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natação e atividades aquáticas

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NATAÇÃO
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Natação – Prof. Ms. Alex Fabrício Borges
Olá! Meu nome é Alex Fabrício Borges. Sou graduado em Edu-
cação Física pelo Claretiano – Centro Universitário (1995), espe-
cialista em Natação e Atividades Aquáticas (1997), Nutrição e 
Condicionamento Físico (2000) e mestre em Performance Hu-
mana pela Universidade Metodista de Piracicaba – Unimep 
(2008). Atualmente, sou professor de graduação no curso de 
Educação Física (Licenciatura e Bacharelado), presencial e EaD, 
trabalhando com as disciplinas de Crescimento e Desenvolvi-
mento Humano, Aprendizagem e Controle Motor, Natação, Ati-
vidades Aquáticas, Metodologia da Pesquisa Científica, Atletis-
mo e Tecnologias Aplicadas em EaD. Sou, também, coordenador 
e professor do curso de pós-graduação em Natação e Condicionamento Físico Aquático, 
responsável pelas disciplinas de Metodologia da Pesquisa Científica; Didática do Ensino 
Superior e Aprendizagem e Controle Motor Aplicado à Natação. Tenho experiência na 
área de Educação Física, com ênfase em Natação, envolvendo o crescimento, desenvolvi-
mento e a aprendizagem motora. Atuo em dois projetos institucionais, os quais envol-
vem idosos e dependentes químicos.
E-mail: alexborges@claretiano.edu.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
NATAÇÃO
Alex Fabrício Borges
Batatais
Claretiano
2014
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP)
Versão: dez./2014
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 797.21 B73n 
 
 Borges, Alex Fabrício 
 Natação / Alex Fabrício Borges – Batatais, SP : Claretiano, 2014. 
 102 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-237-8 
 
 1. Natação. 2. Aprendizagem. 3. Treinamento. 4. Estratégias. 5. Motivação. 6. Saúde 
 mental. 7. Saúde física. 8. Prevenção. I. Natação. 
 
 
 
 
 
 
 CDD 797.21 
 
 
 
 
 
 
 
 CDD 658.151 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Patrícia Alves Veronez Montera
Raquel Baptista Meneses Frata
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Eduardo Henrique Marinheiro
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Juliana Biggi
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rafael Antonio Morotti
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 9
3 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 18
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À NATAÇÃO
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 19
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 19
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 20
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 20
5 NADAR E NATAÇÃO .......................................................................................... 21
6 HISTÓRICO DO SER HUMANO NO MEIO LÍQUIDO ........................................ 23
7 CONCEPÇÕES DA PEDAGOGIA DA NATAÇÃO ................................................. 26
8 BENEFÍCIOS ADVINDOS DA NATAÇÃO ............................................................ 30
9 UNIDADES DE ENSINO DA ADAPTAÇÃO AQUÁTICA ...................................... 33
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 37
11 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 38
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 39
UNIDADE 2 – ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA NATAÇÃO / PROPRIEDADES 
FÍSICAS DA ÁGUA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 41
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 41
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 42
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 42
5 NATAÇÃO ........................................................................................................... 43
6 SAÍDAS ............................................................................................................... 60
7 VIRADAS ............................................................................................................ 67
8 CHEGADAS ........................................................................................................ 80
9 PROPRIEDADES FÍSICAS DA ÁGUA .................................................................. 83
10 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 86
11 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 86
12 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 86
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 86
UNIDADE 3 – NOÇÕES SOBRE AFOGAMENTO E SALVAMENTO AQUÁTICO
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 89
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 89
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 89
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 90
5 NOÇÕES SOBRE AFOGAMENTO ...................................................................... 90
6 AFOGAMENTO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ................................................100
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 101
8 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 101
9 E-REFERÊNCIA .................................................................................................. 101
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 101
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Conteúdo –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Natação: Conceituação, história e evolução. Estudos teóricos e práticos dos na-
dos e propriedades físicas da água. Dimensões socioculturais e pedagógicas da 
natação como modalidade esportiva e como conteúdo da Educação Física formal 
e não formal.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Natação é a arte da automovimentação e autossuportação, 
por meio de movimentos das pernas e braços, dentro ou sobre a 
água, geralmente praticada como um desporto ou simples diver-
timento.
A natação está entre as modalidades esportivas mais difun-
didas do mundo. Ela envolve seis agrupamentos de provas: nado 
crawl, peito, costa, golfinho, medley e revezamento.
© Natação8
A natação é o esporte mais completo no que diz respeito à 
saúde. Os diferentes estilos trabalham todos os grupos musculares 
e, por ser praticado dentro da água, não causa impacto no corpo. 
É recomendada por médicos para tratamento de doenças respira-
tórias, comportamentais, estruturais, funcionais etc.
Nessa perspectiva é que a obra Natação está pautada e divi-
dida em três unidades.
