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_MEMORIAL REFLEXIVEL ESTAGIO CLINICO

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Prévia do material em texto

23
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CLÍNICO – MEMORIAL REFLEXIVO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL
 GARCIA, Caroline
 3309960
1 DADOS INICIAIS
1.1 Identificação da Instituição:
O estágio foi realizado na Escola Estadual de Ensino Médio Silvério da Costa Novo, localizada no endereço Travessa três, 314 – 5ª Secção da Barra, na cidade de São José do Norte – RS. 
O contato com a escola pode ser feito através do número de telefone (53) 99436292 e do e-mail escolasilverio@gmail.com.
 A escola é de zona rural e possui 380 alunos divididos em Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II, Ensino Médio e EJA. Apresenta uma estrutura média com 10 salas de aula, uma área verde, cozinha, refeitório, biblioteca, informática com 23 computadores, sala de atendimento especializado para alunos com deficiências, sala dos professores, banheiros femininos e masculinos, laboratório de ciências, quadra de esportes, sala para a diretoria e oferece transporte público.
A escola funciona de tarde das 13h15 ás 17h15 com ensino fundamental I (1º ao 5º ano) e com o ensino fundamental II ( 6º ao 9º ano). O ensino médio (1º ao 3º ano) no turno da manhã das 8h ás 12h e o EJA funciona no turno da noite de 18h30 ás 22h15. A escola em 2017 perdeu a educação infantil para o município porque o estado normalmente não tem essa modalidade de ensino.
A escola Silvério da Costa Novo prioriza a integração e o desenvolvimento intelectual dos alunos, realizando um trabalho interdisciplinar onde a tecnologia e a criatividade estão inseridas de forma muito presentes, e com a pandemia esse trabalho intensificou.
1.2 Dados do avaliando:
O aluno J.L.R, nascido em 18/06/2009, do sexo masculino, filho da mãe L.C.S.L, e do pai J.L.H.R., cursa o 3º ano do fundamental I. O aluno repetiu 1 vez o terceiro ano.
2 PRÁTICA- AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA
2.1 Registro da queixa (visão escolar / familiar) 
O aluno referido nesse relatório cursa o 3º ano do Ensino Fundamental I. A professora da escola relatou que o aluno não consegue se alfabetizar (ler e escrever), precisando de ajuda para realizar as atividades. Ele reconhece as letras, mas não consegue juntá-las e acaba adivinhando o que está realmente escrito. O aluno troca algumas sílabas e a posição das letras e números e apresenta ao ver da professora défcit de atenção, pois quando alguém passa, ele desvia o olhar e se distrai. A mãe de J. disse que ele gosta de pescar com o pai e por esse motivo não se interessa pela leitura e escrita.
2.2 Registros descritivos dos encontros realizados
Observação do sujeito: primeiro contato pelo whatsapp:
Como o estágio é online por conta da pandemia, o primeiro contato foi pelo aplicativo whatsapp (chamada de vídeo), combinamos as sessões terças e quintas de 14:00 ás 14:40. O aluno J.L.R. é muito tímido, me apresentei e perguntei seu nome, ele respondeu, mas não conseguia olhar para a câmera, desviava o olhar e ficava de cabeça baixa. 
Depois de me apresentar perguntei o seu nome, e ele respondeu J. Para conseguir sua atenção indaguei sobre o que ele mais gosta de fazer, com timidez ele respondeu, pescar peixe rei e camarão com meu pai, fazer rede de pesca e pintar o barco. 
Continuando a nossa conversa, falamos um pouco sobre seus interesses na escola. O aluno relatou que gosta pouco da escola e que estudar é chato, que tem poucos amigos e não passa muito tempo com eles. Ele disse que gosta da professora da turma, pois ela tenta falar com ele sobre pesca, que é o assunto que o interessa. 
J. disse que tem muita dificuldade de juntar as letras para escrever e para ler, e que não gosta muito de matemática. 
Entrevista ou relatório do professor:
 A professora relatou que o J.L.R. é um menino educado, que conversar bastante com os colegas. Apresenta muita dificuldade na leitura, interpretação e na escrita. Quando solicitado para interagir ele diz que é burro e não aprende nada. 
