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1745031_RELATÓRIO DE ESTÁGIIO CLINICO PÓS PSICOPEDAGOGIA_0_933673 (1)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
SIMONE VARGAS ROCHA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
Dionísio Cerqueira
2018
SIMONE VARGAS DA ROCHA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO DE PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA
Relatório de Estágio apresentado como requisito parcial para obtenção do título de especialista no curso de pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional, na modalidade à distância, do Centro Universitário Internacional UNINTER.
 
Dionísio Cerqueira
2018
SUMÁRIO
 1 INTRODUÇÃO	5
2 DESENVOLVIMENTO	6
2.1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO	6
2.2 DADOS DO AVALIANDO	6
2.3 REGISTROS DA QUEIXA	7
2.4 REGISTROS DESCRITIVOS DOS ENCONTROS	7
2.4.1 Visita à escola	7
2.4.2 Observação do sujeito no recreio	7
2.4.3 Observação em sala de aula	7
2.4.4 Entrevista ou relatório da professora	8 
2.4.5 Histórico escolar	8
2.4.6 Anamnese	8
2.4.7 Observação exploratória: lúdica e EOCA	8
2.4.8 Elaboração do primeiro sistema de hipóteses.................................................10
2.4.9 Área cognitiva..................................................................................................10
2.4.10 Área emocional..............................................................................................10
2.4.11 Área funcional................................................................................................11
2.4.12 Habilidades....................................................................................................11
2.5 INFORME PSICOPEDAGÓGICO.......................................................................11
2.5.1..........................................................................................................................11
2.5.2..........................................................................................................................11
2.5.3..........................................................................................................................12
2.5.4..........................................................................................................................12
2.5.5..........................................................................................................................12
2.5.6..........................................................................................................................14
2.5.7..........................................................................................................................14
2.5.8..........................................................................................................................14
2.6 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.......................................................................16
2.7 DEVOLUTIVA AOS PAIS....................................................................................17
2.8 DEVOLUTIVA AO ALUNO .................................................................................17
2.9 DEVOLUTIVA À ESCOLA...................................................................................17
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................18
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................19
 ANEXO...................................................................................................................20
 Anexo 1.................................................................................................................. 20
 Anexo 2...................................................................................................................21
 Anexo 3...................................................................................................................24
 1 INTRODUÇÃO
 Este trabalho tem como objetivo formular uma análise e compreensão da intervenção psicopedagogia clinica que considera as dificuldades apresentadas por um sujeito. A intervenção psicopedagógica volta-se para o reconhecimento da necessidade de formação especifica ou especializada para o trabalho pedagógico, assim como da reorganização de práticas para atender a diversidade, em especial para os casos particulares de alunos como I.G.M., essas intervenções são consideradas indispensáveis para definir as necessidades e a respectiva ação pedagógica que o caso requer.
 Suscitando o direito e o respeito a singularidade da escola em questão e também de seus familiares, as hipóteses diagnósticas possíveis, medidas de intervenções, apoio pedagógico ou clinico. Os métodos para atendimento desenvolvimentos das potencialidades do aluno e a importância da equipe pedagógica nesse processo. Nesse contexto afirmo que a psicopedagogia clinica é um campo de conhecimento que interage com o processo de aprendizagem humana, tendo como objetivo de estudo o próprio ser humano na sua apreensão da realidade e na construção do conhecimento. Interagindo nesse processo de aprendizagem e suas dificuldades, principalmente relacionadas a prática pedagógica, envolvendo o atendimento as necessidades individuais de aprendizagem, o fracasso escolar e a apropriação do conhecimento pelo sujeito. A psicopedagogia clinica investiga incondicionalmente os processos cognitivos, emocionais, sociais, orgânicos e pedagógicos que intervêm na aprendizagem, como o propósito de criar práticas que desempenhem o prazer de compreender em seu todo, abrangendo ascensão da associação entre professores, família, formadores pedagógicos e demais especialistas que estejam inseridos na esfera educativa do educando. Nessa perspectiva me proponho a relatar a experiência psicopedagógica clinica que tem seu início através de uma queixa levantada inicialmente pela professora de uma criança de 06 anos por iniciais I. G. M., que apresenta dificuldades sérias de alfabetização. O estudo de caso apresentado é resultado de um trabalho de dois meses.