Na primeira, aborda o contexto introdutório desta área, com 
base no esclarecimento das diferenças entre os conceitos nadar, 
natação e atividades aquáticas; das relações históricas do ser hu-
mano com o meio líquido; das concepções fundamentais adota-
das para o ensino da natação; dos benefícios advindos com o de-
senvolvimento da natação e indicação das unidades de ensino da 
adaptação aquática.
Após os estudos introdutórios, na segunda unidade serão 
apresentados aspectos fundamentais da natação: descrição e aná-
lise dos movimentos, técnicas de execução dos quatro estilos de 
nados, saídas, viradas e chegadas, além de analisar a influência das 
propriedades físicas da água no ambiente aquático.
Na terceira unidade, a ênfase está pautada nas noções bási-
cas do salvamento aquático como recurso eficaz na prevenção do 
afogamento. 
Desejamos, no início dessa trajetória, que você se empenhe 
em cumprir as tarefas propostas, concentrando-se, sempre, na 
qualidade de sua formação!
Após essa introdução aos conceitos principais, apresentare-
mos, a seguir, no Tópico Orientações para estudo, algumas orienta-
ções de caráter motivacional, dicas e estratégias de aprendizagem 
que poderão facilitar o seu estudo.
9
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
Abordagem geral
Prof. Ms. Alex Fabrício Borges
Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais 
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de 
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse 
modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento 
básico necessário a partir do qual você possa construir um refe-
rencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no 
futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência 
cognitiva, ética e responsabilidade social. 
Não é de hoje que o ser humano tem uma relação estreita 
com o meio líquido. Desde os primórdios, os indivíduos já utiliza-
vam com muita frequência este ambiente, seja para recolher um 
alimento, seja para fugir de um perigo, atirando-se na água e nela 
se deslocando.
Estava constituído ali o ato de nadar, ou seja, de mover-se na 
água ou sustentar-se sobre ela, usando recursos do próprio corpo.
Em relação à ação de nadar, entre outros eventos, a História 
nos revela que os fenícios utilizaram os benefícios do nado como 
estratégia de guerra para as conquistas territoriais, pois levavam 
enorme vantagem sobre os adversários. Na Grécia e Roma antigas, 
o nado se popularizou e fazia parte do treinamento dos soldados 
do Império.
O filósofo grego Platão afirmava que os que não sabiam na-
dar não podiam ser considerados educados, embora o ato de na-
dar tenha tido o seu desenvolvimento prejudicado durante sécu-
los, devido à ideia de que ajudava a disseminar epidemias.
Não significa, porém, que o fato de se deslocar no meio líqui-
do seja sinônimo do conceito de natação. Enquanto nadar compre-
© Natação10
ende formas diversificadas de manifestações do sujeito na água, a 
natação possui um caráter desportivo, que utiliza movimentos téc-
nicos preestabelecidos, visando ao rendimento e ao desempenho.
A especificidade dos movimentos fica presente na divisão da 
natação em quatro estilos:
1) nado crawl;
2) nado costas; 
3) nado peito; 
4) nado borboleta.
O nado crawl se configura como o mais simples dos estilos, 
aquele que permite atingir maiores velocidades. Por isso, são di-
versos os atletas que optam por ele quando podem escolher um 
estilo livre. O crawl é realizado em posição corporal de decúbi-
to ventral, sendo desenvolvido com movimentos alternados dos 
membros superiores, que empurram a água para trás, debaixo da 
água, e dos membros inferiores, que empurram a água para baixo, 
guiando o corpo para frente e para cima. As ações respiratórias, no 
nado crawl, são realizadas com elevações laterais da cabeça.
No nado costas, a posição corporal adotada é a decúbito dor-
sal, com os membros superiores executando movimentos alterna-
dos, empurrando a água para trás, debaixo da água. Os membros 
inferiores executam movimentos alternados, para cima e para bai-
xo, que empurram a água para cima, guiando o corpo para trás e 
para cima. No nado costas, as ações respiratórias são executadas o 
mais naturalmente possível, pois o nariz está fora da água.
No nado peito, a posição corporal é decúbito ventral, sen-
do desenvolvido com movimentos simultâneos de membros su-
periores que, inicialmente, são afastados lateralmente. A seguir, 
os cotovelos vão se aproximando do tronco e, por fim, os braços 
são estendidos à frente, para iniciar um novo ciclo. As ações dos 
membros inferiores são realizadas simultaneamente. Inicialmen-
te, os joelhos são afastados e flexionados; a seguir, ocorre uma 
extensão com a consequente abertura das pernas, seguida de um 
11
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
movimento semelhante ao de uma chicotada, levando os pés para 
trás. Finalmente, os membros inferiores são unidos, voltando à po-
sição inicial. As ações respiratórias do nado peito são executadas 
levantando a cabeça à frente, quando ocorre o afastamento dos 
membros superiores.
