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APG 23 - ALEITAMENTO MATERNO E CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

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1 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
Objetivos 
1- Estudar a importância do aleitamento materno. 
2- Compreender a importância do 
acompanhamento nutricional nas crianças. 
3- Debater sobre o crescimento e 
desenvolvimento (linguagem, cognitivo, motor, 
adaptativo, sensorial e emocional). 
Aleitamento materno 
↠ Amamentar é muito mais que alimentar a criança, pois 
tem impacto positivo na saúde, economia, meio ambiente 
e qualidade de vida. Na medida em que a amamentação 
é cada vez mais valorizada, aumenta a responsabilidade 
do pediatra de promover, proteger e apoiar essa prática 
(JÚNIOR et al., 2021). 
↠ A amamentação é importante à saúde do lactente sob 
o aspecto nutricional, imunológico, gastrintestinal, 
psicológico, do desenvolvimento e da interação entre 
mãe e filho (Organização Mundial da Saúde [OMS], 2003). 
Com o intuito de prevenir a desnutrição precoce e 
reduzir a morbimortalidade infantil, a OMS recomenda o 
aleitamento materno exclusivo (AME) até o 6º mês de 
vida e a sua complementação até os 2 anos de idade ou 
mais (OMS, 2008) (MONTENEGRO; FILHO, 2017). 
 No entanto, pelo menos 85% das mães em todo o mundo não 
seguem essas recomendações, e apenas 35% das crianças com 
menos de 4 meses são exclusivamente amamentadas (OMS, 2003). 
Estudos demonstram que o AME até o 6º mês de vida pode evitar 
mais de 1,3 milhão de mortes ao ano de crianças com menos de 5 
anos de idade nos países em desenvolvimento (MONTENEGRO; 
FILHO, 2017). 
 A amamentação traz inúmeros benefícios, integrados 
com a minimização de risco para desenvolver doenças 
cardiovasculares, diabetes melito, câncer antes dos 15 anos de idade e 
sobrepeso/obesidade. O efeito protetor do leite materno contra o 
sobrepeso/obesidade é de crescente importância em virtude do 
problema da obesidade infantil em todas as regiões do mundo, em 
particular nos países desenvolvidos (MONTENEGRO; FILHO, 2017). 
COMO O LEITE É PRODUZIDO 
 Para entender como a mama sintetiza o leite, é necessário ter 
conhecimentos básicos sobre anatomia e fisiologia da mama (JÚNIOR 
et al., 2021). 
↠ As mulheres adultas possuem de 15 a 25 lobos 
mamários (glândulas túbulo-alveolares), constituídos, cada 
um, por 20 a 40 lóbulos. Esses, por sua vez, são formados 
por 10 a 100 alvéolos. Envolvendo os alvéolos, encontram-
se as células mioepiteliais e, entre os lobos mamários, os 
tecidos adiposo, conjuntivo, linfático, nervoso e vascular 
(JÚNIOR et al., 2021). 
 
↠ O leite é secretado nos alvéolos por uma camada única 
de células epiteliais altamente diferenciadas (lactócitos) e 
conduzido até o exterior por uma rede de ductos. 
Durante as mamadas, enquanto o reflexo de ejeção do 
leite está ativo, os ductos sob a aréola se enchem de leite 
e se dilatam, formando o que antes se chamava, 
equivocadamente, de seios lactíferos (JÚNIOR et al., 2021). 
 Na gravidez, a mama é preparada para a lactação sob a ação 
de diferentes hormônios. Os mais importantes são o estrogênio, 
responsável pela ramificação dos ductos lactíferos, e o progestogênio, 
pela formação dos lóbulos. Outros hormônios também estão 
envolvidos na aceleração do crescimento mamário, como lactogênio 
placentário, prolactina e gonadotrofina coriônica. A secreção láctea 
ocorre a partir da 16ª semana de gravidez. Calcula-se que 
aproximadamente 30 mL de colostro podem ser secretados 
diariamente durante a gestação, que são reabsorvidos pelo organismo 
(JÚNIOR et al., 2021). 
↠ Após a fase de iniciação secretora (lactogênese I), que 
se inicia na 2ª metade da gravidez e se estende até 2 a 
3 dias após o parto, inicia-se a ativação secretora 
(lactogênese II), cujo início corresponde à “descida do 
leite” ou apojadura. A síntese do leite após o nascimento 
da criança é controlada basicamente pela ação hormonal, 
e a “descida do leite”, que costuma ocorrer entre o 2º e 
3º dia após o parto, ocorre mesmo sem a sucção da 
criança ao seio (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ Em seguida, em torno do 7º ao 10º dia pós-parto, inicia-
se a fase de manutenção da lactação, também 
denominada galactopoiese. Essa fase, que persiste por 
toda a lactação, é de controle autócrino e depende 
primordialmente do esvaziamento da mama, de 
preferência pela sução da criança. Qualquer fator materno 
ou da criança que limite a retirada do leite das mamas 
pode causar diminuição na síntese do leite, por inibição 
mecânica e química. A remoção contínua de peptídios 
supressores da lactação (feedback inibitor of lactation – 
–
2 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
FIL) do leite contribui para a reposição do leite removido. 
Outro mecanismo local que regula a produção do leite, 
ainda não bem elucidado, envolve os receptores de 
prolactina na membrana basal do alvéolo. À medida que o 
leite se acumula nos alvéolos, a forma das células 
alveolares fica distorcida e a prolactina não consegue se 
ligar aos seus receptores, criando, assim, um efeito 
inibidor da síntese de leite (JÚNIOR et al., 2021). 
 Grande parte do leite de uma mamada é produzida 
enquanto a criança mama, sob o estímulo da prolactina, que é liberada 
graças à inibição da liberação de dopamina, que é um fator inibidor da 
prolactina. A liberação de prolactina e ocitocina é regulada pelos 
reflexos de produção e ejeção do leite, respectivamente, ativados pela 
estimulação dos mamilos, sobretudo pela sucção da criança. A 
liberação da ocitocina também ocorre em resposta a estímulos 
condicionados, como visão, cheiro e choro da criança, e a fatores de 
ordem emocional, como motivação, autoconfiança e tranquilidade. Por 
outro lado, dor, desconforto, estresse, ansiedade, medo, insegurança 
e falta de autoconfiança podem inibir o reflexo de ejeção do leite, 
prejudicando a lactação (JÚNIOR et al., 2021). 
A secreção de leite é pequena nos primeiros dias, aumentando 
gradativamente: em média, de 0 a 5 mL de colostro na 1ª mamada, 
40 a 50 mL no primeiro dia, 395 a 868 mL do 2º ao 6º dia. Com 1 
mês, a ingestão média diária de um bebê em AME é de 750 a 800 
mL. Entre 1 e 6 meses de idade, o volume de leite ingerido pela criança 
em AME é relativamente constante (entre 710 e 803 mL/dia), com 
uma grande variação entre as crianças com crescimento adequado, 
de 440 a 1.220 mL (JÚNIOR et al., 2021). 
O volume que uma criança mama em cada mamada em um período 
de 24 horas também varia bastante, de 30 a 135 mL, em média. 
Habitualmente, a capacidade de produção de leite pela mãe é maior 
que a demanda de seu filho. Uma mama nunca é esvaziada 
completamente, permanecendo, em média, 30 mL de leite após as 
mamadas (JÚNIOR et al., 2021). 
 
 
COMPOSIÇÃO E ASPECTO DO LEITE MATERNO 
↠ Apesar de a alimentação variar enormemente entre 
as pessoas, o leite materno, surpreendentemente, 
apresenta composição semelhante para todas as 
mulheres que amamentam do mundo. Apenas as com 
desnutrição grave podem ter o seu leite afetado na sua 
qualidade e quantidade (BRASIL, 2015). 
↠ O leite maduro só é secretado por volta do 10º dia pós-
parto. Nos primeiros dias, a secreção láctea é chamada 
de colostro, que contém mais proteínas e menos lipídios 
do que o leite maduro, e é rico em imunoglobulinas, em 
especial a IgA (JÚNIOR et al., 2021). 
 O leite de mães de recém-nascidos pré-termo difere do de 
mães de bebês a termo (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ A tabela abaixo apresenta os principais componentes 
do leite materno maduro e do colostro, em mães de 
bebês nascidos a termo e pré-termo (JÚNIOR et al., 2021). 
 
