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Resenha do artigo "Psicologia Social e Processo Grupal a coerência entre fazer, pensar e sentir" Sílvia Lane

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Resenha do artigo “Psicologia Social e Processo Grupal: a coerência entre fazer, pensar e sentir em Sílvia Lane” 
O artigo “Psicologia Social e Processo Grupal: a coerência entre fazer, pensar e sentir em Sílvia Lane” por Martins (2007) apresenta as contribuições de Sílvia Lane para a fundamentação da Psicologia Social crítica no Brasil.
As bases dos trabalhos de Lane vem do materialismo histórico e dialético, tendo influências da psicologia sócio histórica russa. Uma das contribuições de Lane foi uma nova construção de homem, onde ela afirma que a Psicologia Social deve ser instrumento para identificar os elementos que se relacionam na história do indivíduo com a história de sua sociedade, assim compreendendo o homem enquanto produtor da história. 
Também da ênfase no papel da psicologia social com a compreensão do psiquismo, através do estudo da consciência humana e das sugestões de práticas psicossociais presente em suas publicações.
 Outra grande contribuição de Lane foi com a formulação de concepção e propostas de análise do processo grupal, onde ela sintetizou dos aspectos teóricos, metodológicos e políticos de suas reflexões sobre o tema, contribuindo para a elaboração de uma concepção histórica e dialética do processo grupal.
Lane ao realizar revisões das diferentes teorias sobre grupos, encontra duas grandes posições, uma defendia que a função de grupo era apenas definir papéis e garantir produtividade, mantendo uma manutenção social para ter harmonia. Já a outra tinha como posição o caráter de mediação do grupo, afetando a relação entre os indivíduos e a sociedade, tendo mais atenção com o processo que faz o grupo existir e considerando as determinações sociais presentes nas relações grupais. 
Seguindo então o segundo posicionamento encontrado, Lane busca embasamento para compreensão da experiência grupal enquanto um processo, sendo assim acaba por criar premissas para se conhecer o grupo onde o motivo da existência e da ação grupal só pode ser encontrado dentro de uma perspectiva histórica, onde é levado em conta sua inserção na sociedade, com suas determinações econômicas, institucionais e ideológicas; e que o próprio grupo só pode ser conhecido enquanto um processo histórico, e seguindo essa lógica, torna-se menos interessante falarmos grupo e mais correto em processo grupal. Não se tratando de diferença na denominação, mas sim uma diferença grande no fenômeno estudado.
Com essa nova perspectiva é definido que o próprio grupo é uma experiência histórica, tendo seu próprio espaço e tempo, resultado das relações da sociedade e traz com ele vários aspectos gerais dessa sociedade. Com o caráter histórico do grupo, todo grupo exerce a função de manter ou transformar as relações sociais desenvolvidas em decorrência das relações de produção, assim o grupo, tanto na sua organização como nas ações, reproduz ideologia, que, sem um enfoque histórico, não é captada. 
Provando que não é suficiente afirmar que o grupo se resume em reunir pessoas que compartilham de normas, necessidades e objetivos comuns expressados no cotidiano, e sim compreender o grupo como uma estrutura social, onde não se pode ser reduzido a soma dos membros em uma relação de interdependência.
Lane cria diversas considerações a partir daí, como o indivíduo que se está lidando é fundamentalmente alienado. E deste modo, existem dois níveis operando, o da vivência subjetiva e a da realidade objetiva. Ela também sugere que todo grupo ou agrupamento deve ser considerado como existente dentro de uma instituição, sendo importante a análise do tipo de inserção do grupo na instituição. Também considera importante a história de vida de cada membro do grupo para conseguir desenrolar o processo grupal.
Sobre os papéis sociais, Lane considera eles enquanto interação efetiva no nível das determinações concretas, onde reproduzem a estrutura relacional característica do sistema, a relação dominador-dominado.
Em seus estudos, Lane retoma a definição hegemônica de grupo social, caracterizado por interdependência entre seus membros, existência de um objetivo comum, pela diferenciação de papéis, pela presença de uma liderança. Criando um questionamento sobre a origem, significado e função destas características, acaba construindo a base de suas considerações sobre a teoria dialética de grupos e a dimensão histórica do desenvolvimento humano. 
 É assim que chega a conclusão que cabe à Psicologia Social, estudar o indivíduo no conjunto de suas relações sociais. Relações essas que são desenvolvidas historicamente e mediadas por representações ideológicas, que visam a manutenção das relações sociais e, consequentemente, das relações de produção.

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