Buscar

ESTAGIO CLINICO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE UNINA
ISABELA PAULINO FONTANA BEZ
RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO EM PSICOPEDAGOGIA 
CLÍNICA
CURITIBA/PR
2020
FACULDADE UNINA
ISABELA PAULINO FONTANA BEZ
RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO EM PSICOPEDAGOGIA 
CLÍNICA
Trabalho entregue à Faculdade UNINA, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de Psicopedagogia, conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96. 
Orientador: Marcelo Alvino da Silva 
CURITIBA/PR
2020
RESUMO
Este relatório visa apontar a prática do estágio supervisionado obrigatório e tem como objetivo, proporcionar as vivencias necessárias e auxiliar na formação do profissional psicopedagogo, trazendo à tona o subsidio teórico (aplicado no cotidiano, durante o período da realização do estágio), auxiliando assim as práticas futuras que permeiam a sua atuação como profissional nos processos de atendimento, mediação, intervenção ou orientação, os quais serão exercidos em sua função. O estágio ocorreu de forma remota, decorrente à pandemia do COVID-19. O relatório é um estudo de caso, no qual foi estudado e analisado o aluno J.S.S. Foram utilizadas metodologias como entrevistas, pesquisa, estudo bibliográfico, coleta de dados entre outros. Assim foi possível compreender que o estudante em estudo possui uma grande dificuldade na leitura e escrita, apresentando sinais de dislexia, porém tem facilidade com cálculos e atividades manuais. Os jogos e atividades recreativas são eficientes em relação à aprendizagem para J.S.S, sendo também observado um bloqueio em relação à leitura na frente dos colegas. 
Palavras-chave: Psicopedagogia. Aprendizagem. Estudo de Caso.	
SUMÁRIO	
1 INTRODUÇÃO	5
2 OBJETIVOS	6
2.1 OBJETIVO GERAL	6
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	6
3 REVISÃO DA LITERATURA	7
4 ATIVIDADES REALIZADAS	8
4.1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO	8
4.2 CONVERSA COM A COORDENADORA	9
4.3 CONVERSA COM A PROFESSORA	9
4.4 QUEIXA	10
4.5 ANAMNESE COM A FAMÍLIA DO CLIENTE	10
4.6 IDENTIFICAÇÃO DO CLIENTE	11
4.7 CONTATO COM O CLIENTE	11
4.8 PLANEJAMENTO	12
4.9 DETALHAMENTO DAS SESSÕES	12
Primeira sessão: 20/07/2020	12
Terceira sessão: 22/07/2020	13
Quarta sessão: 23/07/2020	14
Quinta sessão: 24/07/2020	14
Sexta sessão: 27/07/2020	15
Sétima sessão: 28/07/2020	15
Oitava sessão: 29/07/2020	16
Nona sessão: 30/07/2020	16
Décima sessão: 31/07/2020	16
5 APONTAMENTOS DOS RESULTADOS	17
6 PROGNÓSTICO E INDICAÇÕES	18
7 DEVOLUTIVA ESCOLA	18
8 DEVOLUTIVA FAMÍLIA	19
9 AUTOAVALIAÇÃO	19
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS	20
REFERÊNCIA	21
ANEXOS	22
1 INTRODUÇÃO
 O presente relatório tem por objetivo detalhar o estudo de caso realizado de forma remota, através de pesquisa, na qual foi analisado e estudado um aluno com queixa de dificuldade na leitura e escrita, tendo sintomas de dislexia.
 No dia a dia da prática pedagógica existem diversos desafios e diversidades na sala de aula, os professores devem atuar de forma que identifiquem possíveis dificuldades, mas para solucionar problemas de aprendizagem como a dificuldade na leitura e escrita, muitas vezes é necessário um trabalho coletivo entre família, escola, aluno e também um profissional da psicopedagogia, pois existem inúmeros fatores que podem ocasionar o problema.