↠ A água contribui com quase 90% da composição do 
leite materno, o que garante o suprimento das 
necessidades hídricas de uma criança em AME, mesmo 
em climas quentes e áridos (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ O principal carboidrato do leite materno é a lactose, e 
a principal proteína é a lactoalbumina. As gorduras são o 
componente mais variável do leite materno, e são 
responsáveis por suprir até 50% das necessidades 
energéticas da criança pequena.Os ácidos graxos poli-
insaturados de cadeia longa são essenciais no 
desenvolvimento cognitivo e visual, e na mielinização dos 
neurônios (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ A concentração de gordura no leite (e 
consequentemente o teor energético) costuma 
aumentar no decorrer de uma mamada, havendo mais 
gordura no leite do final da mamada (leite posterior), 
saciando melhor a criança quando ela ingere esse leite; 
daí a importância de a criança retirar bastante leite de 
uma mama antes de passar para outra. O maior teor de 
gordura no leite posterior se deve à liberação de glóbulos de gordura 
adsorvidos nos lactócitos com o esvaziamento da mama e às forças 
geradas pela expusão do leite dos alvéolos. O esvaziamento dos 
alvéolas altera a forma dos lactócitos, que passa de escamosa para 
colunar, diminuindo, assim, a área para adsorção dos glóbulos de 
gordura. Assim, quando a mama está cheia, parte da gordura fica 
3 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
depositada nas células alveolares e vai sendo liberada com o progredir 
da mamada; porém, se a mama não estiver tão cheia, como ocorre 
por exemplo em intervalos muito curtos entre as mamadas, a 
diferença entre os leites anterior e posterior quanto ao teor de 
gordura é menor (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ O leite humano tem vários fatores imunológicos 
específicos e não específicos que conferem proteção 
ativa e passiva contra infecções às crianças amamentadas. 
A IgA secretória é a principal imunoglobulina, que atua 
contra microrganismos que colonizam ou invadem 
superfícies mucosas. A especificidade dos anticorpos IgA 
no leite humano é um reflexo dos antígenos entéricos e 
respiratórios da mãe, o que proporciona proteção à 
criança contra os agentes infecciosos prevalentes no 
meio em que ela está inserida. A concentração de IgA no 
leite materno diminui ao longo do 1º mês, permanecendo 
relativamente constante a partir de então (JÚNIOR et al., 
2021). 
 Os anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos 
entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos contra 
agentes infecciosos com os quais já teve contato, proporcionando, 
dessa maneira, proteção à criança contra os germens prevalentes no 
meio em que a mãe vive (BRASIL, 2015). 
↠ Outros fatores de proteção que se encontram no leite 
materno são: leucócitos, que matam microrganismos; 
lisozima e lactoferrina, que atuam sobre bactérias, vírus e 
fungos; fator bífido, que favorece o crescimento do 
Lactobacilus bifidus, uma bactéria saprófita que acidifica as 
fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam 
diarreia, como Shigella, Salmonella e Escherichia coli; 
oligossacarídeos (mais de 200 compostos), que previnem 
ligação da bactéria na superfície mucosa e protegem 
contra enterotoxinas no intestino, ligando-se à bactéria, e 
estimulam as células intestinais a produzir proteínas que 
“selam” o intestino e anti-inflamatórios que modulam o 
sistema imunológico (JÚNIOR et al., 2021). 
 Os oligossacarídeos não são absorvidos pelo intestino da criança, 
mas, ao serem degradados no intestino, liberam metabólicos que 
nutrem a célula intestinal e alimentam a microbiota intestinal saudável, 
promovendo o desenvolvimento cerebral. Os oligossacarídeos do leite 
materno variam dependendo da genética da mulher, paridade, dieta, 
estilo de vida, exposição ao tabaco/drogas, saúde em geral (JÚNIOR 
et al., 2021). 
 Há outros componentes biotivos no leite materno além 
dos fatores de proteção, como a lipase, que facilita a digestão da 
gordura, e o fator de crescimento epidérmico, que estimula a 
maturação das células intestinais, melhorando a digestão e a absorção 
de nutrientes (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ A cor e o aspecto do leite humano variam ao longo 
da mamada em decorrência das variações na sua 
composição e também de acordo com a dieta da mãe. 
Por exemplo, o leite é mais amarelado quando a mulher tem uma dieta 
rica em betacaroteno, e esverdeado em dietas ricas em riboflavinas 
(JÚNIOR et al., 2021). 
↠ No início da mamada, o teor de água e a presença de 
constituintes hidrossolúveis confere ao leite coloração de 
água de coco; no meio da mamada, com o aumento da 
concentração de caseína, o leite tende a ter uma 
coloração branca opaca; e, no final da mamada, em 
virtude da concentração dos pigmentos lipossolúveis, o 
leite costuma ser mais amarelado (JÚNIOR et al., 2021). 
DEFINIÇÕES/TIPOS 
↠ É muito importante conhecer e utilizar as definições 
de aleitamento materno adotadas pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS) e reconhecidas no mundo 
inteiro. Assim, o aleitamento materno costuma ser 
classificado em: (BRASIL, 2015). 
• Aleitamento materno exclusivo: quando a criança 
recebe somente leite materno, direto da mama ou 
ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem 
outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou 
xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, 
suplementos minerais ou medicamentos. 
• Aleitamento materno predominante: quando a 
criança recebe, além do leite materno, água ou 
bebidas à base de água (água adocicada, chás, 
infusões), sucos de frutas e fluidos rituais. 
• Aleitamento materno: quando a criança recebe leite 
materno (direto da mama ou ordenhado), 
independentemente de receber ou não outros 
alimentos. 
• Aleitamento materno complementado: quando a 
criança recebe, além do leite materno, qualquer 
alimento sólido ou semissólido com a finalidade de 
complementá-lo, e não de substituí-lo. 
• Aleitamento materno misto ou parcial: quando a 
criança recebe leite materno e outros tipos de leite. 
 Com relação à duração do AME, existem evidências de que não 
há vantagens em oferecer alimentos complementares a crianças 
menores de 6 meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da 
criança, como maior chance de adoecer por infecção intestinal e 
hospitalização por doença respiratória. Além disso, a introdução 
precoce dos alimentos complementares diminui a duração do AM, 
interfere na absorção de nutrientes importantes nele existentes, como 
o ferro e o zinco, e reduz a eficácia da lactação na prevenção de 
novas gestações (JÚNIOR et al., 2021). 
RECOMENDAÇÕES 
 A amamentação deve ser iniciada tão logo quanto 
possível após o parto. A OMS e o MS recomendam contato pele a 
pele ininterrupto na 1ª hora de vida, sempre que as condições de saúde 
4 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
da mãe e do recém-nascido permitirem. A maioria dos bebês suga na 
1ª hora de vida, se lhe for dada oportunidade. O início da amamentação 
na 1ª hora de vida reduz o risco de hemorragia pós-parto, ao liberar 
ocitocina, e de icterícia no recém-nascido, por aumentar a motilidade 
gastrintestinal (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ Recomenda-se que a criança seja amamentada sem 
restrições de horários e de tempo de permanência na 
mama. É o que se chama de amamentação em livre 
demanda. Nos primeiros meses, é normal que a criança 
mame com frequência e sem horários regulares. Em 
geral, um bebê em aleitamento materno exclusivo mama 
de oito a 12 vezes ao dia. Muitas mães, principalmente as 
que estão inseguras e as com baixa autoestima, 
costumam interpretar esse comportamento normal 
como sinal de fome do bebê, leite fraco ou pouco leite, 
o que pode resultar na introdução precoce e 
desnecessária de suplementos (BRASIL, 2015). 
↠ O tempo de permanência na mama em cada mamada 
não deve ser fixado, haja vista que o tempo necessário 
para esvaziar uma mama varia para cada dupla mãe/bebê 
e, numa mesma dupla, pode variar dependendo da fome 
da criança, do intervalo transcorrido desde a última 
mamada e do volume de leite armazenado na mama, 
entre outros (BRASIL, 2015). 
↠ O mais importante é que a mãe dê tempo suficiente 
à criança para ela esvaziar adequadamente a mama. Dessa 
maneira, a criança recebe o leite do final da mamada, que 
é mais calórico, promovendo a sua saciedade e, 
consequentemente, maior espaçamento entre asmamadas. O esvaziamento das mamas é importante 
também para o ganho adequado de peso do bebê e para 
a manutenção da produção de leite suficiente para 
atender às demandas do bebê (BRASIL, 2015). 
 Como regra geral, as mulheres que amamentam não 
necessitam evitar determinados alimentos. Entretanto, se elas 
perceberem algum efeito na criança de algum componente de sua 
dieta, pode-se indicar a prova terapêutica: retirar o alimento da dieta 
por algum tempo e reintroduzi-lo, observando atentamente a reação 
da criança. Caso os sinais e/ou sintomas da criança melhorem 
substancialmente com a retirada do alimento e piorem com a sua 
reintrodução, ele deve ser evitado. O leite de vaca é um dos principais 
alimentos implicados no desenvolvimento de alergias alimentares 
(BRASIL, 2015). 
TÉCNICA DA AMAMENTAÇÃO 
↠ A técnica de amamentação, em especial o 
posicionamento da dupla mãe-bebê e a pega/sucção do 
lactente, é importante para a retirada efetiva do leite pela 
criança e proteção dos mamilos (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ O melhor posicionamento é aquele em que a mulher 
e a criança se sentem confortáveis, sem nenhum 
obstáculo para o bebê abocanhar tecido mamário 
suficiente (p. ex., dedos em forma de tesoura), retirar o 
leite efetivamente e deglutir e respirar livremente. A mãe 
deve estar relaxada e segurar com firmeza a criança 
completamente voltada para si. É importante enfatizar 
que quando a criança é amamentada de forma adequada, 
a mãe não deve sentir dor (JÚNIOR et al., 2021). 
 Os seguintes sinais são indicativos de técnica inadequada de 
amamentação: bochechas da criança encovadas a cada sucção, ruídos 
da língua, mama aparentando estar esticada ou deformada durante a 
mamada, mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou 
achatadas quando a criança solta a mama e dor durante a 
amamentação (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ A OMS destaca 4 pontos-chave para posicionamento 
e 4 para pega, que caracterizam uma técnica adequada 
(JÚNIOR et al., 2021). 
 
