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TCC ALEITAMENTO MATERNO

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15
 (
CÍNTIA APARECIDA ALVES LEMOS
)
Todo trabalho, em cada uma das etapas, será submetido às ferramentas de varredura para a detecção de plágio. Assim caso seja detectado percentual acimado tolerado, seu trabalho será invalidado em qualquer uma das atividades. Antes decomeçar o trabalho, leia o Manual do Aluno e Manual do Plágio para compreendertodos itens obrigatórios e os critérios utilizados na correção.
 (
amamentação e a relação benéfica no desenvolvimento estomatognático de bebês, bem como seus componentes e funções.
)
SÃO PAULO
2017
 (
CÍNTIA APARECIDA ALVES LEMOS
)
 (
amamentação e a relação benéfica no desenvolvimento estomatognático de bebês, bem como seus componentes e funções.
)
 (
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Universidade Anhanguera – Campus Marte
, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em 
Odontologia - Bacharelado.
Orientador: Prof(ª). Carolina Silva
)
 (
SÃO PAULO
2017
)
CÍNTIA APARECIDA ALVES LEMOS
amamentação e a relação benéfica no desenvolvimento estomatognático de bebês, bem como seus componentes e funções.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhanguera – Campus Marte, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Odontologia – Bacharelado.
BANCA EXAMINADORA
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
São Paulo, 18 de Junho de 2018.
Dedico este trabalho ao meu companheiro de todas as horas, aquele que sempre esteve presente em todos os momentos da minha vida, e, em nenhum instante deixou de acreditar na minha capacidade e vontade de vencer. A você meu grande amor “Osvaldo”, que fez parte desta realização...
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que me fortaleceu para que eu continuasse, pois somente ele sabe o quanto sofri, com dúvidas e incertezas que me assolavam em busca da perfeição.
Ao Diretor Julio César Q. Vilcherpelo incentivo, carinho, acolhimento e suporte oferecido sempre que necessitei. 
A professora Orientadora Mariana Marchiori e Carolina Silva, pelo incentivo e estímulo intelectual durante a produção do mesmo.
A professora Mestre Jussara S. Jorge-Giorgi, com quem partilhei o que era o broto daquilo que veio a ser esse trabalho, companheira de caminhada durante todo o curso, eu posso dizer que a minha formação, inclusive pessoal, não teria sido a mesma sem a sua pessoa.
E o que dizer a você Ricardo Amore? Muito obrigada pela paciência, pelo incentivo, pela força e principalmente pelo carinho, minha formação jamais seria a mesma sem a sua presença.
Ao professor Toninho aquele que todos os dias nos incentivava com seus poemas e poesias, que nos alegrava intensamente.
É claro que não poderia esquecer-se de você Professor Celso Tanaka, reconheço um esforço gigante com muita paciência e sabedoria, muito obrigada por ser um grande exemplo em sala de aula e um ser humano ímpar.
Aos meus amigos de trabalho professores da escola Alayde e a cada um dos meus alunos que sempre me apoiaram, acreditaram e torceram por mim.
A cada um dos funcionários da Segurança e recepção da faculdade, que me recepcionavam todos os dias com muito carinho, respeito e educação durante o período que estive na instituição, mas não posso deixar de agradecer um segurança em especial “Seu Venâncio”, que muitas vezes ouviu meus choros, me aconselhou e não deixou que eu desistisse sempre me motivando com palavras muito sábias.
Aos meus colegas de turma, em especial aos meus melhores amigos que passamos por grandes dificuldades, mesmo assim um apoiou o outro não deixando que o cansaço e o desânimo nos deixassem desistir, “Carla, David, Ohana e Rita”, amo vocês amigos.
A todos os meus professores por me proporcionar o conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do caráter e efetividade da educação no processo de formação profissional, por tanto que se dedicaram a mim, não somente por terem me ensinado, mas por terem-me feito aprender. A palavra mestre, nunca fará justiça aos professores dedicados aos quais sem nominar terão os meus eternos agradecimentos.
A minha grande família que me deram total apoio durante toda a caminhada, que enxugaram minhas lágrimas, que me viram estressada, que fiquei por muitas vezes distante para estudar e mesmo assim, não deixaram que eu pudesse desanimar minhas irmãs “Sheila e Shirley”, meus sobrinhos “Thayná, Gustavo e Ana Clara”, ao meu cunhado “Samuel, ao meu melhor primo “Fabinho”, as minhas tias “Sueli e Celina”, e aos primos “Felipe e Matheus”.
Em especial, aqueles que me deram o dom maior, a vida! Que me ensinou os maiores valores da pessoa humana. Obrigada Papai “Orlando” e mamãe “Selma”, pelo enorme amor e paciência que tens me dedicado durante todos esses anos. Agradeço a Deus todos os dias por ter sido abençoada em tê-los como meus pais. Papai você só teve o ensino Fundamental e mesmo assim graduou todas as suas três filhas e sua esposa, hoje esse certificado é seu!
LEMOS, Cíntia Aparecida Alves. Amamentação e a relação benéfica no desenvolvimento estomatognático de bebês, bem como seus componentes e funções. 2017. Número total de 90 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Odontologia Bacharelado – Universidade Anhanguera – Campus Marte, São Paulo, 2018.
RESUMO
Esse trabalho visa demonstrar os benefícios da amamentação, relacionados ao desenvolvimento do sistema estomatognático dos bebês com objetivo de elucidar a importância da amamentação descrevendo as consequências do desmame precoce e apontando a atuação do cirurgião dentista na prática do incentivo do aleitamento materno. Temos com objetivo geral, revisar a literatura e discussões de artigos científicos sobre os benefícios do aleitamento materno, prejuízos relacionados ao desmame precoce e quais ações sócio-educativas os cirurgiões dentistas necessitam esclarecer e orientar mulheres, gestantes e nutrizes, assim comprovando através de evidências científicas o grande benefício em um contexto geral do aleitamento materno futuramente aos bebês, e em especial ao Sistema Estomatognático. Esse trabalho será baseado em livros, revistas especializadas, artigos e periódicos científicos, teses, dissertações, no período dos últimos dez anos.
Palavras-chave: “Benefícios da amamentação”; “Desenvolvimento do sistema estomatognático”; “Prejuízos referente ao desmame precoce”; “Ações sócio-educativas”.
LEMOS, Cíntia Aparecida Alves. Breastfeeding and the beneficial relationship in the stomatognathic development of infants, as well as their components and functions. 2017. Número total de 90 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Odontologia Bacharelado – Universidade Anhanguera – Campus Marte, São Paulo, 2018.
ABSTRACT
This work aims to demonstrate the benefits of breastfeeding related to the development of the stomatognathic system of infants with the objective of elucidating the importance of breastfeeding by describing the consequences of early weaning and pointing out the performance of the dental surgeon in the practice of encouraging breastfeeding. We have, with general objective, to review the literature and discussions of scientific articles on the benefits of breastfeeding, damages related to early weaning, and what socio-educational actions dental surgeons need to clarify and guide women, pregnant women and nursing mothers, as evidenced by scientific evidence the great benefit in a general context of breastfeeding in the future for babies, and especially the Stomatognathic System. This work will be based on books, journals, scientific articles and journals, theses, dissertations, in the period of the last ten years.
Key-words: "Breastfeeding benefits"; "Development of the stomatognathic system"; "Losses related to early weaning"; "Socio-educational actions".
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Benefícios do aleitamento materno	19
Figura 2 – Reflexos do bebê em procura para amamentação	20
Figura 3 – Ordenha do bebê ao seio materno	22
Figura 4 – Ciclo de sucção completa23
Figura 5 – À hora mágica – O contato pele a pele na primeira hora de vida	25
Figura 6 – Mecanismo motores bucais	26
Figura 7 – Pega de forma adequada	26
Figura 8 – Sistema estomatognático	28
Figura 9 – Retrognatismo mandibular presentes nos bebês ao nascerem	29
Figura 10 – Vantagens da Amamentação e formação facial do bebê	30
Figura 11 – Fatores predisponentes da doença cárie	33
Figura 12 – Correta forma em abocanhar o peito....	38
Figura 13 – Ordenha manual....................................................................................38
Figura 14 – Oferta do leite materno além do peito....................................................39
Figura 15 - Banco de Leite Humano..........................................................................39
Figura 16 – Mastite	40
Figura 17 – Mastite	41
Figura 18 – Hábitos parafuncionais	42
Figura 19 – Respirador Bucal	43
Figura 20 – Fotografia facial e intrabucais de criança classe II de Angle	45
Figura 21 – Modelos iniciais da criança mencionada na figura anterior	45
Figura 22 – A. Radiografia cefalométrica de perfil e B. Traçado cefalométrico inicial da criança mencionada na figura 18	46
Figura 23 – Radiografia panorâmica inicialda criança mencionada na figura 20	46
Figura 24 – Hábitos de sucção não nutritivos	48
Figura 25 – Mordida aberta anterior	48
Figura 26 – Mordida cruzada posterior	49
Figura 27 – Mordida cruzada posterior	49
Figura 28 – Mordida profunda anterior	49
Figura 29 – Hábito bucal na fase uterina	50
Figura 30 – Deformação óssea originada pela chupeta	51
Figura 31 – Alguns hábitos que suscitam deformações oclusais	52
Figura 32 – Diversas posições para uma adequada amamentação	62
Figura 33 – Posição confortável do bebê para mamar	62
Figura 34 – Liberação do peito com a utilização do dedo mindinho	63
Figura 35 – Posição correta para o bebê arrotar	63
Figura 36 – Se o bebê está mamando bem	64
Figura 37 – Reflexos de sucção	65
Figura 38 – Adaptação entre mãe e o bebê (PEGA)	66
Figura 39 – Adaptação entre mãe e bebê (PEGA)	67
Figura 40 – Higienização com utilização de gaze	73
Figura 41– Introdução da escova dental	73
Figura 42 – Higienização com a utilização da dedeira	74
Figura 43 – Criança segurando sua escova dental	74
Figura 44 – Quantidade ideal de dentifrício por idade	75
Figura 45 – Iniciação do fio dental na presença de contato entre os dentes	76
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ATM	ArticulaçãoTêmporo Mandibular
BCG	Bacillus Calmette-Guérin (vacina)
BVS	Biblioteca Virtual de Saúde
CD	Cirurgião Dentista
CPO - D	Número médio de Dentes Cariados, Perdidos, Restaurados (Obturados)
FIG	Figura
G	Grama
HBIG	Hepatitis B Immunoglobulin
HCV	Vírus da Hepatite C
HIV	Vírus da Imunodeficiência Humana
HTLV I	Vírus T - linfotrópico humano I
HTLV II	Vírus T – linfotrópico Humano II
OMS	Organização Mundial da Saúde
PPD	Protéico Purificado (teste de tuberculose)
RN	Recém-nascidos
SE	Sistema Estomatognático
4
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	13
2.	leite materno e a amamentação	15
3.	consequência do desmame precoce	36
4.	A atuação do cirurgião dentista na prática e incentivo do aleitamento materno	58
5.	CONsiderações finais	78
6.	REFERÊNCIAS	81
1. INTRODUÇÃO
O leite materno é considerado como o alimento mais adequado para as crianças nos primeiros anos de vida, uma vez que, é um alimento importante para o crescimento e desenvolvimento, ricoem nutrientes necessários para suprir as necessidades nutricionais dos bebês. Assim, não há necessidadeda ingestão dequalquer alimento sólido e até mesmo a água, durante os seis primeiros meses de vida, pois o mesmo fornece uma ação de imunização e proteção referente a variadas doenças. A amamentaçãofortalece ainda, ovínculo afetivo entre mãe e filho, compartilhados através de trocas de sentimentos de amor e carinho, uma ferramenta importantíssima para o desenvolvimento psicoafetivo do bebê, auxiliando – o a se adequar ao novo mundo. 
