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Tópicos Especiais em Marketing Caso 2 Zee Dog

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Tópicos Especiais em Marketing: Caso 2 – Zee-Dog
Caso Zee-Dog: aprendizados dos altos e baixos de um novo negócio
Os profissionais de Marketing trabalham duro, diariamente, para conseguir
identificar aquela brecha ainda não suprida no mercado e lançar novos serviços e
produtos. A oportunidade, no entanto, pode acabar revelada para o consumidor, que
despretensiosamente vai atrás de uma oferta. É o que se chama estar na hora e no lugar
certo – com o olhar atento, é claro. Os irmãos Thadeu e Felipe Diz notaram um mercado
mal explorado em uma ida ao varejo e não deixaram a chance escapar. Hoje comandam
a empresa Zee-Dog, de artigos para animais de estimação, cujo faturamento extrapola a
casa dos milhões.
Os dois brasileiros estudavam hotelaria na Califórnia, nos Estados Unidos,
quando adotaram um vira-lata para a casa onde moravam. Pela primeira vez o animal de
estimação não era da família e eles teriam que cuidar do bichinho. Em uma ida ao pet
shop, notaram a mediocridade dos produtos oferecidos, todos semelhantes, sem apelo de
design ou moda. Do que era para ser uma simples ida à loja para compra de uma guia se
tornou o ponto de largada para criação de um negócio.
Ao terminarem o curso universitário, os irmãos retornaram ao Brasil. Munidos
de algumas aulas de Marketing e empreendedorismo, se uniram a um amigo de infância
com a expertise financeira, Rodrigo Monteiro, e desenharam a empresa. “Notamos que
a experiência de compra de produtos para os animais de estimação era péssima. E se era
assim nos Estados Unidos, devia ser em qualquer lugar. Havia milhares de empresas
que estavam pensando itens para pets, mas ninguém havia criado uma marca nessa área,
aplicando os conceitos de branding. Foram três anos entre ter a ideia e a lançar no
mercado”, conta Thadeu Diz, Sócio da Zee-Dog.
O desafio da saúde financeira
A empresa iniciou as operações em 2011 e hoje, três anos depois, leva seus
produtos para pet shops em 19 países. Somente no Brasil, cerca de dois mil pontos de
venda ofertam os itens, que seguem as tendências do design e da moda. Há quiosques da
marca no Rio de Janeiro e pet shops revendedores. Entre 2013 e 2014, a Zee-Dog
cresceu cerca de 300%, mas nem sempre foi assim. A companhia por pouco não fechou
as portas em 2012, numa situação que pode ser vivida por qualquer empreendedor
inexperiente. Os problemas começaram após os jovens, recém-formados na
universidade, conquistarem o apoio de um investidor para a empreitada.
Os sócios já haviam deixado seus empregos há um ano para participarem das
road shows e as economias estavam chegando ao fim. Diversos investidores afirmavam
que o projeto dos jovens era promissor, mas que naquele momento, 2012, estavam
priorizando iniciativas na área de tecnologia. Quando a verba enfim chegou, as contas já
estavam no vermelho e a possibilidade de desistirem se aproximava. Uma quantia
polpuda, que extrapolava o R$ 1 milhão - o grupo não abre mais do que isso - encheu a
conta e as expectativas dos empreendedores.
Da noite para o dia, os sócios tiveram a sensação de estarem ricos - e foi aí que
começaram os problemas. “Quando recebemos o investimento, eu tinha dinheiro para
viver por mais um mês apenas. Após o recebimento do aporte, passamos a gastar muito
com o que não devíamos. Nos 12 primeiros meses, o faturamento não cresceu no
mesmo ritmo do custo fixo. Saímos do espaço do fundo de investimento para um
escritório porque queríamos criar a cultura de trabalho própria. Além disso, contratamos
muita gente. Chegou a um ponto que tivemos que usar nossos próprios cartões de
crédito. Passamos dificuldade financeira, uma experiência que nos serviu de muito
aprendizado”, lembra Diz.
Aprendizados e próximos passos
Os riscos de ter, repentinamente, muito dinheiro em caixa são muitos. As ideias
que parecem promissoras se diversificam e a intenção em investir nelas cresce.
“Entendemos que precisávamos saber qual era o nosso objetivo e só manter o que fosse
realmente importante para ele. A partir de então, começamos a focar os investimentos.
Trouxemos uma ex-executiva da Nestlé, que ganha um salário maior do que o meu, para
ficar responsável por alavancar as vendas e nos deixar cuidar basicamente da criação
dos produtos, que é a nossa expertise”, conta o sócio.