2 DESENVOLVIMENTO
O atendimento psicopedagógico clínico, de acordo com Grassi(2009,p.135) é uma prática diagnóstica, cujos recursos e instrumentos possibilitam uma visão integradora do sujeito aprendente, suas características e relação com o conhecimento, com a aprendizagem ,como lida com as dificuldades que surgem nesse processo, com o não aprender, como se sente em relação a essas questões; como a família lida com a não aprendizagem e com o próprio sujeito; com a escola trata dessa problemática.
O objetivo do estágio clínico é realizar um diagnóstico de uma criança que apresente dificuldade em sua aprendizagem, compreendendo assim de forma mais ampla como um sujeito aprende a identificar quais os obstáculos estão interferindo ou dificultando o avanço em seu processo de aprendizagem.
2.1 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
O estágio clínico foi realizado na Escola Municipal Luiz Savoldi, localizada no Bairro Três Fronteiras no município de Dionísio Cerqueira. A instituição é de caráter municipal com regime de ensino público. Atende uma média de 230 alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental anos iniciais, em dois períodos: matutino e vespertino. Conta com um total de 15 funcionários sendo esses: 08 professores, 02 merendeiras, faxineiras, 1 secretária, 1 pedagoga, 1 diretor. A clientela da escola quase na sua totalidade, é composta por alunos provenientes de famílias de baixa renda muitas delas em situações de vulnerabilidade social. Constituições familiares das mais diversas. Quanto a estrutura física a instituição está instalada em um prédio de construção muito antiga onde funcionava o antigo CEBEM. Conta com 06 salas de aula, 02 banheiros, 01 cozinha com refeitório, 01 despensa, 01 sala de vídeo que funciona como sala dos professores também, 01 secretaria, 01 sala de direção, 01 saguão. As dependências assim como as salas de aula são bastante pequenas e com uma iluminação bastante precária. Sua filosofia é propor uma educação voltada para a conscientização da sua realidade e consequentementeuma ação transformadora baseada em mudanças na forma de ser, pensar e agir, baseado num processo de cidadania e autonomia.
2.2 DADOS DO AVALIANDO
NOME: I.G.M. 
DATA DE NASCIMENTO: 23/04/2011
SEXO: MASCULINO
FILIAÇÃO: L.M. ( SEGUNDO A MÃE NÃO SABE QUEM É O PAI)
1º ANO DO ENSINO DE 09 ANOS
REPETENTE: NÃO
2.3 REGISTRO DA QUEIXA
A queixa partiu da professora V. regente de classe, a mesma relatou que o aluno I.G.M. parece viver em um mundo à parte, fantasia objetos de seu uso escolar (lápis vira avião/ caderno vira dinossauro) não tem um desenvolvimento cognitivo condizente para sua idade/série. Não realizando atividades muito simples e corriqueiras que lhe são solicitadas.
2.4 REGISTRO DESCRITIVO DOS ENCONTROS
2.4.1 Visita a escola
	Foram realizada três visitas, para conversa com o diretor A.L., entrevista inicial com a professora V.T. e um primeiro contato com o educando I.G.M. Na qual pude fazer uma observação em momento do recreio e uma pequena conversa. As visitas sequentes foram entrevista com a mãe, mais uma entrevista com a professora, EOCA, Provas Operatórias, Provas Projetivas, Provas pedagógicas, Sessão lúdica, totalizando 13 visitas. Ao final do estágio estarei fazendo uma visita para entrega da devolutiva para escola e para a mãe. 
2.4.2 Observação do sujeito no recreio
	I.G.M. apresentou-se desde o primeiro momento que fomos apresentados e durante as observações feitas uma criança muito carente afetivamente, um tanto quanto retraído, olhar sempre para baixo, quase não brinca com os colegas, apenas sozinho com algum objeto encontrado pelo pátio. 
2.4.3 Observação em sala de aula
	Enquanto a professora fala, ele está sentado virado de costas para o quadro, alguns instantes depois senta-se no chão da sala embaixo da carteira e brinca com o lápis e borracha, fazendo alguns sons como se tivesse brincando com um carinho. A professora lhe chama atenção então senta-se na cadeira novamente e fica olhando para o quadro debruçado sobra a carteira. 
2.4.4 Entrevista ou relatório dos professores
	I.G.M. apresentou-se desde o primeiro momento que fomos apresentados e durante as observações feitas uma criança muito carente afetivamente, um tanto quanto retraído, olhar sempre para baixo.