 
 
 
5 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO 
↠ É consenso que a amamentação é a melhor forma 
de alimentar a criança no início da vida e é inigualável. As 
evidências da superioridade da amamentação sobre 
outras formas de alimentar a criança são abundantes. 
Estima-se que aproximadamente 823.000 mortes anuais de crianças 
menores de 5 anos, correspondendo a 13,8% das mortes de crianças 
menores de 2 anos de idade, seriam evitadas em 75 países de renda 
baixa e média em 2015 se a amamentação fosse praticada em níveis 
quase universais (JÚNIOR et al., 2021). 
EVITA MORTES INFANTIS 
↠ Graças aos inúmeros fatores existentes no leite 
materno que protegem contra infecções, ocorrem 
menos mortes entre as crianças amamentadas. Estima-se 
que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes 
em crianças menores de 5 anos em todo o mundo, por 
causas preveníveis (BRASIL, 2015). 
↠ A proteção do leite materno contra mortes infantis é 
maior quanto menor é a criança. Assim, a mortalidade por 
doenças infecciosas é seis vezes maior em crianças 
menores de 2 meses não amamentadas, diminuindo à 
medida que a criança cresce, porém ainda é o dobro no 
segundo ano de vida (BRASIL, 2015). 
EVITA DIARREIA 
↠ Há fortes evidências de que o leite materno protege 
contra diarreia, principalmente em crianças mais pobres. 
É importante destacar que essa proteção pode diminuir 
quando o aleitamento materno deixa de ser exclusivo. 
Oferecer à criança amamentada água ou chás, prática 
considerada inofensiva até pouco tempo atrás, pode 
dobrar o risco de diarreia nos primeiros seis meses 
(BRASIL, 2015). 
↠ Além de evitar a diarreia, a amamentação também 
exerce influência na gravidade dessa doença. Crianças 
não amamentadas têm um risco três vezes maior de 
desidratarem e de morrerem por diarreia quando 
comparadas com as amamentadas (BRASIL, 2015). 
DIMINUI O RISCO DE ALERGIAS 
↠ Estudos mostram que a amamentação exclusiva nos 
primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à 
proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e de 
outros tipos de alergias, incluindo asma e sibilos 
recorrentes (BRASIL, 2015). 
DIMINUI O RISCO DE HIPERTENSÃO, COLESTEROL ALTO E 
DIABETES 
↠ Há evidências sugerindo que o aleitamento materno 
apresenta benefícios em longo prazo. A OMS publicou 
importante revisão sobre evidências desse efeito 
(BRASIL, 2015). 
↠ Não só o indivíduo que é amamentado adquire 
proteção contra diabetes, mas também a mulher que 
amamenta. Foi descrita uma redução de 15% na incidência 
de diabetes tipo 2 para cada ano de lactação. Atribui-se 
essa proteção a uma melhor homeostase da glicose em 
mulheres que amamentam (BRASIL, 2015). 
REDUZ A CHANCE DE OBESIDADE 
↠ A maioria dos estudos que avaliaram a relação entre 
obesidade em crianças maiores de 3 anos e tipo de 
alimentação no início da vida constatou menor frequência 
de sobrepeso/obesidade em crianças que haviam sido 
amamentadas. Na revisão da OMS sobre evidências do 
efeito do aleitamento materno em longo prazo, os 
indivíduos amamentados tiveram uma chance 22% 
menor de vir a apresentar sobrepeso/obesidade (BRASIL, 
2015). 
↠ É possível também que haja uma relação 
dose/resposta com a duração do aleitamento materno, 
ou seja, quanto maior o tempo em que o indivíduo foi 
amamentado, menor será a chance de ele vir a 
apresentar sobrepeso/ obesidade. Entre os possíveis 
mecanismos implicados a essa proteção, encontram-se 
um melhor desenvolvimento da auto-regelação de 
ingestão de alimentos das crianças amamentadas e a 
composição única do leite materno participando no 
processo de “programação metabólica”, alterando, por 
exemplo, o número e/ou tamanho das células gordurosas 
ou induzindo o fenômeno de diferenciação metabólica 
(BRASIL, 2015). 
EFEITO POSITIVO NA INTELIGÊNCIA 
↠ Há evidências de que o aleitamento materno contribui 
para um melhor desenvolvimento cognitivo. A maioria dos 
estudos conclui que as crianças amamentadas 
apresentam vantagem nesse aspecto quando 
comparadas com as não amamentadas, principalmente as 
com baixo peso de nascimento. Essa vantagem foi 
observada em diferentes idades, inclusive em adultos. Os 
mecanismos envolvidos na possível associação entre 
aleitamento materno e melhor desenvolvimento cognitivo 
6 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
ainda não são totalmente conhecidos. Alguns defendem a 
presença de substâncias no leite materno que otimizam 
o desenvolvimento cerebral; outros acreditam que 
fatores comportamentais ligados ao ato de amamentar e 
à escolha do modo como alimentar a criança são os 
responsáveis (BRASIL, 2015). 
MELHOR DESENVOLVIMENTO DA CAVIDADE BUCAL 
↠ O exercício que a criança faz para retirar o leite da 
mama é muito importante para o desenvolvimento 
adequado de sua cavidade oral, propiciando uma melhor 
conformação do palato duro, o que é fundamental para 
o alinhamento correto dos dentes e uma boa oclusão 
dentária (BRASIL, 2015). 
EVITA NOVA GRAVIDEZ 
↠ A amamentação é um excelente método 
anticoncepcional nos primeiros seis meses após o parto 
(98% de eficácia), desde que a mãe esteja amamentando 
exclusiva ou predominantemente e ainda não tenha 
menstruado. Estudos comprovam que a ovulação nos 
primeiros seis meses após o parto está relacionada com 
o número de mamadas; assim, as mulheres que ovulam 
antes do sexto mês após o parto em geral amamentam 
menos vezes por dia que as demais (BRASIL, 2015). 
PROMOÇÃO DO VÍNCULO AFETIVO ENTRE MÃE E FILHO 
↠ Acredita-se que a amamentação traga benefícios 
psicológicos para a criança e para a mãe. Uma 
amamentação prazerosa, os olhos nos olhos e o contato 
contínuo entre mãe e filho certamente fortalecem os 
laços afetivos entre eles, oportunizando intimidade, troca 
de afeto e sentimentos de segurança e de proteção na 
criança e de autoconfiança e de realização na mulher. 
Amamentação é uma formamuito especial de 
comunicação entre a mãe e o bebê e uma oportunidade 
de a criança aprender muito cedo a se comunicar com 
afeto e confiança (BRASIL, 2015). 
 
 
 
 Um aspecto pouco conhecido é a proteção do AM ao meio 
ambiente. O leite materno é um alimento natural, sustentável, 
produzido e levado ao consumidor sem poluição e desperdícios, não 
causando nenhuma ameaça aos recursos naturais e à biodiversidade 
do planeta. A fabricação dos substitutos do leite materno causa 
degradação ao meio ambiente por causa dos processos de produção, 
embalagem, distribuição e preparação, prejudicando a sustentabilidade 
do planeta (JÚNIOR et al., 2021). 
ACONSELHAMENTO EM AMAMENTAÇÃO 
↠ Além de conhecimentos básicos atualizados e 
habilidades técnicas em AM, o profissional de saúde 
precisa ter competência para se comunicar com 
eficiência, o que se consegue mais facilmente usando a 
técnica do aconselhamento em amamentação. 
Aconselhamento, neste caso, não significa dar conselhos. 
Em vez disso, essa técnica usa recursos que ajudam a 
mulher/família a tomar decisões, após informações e 
discussão dos prós e contras das opções. É importante 
que as mulheres/famílias sintam o interesse do profissional 
para adquirirem confiança e se sentirem apoiadas e 
acolhidas (JÚNIOR et al., 2021). 
 