O nado borboleta é o segundo estilo mais rápido da nata-
ção. Neste nado, os membros superiores executam movimentos 
simultâneos, empurrando a água para trás, debaixo da água. Os 
membros inferiores são movimentados para cima e para baixo, 
com movimentos simultâneos que empurram a água para baixo, 
guiando o corpo para frente e para cima. A respiração é realizada 
levantando-se a cabeça à frente.
Quanto às competições de natação, os registros históricos 
indicam o seu início no século 19, na Europa, em torneios isolados 
e campeonatos nacionais. A primeira participação da natação em 
Jogos Olímpicos ocorreu em 1896, em Atenas.
No formato olímpico atual, as competições são realizadas 
em piscinas de 50 metros e oito raias, em provas individuais e de 
revezamento, nos nados: livre, peito, costas e borboleta, com dis-
tâncias que variam entre 50 e 1.500 metros.
No Brasil, o primeiro campeonato nacional envolvendo a nata-
ção ocorreu em 1898, com a modalidade 1.500 metros, nado livre.
Outra opção pode ser o desenvolvimento de atividades lúdi-
cas, com a finalidade de proporcionar a adaptação ao meio líqui-
do. Entre as possibilidades, estão:1) O telefone submarino, realizado em dois grupos, um de 
frente para o outro, sentados na borda da piscina. O pro-
fessor falará em voz baixa, ao primeiro aluno de um dos 
grupos, uma palavra, frase ou oração. Este aluno deverá 
andar por baixo da água, até o primeiro aluno do grupo 
à sua frente comunicar o que lhe foi dito e sentar. O se-
gundo aluno deverá voltar andando e comunicar para o 
próximo e, assim, sucessivamente.
© Natação12
2) Na limpeza aquática, o professor joga alguns objetos no 
fundo da piscina, e os alunos terão a tarefa de recolher 
todos os objetos espalhados pela piscina e colocá-los 
dentro de uma caixa.
3) No pega-pega aquático, o professor poderá escolher um 
pegador, que só poderá pegar quem estiver em pé. Para 
que o colega não seja pego, ele poderá agachar, ficando 
submerso.
4) Na atividade todos juntos, pode ser proposto que to-
dos os alunos segurem nos ombros de quem está na sua 
frente, realizando movimentos diversos dentro da água, 
trocando a pessoa que comanda a ação do grupo.
5) Na atividade aperta a esponja, os alunos terão a tarefa 
de entrar na piscina para encharcar a esponja com água 
e depois apertá-la dentro de um recipiente, visando 
completá-lo. Nesta atividade, a sala pode ser dividida 
em vários grupos.
6) Na atividade assopra-bola, os alunos terão que assoprar 
a bolinha, até que ela chegue ao outro lado da piscina. 
Outros materiais poderão ser utilizados, assim, em vez de 
assoprar, pode ser proposto que os alunos desloquem o 
material sem encostar nele, favorecendo o surgimento de 
outras formas de deslocamento.
Outras possibilidades poderão e deverão ser utilizadas, pois 
o ensino da natação não deve estar baseado única e exclusivamen-
te na reprodução, na cópia irrefletida de algo; afinal, o mais im-
portante é a definição dos objetivos a serem alcançados, e não a 
atividade em si.
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um 
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados em Natação. Veja, a seguir, a 
definição dos principais conceitos: 
13
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
1) Flutuação, respiração e propulsão: estão envolvidas com 
o ensino das atividades aquáticas, desde a adaptação ao 
meio líquido. Adaptar-se ao meio líquido significa relacio-
nar-se com ele, aproveitando o que a água oferece como 
situações de flutuabilidade. A flutuação, que é a ação de 
conservar-se à tona da água, é facilitada com a adoção da 
posição horizontal do corpo no meio líquido e é associa-
da às gorduras corporais e à capacidade aeróbia dos pul-
mões. Levantar a cabeça, por exemplo, faz com que a par-
te inferior do corpo afunde imediatamente. A respiração, 
nas atividades aquáticas, apresenta uma particularidade, 
pois as vias respiratórias encontram-se, em algumas situ-
ações, submersas na água. Como só podemos inspirar no 
momento em que as vias respiratórias estiverem fora da 
água, se ela for feita por meio da cavidade bucal, a inspira-
ção será facilitada. A lógica da respiração para o nado de-
termina que a inspiração seja feita fora da água, e inevita-
velmente pela boca; quanto à expiração, não há grandes 
preocupações em relação às vias utilizadas. A propulsão, 
conseguida com movimentações corporais, permite o 
deslocamento no meio líquido sem tocar os pés no chão, 
além de auxiliar na flutuação.
2) Nadar e natação: embora sejam usadas como sinôni-
mos, nadar é o ato de mover-se na água ou sustentar-se 
sobre ela, usando recursos do próprio corpo e compre-
ende diversificadas manifestações do sujeito na água, 
sem intenção de resultados desportivos. Natação possui 
um caráter desportivo, que utiliza movimentos técnicos 
preestabelecidos, visando ao rendimento, ao desempe-
nho e aos elevados resultados rumo à vitória.
