Buscar

Súmulas Vinculantes atualizado

Prévia do material em texto

SÚMULAS VINCULANTES – STF
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
##Atenção: Atualizações em 10/04/2021 (as últimas atualizações na cor VERDE): 
· Comentários à SV 33 (Fonte: DOD: 04/12/20 – Info 992, STF)
· Inclusão da nova SV 58; 
· Inclusão da nova SV nº 57 e comentários (Fonte: Site Dizer o Direito)
· Comentários à SV. 03; (Contribuição @mafaldaleitora)
· Comentários à SV 14 (Fonte: DOD)
· Questões de concurso.
	Orientações:
Súmulas válidas: Em verde (Ex: Súmula nº “x”) 
Súmulas com pouca relevância: Em cinza (Ex: Súmula nº “y”)
Súmulas canceladas: Em vermelho (Ex: Súmula nº “z”)
Súmulas superadas: Em roxo, ao final da súmula. Ex: (SUPERADA)
Fonte: Resumo do Livro: “Súmulas do STF e do STJ anotadas e organizadas por assunto”, do DOD, edição 2018.
SÚMULA VINCULANTE 1 
Ofende a garantia constitucional do ato jurídico perfeito a decisão que, sem ponderar as circunstâncias do caso concreto, desconsidera a validez e a eficácia de acordo constante de termo de adesão instituído pela lei complementar nº 110/2001. 
SÚMULA VINCULANTE 2 
É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias. (TJMS-2008) (MPSC-2010) (MPRS-2012) (MPSP-2015) (PGESE-2017)
	OBS: Trata-se de competência da União (art. 22, XX, da CF/88). Segundo o STF, a expressão “sistema de sorteios” constante do art. 22, XX da CF/88 alcança os jogos de azar, as loterias e similares, dando interpretação que veda a edição de legislação estadual sobre a matéria, diante da competência privativa da União (ADI 3895, j. 04/06/2008).
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
##Atenção: ##STF: ##FCC: ##DPEMA: Quanto à competência legislativa assegurada constitucionalmente à União para dispor sobre sistema de consórcios e sorteios, caso não tenha sido exercida, não enseja o cabimento de mandado de injunção. Tem-se, conforme o STF, que a questão, “por não se constituir em direito ou liberdade constitucional ou mesmo prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania, não há a configuração de qualquer mora legislativa a ensejar a impetração do mandado de injunção. A simples discordância do impetrante com o tratamento normativo dispensado à exploração de determinada atividade não justifica o cabimento da ação do art. 5º, LXXI, da Constituição”. (MI 79 - AGR, Min. Octávio Gallotti; MI 81 - AGR, Min. Celso de Mello; MI 609 - AGR, Min. Octávio Gallotti; MI 600 - AGR, Min. Carlos Velloso). “O mesmo se aplica no caso de ocorrência de eventual proibição tácita da atividade diante da revogação dos dispositivos de lei que a regulamentavam”. (MI 697, DF; Min. Cezar Peluso).
	(DPEMA-2015-FCC): A competência legislativa assegurada constitucionalmente à União para dispor sobre sistema de consórcios e sorteios impede legislação dos Estados que disponha sobre a matéria, mesmo que apresente caráter suplementar à legislação federal e seja voltada a atender às suas peculiaridades. BL: SV 2, STF.
OBS: Aos Estados cabe exercer a competência suplementar à legislação federal somente em caso de competência CONCORRENTE. No entanto, a competência para legislar sobre consórcios públicos encontra-se inserida na competência PRIVATIVA da União, e nesse caso, não cabe ao Estado exercer suplementação, ainda que haja legislação federal disciplinando a matéria, SALVO, se houvesse delegação da União por meio de lei complementar a todos os Estados, o que não é o caso.
SÚMULA VINCULANTE 3 
Nos processos perante o tribunal de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. (TJMS-2008) (MPRO-2008) (MPF-2008) (TRF2-2009) (TJPE-2011) (TJDFT-2007/2012/2016) (MPBA-2018)
	OBS: Como funciona o procedimento de concessão da aposentadoria ou pensão no serviço público? O departamento de pessoal do órgão ou entidade ao qual o servidor está vinculado analisa se ele preenche os requisitos legais para a aposentadoria ou se seus dependentes têm direito à pensão e, em caso afirmativo, concede o benefício. Esse momento, no entanto, é chamado ainda de "concessão inicial" da aposentadoria ou da pensão, considerando que ainda haverá um controle de legalidade a ser feito pelo Tribunal de Contas. Somente após passar por esse controle do Tribunal de Contas é que a aposentadoria ou a pensão poderá ser considerada definitivamente concedida.
Diante disso, qual é a natureza jurídica do ato de aposentadoria ou do ato de pensão? Trata-se de um ato administrativo complexo (segundo o STJ e o STF). O ato administrativo complexo é aquele que, para ser formado, necessita da manifestação de vontade de dois ou mais diferentes órgãos.
Quando o Tribunal de Contas faz o controle de legalidade da "concessão inicial" do benefício previdenciário, não é necessário que o servidor/pensionista seja intimado para contraditório e ampla defesa, considerando que não há litígio ou acusação, mas tão somente a realização de um ato administrativo. Desse modo, repetindo, em regra, quando o Tribunal de Contas aprecia se o ato de concessão inicial da aposentadoria foi legal ou não, é desnecessário que haja contraditório e ampla defesa.
Existe uma exceção à SV 3: se o Tribunal de Contas demorar muito tempo para analisar a concessão inicial da aposentadoria (mais do que 5 anos), ele terá que permitir contraditório e ampla defesa ao interessado.
Resumindo. Quando o Tribunal de Contas aprecia a legalidade do ato de concessão inicial da aposentadoria, ele precisa garantir contraditório e ampla defesa ao interessado?
· REGRA: NÃO (parte final da SV 3-STF).
· EXCEÇÃO: será necessário garantir contraditório e ampla defesa se tiverem se passado mais de 5 anos desde a concessão inicial e o TC ainda não examinou a legalidade do ato.
##Atenção: ##STF: ##Repercussão Geral: ##TEMA 445: ##Contribuição @mafaldaleitora: O Colegiado definiu a seguinte tese de repercussão geral: “Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima”.
Nesta sessão de hoje, o relator reajustou seu voto para manter, por motivos de segurança jurídica, a jurisprudência do STF de que a concessão de aposentadoria é um ato administrativo complexo, que envolve órgãos diversos da administração pública e somente pode ser concretizado após a análise de sua legalidade pelo TCU. Apesar de entender que o procedimento administrativo de verificação de condições de validade do ato não se sujeita ao prazo extintivo de cinco anos, o Ministro concluiu que é necessário fixação de prazo para que as cortes de contas exerçam seu dever constitucional. O relator propôs, por analogia, a aplicação, aos casos de revisão de aposentadoria, do prazo prescricional de cinco anos previsto no Decreto 20.910/32 para que o administrado acione a Fazenda Pública. “Se o administrado tem o prazo de cinco anos para buscar qualquer direito contra a Fazenda Pública, também podemos considerar que o Poder Público, no exercício do controle externo, teria o mesmo prazo para rever eventual ato administrativo favorável ao administrado”, explicou. (STF, RE 636553, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 19.02.20).
##Atenção: ##STF: ##MPRO-2008: ##TRF2-2009: ##CESPE: O ato de aposentadoria consubstancia ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente com o registro perante o Tribunal de Contas. Submetido a condição resolutiva, não se operam os efeitos da decadência antes da vontade final da Administração. (STF. Plenário. MS n. 25.072/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 27/04/07).
	(TJCE-2018-CESPE): José, servidor público do estado do Ceará, por preencher os requisitos legais, requereu a concessãode sua aposentadoria por tempo de serviço, o que foi deferido pelo respectivo órgão público no qual era lotado. Após mais de cinco anos do ato concessivo, o Tribunal de Contas do Estado do Ceará julgou ilegal aquele ato, em procedimento no qual José não havia sido intimado a se manifestar. Considerando o entendimento do STF acerca do ato concessivo de aposentadoria, o tribunal de contas estadual, na situação hipotética apresentada, agiu incorretamente, pois, em que pese se tratar de ato administrativo complexo, transcorrido lapso temporal superior a cinco anos, em nome da segurança jurídica, deveria José ter sido previamente intimado a se manifestar. BL: SV 3, STF.
(MPMT-2014): No julgamento de legalidade de ato administrativo de concessão inicial de aposentadoria, fica afastada a necessidade de observância dos institutos do contraditório e da ampla defesa pelo Tribunal de Contas da União. BL: SV 3, STF.
(TRF4-2014): Excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão, nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado. BL: SV 3, STF.
(TJMG-2012-VUNESP): É garantido o contraditório e a ampla defesa nos processos perante o Tribunal de Contas quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato e concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. BL: SV 3, STF.
