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1 Fabiana Nogueira- 5ºsemestre UNIME AIDS: ASPECTOS CLÍNICOS VISÃO GERAL: Manifestações clínicas: Podemos ter desde uma síndrome retroviral assintomática aguda até a infecção ou malignidade potencialmente fatal. Características clínicas em sua manifestação completa incluem: Infecções oportunistas Tumores Doença do Sistema nervoso central Infecções oportunistas: São responsáveis pela maioria das mortes de pacientes com AIDS não tratados. A maioria dos casos representa reativação de infecções latentes e não infecções novas. A terapia com HAART ( terapia antirretroviral altamente ativa) → modificou significativamente o espectro e a frequência dessas infecções oportunistas secundárias. Podemos destacar alguns microrganismos que fazem parte dessas infecções oportunistas: Pneumocystis jirovecii: causador da pneumonia. Ocorre em 15% a 30% dos pacientes não tratados. Tubeculose e as infecções micobacterianas atípicas: Ocorrem na fase tardia do quadro de grave imunossupressão. Cerca de 1/3 das mortes por AIDS em todo mundo é atribuível a tuberculose. Cândida: É o patógeno fúngico mais comum (oral,vaginal ou esofágico). Citomegalovírus: Pode ser sistêmico, porém com maior frequência em olhos e TGI. Cryptococcus: Ocorre em 10% dos pacientes. É predominantemente gerado a meningite. Toxoplasma gondii: Causa encefalite e é responsável por 50% das lesões de massa no SNC. Papovavírus JC (John Cunningham): Causa leucoencefalopatia multifocal progressiva. Vírus do herpes simples: Manifesta-se como ulcerações mucocutâneas crônicas. Cryptosporidium, Isospora Belli, microsporídios,micobactérias atípicas, e bactérias entéricas (shigella e Salmonella): Podem causar diarreia intratável. Tumores: Ocorrem em cerca de 25% a 40% dos pacientes com HIV não tratados. Uma característica comum é que todos os tumores são causados por vírus de DNA oncogênico. Podemos destacar algumas neoplasias: Sarcoma de Kaposi (SK): É a neoplasia mais comum, embora a terapia HAART tenha reduzido 2 Fabiana Nogueira- 5ºsemestre UNIME sua frequência. Essas lesões são compostas por células fusiformes (formam canais vasculares) e infiltrados inflamatórios crônicos associados ( causados pelo herpes vírus humano 8). Obs: A infecção latente por HHV-8 resulta na produção de homólogos virais de ciclina D e vários inibidores de p53, gerando dessa forma a proliferação celular desordenada. Obs: As células infectadas produzem um homólogo viral pró-inflamatório de IL-6 e um receptor acoplado a proteína G que induz a liberação de fator do crescimento endotelial vascular. Obs: Os linfócitos B infectados pelo HHV-8 infectam as células endoteliais produzindo SK, além disso são fontes de linfomas primários de efusão em pacientes com AIDS. O SK associado à AIDS é bem distinto da forma esporádica do SK em indivíduos não infectados pelo vírus HIV. Linfomas: Podem ser sistêmicos, de SNC ou de cavidades corporais. Cerca de 10% dos pacientes com AIDS irão desenvolver esses tumores, sendo os mais caracteríticos os linfomas não Hodgkin de linfócitos B agressivos, especialmente os extranodais (como o SNC). Obs: A etiologia deve-se a proliferação contínua de linfócitos B policlonais impulsionada pela infecção por EBV. Outra causa é a hiperplasia de linfócito B do centro germinativo, essa ocorre inicialmente pela infecção pelo HIV e pode promover a linfomogênese pelo aumento da proliferação de linfócitos B através da aquisição coincidente de mutações oncogênicas. Carcinoma de células escamosas de cérvice uterina e ânus: Esse processo provavelmente reflete na maior suscetibilidade à infecção por HPV. A infecção pelo HIV resulta em diversas alterações que podem auxiliar no desenvolvimento de linfomas das células B. Doença do sistema nervoso central: Ocorre em cerca de 40% a 60% dos pacientes. Os pacientes podem apresentar: Mielopatia vacuolar,Neuropatia periférica e Meningite asséptica aguda. É mais comum uma encefalopatia progressiva, designada: complexo demencial relacionada com a AIDS. EFEITO DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL (HAART) NO CURSO CLÍNICO DA INFECÇÃO PELO HIV: Envolve mais de 25 compostos em seis distintas categorias de fármacos. São eficazes na redução da carga viral até níveis indefinidamente não detectáveis. Com a recuperação gradual da contagem de linfócitos T, a morbidade e a mortalidade têm caído proporcionalmente. Os pacientes tratados ainda portam o DNA viral em seus tecidos linfoides: podem 3 Fabiana Nogueira- 5ºsemestre UNIME disseminar a infecção ou desenvolver a infecção ativa, se interromperem o tratamento. A longo prazo pode causar: Toxicidades, incluindo redistribuição de gordura, resistência à insulina, doença cardiovascular prematura e disfunção renal e hepática. Pode ocorrer: Síndrome inflamatória da reconstituição imune
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