O aleitamento materno é considerado como o mais perfeito e essencial exercício ortopédico que se pode oferecer para o desenvolvimento dentofacial, com inúmeros benefícios: promove uma oclusão dentária harmoniosa e futuramente uma correta mastigação, leva ao equilíbrio neuromuscular dos tecidos que são envolvidos pelo aparelho mastigatório,e, auxilia na prevenção da principal doença bucal em crianças, a cárie dentária.
Na atualidade, o Cirurgião Dentista como profissional da área da saúde e com o objetivo fundamental em prevenir e promover saúde, precisa se atualizar e buscar estratégias que o diferenciem como profissional. Desta forma, um dos seus principais papéis é refletir em como orientar, educar e acompanhar mulheres, gestantes e nutrizes, evidenciando os benefícios do aleitamento materno para que os bebês apresentem o desenvolvimento harmonioso das estruturas estomatognáticas? E, assim, consequentemente esclarecendo todos os malefícios causados pelo desmame precoce, prejuízos causados pelos bicos artificiais e orientando como realizar a adequada higiene oral dos seus bebês. 
Neste sentido o presente trabalho tem como objetivo identificar, através de estudos de revisão de literatura,os benefícios advindos do aleitamento natural ao sistema estomatognático (SE) do bebê. Os objetivos secundários são descrevera importância do aleitamento materno exclusivo; apresentar as consequências bucaisdo desmame precoce, e pontuar a atuação do cirurgião dentista na prática do incentivo do aleitamento materno, e assim, sendo corresponsáveis por uma geração mais saudável.
	Para realização deste trabalho foram feitas buscas de trabalhos publicados nos últimos dez anos, cujos procedimentos metodológicos incluíram revisão bibliográfica narrativa das literaturas de odontopediatria, pediatria e ortodontia, levantamentos bibliográficos de publicações científicas das bases de dados pertencentes à Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), acessados via portais: Bireme, GoogleAcadêmico, LILACS, MEDLINE, PubMed e SciELO. Para as buscas nos bancos de dados foram utilizados os seguintes descritores isoladamente ou/e em combinação: amamentação, aleitamento materno, aleitamento natural, desenvolvimento orofacial, hábitos, má – oclusão ou oclusopatias, saúde bucal, saúde pública, sucção e sistemas estomatognáticos,importância do leite materno e amamentação.
2. leite materno e a amamentação
O aleitamento materno exclusivo ao longo da história do homem tem sido a forma básica de sobrevivência da espécie ou como Uva (2011) sugere, o “(...) combustível da vida”.Cada mamada representa uma vacina para o bebê, fornecendo todos os nutrientes e proteções, desenvolvendo estruturas ósseas, psicológicas e neurológicas. Muito mais que um conjugado de nutrientes, com atividades protetoras e imunomoduladoras, o leite materno está singularmente adaptado a total necessidade do bebê (ANTUNES et al., 2008).
O leite materno promove um efeito protetor às diferentes infecções que são comuns durante a infância, e devido à presença de imunoprotetores o risco de desidratação diminui e desenvolve também uma importante conexão afetiva entre mãe e filho (CORRÊA, 2011).
Segundo Silva et al., (2013) o leite materno não é apenas um simples líquido, e sim, um dos pilares fundamentais para o crescimento e desenvolvimento do bebê, um líquido vivo, completo, excelente e complexo, composto por mais de cem elementos, que o torna ricamente nutritivo, uma completa fonte de anticorpos e um grande contribuinte para o desenvolvimento psicológico saudável produzindo, o início as relações afetivas e prazerosas do bebê. Indispensável para o desenvolvimento do cérebro, ele fornece gordura que facilmente é absorvido, sendo também responsável pela condução dos hormônios lipossolúveis, vitaminas e ácidos. Nele estão presentes células vivas como macrófagos, linfócitos, assim como grande número de hormônios, como melatonina, prolactina, gonadotrofinas, eritropoietina, esteróides, tiroxinas, assim como uma grande variedade de fatores ativos biológicos como IgA, B12 e lactoferrina e a lactose como grande fonte de carboidratos facilmente digeridopelo bebê. A água é o componente de maior quantidade, o que leva a hidratação do bebê, eliminando por via dérmica ou pulmonar o calor, e regulando sua temperatura. O colostro, que é o primeiro leite produzido pela mãe, possui menores quantidades de lactose e gordura e uma maior quantidade de proteínas, determina a flora bífida do trato digestivo, fazendo a extrusão do mecônio, assim protegendo o bebê recém-nascido por ser rico em anticorpos, protegendo-o das bactérias e vírus que podem permanecer presentes na via do parto ou por relação humana. De forma geral, encontra-se 88% de água, 40% a 50% do total calórico proveniente da gordura, 55% de gordura, 37% de carboidratos e 8% de proteínas no leite materno (SILVA et al., 2017).
Segundo o Ministério da Saúde (2015) a amamentação é a mais adequada e aconselhada habilidade de conexão, proteção, afeição, nutrição para o bebê e estabelece a mais eficaz, sensível e econômica influência para a diminuição da mortalidade infantil. 
O aleitamento materno na espécie humana não é uma ação simplesmente instintiva abrange um procedimento de intensa aprendizagem entre mãe e filho, e o sucesso dependerão do desejo da mãe em amamentar, de informações, tradições e cultura da mulher e apoio dos familiares (ALVES; MOULIN; SANTOS, 2017).
No Brasil, um dos principais argumentos para incentivar e motivar mulheres a amamentar seus bebês,compara oleitematerno com o leite industrializado, quepossui grande superioridade nutricional, está pronto, não tem custo e pode ser oferecido ao bebê em qualquer momento.
O leite materno relaciona-se tanto nos aspectos emocionais dos bebês, quanto aos aspectos psicológicos como o desenvolvimento de sua personalidade, uma vez que é perceptível que crianças amamentadas no seio materno tendem a ser mais tranquilas e com maior facilidade de socialização quando criança (ALMEIDA et al.,ANTUNES et al.,2008). 
O perfeito encaixe do bebê no seio materno da mãe no ato da amamentação representa o cumprimento da função de um cordão umbilical externo, assim a mulher ao amamentar sente-se reconfortada em sua competência de prosseguir gerando vida através do alimento que nasce do seu próprio corpo (ANTUNES et al.,2008).
A ação de amamentarpossibilita forte ligação entre filho e mãe, estimulando sentidos e pele. Principalmente por existir carinho e muito amor, pois o bebê tem suas necessidades nutricionais satisfeitas, sentimento da paz, conforto e o prazer de estar sendo acariciado e acalentado nos braços de sua mãe, ouvir sua voz, perceber seus embalos e sentir seu cheiro. Percepções essas que promovem conexão natural compensando a separação pós-parto (ALMEIDAet al.,2008).
A criança se alimentada unicamente através do leite materno, seja diretamente do seio ou ordenhado e disponibilizado preferencialmente em copos, e não recebendo nenhum outro tipo de alimento sólido ou líquido, exceto medicamentos, minerais e vitaminas, o mesmo é considerado completo (CARRASCOZA etal., 2011; SANCHES et al., 2011).
De acordo com Brito(2010), aleitamento materno é uma ação respeitável para a promoção da saúde e prevenção, sendo um instrumento de fundamental utilidade e de baixo custo, e benéfico para o crescimento e desenvolvimento salubre das crianças, sendo assim o profissional de saúde, especialmente o cirurgião dentista podem ser autores de políticas públicas que propiciem e contribuam com informações a prática do aleitamento materno e as relações com a saúde bucal.
A OMS (2017) recomenda e aconselha o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida, podendo se estender por dois anos de idade ou mais, vez que durante os seis primeiros meses o bebê não deve ser alimentado por água, chá, sucos ou quaisquer outros tipos de líquidos que não seja o leite materno, sendo orientada a complementação após o sexto mês com alimentos pastosos e sólidos.
Bervian, Fontana e Caus (2008), relatam que a região bucal é a primeira nascente de prazer e uma das primeiras de comunicação, iniciando assim o contato recém-nascido com o mundo. Ao ato de sugar o leite materno o bebê se satisfaz e acalma, e em relação ao lado emocional é promovido durante a amamentação o primeiro contato social do bebê concebendo um fator psicológico apreciável.