7 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
PRINCIPAIS DETERMINANTES DE MENOR DURAÇÃO DO AM 
↠ A prática do AM é influenciada por diversos fatores 
de ordem socioeconômica, étnica, cultural e psicológica. 
Podem ser individuais ou contextuais. Os fatores listados 
abaixo devem ser pesquisados em todas as mães/famílias 
em AM, pois podem aumentar a chance de menor 
duração do AM e/ou AME (JÚNIOR et al., 2021). 
 
Crescimento e desenvolvimento 
↠ A criança apresenta-se em constante crescimento e 
desenvolvimento. Diante disso, avaliar a evolução (física e 
mental) em toda consulta é parte obrigatória da 
semiologia infantil (WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
Crescimento e avaliação nutricional 
↠ O crescimento é definido pelo aumento linear 
contínuo, mas não constante, das estruturas que o 
compõem e é resultante da interação de fatores 
intrínsecos ou orgânicos (genéticos, neuroendócrinos) e 
extrínsecos ou ambientais (nutricionais, condições 
geofísicas, atividades físicas, vínculo mãe-filho) 
(WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
↠ O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, 
expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui 
um dos indicadores de saúde da criança. O processo de 
crescimento é influenciado por fatores intrínsecos 
(genéticos) e extrínsecos (ambientais), entre os quais se 
destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e 
os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando 
ou restringindo tal processo (BRASIL, 2012). 
 Embora a informação genética defina as características físicas de 
cada indivíduo, incluindo altura, peso e outras características fenotípicas, 
os fatores extrínsecos e intrínsecos já citados interferem na tradução 
da mensagem genética, podendo comprometer sua expressão 
(potencial de crescimento). Essa interferência é maior ou menor 
conforme o tempo e a intensidade do agravo e da fase de 
desenvolvimento do indivíduo. Evidências científicas mostram que até 
20% dos genes são influenciados pela herança genética; os outros 
80% são influenciados pelo estilo de vida, principalmente a nutrição 
(WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
 O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de 
peso permite a identificação de crianças com maior risco de 
morbimortalidade por meio da sinalização precoce da subnutrição e 
da obesidade (BRASIL, 2012). 
FATORES EXTRÍNSECOS 
↠ A alimentação é, sem dúvida, o fator que está mais 
diretamente relacionado com o processo de crescimento. 
A privação ou o excesso de alimentos pode levar a 
dezenas de distúrbios, de maior ou menor gravidade, 
devendo haver um equilíbrio entre demanda e ingestão 
para a nutrição adequada (eutrofia). Quando ocorre 
predomínio de um dos fatores, aparece a subnutrição 
(proteico-calórica, anemias ferropriva e megaloblástica, 
deficiência de vitamina A, raquitismo, entre outras) ou a 
hipernutrição (obesidade, diabetes, hipervitaminoses) 
(WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
 
 
FATORES INTRÍNSECOS 
↠ Podem ser: (WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
• pré-concepcionais ou genéticos: fisiológicos ou 
patológicos, com ou sem alteração 
cromossômica; 
• pós-concepcionais (hormônios). 
↠ Os fatores genéticos são as características herdadas 
dos pais (genes herdados). Em certas famílias, o 
crescimento acelerado e a maturação precoce são a 
regra, ao passo que, em outras, esse processo é lento. A 
herança genética também é responsável pela 
transmissão de genes anormais capazes de alterar os 
ritmos de crescimento e de desenvolvimento 
(cromossomopatias, erros inatos do metabolismo) 
(WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
↠ Alguns hormônios devem ser lembrados como 
influentes nas 4 fases do crescimento: (WEFFORT; 
LAMOUNIER, 2017). 
• Crescimento intrauterino: insulina, lactogênio 
placentário (ação semelhante à do hormônio de 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
crescimento hipofisário [GH]), somatotrofina 
coriônica e somatomedinas). 
• Fase de lactente: os hormônios tireoidianos são 
os mais importantes, associados à insulina e ao 
GH. 
• Fase pré-puberal: a ação fisiológica mais 
importante é a do GH. 
• Fase puberal: dependente do aumento dos 
esteroides sexuais, GH e somatomedinas. 
 Os agravos decorrentes das alterações nutricionais (desnutrição 
e obesidade) justificam a avaliação da condição nutricional em crianças 
e adolescentes em toda consulta médica, independentemente de seu 
motivo, para identificar, o mais cedo possível, pacientes com risco ou 
distúrbio alimentar e planejar o suporte nutricional mais adequado. Nos 
casos de pacientes hospitalizados, a avaliação deve ser realizada nas 
primeiras 24 horas da internação (WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO 
↠ A média da velocidade de crescimento (VC) do feto é 
de 1,2 a 1,5 cm/semana, mas apresenta grandes variações. 
A VC no meio da gestação é de 2,5 cm/semana e diminui 
para quase 0,5 cm/semana logo antes do nascimento. O 
final da gestação é caracterizado, portanto, por baixa VC 
e intenso ganho ponderal. Nas Tabelas abaixo, são 
apresentados alguns aspectos do crescimento fetal 
(WEFFORT; LAMOUNIER, 2017).
 O melhor método de acompanhamento do crescimento 
infantil é o registro periódico do peso, da estatura e do IMC da criança 
na Caderneta de Saúde da Criança. A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) e o Ministério da Saúde recomendam a utilização dos valores 
de referência para o acompanhamento do crescimento e do ganho 
de peso das curvas da OMS de 2006 (para crianças menores de 5 
anos) e 2007 (para a faixa etária dos 5 aos 19 anos) (BRASIL, 2012). 
↠ A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como 
parâmetros para avaliação do crescimento de crianças 
(menores de 10 anos) os seguintes gráficos: perímetro 
cefálico (de zero a 2 anos), peso para a idade (de zero a 
2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), 
comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 anos, de 
2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), índice de massa corporal 
(IMC) para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 
5 a 10 anos) (BRASIL, 2012). 
ANTROPOMETRIA 
↠ Para a avaliação do crescimento físico, utiliza-se a 
antropometria com as seguintes medidas: (WEFFORT; 
LAMOUNIER, 2017). 
fundamentais: peso e estatura/altura; 
acessórias: 
• circunferências (braço, perna, cintura, abdominal); 
• comprimento superior do braço (CSB), da tíbia (CT) e do 
membro inferior a partir do joelho (CJ); 
• diâmetros (bicrista, biacrômio); 
• envergadura; 
• fontanelas; 
• perímetros cefálico (PC), torácico (PT) e abdominal (PA); 
• pregas cutâneas (tricipital, subescapular, suprailíaca, 
abdominal); 
• segmento superior (SS) e inferior (SI). 
Peso 
↠ É umamedida de relevância em pediatria em razão 
da fácil obtenção e da alta sensibilidade durante os 
agravos nutricionais agudos e crônicos. Uma observação 
isolada tem valor relativo, por isso deve-se valorizar a 
curva ponderal. A pesagem precisa ser feita com a 
criança despida, quando até 24 meses, e com roupas 
leves, nas crianças maiores, sendo posicionadas de modo 
que o peso seja igualmente distribuído pela superfície da 
balança, que deve ser previamente calibrada (WEFFORT; 
LAMOUNIER, 2017). 
 