 Assim, o psicopedagogo tem uma importante função no processo de analisar e solucionar esta dificuldade de leitura e escrita. No caso do indivíduo que tem uma dificuldade específica na aprendizagem pode ser realizada uma avaliação e após intervenção. Em relação a observação dessas dificuldades em sala de aula, Ribeiro (2015, p. 29) afirma que:
Aos profissionais da educação, cabe detectar as dificuldades de aprendizagem que aparecem em sua sala de aula, principalmente nas escolas mais carentes e investigar as causas de forma ampla, abrangendo os aspectos orgânicos, neurológicos, mentais, psicológicos, adicionados à problemática ambiental em que a criança vive. Essa postura facilita o encaminhamento da criança a um especialista que, ao tratar da dificuldade, tem condições de orientar o professor a lidar com esse aluno, afinal, toda criança pode aprender basta ser estimulada corretamente. Ribeiro (2015, p. 29).
 Desta forma, depois da dificuldade observada em sala de aula, o aluno foi encaminhado para avaliação e intervenção com profissional da psicopedagogia para identificar soluções e adaptações a serem realizadas em sala de aula para uma melhor aprendizagem do aluno.
 O relatório apresenta um referencial teórico sobre o assunto trabalhado e também um detalhamento do estudo de caso clínico realizado com o estudante com possível dislexia. Segundo Lüdke e André:
O estudo de caso visa à descoberta; enfatiza a “interpretação em contexto – uma apreensão mais completa do objeto, é preciso levar em conta o contexto em que ele se situa; busca retratar a realidade de forma completa e profunda; usa uma variedade de fontes de informação; revela experiência vicária e permitem generalizações naturalísticas – o pesquisador procura relatar as suas experiências durante o estudo de modo que o leitor ou usuário possa fazer as suas “generalizações naturalísticas” –; procura representar os diferentes e às vezes conflitantes pontos de vista presentes numa situação social; utiliza uma linguagem e uma forma mais acessível do que os outros relatórios de pesquisa. (1986, p. 18-20).
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Observar, analisar e compreender como se dá a formação dos psicopedagogos clínicos e de que forma é realizado o seu trabalho na prática.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
·  Integrar teoria e prática em relação a formação e atuação do psicopedagogo clínico;
· Analisar de que forma o psicopedagogo clínico pode auxiliar no processo de aprendizagem;
· Observar e compreender como é realizada a intervenção na psicopedagogia clínica;
· Refletir sobre a atuação do psicopedagogo na intervenção dos problemas de aprendizagem relacionados a leitura e escrita.
3 REVISÃO DA LITERATURA
 A psicopedagogia analisa e estuda formas de promover a aprendizagem quando são identificados transtornos e dificuldades nesse processo, é de extrema importância que o professor identifique em sala de aula e encaminhe o estudante para uma avaliação quando os objetivos da aprendizagem não são alcançados de forma significativa. E ao psicopedagogo é fundamental ter os objetivos a serem alcançados bem esclarecidos, proporcionando ao educando que tenha autonomia para aprender.
 O processo de aprendizagem envolvendo a leitura e a escrita é muito complexo, podendo assim surgir dificuldades e desafios durante no início ou durante esse processo de alfabetização que podem ter inúmeras causas. 
O psicopedagogo é como um detetive que busca pistas, procurando solucioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua meta fundamentalmente é investigar todo o processo de aprendizagem levando em consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para, valendo-se desta investigação, entender a constituição da dificuldade de aprendizagem (SCOZ et al., 1987, p. 51).
 Dessa forma, o psicopedagogo faz uso de recursos para conhecer o sujeito que apresenta tais dificuldades para assim realizar a avaliação e a intervenção psicopedagógica, é realizado um levantamento de dados através de entrevistas da família, professores, entre outros profissionais que se relacionam com a criança, essa entrevista é a anamnese. 
A anamnese é a parte inicial de um procedimento. De posse da anamnese o Psicopedagogo poderá decidir quais recursos interventivos irá utilizar para trabalhar nas sessões com o aluno enviado. Terá conhecimento da queixa inicial e seu “olhar psicopedagógico” começa a ser construído através desses apontamentos colhidos. Porém vale destacar que hipóteses construídas, poderão ser refutadas durante as realizações das sessões. NATER (2016, p. 9).
 Segundo PETRONILO (2010), são ações a serem trabalhadas:
Estimular adescoberta e utilização da lógica de seu pensamento na construção de palavras e textos e na representação de fonemas; oferecer oportunidades para a escrita e leitura espontâneas; explorar constantemente as diversas funções da escrita (não apenas produção textual, mas também cartas e bilhetes); e explicitar as diferenças entre língua falada e língua escrita. É importante que a criança tenha adequada consciência de que a fala e a escrita são formas diferentes de expressão da linguagem. A principal indicação atual para o tratamento de crianças com dificuldades de linguagem escrita é a intervenção direta nas habilidades de leitura, associada a atividades relacionadas ao processamento fonológico da linguagem (PETRONILO, 2010, p. 4).