Esquema dos Conceitos-chave
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você 
mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o 
© Natação14
seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o 
seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas 
próprias percepções.
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações entre 
os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos 
para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e 
na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino.
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se 
que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque-
mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conheci-
mento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógi-
cos significativos no seu processo de ensino e aprendizagem.
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem esco-
lar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em 
Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia 
fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que estabelece que 
a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de pro-
posições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e infor-
mações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem.
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados.
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas 
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-
15
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com 
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do 
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010).
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave de Natação.
Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre 
os principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu 
processo de ensino-aprendizagem. 
© Natação16
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambiente 
virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles 
relacionados às atividades didático-pedagógicas realizadas presen-
cialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se 
da sua autonomia na construção de seu próprio conhecimento.
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser 
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como re-
lacioná-las com a prática do ensino de Educação Física pode ser uma 
forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re-
solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se 
preparando para a avaliação final, queserá dissertativa. Além disso, 
essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos 
e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional.
As questões de múltipla escolha são as que têm como respos-
ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res-
posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
17
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con-
ceitual faz parte de uma boa formação intelectual.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a olhar, de forma mais apurada, a 
Educação como processo de emancipação do ser humano. É im-
portante que você esteja atento às explicações teóricas, práticas 
e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem 
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se 
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a 
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, 
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno na modalidade EaD, necessita de uma for-
mação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com 
a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da 
interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o 
seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu 
caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas poderão ser 
utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
© Natação18
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
esta obra, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para 
ajudar você.
3. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ANDRADE, A.; SALGUERO, A.; MÁRQUEZ, S. Motivos para a participação esportiva em 
nadadores brasileiros. Fitness & Performance Journal, Rio de Janeiro, v. 5, n. 6, p. 363-
369, 2006. 
1
EA
D
Introdução à Natação
1. OBJETIVOS
• Conhecer e discutir as diferenças conceituais entre nadar, 
natação e atividades aquáticas.
• Apresentar as relações históricas do ser humano com o 
meio líquido.
• Compreender e expor concepções fundamentais adota-
das para o ensino da natação.
• Descrever benefícios advindos com o desenvolvimento 
da natação.
• Elucidar unidades de ensino da adaptação aquática.
2. CONTEÚDOS
• Nadar e natação.
• Histórico do ser humano no meio líquido.
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• Concepções da pedagogia da natação.
• Benefícios advindos da natação.
• Unidades de ensino da adaptação aquática.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Utilize o Esquema de Conceitos-chave para o estudo de 
todas as unidades deste Caderno de Referência de Con-
teúdo. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu de-
sempenho.
2) Estude a apostila conferindo as referências com as expli-
cações dadas.
3) Lembre-se de que, no decorrer do estudo, o mais im-
portante não é, necessariamente, prender-se a detalhes 
pontuais, tais como datas e nomes, mas, sim, ao contex-
to apresentado, suscitando associações e reflexões perti-
nentes com o ensino deste conteúdo na Educação Básica.
4) Realize os estudos procurando responder às questões 
autoavaliativas, pois elas estão voltadas para a amplia-
ção de percepções sobre o conteúdo apresentado.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Ao iniciar o desenvolvimento de Natação, você será apre-
sentado ao contexto introdutório desta área.
A primeira ação empregada nesse sentido discute, visando 
ao esclarecimento, as diferenças entre os conceitos nadar, natação 
e atividades aquáticas. Na sequência, estudaremos as relações his-
tóricas do ser humano com o meio líquido, assim como as concep-
ções fundamentais adotadas para o ensino da natação.
Finalizando a unidade, descreveremos os benefícios advin-
dos com o desenvolvimento da natação e indicaremos unidades 
21
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Natação
de ensino da adaptação aquática, elemento essencial das ativida-
des em meio líquido.
Esperamos que, ao final da unidade, não só certezas estejam 
presentes, indício de que reflexões foram provocadas e iniciadas.
Bom estudo e boas reflexões!
5. NADAR E NATAÇÃO
Não é de hoje que o ser humano tem uma relação estreita 
com o meio líquido. Desde os primórdios, os indivíduos já utiliza-
vam com muita frequência esse ambiente, seja para recolher um 
alimento, seja para fugir de um perigo, atirando-se na água e nela 
se deslocando.
Estava constituído ali o ato de nadar, ou seja, de mover-se na 
água ou sustentar-se sobre ela, usando recursos do próprio corpo.
Não significa, porém, que o fato de se deslocar no meio lí-
quido seja sinônimo do conceito de natação. Enquanto nadar 
compreende formas diversificadas de manifestações do sujeito 
na água, a natação possui um caráter desportivo, que utiliza mo-
vimentos técnicos preestabelecidos, visando ao rendimento e ao 
desempenho.
A especificidade dos movimentos fica presente na divisão da 
natação em quatro estilos: nado crawl; nado costas; nado peito e 
nado borboleta.