SÚMULA VINCULANTE 4 
Salvo nos casos previstos na constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. (MPF-2008) (TRF4-2009) (MPGO-2010) (AGU-2012) (TJAM-2016) (TJPA-2019) (MPPR-2019)
	OBS: O art. 7º, IV da CF afirma que é vedada a vinculação do salário mínimo para qualquer fim. Há, no entanto, no próprio texto constitucional situações em que o salário mínimo é utilizado como parâmetro (ex: art. 201, §2º).
Art. 201. (...)
§2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
	(TJSP-2018-VUNESP): O art. 7° , IV, da CF/88 assegura ao trabalhador a percepção de salário-mínimo e proíbe sua vinculação “para qualquer fim”. Diante de tal vedação e de outros preceitos da Carta, como o art. 39, § 3° , a Súmula Vinculante n° 4 estabeleceu, em relação a vantagem percebida por servidor público, que também nessa hipótese é vedada a utilização do salário-mínimo como indexador ou base de cálculo, proibida, ademais, sua substituição por decisão judicial. BL: SV 4, STF.
(TJMA-2013-CESPE): Com relação aos servidores públicos, assinale a opção correta: O salário mínimo não pode ser utilizado como indexador de base de cálculo de adicional de insalubridade devido a servidor público. BL: SV 4, STF.
SÚMULA VINCULANTE 5 
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a constituição. (MPF-2005) (TJAP-2008) (MPCE-2009) (TRF2-2009) (TRF5-2009) (MPSC-2010) (TRF4-2010) (TJPE-2011) (MPPB-2011) (MPMG-2012) (MPRJ-2012) (DPEMS-2012) (DPESP-2012) (TJRJ-2011/2014) (TJPR-2012/2014) (MPRS-2014) (TJAL-2015) (TJDFT-2008/2011/2014/2015/2016) (DPEAC-2017) (TJCE-2018) (MPBA-2018) (MPGO-2010/2019) (TJAC-2012/2019) (MPSP-2008/2011/2017/2019) 
	(TJSP-2017-VUNESP): Particularmente, no tocante ao processo administrativo, é correto afirmar: deve ter as garantias do contraditório e da ampla defesa, mas não a defesa técnica quando se tratar de processo disciplinar de natureza civil, conforme orientação sumulada pelo STF. BL: SV 5, STF.
(PGEMS-2014): Servidor público estatutário de autarquia estadual, em sede de recurso administrativo manejado em face de decisão proferida em processo administrativo disciplinar que lhe aplicou pena de “advertência”; alegou, exclusivamente, que mesmo sendo-lhe garantido direito à informação, à manifestação e à consideração de tal manifestação, não foi assistido por advogado durante todo o PAD. Você, na condição de Procurador(a) do Estado, com fundamento na jurisprudência vinculante sobre o tema, acaso tivesse que realizar parecer, pugnaria: Pelo indeferimento do recurso administrativo, pois não há nulidade a ser reconhecida exclusivamente por ausência de advogado constituído no processo administrativo em análise. BL: SV 5, STF.
(DPEPR-2014) O verbete sumular vinculante de n. 5, que dispõe que “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição” somente é aplicável ao procedimento disciplinar na esfera cível-administrativa, não sendo aplicável no procedimento disciplinar no âmbito da execução penal. (DPESP-2012) (TJSP-2017)
(TJMG-2012-VUNESP): A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende as garantias constitucionais. BL: SV 5, STF.
	OBS: Assim, a presença de advogado em PAD é facultativa. O acusado pode ser acompanhado por advogado se assim desejar. No entanto, não é obrigatório que o processado tenha a assistência jurídica. Logo, caso não tenha sido auxiliado por advogado, tal circunstância não gera a nulidade do PAD.
OBS: Vale ressaltar que a SV 5 refere-se ao típico processo administrativo disciplinar, ou seja, aquele que tramita no âmbito da Administração Pública. Este enunciado não se aplica para o processo administrativo que apura infrações cometidas no sistema penitenciário.
SÚMULA VINCULANTE 6 
Não viola a constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. 
SÚMULA VINCULANTE 7 
A norma do § 3º do artigo 192 da constituição, revogada pela emenda constitucional nº 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à edição de lei complementar. (TRF1-2011) 
	OBS: Importante. O que dizia o §3º do art. 192 da CF/88: “As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a lei determinar”.
SÚMULA VINCULANTE 8 
São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. (TRF4-2012) (MPPR-2019) (TJMS-2020)
	OBS: A edição da SV 8, ocorrida em 12/06/2008, motivou o Congresso Nacional a aprovar a Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, revogando os arts. 45 e 46 da Lei 8212/91. 
	(TJRO-2011): O prazo de 10 anos para o lançamento das contribuições previdenciárias foi objeto da primeira súmula vinculante do STF sobre questão tributária. BL: SV 8, STF e art. 146, III, “b”, CF.
(TRF4-2010): Assinale a alternativa correta: Alterações de prazos de decadência e prescrição como as feitas pelo art. 5º do Decreto-Lei 1.569/77 e pelos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91 são inconstitucionais por exigir-se Lei Complementar para reger tais matérias. BL: SV 8, STF e art. 146, III, “b”, CF.
(MPRN-2009-CESPE): Com base na CF e considerando que lei ordinária estadual tenha criado contribuição previdenciária e estabelecido em 10 anos o prazo prescricional do crédito tributário, assinale a opção correta: É inconstitucional a alteração do prazo prescricional, pois a alteração deveria ser feita apenas por lei complementar federal. BL: SV 8, STF e art. 146, III, “b”, CF.
##Atenção: ##MPRN-2009: ##CESPE: ##TJRO-2011: ##TRF4-2010/2012: ##MPPR-2019: ##TJMS-2020: ##FCC: O art. 146, III, “b”, CF, que trata das normas gerais de direito tributário, sendo que esse dispositivo expressamente nomeia a prescrição e decadência como temas que demandam edição de lei complementar.O STF, analisando o tema, acabou editando a SV 8 e, por via de consequência, julgou inconstitucional leis ordinárias que tratavam de prescrição e decadência de crédito tributário.
SÚMULA VINCULANTE 9 
O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58. (MPMS-2011) (TRF5-2011) (TJAM-2013) (DPECE-2014) (TJSP-2017)
	OBS: Este enunciado foi editado em 2008. A redação do art. 127 foi alterada pela Lei 12.433/2011, no entanto, o sentido da súmula permanece sendo válido, ou seja, o referido dispositivo é compatível com a CF/88.
Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração disciplinar.
Art. 127.  Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.  (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
SÚMULA VINCULANTE 10 
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. (MPCE-2009) (MPGO-2010) (MPPB-2010) (MPSC-2010) (PGEAM-2010) (TJDFT-2012) (TJPA-2012) (MPMG-2012) (PGESP-2012) (TJRN-2013) (MPDFT-2013) (TJSP-2014) (TJDFT-2014) (TJPR-2014) (TJCE-2014) (TRF5-2011/2015) (TJAM-2016) (Anal. Judic./TRF1-2017) (TJRS-2009/2018) (TCEMG-2018) (TJRO-2019) (MPSP-2019) (TJMS-2020)
	OBS: No chamado controle difuso de constitucionalidade, também adotado pelo Brasil, ao lado do controle abstrato, qualquer juiz ou Tribunal pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo no caso concreto. No entanto, se o Tribunal for fazer essa declaração, deverá respeitar a cláusula de reserva de plenário.
A chamada "cláusula de reserva de plenário" significa que, se um Tribunal for declarar a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo, é obrigatória que essa declaração de inconstitucionalidade seja feita pelo voto da maioria absoluta do Plenário ou do órgão especial deste Tribunal.
Esta exigência da cláusula de reserva de plenário tem como objetivo conferir maior segurança jurídica para as decisões dos Tribunais, evitando que, dentro de um mesmo Tribunal, haja posições divergentes acerca da constitucionalidade de um dispositivo, gerando instabilidade e incerteza.
Atenção: Trata-se da chamada “cláusula de reserva de plenário”, também conhecida como regra do full bench, full court ou julgamento em banc.
	(MPCE-2020-CESPE): Conforme a jurisprudência do STF, a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei, afaste sua incidência, no todo ou em parte, viola, especificamente, a cláusula de reserva de plenário. BL: SV, 10, STF.
(TJMS-2020-FCC): A cláusula de reserva de plenário (regra do full bench), nos termos da Constituição Federal e da jurisprudência do STF, tem aplicabilidade à decisão que declara a inconstitucionalidade de lei, ainda que parcial, inexistindo violação à referida cláusula na decisão de órgão fracionário quando houver declaração anterior proferida pela maioria absoluta do órgão especial ou Plenário do Tribunal respectivo. BL: SV 10, STF e RE 544.246/SE do STF c/c art. 97, CF/88.
##Atenção: O STF entende que mesmo a declaração parcial de inconstitucionalidade, pressupõe a obediência à norma do art. 97 da CF (STF. 1ª T. RE 544.246/SE, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 13.02.07). Por outro lado, não há violação da regra se houve manifestação do órgão especial ou do plenário do tribunal respectivo; é justamente essa a aplicação literal do art. 97 da CF/88.
