libras, relata suas experiências como surdo 
e contador de histórias. Sendo assim, é importante que a prática de leitura para alunos surdos seja na 
primeira língua do aluno, desenvolvida por um professor surdo ou ouvinte fluente na Língua de Sinais 
e imerso na cultura surda, ou ainda que ambos trabalhem de forma articulada oferecendo aos alunos 
a possibilidade uma proposta bilíngue. 
 Criança é criança e vimos que suas curiosidades e interesses pertinentes são os mesmos 
sejam surdas ou ouvintes, da mesma forma como o processo de desenvolvimento físico, cognitivo e 
linguístico, se essas crianças tiverem as mesmas oportunidades e vivenciarem situações semelhantes. 
Como muda a fase de desenvolvimento de cada criança, como mostra o quadro explicativo abaixo, 
haverá diferenças nas escolhas dos tipos de contos, de acordo com sua faixa etária. 
QUADRO 1 – FAIXA ETÁRIA E INTERESSE PELA LITERATURA INFANTIL 
 
 
 
Até 3 anos 
Fase Pré-mágica 
 
Histórias de bichinhos, brinquedos, objetos, seres da 
natureza (humanizados) 
Histórias de crianças. 
 
Pré-escolares 
 
De 3 a 6 anos 
Fase Mágica 
Histórias de repetição e acumulativas (Dona Baratinha. 
A formiguinha e a neve) 
Histórias de fadas 
5 
 
Histórias de crianças, animais e encantamentos 
 
7 anos 
Aventuras no ambiente próximo: família e comunidade 
Histórias de fadas 
 
 8 anos 
Histórias de fadas 
Histórias vinculadas à realidade 
 
Escolares 9 anos 
Histórias de fadas com enredo mais elaborado 
Histórias humorísticas 
 
10 anos em diante 
Aventuras, narrativas de viagens, explorações, 
invenções. 
Fábulas, mitos e lendas 
FONTE: Coelho, 1986, p.15 
 A partir dessa temática, tentaremos mostrar o acesso à Literatura traduzida em Libras 
oportunizando a ampliação sinalar em crianças surdas e ouvintes em fase de escolarização entre seis 
e nove anos. 
 
2.1 ARTICULAÇÕES ENTRE LITERATURA SURDA E LITERATURA 
2.2.1 Uma análise de imagens e textos 
Não basta apenas analisar a qualidade dos textos ou desenhos, se faz necessário ficar 
atento aos estereótipos, que estreitam e limitam a forma das pessoas agirem, causando um modo 
perpétuo os preconceitos em relação às pessoas. Nos livros, poderão ter estereótipos definindo seus 
personagens entre bons e maus, simpáticos e ou antipáticos, leais e ou desleais. Geralmente nos livros 
perpetuam-se imagens e textos em que certas relações de poder ficam bem evidentes, mostrando 
explicitamente quem ou quando ascenderá ao poder, os que estão condenados à marginalidade 
perpétua, os que podem ter uma vida regrada, confortável e até quando isso ocorre... Enfim, o lugar 
que cada personagem terá seu papel, seja os bonitos, magros, ricos, ( bons) e ocupam neste mundo e 
o destino que terão os feios ou maus... Há que se notar que, quando nos deparamos com textos e 
imagens, torna-se importante o interpretar daquele momento, ampliar os referenciais e não se limitar 
com estereótipos apenas, tomar cuidado para não endossar os disparates impostos e não reforçar os 
preconceitos. 
 Segundo Teresa Colomer, cabe destacar a importância da relação entre os conteúdos a 
partir do uso da literatura: 
No entanto, inter-relacionar os campos de aprendizagem e deixar resvalar a literatura entre 
as fendas é um modo de operar muito vantajoso para as crianças, tanto porque amplia seu 
contato com a literatura e seu convencimento de que ela faz parte do mundo, como pelo seu 
poder de converter as demais aprendizagens em algo mais vivo. (COLOMER, 2007, p.161). 
 