É importante salientar, porém, que as atividades aquáticas, 
mesmo aquelas com caráter esportivo, não se resumem ao nado 
ou à natação. Pensando nos esportes olímpicos que utilizam o meio 
líquido além da natação, são desenvolvidos, atualmente, a canoa-
gem, a maratona aquática, a natação sincronizada, o pentatlo mo-
derno, o polo aquático, saltos ornamentais, remo, triatlo e a vela.
Retomando os conceitos – nadar, natação, atividades aquáti-
cas – para que sejam mais bem compreendidos, nadar seria a ação 
© Natação22
do ser humano na água, de forma intencional, imóvel ou em mo-
vimento, sem depender de artifícios para facilitar sua sustentação 
(BRITO; ARAÚJO JUNIOR, 2004):
Nadar significa a ação participativa na água [...] se refere a qualquer 
ação motora que o indivíduo realiza intencionalmente para propul-
sionar-se através da água [...] refere-se a formas variadas e diversifi-
cadas de manifestação do sujeito na água, sem a intenção de resulta-
dos desportivos (ANDRIES JUNIOR; PEREIRA; WASSAL, 2002, p. 8-10).
Para Andries Junior; Pereira; Wassal (2002, p. 10), "a natação 
carrega um caráter desportivo de busca, por meio de movimentos 
técnicos estabelecidos, visando elevados resultados rumo à vitó-
ria", embora também possam ser encontradas definiçõesde nata-
ção como ação de locomoção no meio líquido, como as destacadas 
na sequência.
Os dicionários e manuais de natação destacam que a nata-
ção é uma atividade física que consiste em movimentar braços e 
pernas para fazer deslocamento dentro da água (VIEIRA; FREITAS, 
2006). Catteu e Garoff não incluem nem excluem obrigatoriamen-
te a prática esportiva (1990, p. 65), afirmando o conceito de que:
toda prática de atividade humana na água e na sua superfície, que 
exclui uma subordinação permanente à utilização de acessórios 
ou de artifícios para atingir uma autonomia sempre maior face ao 
meio e que se exprime por um desempenho [...]
Para o termo atividades aquáticas, assim como Marin 
(2004), compreendemos que inclui todos os tipos de atividade que 
se desenvolvem no meio aquático e podem abranger vários âmbi-
tos, entre eles:
1) Âmbito utilitário: envolve as escolas de natação para o 
aprendizado de crianças e adultos.
2) Âmbito educativo: natação para bebês, educação infan-
til, educação fundamental e média, ensino superior e 
centros de educação especial.
3) Âmbito desportivo ou competitivo: natação com atletas, 
polo aquático, nado sincronizado, saltos ornamentais, 
natação em águas abertas, maratonas aquáticas, entre 
outras.
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Natação
4) Âmbito da saúde: aquaginástica, aquaeróbica, aquafitness, 
natação livre, deep runner (corrida aquática), hidrobike 
(spining na água), aqua yoga (ioga na água), hydro jump 
(minicama elástica para atividades dentro da água), hidro-
ginástica, hydropower, hidro cárdio, hidro mix, aqua circuit, 
watsu, entre outras.
5) Âmbito terapêutico: recuperação de lesões, hidroterapia, 
natação terapêutica para portadores de deficiência respi-
ratória ou alterações posturais e natação para gestantes.
6) Âmbito recreativo: banho livre e recreação.
Vale destacar que uma "mistura" de atividades pode con-
templar vários âmbitos e objetivos de uma só vez (MARÍN, 2004).
6. HISTÓRICO DO SER HUMANO NO MEIO LÍQUIDO
Após a indicação conceitual, traçamos um breve histórico do 
envolvimento do ser humano com o meio líquido.
Se olharmos a Terra do espaço, observaremos que sua maior 
parte é composta por água. É compreensível, portanto, o fato de 
o ser humano ser obrigado a se relacionar com o meio líquido de 
alguma maneira, desde o início de sua inserção no planeta.
Grande parte das civilizações e mesmo qualquer habitat na-
tural se desenvolveram ao redor de lagos, rios, mares e oceanos 
devido à fartura de alimentos nesses locais.
Para que o ser humano tivesse acesso a esses alimentos, ele 
precisou perder seu medo e entrar na água. Aprender a se loco-
mover na água, portanto, foi uma questão de sobrevivência, a qual 
o ser humano tinha que atacar para conseguir o seu alimento ou 
fugir de algum animal predador.
Nesse contexto, podemos dizer que o meio aquático é quase 
o nosso habitat natural, afinal, também no ato da concepção da 
vida os espermatozoides "nadam" até o óvulo para fecundá-lo e, 
desde a gestação, o ser humano está envolto pelo meio líquido.
© Natação24
Presente no inconsciente, a água exerce um fascínio, uma 
atração inexplicável, a ponto de o relacionamento do ser humano 
com o meio líquido se assemelhar à busca do elo perdido de sua 
existência inicial aquática, o que pode culminar no encontro de 
uma realização prazerosa quando estamos na água (ANDRIES JU-
NIOR; PEREIRA; WASSAL, 2002).