2.4.5 Histórico escolar 
	Apresenta-se sem nenhum interesse nas atividades escolares, nunca tem os materiais e quando lhe são fornecidos pela escola perde ou acaba estragando. É bastante faltoso nas aulas.
2.4.6 Anamnese 
 	Em conversa com a mãe, durante aplicação da ANAMNESE já pude levantar as primeiras hipóteses. A mãe que toma conta dos dois filhos sozinha sem nenhum auxilio ou participação do pai, me relatou que não sabe quem é o pai dos filhos. Que durante a gravidez de I.G.M. passou até fome. Relatou que o filho maior tem deficiência mental e dá bastante trabalho segundo ela. Então como I.G.M. segundo ela é bem tranquilo ela quase não se preocupa. Hoje vive de bicos e doações de pessoas vizinhas. Vivem em uma casa de dois cômodos cedida por uma família conhecida, dormem todos juntos, tem alguns móveis de doações, os filhos se alimentam mais na escola ela me diz. Possuem um histórico de carência afetiva, alimentar, psicológica. O que com absoluta certeza influencia negativamente no desenvolvimento de I.G.M. Afinal, segundo Barbosa (2002, p. 43) “Hoje, saúde, educação e bem estar social caminham irmanados na busca do equilíbrio pleno do ser humano.
2.4.7 Observação exploratória: lúdica e EOCA
 	A EOCA tem sobre tudo como propósitos: identificar sintomas e formular hipóteses sobre possíveis causas das dificuldades de aprendizagem; levantar os possíveis obstáculos que surgem na relação do sujeito com o conhecimento e alcançar dados e respeito dos aspectos afetivos e cognitivos.
 Segundo (Visca, 1987, p.72), 
A EOCA deverá ser um instrumento simples, porém rico em seus resultados. Consiste em solicitar ao sujeito que mostre ao entrevistados o que ele sabe fazer, o que lhe ensinaram a fazer e o que aprendeu a fazer, utilizando-se de materiais dispostos sobre a mesa, após observação do entrevistados” este material é para que você o use se precisar para mostra-me o que te falei que queria saber de você.
 	Durante as primeiras sessões I.G.M. estava bastante ansioso, olhava para os materiais dispostos sobre a mesa. Iniciei fazendo as perguntas: o que lhe disseram que você viria fazer aqui? “Não me disseram nada”, disse ele. Porque você acha que veio aqui? Olha para os materiais e diz: “a minha mãe é Luciana, meu irmão se chama Maico”. Você tem alguma dificuldade na aula? “Não consigo fazer a data...eu tenho que fazer o tema, mas não consigo. Não sei lê. Nos lápis de cor....eu gosto de fazer os tema”!, comenta.
	Após lhe propus a consigna: O que você sabe fazer? O que lhe ensinaram a fazer? O que você aprendeu a fazer? Ele ficou por alguns instantes olhando para a folha e todo o material disposto sobre a mesa. Me olhou, abriu as caixas de lápis, pegou a folha e desenhou alguns traços. Por um período desenha e apaga, aponta muito o lápis. “Eu sei fazer uma casa...minha casa é de tábua”, diz ele. Roda muito a folha para pintar, tapa o desenho com a mão esquerda como se quisesse esconde-lo. Começa pintar o desenho com lápis de escrever, até que olha para os lápis de cor, pega somente o lápis verde e começa pintar, tem um traçado muito forte. Me olha e diz: “eu fiz um mato, as pessoa e a casa”. Deixa cair o lápis por várias vezes. “Eu sei escreve meu nome. A minha camisa é outra cor. Eu não sei fazer a camisa”, conta. Roda a folha, pega novamente o lápis verde e aponta, apaga alguns traços...silêncio. De repente fala: “não tem lápis branco?” Olha para o desenho e me entrega.
	Quando ele é perguntado sobre o que viria fazer aqui, disse que não sabia. Por que você acha que veio aqui? Então ele olha para os materiais e diz: “a minha mãe é Luciana”. Pinta. “Meus irmão se chama Maico.” Pergunto: você tem alguma dificuldade na aula? Ele responde: “não consigo fazer a data. Eu tenho que fazer o tema mas não consigo...não sei lê. Nos lápis de cor...eu gosto de fazer os tema”!