6 
 
 Importante é destacar que, nos livros infantis, o ético e o estético se misturam, se 
relacionam, sendo a bruxa, o monstro, o bandido e outros personagens maus, extremamente feios, 
ou até assustadores, grotescos ou deformados, fazendo correlação entre o físico, repulsa, e o medo, 
sendo esses mostrados como alguém misterioso, por vezes enigmático, conhecedor e dominador de 
saberes, usando de sedução ou feitiços para atrair, safando-se por hora, de sua maldade. Já os 
personagens bons, geralmente são apresentadas por fadas, princesas, mocinhas (geralmente são 
magras, loiras, brancas, cabelos longos, voz aveludada, etc.), ou príncipes (robustos, elegantes, 
brancos em seus cavalos maravilhosos), sendo todos com características valorizadas socialmente. E 
aos surdos, como são apresentados? Nosso objetivo foi analisar essa temática através de imagens e 
os textos sobre surdos em alguns livros de Literatura Infantil, uma vez que crianças surdas são visuais, 
e a produção desses livros são escassos. 
 Diversas são as formas de como esses livros se apresentam, seja em traduções de 
Clássicos Infantis para a Libras, ou também as adaptações de histórias clássicas para a Libras com 
manejos na história, mudando-se o roteiro, personagens, ( sendo em menor quantidade ), mas cientes 
que muitos desses livros são criações. 
 Na pesquisa realizada por Karnopp e Machado (2006) há inicialmente a identificação de 
um conjunto de materiais que realiza exclusivamente a tradução dos textos da Língua Portuguesa para 
a Língua de Sinais. 
 Ao nos aprofundarmos quanto à análise de livros impressos, encontramos várias 
abordagens, entre quais podemos citar: Tibi e Joca (Bisol, 2001), A cigarra e as formigas (Oliveira; 
Boldo, 2003), O Som do Silêncio (Cotes, 2004), Cinderela Surda (Hessel; Rosa; Karnopp, 2003), 
Rapunzel Surda (Silveira; Rosa; Karnopp, 2003), Adão e Eva (Rosa; Karnopp, 2005), Patinho Surdo 
(Rosa; Karnopp, 2005). Sendo esses com textos ricos em ilustrações, onde a história é escrita na 
Língua Portuguesa, há também a ajuda de um avatar (tradutor) que sinaliza as palavras-chave de cada 
página, permitindo ao usuário da Libras acompanhar a história. 
 
3. MATERIAS E MÉTODOS 
3.1 MATERIAIS 
 Vimos que o materialliterário utilizado em publicações são clássicos que usam o recurso 
do desenho em Libras com a finalidade de ampliar a divulgação da cultura e do vocabulário em 
Libras ( um dos objetivos do ensino de línguas nas escolas), onde o tradutor/professor deve ser 
motivado pela organização verbo-visual, ou seja; texto escrito e ilustrado, do livro impresso e deverá 
trabalhar na construção de outro texto verbo-visual, sendo este, texto escrito, ilustração e sinalização. 
7 
 
 Os demais materiais analisados pelos acadêmicos foram de fontes bibliográficas, 
científicas (artigos, revistas, livros, etc.) e pesquisa de mídia, para apreender e como se dá o 
desenvolvimento da Literatura Surda Infantil, no caso aqui, os contos, dentro e fora do ambiente 
escolar, nos levando em seguida a uma análise instrumental desse estudo, o material disponível que 
são livros de histórias infantis. 
 No Brasil notamos pouco material Literário Infantil criado pelos sujeitos surdos e 
disponibilizado ao público, mas entre alguns se destacam: Tibi e Joca, o Feijãozinho Surdo, Casal 
Feliz, As estrelas de Natal, entre outros. 
 Há também materiais produzidos pelo Ministério da Educação incluindo Histórias 
Infantis em Língua de Sinais, por exemplo: “Chapeuzinho Vermelho”, “A raposa e as uvas”, “A lenda 
do guaraná”, “Branca de Neve e os sete anões”, “O curumim que virou gigante”, “A lebre e a 
tartaruga”, e até o “Hino Nacional em Libras, uma produção realizadas pelo Instituto Nacional de 
Educação de Surdos (INES) contando com a participação de surdos que realizam a tradução dos 
clássicos da literatura e do Hino Nacional para a Língua de Sinais Brasileira, disponibilizando 
também legenda em português. 
 
FIGURA 1 - LIVROS/COLEÇÃO HISTÓRIAS INFANTIS EM LIBRAS 
 
 
 FONTE: Imagens tiradas da internet 
 
 Pudemos analisar os materiais da nossa pesquisa em alguns livros Literários ao 
participarmos da Feira Internacional de Tecnologia em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade, ( 
Reatech ), em junho de 2019, onde visitamos vários estandes que divulgavam produtos e materiais 
pedagógicos para surdos, inclusive os Livros de Contos Infantis, como: “Branca de Neve”, “Os Três 
Porquinhos” e “Chapeuzinho Vermelho”, da Editora Brinquelibras Editora e Comércio de Materiais 
Pedagógicos Especiais Eireli-ME, em Língua Portuguesa traduzidos também para Libras com 
desenhos dos sinais, narrando a história. 
 