(TJAC-2019-VUNESP): A denominada cláusula de reserva de plenário, aplicada na apreciação judicial de leis e atos normativos submetidos ao controle de constitucionalidade, deve ser observada quando o órgão fracionário do Tribunal apenas afasta a incidência, parcialmente, da lei ou ato normativo, mas não declara expressamente a sua inconstitucionalidade. BL: SV 10, STF.
(TJPR-2019-CESPE): Um órgão fracionário de determinado tribunal afastou a incidência de parte de ato normativo do poder público, sem declarar expressamente a inconstitucionalidade do ato. Nessa situação hipotética, segundo a Constituição Federal de 1988 e o entendimento sumulado do STF, a decisão desse órgão fracionário violou a cláusula de reserva do plenário, uma vez que afastou a incidência, ainda que em parte, de ato normativo do poder público. BL: SV 10, STF e art. 97, CF/88.
(DPESP-2012-FCC): Cabe reclamação ao STF para impugnar decisão de órgão fracionário do Tribunal de Justiça que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte. BL: arts. 97 e 103-A, §3º, CF e SV 10.
(TJMT-2009-VUNESP): Um Município teve questionada, em mandado de segurança na justiça estadual, uma lei que instituiu um tributo municipal. O Tribunal de Justiça, pela 2.ª Câmara de Direito Público, entendendo que a exigência tributária não estava de acordo com a repartição constitucional de competências, afastou a cobrança do tributo dando provimento à apelação do contribuinte, mas no acórdão não houve declaração expressa de inconstitucionalidade. Nesse caso, portanto, nos moldes da Constituição e do entendimento do STF, cabe ao Município ajuizar uma Reclamação perante o STF, com fundamento na violação da cláusula de reserva de plenário. BL: SV 10, STF e arts. 97 e 103-A, §3º, CF/88.
OBS: Houve o descumprimento do teor da SV 10 do STF. E, nos termos do art. 103-A, §3º, da CF, do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao STF.
SÚMULA VINCULANTE 11 
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. (DPEAL-2009) (DPEMA-2011) (TJCE-2018) (MPMT-2012/2019) (TJPA-2019) (TJRO-2019)
	OBS: Importante. A Lei n° 7210/84 (Lei de Execuções Penais) prevê o seguinte: “Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.”
Em 2016, ou seja, após a SV 11-STF, finalmente foi editado o Decreto federal mencionado pelo art. 199 da LEP e que trata sobre o emprego de algemas.
Sobre o que trata o Decreto 8.858/2016? Regulamenta o art. 199 da Lei de Execução Penal com o objetivo de disciplinar como deve ser o emprego de algemas.
Diretrizes: O emprego de algemas terá como diretrizes:
· A dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF/88);
· A proibição de que qualquer pessoa seja submetida a tortura, tratamento desumano ou degradante (art. 5º, III, da CF/88);
· A Resolução nº 2010/16, de 22 de julho de 2010, das Nações Unidas sobre o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para mulheres infratoras (Regras de Bangkok); e
· O Pacto de San José da Costa Rica, que determina o tratamento humanitário dos presos e, em especial, das mulheres em condição de vulnerabilidade.
A pessoa presa pode ser algemada? Como regra, NÃO. Existem três exceções. Quais são elas? É permitido o emprego de algemas apenas em casos de:
· resistência;
· fundado receio de fuga; ou 
· perigo à integridade física própria ou alheia, causado pelo preso ou por terceiros.
Formalidade que deve ser adotada no caso do uso de algemas: Caso tenha sido verificada a necessidade excepcional do uso de algemas, com base em uma das três situações acima elencadas, essa circunstância deverá ser justificada, por escrito.
Situação especial das mulheres em trabalho de parto ou logo após: É proibidousar algemas em mulheres presas:
· Durante o trabalho de parto
· No trajeto da parturiente entre a unidade prisional e a unidade hospitalar; e 
· Após o parto, durante o período em que se encontrar hospitalizada.
A proibição das algemas vale somente no momento da prisão? NÃO. Essa regra vale para todas as situações. A vedação quanto ao uso de algemas incide tanto no momento da prisão (seja em flagrante ou por ordem judicial) como também nas hipóteses em que o réu preso comparece em juízo para participar de um ato processual (ex: réu durante a audiência). Em outras palavras, a pessoa que acaba de ser presa, em regra, não pode ser algemada. Se ela tiver que ser deslocada para a delegacia, por exemplo, em regra, não pode ser algemada. Se tiver que comparecer para seu interrogatório, em regra, não pode ser algemada. 
Quais são as consequências caso o preso tenha sido mantido algemado fora das hipóteses mencionadas ou sem que tenha sido apresentada justificativa por escrito? O Decreto 8.858/16 não prevê consequências ou punições para o descumprimento das regras impostas para o emprego de algemas. No entanto, a SV 11 do STF impõe as seguintes consequências:
a) Nulidade da prisão;
b) Nulidade do ato processual no qual participou o preso;
c) Responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade responsável pela utilização das algemas;
d) Responsabilidade civil do estado.
Vale ressaltar que, se durante audiência de instrução e julgamento o juiz recusa, de forma motivada, o pedido para que sejam retiradas as algemas do acusado, não haverá nulidade processual (STJ HC 140.718-RJ).
A SV 11-STF continua valendo mesmo após o Decreto 8.858/16? SIM. O Decreto 8.858/16 praticamente repetiu as mesmas hipóteses previstas na súmula vinculante, acrescentando, contudo, a proibição das algemas para mulheres em trabalho de parto e logo após. Apesar disso, a SV 11 continua tendo grande importância porque ela prevê, em sua parte final, as consequências caso o preso tenha sido mantido algemado fora das hipóteses mencionadas ou sem que tenha sido apresentada justificativa por escrito.
	(PRF-2020-CESPE): No que se refere ao uso diferenciado da força, julgue o item a seguir: O STF, por súmula vinculante, trata do uso de algema como algo excepcional, que deve ser justificado por escrito. BL: SV 11, STF.
SÚMULA VINCULANTE 12 
A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal. (MPSC-2010) (MPMG-2010) (TRF4-2010) (DPEAC-2012) (MPRS-2012) (DPESP-2013) (TRF2-2013) (TJSE-2015) (DPERO-2017) (TJPA-2012/2019) (MPGO-2019)
	(MPPR-2014): A Constituição Federal, dentre os princípios basilares do ensino, inseriu o da gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. Sobre o tema, é posição do Supremo Tribunal Federal, consagrada em súmula vinculante, a impossibilidade de cobrança de taxa de matrícula em Universidades Públicas. BL: SV 12.
OBS: 
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: (...).
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.
Taxa de inscrição em vestibular: Aplicando-se o raciocínio da SV 12, as universidades públicas também não podem cobrar taxa para inscrição em processo seletivo seriado (aquele "vestibular" que ocorre, de forma contínua, durante todo o ensino médio. Nesse sentido: STF. 1ª Turma. AI 748944 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 05/08/2014.
 
Cursos de extensão: Vale ressaltar, por outro lado, que essa súmula não se aplica para cursos de extensão. Em tais casos poderá haver cobrança de taxa de matrícula.
 
Cursos de pós-graduação: Além disso, segundo decidiu o STF, "a garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades públicas de mensalidade em cursos de especialização." (STF. Plenário. RE 597854/GO, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 26/4/2017. Repercussão geral. Info 862). Em outras palavras, as universidades públicas podem cobrar taxa de matrícula e mensalidade em cursos de especialização.
SÚMULA VINCULANTE 13 
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. (MPCE-2009) (MPMG-2010) (TJPB-2011) (MPMS-2011) (MPPR-2011) (MPF-2011) (MPSC-2010/2013) (TJMA-2013) (MPAM-2015) (TJMSP-2016)
	OBS: Importante.
Vale ressaltar que a norma que impede nepotismo no serviço público não alcança servidores de provimento efetivo. STF. Plenário. ADI 524/ES, rel. orig. Min Sepúlveda Pertence, red. p/ o acórdão Min Ricardo Lewandowski, julgado em 20/05/2015 (Info 786).
Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente no órgão, mas sem influência hierárquica sobre a nomeação. A incompatibilidade da prática enunciada na SV 13 com o art. 37 da CF/88 não decorre diretamente da existência de relação de parentesco entre pessoa designada e agente político ou servidor público, mas de presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, chefia ou assessoramento tenha sido direcionado à pessoa com relação de parentesco com quem tenha potencial de interferir no processo de seleção. STF. 2° T., Rcl 18564/SP, Rel. Orig. Min Gilmar Mendes, Red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, j. 23/2/16 (Info 815).[footnoteRef:1] [1: ##Atenção: Julgado cobrado na prova do MPGO-2019.] 
É Inconstitucional lei estadual que excepciona a vedação da prática do nepotismo, permitindo que sejam nomeados para cargos em comissão ou funções gratificadas de até dois parentes das autoridades estaduais, além do cônjuge do Governador. STF. Plenário. ADI 3745/GO, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 15/05/13 (Info 706).
