Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Rachell Mendes Muccini Ginecologia • A mulher tem pelo menos um episódio na vida, ela identifica • Secreção abundante é a ectopia, mas ela é passageira (exposição do tecido glandular da endo na ectocérvice), tratar com cauterização local, pode causar sangramento durante as relações sexuais • Processo inflamatório e/ ou infeccioso que atinge o trato genital inferior • São afecções do epitélio estratificado da vulva e/ ou vagina, diferenciando-se das cervicite, que acometem a mucosa glandular • 80% dos corrimentos são fisiológicos, o volume varia de acordo com a fase do ciclo, uso de hormônios, gravidez (edema promovido na vulva e na vagina pela progesterona), condições orgânicas e psíquicas • Composição habitual da flora vaginal: Microrganismos aeróbios Anaeróbios facultativos e estritos Fungos Lactobacillus sp – 90% das bactérias presentes – pH ácido (<4,5) Principais: • Vaginose bacteriana (mais comum) • Candidíase • Tricomoníase • 90% dos casos CANDIDÍASE VULVOVAGINAL • Segunda causa de corrimento vaginal • 23% dos casos de vulvovaginite • Estima-se que 75% das mulheres têm pelo menos um episódio de CVV na vida • 40 a 45% têm dois ou mais episódios • Relacionada também ao estado psíquico • Prurido na vulva e vagina, hiperemia da vulva e colo, sem cheiro, pouca secreção, esbranquiçada, espesso, grumosa • Candida albicans em 80 a 92% dos casos • Não albicans (glabrata, tropicalis, Krusei, parapsilosis e Saccharomyces cerevisae), geralmente complicadas e recorrentes, é diagnosticado por culturas • Durante a vida reprodutiva, 10 a 20% das mulheres podem ser colonizadas por Candida sp, assintomáticas, não requerendo tratamento • Pode formar fissuras que levam a infecções secundárias • Tem frequência de no máximo 2X/ ano em casos complicados RECORRENTE • 4 ou mais episódios sintomáticos em 1 ano • 3 episódios não relacionados à antibioticoterapia ocorrer dentro de um ano • Geralmente é causada por C. albicans • Susceptível aos azóis (imidazólicos) em regime supressivo por pelo menos 6 meses, uma vez/ semana, com controle dos sintomas em 90% das pacientes • Utilizar probióticos para flora vaginal e intestinal • Utilizar reguladores de pH (bicarbonato de sódio, ácido bórico, vitamina C) via vaginal SINTOMAS Reação alérgica à toxina produzida pelo fungo (canditina) • Prurido vulvar • Disúria externa • Irritações/ fissuras • Dispareunia do intróito vaginal • Corrimento esbranquiçado (tipo leite coalhado) • Eritema e edema vulvar/ vaginal Diagnóstico QC + exame a fresco • Coloca a secreção na lâmina • Aplicação de hidróxido de potássio 10% →Avalia no ME→ Pseudo Hifas que é característico da candidíase vulvovaginal (microscopia direta) • Na vigência de CVV recorrente/ complicada → Cultura (meios de ágar- Sabouraud) coleta com Swab, deve ser coletado preferencialmente no fórcine vaginal anterior • Medida do Ph não é indicada – normal ou ácido, pois o pH continua ácido • Para saber se é uma cândida não albicans, vai utilizar um tratamento específico, derivado imidazólico, mas muda, geralmente utiliza o miconazol mas muda em alguns casos, quando é candida glabrata usar nistatina TRATAMENTO Casos não complicados • Fluconazol 150 mg aplicação via vaginal por 7 dias • Miconazol creme 1 aplicação via vaginal por 7 dias • Nistatina creme 1 aplicação vaginal por 14 dias • Clotrimazol creme 1 aplicação vaginal por 7 dias • Tratamento tópico e oral possuem a mesma eficácia Rachell Mendes Muccini Ginecologia • 5 a 10% dos casos não responsivos aos azóis são compatíveis com espécies não albicans • Não é recorrente • Não sexualmente transmissível • É feito o tratamento no parceiro nos casos de balanopostite e candida recorrente, o tratamento é empírico • Resposta C Tratamento do parceiro Não é recomendado rotineiramente Reservado em casos de Balanopostite Forma empírica na CVV recorrente O tratamento dos parceiro diminui o número de recorrências? Sim e não Tratamento simultâneo dos parceiros do sexo masculino com cetoconazol não influenciou tanto a taxa de cura ou taxa de recorrência em mulheres com candidíase vaginal VAGINOSE BACTERIANA • Principal causa de corrimento vaginal – 46% dos casos • Maioria assintomática FISIOPATOLOGIA • Desequilíbrio da flora vaginal que culmina em supercrescimento de anaeróbios* em detrimento dos Lactobacillus • Gardnerella vaginalis – predomina, mas se em uma cultura apresentar não é preciso tratar pois ela é normal da flora bacteriana vaginal • Proliferação de flora mista FATORES DE RISCO • Múltiplos ou novos parceiros • Ducha vaginal (perda de peróxido de H produzida pelos Lactobacilos), ducha vaginal também aumenta as chances de DIP, pois ascende as bactérias para trato superior • Tabagismo, influi no tempo de vida dos lactobacilos, diminuindo a secreção vaginal, ou seja, favorece a disbiose • Pode ocorrer em mulheres virgens • Aumenta o risco de parto prematuro • Aumenta o risco de infecção