Histórico escolar:
O aluno J.L.R. iniciou sua vida escolar com seis anos de idade, na atual escola, cursando o Pré da educação infantil. Foi para o primeiro ano do fundamental I com sete anos de idade e hoje com onze anos está repetindo o terceiro ano do fundamental 1.
EOCA:
A EOCA é o primeiro contato entre o psicopedagogo e o sujeito que será avaliado. Desenvolvido por Jorge Visca (2010, p.98), é um instrumento importante para levantar hipóteses possíveis para as causas das dificuldades de aprendizagem. 
Apresentei-lhe vários materiais, como: folhas de papel ofício, caderno, massinha, lápis, caneta, lápis de cor, borracha, régua, livros, jornal, tesoura, cola, tinta, pincel, livro. 
Comecei a sessão com a consigna de abertura, depois utilizei a consigna fechada, a consigna direta e a consigna de pesquisa. Utilizei todas essas consignas para o aluno tentar explorar as suas próprias habilidades e pesquisar sobre a escrita e leitura, que é a queixa relatada pela mãe e professora. 
Em relação à temática, o aluno se mostrou retraído para se expor, fala pouco durante todo tempo da sessão, não demonstra capacidade de realizar tarefas sem ser solicitado e orientado, não gosta de ir à escola (não gosta do meio escolar, falta de motivação para aprendizagem e fracasso nas avaliações), pega o material e apenas desenha e pede que lhe diga o que fazer.
Em relação à dinâmica, o aluno apresenta boa postura corporal, é tímido, o tom de voz é baixo, não apresenta iniciativa e a leitura, escrita e interpretação de texto não está adequada à escolaridade, realiza as atividades com pouco capricho e não guarda o material que utiliza.
Sobre o produto, o aluno apresenta os seus desenhos com forma e compreensão, é criativo, se recusa a descrever a sua produção, não explorou todo material apresentado, fica preso no papel e borracha (desenho), prefere usar material já conhecido, não gosta de escrever e de fazer leitura.
 Sua modalidade de aprendizagem é hipoassimilativa, demonstra timidez, quase não fala, não explora os objetos na mesa e fica na mesma atividade. 
Observação lúdica:
A observação lúdica é uma técnica de avaliação clínica, que possibilita compreender o processo cognitivo, afetivo e social. De acordo com Weiss (2004, p.74) denomina a sessão lúdica inicial de sessão lúdica centrada na aprendizagem, modificando a EOCA com base em suas experiências profissionais.
Para nossa sessão utilizei como material folha em branco, folha de caderno, lápis de escrever, lápis de cor, tesoura, borracha, apontador, sucatas (caixa de leite, lata de leite, papel colorido), jogo Uno, miniaturas de barcos e bonecos e o jogo ludo.
O material apresentado para o aluno estava em cima da mesa. Pedi para ele utilizar como quisesse e iria observar e quando acabasse o tempo avisaria para ele. No inicio J. não sabia o que fazer e ficou me perguntando, esperando que eu dissesse o que era para ser feito, mas depois pensou bem e pegou uma folha de caderno, pincel e tinta e começou a desenhar. Ele ilustrou o fundo do mar com as algas, os peixes e desenhou também o céu com o sol e nuvens. J. não explorou os outros materiais com o tempo restante e não quis fazer mais nada.
Provas projetivas:
De acordo com Jorge Visca (1987), as técnicas projetivas psicopedagógicas
objetivam investigar os seguintes vínculos que a criança pode estabelecer: Familiar, Escolar, Consigo mesma. Através desta prova podemos analisar por meios de desenhos e relatos a ligação emocional e cognitiva que o sujeito tem com os três pontos de domínios. Podemos analisar o conhecimento e a capacidade de construir um pensamento coerente, de mostrar e elaborar os seus sentimentos.
Provas aplicadas: 
1°: Fazendo o que mais gosto.
Investigar o vínculo consigo mesmo.
O aluno abriu um sorriso e começou a desenhar um barco com muitos detalhes. O barco ocupava todo o espaço da folha, sem deixar espaços para mais desenhos, os traços eram firmes.Para ilustrar o barco J. utilizou uma régua, fazendo detalhadamente cada parte do barco.