 As atividades lúdicas também são de grande importância na intervenção aos problemas relacionados com a leitura e escrita, a ludicidade é a estratégia mais adequada para crianças e adolescentes, os jogos podem revelar características internas do sujeito, além de garantir o interesse e a motivação, facilitando o processo de aprendizagem.
4 ATIVIDADES REALIZADAS
4.1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
 A Escola Municipal de Educação Básica Professora Carolina Souza, está localizada no bairro Peroba, área rural do município de Santa Rosa do Sul, extremo sul catarinense. A instituição de ensino atende alunos da educação infantil ao ensino fundamental (pré-escolar à 9ºano), incluindo alunos com necessidades especiais, a escola trabalha no sentido de incluir todas as crianças nas classes regulares em todas as séries e cursos, bem como nas oficinas, no contra turno (aula integral do programa mais educação). Para atender as necessidades desses alunos a instituição conta com o atendimento do Segundo Professor e atendimento especializado.
 No que se refere às instalações físicas gerais do espaço escolar, as salas estão com boas condições de pintura, conservação, ventilação, todas contam com grandes janelas e também ar condicionado e ventilador, necessitam de melhores instalações elétricas e reparos nos assoalhos. Conta com biblioteca, secretaria, sala de informática e também um pequeno pátio na frente da escola de uso das crianças das series iniciais.
A sala de aula do 5º ano, a qual o aluno referente a este trabalho está inserido, possui tamanho apropriado para o número de alunos, a sala conta com decoração simples com motivos infantis, alfabeto e números. 
 A escola está inserida em uma comunidade rural, e a maioria dos alunos são da própria comunidade e de comunidade vizinhas também na área rural, a maioria de renda baixa, os desafios enfrentados são, portanto, a falta de interesse de algumas famílias em acompanhar a vida escolar dos filhos e participar das atividades da escola que integram a comunidade.
 A professora regente da turma é formada em Pedagogia, mostrou-se comprometida com a educação, propiciando as crianças bem-estar, permitindo a multiplicidade de expressão, instigando a construção da autoestima e da confiança em si, da autonomia e do desejo de aprender, trabalhando com base nas diferenças individuais e culturais, beneficiando a sociabilidade, a amizade e a cooperação. 
4.2 CONVERSA COM A COORDENADORA
 Em conversa com a coordenadora na escola, foi relatado que o aluno J.S.S. não acompanha a turma, pois não consegue ler e escrever com autonomia, por isso está sempre com as notas baixas, o aluno frequenta o 5 º Ano, tendo 12 anos. A leitura de palavras é feita de forma imprecisa e lenta, demandando muito esforço. As vezes lê palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta, frequentemente tenta adivinhar as palavras e tem dificuldade para soletrá-las.
4.3 CONVERSA COM A PROFESSORA
Foi conversado com a professora regente da turma, na qual relata a mesma informação que a coordenadora, reafirmando que o cliente J.S.S. realiza todas as atividades, trabalhos e avaliações da mesma forma como o restante da turma, também realiza todas as atividades de casa. Porém tem uma grande dificuldade na leitura, lendo com fluência poucas palavras e apenas com sílabas simples, nas atividades sempre precisa de auxílio na leitura. O aluno tem mais facilidade na escrita do que na leitura, realiza suas atividades, avaliações e cópia do quadro, porém mesmo ele sabendo o que está escrevendo acaba omitindo ou substituindo vogais e consoantes na maioria das palavras.
4.4 QUEIXA
 O aluno não consegue ler e escrever com autonomia, trocando letras, omitindo ou substituindo vogais e consoantes na maioria das palavras e as vezes lê palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta, frequentemente tenta adivinhar as palavras e tem dificuldade para soletrá-las, sempre que não consegue ler ou escrever sozinho fica desmotivado.