Segundo Corrêa (2011), a boca é um órgão de grande importância para o recém-nascido, por ser muito sensível e proporcionar ao mesmo, sensações de prazer e desprazer onde se inicia seu primeiro contato com o mundo. Por isso, considera-se que a amamentação é uma ligação de ternura que deve satisfazer as duas “fomes” da criança: o leite que supre as suas necessidades corporais (biológica) e a afetiva de se sentir acolhido e querido.
É muito importante distinguir e utilizar as definições de aleitamento materno preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2007a). Portanto, o aleitamento materno costuma ser qualificado em: 
Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe apenas o leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem que haja a introdução de quaisquer outros tipos de líquidos ou sólidos, com ressalva apenas de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos;
Aleitamento materno predominante – quando a criança além de receber o leite materno, também é oferecida a mesma água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais;
Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), mesmo que independentemente possa receber ou não outros alimentos;
Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, algum outro tipo de alimento sólido ou semi-sólido com o intuito de complementá-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar;
Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe além do leite materno, também outros tipos de leite.
A amamentação vem se destacando como uma respeitável ação de promoção da saúde e prevenção de uma série de agravos para o bebê, mãe e família, tornando-se uma ferramenta das mais úteis e de baixo valor que se pode empregar para o crescimento e desenvolvimento saudáveis dos bebês (BRITO, 2010).
A prática da amamentação proporciona benefícios não apenas para o bebê, mas também para a mãe diminuindo casos do câncer de mama, melhor involução no período pós-parto, age como contraceptivo natural, emagrecimento muito mais rápido e protege-a contra anemia.
Para que se possam atingir resultados positivos devem ser realizados processos educacionais que estabeleçam mudanças e acompanhamentos das famílias, incluindo sua participação como membro fundamental no avanço da ação educativa, com o objetivo primordial de fortalecer hábitos saudáveis às crianças (PÁDUA, 2007).Atualmente vem sendo um grande desafio expandir a adesão da prática do aleitamento materno em todas as suas formas, principalmente a exclusiva (PÁDUA, 2013).
Reconhecendo que aleitamento materno, embora seja um ato natural, ainda é um problema exposto, onde pode proporcionar excessos de dificuldades a sua pratica, sendo assim, as mães carecem de informações corretas e apoio emocional para que se conquiste o sucesso na amamentação e, se orientadas corretamente tendem a amamentar melhor e durante mais tempo (BRASIL, 2008).
O Ministério da Saúde (2007) deixa claro que não existe leite fraco, e sim uma rápida digestão.Sendo assim, incentivar e promover a amamentação são ações que devem envolver a promoção de saúde no âmbito da educação básica e, sobretudo em especial os cirurgiões dentistas que podem e devem contribuir com orientações e informações no sentido das relações entre a amamentação e os benefícios a saúde bucal.
A amamentação é a mais perfeitafonte de nutrição para os recém-nascido,protege contra distintas doenças agudas e crônicas, contendo anticorpos da mãe que incidem para o bebê, sendo assim, considerado um dos pilares fundamentaispara a promoção e proteção da saúde das crianças, oferecendo benefícios que auxiliam no seu crescimento e desenvolvimento (DEL CIAMPO, 2008).
Figura 1 - Benefícios do Aleitamento Materno
 FONTE: http://cosemspb.org/a-importancia-da-amamentacao/
O aleitamento materno é questão essencial para que ocorra a garantia da saúde e do desenvolvimento da criança conforme demonstra naFig. 1, além de ser a atuação que ocasionalmente tem maior índice de acometimento na diminuição da mortalidade infantil. Demonstrado através do aperfeiçoamento de três respeitáveis pilares levantados sob a visão da proteção, da promoção e do apoio infinito e reforçado à mulher, que se inicia da gestação. Começar bem a vida é essencial, vez que, tal fato só pode ocorrer se houver qualidade adequada para o exercício da alimentação saudável acompanhada pela afetividade e pelo bem-estar, harmonizados pela amamentação. São inúmeros, evidentes e inquestionáveis os benefícios para o bebê, sua mãe, a família e a sociedade (CYPEL, 2013).
2.1 MECANISMOS DE SUCÇÃO
Os bebês recém-nascidos necessitam que seus OrgãosFonoarticulatórios e as funções exercidas por eles sejam desenvolvidas, este acontece através do mecanismo de sucção na mama, onde o bebê por sua vez, deve sugar de forma harmônica, com eficácia, sustentação e ritmo.
Para se compreender o mecanismo de amamentação é necessário perceber a anatomia oral do bebê e a influência de diversas estruturas do organismo. O bebê apresenta a mandíbula em relação distal relativamente à maxila, esta diferença varia de 0 a 8 mm, sendo em média 2,5 mm para o gênero feminino e 2,7 mm para o masculino. Nos recém-nascidos, os movimentos mandibulares são pequenos, apenas no sentido ânteroposterior, devido ao pequeno desenvolvimento do côndilo mandibular e da cavidade glenóidea (NETO et al., 2009).
A amamentação inicia-se com o mecanismo de sucção e com o reflexo de procura, como demonstra naFig. 2. Esse reflexo é um precursor para a pega correta, pois, quando os lábios ou as bochechas são estimulados, a criança move a sua face em direção ao estímulo, ocorre abertura da boca e protrusão da língua, bem como, o lábio inferior deve estar ligeiramente invertido, possibilitando que a língua avance até a linha da gengiva.
Figura 2 – Reflexos do Bebê em procura para amamentação
FONTE: Adaptado Levy e Bertoló(2012).
O ato da sucção é essencial para o desenvolvimento do bebê, e é avaliado que até aos 36 meses a sucção faz parte do desenvolvimento da criança, promovendo o estímulo da musculatura e o desenvolvimento dentofacial. Após esta, a sucção é apresentada como algo nocivo à criança, originando a ela problemas relacionados com o desenvolvimento ósseo da face (SANTOS et al., 2009).
Santos et al. (2009), relatam que os hábitos de sucção dependem da sucção oral instintiva para se gerar de forma adequada. É considerado um reflexo inato que se modifica em função primária do sistema estomatognático, primeiramente um reflexo simples e rítmico (PERIOTTO, 2009). Esta ação fisiológica acontece em todas as crianças até aos dois anos, conforme a sua necessidade individual e do desenvolvimento social.
Desde o período embrionário, o feto organiza – se para desempenhar as atividades de chorar, deglutir, respirar e sugar, juntamente provido dos reflexos orais, que asseguram nessa fase inicial de desenvolvimento sua alimentação, e proporciona peculiaridades anatômicas diferenciadas, que promoverão a alimentação no período neonatal.
Bervian, Fontana e Caus (2008) relatam que:	
“O feto apresenta reflexo de sucção a partir da trigésima segunda semana de gestação, estando preparado neurologicamente para o sucesso da amamentação. A sucção é a primeira função do sistema estomatognático, sendo uma ação neuromuscular. Qualquer problema no sistema nervoso central e nas vias de transmissão pode acarretar anomalias de sucção com consequente desnutrição”.
Ao nascerem, os bebês apresentam retrognatismo mandibular secundário em relação à maxila, na proporção entre 8 a 12 mm, esse retrognatismo deve ser anulado entre seis meses a um ano de vida do bebê (período de erupção dos primeiros dentes decíduos), por meio do desenvolvimento mais proeminente da mandíbula para que se institua uma perfeita oclusão dos dentes decíduos. 
 Durante o ato da amamentação, o recém-nascido ordenha o seio maternoconforme demonstra na Fig. 3e através dos lábios detecta o mamilo, obtendo o selamento hermético conhecido como mecânica fisiológica do aleitamento.
Figura 3 – Ordenha do bebê ao seio materno
FONTE:http://alimentacaointeligente.com.br/como-ter-sucesso-na-amamentacao/
O mecanismo de sucção conforme apresenta naFig. 4 durante a amamentação estimula-se quando os receptores táteis dos lábios do bebê encontram o mamilo levando os músculos labiais (orbicular dos lábios e controladores da comissura) a contraírem-se seguramente em volta do mamilo, ocorrendo um selamento hermético. O colo do mamilo é o primeiro a ser comprimido, entre o rebordo gengival superior e a ponta da língua, cobrindo o rebordo gengival inferior com uma depressão da mandíbula e da língua, o que promove o trabalho dos músculos linguais. Esses fenômenos indicam uma pressão negativa na boca do lactente. Concomitantemente a essas ocorrências acontecem à movimentação mandibular. Quando a mandíbula abaixa, o mamilo atinge um comprimento triplicamente maior, período em que a sucção é desempenhada por diminuição da pressão intrabucal, que se torna negativa. Na sucção a língua proporciona ondulações rítmicas na sua superfície, do sentido anterior para o posterior. A pressão intrabucal não é auto-suficiente para a descida do leite; sendo assim, é imprescindível a contração das estruturas glandulares encontradas no término dos ductos (ou canais) onde será produzido e armazenado o leite. Deste modo, os reflexos de sucção e de aleitamento, independentes e simultâneos, colaboram o fenômeno de sucção do leite materno. A deglutição pode incidir em períodos variáveis, após uma, duas ou três sucções, sendo esse ritmo controlado pelos centros reticulares (sistema nervoso central). Quando o leite se acumula no dorso da língua, eleva-se o palato mole, de modo que a úvula se projeta no sentido da parede posterior da faringe e a superfície superior contacta os nódulos linfóides da faringe posterior. O bolo lácteo é orientado para a faringe inferior pelas amígdalas palatinas, as quais norteiam o fluxo de deglutição (BERVIAN; FONTANA; CAUS, 2008).
Figura 4 - Ciclo de sucção completo
Pressão negativa na cavidade oral
Pressão positiva da língua contra o bico (mamilo e auréola)
Movimento peristáltico da língua ao longo do bico
FONTE:Mannelet al. (2011).
