Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL LAYLA RIBEIRO, RAFAEL GONÇALVES E THAÍS BOTELHO CONSTRUÇÕES RURAIS CRUZ DAS ALMAS - BA MARÇO DE 2021 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL LAYLA RIBEIRO, RAFAEL GONÇALVES E THAÍS BOTELHO Trabalhos preliminares Trabalho do 4º semestre de Engenharia Florestal apresentado pelos acadêmicos(as) Layla Ribeiro; Rafael Gonçalves; Thaís Botelho como exigência parcial à obtenção de conhecimento sobre a disciplina Construções Rurais, cujo Docente é José Humberto. CRUZ DAS ALMAS - BA MARÇO DE 2021 Sumário 1. Introdução 4 2. Objetivo 5 2.1 Objetivo Geral 5 2.2 Objetivo Específico 5 3. Revisão de Literatura 6 3.1. Planejamento 6 3.1.1 ESCOLHA DO LOCAL 7 3.1.2 Orçamento 7 3.2 Projeto 12 3.2 Topografia do terreno 15 3.3 Sondagem 16 4. Considerações finais 17 5. Referências 18 1. Introdução Trabalhos preliminares são os trabalhos iniciais que antecedem a construção propriamente dita e são os seguintes: elaboração do planejamento; escolha do local; estudo do subsolo; terraplenagem ou acerto do terreno; locação da obra 2. Objetivo 2.1 Objetivo Geral O objetivo dessa monografia é promover a síntese dos conhecimentos de construções rurais para os alunos, por meio da aprendizagem de leitura de artigos, revisões, revistas, resumo estendido, resumo simples, livros, e isso está diretamente associado com o plano de curso da disciplina por ensino remoto. 2.2 Objetivo Específico Conhecer e se familiarizar com os conceito e métodos dos trabalhos preliminares de uma construção: - Planejamento - Planejamento orçamentário - Escolha do local - Topografia do terreno - Sondagem 3. Revisão de Literatura 3.1. Planejamento O planejamento de uma obra é o preparo dos recursos disponíveis, sejam naturais, materiais, financeiros e humanos, aproveitando o máximo de sua potencialidade, com a finalidade de atingir metas pré-estabelecidas. Consiste no minucioso estudo técnico e econômico do sistema produtivo (LEITE, 2013). Segundo SILVA (2011) Planejamento é um processo dinâmico e contínuo que consiste em um conjunto de táticas para um objetivo futuro, com o intuito de possibilitar decisões previamente. Essas ações tomadas devem ser identificadas de modo a permitir que elas sejam executadas de forma adequada, considerando fatores como o prazo, custos, qualidade e segurança dentre outros. O planejamento é importante porque, mesmo que não haja como oferecer certeza de perfeição em qualquer atividade humana, existe o risco inerente em todas as áreas. Proporciona às pessoas e às organizações garantia razoável de alcance dos objetivos, que por sua vez se traduz em confiança, noção prévia do que se deve fazer e para onde ir. Isso abre o caminho para a eficiência nas ações e para se obter máxima eficácia nos resultados (ALVES, 2000) O planejamento deve ser realizado, pois após o término da obra, as modificações são difíceis. Além disso, os custos de produção são muito afetados pela funcionalidade das instalações. É bom lembrar que em qualquer ramo de atividade o pior planejamento é melhor que a melhor das improvisações e que se faz necessário sintetizar em projeto, os dados coletados sobre a área e sempre que possível ter a disposição para consultas, projetos complementares com detalhamentos específicos do que se deseja construir e explorar. No planejamento de construção deve-se saber qual o melhor lugar para a implantação do seu projeto, isso em relação de localização de topografia, saber a disponibilidade orçamentária e todos os detalhamentos para fazer a obra acontecer de forma esperada em todos os sentidos. 3.1.1 ESCOLHA DO LOCAL De acordo com Souza (1997) impõe-se uma série de investigações a fim de que se possa tirar do local, o máximo de vantagens. Algumas dessas averiguações são para saber se não há empecilho legal para uso do terreno, se a topografia permite implantação econômica da obra, se a natureza do subsolo permite uma construção estável e pouco onerosa, se permite um fluxo eficiente, se oferece boas condições quanto a vias de acesso, direção de ventos, clima, pouco barulho, se há possibilidade de escoamento de águas pluviais, águas servidas e dejetadas. Terrenos muito íngremes ou pelo contrário, passivo de inundação, devem ser estudados em detrimento de outros que exijam menor movimento de terra e/ou drenagem e impermeabilizações e avaliar o que vale a pena em termo de orçamento. Um fator muito importante do estudo do local é sobre o mercado, ou seja, no local que vai ser implantado seu projeto de construção deve-se saber sobre o mercado ou se é de fácil locomoção, para saber se vale a pena implantar o projeto nesse local, nessa região. 