 2.4.8 Elaboração do primeiro sistema de hipóteses
	O primeiro sistema de hipótese é de uma criança com baixo nível cognitivo, bastante inseguro, apresentando uma carência afetiva bastante grande. Uma estrutura familiar precária e as condições de vida são de muitas dificuldades. O que acaba interferindo em seu desenvolvimento.
 2.4.9 Área cognitiva 
	Após o desenvolvimento e aplicação das provas operatórias e pedagógicas constata-se que I.G.M. encontra-se no nível pré-silábico, nesse momento a criança não busca correspondência com o som, não faz vinculação com a pronúncia, a ordem das letras na palavra não é importante, utiliza letras do próprio nome ou letras e números na mesma palavra, só a criança sabe o que quis escrever. 
	Após a aplicação das provas operatórias para identificação de possíveis hipóteses no andamento do processo lógico faz se necessário investigar outras questões que possam estar contribuindo para a s dificuldades no processo de aprendizagem/alfabetização de I.G.M. 
2.4.10 Área emocional
 Apresentei as provas: par educativo e vínculos familiares. Durante a realização das provas desenhou e apagou inúmeras vezes, seus desenhos são carentes de detalhes, sem proporções de tamanho, quase todos iguais, repetição. Quando questionado sobre no desenho quem ensinava e quem aprendia? Responde: “essa muié aqui”. O que demonstra uma relação muito distanciada da professora. E quem aprende? “Eu que tou aqui no lado da mesa”, disse. Olha para seu desenho, copia algumas letras da caixa de lápis de cor, silêncio. Pode-se deduzir que a fala e sua postura frente ao desenho, seu vínculo com a aprendizagem aparece de forma bastante desiludida, sem prazer, sem curiosidade. Demonstra que seu desejo pela aprendizagem ainda não se constituiu. 
	Durante a realização da prova Vínculos Familiares I.G.M. desenha 4 pessoas e as nomeia. Quando questionado sobre quem são, ele fala da mãe, ele e o irmão. Quandopergunto sobre a quarta pessoa, ele diz: “meu pai”. O mais grande em relação aos outros. Fala que o pai trabalha em um lava-car, que sempre o leva para passear de carro e andar de balanço. A questão é que ele não tem vínculo nenhum com um suposto pai ou qualquer figura masculina, a não ser o irmão. Apresenta muitas fantasias e histórias próprias de uma criança com uma carência afetiva do pai muito grande. Segundo Rossini (2001, p.09), a afetividade acompanha o ser humano desde o nascimento até a morte. Ela está em nós como uma fonte geradora de potência de energia.
2.4.11 Área funcional
	Constatou-se que, alguns fatores que se fazem presentes em sua vida desde os primeiros dias da sua vida, podem ter influenciado nesse baixo desenvolvimento cognitivo, obstáculos esses de ordem funcional e pouca estimulação ambiental.
2.4.12 Habilidades 
	Durante a realização das demais atividades que apresentei durante as sessões apresentou-se com muito desinteresse em aprender, sua postura, tom de voz, aparentam certa apatia o que não é esperado para uma criança dessa idade. Está no nível pré- silábico, nesse momento a criança não busca correspondência com o som, não faz vinculação com a pronúncia, a ordem das letras na palavra não é importante, utiliza letras do próprio nome ou letras e números na mesma palavra, só a criança sabe o que quis escrever. Escreve apenas seu primeiro nome e de forma decorada, pois se questionado sobre as letras que fazem parte do seu nome não reconhece.
2.5 INFORME PSICOPEDAGÓGICO
2.5.1 Dados do avaliando
Nome: I.G.M.
Data de Nascimento: 23/04/2011
Idade na Avaliação: 06 anos e 08 meses
Estabelecimento de Ensino: E. M. L. S.
Ano: 1º ano
2.5.2 Motivo da avaliação
	O educando em questão apresenta muitas dificuldades no processo de alfabetização e demonstra alguns comportamentos de desequilíbrio psicológico.