Peso de nascimento de um recém-nascido a termo – 3.300 g (3.000 
a 3.500 g): (WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
• dobra o peso: 5 meses; 
• triplica o peso: 1 ano; 
• quadruplica o peso: 2 anos. 
Aumento ponderal médio do peso em trimestre, no 1º ano: 
(WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
• 1º trimestre: 700 g/mês – 25 a 30 g/dia; 
• 2º trimestre: 600 g/mês – 20 g/dia; 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
• 3º trimestre: 500 g/mês – 15 g/dia; 
• 4º trimestre: 300 g/mês – 10 g/d. 
 Nos primeiros dias, o recém-nascido pode perder até 10% do 
peso de nascimento, que deverá ser recuperado até o 10º dia de vida 
(WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
Estatura 
↠ Essa medida reflete o estado nutricional atual e 
pregresso e sofre alteração e recuperação mais lentas. 
O comprimento ao nascimento é, em média, de 50 cm 
(de 49 a 55 cm) (WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
↠ O termo estatura compreende o comprimento 
(medido com o indivíduo deitado) e a altura (medida com 
o indivíduo em pé). O comprimento é utilizado para 
crianças até 2 a 3 anos de idade, medido com régua 
antropométrica horizontal, graduada em centímetros e 
milímetros, com haste fixa junto à graduação zero e, na 
parte oposta, um cursor que desliza sobre a escala 
milimetrada (WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
 
 
 
 Em crianças de 2 a 12 anos com limitações físicas, pode-se 
estimar a estatura por meio das medidas de comprimento superior do 
braço (CSB), comprimento tibial (CT) ou comprimento do membro 
inferior a partir do joelho (CJ); as medidas desses segmentos 
possibilitam estimar a estatura com a utilização de equações propostas 
por Stevenson: (WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
• CSB: distância do acrômio até a cabeça do rádio medida 
com o membro superior fletido a 90°; 
• CT: medida da borda superomedial da tíbia até a borda do 
maléolo medial inferior; 
• CJ: comprimento do joelho ao tornozelo. 
 
 
Perímetro cefálico 
↠ A medida do PC deve ser realizada prioritariamente 
durante os primeiros 3 anos de vida, pois reflete o 
crescimento cerebral e é a última medida a ser 
comprometida na desnutrição. A medida deve ser 
realizada por meio de fita métrica inextensível, que deve 
passar pela glabela e pelo ponto mais saliente do osso 
occipital (WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
 
• PC do recém-nascido: 34 a 35 cm; 
• 6 meses: 42 a 44 cm; 
• 1 ano: 45 a 47 cm. 
Crescimento do perímetro cefálico no primeiro ano de idade: 
(WEFFORT; LAMOUNIER, 2017). 
• 1º trimestre: 2 cm/mês; 
• 2º trimestre: 1 cm/mês; 
• 3º trimestre: 0,5 cm/mês; 
• ao final do 1o ano, o PC do lactente deverá ter aumentado 
cerca de 12 cm; 
• do 1º ao 3º ano de vida, esperam-se aumentos da ordem 
de 0,25 cm/mês. Após esse período e até o 6º ano de 
vida, espera-se aumento de 1 cm/ano. 
Índice de Massa Corporal (IMC) 
↠ O cálculo do IMC deverá ser realizado a partir da 
aplicação da fórmula a seguir, após realizada a 
mensuração de peso e altura ou de comprimento da 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
criança. As crianças menores de 2 anos deverão ser 
mensuradas deitadas em superfície lisa (comprimento) e 
as crianças maiores de 2 anos deverão ser mensuradas 
em pé (altura). A Caderneta de Saúde da Criança 
apresenta as tabelas de IMC calculadas e orienta as 
pessoas sobre o seu uso (BRASIL, 2012). 
 