4.5 ANAMNESE COM A FAMÍLIA DO CLIENTE
 J.S.S. tem 12 anos e frequenta o 5 º ano do ensino regular, tem uma irmã mais nova por parte de pai e mãe e dois irmãos mais velhos por parte de pai, a gravidez decorreu sem complicações, a mãe trabalhou durante toda a gravidez na lavoura. O parto foi às 39 semanas por cesariana. A mãe relatou que o pai e os dois irmãos apresentam as mesmas características do filho ao nível da leitura e escrita, na escola apresentavam as mesmas dificuldades, porém na época não foi investigado, portanto nunca foram solucionadas. O desenvolvimento psicomotor ocorreu normalmente, relativamente à linguagem, a aquisição já foi mais tardia e com alteração na produção das palavras, bem como na articulação de alguns sons. 
 A mãe relata que J.S.S. tem muitas crises de enxaqueca e também é muito ansioso. Em termos sensoriais já foi avaliado à visão e usa óculos na escola. No demais o seu estado de saúde é normal. Ingressou no pré-escolar aos quatro anos, com uma boa adaptação. A mãe refere que o J.S.S. desde sempre teve dificuldades na leitura e que a professora recomendou desde o início o treino da leitura. Pelo relato da mãe foi possível perceber que o pai não tem participação na educação do filho e acha que sua dificuldade é normal e não tem importância. Porém a mãe mesmo sendo interessada e dedicada ao filho, não consegue ajuda-lo, tendo estudado apenas até a 4ª série. Ainda apresenta algumas dificuldades de articulação e algumas palavras diz de forma incompleta. É bom na matemática. Também tem aptidão para os trabalhos manuais. Não identificam dificuldades na expressão oral. A mãe refere que J.S.S. é responsável e empenhado com as tarefas de casa, toma a iniciativa para fazer, porém não consegue realizar com autonomia é exigente consigo e compete com os irmãos. 
 No que concerne à relação social, J.S.S é quieto, respeitador, meigo e gosta de ajudar, nunca se envolvendo em conflitos. Porém quando não consegue realizar uma atividade ou realiza de forma errada fica muito irritado e ansioso. Gosta de ver televisão, jogar no computador e fazer trabalhos manuais. Pelo relato da mãe foi possível perceber que J.S.S ajuda em muitos trabalhos domésticos e na lavoura e tem pouco apoio da família em relação aos estudos. Gosta de participar das atividades extracurriculares da escola, como dança, música e artesanato e é muito dedicado nessas atividades.
4.6 IDENTIFICAÇÃO DO CLIENTE
Nome: J.S.S.
Idade: 12 anos
Ano escolar: 5 º ano Repetência: sim ( x ) não ( )
Filiação:
Mãe: M.M.S.
Pai: T.G.S.
4.7 CONTATO COM O CLIENTE
 O contato com o cliente ocorreu tendo como objetivo compreender a queixa, criar um vínculo de confiabilidade e obter informações sobre a história de vida do estudante.
Iniciando a conversa sobre a vida escolar, após vida social e por último a vida emocional. Sendo feitos direcionamentos para a conversa como:
 Vida escolar: como vê a escola, do que mais gosta na escola e do que menos gosta na escola, quais as matérias que tem maior ou menor dificuldade na escola, se gosta ou não da professora, se gosta mais da escola ou estar com os amigos quanto tempo dedica nas lições de casa.
 Vida social: o que faz quando não está na escola, oque mais gosta de fazer, com quem brinca o que faz nos fins de semana, se gosta ou não de TV.
 Vida emocional: qual o nome de sua mãe, qual é o nome de seu pai, o que sua mãe faz e seu pai o que ele faz, você tem irmãos, os irmãos são mais velhos ou mais novos, você mora em que lugar, você mora com quem, como é a vida em sua casa (convivência) familiar, que horas você vai dormir, você dorme com quem, quem cuida de você quando não está na escola.
 Foi possível perceber que gosta da escola, colegas e professora, porém é bastante desmotivado por não conseguir ler e escrever com autonomia, em casa não realiza a maioria das lições, pois, não tem ajuda da família e não consegue fazer sozinho. No nível emocional foram percebidos sentimentos de ausência do pai, e baixa autoestima. Diz que quer aprender, mas não consegue. A matéria que mais gosta é matemática, sendo possível perceber que apresenta orgulho em falar que é “bom” na matéria, sendo notável como fica feliz por conseguir realizar as atividades de matemática e também como fica triste e irritado ao falar sobre sua dificuldade na escrita e leitura.