J. desenhou o barco como centro de tudo, como se apenas isso fizesse parte de quem ele é. O nome escolhido para o desenho foi “Barco” e relatou que pescar é a atividade que ele mais gosta e quando crescer quer ser pescador, igual ao pai.
Quando o aluno começou a explicar o desenho ele nomeou cada parte do barco, começando pela popa, proa, casco, mastro e a cabine.
2º: Par educativo.
Investigar o domínio escolar, os vínculos de aprendizagem do sujeito.
J. de inicio se negou a fazer a atividade, ficou olhando para os lados, para cima e para baixo, mexendo nas materiais que estavam em cima da mesa. Depois de uns minutos ele começou a desenhar e finalizou rapidamente.
O aluno desenhou apenas dois bonecos de tamanho pequeno no centro da folha, demonstrando um vínculo confuso com quem ensina, o resto da folha decidiu deixar em branco. As características corporais dos bonecos estão inacabadas, sem braços, pescoço, indicando uma agressão oculta. J explicou que desenhou ele e a professora que lhe da aula, não quis falar a idade dela só de dele, 11 anos, e não quis dar nenhum tipo de título ao desenho.
3°: A planta da minha casa.
Investigar o vinculo familiar.
O aluno desenhou a casa do lado de fora, sem representar os espaços internos, o que nos leva a pensar que ele sente-se um estranho e admira a sua casa, a planta de sua residência ocupa a folha toda, apresentando uma expansão egóica, negando sua capacidade de aprendizagem. Como escrito acima J. não representou os espaços, mas ele relatou a quantidade e os nomes dos cômodos: 4 quartos, 2 banheiros, 1 cozinha, 1 garagem, 1 sala e 1 área que fica atrás da garagem. O aluno também falou que a parte que ele mais gosta da casa é o seu quarto, pois foi ele quem escolheu.
Provas diagnóstico operatório:
As provas diagnóstico operatório, também conhecidas como provas piagetianas ou provas operatórias, são instrumentos de avaliação, pesquisa sobre uma determinada queixa, tendo como objetivo principal identificar e coletar dados sobre seus processos de pensamento e aprendizagem. Na busca de investigar a cognição Piaget (1973) elaborou as provas operatórias com o objetivo de avaliar a lógica do pensamento. Estas auxiliam na compreensão do desenvolvimento cognitivo. 
Provas aplicadas:
Conservação da quantidade de matéria:
Para a aplicação utilizamos duas unidades de massa de modelar de cores diferentes escolhidas pelo aluno (azul e vermelha). Em seguida solicitei que o aluno fizesse duas bolas com as massinhas e questionei: “Essas bolas tem a mesma quantidade de massinha ou uma tem mais que a outra? Por que você acha isso?” Ele respondeu: “As duas tem a mesma quantidade” e não conseguiu justificar.
Na próxima atividade pedi para ele mudar o formato de uma das massinhas e transformá-la em “cobrinha” e perguntei: “Essas massinhas com formatos diferentes tem a mesma quantidade? Por que você acha isso?” Ele respondeu: “tem a mesma quantidade de massinha” e não justificou a sua resposta.
Observa-se que o aluno tem noção de quantidade de matéria, mas não sabe justificar a sua resposta, apenas responde se tem mais ou menos quantidade de matéria.
Mudança de critério ou dicotomia:
Para a aplicação utilizamos 5 quadrados amarelos grandes , 5 círculos verdes grandes, 5 quadrados verdes pequenos e 5 círculos amarelos pequenos. Com as peças misturadas em cima da mesa, solicitei que o aluno juntasse as peças que combinavam. 
J. juntou por cores, ele colocou de um lado da mesa 5 quadrados amarelos grandes junto com os 5 círculos amarelos pequenos e do outro lado da mesa colocou os 5 círculos verdes grandes junto com os 5 quadrados verdes pequenos. 
No final da atividade questionei o motivo dele separar dessa forma, ele respondeu: “Separei por cores”. 
Solicitei que ele separasse em grupos que combinasse, nessa hora ele pegou as figuras e juntou os 5 quadrados amarelos grande, juntou os 5 círculos amarelos pequeno, os 5 círculos verdes grande e os 5 quadrado verdes pequenos. Ele separou em 4 grupos. No final da atividade, perguntei a razão para essa separação, ele respondeu: “Separei por cor”. Solicitei para ele nomear os grupos que ele tinha formado, J. disse: Grupo amarelo e grupo verde.