 
 A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação 
permite que a criança seja mais bem avaliada na sua relação peso vs. 
comprimento (para menores de 2 anos) ou peso vs. altura (para 
maiores de 2 anos). Tal parâmetro auxilia na classificação de crianças 
que em um determinado período estiveram desnutridas e tiveram o 
comprometimento de sua estatura, possibilitando uma melhor 
identificação de crianças com excesso de peso e baixa estatura. Já o 
peso por idade limita-se a mostrar se a criança está com peso abaixo 
do recomendado para a sua idade, mas não mostra se a sua estatura 
já foi comprometida. O IMC já foi validado em crianças como bom 
marcador de adiposidade e sobrepeso, apresentando estreita 
correlação com outros parâmetros que avaliam a porcentagem de 
gordura corpórea, como as pregas cutâneas, a densitometria e a 
bioimpedância eletromagnética. Além da validação do IMC como bom 
marcador de adiposidade em crianças, o interesse pelo seu uso 
cresceu à medida que se notou que o IMC mensurado na infância 
pode ser preditivo em relação ao IMC na idade adulta (BRASIL, 2012). 
Condutas recomendadas para algumas situações de 
desvio no crescimento 
↠ A seguir, serão apresentadas algumas considerações 
sobre o manejo de situações de desvio no crescimento 
da criança com até 5 anos de idade: (BRASIL, 2012). 
Sobrepeso ou obesidade 
• Verifique a existência de erros alimentares, identifique 
a dieta da família e oriente a mãe ou o cuidador a 
administrar à criança uma alimentação mais adequada, 
de acordo com as recomendações para uma 
alimentação saudável para a criança. 
• Verifique as atividades de lazer das crianças, como o 
tempo em frente à televisão e ao videogame, 
estimulando-as a realizar passeios, caminhadas, andar 
de bicicleta, praticar jogos com bola e outras 
brincadeiras que aumentem a atividade física. 
• Encaminhe a criança para o Nasf, se tal possibilidade 
estiver disponível. 
• Realize a avaliação clínica da criança. 
Magreza ou peso baixo para a idade 
Para crianças menores de 2 anos: 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial 
para o desmame. 
• Oriente a mãe sobre a alimentação complementar 
adequada para a idade. 
• Se a criança não ganhar peso, solicite seu 
acompanhamento no Nasf, se tal possibilidade estiver 
disponível. 
• Oriente o retorno da criança no intervalo máximo de 
15 dias. 
Para crianças maiores de 2 anos: 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial 
para a alimentação, para as intercorrências 
infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a 
higiene. 
• Trate as intercorrências clínicas, se houver. 
• Solicite o acompanhamento da criança no Nasf, se tal 
possibilidade estiver disponível. 
• Encaminhe a criança para o serviço social, se isso for 
necessário. 
• Oriente a família para que a criança realize nova 
consulta com intervalo máximo de 15 dias 
Magreza acentuada ou peso muito baixo para a idade 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial 
para o desmame (especialmente para os menores 
de 2 anos), a alimentação, as intercorrências 
infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a 
higiene. 
• Trate as intercorrências clínicas, se houver. 
• Encaminhe a criança para atendimento no Nasf. 
• Encaminhe a criança para o serviço social, se este 
estiver disponível. 
• Oriente a família para que a criança realize nova 
consulta com intervalo máximo de 15 dias. 
Desenvolvimento 
↠ O conceito de desenvolvimento é amplo e refere-se 
a uma transformação complexa, contínua, dinâmica e 
progressiva, que inclui, além do crescimento, maturação, 
aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais (BRASIL, 
2012). 
↠ Na estrutura fisiológica humana, o que é inato não é 
suficiente para produzir um indivíduo sem a participação 
11 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
do meio ambiente. Tudo em um ser humano (suas 
características, seus modos de agir, pensar, sentir, seus 
valores, etc.) depende da sua interação com o meio social 
em que vive. Portanto, o desenvolvimento da criança será 
sempre mediado por outras pessoas, pelas famílias,pelos 
profissionais de saúde, da educação, entre outros, que 
delimitam e atribuem significados à sua realidade (BRASIL, 
2012). 
 Já não há mais dúvidas quanto à necessidade de identificar 
precocemente os desvios do desenvolvimento infantil e de buscar a 
intervenção adequada no início da vida, aproveitando a 
neuroplasticidade e uma melhor janela de oportunidades. Esses 
conceitos mais atuais promovem uma mudança do sistema de saúde 
e do ensino na pediatria, passando de cuidados em doença para um 
modelo de cuidados em saúde/bem-estar, com a prevenção e a 
intervenção precoce como diretrizes mais concretas (JÚNIOR et al., 
2021). 
 Durante os dois primeiros anos, um aspecto 
importantíssimo do seu desenvolvimento é o desenvolvimento afetivo, 
caracterizado no apego, que é o vínculo afetivo básico (BRASIL, 2012). 
↠ A criança deve atravessar cada estádio segundo uma 
sequência regular, ou seja, os estádios de 
desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança 
não for estimulada ou motivada no devido momento, ela 
não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. 
Afinal, o desenvolvimento infantil se dá à medida que a 
criança vai crescendo e vai se desenvolvendo de acordo 
com os meios onde vive e os estímulos deles recebido 
(BRASIL, 2012). 
DESENVOLVIMENTO DE 0 A 10 ANOS 
↠ A avaliação deve ser feita de acordo com cada marco 
do desenvolvimento e com a faixa etária. Caso aconteça 
falha em alcançar algum marco, deve-se antecipar a 
consulta seguinte e iniciar investigação quanto à situação 
ambiental e à relação da criança com os pais ou 
cuidadores. A persistência de atrasos do desenvolvimento 
por mais de 2 consultas ou a ausência do marco esperado 
para aquela fase indicam a necessidade de avaliação mais 
aprofundada e do encaminhamento para um serviço de 
maior complexidade ou para uma avaliação profissional 
mais específica, para que se inicie uma estimulação 
precoce (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ Didaticamente houve a divisão em períodos, que vai 
do nascimento aos 10 anos de vida, mas lembramos que 
o desenvolvimento não segue um padrão linear e as fases 
se fundem umas com as outras (JÚNIOR et al., 2021). 
Estágio de 0 a 2 meses 
Desenvolvimento motor 
↠ Ao nascimento o padrão motor da criança é imaturo, e 
observa-se predominância do tônus flexor dos membros 
associado a uma hipotonia axial, uma preensão palmar reflexa 
e o reflexo de sucção (JÚNIOR et al., 2021). 
 A avaliação do desenvolvimento dos reflexos 
permite ao pediatra determinar a integridade do sistema 
nervoso central de acordo com a expectativa relacionada à 
idade cronológica da criança. Esses reflexos estão presentes 
em todos os recém-nascidos a termo, sendo considerados 
fisiológicos nos primeiros meses de vida. Sua ausência inicial ou 
permanência tardia sugere alterações patológicas que 
merecem ser investigadas. É importante lembrar que os 
prematuros devem ter seu acompanhamento feito de acordo 
com a idade gestacional corrigida até os 2 anos (JÚNIOR et al., 
2021). 
 Os principais reflexos a serem analisados são: preensão 
palmar, preensão plantar, reflexo cutâneo-plantar, reflexo de Moro, 
reflexo tônico-cervical, também conhecido como reflexo do esgrimista 
ou reação de Magnus-Kleijn, reflexo da marcha reflexa e reflexo da 
procura ou voracidade (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento da linguagem e da comunicação 
↠ No primeiro mês de vida a única forma de comunicação é 
o choro alto e repetido, associado às necessidades primárias do 
bebê. No segundo mês, a criança começa a emitir alguns sons 
que não o choro (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento socioemocional 
↠ A criança interage com o outro desde os primeiros 
momentos de vida. É um ser social e depende do outro para 
sobreviver. Seu objetivo principal é atingir o controle 
homeostático com o ambiente, e aos poucos ele vai se 
tornando alerta e consciente sobre o responsável pelos seus 
cuidados. O sorriso social inicia-se entre o primeiro e segundo 
mês de vida (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento cognitivo 
↠ Começa a prestar atenção aos rostos, a seguir as coisas 
com os olhos e a reconhecer as pessoas a distância (JÚNIOR 
et al., 2021). 
Estágio de 2 a 4 meses 
Desenvolvimento motor 
↠ Após os 2 meses de vida observa-se grande avanço no 
aperfeiçoamento das habilidades motoras dos bebês. Os 
reflexos primitivos vão desaparecendo para dar lugar a um 
movimento mais intencional. Nesse momento o bebê deve ser 
capaz de manter a cabeça firme ao ser segurado pelo tronco, 
além de manter suas mãos abertas com mais frequência, e 
começa a estender a mão em direção ao que lhe interessa, 
embora ainda não seja capaz de agarrar o objeto, o que fará 
somente aos 4 meses (JÚNIOR et al., 2021). 
12 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
Desenvolvimento da linguagem e da comunicação 
↠ A produção verbal aos 2 meses já esboça um som de 
vogal, e pode-se perceber o bebê brincando com os próprios 
sons produzidos. Aos 4 meses o lactente já reconhece os 
diversos padrões sonoros, como repreensão ou elogios por 
parte do cuidador, respondendo com mudança da fisionomia 
para alegria ou tristeza (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento socioemocional 
↠ Nessa fase o bebê já apresenta reciprocidade afetiva, vista 
pelo sorriso social, ao ser estimulado afetuosamente. Ele olha 
direta e demoradamente para a mãe ao ser amamentado, 
reage positivamente ao ser estimulado, sorrindo e emitindo 
grunhidos, demonstra satisfação nas atividades prazerosas, 
como aninhar-se ao corpo do cuidador (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento cognitivo 
↠ Nessa fase, o bebê repete comportamentos que lhe 
pareçam agradáveis, ainda está focado em descobertas do seu 
próprio corpo, como chupar o dedo, colocar objetos na boca, 
ouvir os próprios sons, apertar as próprias mãos, permitindo 
saber se ele está feliz ou triste, responde ao afeto, pega o 
brinquedo com uma mão, usa as mãos e os olhos juntos, como 
ver um brinquedo e estender a mão para pegá-lo, segue coisas 
em movimento com os olhos de um lado para o outro, observa 
rostos de perto e reconhece pessoas familiares e coisas a 
distância (JÚNIOR et al., 2021). 
Estágio de 4 a 6 meses 
Nesse momento do desenvolvimento são mais serenos, pacíficos, sem 
cólicas, sorrindo com mais frequência, iniciando um interesse maior 
pelo rosto humano, com os membros superiores, inferiores e a cabeça 
mais em linha média, fixando mais o olhar, melhor controle do tônus 
cervical, explorando os movimentos e objetos, ou seja, já vendo e 
percebendo um mundo a sua volta (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento motor 
↠ Aos 4 meses a criança já consegue segurar objetos e 
quando está em decúbito ventral levanta a cabeça de forma 
firme, apoiando-se nos antebraços. Apresenta postura simétrica, 
mãos abertas, reflexo palmar já praticamente ausente e brinca 
com as duas mãos (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ Aos 6 meses apresenta mudança de posição de forma ativa 
(o bebê já rola com facilidade) e consegue levar objetos sozinha 
à boca. Consegue sentar, apoiando-se para a frente com as 
mãos ou um apoio, sustenta o peso com membros inferiores, 
agarra o cubo com as mãos, tenta pegar objetos pequenos e 
brinca com os pés (JÚNIOR et al., 2021). 
 Em relação aos reflexos primitivos: os reflexos da 
procura ou voracidade e de preensão palmar a partir dos 4 meses 
desaparecem, e os movimentos vão se tornando voluntários. O reflexo 
de Moro começa a desaparecer e persiste até no máximo os 6 meses 
de vida. O tônico-cervical persistente nessa idade já representa uma 
possível lesão cerebral grave (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento da linguagem e da comunicação 
↠ Aos 4 meses a criança emite alguns sons (“gugu”, “eee”), 
vocaliza socialmente, grita e sorri. Aos 6 meses, consegue emitir 
sílabas isoladas, com combinação de consoante e vogal (“ba”, 
“ga”), e consegue obter a localização da fonte sonora (JÚNIOR 
et al., 2021). 
Desenvolvimentosocioemocional 
↠ Nessa etapa do desenvolvimento infantil há um aumento da 
reciprocidade social entre a criança e o cuidador. Os bebês são 
agora capazes de antecipar a intenção do cuidador e 
acompanham seus movimentos. Com 6 meses manifestam 
expectativa do horário de comer, sentem o afastamento dos 
cuidadores, sorriem quando estimulados de forma ativa e 
intencional, bem como se decepcionam ao ser frustrados, 
fazendo caretas ou chorando (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento cognitivo 
↠ Demonstra estar feliz ou triste, responde ao afeto de forma 
mais adequada, usa as mãos e os olhos juntos, como ver um 
brinquedo e estender a mão para pegá-lo, observa rostos de 
perto e reconhece coisas a distância (JÚNIOR et al., 2021). 
Estágio de 6 a 9 meses 
A segunda fase do primeiro ano de vida da criança é marcada por 
mudanças muito rápidas. As relações de troca com o adulto surgem 
mais frequentemente e seguem modificando a arquitetura cerebral 
(JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento motor 
↠ Após os 6 meses, o bebê consegue sentar-se sozinho, sem 
ajuda ou com mínimo suporte de um adulto, e ficar um bom 
tempo sem cair para os lados ou para a frente. Percebe a forma 
e a textura das coisas, sendo capaz de levar pedaços de 
alimentos à boca. A criança tenta se locomover, às vezes 
apenas balançando o corpo para a frente e para trás com os 
quatro membros no solo, com o tronco e a cabeça elevados 
ou até mesmo rastejando com o abdome rente ao solo 
(JÚNIOR et al., 2021). 
↠ Alguns lactentes, com 9 meses, conseguem engatinhar ou 
ficar de pé com apoio e se deslocam de um lado para o outro, 
por exemplo, apoiando-se no sofá. Nessa fase, a criança rola 
em todas as direções, inclusive durante o sono, o que requer 
muita atenção por parte de seus cuidadores (JÚNIOR et al., 
2021). 
Desenvolvimento da linguagem e da comunicação 
↠ Após os 6 meses, a criança passa a reconhecer seu nome 
e se vira para tentar encontrar a origem de algum som mais 
chamativo. Alguns sons específicos, como o do telefone, assim 
13 
 