8 
 
FIGURA 2 - LIVROS INFANTIS EM QUE A FORMA DE TRADUÇÃO UTILIZADA É O 
DESENHO DO SINAL 
 
 
FONTE: Livros dos acadêmicos, adquiridos na Reatch/2019 
 
 Ao analisarmos trechos de livros relacionado ao tema, ficou claro a ocorrência de sua 
transformação em contextos sociais e isso abriu-nos a abordagem da alfabetização do surdo, por meio 
à Literatura Surda, através de Contos Infantis, sem em nenhum momento desmerecer sua importância 
como sujeito. 
 Esse material nos proporcionou avaliar melhor o trabalho em Literatura Infantil e como 
pode ser utilizada a tradução sinalar. 
 Embora o material analisado não está relacionado somente ao aluno surdo, mas também 
a Comunidade Surda, percebemos que há um “olhar” necessário para a natureza dessas produções 
traduzidas aos surdos, onde não se rotula mais como sendo “A”6 Cultura de Ouvintes apenas, mas 
como Livros de literatura infantil traduzidos, cuja temática esteja relacionada com surdos ou com a 
Língua de Sinais, que são escassos. 
 Ainda temos a seguinte definição para Literatura Surda: 
A tradução de memórias de vivências que atravessam gerações alocando identidade, tradição 
ao povo surdo. Diferentes gêneros são explorados, criados, adaptados, traduzidos. Poesia, 
história de surdos, piadas, literatura infantil, clássicos, fábulas, contos, romances, lendas e 
outras manifestações culturais enriquecem tanto surdos quanto ouvintes que a elas têm 
acesso. (FELÍCIO, 2014, p. 23). 
 Dado que os materiais analisados tem por objetivos, textos, ilustrações de formas 
diferentes de apresentação dos surdos e da Libras, vimos que há também, objetivo de realizar a 
tradução de textos clássicos para Libras e também de apresentar histórias da Cultura surda em vídeo. 
Há muitos materiais impressos diversificados em relação aos objetivos, à forma de apresentação e ao 
modo como narram os surdos nos enredos apresentados. Suas produções, na maioria contam com a 
participação de surdos autores e ilustradores, reforçando temas relacionados à suas vidas. 
 
6 Nesse caso, subtendemos que a falta de conhecimento sobre as Comunidades Surdas fortalece a ideia de que a Língua Portuguesa 
escrita poderia ser um recurso viável de comunicação entre surdos e ouvintes em substituição à Língua de Sinais. 
9 
 
3.1.2 METODOLOGIA 
 Este artigo teve por objetivo trazer a descrição do encaminhamento metodológico 
pertinente à pesquisa qualitativa de cunho documental que servirá de base para a análise dos materiais 
disponíveis na área sobre Literatura Surda Infantil: Contos, e através de alguns autores abordados 
que, de maneira geral, norteiam a Literatura Surda como a produção de textos literários em sinais, 
traduzindo a experiência visual, mostrando a surdez como presença de algo e não como falta, 
possibilitando assim outras representações de surdos considerando as pessoas surdas como um grupo 
linguístico e cultural diferente. Para tanto, foi escolhida este tipo de pesquisa independentemente de 
qualquer subdivisão, onde se mostrou compreender o fenômeno em estudo no contexto em que ele 
ocorre e todas as perspectivas e pontos de vista que são considerados, desde que sejam relevantes ao 
pesquisador. 
 Usamos a metodologia aplicada, por meio da análise documental, as informações e os 
dados para análise em relação a obras que foram criadas, adaptadas ou traduzidas do Português para 
a Libras. O resultado esclareceu-nos que até hoje com relação às traduções de literatura para Libras, 
as pesquisas ainda são recentes e os materiais literários traduzidos e disponibilizados até então são 
poucos no Brasil. 
 Para embasamento desse trabalho, usamos a metodologia seguindo o seguinte roteiro: 
Levantamento de textos em Literatura Infantil, com ênfase para tradução em Libras, obras e textos 
teóricos comentando sobre a temática Contos Infantis, investindo também em alguns resumos e 
resenhas de trabalhos e atividades expostos na mídia, durante a pesquisa. 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 Os objetivos específicos deste trabalho foram investigar as obras da Literatura articulada 
com a Literatura Surda, analisando as obras produzidas em Contos que são traduzidas para Literatura 
Surda Infantil. Nessas obras da Literatura Surda Infantil analisamos que é evidente a colaboração e 
a articulação, dos professores que tendem a trabalhar em conjunto, uma vez que o aluno é um ser 
único e indivisível, seguindo-se da elaboração de uma tabela para analisar as obras da Literatura 
Surda Infantil, mediante a faixa etária e o desenvolvimento cognitivo de cada criança. 
 Para que a aquisição da tradução ocorra, é fundamental que a criança surda já tenha o 
domínio de sua língua materna, neste caso a Libras, pois, só tendo domínio da Língua de Sinais é que 
elas poderão adquirir melhor uma segunda língua, neste caso a Língua Portuguesa, mas nem sempre 
isso é possível, pois há crianças surdas de pais ouvintes, que não usam a língua materna e fazem estes 
oralizar atrasando-os no ensino regular em classe comum, quando em idade escolar. 
10 
 