A nomeação do cônjuge de prefeito para o cargo de Secretário Municipal, por se tratar de cargo público de natureza política, por si só, não caracteriza ato de improbidade administrativa. STF. 2ª T., Rcl 22339 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, j. 4/9/18 (Info 914). [footnoteRef:2] [2: ##Atenção: Julgado cobrado na prova do MPGO-2019.] 
Desse modo, em regra, a proibição da SV 13 não se aplica para cargos públicos de natureza política, como, por exemplo, Secretário Municipal. Assim, a jurisprudência do STF, em regra, tem excepcionado a regra sumulada e garantido a permanência de parentes de autoridades públicas em cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática não configura nepotismo. Entretanto, há uma exceção trazida pelo STF: poderá ficar caracterizado o nepotismo mesmo em se tratando de cargo político caso fique demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação por manifesta ausência de qualificação técnica ou inidoneidade moral do nomeado. STF. 1ª T. Rcl 28024 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 29/05/18.[footnoteRef:3] [3: ##Atenção: Julgado cobrado na prova do MPGO-2019.] 
Por fim, para os casos de Conselheiros de Tribunais de Contas, entende-se que a súmula é aplicável, visto que o cargo tem natureza administrativa (TJPB-2011-CESPE).
##Atenção: ##DOD: ##Repercussão Geral/STF – Tese 66: ##MPSP-2019: As leis que proíbam o nepotismo na Administração Pública não são de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo, podendo, portanto, ser propostas pelos parlamentares. STF. Plenário. RE 570392/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 11/12/14 (Info 771).
	(MPGO-2019): Segundo entendimento do STF, nepotismo é a conduta de nomear para cargos públicos em comissão ou funções de confiança de livre provimento e de livre exoneração parentes, cônjuges ou companheiros de agentes públicos, enaltecendo critérios de promoção familiar e de afinidade em detrimento de critérios de mérito e capacidade funcional, no acesso a cargos públicos. Aindalevando em conta os entendimentos firmados pelo STF sobre nepotismo, assinale a alternativa correta: A Súmula Vinculante 13, ao explicitar as situações em que se caracteriza o nepotismo, não esgotou as hipóteses de violação à moralidade decorrente da contratação por influência de vínculos familiares na Administração Pública, de forma que é possível a configuração de nepotismo em situações outras, ali não expressamente definidas. BL: S. 13, STF e Entend. Jurisprud. STF.
##Atenção: ##STF: ##MPGO-2019: Ao se editar a Súmula Vinculante nº 13, embora não se tenha pretendido esgotar todas as possibilidades de configuração de nepotismo na Administração Pública, erigiram-se critérios objetivos de conformação, a saber: i) ajuste mediante designações recíprocas, quando inexistente a relação de parentesco entre a autoridade nomeante e o ocupante do cargo de provimento em comissão ou função comissionada; ii) relação de parentesco entre a pessoa nomeada e a autoridade nomeante; iii) relação de parentesco entre a pessoa nomeada e o ocupante de cargo de direção, chefia ou assessoramento a quem estiver subordinada e iv) relação de parentesco entre a pessoa nomeada e a autoridade que exerce ascendência hierárquica ou funcional sobre a autoridade nomeante. 2. A incompatibilidade da prática enunciada na Súmula Vinculante nº 13 com o art. 37, caput, da CF/88 não decorre diretamente da existência de relação de parentesco entre pessoa designada e agente político ou servidor público ocupante de cargo em comissão ou função comissionada, mas da presunção de que a escolha para ocupar cargo de direção, chefia ou assessoramento tenha sido direcionada a pessoa com relação de parentesco com alguém que tenha potencial de interferir no processo de seleção. 3. Ultrapassar a delineação fática traçada pelo Tribunal de origem demandaria o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário. Incidência do enunciado de Súmula 279 do STF. 4. Agravo regimental não provido. 5. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC, haja vista tratar-se, na origem, de mandado de segurança (art. 25 da Lei nº 12.016/09). STF. 2ª T., RE 807383 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 30/06/17. (...) Além disso, cumpre destacar o seguinte do voto do Min. Rel. Dias Toffoli, no julgamento do MS 21697: “Ao editar a Súmula Vinculante 13, a Corte não pretendeu esgotar todas as possibilidades de configuração de nepotismo na Administração Pública, dada a impossibilidade de se preverem e de se inserirem, na redação do enunciado, todas as molduras fático-jurídicas reveladas na pluralidade de entes da Federação (União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios) e das esferas de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), com as peculiaridades de organização em cada caso”. STF. 1ª T., MS 31697, Rel. Dias Toffoli, j. 11/03/14.
(MPGO-2019): Segundo entendimento do STF, nepotismo é a conduta de nomear para cargos públicos em comissão ou funções de confiança de livre provimento e de livre exoneração parentes, cônjuges ou companheiros de agentes públicos, enaltecendo critérios de promoção familiar e de afinidade em detrimento de critérios de mérito e capacidade funcional, no acesso a cargos públicos. Ainda levando em conta os entendimentos firmados pelo STF sobre nepotismo, assinale a alternativa correta: A vedação ao nepotismo decorre diretamente dos princípios contidos no artigo 37, caput, da Constituição Federal e não exige a edição de lei. Entretanto, caso seja disciplinada por lei, sua iniciativa não é exclusiva do Chefe do Poder Executivo. BL: S. 13, STF e teses 29 e 66, Reperc. Geral/STF.
##Atenção: ##Reperc. Geral/STF – Teses 29 e 66: ##MPAM-2015: ##TJCE-2018: ##CESPE: ##TRF4-2016: ##MPGO-2019: ##Tese 29: Leis que tratam dos casos de vedação a nepotismo não são de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo (RE 570392); ##Tese 66: A vedação ao nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática, dado que essa proibição decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal (RE 579951).[footnoteRef:4] [4: ##Atenção: ##STF: Embora restrita ao âmbito do Judiciário, a Resolução 7/2005 do Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita. II - A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática. III - Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal. IV - Precedentes. V - RE conhecido e parcialmente provido para anular a nomeação do servidor, aparentado com agente político, ocupante, de cargo em comissão. STF. Plenário. RE 579951, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 20/08/08.] 
	(TRF4-2016): A vedação ao nepotismo não exige a edição de lei formal para coibi-lo, na medida em que tal proibição decorre diretamente dos princípios constitucionais contidos no art. 37, caput da Constituição Federal. BL: SV 13 e tese 66, Reperc. Geral/STF.
(MPAM-2015-FMP): A vedação ao nepotismo decorre diretamente do art. 37, caput, da CF/1988, em especial dos princípios da impessoalidade e da moralidade, os quais informam sobremaneira a conduta retilínea e ética a ser exigida da Administração Pública nacional. BL: SV 13 e tese 66, Reperc. Geral/STF.
(MPDFT-2013): A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal que o coíba, uma vez que decorre diretamente dos princípios encartados no art. 37 da Constituição do Brasil. BL: SV 13 e tese 66, Reperc. Geral/STF.
(MPSP-2015): Sobre a proibição da prática de nepotismo, é correto afirmar que ressalvada situação de fraude à lei, a nomeação de parentes para cargos públicos de natureza política não configura nepotismo na Administração Pública. BL: SV 13, STF.
##Atenção: ##STF: A jurisprudência do STF preconiza que, ressalvada situação de fraude à lei, a nomeação de parentes para cargos públicos de natureza política não desrespeita o conteúdo normativo do enunciado da Súmula Vinculante 13. STF. 2ª T., RE 825682 AgR, Relator Ministro Teori Zavascki, j. 10.2.15.
(MPAM-2015-FMP): A proibição do nepotismo consubstanciada nos precedentes do STF, inclusive na súmula vinculante em apreço, deve levar em observância o assento constitucional dos cargos políticos, os quais não resultam em tese abrangidos pela envergadura daquela vedação, salvo modulações casuísticas demonstráveis para efeito de se verificar nepotismo cruzado ou fraude à legislação. BL: SV 13, STF.
##Atenção: ##STF: ##MPAM-2015: ##FMP: ##MPGO-2019: Com efeito, a doutrina, de um modo geral, repele o enquadramento dos Conselheiros dos Tribunais de Contas na categoria de agentes políticos, os quais, como regra, estão fora do alcance da Súmula Vinculante nº 13, salvo nas exceções acima assinaladas, quais sejam, as hipóteses de nepotismo cruzado ou de fraude à lei. STF. Plenário. Rcl 6702 MC-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 4.3.09.
##Atenção: O Professor Marcelo Pilon, em seu artigo “Nepotismo, Nepotismo Cruzado e Transnepotismo”, considera “‘Nepotismo-Cruzado’ a nomeação por parte dos membros do Judiciário, Executivo e Legislativo da União, Estados, Distrito Federal e municípios, de parentes uns dos outros. É a migração de servidores não concursados “dentro de um poder”, por exemplo, na Câmara de Vereadores, o vereador X contrata para atuar em seu gabinete o filho do vereador Y que em contrapartida contrata a esposa do vereador X.”