 
Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
como o som que representa o nome de objetos ou ações 
(cachorro, gato, bola, tchau), também são aprendidos. O lactente 
imita muitos sons, como “da-da-da”, e sons específicos mais 
parecidos com palavras que balbucios (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento socioemocional 
↠ As pessoas ainda são mais interessantes que objetos. Os 
bebês são agora capazes de compreender-se como um ser 
separado da mãe e do mundo, passam a perceber a intenção 
do cuidador, reconhecem alguns objetos de sua convivência, 
brincam com as mãos, pés, roupas e brinquedos (JÚNIOR et al., 
2021). 
↠ Aos 6 meses, já iniciam o entendimento de seus próprios 
sentimentos, como a diferença entre sentir sede e a 
necessidade de afeto, com indícios de dicas se querem água 
ou carinho, por exemplo. Sentem o afastamento dos 
cuidadores, sorriem quando estimulados de forma ativa e 
intencional (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento cognitivo 
↠ Aos 6 meses olha as coisas por perto, demonstra 
curiosidade e tenta obter coisas e objetos que estão fora de 
alcance. Começa a passar os objetos de uma mão para a outra. 
Aos 9 meses observa o caminho de algo que cai, procura coisas 
que vê alguém esconder, entende a brincadeira de esconde-
esconde, coloca os objetos com facilidade na boca e pega 
pequenas coisas como cereais entre o polegar e o indicador 
(JÚNIOR et al., 2021). 
Estágio de 9 a 12 meses 
Desenvolvimento motor 
↠ Aos 9 meses os bebês começam a desenvolver as 
habilidades de se arrastar e engatinhar na direção daquilo em 
que voluntariamente têm interesse. Aos 10 meses caminham 
com o apoio de um adulto, sustentando o corpo nas próprias 
pernas. Aos 11 meses conseguem ficar em pé por seus próprios 
meios, e aos 12 meses deambulam se conduzidos pela mão 
(JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento de linguagem e da comunicação 
↠ Nessa faixa etária os bebês começam a silenciar quando 
existe um interlocutor e esperam para responder com 
vocalizações quando seus parceiros param de conversar. Aos 
9 meses mostram objetos e respondem de forma efetiva com 
o movimento de cabeça quando não querem algo; aos 10 
meses buscam objetos e levantam os braços para serem 
colhidos; aos 11 meses mostram, compartilham e começam a 
responder de forma motora a situações sociais como abanar 
com a mão. Aos 12 meses apontam com a mão aberta na 
direção do objeto e o tocam com intenção de exploração 
(JÚNIOR et al., 2021). 
 