 Como os processos de letramento e tradução exigem o desenvolvimento e 
aperfeiçoamento da Língua em várias práticas sociais, principalmente da escrita, a apropriação da 
Língua Portuguesa escrita requer recurso em atividades de reflexão, voltadas para análise e 
observação de seu uso, nesse caso para a tradução ganhar vida e ter objetividade, a ferramenta maior 
a ser usada será a técnica de interpretação do professor , que deverá fazercom que o conto seja 
“vivido” ao ser interpretado por ele. Esta interpretação que garantirá ao aluno conhecer e usar sua 
cultura e língua, ampliando sua competência e desempenho social ao longo do aprendizado. 
 Vimos quão é importante a interpretação, mostrando também aos alunos ouvintes os 
valores da Cultura Surda, a história da educação dos surdos, sistema de transcrição em Libras, 
biografias surdas, etc., onde fica claro que os materiais usados através de treino de diálogos, teatro, 
vídeos em Libras, também, o uso de livros bilíngues, filmes, e a criação de site próprio das 
universidades com conteúdo em Libras, são muitos importantes. 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Em se tratando das articulações de Literatura Surda e Literatura, no ensino da Língua 
Portuguesa para Libras com modalidade nos sinais dos contos para surdos, podemos concluir o 
desenvolvimento e a construção de cidadãos mais críticos e autênticos, através de um projeto que 
veio colaborar para que os profissionais se sintam motivados a desenvolver atividades que tornem os 
alunos participantes e ativos, mostrando que são capazes de contribuir nos seus espaços como 
cidadãos conhecedores de suas capacidades e habilidades. A sociabilidade da linguagem através do 
método sinalar permite essa interação, pois tem a função social agregando ambas culturas através do 
domínio das duas línguas, respeitando assim o meio. 
 Considerou a temática que a partir do diagnóstico do conhecimento que as crianças tem 
a respeito da Literatura no caso aqui, Contos, com a aquisição da Língua Portuguesa, traduzida em 
Libras, deu-se de formas diferentes entre as pessoas surdas, pois possuem histórias de vida que 
favorecem maior ou menor contato com a escrita ao longo da vida. 
 Ao retomarmos os objetivos que nos encaminharam a esse estudo, destacamos os aspectos 
recorrentes nas pesquisas e que foram, ao longo do artigo, analisados referentes a uma Educação 
Literária Bilíngue, com o papel do professor, surdo ou ouvinte, fluente nas duas línguas envolvidas; 
a interdisciplinaridade, ou seja, a Literatura como interface para o ensino de outras áreas do 
conhecimento e o ensino literário como prática cultural oportunizando experiências através das 
histórias e possibilidade de ampliação da visão dessas crianças surdas ao mundo. 
11 
 
 Sabemos que muito caminho ainda deve ser trilhado como por exemplo, a busca por 
traduções especificas para cada faixa etária, sendo que ainda há pouquíssimo material traduzido para 
Libras cujo público alvo são crianças surdas em fase de alfabetização e aquisição sinalar. 
 Concluímos que em tratando-se de Literatura Surda, a importância é supra no 
desenvolvimento de todas as crianças. A Cultura Surda usa e valoriza a Literatura para desenvolver 
e expressar sua alteridade e identidade, sendo urgente a busca por estratégias literárias acessíveis as 
crianças surdas em classes inclusivas da rede regular de ensino. Essas estratégias devem promover o 
acesso a Literatura enquanto possibilitam o desenvolvimento cultural e respeito linguístico, sendo 
necessário o uso das traduções para Libras. 
REFERÊNCIAS 
ALBRES, Neiva de Aquino. Tradução de literatura infantil: entre a construção de sentidos e o 
uso dos recursos linguísticos. In: III Congresso Brasileiro de Pesquisas em Tradução e 
Interpretação de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa. Florianópolis-SC: UFSC. 15 a 17 
de agosto de 2012. 
 
BISOL, Cláudia. Tibi e Joca: uma história de dois mundos. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2001. 
 
BRASIL, LEI nº 10.436, de 24 de abril, de 2002, Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – 
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