Pode-se dizer, então, que o nadar nasceu com o ser humano, 
ou ainda, que foi o ser humano que nasceu da água, tendo no ven-
tre materno seu primeiro contato aconchegante com esse meio.
Na Pré-História, o nadar possuía uma função utilitária, pois 
o ser humano revela, com o ato de nadar, um corpo útil, útil para 
sua sobrevivência em busca de alimento ou na fuga dos perigos 
terrestres (ANDRIES JUNIOR; PEREIRA; WASSAL, 2002).
Um desenho descoberto em uma caverna das grutas do de-
serto da Líbia (Figura 1) é atualmente conhecido como a mais anti-
ga ilustração relacionada com o ato de nadar. Cálculos dos arqueó-
logos indicam que ela remonta a nove mil anos antes da nossa era.
Veja a Figura 1 a seguir:
Fonte: CATTEAU; GAROFF (1990, p. 20).
Figura 1 Desenho descoberto em uma caverna das grutas do deserto da Líbia.
Entre os achados mais antigos relacionados com o nadar, es-
tão os indícios de piscinas aquecidas há cinco mil anos na Índia, 
em Mohenjo-Daro, atual Paquistão; de braçadas clássicas utiliza-
das pelos soldados em sua travessia do Eufrates, presentes nos 
baixos-relevos da Assíria; de documentos egípcios, com três mil 
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Natação
anos, que se referem a nobres que se orgulhavam de ter professo-
res de natação para seus filhos, juntamente com os filhos dos reis 
(ANDRIES JUNIOR; PEREIRA; WASSAL, 2002). 
No Período Clássico (500-338 a.C.), principalmente na Gré-
cia, nadar era uma atividade considerada de utilidade pública, 
pois, segundo Platão, a inabilidade de ler, como a de nadar, davam 
prova de educação insuficiente; em Atenas, a prática esportiva era 
um meio de formação do ser humano total, não se restringindo à 
preparação para a guerra; os espartanos, de ambos os sexos, to-
mavam banho obrigatório pela manhã, como medida de caráter 
militar que visava à utilização das atividades aquáticas para for-
talecer os soldados e ter sucesso nas guerras; no Egito, a arte de 
nadar era um dos aspectos primordiais da educação pública; os 
soldados romanos, entre os exercícios físicos que praticavam, atra-
vessavam a nado os rios; entre os romanos, as pessoas que não sa-
biam nadar eram, em certa medida, desprezadas pela sociedade. 
Nadar era visto como algo de muita importância, principalmente 
entre as crianças (ANDRIES JUNIOR; PEREIRA; WASSAL, 2002). 
Com a queda do Império Romano (século 5 d.C.), a impor-
tância atribuída ao ato de nadar começou a declinar e, como meio 
de desenvolvimento físico, praticamente desapareceu na Idade 
Média, pois se acreditava que o constante contato com a água 
poderia disseminar e proliferar epidemias. As ações do cotidiano 
dessa época, que eram diretamente ligadas com o corpo, não es-
tavam ligadas ao ato de nadar, o que retardou o desenvolvimento 
da natação (ANDRIES JUNIOR; PEREIRA; WASSAL, 2002).
A Renascença (séculos 15 e 16) fez ressurgir o interesse pela nata-
ção, por meio de publicações que ensinavam a nadar. Ainda a respeito 
da publicação de livros relacionados com o nadar, encontram-se: o livro 
de Wymann de Ingolstadt, na Bavária, em 1538; as publicações do ar-
cebispo de Upsala, na Suécia, Olean Magnus, em 1555; a publicação 
em latim de Digby, em 1587, na Inglaterra. A partir da regulamentação 
da natação, efetuada por Luís XVI, em toda a França há uma enorme 
ascensão dessa atividade (ANDRIES JUNIOR; PEREIRA; WASSAL, 2002).
© Natação26
No período entre 1740 e 1750, a água torna-se o indicador 
de novas distinções sociais, o que a insere em uma lógica de que a 
higiene reabilita a intimidade corporal. O aproveitamento substan-
cial da prática do nadar para a educação é dado pelos filósofos do 
século 18 (ANDRIES JUNIOR; PEREIRA; WASSAL, 2002). 
Em 1797, por intermédio de Oronzio De Bernardi, surge uma 
teoria a respeito do nadar. Quanto à utilização do nadar em progra-
mas educacionais, o projeto de Guts Muths, em 1830, indica a sua 
importância na formação das crianças, passando da teoria da natação 
para a prática e utilizando um cinturão preso ao aluno que executava 
os movimentos antes praticados em terra. O grande desenvolvimento 
da natação como esporte ocorreu na primeira metade do século 19, 
em Londres (ANDRIES JUNIOR; PEREIRA; WASSAL, 2002).