Provas Pedagógicas:
As provas pedagógicas nos ajudam a obter informações sobre a linguagem oral, escrita, leitura, interpretação, processo de alfabetização e pensamento lógico matemático.
Provas aplicadas:
1ª: Prova de leitura com imagem e sem imagem.
A prova com leitura e imagem o aluno conseguiu fazer algumas questões, pois conseguia interpretar através das imagens, ele só falava a resposta, não escrevia. Na atividade de leitura sem imagem o aluno não conseguiu fazer, relatou inúmeras vezes que não sabe ler. 
2ª: Prova pedagógica envolvendo leitura e escrita.
Na prova pedagógica envolvendo leitura e escrita o aluno não conseguiu realizar. Relatou que não sabe ler e escrever. 
3ª : Provas pedagógicas envolvendo matemática.
Nessa prova de matemática o aluno demonstrou sabe armar e fazer contas de adição e subtração simples. J. demonstrou dificuldade de efetuar contas de “vai 1” na soma e subtração. Nas contas de multiplicação, ele confunde com a adição e na divisão ele não consegue fazer sozinho. 
Anamnese com os familiares:
O aluno J.L.R nasceu as 15h38min, com 3,855 kg e 50 cm, no dia dezoito de junho de dois mil e nove na cidade de Rio Grande -RS. Nasceu de 9 meses, a gravidez não foi planejada pela mãe, mas foi uma criança muito bem vinda e amada por toda a família. A gestação ocorreu sem nenhum problema, ela não faltava as consultas e fez todo o acompanhamento do pré-natal. J.L.R. nasceu de parto cesárea, sem complicações. A amamentação foi através da mamadeira por 1 ano, pois a mãe não estava produzindo leite suficiente.
De acordo com a responsável, J.L.R começou a sentar com 6 meses e a engatinhar com 8 meses, com 1 ano ele começou a dar os primeiros passos. Apresentou um atraso na fala, com 3 anos começou a falar as primeiras palavras. J.L.R. gosta de conversar bastante em casa com os pais e na escola com os amigos. 
J.L.R. começou o desfralde com dois anos de idade e hoje já possui o controle esfincteriano diurno e noturno. O sono é tranquilo, ele tem o próprio quarto, que o próprio escolheu e decorou. A mãe relatou que a criança é muito teimosa e tem dificuldade de seguir ordens.
O aluno tem uma irmã mais velha de 20 anos que não mora mais com eles, já trabalho fora, mas a relação deles é saudável e amorosa. A responsável relatou que não teve nenhum problema em relação ao aprendizado da filha, que está vivendo isso agora com o filho. 
Na parte acadêmica de J.L.R., a mãe relatou que ele entrou na escola com seis anos na educação infantil, com sete anos estava cursando a alfabetização e não se interessava em aprender. No segundo ano do fundamental I, ele conversava muito e atrapalhava os colegas, a professora colocava J.L.R para fora de sala na secretaria e deixava folhas de atividades que ele não fazia, pois não sabia ler e escrever. 
O que motiva J.L.R, de acordo com a mãe, é a pesca, fazer rede, pintar barco, andar de bicicleta. Aprender a ler e a escrever ele não acha interessante, por isso não se esforça mais. A responsável disse que sempre motiva e incentiva J. a aprender, pois até um pescador tem que saber ler e escrever para trabalhar vendendo seus peixes. 
Habilidades acadêmicas (leitura, escrita e matemática):
O aluno não realiza leitura e escrita. Na classificação de estágios de escrita ele apresenta nível pré-silábico, precisa de alguém para ler e falar o que é para ser escrito e algumas vezes copiando de uma folha para outra troca as letras. Em relação à matemática, o aluno apresenta dificuldade de efetuar conta de “vai 1”, nas contas de multiplicação confunde com soma e na divisão só consegue fazer com ajuda. Ele reconhece todos os números e faz contas simples de soma e subtração com facilidade. Ele reconhece as formas geométricas e cores.