2.5.3 Período de avaliação e número de sessões:
	A avaliação teve início: dia 14/11/2017
	Término em: 11/12/2017 (total de 12 sessões), assim descritas:
	1ª sessão: 14/11/2017 – Entrevista com diretor e equipe escolar
	2ª sessão: 16/11/2017 – Entrevista com a professora e Registro da queixa;
	3ª sessão: 20/11/2017 – EOCA 
	4ª sessão: 22/11/2017 – Sessão lúdica 
	5ª sessão: 23/11/2017 – Provas operatórias
	6ª sessão: 27/11/2017 – Provas operatórias
	7ª sessão: 29/11/2017 – ANAMNESE
	8ª sessão: 30/11/2017 – Provas Projetivas;
	9ª sessão: 04/12/2017 - Provas projetivas 
	10ª sessão: 06/12/2017 – Provas projetivas 
	11ª sessão: 07/12/2017 – Provas pedagógicas envolvendo leitura e escrita;
	12ª sessão: 11/12/2017 – Provas pedagógicas com leitura de imagem e sem imagem.
2.5.4 Instrumentos utilizados:
	- Anamnese; 
	- Informação Social;
	- EOCA – entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem;
	- Provas operatórias: combinação de fichas; mudança de critério (DICOTOMIA); seriação de palitos; conservação de comprimento;
	- Provas Projetivas: Vínculos escolares: par educativo; vínculo familiar.
	- Ditado Topológico
	- Exame psicomotor
	- Leitura com Imagem
	- Leitura sem imagem
	- Atividade com dominó matemático
	- Atividade com quebra cabeça 
2.5.5 Análise dos resultados
	1 - Área pedagógica:
	a) Matemática: o educando não reconhece todos os numerais e não faz relação número/ quantidade.
	b) Leitura: o mesmo acontece não reconhecendo as letras e no momento da leitura não consegue fazer relação letra/som. Apesar de ter uma boa dicção no momento da fala, tem uma boa pronuncia das palavras, apesar de ter um vocabulário bastante restrito.
	c) Escrita: apenas faz traçados de letras bastante precários, não consegue ter direção, faz letras soltas em espaços alternados do papel. Tem dificuldade em realizar até mesmo cópias pois não tem uma atenção ao que lhe é proposto.
	2 - Área afetiva: 
	Primeiramente, os vínculos afetivos e sociais devem ser muito bem trabalhados e fortalecidos no relacionamento com a mãe e irmão na questão de carinho, segurança, confiança, para poder de alguma forma sanar essa falta da figura masculina sentida por I.G.M. que apresenta uma carência afetiva muito grande, principalmente no que se refere a presença da figura masculina(pai) fantasiando até a presença do pai. 
	Gokhale (1980) diz que a família não é somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o centro da vida social. A educação bem sucedida da criança vai servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo escolar. A família tem sido, e será, a matriz mais poderosa para o desenvolvimento psicossocial e maturidade da criança, proporcionando uma sustentação necessária a individualização. Porém só conseguirão êxito nesse processo, famílias organizadas.
	Enfim, os pais são os principais responsáveis pela sustentação emocional dos filhos, para que estes encontrem sucesso na aprendizagem escolar.
	3 - Área cognitiva:
	Com relação a parte cognitiva, pode-se dizer que I.G.M. possui muitos conflitos com relação a seu desenvolvimento, tanto na parte escrita (não faz o traçado das letras) faz-se necessário compreender o que ocorre no seu processo de aprendizagem que não permite a assimilação da escrita das letras, bem como o motivo pelo qual ele esconde o que produz ou apaga inúmeras vezes. Quanto a leitura (não relaciona o som a sua letra).
Nas provas operatórias teve nível 1.
 	4 - Área social: 
	Há a necessidade de se investigar mais detalhadamente o quanto esses vínculos sociais menos fortalecidos interferem ou não no desenvolvimento de I.G.M. e fazem com que tenha essas atitudes fantasiosas comprometendo seu relacionamento com as pessoas (crianças) de seu convívio diário. 
	5 - Área psicomotora:
 	Após o desenvolvimento das atividades aparentemente I.G.M. tem uma coordenação motora pouco desenvolvida. Necessita um trabalho bem direcionado no que diz respeito a coordenação motora fina e ampla: direção, força, rasgar, recortar, traçar, pular, andar em linha reta, para verificar se não existe nenhum fator motor que o impeça de ler e escrever.
2.5.6 Parecer diagnóstico
Após desenvolver todo esse estudo e aplicação dos instrumento investigativos, através também das observações e conversas com a professora V.T. conclui-se que, o educando I.G.M. na área cognitiva apresenta grande dificuldade; na área afetiva, possui a ausência de um referencial paterno, e um vínculo afetivo com mãe e irmão um tanto superficial, o que causa uma carência afetiva bastante acentuada. Constatou-se que os obstáculos em seu desempenho na aprendizagem provavelmente são de ordem afetiva e pouco estímulo e incentivo pela aprendizagem escolar. Sendo que I.G.M. possui uma imaginação bastante rica.