3.1.2 Orçamento O orçamento é uma parte do trabalho preliminar indispensável para as construções rurais, pois por meio dele é possível realizar uma obra com o mínimo de desperdício. Sendo que, é um custo provável de um serviço a ser executado. Possuem varias formas de se realizar o orçamento para uma determina obra, dentre elas: o orçamento sumário e o orçamento detalhado. No orçamento sumário a estimativa de gasto é dada a partir da área de construção multiplicada por um custo arbitrário para mão-de-obra ou mesmo para o global da construção. Já o orçamento detalhado é um processo minucioso em que se avalia: materiais, mão-de-obra, leis sociais, despesas de projetos e aprovação, serviços de escritório, administração e margem de lucro. Tendo nesse orçamento um conjunto dos coeficientes de materiais e da mão de obra de um serviço, denominado como índices. (MORRETI,1997) E (BAÊTA,1998). Composição dos custos As Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TPCO8) da PINI, por exemplo, traz com detalhes os materiais e serviços necessários a cada etapa e/ou atividades construtiva, como o caso dos serviços preliminares. Dessa forma, com o orçamento detalhado podemos representar os índices para composição dos custos. (SOUZA, UFPR) Exemplo: Tabela 1. Composição de materiais e serviços para orçamento detalhado Item Unidade Pedreiro Servente Demolição de cobertura com telhas cerâmicas m² 0,06h 0,6h Demolição de cobertura com telhas onduladas m² 0,025h 0,25h Demolição de forro de tábuas de pinho m² 0,03h 0,3 Demolição de piso cimentado sobre lastro de concreto m³ 0,13h 1,3h Demolição de concreto simples m³ 1,3h 13,0h Demolição de alvenaria de tijolos comuns m³ 0,6h 6,0h Item Unidade Tabua 1x9” Pontalete 3x3” Prego Arame Carpinteiro Servente Locação da obra m² 0,09m² 0,04m 0,012kg 0,02h 0,13h 0,13h Item Unidade Servente Trator de esteira Pá carregadeira Caminhão basculante Escavação manual até 2m de profundidade m³ 2,93h Escavação manual até 4m profundidade m³ 3,49h Escavação mecânica até 2m de profundidade m³ 0,0176h Escavação mecânica até 4m de profundidade m³ 0,0204h Escavação e remoção de terra até 1km m³ 0,02h 0,02h 0,06h Carga mecanizada de entulho em caminhão m³ 0,0208h 0,0104h 0,0104h Carga mecanizada de terra em caminhão m³ 0,0196h 0,0098h 0,0098h Item Unidade Servente Caminhão basculante Caminhão carroceria Carga manual de entulho em caminhão m³ 0,72h 0,24h Carga manual de terra em caminhão m³ 0,60h 0,2h Carga manual de rocha em caminhão m³ 0,75h 0,25h Carga e descarga manual de tijolos maciços milheiro 0,6h 0,2h Carga mecanizada de rocha em caminhão m³ 0,0222h 0,0111h 0,0111h Transporte a 30m de material a granel m³ 2,5h Transporte a 30m de dois sacos de cimento 0,14h Transporte a 30m de tijolos comuns milheiro 4,0h Transporte manual de madeira até 1º laje m³ 0,4h Transporte de qualquer material à 1 km m³ 0,037h Transporte de qualquer material à 10kmm³ 0,222h Apiloamento de fundo de valas com maço de 30kg m³ 1,5h Lastro de brita, apiloado com maço de 30kg m³ 2,5h Item Unidade Cal em pasta Areia úmida Servente Preparo de areia seca peneirada m³ 1,3 m³ 24,0h Preparo de argamassa de cal em pasta peneirada e pura e areia sem peneirar no traço 1:1,5 m³ 0,613m³ 0,707 m³ 8,0h Preparo de argamassa de cal em pasta peneirada e pura e areia sem peneirar no traço 1:3 m³ 0,405m³ 0,935 m³ 8,0h Preparo de argamassa de cal em pasta peneirada e pura e areia sem peneirar no traço 1:4 m³ 0,404³ 0,935 m³ 8,0h Item Unidade Cimento Areia seca Servente Preparo de argamassa com cimento e areia peneirada no traço 1:2 m³ 643,0 kg 0,8238 m³ 10,0h Preparo de argamassa