(MPGO-2013): Em tema de nepotismo, é correto, consoante a jurisprudência dominante do STF, afirmar que o cargo de Secretário Municipal tem natureza essencialmente política, não sendo apanhado pelas normas jurídicas que proíbem a prática de nepotismo. Daí por que é juridicamente acertada a nomeação de irmão do Prefeito para o cargo de Secretário Municipal da Fazenda. BL: SV 13, STF.
(MPDFT-2013): As regras relativas à proibição do nepotismo não são aplicáveis a situações que envolvam cargos de natureza política. BL: SV 13, STF.
(TJSP-2013-VUNESP): A Súmula Vinculante n.º 13 do STF, que proíbe o nepotismo na esfera dos três poderes da República,não alcança os serviços extrajudiciais de notas e de registro, pois estes têm caráter privado e seus titulares não exercem cargo público efetivo nem ocupam cargo público (ADI 2.602-0 do STF) e nada os impede de contratar parentes pelo regime da CLT. BL: SV 13, STF.
(TJMG-2009): Antônio, Prefeito do Município "X", nomeou como Secretário de Saúde João, seu irmão e, por recomendação deste, nomeou seu primo, Tadeu, para exercer o cargo de Superintendente de Assistência Farmacêutica da Secretaria. Inconformado, o MP ajuizou ação judicial pretendendo liminarmente o afastamento dos ocupantes dos cargos em comissão. Em se considerando que ambos são cargos comissionados de recrutamento amplo, pergunta-se, segundo entendimento sumulado do STF, qual decisão caberá ao Juiz da causa? Indeferir integralmente a liminar. BL: SV 13, STF.
##Atenção: Consoante entendimento jurisprudencial, a nomeação de Secretário Municipal é Ato Político, razão pela qual não atrai a incidência da Súmula Vinculante 13. Já o Tadeu (primo do Prefeito), é situado no 4º grau de parentesco, escapando, novamente, do referido Enunciado Sumular, que alcança tão somente até o 3º grau.
SÚMULA VINCULANTE 14 
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. (MPF-2005/2008) (PCBA-2008) (MPRO-2010) (DPERS-2011) (MPMT-2012) (MPRJ-2012) (DPEPR-2012) (DPESP-2012) (TRF2-2009/2011/2013) (PCES-2013) (MPSC-2013/2014) (DPERN-2015) (TJDFT-2014/2016) (TJRS-2016) (DPEAC-2017) (DPERO-2017) (MPGO-2010/2019) (TJBA-2019) (TJPA-2019)
	OBS: Importante.
Fundamento: arts. XXXIII, LIV e LV, da CF/88; art. 7°, XIII e XIV, do Estatuto da OAB.
Vale ressaltar que, depois de a súmula ter sido editada, houve alteração no inciso XIV do art. 7° do Estatuto da OAB, que agora tem a seguinte redação: 
“Art. 7° São direitos do advogado: (...) XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital;”
A súmula vinculante continua válida. Contudo, depois da alteração promovida pela Lei 13.245/16, a interpretação do enunciado deve ser ampliada para abranger qualquer procedimento investigatório realizado por qualquer instituição (e não mais apenas aquele realizado “por órgão com competência de polícia judiciária”, como prevê o seu texto).
##Atenção: ##STF: ##DOD: O STF entende que não viola a SV 14 quando se nega que o investigado tenha acesso a peças que digam respeito a dados sigilosos de terceiros e que não estejam relacionados com o seu direito de defesa. Portanto, mesmo que a investigação criminal tramite em segredo de justiça será possível que o investigado tenha acesso amplo autos, inclusive a eventual relatório de inteligência financeira do COAF, sendo permitido, contudo, que se negue o acesso a peças que digam respeito a dados de terceiros protegidos pelo segredo de justiça. Essa restrição parcial não viola a súmula vinculante 14. Isso porque é excessivo o acesso de um dos investigados a informações, de caráter privado de diversas pessoas, que não dizem respeito ao direito de defesa dele. STF. 1ª T. Rcl 25872 AgR-AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, j. 17/12/2019 (Info 964).
Confira outros precedentes do STF no mesmo sentido:
O direito assegurado ao indiciado (bem como ao seu defensor) de acesso aos elementos constantes em procedimento investigatório que lhe digam respeito e que já se encontrem documentados nos autos, não abrange, por óbvio, as informações concernentes à decretação e à realização das diligências investigatórias, mormente as que digam respeito a terceiros eventualmente envolvidos. STF. 1ª T. HC 94387 ED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 06/04/10.
Elementos informativos produzidos pela autoridade judiciária reclamada que atestam a ocorrência do pretendido acesso dos advogados constituídos aos documentos dos autos da persecução penal, à exceção das peças que não teriam pertinência alguma com o procedimento penal instaurado em face do reclamante. STF. 2ª T. Rcl-ArR 26983, Rel. Min Celso de Mello, j. 20/12/2019.
	(TJSC-2019-CESPE): Com relação às características do inquérito policial, assinale a opção correta: Não poderá haver restrição de acesso, com base em sigilo, ao defensor do investigado, que deve ter amplo acesso aos elementos de prova já documentados no IP, no que diga respeito ao exercício do direito de defesa. BL: SV 14, STF e art. 7º, XIV da lei 8.906/94.
(DPERS-2018-FCC): Sobre a defesa no processo penal, considere: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. BL: SV 14, STF.
(DPEPE-2018-CESPE): Em razão de mandados expedidos por juiz competente, foram realizadas providências cautelares de interceptação telefônica e busca domiciliar na residência de Marcos para a obtenção de provas de crime de tráfico ilícito de entorpecentes a ele imputado e objeto de investigação em inquérito policial. Nessa situação, durante o procedimento investigatório, o advogado de Marcos terá direito de acessar os relatórios de cumprimento dos mandados de busca e apreensão e os respectivos autos de apreensão. BL: SV 14, STF.
OBS: O processo já foi concluído e documentado, sendo assim, o advogado terá amplo acesso.
(Anal. Judic./DPEAM-2018-FCC): A autoridade policial não poderá negar ao advogado do indiciado o acesso às transcrições de interceptações telefônicas de conversas mantidas pelo indiciado, já documentadas nos autos do inquérito policial, caso digam respeito ao exercício do direito de defesa. BL: SV 14, STF.
(TJSP-2017-CESPE): Durante o inquérito, o advogado pode ter delimitado, pela autoridade competente, o acesso aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentadas nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. BL: SV 14, STF c/c art. 7º, §4º da Res. 13/06 do CNMP c/c art. 7º, §11 do Estatuto da OAB.
(Anal. Judic.-TRE/BA-2017-CESPE): Indiciado em determinado inquérito policial, Pedro requereu, por meio de seu advogado, acesso aos autos da investigação. O requerimento foi negado pelo delegado de polícia. Nessa situação hipotética, a decisão da autoridade policial está incorreta, pois o acesso do indiciado, por meio de seu advogado, aos autos do procedimento investigatório é garantia de seu direito de defesa. BL: SV 14, STF.
(DPESP-2015-FCC): “Paridade de armas no processo penal é a igual distribuição, durante o processo penal (...) aos envolvidos que defendem interesses contrapostos, de oportunidades para apresentação de argumentos orais ou escritos e de provas com vistas a fazer prevalecer suas respectivas teses perante a autoridade judicial" (Renato Stanziola Vieira, Paridade de armas no processo penal, Gazeta Jurídica, Brasília, 2014, p. 236). Com base no texto acima, é situação de NÃO violação ao princípio da paridade de armas: Sigilo das medidas cautelares em curso na investigação preliminar, cuja ciência ao investigado ou defensor possa prejudicar a eficácia do ato. BL: SV 14, STF.
(TRF4-2014): Assinale a alternativa correta: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. Esse direito tem por objeto as informações já introduzidas nos autos de inquérito, não as relativas à decretação e às vicissitudes da execução de diligências em curso. BL: SV 14, STF.
(TJRN-2013-CESPE): Durante o inquérito policial, é asseguradoao defensor amplo acesso aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao direito de defesa. BL: SV 14, STF.
SÚMULA VINCULANTE 15 
O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo. (DPESP-2013)
	(TJPA-2019-CESPE): Determinado servidor público estadual possui vencimento-base inferior ao salário mínimo. Sua remuneração é complementada por meio de um abono, destinado a garantir a percepção do mínimo legal. Considerando-se os enunciados de súmula vinculante do STF, nesse caso, se for criada uma nova gratificação de desempenho aplicável a esse servidor, ela não poderá incidir sobre o abono. BL: SV 15, STF.
SÚMULA VINCULANTE 16 
Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público. (TJRS-2012) (TJPA/Reaplic-2019)
	OBS: Ex: o vencimento básico de João é de 500 reais (abaixo do salário mínimo). No entanto, ele recebe também 600 reais de uma determinada gratificação. Logo, os arts. 7º, IV e 39, §3º da CF estão atendidos, considerando que a remuneração percebida pelo servidor é de 1100 reais, estando, portanto, acima do valor do salário mínimo.