7. CONCEPÇÕES DA PEDAGOGIA DA NATAÇÃO
O ensino da natação, segundo Catteau e Garoff (1990), pode 
se inserir em três "correntes fundamentais": a concepção global, a 
concepção analítica e a concepção moderna.
Concepção global
A concepção global é certamente a mais antiga e caracteri-
za-se por situações de aprendizagem,nas quais a intervenção do 
professor está totalmente ausente ou muito discreta, e os com-
portamentos do aluno não se transformam de maneira ordenada, 
previsível ou desejada pelo professor. Trata-se de uma concepção 
"primitiva" ou pré-científica da natação, sem preocupação de mé-
todo ou de organização da aprendizagem. A corrente global expli-
ca as transformações pelo instinto, pelo inato, pelo espontâneo.
Essencialmente empírica, a corrente global prende-se aos fatos. 
A observação minuciosa de tais fatos culmina com os resultados 
de procedimentos fundamentais postos em prática pelo indivíduo 
confrontado com uma atividade, e não com os procedimentos em 
si mesmos (CATTEAU; GAROFF, 1990, p. 31).
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Natação
A lógica do nadar está na superação dos problemas ligados 
à necessidade de sobreviver à experiência e ao equilíbrio vertical 
característico do bípede.
As preocupações da corrente global referem-se ao equilí-
brio, à respiração e à propulsão, nesta ordem. Com o equilíbrio, há 
a preocupação que o equilíbrio novo e desconhecido seja adqui-
rido progressivamente, tendo a possibilidade de preservar cons-
tantemente o retorno à posição vertical habitual e característica 
da natureza de bípede. Com a respiração, a preocupação está em 
resolver o problema causado com a adoção da posição ventral de 
equilíbrio que se aproxima da posição horizontal e implica, inevi-
tavelmente, a imersão cada vez mais acentuada da face na água. 
Finalmente, com a propulsão está o desvendar dos movimentos 
que garantam o deslocamento na água. A essência ao final é a de 
que, na medida em que houver poucas limitações, desenvolve-se 
o gosto por uma atividade cada vez mais autônoma, na proporção 
dos progressos no meio líquido (CATTEAU; GAROFF, 1990).
Em síntese, a concepção global se caracteriza pela esponta-
neidade; ausência de método; confiança na adaptação instintiva e 
na ideia de que tudo se resolve com o tempo; na simplificação do 
gesto; atitude ativa do aluno; respeito pelos imperativos psicológi-
cos e pelas estruturas biológicas; modalidades de nado adaptadas 
às necessidades e às circunstâncias; aquisição até mesmo por ten-
tativa e erro (CATTEAU; GAROFF, 1990). 
Concepção analítica
Oposta à concepção global, representa a tentativa pedagógica 
de racionalizar a aprendizagem. Nessa concepção, os movimentos 
são fracionados e conduzidos passo a passo pelo professor, até que 
o todo seja assimilado e compreendido, para depois ser fixado e me-
canizado, a partir de uma sequência progressiva de reduções que 
transformam em abstração os atos do nadador: redução apenas aos 
"movimentos", considerando o movimento em si, sem levar em con-
ta o meio e o indivíduo que definem sua natureza e suas caracterís-
© Natação28
ticas, justificando-se a lógica do sistema da natação a seco, com sua 
singular redução do movimento na água ao movimento fora da água 
com o auxílio de máquinas (Figuras 2 e 3); redução dos movimen-
tos às "posições", estabelecidas com a sinalização de movimentos 
dos membros em relação aos outros, marcados em exatos espaços e 
tempos; redução da personalidade, pois há a despersonalização do 
gesto, do movimento, não levando em conta o tamanho, a idade, o 
sexo ou outras características individuais (CATTEAU; GAROFF, 1990).
Nessa concepção, os exercícios eram praticados fora da água 
para depois serem executados dentro da água, como mostram as 
Figuras 2 e 3:
Fonte: CATTEAU; GAROFF (1990, p. 40).
Figura 2 Utilização das barras paralelas para suspender as pessoas na água.
Fonte: CATTEAU; GAROFF (1990, p. 47).
Figura 3 Máquina utilizada para o ensino da natação.
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Natação
Esta concepção foi muito aceita pelos militares, que influen-
ciaram fortemente a Educação Física no Brasil, e, consequente-
mente, o ensino da natação. Ela é reducionista, pois considera 
o movimento "em si", criando uma mecanização, sem levar em 
conta as características do indivíduo e do meio. A realização do 
movimento será a consequência de um número considerável de 
repetições que culminam na mecanização dos gestos.
Podemos dizer que esta corrente teve como dificuldade peda-
gógica dois problemas a serem resolvidos: primeiro, a dificuldade de 
manter-se na superfície da água; segundo, mover-se na água.