4.8 PLANEJAMENTO
 Para investigar os problemas relatados na queixa, dificuldade na leitura e escrita, foi escolhido uma intervenção pedagógica realizada em 10 sessões de 50 minutos, nas quais foi realizada coleta de dados através de anamnese com a família, EOCA - Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem e outros instrumentos de avaliação psicopedagógica.
4.9 DETALHAMENTO DAS SESSÕES
Primeira sessão: 20/07/2020
 Na primeira sessão foi realizada uma entrevista com a mãe do aprendente, através de um instrumento chamado Anamnese, com o objetivo de entender o desenvolvimento da criança da gestação até a atualidade, para assim identificar possíveis causas do problema e planejar os instrumentos para coleta de dados, o resultado da anamnese realizada foi detalhado acima neste relatório. Após foi realizada uma entrevista em forma de conversa apenas com o aprendente, como um primeiro contado para criar vínculos, sobre aspectos da sua vida emocional, social e escolar a qual o resultado também foi relatado acima. 
Segunda sessão: 21/07/2020
 Nessa sessão, depois da conversa com a família e aluno, foi realizada a EOCA (Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem), foi apresentado os materiais e feito a consigna: Eu gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer. Os materiais utilizados foram: Folhas pautadas, brancas e quadriculadas; Lápis preto sem ponta; Apontador e borracha; Caneta, lápis de cor, giz, caneta hidrográfica; Régua, tesoura, cola, papel colorido; Livros, revistas e gibis. O objetivo é, a partir das reações apresentadas durante a EOCA, levantar hipóteses do que pode estar causando a queixa levantada pela escola, observando o indivíduo e analisando suas habilidades. 
 Foi possível analisar nesta sessão, em relação à E.O.C.A, que o aprendente estava um pouco retraído e apresentou dificuldades para se expressar e exprimir suas ideias verbalmente, preferindo sempre atividades como recorte e colagem.
O tom de voz foi baixo, soube usar os objetos e identifica-los. Diante de dificuldades desistiu fácil; não apresentou postura corporal boa; não conseguiu ler o gibi que pegou, dando para perceber como estava frustrado e por vezes tentou adivinhar palavras só através das imagens, mas sendo possível perceber que sabia interpretá-las.
Em relação a desenhos, recortes e colagem executou as atividades com tranquilidade, sentiu prazer em mostrar sua produção. Quando feita a consigna "Gostaria que me mostrasse algo de leitura, escrita ou matemática". O estudante foi disposto a montar e resolver cálculos, ficando muito orgulhoso em conseguir, e na parte de leitura e escrita se retraiu, não querendo ler e nem escrever nada, por fim escreveu algumas palavras simples, trocando muitas letras e principalmente consoantes homorgânicas, demonstrando achar que estava correto, porém quando não conseguia ler alguma palavra que queria ficava muito irritado e desistia. Apresentou segurança apenas para escrever seu nome.
Terceira sessão: 22/07/2020
 Nesta sessão foi realizado testes para avaliar os vínculos escolares utilizando provas projetivas, a primeira prova foi a do par educativo.
O Teste do Par Educativo permite conhecer a relação vincular estabelecida no contexto de aprendizagem e como ela está sendo vivenciada, uma vez que o desenho fornece indicadores gráficos, interpretados segundo critérios estabelecidos e sugeridos na instrução: "desenhe alguém ensinando a alguém aprendendo". (Gola, 1999).
 Ao realizar a prova projetiva do par educativo, o aprendente foi disposto a desenhar, disse que gosta, mas quando dado a consigna “Desenhe alguém ensinando e alguém aprendendo” se mostrou decepcionado com o tema, foi possível perceber através do desenho: Uma pessoa maior próximo a um quadro pequeno, no quadro não tinha nada escrito, abaixo desenhou outra pessoa menor e um caderno e lápis. Explicou que a pessoa maior próximo ao quadro, era sua professora que estava ensinando, e a pessoa menor era ele. 
 Após a realização da avaliação, observou-se que o estudante supervalorizou a figura da professora, sendo alguém imponente e distante e desvalorizou sua figura como aluno. Através do desenho e de sua explicação e expressão, foi possível perceber que o ensino para ele é uma realidade distante, o quadro pequeno e sem nada escrito mostra que não consegue aprender, sua figura pequena e sem vínculos com os materiais de aprendizagem e a professora, mostra como tem uma baixa autoestima em relação a aprendizagem.