SÚMULA VINCULANTE 17 
Durante o período previsto no parágrafo 1º (atual § 5º) do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos. (TRF1-2009) (TRF2-2009) (TRF4-2010) (TRF5-2011) (TJDFT-2014) (TJPR-2017)
	OBS: Válida, mas quando o enunciado fala em “§ 1°”: deve-se entender § 5°. Isso porque, após a súmula ter sido aprovada (em 10/11/2009), foi editada a EC 62/2009 (em 09/12/2009), que deslocou a redação do antigo § 1° para o atual § 5° do art. 100 da CF/88.
SÚMULA VINCULANTE 18 
A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal. (MPCE-2009) (TJAM-2013) (TJRN-2013) (TJGO-2015)
	OBS: 
Art. 14. (...)
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
A inelegibilidade do art. 14, §7º da CF NÃO ALCANÇA o cônjuge supérstite (sobrevivente, viúvo) quando o falecimento tiver ocorrido no primeiro mandato, com regular sucessão do vice-prefeito, e tendo em conta a construção de novo núcleo familiar. A SV 18 do STF não se aplica aos casos de extinção de vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges (STF, Plenário, RE 758461/PB, j. 22/05/14 (repercussão geral) (Info 747).
	(TJDFT-2016-CESPE): Considerando as interpretações doutrinárias e jurisprudenciais conferidas às normas constitucionais referentes aos direitos políticos, assinale a opção correta: A dissolução da sociedade conjugal no curso do mandato eletivo de governador de Estado implica a inelegibilidade de sua ex-cônjuge para o cargo de deputado estadual na mesma unidade da Federação para o pleito subsequente. BL: SV 18, STF.
(TRF4-2016): A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade do ex-cônjuge. BL: SV 18, STF.
(TJSP-2014-VUNESP): Assinale a opção correta, a respeito da inelegibilidade: A dissolução do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade do cônjuge, que não seja titular de mandato eletivo do Presidente da República, de Governador de Estado ou de Prefeito, no território de jurisdição do titular do mandato, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. BL: SV 18, STF e art. 14, §7º, CF.
(TJDFT-2014-CESPE): Considere que Tino, casado com Rita, esteja no exercício de seu segundo mandato consecutivo de prefeito do município Y e que o casal se divorcie durante o segundo mandato. Nessa situação, consoante entendimento jurisprudencial do STF e do TSE acerca das hipóteses de inelegibilidade, caso Rita decida candidatar-se, na eleição imediatamente posterior ao segundo mandato de Tino, ao mesmo cargo no mesmo município, ela será considerada inelegível, uma vez que o divórcio não afasta a inelegibilidade. BL: SV, 18, STF (eleitoral)
SÚMULA VINCULANTE 19 
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. (MPMG-2010) (MPSE-2010) (TRF4-2010) (TJRO-2011) (TJGO-2012) (MPRS-2012) (DPESP-2013) (TJPR-2017) (TJSC-2017) (Cartórios/TJMG-2017) (TJRS-2018) (TJPA-2012) (TJMS-2020)
	(TRF5-2011-CESPE): A respeito do Sistema Tributário Nacional, assinale a opção correta: A cobrança de taxa exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o texto constitucional. BL: SV 19, STF.
(DPU-2010-CESPE): Segundo o STF, são específicos e divisíveis os serviços públicos municipais de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, desde que essas atividades sejam completamente dissociadas de outros serviços públicos de limpeza realizados em benefício da população em geral e de forma indivisível, a exemplo dos serviços de conservação e limpeza de bens públicos, como praças, calçadas, ruas e bueiros. BL: SV 19, STF.
##Atenção: ##STF: ##TJMA-2013: ##TJPR-2017: ##TJPA-2019: ##CESPE: ##TJRS-2018: ##VUNESP: ##TJMS-2020: ##FCC: O STF fixou balizas quanto à interpretação dada ao art. 145, II, da CF/88, no que concerne à cobrança de taxas pelos serviços públicos de limpeza prestados à sociedade. Com efeito, a Corte entende como específicos e divisíveis os serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, desde que essas atividades sejam completamente dissociadas de outros serviços públicos de limpeza realizados em benefício da população em geral (uti universi) e de forma indivisível, tais como os de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos (praças, calçadas, vias, ruas, bueiros). Decorre daí que as taxas cobradas em razão exclusivamente dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis são constitucionais, ao passo que é inconstitucional a cobrança de valores tidos como taxa em razão de serviços de conservação e limpeza de logradouros e bens públicos. (STF. Plenário. RE 576321 RG-QO, Min. Rel. Ricardo Lewandowski, j. 4.12.2008, com repercussão geral - tema 146)Parte superior do formulárioParte inferior do formulário. A denominada “taxa de limpeza de logradouros” é inconstitucional por ser um serviço público uti universi e, assim como a taxa de iluminação pública, não permite a real aferição da “quantidade de serviço” usufruída por cada contribuinte. (STF. 2ª T. RE 433335 AgR, Min. Rel. Joaquim Barbosa, j. 03/03/2009).
SÚMULA VINCULANTE 20 
A Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa - GDATA, instituída pela Lei nº 10.404/2002, deve ser deferida aos inativos nos valores correspondentes a 37,5 (trinta e sete vírgula cinco) pontos no período de fevereiro a maio de 2002 e, nos termos do artigo 5º, parágrafo único, da Lei nº 10.404/2002, no período de junho de 2002 até a conclusão dos efeitos do último ciclo de avaliação a que se refere o artigo 1º da Medida Provisória no 198/2004, a partir da qual passa a ser de 60 (sessenta) pontos. 
SÚMULA VINCULANTE 21 
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. (TJAP-2008) (TJMS-2008) (MPSC-2010) (TJPA-2012) (MPMG-2012) (DPESC-2012) (DPEMS-2012) (DPESP-2013) (TJMT-2014) (TJSE-2015) (TJDFT-2016) (TJAM-2016) (TJRJ-2016) (TJPR-2012/2014/2017)(MPSP-2017) (PGESE-2017) (DPERO-2017) (TJCE-2018) (TJSP-2018) (MPBA-2018)
	OBS: Importante. Essa exigência viola o art. 5º, LV da CF/88.
	(TJRN-2013-CESPE): No que diz respeito aos direitos individuais, sociais e políticos e aos direitos dos estrangeiros, assinale a opção correta de acordo com a jurisprudência do STF: Considere que determinado órgão estadual edite resolução que preveja, como condição para a interposição de recursos administrativos que questionem as multas por ele aplicadas, a exigência de depósito prévio de 1% do valor da multa questionada. Nessa situação, a resolução é inconstitucional. BL: SV 21, STF.
SÚMULA VINCULANTE 22 
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04. (PGERS-2010) (MPBA-2010) (MPGO-2010) (MPPR-2011) (DPEMA-2011) (TRF1-2011) (TRF2-2011) (TJGO-2012) (DPEMS-2012) (DPERO-2012)
	OBS: Importante. Art. 114, VI, da CF/88.
· Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o empregador pedindo indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho: competência da Justiça do TRABALHO.
· Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o INSS pleiteando benefício decorrente de acidente de trabalho: competência da justiça comum ESTADUAL.
· Ação proposta pelo acidentado (seu cônjuge, demais herdeiros ou dependentes) contra o INSS pleiteando benefício decorrente de acidente de outra natureza (que não seja acidente de trabalho): competência da Justiça FEDERAL (STJ AgRg no CC 118.348/SP, j. 29/02/2012).
SÚMULA VINCULANTE 23 
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. (TJGO-2012) (Cartórios/TJES-2013) (TJRO-2019) (MPGO-2019)
	OBS: Importante. Art. 114, II, CF/88.
SÚMULA VINCULANTE 24 
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. (MPRN-2009) (TRF1-2009) (TRF5-2009) (MPGO-2010) (MPSE-2010) (DPU-2010) (TRF3-2011) (TJAC-2012) (MPRJ-2012) (TJSC-2013) (MPSC-2013) (TJCE-2012/2014) (MPAC-2014) (TJSE-2015) (TJRR-2015) (TJPB-2015) (TJRJ-2014/2016) (TJDFT-2014/2016) (MPMG-2010/2017) (TJPR-2017) (TJRS-2018) (TJPA-2019) (MPMT-2019) (MPSP-2019)
	(TJSP-2014-VUNESP): Acerca de crime contra a ordem tributária, previsto no art. 1.º, incisos I a IV, da Lei n.º 8.137/90 (constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:…), assinale a opção correta: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto nestas hipóteses, antes do lançamento definitivo do tributo. BL: SV 24 do STF e art. 1º, I a IV, da Lei 8137/90.