Desenvolvimento socioemocional 
↠ Tipicamente nessa faixa etária, os bebês preocupam-se 
muito com o cuidador principal, podendo ter medo de outras 
pessoas que não fazem parte de seu cotidiano e mostrar-se 
muito reservados em situações novas. Já com 12 meses 
comunicam melhor suas emoções, mostrando claramente seu 
estado anímico e também um gradiente de resposta emocional 
diante de diversas situações, respondendo com intensidade 
positiva ou negativa em face de determinados estímulos 
(JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento cognitivo 
↠ Aos 12 meses o bebê explora as coisas de maneiras 
diferentes, como sacudir, bater e jogar. Olha para a imagem ou 
objeto certo quando é nomeado, imita gestos, começa a usar 
as coisas corretamente, por exemplo, bebidas de um copo, 
escova de cabelo, bate duas coisas juntas, coloca e tira as coisas 
de uma caixa, deixa as coisas correrem sem ajuda, cutuca com 
o dedo indicador e segue instruções simples como “pegue o 
brinquedo” (JÚNIOR et al., 2021). 
Estágio dos 12 aos 18 meses 
Podemos considerar que 12 meses é uma idade formativa e transicional. 
Alguns comportamentos apresentados nessa fase só vão adquirir 
maior organização aos 15 meses e se consolidar aos 18, quando outros 
marcos se manifestam em sua forma inicial (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento motor 
↠ No campo motor, a principal aquisição é a marcha. Aos 12 
meses a criança assume a posição ereta e se sustenta sobre 
seus pés. Aos 15 meses, já prefere caminhar ereta, interagindo 
mais com o ambiente que a cerca (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ Consegue segurar objetos pequenos com precisão e 
facilidade. Nessa idade, sob estímulo, já consegue soltar um 
bloco dentro de uma caneca, articulando a coordenação 
visomotora com a habilidade de preensão e soltura voluntária. 
Contudo, aos 18 meses já terá a capacidade de colocar até 10 
blocos dentro de uma caneca de forma ordenada, 
demonstrando um aprimoramento que é associado à 
maturidade (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento da linguagem e da comunicação 
↠ Aos 12 meses, a criança já compreende e reconhece boa 
parte das situações e objetos que fazem parte de seu cotidiano. 
Embora sua fala inclua apenas duas ou três palavras com 
significado, além de “papá” e “mamá”, ela já compreende 
ordens ou solicitações simples (“me dê a bola”), além de olhar 
corretamente para os objetos indicados pelos pais ou mesmo 
apontá-los para especificar o que deseja (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ Aos 15 meses a criança fala 4-6 palavras incluindo nomes, 
usando um jargão mais rico e elaborado. Aos 18 meses a 
linguagem da criança se aprimora, seu jargão se mostra 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
correlato à maior percepção das pessoas e de eventos de sua 
rotina diária e seu vocabulário se amplia (em torno de 50 
palavras) (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento socioemocional 
↠ Nesse período do desenvolvimento a criança gosta de 
entregar coisas aos outros como brincadeira, pode ter acessos 
de raiva quando frustrada, tem medo de estranhos, demonstra 
afeto por pessoas conhecidas, pode se apegar aos cuidadores 
em novas situações, mostra aos outros algo interessante e 
explora sozinha com os pais em vigilância (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento cognitivo 
↠ Mostra interesse em uma boneca ou bicho de pelúcia 
fingindo alimentá-los, aponta para uma parte do corpo, rabisca 
sozinho, pode seguir comandos verbais de 1 passo semquaisquer gestos; por exemplo, se senta quando alguém diz 
“sente-se” (JÚNIOR et al., 2021). 
Estágio dos 18 aos 24 meses 
O período que se inicia a partir dos 18 meses de vida deve ser visto 
com especial atenção, pois possíveis atrasos na comunicação e 
desenvolvimento da linguagem, assim como atrasos leves no 
desenvolvimento motor, podem ser melhor observados nessa fase 
(JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento motor 
↠ Com 18 meses, as crianças já conseguem andar com 
segurança e até dar pequenas corridas, além de conseguirem 
subir e descer degraus baixos e se sentarem em cadeiras 
pequenas. A partir dos 2 anos, evoluções motoras importantes 
costumam ser observadas: a criança já é capaz de ficar na 
ponta dos pés, chutar e lançar bolas sem ajuda, aprende a 
correr, subir escadas, escalar, pular e abrir maçanetas e começa 
a tirar sozinha algumas peças de roupa. Em relação à 
coordenação, consegue copiar grosseiramente desenhos de 
círculos e linhas horizontais, manifesta preferência pelo uso de 
uma das mãos e segue ordens com dois comandos diferentes 
(JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento da linguagem e da comunicação 
↠ Ao se aproximarem dos 2 anos já estão usando entre 50-
200 palavras e formando frases com 1 substantivo e 1 verbo. 
Aos 18 meses a criança começa a obedecer a ordens simples 
e, quando solicitada, reconhece e aponta fotos, pessoas e 
partes do corpo, assim como o nome de objetos familiares. Aos 
2 anos se chama pelo nome, completa frases e começa a 
diferenciar cores, formas e animais (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento socioemocional 
↠ Um marco importante da criança entre 1-24 meses é o 
aprendizado do sentimento de posse, quando passa a entender 
o conceito de “meu” e “não” e a repetir frequentemente essas 
palavras no dia a dia. Nesse contexto, costuma brincar sozinha 
(com bonecos, p. ex.) e com mais de um brinquedo ao mesmo 
tempo, embora aceite a companhia de outras crianças para 
brincar. Ao mesmo tempo que podem demonstrar um 
comportamento desafiador, iniciando comportamentos de birra, 
crianças nessa faixa etária começam a demonstrar vergonha, 
culpa ou tristeza após a transgressão de uma regra (JÚNIOR et 
al., 2021). 
Desenvolvimento cognitivo 
↠ Ao final desse período as crianças já encontram as coisas 
mesmo quando escondidas sob duas ou três tampas, começam 
a classificar formas e cores, completam frases e rimas em livros 
já familiares, brinca de jogos simples de faz de conta, segue 
instruções de 2 etapas, como “pegue seus sapatos e coloque-
os no armário”, e nomeia itens em um livro de imagens, como 
um gato, pássaro ou cachorro (JÚNIOR et al., 2021). 
Estágio de 2 a 3 anos 
Desenvolvimento motor 
↠ Nesse momento a criança corre e bate numa bola sem 
perder o equilíbrio, tenta se equilibrar num só pé, sobe escadas 
alternando movimentos de membros inferiores, colocando um 
pé de cada vez no degrau, consegue se manter em pé sobre 
uma única perna, salta no mesmo local com ambos os pés e 
consegue andar de triciclo (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento da linguagem e da comunicação 
↠ A criança estabelece relações entre objetos e palavras, 
amplia o tempo de atenção e concentração, aprimora a 
percepção auditiva e visual, segue as instruções com 2 ou 3 
etapas, pode citar coisas mais familiares, fala o primeiro nome, 
idade e sexo, nomeia um amigo, diz palavras como “eu”, “nós” 
e “você”, alguns plurais (carros, cães, gatos), fala bem o 
suficiente para que estranhos o entendam na maior parte do 
tempo e mantém uma conversa usando 2-3 frases (JÚNIOR et 
al., 2021). 
Desenvolvimento socioemocional 
↠ Imita adultos e amigos, demonstra afeto pelos amigos sem 
precisar ser estimulado, demonstra preocupação por um amigo 
chorando, compreende a ideia de “meu”, “dele” ou “dela”, 
mostra uma ampla gama de emoções, separa-se facilmente da 
mãe e do pai e pode ficar chateado com grandes mudanças 
na rotina (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento cognitivo 
↠ Consegue usar brinquedos com botões, alavancas e peças 
móveis, brinca de faz de conta com bonecos, animais e 
pessoas, monta quebra-cabeças com 3 ou 4 peças, entende o 
que “dois” significa, copia um círculo com lápis ou giz de cera, 
vira as páginas do livro uma de cada vez, constrói torres de 
mais de 6 blocos, parafusa e desparafusa as tampas do frasco 
ou gira a maçaneta da porta (JÚNIOR et al., 2021). 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
Estágio de 3 a 6 anos 
Nesse momento do desenvolvimento a formação de novas sinapses 
reduz o ritmo nas áreas de broca (responsável pela linguagem), giro 
angular (expressão verbal), córtex visual (visão) e córtex auditivo 
(audição) e torna-se mais intensa no córtex pré-frontal, responsável 
por funções cognitivas mais elevadas. É o estágio do pensamento 
representativo, quando a criança começa a gerar representações da 
realidade no próprio pensamento, possibilitando a aprendizagem da fala 
e as brincadeiras de “faz de conta” (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento motor 
↠ Aos 4 anos sobe e desce escadas alternando os pés, salta 
sobre um pé e consegue lançar uma bola, tendo maior controle 
dos movimentos. Desenha uma figura humana simples (garatuja 
nomeada), o controle vesical diurno e o anal estão consolidados 
e o vesical noturno em consolidação (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ Aos 5 anos, pula e pega uma bola arremessada e salta 
alternadamente sobre cada pé. Copia um triângulo, desenha 
uma pessoa em 6 partes (etapa pré-esquemática) e usa a 
tesoura. Aos 6 anos anda em linha reta usando toda a superfície 
do pé. A lateralidade está definida e consegue escrever o 
próprio nome e está apta a comer sozinha com uma colher 
(JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento da linguagem e da comunicação 
↠ Nessa fase lembra, conta historinhas e responde perguntas 
simples. Entre 4-5 anos, a criança adquiriu um vocabulário 
alargado, constituído de 1.500-2.000 palavras, manifestando um 
grande interesse pela linguagem. Apresenta grande curiosidade 
e faz muitas perguntas, gostando de contar e inventar histórias, 
usando conjunções e compreendendo preposições. Entre 5-6 
anos aprecia conversar durante as refeições, realizando muitos 
questionamentos (fase dos “porquês?”) e utiliza corretamente 
o plural, os pronomes e tempos verbais (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento socioemocional 
↠ Procura constantemente testar o poder e o limite dos 
outros e pode ter amigos imaginários com grande capacidade 
de fantasiar. A criança entre 5-6 anos consegue seguir bem as 
instruções e aceita supervisão. Está mais calma, não é tão 
exigente nas relações, gosta de copiar os adultos e tem maior 
sensibilidade às necessidades e sentimentos dos outros. A mãe 
ainda é o centro do mundo, e a criança receia perdê-la, 
podendo apresentar medos e certa ansiedade de separação 
(JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento cognitivo 
↠ Reconhece bem todas as cores, números, entende 
conceitos de antes e depois, em cima e embaixo e conceitos 
de tempo, como ontem, hoje e amanhã. Conhece as diferenças 
de sexo e começa a interessar-se por saber de onde vêm os 
bebês. Consegue assegurar sua higiene com autonomia. Pode 
escrever algumas letras ou números, copia um triângulo e 
outras formas geométricas e entende sobre coisas usadas no 
dia a dia, como dinheiro e comida (JÚNIOR et al., 2021). 
Estágio de 6 a 10 anos 
Desenvolvimento motor 
↠ Conseguem pular e arremessar, equilibram-se em um pé 
sem olhar, andam em uma barra de 5 cm de largura, pulam 
sobre um pé só e saltam com precisão dentro de um quadrado, 
têm força de preensão de aproximadamente 5 kg, executam 
saltos rítmicos e alternados, correm a uma velocidade de 4 m 
por segundo, arremessam bola a 12 m de distância e saltam a 
uma distância de 1,2 m (JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento da linguagem e da comunicação 
↠ As crianças são capazes de compreender, interpretar e se 
fazerem entendidas com muito mais habilidades,inclusive na 
linguagem escrita. O vocabulário aumenta substancialmente, e 
as crianças atribuem vários significados a uma mesma palavra. 
Por exemplo, manga pode significar a fruta ou a parte da camisa 
(JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento socioemocional 
↠ Nessa época as crianças aprendem valores próprios da sua 
cultura, crescendo em competência, aprimorando a capacidade 
de dominar certas habilidades e realizar tarefas. Nesse momento 
percebe-se, de forma mais clara, a autoestima das crianças que 
tiveram adequadas relações com seus pares ao longo do 
tempo, amparadas pela atitude positiva dos pais e cuidadores, 
diante dos desafios diários ao longo de seu desenvolvimento 
(JÚNIOR et al., 2021). 
Desenvolvimento cognitivo 
↠ Passa a ser capaz de realizar operações mentalmente e não 
mais depender apenas de ações físicas da inteligência sensório 
motora, por exemplo: qual é a vareta maior entre várias; a 
criança será capaz de responder acertadamente, comparando-
as mediante a ação mental, ou seja, sem precisar medi-las 
usando a ação física (JÚNIOR et al., 2021). 
↠ Contudo, embora a criança consiga raciocinar de forma 
coerente, tanto os esquemas conceituais como as ações 
executadas mentalmente se referem, nessa fase, a objetos ou 
situações passíveis de serem manipulados ou imaginados de 
forma concreta, dependendo ainda de suas experiências 
objetivas para deduzir os resultados possíveis (JÚNIOR et al., 
2021). 
 Proporcionar à criança oportunidades para que tenha 
um desenvolvimento adequado é, talvez, o que de mais importante se 
pode oferecer. Um desenvolvimento infantil satisfatório, principalmente 
nos primeiros anos de vida, contribui para a formação de um indivíduo 
com suas potencialidades desenvolvidas, com maior probabilidade de 
se tornar um cidadão mais apto a enfrentar as adversidades que a vida 
oferece (resiliência), reduzindo-se assim as disparidades sociais e 
econômicas da sociedade (JÚNIOR et al., 2021). 
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Júlia Morbeck – @med.morbeck 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
JÚNIOR, Dioclécio C.; BURNS, Dennis Alexander R.; LOPEZ, 
Fábio A. Tratado de pediatria. v.1. Editora Manole, 2021. 
MONTENEGRO, Carlos Antonio B.; FILHO, Jorge de 
R. Rezende Obstetrícia Fundamental, 14ª edição. Grupo 
GEN, 2017. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à 
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da 
criança: aleitamento materno e alimentação 
complementar, 2ª edição – Brasília: Ministério da Saúde, 
2015. 
WEFFORT, Virgínia Resende S.; LAMOUNIER, Joel 
A. Nutrição em pediatria: da neonatologia à adolescência 
2ª edição. Editora Manole, 2017. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à 
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da 
criança: crescimento e desenvolvimento/ Ministério da 
Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

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