2.3 Levantamentode hipóteses:
Elaboração do primeiro sistema de hipóteses:
O aluno é muito tímido, inseguro e se distrai com facilidade. Na primeira aula ele não conseguia olhar em meus olhos e não respondia todas as perguntas. Ele apresentava boa postura e muita educação. Depois que nos apresentamos, ele me falou que tem dificuldade de ler e escrever (juntar as letras). Com o passar das aulas ficou claro que o aluno não possui ligação alguma com a leitura e escrita e seu nível pedagógico é muito baixo de acordo com a sua faixa etária e com a sua escolaridade.
Área Cognitiva:
As provas operatórias nos possibilitam conhecer e acompanhar a qualidade da estrutura cognitiva do ser humano. Na prova de conservação de quantidade de matéria, foi constatado que o aluno encontra-se no nível 3 (condutas conservativas), o aluno possui dificuldade para construir suas justificativas. Na prova mudança de critério (dicotomia), o aluno apresentou o nível 2 (inicio da classificação), o aluno consegue fazer pequenos grupos não figurais, apenas por cores.
Área Emocional:
O aluno apresenta muita timidez, insegurança e autoestima baixa. Nas aulas falava pouco e demorava para responder as perguntas e as vezes não respondia. Ele possui um bom relacionamento com a família, é educado e respeitador. Na escola conversa muito com os amigos, mas na hora de responder uma pergunta feita pela professora ele automaticamente fala que não sabe e se chama de “burro”.
Área Funcional:
O aluno possui uma boa coordenação motora fina e grossa, gosta muito de desenhar barcos e faz com perfeição cada detalhe. Em relação ao estágio de escrita, o aluno está no pré-silábico, apenas lê e escreve com a ajuda de um adulto. Nas provas operatórias o aluno demonstrou um bom desenvolvimento cognitivo, mas precisa trabalhar mais as justificativas das respostas e analisar com calma as opções. J. possui uma boa lateralidade e orientação espacial, mas precisa trabalhar mais a organização com as atividades.
2.4 Informe psicopedagogico
I. DADOS DO AVALIANDO:
Nome: J.L.R
Data de nascimento: 18/06/2009
Idade na avaliação: 11 anos e 4 meses
Estabelecimento de Ensino: Escola Estadual de Ensino Médio Silvério da Costa Novo
Ano: 3º ANO.
II. MOTIVO DA AVALIAÇÃO:
A professora relatou que o aluno possui muita dificuldade em juntar as letras e formar palavras e frases, interferindo significamente na sua leitura e escrita. Em relação ao social, o aluno conversa bastante com os amigos em sala de aula, mas quando solicitado para interagir na aula não reage bem e se intitula de “burro”. 
III. PERÍODO DE AVALIAÇÃO E NÚMERO DE SESSÕES:
A avaliação teve início: 08 de Setembro de 2020
Término em: 22 de Outubro de 2020, (total de 15 sessões), assim descritos:
1 ª sessão: 03/08/2020 – Conversa com a gestora;
2ª sessão: 07/09/2020 – Conversa com a professora e registro da queixa;
3ª sessão: 08/09/2020 – Primeiro contato com o aluno pelo aplicativo WhatsApp;
4ªsessão: 10/09/2020 - EOCA;
5ª sessão: 15/09/2020 - Observação lúdica;
6ª sessão: 17/09/2020 - Provas Projetivas;
7ª sessão: 22/09/2020 - Provas Projetivas;
8ª sessão: 24/09/2020 - Provas Piajetianas;
9ª sessão: 29/09/2020 - Provas Piajetianas;
10ª sessão: 01/10/2020 - Ditado topológico e realismo nominal;
11ª sessão: 06/10/2020 - Prova de leitura com imagem e sem imagem;
12ª sessão: 08/10/2020 - Provas pedagógicas envolvendo leitura e escrita;
13ª sessão: 13/10/2020 - Provas pedagógicas envolvendo matemática;
14ª sessão: 20/10/2020 – Anamnese com a família;
15ª sessão: 22/10/ 2020 – Devolutiva aos pais, ao aluno e a escola.