com cimento e areia peneirada no traço 1:3 m³ 486,0 kg 0,9354 m³ 10,0h Preparo de argamassa com cimento e areia peneirada no traço 1:4 m³ 365,0 kg 0,9354 m³ 10,0h Item Unidade Cimento Cal hidratado Areia seca Servente Preparo de argamassa mista de cimento, cal e areia peneirada no traço 1:1:6 m³ 243 kg 122 kg 1,216h 10,0h Preparo de argamassa mista de cimento, cal e areia peneirada no traço 1:2:8 m³ 182 kg 182 kg 1,216h 10,0h Preparo de argamassa mista de cimento, cal e areia peneirada no traço 1:3:9 m³ 162 kg 243 kg 1,216h 10,0h Item unidade Espessura Argamassa Tijolos Pedreiro Servente Alvenaria de elevação com tijolos comuns, dimensão 5 x 10 x 20 cm, assentados com argamassa. Espessura das juntas: 12mm; m² 5 cm 0,0083 m³ 46 0,9 h 0,9h Alvenaria de elevação com tijolos comuns, dimensão 5 x 10 x 20 cm, assentados com argamassa. Espessura das juntas: 12mm; m² 10 cm 0,025 m³ 84 1,6 h 1,6 h Alvenaria de elevação com tijolos comuns, dimensão 5 x 10 x 20 cm, assentados com argamassa. Espessura das juntas: 12mm; m² 20 cm 0,034 m³ 159 2,5 h 2,5 h Alvenaria de elevação de tijolos furados, dimensão 10 x 20 x 20 cm, assentados com argamassa. Espessura das juntas: 12mm; m² 10 cm 0,012 m³ 25 1,0 h 1,0 h Alvenaria de elevação de tijolos furados, dimensão 10 x 20 x 20 cm, assentados com argamassa. Espessura das juntas: 12mm; m² 20 cm 0,034 m³ 47 1,5 h 1,5 h Item Unidade Cimento Areia Brita 1 Brita 2 Servente Preparo de concreto estrutural, com betoneira, controle tipo “A”, fck = 135 kg/cm2 m³ 311,85 kg 0,6313 m³ 0,263 m3 0,615 6,0h Preparo de concreto estrutural, com betoneira, controle tipo “B”, fck = 135 kg/cm2 m³ 327,60 kg 0,6235 m³ 0,263 m3 0,615 6,0h Preparo de concreto estrutural, com betoneira, controle tipo “C”, fck = 135 kg/cm2 m³ 360,80 kg 0,6261 m³ 0,263 m3 0,615 10,0h 3.2 Projeto O projeto de uma construção rural é de fundamental importância e é dividido em duas partes, a parte gráfica e a parte de e a parte descritiva. A parte gráfica é constituída por elementos que exemplifica as características em forma de desenhos, sejam eles a mão ou a design gráfico. A apresentação gráfica prevê anteriormente, na fase de composição do programa, que não passa de tentativas ou esboços, buscando-se ordenar os espaços e passar as ideias para o papel. Assim, tem como analisar e definir a melhor decisão a ser tomada (Buenos, 1986). Sendo assim, a parte gráfica e classifica em planta baixa, cortes longitudinais e transversais, planta de situação, fachada, detalhes. Segundo Ching (2012), a planta baixa resulta do corte da construção por um plano horizontal localizado a 1,50 m de altura do piso. Esta altura é arbitrária, podendo ser modificada a fim de representar algum detalhe específico. Os cortes transversais se referem a seções realizadas paralelamente aos eixos secundários de objetos ou edificações. Os cortes longitudinais se referem a seções realizadas paralelamente aos eixos principais de objetos ou edificações. Em ambos os casos, é necessário indicar exatamente onde a seção foi feita e qual é a direção de visualização, por meio de anotações na planta baixa (CHING, 2012) Planta de situação são representadas todas as informações e elementos necessários para se situar o terreno na área da cidade onde será construída a edificação. É a vista ortográfica superior esquemática, com a finalidade de identificar o formato, as dimensões do lote e a amarração do mesmo no quarteirão em que se localiza (CHING, 2012). A fachada é a representação gráfica de uma ou mais vistas de faces externas de uma construção. A parte descritiva deve conter informações detalhadas mediantes as estratégias e o passo a passo que deve ser feita a construção. Isto é devido a alguma obra depender diretamente de informações técnicas para a implantação, ou decorrente de peculiaridades através da topografia do terreno ou algo que não está sobre controle humano. 