Segundo Marmet e Shell, Woolridge, McBride e Danner e Smith et al., (cit. In.Riordan e Wambach, 2009), a sucção funcional durante a amamentação ocorre da seguinte maneira: 
O mamilo, a sua aréola circundante e o tecido mamário subjacente são introduzidos profundamente na boca do recém-nascido, formando um selamento com os lábios e bochechas deste. 
A região anterior da língua do recém-nascido é mantida atrás do lábio inferior e sobre a gengiva inferior enquanto o resto da região anterior da língua abraça a aréola da mama. 
Durante a amamentação, o mamilo materno altamente elástico alonga cerca de duas a três vezes (em relação ao comprimento na fase de descanso), promovido pela sucção criada pela boca do recém-nascido. O mamilo estende-se assim até a região posterior da língua, próximo da junção do palato duro com o palato mole. Relativamente à sua base, o palato é mantido entre a gengiva superior e a língua que cobre a gengiva inferior. De salientar que o mamilo e o tecido areolar sofrem mudanças extensivas durante o ciclo de sucção. A mandíbula move a língua para cima, comprimindo a aréola materna contra o rebordo alveolar do recém-nascido. 
À medida que a porção anterior da língua levanta a região posterior desta baixa e retrai num movimento de ondulação ou peristáltico, formando um sulco que canaliza o leite paraa região posterior da cavidade oral, estimulando, desta forma, os receptores que iniciam o reflexo de deglutição. Este movimento de recuo produz uma pressão negativa, comparado a um êmbolo justo às paredes de uma seringa. 
Se o volume de leite segregado for suficiente para promover a deglutição, a região posterior da língua é elevada e pressionada contra a parede faríngea posterior. O palato mole levanta e fecha completamente a passagem nasal.Em seguida, a laringe move-se para cima e para frente, para fechar a traquéia, propulsionando o leite para o esôfago. Posteriormente, a laringe retorna à sua posição inicial. 
O recém-nascido abaixa a mandíbula e dá-se início a um novo ciclo. Desta maneira é criado um ritmo por meio da sequência de movimentos verticais da mandíbula e pela depressão e elevação da região posterior da língua. Cada movimento de sucção é seguido de um movimento de deglutição. O aleitamento materno exclusivo proporciona estímulos fisiológicos, os quais ofertam de maneira harmoniosa o crescimento e desenvolvimento do SE. 
Segundo Bervian (2008) a fisiologia da sucção incide por meio da sensibilidade que o bebê apresenta ao sentir com os lábios o mamilo da mãe até o período em que o mesmo comete a deglutição do leite materno. Uma série de receptores táteis presentes nos lábios do bebê detectam o bico e induzem os músculos labiais a se contraírem constantemente em torno do mamilo materno, diferenciando um selamento ideal. O colo do mamilo é o primeiro a ser contido, entre o rebordo gengival superior e a ponta da língua da criança, cobrindo o rebordo gengival inferior com uma depressão da mandíbula e da língua, o que promove o trabalho conjunto dos músculos linguais. Esses fenômenos criam uma pressão negativa na boca do lactente.
Amamentar é um ato de carinho, união e amor entre mãe e filho, um momento mágico, conforme demonstra na Fig. 5onde aspectos emocionais estão extremamente conectados, é aconchego externo que antes era interno, não é apenas um ato de nutrição, vai muito além do alimentar apenas no aspecto fisiológico, é o primeiro contato da vida dele onde a sucção se torna uma grande fonte de prazer, onde ele encontra seu relaxamento e descanso até que chegue ao sono.
Figura 5 - À hora mágica – O contato pele a pele na primeira hora de vida.
FONTE: http://www.aleitamento.com/amamentacao/conteudo.asp?cod=1892
Os recém nascidos saudáveis para extraírem o leite materno da mama possuem três mecanismos motores bucaisconforme demonstrado na Fig. 6, dispersos que compreendem: a remoção do leite através da contração e relaxamento rítmicos dos músculos da boca; a criação de um espaço parcial dentro da boca, ou uma pressão intrabucal negativa (conhecida como sucção) e a compressão do mamilo em movimentos regulares da língua desde a base até o ápice do mamilo, tudo isso acontecendo numa exclusiva variável coletiva que é quando o bebê está com fome no início da mamada. Ao satisfazer – se parcialmente da fome, o bebê, acordado, permanece a mamar apenas pela compressão periódica do mamilo, vez que, os outros componentes desaparecem, assim a frequênciamédia dos movimentos de sucção não se modificam, o reaparecimento dos outros componentes se dão através das alterações espontâneas ou provocadas, sem alterar a frequência média da sucção. 
Figura 6 – Mecanismo motores bucais
FONTE: http://alimentacaointeligente.com.br/como-ter-sucesso-na-amamentacao/
Para obtenção da nutrição do bebê, o reflexo de sucção conforme mostra na Fig. 7é fundamental, especialmente após seu nascimento, vez que, este se realizado de forma adequado é capaz de originar através de sua atividade muscular um apropriado desenvolvimento do SE.
Figura 7 – Pega de Forma Adequada
FONTE: http://alimentacaointeligente.com.br/como-ter-sucesso-na-amamentacao/
Corrêa (2011) descreve que o primeiro estímulo para o crescimento e desenvolvimento mandibular do bebê se dá através da amamentação ao seio materno, onde exclusivamente ao ato da ordenha do leite as articulações temporomandibulares recebem uma excitação bilateral e simultânea durante os movimentos exercitados pela mandíbula de propulsão e retrusão.
Além de todos os benefícios mecânicos aos bebês o ato de sucção é de muita importância para seu desenvolvimento psicológico, pois mesmo estando satisfeito e plenamente alimento, o bebê continua sugando o seio materno para satisfazê-lo em sua necessidade psicológica.
Araújo (2007) através de seus estudos relata que a precisão fisiológica de sucção deve ser considerada até os primeiros seis meses de vida do bebê, podendo ser prolongada até os três primeiros anos de vida, dependendo do desenvolvimento da criança, assim não existe um período exato para que a sucção seja avaliada normal, para o desenvolvimento do SE e crânio facial.
A amamentação, no aspecto odontológico e da função mastigatória, beneficia o desenvolvimento dos tônus musculares imprescindíveis à utilização quando da vinda da primeira dentição, gerando o desenvolvimento ântero – posterior dos ramos mandibulares e a escultura do ângulo mandibular (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2017).
2.2AMAMENTAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
O aleitamento materno é um estímulo essencial para o desenvolvimento adequado das funções bucais, sendo considerado como uma condição primordial de saúde bucal. Exclusivamente a sucção no peito materno é hábil de originar o exercício muscular que beneficia o adequado desenvolvimento do sistema estomatognático, iniciando também o estímulo para o crescimento mandibular. É também condição de prevenção da Síndrome do Respirador Bucal por constituir a adequada relação entre as estruturas moles e duras do sistema estomatognático consentindo uma adequada respiração, além da apropriada tonicidade e postura da língua e dos lábios (TOLLARAet al., 2009).
O desenvolvimento do sistema estomatognático abrange fatores bastante complexos iniciando sua formação e maturação já na vida intra-uterina. O desenvolvimento da futura face e região do pescoço ocorre até a quarta semana de gestação. O desenvolvimento da língua dá-se na quarta semana e na oitava semana há diferenciação das papilas gustativas. Sabe-se que da oitava à décima segunda semana o feto obtém os movimentos de abrir e fechar a boca e na vigésima semana ele jáprotrui os lábios (PERIOTTO, 2009).
A amamentação natural tem total influencia ao desenvolvimento do aparelho estomatognático fornecendo inúmeras vantagens a este sistema.Onde o SEapresentado na Fig. 8 é constituído por estruturas como ossos fixos da cabeça, o hióide e o externo; a mandíbula; os músculos faciais, da deglutição e mastigação; as articulações temporomandibulares (ATM) e dentoalveolares; os dentes e tecidos anexos; o sistema vascular que dependem do sistema central e periférico. A inter-relação destas estruturas, estrutura peculiar e eficaz da cavidade oral, consente o desempenho das funções estomatognáticas como: sucção, deglutição, respiração e mastigação. E dentre estas, Periotto (2009) também considera ainda fonação, expressão facial e postura (mandíbula, língua e hióide) como funções relacionados a este sistema.
Figura 8 – Sistema Estomatognático
 FONTE: http://melkenenlaciencia.blogspot.com.br/2010/11/el-sistema-digestivo.html
Através do aleitamento materno é oferecido ao bebê o indispensável exercício ao desenvolvimento do SE, paralelamente com a atuação dos músculos mastigatórios que estréiam seu posicionamento e maturação (CASAGRANDE et al., 2008).
Durante o ato da amamentação são promovidos estímulos fisiológicos dos quais contribuem ao desenvolvimento e crescimento doSE, vez que, o mesmo se encontra em exercício constante que o permite estar efetivamente beneficiando o bebê. Para a sucção do leite o bebê apreende o mamilo da mãe e nesse momento músculos mastigatórios como: temporal, pterigóideo lateral, miliohiódeo, estréiam seu posicionamento e amadurecimento. A língua estimula o palato, pois impede inquietações que possam ser desempenhadas pelos bucinadores, assim permitindo que o mamilofique entre o dorso da língua e o maxilar, realizando assim movimentos com a mandíbula, assim conseguindo seu conteúdo lácteo e deglutindo-o, sem que solte o mamilo através do dorso da língua, pressiona-o contra a papila incisiva, possibilitando que o leite caminhe sobre o dorso da língua em direção a região orofaringe. O obicular dos lábios favorece o desenvolvimento e crescimento da região anteriordo sistema estomatognático. O desenvolvimento ósseo incide unido com a movimentação muscular, portanto a amamentação é caracterizada pelo estímulo de totais estruturas bucais, como lábios, bochechas, língua, músculos e ossos da face. Através destes movimentos o retrognatismo mandibular apresentados nos bebês conforme demonstrado naFig. 9 ao nascerem devem ser corrigidos até a época da erupção dos primeiros dentes. Movimentos esses que na prática são alcançados através da repetição frequente no ato da amamentação, onde o bebê desempenha movimentos de retrair e avançar a mandíbula, propiciando o desenvolvimento muscular e esquelético facial. Com o tempo esse exercício sucedido constantemente, demonstra no alcance de uma boa oclusão. Ao mesmo período, o estímulo do crescimento da mandíbula proporcionará um bom desenvolvimento dos órgãos fonoarticulatórios e uma favorável harmonização facial.