 IV.INSTRUMENTOS UTILIZADOS:
· Informação Social;
· Anamnese;
· EOCA – entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem;
· Provas Piagetinas: Conservação da quantidade de matéria, Conservação de discretos conjuntos de elementos e mudança de critério dicotomia;
· Provas Projetivas: Rede de vínculo familiar, escolar e consigo mesmo;
· Ditado Topológico;
· Leitura com Imagem;
· Leitura sem imagem;
· Análise do material escolar: Lápis de escrever, lápis de cor, giz de cera, hidrocor, caneta, apontador, caderno, folha de papel ofício A4, pincel, tinta, massinha, régua, borracha, folhas com as atividades, jornal, livros, Uno, E.V.A, sucatas (caixa de leite, lata de leite, papel colorido), miniaturas de barcos e bonecos e o jogo ludo.
V. ANÁLISE DOS RESULTADOS:
Área pedagógica: 
· Matemática: O educando possui dificuldades nas contas de “vai 1” de adição e subtração, confunde o sinal da multiplicação com a soma e precisa de ajuda para realizar contas de divisão.
· Leitura: O educando apresentou dificuldades para ler. O aluno reconhece as letras separadamente, mas não realiza a leitura sozinho, apenas quando um adulto lê para ele.
· Escrita: O educando apresentou dificuldades na escrita. Não realiza a escrita sozinho, só escreve acompanhado de um adulto auxiliando nas ordens das letras.
1. Área afetiva: Observa-se que o aluno tem autoestima baixa, é inseguro e em alguns momento tem dificuldade de se expressar. 
2. Área Cognitiva: Seu cognitivo ainda está em fase de construção, atingindo nas provas operatórias o nível 2 e 3. É importante sempre respeitar o seu tempo nas tarefas propostas.
3. Linguagem: O aluno pronuncia poucas palavras e o tom de voz é baixo, dificultando o entendimento de algumas palavras e apresenta dificuldade para se expressar.
4. Social: O aluno transmite todas as informações pessoais básicas sem dificuldades.
5. Psicomotor: Nesta área o aluno possui uma boa coordenação motora grossa e fina. Reconhece as partes de seu corpo, detém uma boa orientação temporal (reconhece os dias da semana, meses e anos) e orientação espacial (em relação a explicar endereços de sua casa, praia).
VI. PROGNÓSTICO:
O educando está em processo de desenvolvimento intelectual e necessita maior estimulação frente às atividades que envolvem leitura e escrita, encontrando-se em um nível não correspondente ao 3º ano do fundamental I que se espera para a sua faixa etaria.
VII. INDICAÇÕES
 Família: 
a) Definir um horário de estudo depois das aulas (online ou presencial);
b) Motivar o aluno a melhorar a sua autoestima (A autoestima é um fator determinante na motivação para o aprendizado e desenvolvimento integral da criança); 
c) Estimular a criatividade (Ser criativo é uma característica importante em qualquer campo de atuação ou profissão e tem um impacto positivo na habilidade de tomar decisões);
d) Realizar avaliação multidisciplinar para detectar ou não problemas neurológicos;
e)Realizar uma avaliação com um psicopedagogo para que posso ajudá-lo no processo de ensino aprendizagem;
f) Ajudar a enriquecer o vocabulário através de livros;
g) Ser afetivo e demonstrar sempre para a criança;
h) Criar uma rotina.
Escola: 
a) Propor atividades que ampliem o vocabulário e o desenvolvimento da escrita e leitura;
b) Envolvimento dos pais na escola para ajudar nessa jornada de aprendizagem;
c) Atendimento individual sempre que possivel;
d) Utilização de atividades como jogos, desenhos e literaturas e contos.
VII. PARECER DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Ao desenvolver o presente trabalho, com o levantamento de dados escolares do aluno, conversas e aplicação dos instrumentos investigativos, conclui-se que o mesmo na área cognitiva enfrenta algumas dificuldades. Na área afetiva, apresenta-se como uma criança com autoestima baixa. No momento, seu desempenho vem progredindo lentamente, o que deve ser mais trabalhado. Com relação à área funcional, o aluno usa óculos para reparar uma dificuldade visual. Em todo o processo percebi que a relação da pesca interfere em seu desempenho escolar.