de ferida pós histerectomia abdominal Paciente assintomática não deve ser tratada, mas deve ser tratada as pacientes gestantes e cirurgias pélvicas pois estão associadas a parto pré-maturo, bolsa rota e de infecção de ferida DIAGNÓSTICO Critérios de Amsel 1. Corrimento vaginal homogêneo, geralmente acinzentado e de quantidade variável 2. pH vaginal >4,5 -porque há uma diminuição dos lactobacilos (ele garante o pH ácido) em relação as bactérias anaeróbicas 3. teste das aminas positivo (Whiff Test) 4. presença de “clue cells” no exame bacterioscópico – secreção vaginal na lâmina, coloca hidróxido de potássio, que fez as pseudo hifas na candidíase e nesse caso, a secreção vai liberar amina dando um odor de peixe podre *precisa de 3 destes critérios para dar o diagnóstico • Critérios de Nugent: pontuação aplicada a interpretação de esfregaços vaginais de Gram – Padrão ouro, mas não utilizado na prática clínica • Quantifica o número de lactobacilos em relação as demais bactérias associadas para criar uma escala Normal (escore = 0 - 3) Intermediário = (escore = 4 - 6) Rachell Mendes Muccini Ginecologia VB fraca (pontuação = 7 – 10) • A pontuação Nugent é considerado como o padrão ouro para o diagnostico da VB em estudos de investigação QUANDO TRATAR • Gravidez (RPM, corioaminionite, prematuridade e endometrite pós cessaria) • Pacientes sintomáticas (corrimento branco acinzentado, em moderada quantidade, que piora após a relação sexual, com odor de peixe podre) • Previamente a procedimentos (inserção de DIU, cirurgias ginecológicas e exames invasivos no trato genital) TRATAMENTO – VIA VAGINAL DE PREFERÊNCIA Primeira opção • Metronidazol gel 1 aplicação via vaginal por 5 dias • Metronidazol 250 mg 2 comprimidos VO, 2X/ dia, por 7 dias Segunda opção • Clindamicina 300 mg VO, 2X/ dia por 7 dias Gestantes e puérperas • Primeiro trimestre – clindamicina 300 mg 2X por7 dias • Após primeiro trimestre – metronidazol 250 mg VO, 3X/ dia, por 7 dias • Estudos publicados relatam resolução da VB em 71% a 89% com administração destes regimes • Terapias intravaginais tiveram uma eficácia semelhante à do metronidazol oral com menos efeito colaterais QUANDO TRATAR ASSINTOMÁTICAS? Antes de cirurgias ginecológicas, curetagens, LEEP e inserção de DIU TRATAMENTO VB RECORRENTE – 4 EPISODIOS AO ANO • Estudo recente (2009) associa 7 dias de nitroimidazólico + 21 dias de óvulo de ácido bórico intravaginal 600mg ao dia • Revisão: metronidazol gel duas vezes por semana por 16 semanas, o ideal é que se faça uma medicação para o pH se torne levemente ácido • O ácido bórico removeria o “biofilme” vaginal que facilitaria a persistência das bactérias patogênicas TRICOMONÍASE • IST • 4-35% das vulvovaginites ETIOLOGIA • Trichomonas vaginalis:protozoário flagelado encontrado na vagina, uretra, glândulas para-uretrais, cérvice e glândulas de Bartholin • O risco de transmissão em um intercurso sexual é de 60 a 80% • O parceiro deve ser tratado • Altera a ecologia vaginal intensamente, podendo provocar vaginose bacteriana e facilitar a aquisição de HIV por alteração da flora + microerosões CLÍNICA • Sua apresentação pode ir desde um quadro assintomático (50%) até grave doença inflamatória aguda • Corrimento abundante, amarelo ou amarelo esverdeado, bolhoso; • Prurido e/ ou irritação vulvar; • Sintomas urinários (disúria/ polaciúria); • Hiperemia da mucosa, com placas avermelhadas (aspecto de framboesa); • Teste de Schiller com aspecto “tigróide” DIAGNÓSTICO • pH>4,5 • Microscopia: Rachell Mendes Muccini Ginecologia Trichomonas móveis (10-20 minutos) Aumento de PMN • Testes rápidos (amplificação de RNA e antígenos) (SS: 88-100%; E: 87-100%) :coleta de swab vaginal/ uretral • Cultura: meio Diamond, 7 dias (S: 95% E: 95%) • PCR têm valor em crianças e nos casos com forte suspeita e vários exames a fresco e corados repetidamente negativos TRATAMENTO – É SEMPRE VO Primeira opção • Metronidazol 400 mg, 5 comprimidos VO, dose única • Metronidazol 250 mg VO, 2 comprimidos, 2X/ dia, durante 7 dias Gestantes e puérperas • Metronidazol 400 mg, 5 comprimidos VO, dose única (efeitos colaterais) • Metronidazol 400 mg, 1 comprimido VO, 2x/dia, durante 7 dias • Metronidazol 250 mg, 1 comprimido VO, 3X/ dia, durante 7 dias Corrimento fisiológico e sorologias Candidíase vulvovaginal, diagnostico através da visualização de psudo ivas, fluconazol, miconazol, banhos de acento com bicarbonato de sódio com 2lde água e uma coleta de sopa, vit c formulada ou ácido bórico Gardnerella, tratamento via vaginal Tricomoníase, metronidazol oral e tratar o parceiro Rachell Mendes Muccini Ginecologia Candidíase vulvovaginal, placas brancas aderidas ao colo, sem odor 2. mudança da flora, estresse, roupas abafadas e úmida, medicações como corticoides, antibióticos, comorbidades como diabetes imunossupressos 3. ela não permite a proliferação da candida, mas ocorre uma imunossupressão 4. hábitos 5. tratamento local, miconazol
Compartilhar