Figura 9 – Retrognatismo mandibular presente nos bebês ao nascerem
FONTE: http://www.pictame.com/media/1331388689825589226_3132372700
Durante a amamentação, no ato de sucção o bebê realiza continuamente um exercício físico que promove o desenvolvimento da musculatura e ossatura bucal, favorecendo assim vantagens de um desenvolvimento facial harmoniosoconforme mostrado na Fig. 10. Neste momento as estruturas como seio maxilar se desenvolvem para a respiração e fonação, acontece também o desenvolvimento do tônus muscular e o crescimento ântero-posterior dos ramos mandibulares, anulando assim o retrognatismo mandibular que os bebês apresentam. Além de todos esses benefícios há o impedimento de alterações no sistema estomatognático, a saber: prognatismo mandibular, musculatura labial superior hipotônica, musculatura labial inferior hipertônica, atresia do palato, interposição de língua e atresia do arco superior e evitando maloclusões, como mordida cruzada posterior, mordida aberta anterior e aumento de sobressaliência (ANTUNES et al., 2008).
Figura 10 – Vantagens da Amamentação e Formação Facial do Bebê
FONTE: http://odontoshopbutanta.com/tag/amamentacao/
A amamentação natural permite a atividade indispensável ao desenvolvimento do sistema estomatognático, vez que, nessa etapa os músculos mastigatórios iniciam o seu amadurecimento e desenvolvimento. A língua, em contato com o palato duro, impede possíveis alterações no músculo bucinador e o orbicular dos lábios orienta o crescimento e desenvolvimento da região anterior (BERVIAN; FONTANA; CAUS, 2008).
Na visão funcional, os movimentos executados durante a amamentação natural originam a movimentação de cerca de vinte músculos orofaciais, como, abaixamento, protusão, elevação e retrusão da mandíbula, através da ação dos músculos pterigóideo lateral e medial, masséter, temporal, digástrico, génio-hioideo e milo-hioideo. Sendo assim, são evidentes os benefícios relacionados a amamentação natural, onde o ato previne a ocorrência de diversos prejuízos futuros aos bebês como, a síndrome do respirador bucal, além de prevenir o desenvolvimento da deglutição atípica, das más oclusões, das disfunções crânio mandibulares, das alterações na fonação e de patologias do aparelho respiratório (NETO et al., 2009).
É vantajoso o aleitamento materno, vez que, o bebê realiza esforços para adquirir o alimento, bem como das regiões peri e intrabucais. Sempre de forma conjunta e não individualizada para determinada função, o sistema estomatognático desempenha as funções de fala, deglutição, mastigação, respiração e as estruturas que o compõem, sendo assim, qualquer alteração numa dessas estruturas orofaciais podem implicar num desequilíbrio generalizado. A intensa tarefa muscular realizada pelos músculos temporais, masseteres e pterigóideos mediais e laterais, durante a amamentação desempenharão no futuro uma boa função mastigatória dos alimentos duros, além disso, o ato da amamentação se dá como a primeira preleção preventiva da apropriada respiração, vez que, durante o processo das funções orofaciais são perfeitas: lábios fechados, adequada postura da língua, padrão respiratório nasal, o que apóiam corretamente as funções do SE.
Para que ocorra o perfeito desenvolvimento do sistema estomatognático o seio materno permite um necessário exercício fisioterápico e é através do ato da sucção durante a amamentação, que a mandíbula do bebê se posiciona mais anteriormente; alguns músculos mastigatórios como o temporal exerce o movimento de retrusão, o pterigóideo lateral exerce o movimento de propulsão e o milo-hioideo a deglutição, assim dandoinício a seu posicionamento e maturação; nesse momento a língua estimula o palato, prevenindo que as ações dos bucinadores não sejam perturbadoras; e conjuntamente o orbicular dos lábios apresenta-se aptos na orientação do desenvolvimento e crescimento da região anterior do sistema estomatognático, ocorrendo assim, a conexão entre a recepção de estímulos apropriados e as respostas adequadas, que levam ao crescimento e desenvolvimento comuns e eficazes dos componentes do sistema estomatognático (CORRÊA, 2011).
Durante os seis primeiros meses de vida do bebê no momento da amamentação, a musculatura do sistema estomatognático conquistando a tonicidade, garante futuramente, uma perfeita mastigação onde os fatores de sucção, deglutição e respiração se encontram consolidados, e prevenindo a obtenção de hábitos de sucção não-nutritivos. (PIZZOL et al., 2012).
Após o nascimento o desenvolvimento e crescimento do sistema estomatognático tem continuidade com a sucção ao seio materno. O controle motor orofacial do bebê evolui de movimentos variáveis e indiferenciados para um modelo de estabilização, onde se analisam estabilidade e caracterização das suas estruturas. Este equilíbrio será influenciado pela maturação do sistema nervoso, do crescimento músculo-esquelético e dos experimentos sensoriais e motores vivenciados pelos recém-nascidos (NEU et al., 2011).
Medeiros, Ferreira e Felício (2009), apresentam que, das provas vivenciadas pelo bebê a amamentação faz-jus, pois se refere ao início do desenvolvimento pós-natal. Além dos benefícios nutricionais, imunológicos e emocionais, também tem efeito positivo para a fala, pois está intensamente relacionada ao crescimento e desenvolvimento do sistema estomatognático.
2.3O LEITE MATERNO E A DOENÇA CÁRIE
O aleitamento materno deve ser sempre estimulado, pois, as vantagens e benefícios proporcionados ao bebê e a mãe com esse tipo de alimentação natural apresentam grandes evidências.Das doenças orais, a cárie é a mais comumem todas as faixas etárias, bem como a fundamental origem da ausência dentária. Para a quantificação da doença cárie dentária pode-se empregar o índice CPO-D para dentes permanentes, ou ceo-d, para dentes decíduos, que relaciona o número de dentes cariados, perdidos/extraídos e obturados observados num determinado momento, mencionando assim a história da doença da pessoa advertida, ou seja, da sua experiência de cárie (AREIAS et al., 2010).
Conhecida como destruição localizada de tecido dentário rígido com solução ácida de subprodutos de fermentação bacteriana de hidratos de carbono contidos na dieta a cárie é denominada uma doença crônica, infecciosa, complexa e de caráter multifatorial (FONTANA et al., 2010). 
Na presença de microorganismos na superfície dentária, ocorre o desenvolvimento da doença cárie, no entanto apenas a sua simples presença não é suficiente para a doença progredir. Fatores como a higiene oral, hábitos alimentares, composição do biofilme, composição e capacidade tampão da saliva, entre outros, instigam o metabolismo das bactérias sobre os dentes. NaFig. 11são demonstrados os fatorespredisponentes da cárie (ANDERSON et al., 2010). 
Figura 11 – Fatores Predisponentes da doença cárie
FONTE:https://medodedentista.com.br/2012/01/por-que-eu-tenho-caries-e-ele-nao.html
O risco da amamentação exclusiva gerar cárie dentária em crianças é quase nulo. No entanto, o que pode ocorrer é a iniciação precoce de alimentos açucarados na dieta do bebê ou a iniciação de substitutos lácteos que são ricos em sacarose (LEMOS et al., 2012).
Ida et al. (2007), realizou-se um estudo com 1576 crianças norte-americanas com idades entre dois a cinco anos, onde não localizou nenhuma evidência de que a amamentação poderia estar relacionada com o aparecimento de cárie dentária. 
Os minerais que estão presentes no leite materno têm como função contribuírem para a composição do esmalte dentário, que se inicia desde a vida intra-uterina, sendo assim, a probabilidade do surgimento ou desenvolvimento de lesões de cariosas nas crianças amamentadas é muito menor do que aquelas que são alimentadas através de leite artificial em suas mamadeiras. Quando é bem orientado o aleitamento materno retarda a iniciação da sacarose na dieta da criança, evitando a utilização da mamadeira e assim diminuindo as oportunidades do desenvolvimento da cárie.
Segundo Wonget al. (2011) e Santoset al., (2013) mencionam que a doença cárie somente será associada ao aleitamento materno quando o exemplo de consumo oferecer e apontar características como, livre demanda, frequência altiva de mamadas ao dia, extensa duração das mamadas e, sobretudo, mamadas noturnas repetidas, induzindo ao acúmulo de leite sobre os dentes, o qual, associado a diminuição de fluxo salivar e a deficiência de higienização dos dentes, poderia beneficiar a manifestação de lesões cariosas.
Portanto é necessário alertar as mães, gestantes e nutrizes referente ao início da iniciação da alimentação complementar, vez que, esse momento normalmente costuma combinar com a erupção dos primeiros dentes na cavidade bucal, sendo assim é de grande importância que neste momento é fundamental a ação de escovação dentária com dentifrício fluoretado.
Victoraet al. (2016) em estudos relatam que é fundamental que qualquer um dos profissionais da saúde que atendam gestantes, puérperas e bebês, estejam preparados para aconselhamento, sobre a importância do aleitamento materno, a iniciação da alimentação complementar de forma saudável e a higiene bucal, vez que, essas ações fazem parte da prevenção e promoção da saúde. Através desses aconselhamentos o profissional permitirá que mães e crianças, em diferentes fases do seu ciclo de vida, usufruam dos inúmeros benefícios e vantagens que a amamentação pode proporcionar, sendo assim, diminuindo o risco de desenvolver lesões cariosas, que se aponta como o único desfecho adverso associado à amamentação, conforme descrito na literatura.