 2.5 Devolutivas:
1. Devolutiva aos pais:
Ao realizar a devolutiva com os pais, fazendo uma vídeo chamada através do aplicativo whatsApp, expliquei que todo o trabalho realizado foi desenvolvido através das queixas apresentadas pela escola e por eles. Entreguei o informe pedagógico via e-mail e expliquei cada detalhe desse documento. No final expliquei a importância de procurar uma equipe multidisciplinar (Fonoaudióloga, Psicopedagogo, psicólogae neurologista), para que haja um progresso na vida escolar do seu filho. Os responsáveis se mostraram satisfeitos com o trabalho realizado e me deram o retorno que vão procurar os profissionais indicados para melhorar os pontos apontados em nossa conversa.
 
2. Devolutiva ao aluno:
Conversei com o aluno através de uma vídeo chamada no whatsApp, utilizando um vocabulário de fácil compreensão, para que a nossa conversa fosse entendida da forma mais clara possível. O aluno reagiu bem com o nosso diálogo e disse que entendeu tudo o que foi dito.
3. Devolutiva à escola:
Apresentei á conclusão do trabalho a partir das queixas feitas por eles. Informei as observações sobre o aluno, às sessões que desenvolvi e trabalhei com ele, a proposta de intervenção e o nível de aprendizagem que o aluno encontra-se. No final, como o estágio é online, enviei o informe psicopedagógico por e-mail. A escola se mostrou satisfeita com o trabalho realizado e vão procurar se adaptar da melhor forma possível para conseguir atender o aluno, para que o mesmo consiga melhorar sua capacidade de aprendizagem.
4. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Caracterização do problema ou queixa:
Percebe-se que o J.L.R aluno possui dificuldade em ler e escrever (juntar as letras), ele reconhece as letras, mas não consegue juntá-las e acaba adivinhando o que está realmente escrito. O aluno troca algumas sílabas e a posição das letras. J. também apresenta insegurança e autoestima baixa, por isso a sua aprendizagem se torna desafiadora e requer intervenções psicopedagógicas. Weiss afirma que:
[...] é fundamental, durante a queixa, iniciar-se a reflexão sobre as duas vertentes de problemas escolares: o sujeito e sua família e a própria escola em suas múltiplas facetas, para se definir a seqüência diagnóstica bem como as técnicas a serem utilizadas. (2001, p.47)
 Justificativa para execução do projeto na escola:
Propor ao aluno formas diferentes de encarar a leitura e escrita, que seja mais inclusivo e satisfatório, através de uma proposta de aprendizagem que promova o envolvimento do aluno nas pesquisas e no reconhecimento da importância de se aprender e buscar mais conhecimento e como resultado o aluno desenvolverá a criatividade, vai incitar diferentes partes do cérebro, melhorar o conhecimento, evolui na escrita, desenvolver o pensamento crítico e a empatia. Toda mudança de postura pedagógica provoca vários conflitos que demanda muitos esforço e dedicação do professor. De acordo com Barbosa:
Quando encontramos na escola um aprendiz com dificuldades para aprender precisamos, além de conhecer o sintoma, ou seja, a dificuldade apresentada, observá-la e entender como ela acontece naquele momento, o papel do contexto no seu aparecimento e, também, estudar a gênese da dificuldade através da história do aprendiz. (2006, p.236)
 Objetivos gerais e específicos:
Objetivo geral:
· Propor diferentes possibilidades de atividades para se trabalhar a leitura e escrita, em que o ato de escrever tenha sentido para o aluno.
Objetivos específicos:
· Ensinar estratégias de leitura e escrita que possam ser utilizadas pelos alunos com competência;
· Estimular a atenção e a concentração;
· Desenvolver atividade lúdica envolvendo a escrita e a leitura.
	
 Metodologia de como desenvolver a intervenção: 
A intervenção psicopedagógica será desenvolvida utilizando jogos e brincadeiras de forma lúdica, para ajudar na aprendizagem, na leitura e escrita. De acordo com Vygotsky (2003), o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. No caso da brincadeira desenvolveria a imaginação da criança, já nos jogos desenvolveria as regras.
Segundo Santos (2002, p. 12) o lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de conhecimento. Com isso, podemos dizer que as atividades lúdicas ajudam a desenvolver a área afetiva, cognitiva, aspectos motores e facilidade para aprendizagem. 
