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HIV

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HIV
O HIV é um vírus envelopado consistindo em duas cópias sense (+) do RNA viral, enzimas necessárias para a replicação contidas em um núcleo viral envelopado numa membrana derivada por brotamento a partir da célula infectada.
Diagnóstico
Imunopatogenia da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1) resulta em um estado progressivo de desregulação do sistema imune que leva à síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS ou SIDA), uma síndrome caracterizada por uma profunda depleção de linfócitos T CD4+ e pela incapacidade de controlar as infecções por patógenos oportunistas, que não causam doença em indivíduos com um sistema imune normal.
Infecção Primária
Durante a infecção aguda pelo HIV-1, ocorre a replicação viral maciça nos linfócitos T CD4+ na ausência de uma resposta imune adaptativa. As células T CD4+ no tecido linfoide associado ao intestino e outros sítios mucosos expressam altos níveis do correceptor de HIV CCR5 e, portanto, são particularmente propensas à infecção e depleção pelas variantes R5 do HIV-1, que são comumente transmitidas. Em modelos animais foi demonstrado que aproximadamente 30% das células T CD4 de memória são infectadas e depletadas em 4 dias após a infecção. A infecção crônica, menos de 1% de todas as células T CD4+ são infectadas em qualquer momento. Como resultado dessa infecção inicial maciça, geralmente são vistos níveis plasmáticos de mais de um milhão de cópias/mL de RNA do HIV-1 associado ao virion no plasma no prazo de 2 semanas após a infecção, e os pacientes tendem a apresentar uma série de sinais e sintomas, conhecidos como síndrome retroviral aguda. Pode haver declínios importantes na contagem de células T CD4+ periféricas na infecção primária, resultando em infecções oportunistas. Em várias semanas, o desenvolvimento de uma resposta de linfócitos T citolíticos específicos para o HIV-1 resulta em controle parcial da replicação viral, e o nível plasmático de RNA do HIV-1 (geralmente conhecido como carga viral) cai e atinge um nível estacionário conhecido como set point. Esse set point determina a taxa de progressão para a fase clínica final da AIDS.
Parâmetros envolvidos na ativação imune crônica e depleção de células T CD4+.
GALT = tecido linfoide associado ao intestino; IFN = interferon; NK = natural killer.
A depleção seletiva de células T CD4+ é a principal razão para a infecção por HIV-1 resultar em uma imunossupressão tão profunda.
Consequências clínicas HIV
os pacientes são mais suscetíveis a infecções como Mycobacterium tuberculosis antes que a contagem de CD4 atinja o limiar de 200 células/μL que define a AIDS. Os pacientes também são muito mais suscetíveis a neoplasias malignas, tais como linfoma não Hodgkin. Infecções por Pneumocystis jirovecii ocorrem em contagens de CD4 inferiores a 200 células/μL, infecções por Cryptococcus neoformans e Toxoplasma gondii ocorrem em contagens de CD4 inferiores a 100 células/μL, e infecções por Mycobacterium avium e citomegalovírus ocorrem em contagens de CD4 abaixo de 50 células/μL. 
Enquanto essas infecções são uma consequência da diminuição da imunidade celular, há também um aumento acentuado em infecções pneumocócicas invasivas em pacientes infectados pelo HIV-1, possivelmente devido a defeitos na imunidade humoral.
Prevenção
ntervenções de prevenção para indivíduos infectados
Terapia antirretroviral administrada a indivíduos infectados por HIV diminui o risco de transmissão de HIV em mais de 96% e, dessa forma, a supressão da replicação do HIV a níveis indetectáveis é a intervenção mais eficaz para diminuir a transmissão do HIV a partir de um indivíduo infectado por HIV.
Terapia antirretroviral do vírus da imunodeficiência humana
Princípios que justificam inicio da TAR: 
(1) infecção não tratada causa imunodeficiência progressiva resultando em doenças oportunistas e morte; 
(2) os regimes atuais de TAR diminuem os níveis de RNA do HIV no plasma (carga viral) e o risco de surgimento de resistência aos medicamentos, assim como aumentam a contagem de linfócitos T CD4+ e a função imune em geral;
(3) o tratamento atual resulta em anos de supressão virológica. Além disso, agora se reconhece que a TAR reduz a inflamação e a ativação imune, que leva a doenças em órgãos-alvo (cardíaca, hepática, neurológica, oncológica e renal), e reduz a transmissão do HIV.
Complicações infecciosas e metabólicas do vírus da imunodeficiência humana e síndrome da imunodeficiência adquirida
Os casos iniciais da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) foram identificados quando doenças infecciosas incomuns ocorreram em pacientes que não tinham tido diagnóstico prévio de imunodeficiência. Pneumonia por Pneumocystis (PPC), encefalite por toxoplasma, retinite por citomegalovírus (CMV) e bacteriemia por Mycobacterium avium, assim como sarcoma de Kaposi e linfoma do sistema nervoso central (SNC) eram tão pouco usuais em pacientes previamente saudáveis que rapidamente foi levantada a suspeita de que os pacientes deviam ter alguma nova forma de deficiência imune, especialmente quando pacientes individuais manifestavam várias dessas infecções de forma seriada ou concomitante e quando o número de tais pacientes aumentava rapidamente. As síndromes infecciosas específicas eram tão características dessa síndrome nova que a sua ocorrência em pacientes previamente saudáveis foi logo considerada “definidora de AIDS” até a etiologia viral da síndrome ser descoberta e testes diagnósticos para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) se tornarem disponíveis para testagem clínica em larga escala.
Em nenhuma outra população ocorre tão frequentemente PPC, encefalite por toxoplasma, retinite por CMV, meningite criptocócica, criptosporidíase, microsporidíase e sarcoma de Kaposi, nem com apresentações tão características.
O número de células CD4 circulantes é um excelente indicador do prognóstico do paciente e da suscetibilidade para infecção oportunista entre os pacientes com HIV/AIDS. O controle prospectivo das contagens de CD4 se tornou, dessa forma, a pedra angular de manejo do paciente. A carga viral sanguínea de HIV também é um preditor independente importante da suscetibilidade do hospedeiro a infecções oportunistas.
Manifestações gastrointestinais de HIV e AIDS
Doenças gastrointestinais de acordo com contagem de cd4+ em pacientes infectados por HIV: Náusea vômito dor abdominal pancreatite diarréia lesões orais como placas e dor, lesões anorretais, dor massa corrimento e tenesmo, disfagia ou de não faz dia dor abdominal perda de peso. 
Pode haver doenças hepáticas e distúrbios metabólicos.
Manifestações pulmonares
Características radiográficas comuns das doenças pulmonares associadas ao HIV:
Podem ocorrer infecções fúngicas, virais, bacterianas.
Manifestações cutâneas
Doenças de pele comuns em pacientes com contagem de cd4+ abaixo de 200 células/μl que não estejam recebendo terapia antirretroviral: 
Foto dermatite; Psoríase de difícil controle ou envolvendo mais de 50% do corpo; Erupção papular pruriginosa associada à infecção pelo HIV; Prurigo nodular; Leucoplasia oral pilosa; ;Molusco contagioso; Foliculite eosinofílica
Diagnóstico diferencial de anemia em pacientes infectados pelo HIV
HARRISON:
DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO POR HIV
O diagnóstico de infecção pelo HIV depende da demonstração de anticorpos anti-HIV e/ou detecção do vírus ou um de seus componentes.
O exame de rastreamento-padrão da infecção pelo HIV consiste na detecção de anticorpos anti-HIV por imunoensaio enzimático (EIA). Esse teste é altamente sensível (> 99,5%) e muito específico.

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