A higienização dos dentes, antes de dormir, é a mais importante em questão da relação da prevenção da cárie. Enquanto a criança ainda mamar, deve-se praticar a higienização noturna dos dentes após a última mamada, porém se isso não for possível, pode-se realizar a higienização dos dentes antes dessa mamada. Lembrando que a criança só desenvolve lesão cariosa se consumir açúcar contanto a quantidade e a assiduidade de ingestão, assim estando associadas ao risco de cárie.
Segundo Lopes (2008) através de seus estudos, relata que por poupar à iniciação de sacarose na dieta e a transmissibilidade de Estreptococos do Grupo mutans, a mãe obtém com a amamentação exclusiva dos bebês a diminuição ao risco às cáries.
As especificidades dos lipídios do leite materno beneficiam a secreção de saliva, mantendo – se o pH apropriado da cavidade oral, o que também coopera para atenuar a incidência de cáries. A literatura tem mostrado que a amamentação natural exclusiva (sem uso de mamadeira), mesmo depois dos seis meses, amortiza a incidência de cáries, propiciada pelo leite açucarado e outros alimentos adocicados ingeridos (ROCHELLE et al., 2010).
Lemos (2012) através de seus estudos conclui que não existe nenhuma evidência científica que associe o aleitamento materno com a cárie precoce na infância, principalmente quando exclusivo, em virtude da cárie ser multifatorial, o que a torna predisposta a fatores equivocados. Baseado nos resultados encontrados conforme o estudo do ensaio clínico padronizado, que não houve nenhuma evidência entre efeitos vantajosos como prejudiciais do aleitamento materno exclusivo e prolongado em relação à doença cárie (KRAMERet al.,2008). Na revisão de literatura de White (2008) relata que referentes ao aleitamento materno são comprovados muitos benefícios e que referente ao desenvolvimento da cárie ligado ao aleitamento materno não se comprova nenhuma evidência e que os cirurgiões dentistas têm o dever de apoiar o aleitamento materno. Kramer et al. (2009) em um novo estudo observacional do tipo coorte, novamente comprovou nenhuma evidência entre risco ou proteção do aleitamento materno ligado a doença cárie. Já Tianoet al. (2009) realizou um estudo observacional do tipo transversal, onde relata que a prevalência das lesões cavitadas de cárie dentária estão associadas a escolaridade,classificação econômica e a duração de amamentação da mãe para com seu bebê.
Nesse contexto, a grande importância do cirurgião dentista como profissional da saúde e um agente de apoio, tem como dever ser capaz em orientar aos desafios encontrados pela família, integrando no núcleo familiar, sendo competente em guiar às mulheres, gestantes e nutrizes a prática do aleitamento materno exclusivo aos diversos e inigualáveis benefícios nutricionais e psicoafetivos aos bebês, assim como, a promoção de saúde bucal, a forte relação existente entre a amamentação natural e os benefícios ao desenvolvimento do sistema estomatognático, e que a amamentação materna prolongada associada à dieta não cariogênica e higiene oral precoce, reduz a incidência de lesões cariosas nos dentes das crianças.
3. consequência do desmame precoce
A iniciação de qualquer tipo de alimento na dieta de uma criança que, até então, se encontrava em regime de aleitamento materno exclusivo é definido como desmame. Sendo assim, o "período de desmame” é considerado como aquele compreendido entre a iniciação desse original aleitamento até a supressão completa de aleitamento materno, conforme demonstrado na Fig. 12(ARAÚJO et al., 2008).
Segundo Corrêa (2011) o processo de desmame precoce é definido como o trajeto progressivo da alimentação com leite materno para a alimentação com a dieta da família. Considerando que na visão da necessidade nutricional e a maturação fisiológica, no geral, é indispensável fornecer qualquer outro alimento além do leite materno ao bebê antes dos seus seis meses de idade. 
O homem é o único mamífero em que o desmame não é resolvido exclusivamente por fatores genéticos e pelo instinto. A amamentação na condição humana é seguramente influenciada por diversos fatores que podem ser de origem social, cultural, econômica, étnica e comportamental. Atualmente, ao oposto do que aconteceu ao longo da evolução da condição humana, a mulher tem o direito de optar (ou não) pela amamentação e define por quanto tempo irá (ou pode) amamentar. Em algumas ocasiões, as prioridades culturais (não-amamentação, amamentação de curta duração) entram em desordem com a expectativa da condição (em média, dois a três anos de amamentação) (MINISTÈRIO DA SAÚDE, 2015).
Pesquisas apontam que o desmame, ocorre no Brasil, com bebês ainda com seus dois primeiros meses de vida, onde ainda existem números anteriores que provam em bebês com ainda um mês de vida, porém apesar de uma grande melhora, esse tempo está muito distante do ideal (CORRÊA, 2011).
Percebe-se que na maioria dos casos, os alimentos industrializados para lactentes são oferecidos em mamadeiras (AFONSO et al., 2008; FRANÇA et al.,2008), por ser um componente de simples concordância pela criança, e seu preparo, manejo são de ampla concordância sociocultural (ZUANON et al., 2008). Esta, por sua vez, possibilitaque o leite apresente um fluxo intenso, com um trabalho muito menor dos músculos envolvidos na sucção quando comparado com o trabalho muscular realizado durante a amamentação, assim satisfazendo ligeiramente a fome do bebê(BERNARDINO JÚNIOR, 2009; MAHAN, 2010; MOIMAZ et al., 2011) sem que seja necessário muito esforço físico, e em menor tempo, não atendendo assim, sua precisão psicológica do impulso da sucção, fazendo que ele recorra por substitutos de sucção, como o dedo, brinquedos, lábios e chupetas (BERNARDINO JÚNIOR, 2009; MOIMAZ et al., 2011; ZUANON et al., 2008). 
As vantagens que grupos científicos têm encontrado sobre a amamentação, e divulgado na sociedade, parece não ser suficiente ou capaz de reverter à progressiva tendência ao desmame precoce, necessitando que os profissionais da saúde devam estar em constante orientação às mães, mulheres e nutrizes. 
Mesmo sendo biologicamente apontada, a amamentação passou por influências socioculturais, sendo assim, seu exercício vem enfraquecendo e diminuindo universalmente desde o século XX. Perante essas circunstâncias, é recomendada pelas autoridades de saúde em todo o mundo a implantação de políticas públicas e ações que previnam o desmame precoce (BARROS et al.,2009).
Para que se alcance o sucesso do aleitamento em sua plenitude é essencial que as gestantes, mulheres e nutrizes sejam acolhidas e protegidas pelos profissionais de saúde, pois a amamentação não é um ato simplesmente instintivo, no entanto necessita ser estudado e desenvolvido. A deficiência de programas educativos referente ao aleitamento é apontada como condição desencadeante ao desmame precoce (PARIZZOTO; ZORZI, 2008).
No guia dos direitos das gestantes e dos bebês criados pela UNICEF e o Ministério da Saúde (2011) descrevem que os cuidados fundamentais para promover o aleitamento e impedir o desmame precoce são:
· Posicionar o bebê no peito após a primeira hora do parto;
· Alimentar o bebê apenas com leite materno, não oferecendo nenhuma forma de alimentação (nem água ou chá) durante os seus seis primeiros meses de vida;
· Amamentar o bebê sempre que ele solicitar e não em horários determinados;
· Amamentar de forma correta Fig. 12: o bebê deve abocanhar toda a aréola (parte escura do peito) e não apenas o bico do peito;
Figura 12 – Correta forma em abocanhar o peito
FONTE: Guia dos direitos das gestantes e dos bebês, UNICEF; MS (2011)
· Jamais deixar de amamentar se as mamas endurecerem.
· A mãe deve ser orientada a retirar manualmente o leite (ordenha manual Fig. 13) e receber analgésicos se houver muita dor. 
FIGURA 13 – Ordenha Manual
FONTE:http://www.eduquenutre.com.br/2013/12/como-fazer-ordenha-manual.html
· Se não melhorar, deve procurar a equipe de saúde. Mesmo quando o recém-nascido tiver problemas que forcem a internação em UTI, à mãe deve ficar por perto, fazer carinho e amamentar.
· Se não for possível, a mãe deve retirar o leite, que pode ser dado ao bebê através da sonda, ou copinho, ou colher Fig. 14.
FIGURA 14 – Oferta do leite materno além do peito
	
A. Ofertando leite na sonda.
	
B. Ofertando leite no copinho.
	
C. Ofertando leite na colher
FONTE: Ahttp://www.macetesdemae.com/dificuldade-para-amamentar-e-translactacao/
B.http://www.aconchegoamamentacao.com.br/index.php/copinho-de-leite-em-vez-da-mamadeira/C.https://www.youtube.com/watch?v=KxmJDOfyf6o
· É importante ter o auxílio de um Banco de Leite Humano Fig. 15, ou de uma equipe de saúde habilitada. 
FIGURA 15 - Banco de Leite Humano
FONTE: https://noticiasdeparauapebas.com/implantacao-de-banco-de-leite-humano-no-hgp-e-solicitada-pela-camara-municipal-de-parauapebas/
· Jamais oferecer ao bebê chupeta ou mamadeira.
O desmame não é um acontecimento, mas sim um método que faz parte do progresso da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança. Sendo assim, o desmame deveria acontecer espontaneamente, na medida em que a criança vai amadurecendo, podendo acontecer entre os dois ou três primeiros anos de vida, e raramente entre o primeiro ano de vida do bebê.
O desmame natural favorece uma mudança mais equilibrada e tranquila, ocasionando menos estresse para a mãe e a criança, completando as necessidades fisiológicas, imunológicas e psicológicas das crianças, até que ela possa amadurecer essa ideia e, inicialmente, fortalecer a afinidade entre mãe–filho. O desmame repentino necessita ser desestimulado, pois, se a criança não estiver pronta, ela pode se sentir recusada pela mãe, causando insegurança e, por muitas vezes, rebeldia. Na mãe, o desmame repentino pode antecipar a obstrução mamária, estase do leite e mastiteFig. 16 e 17, além dos sentimentos de tristeza ou depressão, e luto pela carência da perda da amamentação ou por alterações hormonais. É considerável ressaltar que a mãe não confunda autodesmamenatural com a chamada “greve de amamentação” do bebê. Essa incide especialmente em crianças menores de um ano, é de início repentino e imprevisto, a criança parece insatisfeita e em geral é possível identificar uma causa como, algum tipo de doença, dentição, diminuição do volume ou sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. Essa condição comumente não dura mais que dois a quatro dias.