Elaboração das atividades:
Como narrei na metodologia, as atividades aplicadas para o desenvolvimento da escrita e leitura do aluno serão os jogos e brincadeiras. 
As brincadeiras e os jogos seriam: forca, Caça- palavras, baú de sílabas, jogo online “forma palavra”, Soletrando, Mundo das palavras (ditado), Criar um novo final e ditado simples.
 A forca é ideal para que a criança trabalhe a questão da formação das palavras, o uso adequado das sílabas e a colocação das letras em cada lugar.
O caça-palavras online é muito bom para quem deseja estimular a memorização da criança em relação às palavras, além de ajudá-la na identificação das sílabas que formam os vocábulos.
Jogo online chamado de “Forma Palavras” , o site é: http://www.escolagames.com.br/jogos/formaPalavras/?deviceType=computer.
O Baú de sílabas consiste em reunir sílabas separadas em uma caixinha. À medida que a criança retirar as partes, ela terá que formar palavras e criar frases pequenas. Além de estimular a leitura e escrita.
Soletrando é um jogo que Desenvolve estratégias de leitura e o reconhecimento global das palavras. Para jogar basta você pedir para criança escrevere as palavras que elas conhecem. Coloque todas as cartas no saco e agite-as para embaralhar. O primeiro jogador sorteia uma carta. O jogador lê o cartão, cobre e soletra em voz alta. Se ela soletrar corretamente, ela mantém o cartão. Se ela soletrar incorretamente, o cartão volta na bolsa e repete o processo.
Mundo das palavras (ditado), pegue um jornal ou revista, uma folha em branco, cola e tesoura. Fale palavras e o aluno terá que procurar as letras nos jornais e revistas, recortar e colar na folha em branco.
Criar um novo final (Brincadeira), Depois de ler um livro, as crianças deverão criar um novo final para a história. Elas podem escrever um novo final ou até mesmo desenhá-lo ou encená-lo.
Ditado simples desenvolve a atenção e a concentração por meio da capacidade auditiva e ainda auxilia na fixação da ortografia e da escrita
4.1 Recursos:
Para realizar as atividades serão necessarios alguns recursos:
· Forca: Papel, borracha e lápis.
· Caça-palavras: Caça palavra online. http://www.escolagames.com.br/jogos/cacaPalavras/
· Jogo online “forma paavra”: Internet e celular/ computador.
· Baú de sílabas: Caixa de papelão pequena (Ex: de sapato ou menor), folha em branco, lápis, borracha.
· Soletrando: Saco plástico, papel, lápis e borracha.
· O mundo das palavras (ditado):Jornal/revista, folha em branco, cola e tesoura.
· Criar um novo final: Lápis, folha e borracha;
· Ditado simples: Lápis, borracha ecaderno.
 5. CRONOGRAMA
1 ª sessão: Forca
2ª sessão: Caça- palavras online http://www.escolagames.com.br/jogos/cacaPalavras/;
3ª sessão: Jogo online chamado de “Forma Palavras” , o site é: http://www.escolagames.com.br/jogos/formaPalavras/?deviceType=computer
4ªsessão: Baú de sílabas;
5ª sessão: Soletrando;
6ª sessão: Mundo das palavras;
7ª sessão: Criar um novo final;
8ª sessão: Ditado simples.
REFERÊNCIAS 
BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. São Paulo: Cortez, 2006.
PIAGET, Jean. Biologia e conhecimento. Petrópolis: Vozes, 1973.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. O lúdico na formação do educador. 5 ed.  Vozes, Petrópolis, 2002.
VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica – Epistemologia Convergente, Porto Alegre, Artes Médicas, 1987.
VISCA, J Clínica psicopedagógica: epistemologia convergente. São José dos Campos: Pulso 2010.
VIGOTSKI, Liev Seminovichi. Psicologia Pedagógica. Trad. Claudia Schilling. Porto Alegre: Artmed, 2003.
WEISS, M. L. L. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnostica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
WEISS, Maria Lúcia L. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnósticados problemas e aprendizagem escolar. 8ª Edição. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
ANEXOS:
EOCA
Provas Projetivas (A planta da minha casa)Provas Projetivas (Par educativo)
Provas Pedagógicas (Português e matemática)

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