Outro desafio encarado com frequência por empreendedores, no início da
carreira, é a busca por fornecedores. No caso da Zee-Dog, eles estavam na China. Felipe
Diz partiu para o país oriental, mesmo sem entender um único código de mandarim e
passou lá cerca de um mês para conseguir estabelecer contatos e fechar negócios. Uma
das poucas pessoas que encontrou com um pouco de conhecimento da língua inglesa se
tornou a Diretora de Operações de Exportação na China.
O Diretor de Inovação, por sua vez, fica sediado em Madri, para não se tornar
refém dos desafios diários da operação e ficar mais próximo dos ditadores de
tendências. O escritório brasileiro reúne outras 12 pessoas. “Nosso produto tem
qualidade estética, principalmente em dois quesitos, design e moda. Se o consumidor
coloca a nossa guia ao lado de uma tradicional, o preço é um pouco mais alto e essas
qualidades são milhares de vezes melhores. Fora a estampa diferenciada, longe das
opções antes disponíveis - azul ou vermelho -, o item vem numa embalagem bacana. É
possível combinar a guia com a roupa que a pessoa está usando. Antes era commodity,
agora criamos um lifestyle em torno dos produtos”, exemplifica Diz.
Mercado promissor
Se há alguns anos, quando os empreendedores tiveram que convencer os
investidores do potencial do negócio, pouco se conhecia sobre esse mercado, hoje os
números são mais claros e se mostram promissores. A indústria pet brasileira faturou
mais de R$ 15 bilhões em 2013, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de
Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Nessa contagem não entra o valor
conseguido com a venda de filhotes, que movimentou sozinha cerca de R$ 1 bilhão.
No mundo o setor movimentou U$ 102 bilhões, U$ 7 bilhões a mais do que em
2012. Os Estados Unidos respondem sozinhos por 30% do faturamento no planeta. O
Brasil é hoje o segundo maior mercado, em faturamento e em população de cães e
gatos. Dos lares brasileiros, 44% possuem animais de estimação, sendo que 79% desse
total é representado por cães.
Ainda assim, ainda são poucos os diferenciais estratégicos das empresas que
investem no setor. São mais de 25 mil pet shops compondo um varejo extremamente
pulverizado: os dois maiores players do varejo possuem menos de 5% do mercado.
Branding e o conceito de criação de comunidade de consumidores ainda estão distantes
da maioria dos negócios, o que aponta para oportunidades para novos empreendimentos.
Importância do engajamento
A adoção e compra de companheiros para o lar tende a crescer ainda mais, à
medida que o número de pessoas que optam por viver sozinhas cresce, sejam solteiras
ou separadas. Alguns casais, por vezes, optam por não terem filhos, fazendo com que
recorram aos pets para dar mais dinamismo ao lar. Nessa nova relação, cães não são
mais guardadores das casas. Eles passam a merecer mimos, como os oferecidos pela
Zee-Dog.
Não são poucos os que tratam os animais de estimação como filhos. “Esse
público diz: meu cachorro merece. Ele quer um produto fashion e não só funcional. O
cão acaba sendo tratado como uma criança, tendo até carrinho de bebê. Há cachorros
que usam sapatos iguais aos dos donos para ir à rua, principalmente quando as espécies
são menores, as mais comuns em apartamentos”, analisa Alexandre Magalhães,
Professor de Marketing.
Além de focar em design e moda, a Zee-Dog criou mais um diferencial capaz de
conquistar os consumidores: estimula a adoção de animais e apoia instituições
acolhedoras de cães e gatos.
A Zee-Dog segue participando de feiras internacionais para ampliar seu alcance
no mundo. Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido, Oeste e Norte Europeu,
Israel, Japão, Brasil, Argentina, Peru, Colômbia são alguns dos países que já recebem os
produtos com a etiqueta.Até o ano que vem, a companhia prevê a abertura de pontos
próprios no varejo no exterior, com bandanas, camas, bowls, bolsas, e outros destaques
da marca. Além disso, os donos contam com acessórios feitos especialmente para eles,
como skates, camisas e capas de chave.
Fonte: http://www.mundodomarketing.com.br/cases/31744/case-zee-dog-aprendizados-dos-altos-e-baixos-de-um-
novo-negocio.html
Questão 1: Faça uma análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades, ameaças)
da ZEE-DOG.
Questão 2: Como a ZEE-DOG faz para se diferenciar da concorrência?
Questão 3: Qual é a estratégia de segmentação de mercado consumidor utilizada
pela ZEE-DOG? Por quê?

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