 A segunda prova projetiva realizada foi a Eu com meus companheiros, dando a consigna para que desenhasse ele com as pessoas da escola. O desenho foi pequeno, novamente sua figura foi menor que as dos demais, não incluiu a professora e fez poucos colegas, disse que desenhou os colegas que são seus amigos, foi possível perceber que tem poucos vínculos e pouca comunicação na sala de aula, pela sua explicação, desenho e expressão foi possível perceber que se sente desmotivado pelo fato de não conseguir aprender como os outros.
Quarta sessão: 23/07/2020
 Nesta sessão foi realizada a prova projetiva da Família Educativa, foi dado uma folha de papel sulfite, lápis e borracha e a consigna: Desenhe sua família e o que cada um sabe fazer. O aprendente não se mostrou disposto a fazer o desenho, pensou um pouco e depois fez um simples e pequeno desenho onde todos os membros do grupo familiar estavam distantes e trabalhando, apenas a irmã mais nova estava brincando.
 Durante a conversa foi possível perceber que J.S.S. trabalha com a família durante a maior parte do tempo, apenas a irmã mais nova não trabalha, não tem muito vínculo com o pai e não tem nenhuma ajuda em relação aos seus estudos em casa. 
Quinta sessão: 24/07/2020
 Nesta sessão foi continuada a conversa e as provas projetivas de vínculos familiares, pois nota-se que J.S.S. fica muito retraído ao falar sobre a família e muito desmotivado em relação ao seu dia a dia. Foi realizada a prova projetiva “Os quatro momentos do meu dia”, onde o aprendente recebeu uma folha de papel sulfite, lápis e borracha e a consigna: Dobre a folha em quatro partes e em cada uma delas desenhe um momento do seu dia. Durante a conversa também foi explicado que se preferisse poderia escrever um título para cada parte do desenho.
 Como na última sessão, J.S.S. não estava animado para fazer o desenho, disse que não fazia nada de interessante e depois levou um tempo e acabou desenhando. O desenho foi dividido em quatro partes, na primeira desenhou ele e um caderno do lado, na segunda fazendo comida, na terceira trabalhando na lavoura e na quarta novamente ele e um caderno. Durante a conversa explicou que sempre fazia a mesma coisa todos os dias, vai para escola, quando chega em casa a mãe está trabalhando então cozinha algo para ele e a irmã mais nova comerem, depois ajuda os pais na lavoura e a noite faz aslições de casa. Não escreveu nada na folha, disse que não sabia. Percebe-se que o aprendente não é estimulado e apoiado em casa. Depois de realizadas as provas projetivas, para as próximas sessões mostra-se necessário análises específicas para a queixa de dificuldade na leitura e escrita.
Sexta sessão: 27/07/2020
 Nesta sessão foi apresentado um alfabeto ilustrado, com as letras, sílabas e imagens correspondendo às letras, para analisar quais letras o aprendente reconhecia, primeiro foi verificado se conhecia as letras isoladamente, e foi constatado que sim. Em forma de brincadeira, levando-o a formar pares correspondentes com a letra inicial e os desenhos e a sílaba inicial, foi possível perceber que conhece as letras isoladamente, mas confunde-se com letras com semelhanças sonoras e visuais como é o caso das letras B/D, T/D, C/G, M/N, C/S e G/J.
Sétima sessão: 28/07/2020
 Nessa sessão foram realizadas atividades do tipo quebra-cabeça, a primeira foi o quebra-cabeça silábico, foram expostas aleatoriamente sobre a mesa peças que continham as sílabas Da, Ma, La, Do, Bo, To, Fa, Mo, Ta, As, Co, Po, Ca, Ga, As. Em seguida foi solicitado para que formasse palavras com as sílabas. O estudante formou palavras como “Cato” (para ele era gato) e “Maca” (para ele massa).