3.2 Topografia do terreno Etimologicamente a palavra TOPOS, em grego, significa lugar e GRAPHEN descrição, assim, de uma forma bastante simples, Topografia significa descrição do lugar. Topografia de acordo com.............. é o conjunto de princípios, métodos, aparelhos e convenções utilizados para a determinação dos contornos, dimensões e da posição relativa de uma faixa da superfície terrestre. “A Topografia tem por objetivo o estudo dos instrumentos e métodos utilizados para obter a representação gráfica de uma porção do terreno sobre uma superfície plana” DOUBEK (1989). “A Topografia tem por finalidade determinar o contorno, dimensão e posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, sem levar em conta a curvatura resultante da esfericidade terrestre” ESPARTEL (1987). Levantamento topográfico De acordo com NBR 13133 (ABNT, 1991, p. 3), Norma Brasileira para execução de Levantamento Topográfico, levantamento topográfico é definido por: “Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhe visando a sua exata representação planimétrica numa escala pré-determinada e à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com eqüidistância também pré-determinada e/ou pontos cotados.” 3.3 Sondagem Sondagem do solo consiste em técnicas de investigação para conhecimento e caracterização do solo de acordo com a profundidade almejada e também a posição do nível da água caso ocorra. A sondagem do solo é de extrema importância para termos conhecimento sobre; o tipo do solo, o que pode ser colocado e/ou feito naquela área em específico, a que profundidade está o solo impenetrável, a que profundidade está o lençol freático, resistência de cada metro do solo e consequentemente contribuindo também com a economia. Para uma caracterização melhor do solo, é necessário a retirada de amostras para análises precisas, podendo ser amostra deformada na qual extrai parte do solo mas não preserva todas as características encontradas no seu lugar natural e amostra indeformada na qual extrai parte do solo e preserva as características encontradas no seu lugar natural. Existem diversos tipos de sondagem do solo, como por exemplo; Sondagem a trado (ST) tendo como objetivo a identificação dos horizontes do terreno, a determinação do nível d'água e a coleta de amostras deformadas, Poço de inspeção (PI) que tem como objetivo retirar amostras representativas, deformadas e indeformadas, Sondagem a percussão (SP) tendo como objetivo obter amostras de solo e os índices de sua resistência à penetração, Sondagem rotativa (SR) que tem como objetivo obter amostras de materiais rochosos, contínuas e com formato cilíndrico), Sondagem rotativa com amostragem integral (SRI), tendo como objetivos principais determinar a disposição espacial (geometria, atitude ou espessura) e qualidade da amostragem (recuperação de materiais moles, de preenchimento). Limpeza do terreno; Movimento de terra, necessáriopara a obtenção do nível de terreno desejado para o edifício; Verificação da disponibilidade de instalações provisórias; Verificação das condições de vizinhança; As demolições, quando existem construções remanescentes no local em que será construído o edifício; A retirada de resíduos da demolição. 4. Considerações finais 5. Referências LEITE, M. A.; FARIA JUNIOR, M. J. Apostila de Construções e Instalações Rurais. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Ilha Solteira - SP, 2013. ALVES, T.C.L. Diretrizes para gestão de fluxos físicos em canteiros de obras, proposta baseada em estudos de casos. 2000. Dissertação.( Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre RS. 2000. BUENO, C.F.H. Construções rurais. Lavras: Coopesal-ESAL. 1980. 209p. (Apostila). Parâmetros para fiscalização profissional em obras de agronomia. Paraná: CREA. 1992. 2 p. Tabelas de Composição de Preços para Orçamento (TCPO8). 8. ed. - São Paulo: Pini, 1986 CHING, F. D. K.; JUROSZEK, S. P. Desenho para arquitetos. Tradução Técnica: Alexandre Salvaterra. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. BAÊTA, F. D. C. CUSTOS DE CONSTRUÇÃO: 1. 1. ed. MINAS GERAIS: UFV, 1998. p. 1-96. SOUZA, J. L. M. D. MANUAL DE CONSTRUÇÕES: 3o EDIÇÃO REVISTA E COMPLEMENTADA. MANUAL DE CONSTRUÇÕES, Curitiba, v. 3, n. 3, p. 1-170, nov./1997. Disponível em: http://www.moretti.agrarias.ufpr.br/publicacoes/man_1997_construcoes_rurais.pdf. Acesso em: 21 mar. 2021.
Compartilhar