Figura 16 –Mastite
FONTE:https://www.tuasaude.com/mastite/
Figura 17 – Mastite
FONTE: http://www.aconchegoamamentacao.com.br/index.php/mastite-o-que-e-prevencao-e-tratamento/
Com tudo pertence a cada dupla mãe/bebê e sua família a decisão de sustentar a amamentação, até que a criança a desista espontaneamente, ou interrompê-la em um determinado tempo. Vários são os fatores envolvidos nessa decisão como, circunstanciais sociais, econômicas e culturais. Dessa forma compete ao profissional da saúde ouvir a mãe e ajudá-la a adotar uma decisão, pesando nas vantagens e desvantagens, sendo apoiada e respeitada em sua decisão.
Fialho (2014) menciona que dentre os principais motivos relacionados ao desmame observados na literatura pesquisada, foram: o usode chupetas e mamadeiras, a frase: “o leite secou”, “o bebêchorava constantemente”, “o leite materno está fraco”, assim como o nível socioeconômico, o grau de escolaridade da mãe, o trabalho materno, Incentivo do esposo e de parentes, e a finalidade da mãede amamentar.
Portanto, analisa-se que o amparonecessitaser estendida ao núcleo familiar, vez que, percebe se que a pratica da amamentação é incentivada pelo homem, e percebe-se também que por outro lado outros homens apresentam comportamentos que intercedam de forma não positiva neste método como sentimentos de ansiedade, ciúme, rejeição, dificuldade sexual, sendo que estes sentimentos podem trazer efetivamente danos para a duração da amamentação, pois a mulher passa a sentir-se a ausência do apoio do companheiro, e por muitas vezes sentindo-se solitária.
3.1RESULTADOS RELACIONADOS AO DESMAME PRECOCE
Segundo Ferreira et al., (2010) a literatura é vasta em associar o tempo de amamentação ao desenvolvimento de hábitos orais deletérios. Recentes estudos realizados demonstraram que a prática da amamentação (quando superior a seis meses) contribui para o decréscimo da ocorrência de hábitos parafuncionais (sucção de chupeta e/ou dedo) e vários autores sugerem que a sucção não-nutritiva pode ser responsável pelo surgimento de más-oclusões na infância conforme demonstrado na Fig. 18.
Figura 18 – Hábitos Parafuncionais
FONTE: https://pt.slideshare.net/janainaalara/habitos-orais
	Guedes Pinto et al., (2010) relataram que se o hábito for estendido por um período muito extenso, esse pode afetar a relação maxilo mandibular, posicionamento dos dentes, funções diversas como, fala, respiração e deglutição, e nas estruturas miofuncionais como, lábios, língua, palato e bochechas, considerando assim, hábitos parafuncionais aqueles como sucção não nutritiva, tais como o uso de dedo, lábio e bicos artificiais (chupetas, mamadeiras), assim como, a deglutição atípica e/ou adaptada, a respiração, a onicofagia e o bruxismo.
Com o hábito cada vez mais frequente do uso das mamadeiras, estão ocorrendo grandes prejuízosna amamentação, os movimentos (movimento ântero-posterior da mandíbula realizado durante a amamentação) que normalmente acontecem são suprimidos o que sugerem, portanto, sendo causadas carências de desenvolvimento da mandíbula, nos exercícios de sincronização do desenvolvimento da musculatura oral e da respiração. Levando a erupção tardia dos dentes decíduos, e uma falta de abrasão e desgastes fisiológicos normais, decorrendo num aumento de possibilidades da criança vir a adquirir o hábito de respiração bucal, apresentado na Fig. 19 (PASSOS; FRIAS-BULHOSA, 2010).
Segundo Massara (2014) menciona em seu manual de odontopediatria que a respiração bucal pode ser indicada como uma respiração que é frequentemente de prevalência em criança, que pode ser chamada vulgarmente de respiração habitual pela boca, sendo que essa alteração pode provocar alterações funcionais e morfológicas em todo o organismo.
Figura 19 – Respirador Bucal
FONTE: https://www.manualdamamae.com.br/respirar-pela-boca-prejudica-a-crianca/
A amamentação sendo diminuída em suas atividades realiza um desempenho indireto na origem das más-oclusões. Contudo, a associação em meio aos períodos de duração da amamentação e o desenvolvimento de más-oclusões na dentição decídua permanecem a ser um motivo de grande preocupação dos cirurgiões dentistas (ROMEROet al., 2011). 
A atividade de sucção precoce pode induzir o crescimento do complexo crânio facial. Sendo assim, é fundamental concentrar-se que as más-oclusões apresentamdiversas consequências negativas nas dimensões tanto do bem-estar social como o emocional (HERMONTet al., 2015).
Agarwalet al. (2014) relata em seu artigo a desigualdade de discernimentos referente à duração da amamentação referenciando que o desenvolvimento oclusalmodificado, que pode ser ocasionar referente a fatores genéticos ou epigenéticos, ocorrendo diversas discrepâncias em literaturas. Um menor percentual de incidência na má-oclusão está relacionado ao aumento quanto à duração de tempo que ocorrem à amamentação. Porém neste mesmo estudo outros autores relatam não terem encontrado nenhuma relação que de fato fosse significativa referente à amamentação e o desenvolvimento de má-oclusão.
Durante a realização deste artigo alguns autores descrevem que as amamentações prolongadas reduziram o risco de má-oclusão, porém outros relatam que não descobriram nenhuma evidência. Relata – se também neste estudo que não há entendimento referente à duração dotempo que os bebêsnecessitam serem amamentados para proteção contra a má-oclusão, assim como, determinada estudos apontam que seis meses são suficientes e já outros apontam a necessidade de longos períodos (de 6 a 12 meses) (HERMONT et al., 2015). 
Lopes (2008) relata que as más-oclusões e alterações no desenvolvimento dentofacial só ocorrem quando surge a instalação de hábitos deletérios, sendo que quando os bebês são alimentados através da amamentação desfavorece as alterações mencionadas.
Segundo Gimenez et al.,(2008) relata que as más oclusões, desvios morfológicos de natureza biofísica do aparelho mastigatório, devido à sua alta prevalência, são consideradas um problema de saúde pública. O mesmo autor defende ainda que o estudo das más oclusões e da sua etiologia é de fundamental importância para o médico dentista que, por meio do diagnóstico precoce e de medidas preventivas, inclusive, com a conscientização do paciente e/ou responsáveis, consegue impedir e/ou interceptar problemas de difícil solução em longo prazo.
Areias et al., (2008) relatam em seus estudos que:
Os problemas oclusais que vem sendo apresentados caracterizam como uma das doenças da civilização moderna, como o são a diabetes e as doenças coronárias, com múltiplos agentes possíveis, como a alergia respiratória, dieta mole, perda prematura de dentes decíduos e ausência de amamentação. 
A má-oclusão é conceituada como um distúrbio pertinente com alterações dentárias que durante o crescimento e desenvolvimento do sistema craniofacial ocorrem alterações que afetam a função e a estética, desempenhando uma influência sobre a qualidade de vida e interações sociais (CORRÊA-FARIA et al., 2014).
A má-oclusão de classe II esquelética conforme demonstrada na Fig. 20, 21, 22 e 23, é um dos problemas ortodônticos mais frequentemente encontrados que ocorrem em cerca de um terço da população. A eficácia dos tratamentos ortopédicos funcionais para essa má-oclusão é um tema muito discutido, com resultados contrários na bibliografia ortodôntica (D'ANTÓet al., 2015).
Figura 20 – Fotografia facial e intrabucais de criança Classe II de Angle
FONTE: https://www.dentalpress.com.br/portal/ma-oclusao-classe-ii-divisao-2-de-angle-com-sobremordida-acentuada-3/
Figura 21– Modelos iniciais da criança mencionada na figura anterior
FONTE: https://www.dentalpress.com.br/portal/ma-oclusao-classe-ii-divisao-2-de-angle-com-sobremordida-acentuada-3/
Figura 22 - A.RadiografiaCefalométrica de perfil e B. Traçado cefalométrico inicial da criança mencionada na figura 18.
FONTE: https://www.dentalpress.com.br/portal/ma-oclusao-classe-ii-divisao-2-de-angle-com-sobremordida-acentuada-3/
Figura 23– Radiografia Panorâmica inicial da criança mencionada na figura 20.
FONTE: https://www.dentalpress.com.br/portal/ma-oclusao-classe-ii-divisao-2-de-angle-com-sobremordida-acentuada-3/
Num estudo realizado por Gimenez et al., (2008), observou-se que as más oclusões foram menos frequentes em crianças que foram amamentadas por mais de 6 meses. Os autores concluíram que devido à falta de informação e orientação das mães e gestantes em relação aos benefícios da amamentação, a maioria das crianças estudadas foram aleitadas precocemente. Concluíram ainda, que a simples presença do aleitamento num único momento do dia já foi suficiente para a observação de más oclusões, principalmente da mordida aberta anterior, estando em concordância com a literatura consultada. Os autores defendem também que este acontecimento tenha sido decorrente do fato de as crianças aleitadas também serem portadoras do hábito de sucção de chupeta.