 Após na segunda atividade, foi realizado um jogo de quebra-cabeça com sílabas e desenhos, para que a criança associasse a imagem aos sons que formavam a palavra. Foi colocado sobre a mesa as peças aleatoriamente com os desenhos e as sílabas, em seguida foi solicitado para que a criança escolhesse a figura e depois procurasse as sílabas iniciais do desenho que escolheu, fazendo com que a criança utilizasse o apoio fonológico à medida que pronunciasse a palavra para a identificação das sílabas correspondente aos sons. Com auxílio da ensinante pronunciando de forma lenta as sílabas, o aprendente conseguiu associar a maioria dos desenhos as imagens, não conseguindo distinguir B/D, G/J e M/N.
Oitava sessão: 29/07/2020
 Nesta sessão foi realizado um ditado ilustrado com desenhos como: Gato, Bruxa, Vaca, Macaco, e diversos outros e solicitado que o aprendente escrevesse as palavras correspondentes aos desenhos que o ensinante mostrava. Dos exemplos de desenhos citados, o aluno escreveu: Cato, Buga, Faca e Maco e diversas outras palavras com troca de vogais e consoantes, depois foi solicitado que lesse, com relutância, pois disse não gostar de ler, leu com dificuldade, sendo possível perceber que estava associando aos desenhos. Nesta atividade foi analisado que o aprendente tem boa postura na forma que escreve e pega o lápis, compreende as imagens, escreve da forma que acha correto e apresenta muita dificuldade de entender o que escreveu na hora da leitura, sendo possível perceber que isso o frustra muito, sendo que já tem um pensamento formado que não sabe ler. Para encerrar as sessões mostrou-se necessário realizar avaliações centradas na consciência fonológica do estudante.
Nona sessão: 30/07/2020
 Nesta sessão foi realizado teste para analisar o nível de consciência fonológica, a primeira foi “Omissão de Sílabas nas Palavras”, onde foi apresentado uma sequência de desenhos para o aprendente nomear omitindo a sílaba que o ensinante indicava, na posição inicial ou final das palavras (ex: la – (la)ma, amare(la), jane(la), (lá)grima). 
Décima sessão: 31/07/2020
 Nesta sessão foi continuado o teste para analisar o nível de consciência fonológica, sendo realizada a atividade “Separação de Sílabas e Fonemas nas Palavras” onde foi apresentados diversos desenhos e o aprendente teria que procurar numa série de desenhos aqueles que contêm: primeiro, o fonema vocálico, falado pelo ensinante, na posição inicial (ex: /i/ [i] em desenhos de um anel, igreja, ônibus, caranguejo) e na posição final (ex: /a/ [ɐ] em desenhos de um anel, igreja, ônibus, caranguejo); segundo, procurar a sílaba na posição inicial (ex: /fá/ nos desenhos de fada, galinha, sino, panela) e na posição final (ex: /la/ nos desenhos de fada, galinha, sino, panela). Esses foram exemplos de diversas séries de desenhos e fonemas, o aprendente demonstrou muita dificuldade em identificar esses fonemas e sílabas.
5 APONTAMENTOS DOS RESULTADOS
 Através das sessões psicopedagógicas foi possível perceber que J.S.S. tem pouco apoio familiar em relação aos estudos, o pai é ausente na educação do filho, J.S.S. mostra-se desmotivado e com baixa autoestima em relação à escola e muito irritado frente a teste e leitura em público. Durante a E.O.C.A. analisou-se que o aprendente ficou inseguro para escrever e ler, e as palavras estavam com falta de consoantes e troca de letras, principalmente as consoantes homorgânicas. Através das provas projetivas foi possível perceber que J.S.S. tem poucos vínculos com a professora e colegas e sente-se desmotivado pelo fato de não conseguir aprender. Também se mostrou desanimado em relação as atividades domésticas e sua relação com os familiares, também foi possível perceber que a criança tem muitos afazeres e pouco tempo para brincar e estudar, percebe-se que o aprendente não é estimulado e apoiado em casa.
 Conhece as letras isoladamente, mas confunde-se com letras com semelhanças sonoras e visuais como é o caso das letras B/D, T/D, C/G, M/N, C/S e G/J, com muita dificuldade forma palavras com sílabas simples, mas não consegue formar palavras com sílabas complexas. Lê algumas palavras simples se o ensinante pronunciar os fonemas isoladamente, não consegue ler com autonomia.