##Atenção: Vejamos o seguinte julgado do STF: “É pacífica a jurisprudência do STF quanto à necessidade do exaurimento da via administrativa para a validade da ação penal, instaurada para apurar infração aos incisos I a IV do art. 1º da Lei 8.137/1990. Precedentes: HC 81.611, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence (Plenário); HC 84.423, da minha relatoria (Primeira Turma). Jurisprudência que, de tão pacífica, deu origem à Súmula Vinculante 24 (...). 2. A denúncia ministerial pública foi ajuizada antes do encerramento do procedimento administrativo fiscal. A configurar ausência de justa causa para a ação penal. Vício processual que não é passível de convalidação. 3. Ordem concedida para trancar a ação penal." (HC 100.333, Relator Ministro Ayres Britto, Segunda Turma, julgamento em 21.6.2011, DJe de 19.10.2011).
(MPMG-2013): Segundo orientação do STF, não se tipifica crime material contra a ordem tributária antes do lançamento definitivo do tributo, a supressão ou redução deste, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas, exceto: Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. BL: SV 24 do STF e art. 1º, V da Lei 8137/90.
##Atenção: 
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000)
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato;
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
##Atenção: ##STJ e STF: ##MPMT-2019: ##FCC: A Súmula Vinculante 24 tem aplicação aos fatos ocorridos anteriormente à sua edição. Como a SV 24 representa a mera consolidação da interpretação judicial que já era adotada pelo STF e pelo STJ mesmo antes da sua edição, entende-se que é possível a aplicação do enunciado para fatos ocorridos anteriormente à sua publicação. Assim, a Súmula Vinculante 24 pode ser aplicada aos crimes cometidos antes da sua vigência, tendo em vista que não se está diante de norma mais gravosa, mas de consolidação de interpretação judicial. STF. 1ª T. RHC 122774/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 19/5/2015 (Info 786). STJ. 3ª S. EREsp 1318662-PR, Rel. Min. Felix Fischer, j. 28/11/18 (Info 639).
SÚMULA VINCULANTE 25 
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. (DPEMS-2008) (DPEES-2009) (MPRO-2010) (TJPE-2011) (MPPB-2011) (MPCE-2011) (PGERO-2011) (TJAC-2012) (MPRS-2012) (TJRN-2013) (TJAP-2014) (TJCE-2014) (TJPR-2012/2014/2017) (DPERO-2017)
SÚMULA VINCULANTE 26 
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico. (MPES-2010) (TRF3-2011) (TJAC-2012) (DPEPR-2012) (MPF-2005/2013) (TJRN-2013) (MPDFT-2013) (DPETO-2013) (TJRR-2015) (DPU-2015) (TJDFT-2016) (MPSC-2016) (MPMG-2012/2017) (TJSP-2017) (TJMT-2018) (TJAL-2019) (TJBA-2019) (MPSP-2019)
	(MPPR-2016): Os crimes hediondos e assemelhados admitem a progressão de regime. BL: SV 26.
(TJAP-2014-FCC): Desde o advento da Lei 8.072/90, a vedação absoluta de progressão de regime prisional, originalmente instituída para os crimes hediondos ou assemelhados, comportou intenso debate acadêmico e jurisprudencial. Importantes vozes na doutrina desde logo repudiaram o regime integralmente fechado. Mas o Pleno do STF, então, em dois julgados antológicos, afastou a pecha da inconstitucionalidade (HC 69.603/SP e HC 69.657/SP), posicionamento que se irradiou para as outras Cortes e, desse modo, ditou a jurisprudência do país por mais de 13 anos. Somente em 2006 o STF rediscutiu a matéria, agora para dizer inconstitucional aquela vedação (HC 82.959-7/SP). A histórica reversão da jurisprudência, afinal, fez com que se reparasse o sistema normativo. Editou-se a Lei nº 11.464/07 que, pese admitindo a progressividade na execução correspondente, todavia lhe estipulou lapsos diferenciados. Todo esse demorado debate mais diretamentefundou-se especialmente em um dado postulado de direito penal que, portanto, hoje mais que nunca estrutura o direito brasileiro no tópico respectivo. Precipuamente, trata-se do postulado da individualização.
SÚMULA VINCULANTE 27 
Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente. (TJSC-2010) (MPMG-2010) (TRF4-2010) (TRF1-2009/2011) (DPEMS-2012) (MPRR-2012) (Cartórios/TJRO-2012) (MPMS-2013) (TJRJ-2014) (Anal. Judic./TJCE-2014)
	(MPSC-2019): Compete à Justiça Federal julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL for litisconsorte passiva necessária, assistente, ou opoente. BL: SV 27 (consumidor)
(TJSC-2015-FCC): Nos termos da Súmula Vinculante 27, do STF, “Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente". Está contida no posicionamento do Tribunal a compreensão de que há relação jurídica caracterizada como de consumo entre o usuário e a concessionária de serviço público. BL: SV 27.
(MPRO-2008-CESPE): Desencadeados pelos debates a respeito da possibilidade ou não de cobrança de assinatura básica pelas empresas de telefonia de âmbito regional ou nacional, um grande número de litígios judiciais relativos a consumidores, tanto de natureza coletiva como individual, ocorre atualmente nos tribunais pátrios. A respeito das disposições do CDC que repercutem em tais ações, assinale a opção correta: Nos litígios individuais em que a autarquia federal reguladora de serviços de telefonia integrar o feito como litisconsorte necessária, assistente ou oponente, o foro será sempre o da justiça federal. BL: SV 27.
SÚMULA VINCULANTE 28 
É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. (TRF4-2010) (TJAC-2012) (MPRS-2012) (TJMA-2013) (TJPR-2012/2014) (TJMT-2014) (TJDFT-2014) (TJSE-2015) (TJGO-2015) (TJAM-2016) (Cartórios/TJMG-2017)
	(TJDFT-2015-CESPE): Determinada unidade da Federação criou norma de processo administrativo tributário que torna obrigatório o depósito de 30% do valor do crédito tributário discutido como condição para recorrer para o tribunal administrativo de recursos fiscais. Após tal modificação, determinado contribuinte recebeu intimação sobre a decisão de primeira instância que lhe foi desfavorável, tendo apresentado recurso desacompanhado de depósito. Antes de intimar o contribuinte, o tribunal administrativo inscreveu o crédito em dívida ativa para interromper a prescrição e declarou a suspensão da exigibilidade do crédito tributário diante da interposição do recurso. A respeito dessa situação hipotética, assinale a opção correta. Como é inconstitucional a exigência de depósito recursal na esfera administrativa, a autoridade agiu corretamente ao suspender a exigibilidade do crédito tributário. BL: SV 28 (tributário)
(PGERN-2014-FCC): Ao receber inicial de ação desconstitutiva de crédito tributário, Juízo determinou o depósito do valor integral do débito, sob pena de extinção do processo. A decisão é incorreta, pois não se pode exigir depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se discute a exigibilidade de crédito tributário. BL: SV 28 (proc. civil)
(TJRJ-2013-VUNESP): Celestino, inconformado com o valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) que foi notificado a pagar, e não pagou, promoveu ação anulatória do ato declarativo da dívida, sem proceder, contudo, ao depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa e demais encargos, conforme determina a lei que trata da execução fiscal. A Fazenda Pública Municipal contestou, alegando que o feito é de ser extinto diante do descumprimento da exigência legal. Nesse caso, o juiz deve dar regular andamento ao feito por ser inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. BL: SV 28 (tributário)
SÚMULA VINCULANTE 29 
É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. (TJTO-2007) (TJRO-2011) (TJPA-2012) (TJPR-2012) (TRF4-2012) (TJRJ-2011/2012/2016) (TJDFT-2014/2016) (TJSC-2017) (Cartórios/TJMG-2017) (TJRS-2018) (TJMS-2020)
	(TJRS-2018-VUNESP): O prefeito do Município X pretende instituir uma taxa para custear o serviço de coleta, remoção e destinação do lixo doméstico produzido no Município. A taxa será calculada em função da frequência da realização da coleta, remoção e destinação dos dejetos e da área construída do imóvel ou da testada do terreno. Acerca dessa taxa, é correto afirmar que ela é legal se houver equivalência razoável entre o valor cobrado do contribuinte e o custo individual do serviço que lhe é prestado. BL: art. 145, §2º, CF; SV 29 do STF e RE 232.393/SP.