2.5.7 Prognóstico
	Aparentemente I.G.M. possui um baixo nível de desenvolvimento cognitivo, acarretado pela falta de estímulos, o qual necessita de atividades que estimulem sua coordenação motora, oralidade, raciocínio lógico, com objetivo de minimizar ou superar os obstáculos, e também sugiro um possível psicopedagógico, pois pôde-se constatar que na área cognitiva apresentou alterações importantes quanto a atenção, concentração e raciocínio lógico, fazendo assim com que avance no seu processo de alfabetização. Não podendo também deixar despercebido sua questão emocional o qual percebe-se sentimentos de desproteção, baixa autoestima, além de insegurança nas relações familiares e sociais. Pois aparentemente todas estas questões estão interferindo negativamente em seu desenvolvimento. 
2.5.8 Indicações
1- À família: 
· Atividades de estimulo a aprendizagem
· Momentos de conversa, brincadeira em família
· Um atendimento psicológico para que I.G.M. possa de alguma forma compreender essa ausência da figura paterna.
1- À escola:
· Aulas de apoio para atender I.G.M. de uma forma mais individualizada e também lúdica para que consiga sanar essa defasagem em seu desenvolvimento no processo de alfabetização.
· Fazer um trabalho mais voltado para a família como um todo, algum encaminhamento para atendimentos sociais ou psicológicos.Dionísio Cerqueira, 05 /02/2018
 
_________________________________________
Assinatura
2.6 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
 O embasamento para a realização dessa devolutiva foi a observação e análise das anotações realizadas durante o período destinado as sessões de atendimento psicopedagógico, conclui-se que I.G.M. é uma criança extremamente carente, necessita muito de estímulos para seu desenvolvimento. Precisa sentir-se parte da família tendo obrigações e receber elogios pela sua colaboração. No que diz respeito ao seu desenvolvimento encontra-se no período pré-operatório (02 a 07 anos). Segundo (Rappaport, Davis,1981, p. 68), 
A criança pré- operatória “tem uma visão da realidade que parte do seu próprio eu, dessa forma, atribui às pessoas e ao mundo um sentido de seus pensamentos e sentimentos.” No estágio pré-operatório, as crianças usam a intuição, e não a razão, para resolução de problemas, “fantasiando” a realidade sem fazer uso da lógica e sendo incapazes de certos acontecimentos em sua vida.
 	Na avaliação psicopedagógica realizada durante as sessões de atendimento foram sobre questões relacionadas ao seu desenvolvimento afetivo, social e intelectual. Verifiquei no transcorrer das análises que I.G.M. é uma criança extremamente carente da presença do pai e sem muito estímulo as questões de aprendizagem. 
	Assim como na aprendizagem, seu desenvolvimento motor precisa de atividades direcionadas até para canalizar essa energia e sentimentos, sugiro atividades escolares com reforço pedagógico, jogos em grupo para fortalecer seu vínculo com os colegas de sala, adivinhações, atividades como dramatizações, cantigas, fantoches para desenvolver sua criatividade e participação oral. Em relação a seu processo de alfabetização encontra-se no nível pré-silábico sem valor sonoro, pois ainda não faz a relação grafema/fonema. Durante as tentativas de escrita e leitura sempre tenta copiar ou adivinhar. Para a construção de uma consciência fonológica e avanço em seu processo de alfabetização, recomendo a exploração dos conhecimentos já adquiridos e uso frequente de material concreto, com uso de imagens, cores e muito incentivo para tentativas de fazer, atividades repetitivas (copia, traçado, escrever no quadro). O emprego do lúdico nessa etapa é indispensável importância, pois a criança faz associações entre o imaginário e o real. Atividades como alfabeto móvel, dominó de letras e números, quebra cabeça, massa de modelar, recortes, um espaço onde o lúdico predomine e que de forma diferenciada ele possa realizar atividades que venham a desenvolver os seus conhecimentos e fazer com que possa evoluir participando efetivamente dessa construção.