 O aprendente tem boa postura na forma que escreve e pega o lápis, compreende as imagens e sequência lógica, escreve da forma que acha correto e apresenta muita dificuldade de entender o que escreveu na hora da leitura, sendo possível perceber que isso o frustra muito, sendo que já tem um pensamento formado que não sabe ler. Através de testes, foi possível perceber que o aprendente apresenta um nível baixo de consciência fonológica. Todos esses apontamentos indicam sinais de dislexia, porém uma avaliação multidisciplinar precisa ser realizada para fechar um diagnóstico.
6 PROGNÓSTICO E INDICAÇÕES
	Com base no que foi observado, avaliado e percebido é indicado uma avaliação multidisciplinar com neurologista e fonoaudiólogo para fechar o diagnóstico de dislexia, e também mais algumas sessões psicopedagógicas para intervenção.
7 DEVOLUTIVA ESCOLA
 Primeiramente, fica aqui registrado o agradecimento pela confiança para com o psicopedagogo. Indica-se para a escola e professores:
- Apoio tutorial por um colega; 
- Oportunidades de envolvimento lúdico nas tarefas; 
 - Reforço positivo sempre que o aluno acabe a tarefa com sucesso; 
 - Execução de atividades que possibilitem momentos de sucesso; 
- Fracionamento das atividades; 
- Evitar a exposição à turma durante a leitura sem preparação; 
- Sentar o aluno perto da professora, de maneira a poder observar e orientar o mesmo;
- Simplificar as indicações/instruções complicadas;
- Relacionar o que se ensina com a experiência do aluno; 
- Apresentar perguntas fáceis, como se fossem difíceis, para que o aluno fique motivado com as suas respostas;
- Diversificar, o máximo possível, o tipo de tarefa/ perguntas nas avaliações dando a possibilidade de a avaliação se fazer, também, mediante respostas breves, colocando questões do tipo: verdadeiro/ falso, preenchimento de lacunas, escolha múltipla e oralidade;
- Não penalizar o aluno pelos erros ortográficos e leitura;
- Precisa-se encaminhar o aluno para avaliação multidisciplinar com neurologista e fonoaudiólogo para confirmar o diagnóstico de dislexia;
- Sessões de psicopedagogia clínica para intervenção.
8 DEVOLUTIVA FAMÍLIA
 Primeiramente, fica aqui registrado o agradecimento pela confiança para com o psicopedagogo. Indica-se para a família:
- Apoiar diariamente nas tarefas escolares; 
- Elogiar os esforços indiferente dos resultados; 
- Não comparar com os irmãos e outras crianças; 
- Criar um ambiente favorável ao estudo;- Estimular os hábitos de leitura e leitura em público para a família; 
- Tempo maior para estudar, brincar e descansar;
- A mãe e principalmente o pai demonstrar interesse nas atividades escolares;
- Encaminhar a criança para avaliação multidisciplinar com neurologista e fonoaudiólogo para confirmar o diagnóstico de dislexia;
- Sessões de psicopedagogia clínica para intervenção.
9 AUTOAVALIAÇÃO
 Foi possível perceber que o diagnóstico psicopedagógico é muito complexo, envolve muito estudo e pesquisa com a família e o aluno. As sessões foram bem planejadas e executadas, sendo possível identificar problemas psicológicos e de aprendizagem e também ajudar de alguma forma através das indicações a família e a escola. 
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A psicopedagogia procura meios para serem trabalhadas as dificuldades de aprendizagem do aluno, com estágio clínico foi possível perceber que precisa ser investigado o aluno desde o nascimento, diversos testes e avaliações nos níveis social, afetivo, educativo, precisam ser realizados para identificar a possível causa da queixa. O trabalho do psicopedagogo clínico não é uma tarefa simples, envolve muito estudo e pesquisa, juntamente com a escola, família e cliente. O estágio é de grande importância para colocar a teoria em prática e analisar o trabalho do psicopedagogo clínico.
REFERÊNCIA
Gola, M.F.M. (1999). Instrumentos psicopedagógicos para conhecimento do sujeito que não aprende. Revista Psicopedagogia, 18 (49), 12-32.
LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
PETRONILO, Andréa et al. Dislexia nas séries iniciais do ensino fundamental: como facilitar o aprendizado. CONNEPSI, 2010.
RIBEIRO, Andressa. Desenvolvimento da Leitura e da Escrita / Andressa Ribeiro. – Curitiba, 2015.
SCOZ, B. Psicopedagogia: contextualização, formação e atuação profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
ANEXOS

Continue navegando