##Atenção: Acerca da base de cálculo das taxas, o STF, no RE 232.393/SP, analisou um caso muito interessante, em que o Município de São Carlos/SP criou uma taxa pela coleta domiciliar de lixo que era calculada em função da área construída do imóvel, de modo que, quanto maior a área, maior seria a taxa a ser paga por aquele imóvel. Em contestação, foi alegado pelos contribuintes que tal taxa estava sendo calculada, levando em conta um elemento utilizado também para firmar a base de cálculo do IPTU, o que acarretaria a violação da CF/1988, no art. 145, § 2º, que dispõe que taxas não podem ter as bases de cálculo próprias de imposto. Assim, do que foi analisado no RE 232.393/SP pelo STF, podemos extrair três conclusões: 
1º) É razoável presumir que imóveis maiores produzam mais lixo que os menores, sendo justa a cobrança da taxa com valores proporcionais a essa utilização presumida do serviço; 
2º) A Corte Suprema percebeu que, ao cobrar a taxa proporcionalmente à área do imóvel, a taxa acaba sendo graduada de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. A CF, em seu art. 145, § 1º, conforme interpretação do dispositivo, diz que não há proibição para que as taxas sejam graduadas, apesar de o princípio da capacidade contributiva referir-se aos impostos. Perceba que, em relação aos impostos, há obrigatoriedade da aplicação do princípio da capacidade contributiva, se possível (para o ICMS, por exemplo, não é possível a aplicação tal princípio); 
3º) A CF/1988 proíbe que as taxas possuam base de cálculo idêntica a dos impostos. A base de cálculo da taxa – levando em conta a área – é igual à base de cálculo do imposto? Não. Na base de cálculo da taxa, a área foi utilizada apenas como um elemento. E mesmo que a base de cálculo fosse exatamente a área, ainda assim, não seria idêntica à base de cálculo do IPTU. Desse modo, a área é só um elemento para se chegar à base de cálculo do IPTU (utilização do valor venal). Portanto, o STF afirmou que não é inconstitucional utilizar para fixar uma taxa um ou mais elementos próprios da base de cálculo do imposto, desde que não haja integral correspondência entre uma base e outra., entendimento esse que, em 2008, resultou na edição da Súmula Vinculante 29 do STF. (Fonte: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário. 14ª ed. 2020, p. 70/71).
##Atenção: ##STF: O fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do IPTU - a metragem da área construída do imóvel - que é o valor do imóvel (CTN, art. 33), ser tomado em linha de conta na determinação da alíquota da taxa de coleta de lixo, não quer dizer que teria essa taxa base de cálculo igual à do IPTU: o custo do serviço constitui a base imponível da taxa. Todavia, para o fim de aferir, em cada caso concreto, a alíquota, utiliza-se a metragem da área construída do imóvel, certo que a alíquota não se confundecom a base imponível do tributo. Tem-se, com isto, também, forma de realização da isonomia tributária e do princípio da capacidade contributiva: C.F., artigos 150, II, 145, § 1º. II. - R.E. não conhecido. (STF. Plenário. RE 232393/SP, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 12/08/99). A propósito, vejamos o seguinte trecho do julgado: “Numa outra perspectiva, deve-se entender que o cálculo da taxa de lixo, com base no custo do serviço dividido proporcionalmente às áreas construídas dos imóveis, é forma de realização da isonomia tributária, que resulta na justiça tributária (CF, art. 150, II). É que a presunção é no sentido de que o imóvel de maior área produzirá mais lixo do que o imóvel menor. O lixo produzido, por exemplo, por imóvel com mil metros quadrados de área construída, será maior do que o lixo produzido por imóvel de cem metros quadrados. A previsão é razoável e, de certa forma, realiza também o princípio da capacidade contributiva do art. 145, §1º, da C.F., que, sem embaraço de ter como destinatária os impostos, nada impede que possa aplicar-se, na medida do possível, às taxas.” (...)
(TJPR-2017-CESPE): O município de Curitiba/PR instituiu, por lei ordinária, taxa de coleta e remoção de lixo para os imóveis urbanos situados em seu território, estabelecendo como base de cálculo do tributo a área construída do imóvel, que, multiplicada pelo valor de R$ 2, resultaria no valor do tributo devido pelo contribuinte. Acerca dessa situação hipotética e dos preceitos constitucionais pertinentes ao poder de tributar, assinale a opção correta: O serviço de coleta e remoção de lixo em questão pode adotar um dos elementos de base de cálculo de impostos, desde que não haja identidade completa e o valor pago pelo contribuinte seja proporcional ao serviço que lhe é prestado. BL: SV 29.
##Atenção: No caso apresentado, o tributo é considerado constitucional por não haver identidade integral das bases de cálculo, uma vez que foi adotada apenas um dos elementos da base de cálculo do IPTU, qual seja, a área construída do imóvel.
(DPU-2017-CESPE): No cálculo do valor de determinada taxa, pode haver elementos da base de cálculo de algum imposto, desde que não haja total identidade entre uma base e outra. BL: SV 29. 
(TRF3-2016): É possível a adoção, no cálculo do valor de uma taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo de um imposto, desde que não ocorra integral identidade entre uma base e outra. BL: SV 29.
(TRF4-2010): Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta. Em matéria de taxas, o STF pacificou entendimento de que o disposto no § 2º do art. 145 da CF/1988 (“As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos”): Interpreta-se dando por constitucional a adoção, no cálculo da taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. BL: SV 29.
SÚMULA VINCULANTE 30 
(A Súmula Vinculante 30 está pendente de publicação) 
	OBS: Esta súmula foi aprovada em 03/02/2010, mas, no dia seguinte, os Ministros decidiram que ela não deveria ser publicada, uma vez que concluíram que seria necessário analisar com mais calma o tema. Em suma, o enunciado não está valendo.
Súmula vinculante 30-STF: É inconstitucional lei estadual que, a título de incentivo fiscal, retém parcela do ICMS pertencente aos municípios.
SÚMULA VINCULANTE 31 
É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis. (TJAC-2012) (MPRS-2012) (TJMA-2013) (DPESP-2013) (TJPE-2015) (TJDFT-2015) (PGERS-2015) (TJRJ-2016) (Cartórios/TJMG-2017) (TJMG-2018) (TJMS-2020)
	(TJRO-2011): É inconstitucional a incidência de imposto sobre serviços de qualquer natureza sobre operações de locações de veículos. BL: SV 31. (tributário)
##Atenção: De fato, a locação de móvel não incide ISS. Todavia, se colocar à disposição funcionário para operar a atividade de locação de bens móveis, neste caso haverá prestação de serviço, não se aplicando a SV 31.
(TJSC-2009): Segundo orientação dominante do STF, o ISS não incide na locação de bens móveis. BL: SV 31. (tributário)
SÚMULA VINCULANTE 32 
O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. (TJMA-2013) (TJPR-2013) (MPPR-2019) (TJMS-2020)
SÚMULA VINCULANTE 33 
Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica. 
	##Atenção: Importante.
SÚMULA VINCULANTE 33 – ANTES DA EC 103/2019
O que é aposentadoria especial? Aposentadoria especial é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do beneficiário são mais favoráveis que os estabelecidos normalmente para as demais pessoas.
Quem tem direito à aposentadoria especial no serviço público? Antes da Reforma da Previdência (EC 103/2019), a Constituição Federal dizia o seguinte:
Art. 40 (...) § 4° É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:
I - portadores de deficiência;
II - que exerçam atividades de risco;
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
O § 4º do art. 40 da CF exigia, portanto, que fossem editadas leis complementares definindo os critérios para a concessão da aposentadoria especial aos servidores públicos em cada uma das hipóteses dos incisos acima listados.
A lei complementar de que trata o inciso III já tinha sido editada? NÃO. 
O que acontecia, já que não existe a LC? Como ainda não havia a referida lei complementar disciplinando a aposentadoria especial do servidor público, o STF reconheceu que o Presidente da República estava em “mora legislativa” por ainda não ter enviado ao Congresso Nacional o projeto de lei para regulamentar o antigo art. 40, § 4º, III da CF/88. Diante disso, o STF, ao julgar o Mandado de Injunção nº 721/DF (e vários outros que foram ajuizados depois), determinou que, enquanto não fosse editada a LC regulamentando o antigo art. 40, § 4º, III, da CF/88, deveriam ser aplicadas, aos servidores públicos, as regras de aposentadoria especial dos trabalhadores em geral (regras do Regime Geral de Previdência Social — RGPS), previstas no art. 57 da Lei nº 8.213/91. Logo, os servidores públicos que exerciam atividades sob condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou integridade física (antigo art. 40, § 4º, III da CF/88) teriam direito de se aposentar com menos tempo de contribuição que os demais agentes públicos. O STF editou uma súmula espelhando o entendimento: 
Súmula vinculante 33-STF: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do Regime Geral de Previdência Social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, parágrafo 4º, inciso III, da Constituição Federal, até edição de lei complementar específica.
Vale ressaltar que a SV 33-STF somente trata sobre a aposentadoria especial do servidor público baseada no inciso III do § 4° do art. 40 da CF/88 (atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física), não abrangendo as hipóteses dos incisos I (deficientes) e II (atividades de risco).
CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM TEMPO COMUM – ANTES DA EC 103/2019
Imagine a seguinte situação hipotética: A lei prevê a aposentadoria especial para aqueles que trabalharam durante 25 anos em condições insalubres. Maria laborou, em uma empresa privada, durante 20 anos em atividades especiais (trabalho exposto a radiação) e 6 anos em atividade comum (não insalubres). Logo, não terá direito à aposentadoria especial, que exige 25 anos de atividades especiais para o caso de radiação (item 1.1.4 do Decreto nº 53.831/64).
 
Poderá ela somar os 20 anos de atividades insalubres com os 6 anos de atividades comuns? SIM.
 
Ao converter estes 20 anos de atividades especiais em

Continue navegando