2.7 DEVOLUTIVA AOS PAIS 
	
	Entreguei o Informe Psicopedagógico Clínico a mãe L.M. na sala do diretor, que gentilmente me concedeu o espaço, o qual se fez presente durante a entrega, demonstrando toda sua satisfação e empenho para com a melhoria da aprendizagem de I.G.M. A mãe, uma pessoas de uma humildade tremenda apresentou muito enterre em minhas explicações pois a mesma quase não consegui ler, pela sua dificuldade na leitura. Expliquei todos os detalhes do informe, a qual se comprometeu em acompanhar mais de perto todas as atividades desenvolvidas pelo filho, agradeceu-me até um pouco emocionada e me deu o que lhe era de mais precioso naquele momento, um abraço.
	Agradeci pela compreensão e autorização da avaliação psicopedagógica, a qual contribuiu muito para minha formação profissional e tenho certeza muito mais pessoal.
2.8 DEVOLUTIVA AO ALUNO
	Apesar de I.G.M. ser uma criança bastante retraída no decorrer das sessões já se mostrava mais seguro. No momento da devolutiva conversei com o mesmo de que a partir daí ele iria se dedicar bastante nas atividades escolares. Então ele me perguntou: “a gente não vai mais ir na salinha? Então me propus de ir na escola para fazermos algumas atividades e ver seu desempenho em sala de aula.
2.9 DEVOLUTIVA À ESCOLA
	Ao fazer a entrega do Informe Psicopedagógico Clínico ao diretor A.L. e professora V.T. da Escola Municipal Luiz Savoldi, durante a leitura ambos mostraram-se bastante satisfeitos com o resultado e também relataram sua alegria e satisfação em eu poder estar auxiliando de certa forma no entendimento e indicando possíveis caminhos para poderem estar traçando alternativas para melhorar a aprendizagem desse aluno. Apesar de tantos alunos com dificuldades podendo estar auxiliando mesmo que a princípio um aluno nosso sentimento é de dever cumprido, relataram-me.
	Agradeci pela oportunidade em poder realizar minha primeira avaliação psicopedagógica naquela escola, agradeci também pelo total respeito e bom tratamento que tive de todos que ali trabalham, em especial das crianças que naquela escola estudam. E principalmente pela oportunidade de realizar esse estudo com I.G.M. um menino adorável, além do conhecimento que esse estudo me oportunizou também obtive muitos outros conhecimentos com a convivência dessa criança.
 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A avaliação psicopedagógica contribuiu para colocar na prática os conhecimentos adquiridos, oportunizando o contato com o ambiente e a possibilidade de entrar no mercado de trabalho através do estágio clínico exercitando efetivamente a função de Psicopedagoga Clinica, compreendendo que a avaliação das dificuldades de aprendizagem são entendidas como obstáculos que interferem ou limitam o processo de aprender. 
	Concluo que, no espaço escolar a criança com dificuldade em seu processo de aprendizagem deve ser visto como um ser integral, que estabelece uma série de relações complexas durante seu processo de aprendizagem, em diferentes espaços e tempos. Para tanto é necessário que o psicopedagogo tenha um olhar abrangente sobre as causas das dificuldades de aprendizagem, para que venha compreender mais profundamente como ocorre este processo de aprender. Porém, também não cabe ao psicopedagogo julgamentos precoces e equivocados, mas sim um olhar dirigido a um sujeito que tem sua própria história e suas atitudes ou falta delas são reflexo ou consequência dessa constituição. Assim, espero que o presente trabalho, estudo e diagnóstico contribua com a família, com a escola e principalmente com a aprendizagem do educando I.G.M. 
REFERÊNCIAS
GOKHALE, S.D. A Família Desaparecerá? Revista Debates Sociais, nº30, ano XVI. Rio de Janeiro, CBSSIS, 1980.
RAPPAPORT, Clara R. Psicologia do Desenvolvimento: Teorias do Desenvolvimento, Conceitos Fundamentais. São Paulo: EPU, 1981.
ROSSINI, Maria. Pedagogia Afetiva. 7ª edição. Petrópolis: Vozes, 2001.
VISCA, Jorge. Clínica Psicopedagógica. Epistemologia Convergente. Porto Alegre, Artes Médicas, 1987.
 
 
ANEXOS
Anexo 1 - Ficha de frequência 
Anexo 2 – Carta de aceite
Anexo 3 – Atividades EOCA, técnicas projetivas e prova de grafismo

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