Em diversos trabalhos foram relatados que o desmame precoce produz diversos tipos de problemas ao bebê como, alterações na postura e força dos órgãos fonoarticulatórios, contudo, aruptura do desenvolvimento motor-oral natural, intervém na prática das funções de sucção, deglutição e mastigação e até mesmo em aspectos mais graves como, contribuir para a desnutrição, afetando as funções da defesa do organismo, podendo até gerar amortalidade infantil, emocionalmente e afetivamente pode prejudicar o vínculoda mãe com o bebê. A ausência da sucção fisiológica ao peito no ato da amamentação pode ser capaz de interferir no desenvolvimento motor-oral, possibilitando a instalação demá oclusão, respiração oral e alteração motor-oral que só poderão ser corrigidas através do trabalho multiprofissional.
É fundamental destacar que a atual Odontologia está voltada a agir de forma preventiva desde a existênciaintra-uterina, através de orientações às gestantes para a sua saúde bucal e geral, assim, promovendo e prevenindo a saúde bucal de seus bebês. A orientação e conscientização são fundamentais quanto à importância, vantagens e desvantagens do aleitamento materno para o desenvolvimento do bebê é de extrema importância para a saúde bucal, especialmente pelas consequências que são prejudiciais que originam a presença dos hábitos de sucção não nutritivos nos dentes e na face. Sendo assim, é imprescindível a necessidade dessa orientação através dos profissionais da saúde, inclusive o cirurgião-dentista, tem como dever incentivar essa prática e ressaltar suas vantagens e benefícios múltiplos, promovendo a saúde bucal do futuro bebê muito antes de seu nascimento e comprovar através dos estudos científicos a real função da prevenção que a amamentação natural apresenta na obtenção de hábitos de sucção não nutritivos, demonstrado na Fig. 24. À vista desse, o incentivo ao aleitamento materno é fundamental e de extrema importância não só apenas para evitar preservandoos desvios na oclusão, mas, principalmente, para a promoção da saúde e a diminuição da mortalidade infantil.
Guedes-Pinto et al., (2010) indicam que para que seja evitada a instalação de hábitos de sucção não-nutritiva, deve ser adquiridos diversas medidas, neste alguns autores acreditam que o dedo é muito pior que a chupeta, pois o dedo possuir odor, calor e consistência muito semelhante ao mamilo da mãe, outros fatores evidenciados é o peso da mão e braço referente sobre as estruturas da cavidade bucal, podem provocar problemas de pele no dedo e deformações que alteram sua posição e função.
Figura 24 – Hábitos de Sucção Não nutritivos
FONTE: http://dental.id/ternyata-menghisap-jempol-ketika-bayi-berpengaruh-dengan-bentuk-wajah-saat-dewasa/
As mais comuns entre as maloclusões e apresentadas nessa ordem são as mordida aberta anterior Fig. 25, mordida cruzada posterior Fig. 26 e 27, e mordida profunda anterior Fig. 28. Os hábitos de sucção artificial são as causas mais comuns das disfunções
Figura 25 – Mordida Aberta Anterior
FONTE: https://ortodontiaparatodos.com.br/mordida-aberta-anterior-top-duvidas/
Figura 26 – Mordida Cruzada Posterior
FONTE: https://napracinha.com.br/2016/08/crianca-com-aparelho-ii-mordida-cruzada/
Figura 27 – Mordida Cruzada Posterior
FONTE: https://napracinha.com.br/2016/08/crianca-com-aparelho-ii-mordida-cruzada/
Figura 28 – Mordida Profunda Anterior
FONTE: https://www.ortodoncia.ws/publicaciones/2006/art-2/
3.2 HÁBITOS DE SUCÇÃO ARTIFICIAIS NA PRIMEIRA INFÂNCIA
Os hábitos bucais deletérios induzem o padrão de crescimento natural e comprometem a oclusão, originando energias musculares desequilibradas que, durante o crescimento, desviam a forma da arcada dentária e desviam a morfologia normal. Sendo assim, o hábito irá se alojar pelo fato de ser agradável e harmonizar satisfação à criança. Inicialmente, o hábito será consciente, porém, gradualmente, por conta do ato de repetição, este hábito se tornará inconsciente. E A partir da 29ª semana de vida intrauterina, através da ultrassonografia, podemos observar o processo de sucção, no entanto ela só estará perfeitamente madura na 32ª semana, e após o 5º mês de vida, a maior parte dos bebês tem início do ciclo de relação entre boca, mãos e olhos, sendo que a boca torna-se um processo de descobertas e investigações para os bebês, podendo ser um meio para a instalação de um hábito bucal, conforme demonstrado na Fig. 29.
Figura 29 – Hábito Bucal na fase uterina
FONTE: http://www.bernardinai.lt/straipsnis/2010-02-19-sazines-laisve-priklauso-ir-gydytojams/40703
Hábito é o costume ou a prática adquirida pela reprodução frequente de um mesmo ato, que inicialmente se faz de maneira consciente e, posteriormente, de maneira inconsciente. A respiração nasal, a mastigaçãoe a deglutição são consideradas hábitos fisiológicos e funcionais. Entretanto, asucção digital, de chupeta, mamadeira e a respiração bucal, dentre outros, sãoconsiderados hábitos não fisiológicos, portanto, deletérios ou parafuncionais.
Os hábitos bucais parafuncionais podem transformar o desenvolvimento normal do sistema estomatognático, através do contra-senso entre as forças musculares externas e internas produzidas, o que poderá originar uma deformação óssea, como a chupeta Fig. 30 (CAVALCANTI; BEZERRA; MOURA, 2007).
Figura 30 – Deformação óssea originada pela Chupeta
FONTE: http://ortodontista.net/blog/wp-content/uploads/2012/07/mordida-aberta-chupeta.jpg
Diante a dimensão e evolução da humanidade, especialmente, com a mão-de-obra feminina, a mulher consequentemente necessitou diminuir o tempo de dedicação aos seus filhos necessitando assim reduzir o período de amamentação, assim surgiu à necessidade de compensar essa ausência tanto nutricional quanto emocional, sendo assim introduzidas as mamadeiras e chupetas.
Warren (apud Passos e Frias-Bulhosa, 2010) pautou os resultados da duração dos hábitos succionais com as diversas alterações causadas no arco dentário, abordando às seguintes conclusões:
· Quando os hábitos são interrompidos entre os 24 e os 36 meses, há um risco aumentado de desenvolvimento de mordida cruzada e aumento da distância intercanina mandibular, comparativamente com os hábitos que são interrompidos aos 12 meses; 
· A interrupção entre os 36 e 48 meses confere maior prevalência de overjet aumentado, mordida aberta e maior profundidade maxilar em comparação com a cessação do hábito mais precocemente; 
· Os hábitos de sucção que se prolongam além dos 24 meses resultam num risco aumentado de desenvolvimento de mordida cruzada posterior e overjet aumentado. 
Os hábitos podem ser divididos em hábitos de sucção nutritiva ou não nutritiva. O primeiro relacionado com a amamentação fornece nutrientes alimentares através da amamentação ou aleitamento. O segundo proporciona à criança um prazer especial, como a sensação de aquecimento e proteção, podendo tornar-se persistente quando adotado pela criança em resposta às frustrações e para satisfazer o seu anseio e necessidade de contato (PIZZOLet al., 2012).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a amamentação de forma exclusiva nos primeiros seis meses de vida. Assim, a criança retira o alimento necessário para a sua sobrevivência, além de trabalhar os principais grupos musculares do complexo maxilomandibular, criando tonicidade adequada para uma correta mastigação no futuro e coordenando funções essenciais como sucção, deglutição e respiração; o que minimiza a instalação de hábitos deletérios (PIZZOL et al., 2012).
Os principais hábitos que suscitam deformidades na oclusão são: onicofagia,bruxismo, respiração bucal, interposição lingual, morder objetos, morder lábios,além dos mais típicos hábitos deletérios de sucção de dedo, chupeta e mamadeira, alguns demonstrados na Fig. 31. Estes últimos são de fácil aquisição e tendem a perdurar, principalmenteem crianças que não receberam, ou mesmo obtiveram de forma insatisfatóriauma amamentação natural nos seis primeiros meses de vida.
Figura 31 – Alguns hábitos que suscitam deformidades oclusais
FONTE: http://www.artigos.com/artigos/artigos-academicos/fonoaudiologia/a-influencia-dos-
habitos-orais-no-desenvolvimento-da-crianca-3061/artigo/#.VYm9pP5U2So
Entre os hábitos de sucção não nutritivos, também considerados deletérios, podem destacar-se: a sucção digital; a sucção e mordida dos lábios; a deglutição atípica; onicofagia; a sucção habitual do lápis; o uso de chupetas e outros objetos e perturbações funcionais (respiração bucal) (MOIMAZet al., 2011).
Quando há uma estabilidade de sucção digital, que se considera além da idade avaliada fisiológica, esta será capaz de originar consequências ao nível da oclusão. A má oclusão gerada pela permanência de sucção digital irá refletir através de: overjet aumentado, desordens na ATM, mordida cruzada posterior, má oclusão esquelética, má oclusão classe II, divisão 1(2), dentes mandibulares retro-inclinados, dentes maxilares anteriores vestibularizados e com diastemas, aumento da profundidade maxilar e mordida aberta anterior (YOKOTA et al., (2007). 
As chupetas e bicos artificiais são largamenteusados no Brasil constituindo umimportante hábito cultural em nosso meio,visto que fazem parte do enxoval do bebê.É bastante comum o uso de chupetas antesdos sete dias e de mamadeira antes dos trinta dias de vida para a administração de cháou água. Devido à diminuição da sucção,as mães tendem a produzir menos leite ea iniciarem a complementação com leitesindustrializados (FRANÇA et al., 2008).
Neste caso, os cirurgiões-dentistas, em especiais os odontopediatras, podem alertaros responsáveis sobre os danos acarretadospelo uso de chupetas e mamadeiras, não sópor causarem maloclusões, mas tambémpor serem importantes desencadeadores dodesmame precoce.
Os hábitos orais deletérios são atitudes repetidas com uma determinada finalidade. Assim, quando a sucção é realizada sem fins nutritivos pela prática repetitiva, pode levar à instalação de um hábito indesejável, como por exemplo, os hábitos de sucção não-nutritivos.

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