A corrente analítica pode ser sintetizada pela: tentativa me-
todológica; formas coletivas de trabalho sob o comando do profes-
sor; esforço para dividir as dificuldades e abordá-las sucessivamen-
te; introdução do exercício como meio de aprendizagem; aquisição 
do "educativo" para preparar o exercício difícil; progressão na di-
ficuldade; análise subjetiva incompleta do problema; natação re-
duzida apenas aos movimentos; estudo dos movimentos a seco, 
fora do meio; atitude passiva do aluno; movimentos considerados 
em si; decomposição arbitrária do movimento; mecanização; pro-
fessor substituído por máquina (CATTEAU; GAROFF, 1990, p. 54).
Concepção moderna
Essa concepção se baseia no sintetismo (conjunto dos pro-
cessos necessários para a síntese) e representa a corrente pe-
dagógica mais recente e mais racional, pois pretende superar as 
insuficiências da corrente global e as contradições da analítica 
(CATTEAU; GAROFF, 1990).
Caracteriza-se pela definição objetiva e relativa da natação; 
concepção unitária e evolutiva da natação; consideração das ciências 
e técnicas, assim como da experimentação, para evolução da teoria 
e da prática; determinação das superfícies, das formas, das profundi-
dades apropriadas à ação pedagógica; busca do acesso permanente 
às instalações materiais; prática buscando satisfazer às necessidades 
© Natação30
ilimitadas dos alunos, a partir da realização dos circuitos de apren-
dizagem e da organização de grupos de professores; estruturação e 
programação da matéria a ensinar (CATTEAU; GAROFF, 1990).
Na concepção moderna, encontra-se a ponderação de que, 
tomando consciência do seu baixo rendimento e constatando seus 
próprios insucessos, o professor percebe as imperfeições do seu 
sistema e de sua teoria e arquiteta uma nova concepção de nata-
ção, reestruturando a anterior. O professor confronta sua teoria 
com todas as contribuições técnicas e científicas de diversas áreas, 
entre elas, a Psicologia, a Pedagogia, a Biologia etc., tornando a 
natação um objeto de estudos que se baseiam deliberadamente 
nos dados científicos; porém, para que a natação seja verdadei-
ramente uma atividade humana, a serviço do ser humano, a sua 
Pedagogia deve se libertar da rotina e se comprometer ativamente 
com a atitude experimental (CATTEAU; GAROFF, 1990).
A partir da concepção moderna, três propostas de definições 
são importantes: saber nadar; praticar a natação; aprender a nadar.
Saber nadar é ter resolvido, qualitativa e quantitativamente, em 
qualquer eventualidade, o triplo problema que se coloca perma-
nentemente: melhor equilíbrio, melhor respiração, melhor pro-
pulsão, no elemento líquido. [...] Praticar a natação é ter o gosto 
e possibilidade, ou ainda a obrigação de expressar-se no elemento 
líquido, dentro de uma certa periodicidade, tomando consciência 
das próprias limitações e capacidade de progresso, propondo-se 
um ou mais objetivos e escolhendo a maneira de executá-los. [...] 
Aprender a nadar é colocar-se ou ser colocado, individual ou coleti-
vamente, no elemento líquido, em uma seqüência de situações que 
podem ser: fortuitas e anárquicas (é o caso da autoaprendizagem); 
organizadas sistematicamente pelo professor a partir de uma for-
malização da técnica (é o ensino) (CATTEAU; GAROFF, 1990, p. 61).
8. BENEFÍCIOS ADVINDOS DA NATAÇÃO
Os benefícios da prática regular de atividades físicas à saú-
de e à qualidade de vida encontram-se amplamente discutidos na 
literatura, evidenciando a estreita relação de um estilo de vida se-
dentário com as doenças crônico-degenerativas.
31
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Natação
Sabe-seatualmente que crianças e adolescentes apresentam 
menores níveis de atividades físicas decorrentes da generalização 
dos meios de transporte e da forte atração que demonstram pelas 
atividades mais sedentárias na ocupação do tempo livre, como te-
levisão, video game, jogos de computador, entre outros.
Segundo Marani, Oliveira, Omori (2005), nota-se que o ser 
humano encontra-se cada vez mais limitado a realizar esforços físi-
cos em relação ao crescente avanço tecnológico, em razão de uma 
progressiva automação e mecanização observada em seu cotidia-
no, propiciando, com isso, um estilo de vida hipocinético.
Damasceno et al. (2005) consideram hoje que o sedentaris-
mo é uma questão de ordem pública, pois existe um alto custo 
financeiro em decorrência das doenças advindas dele.
A importância de promover a atividade física na infância e na 
adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução 
do sedentarismo na idade adulta e, consequentemente, um me-
nor custo social da saúde pública.
Para os profissionais de Educação Física, os mesmos autores 
nos sugerem a utilização do método FITT e que fiquemos aten-
tos: à frequência com que se inclua algum tipo de atividade física 
diariamente; à intensidade (que a atividade diária seja no mínimo 
moderada); ao tempo (que seja de 30 a 60 minutos de ativida-
de diária); ao tipo (pode-se incluir uma variedade de esportes em 
grupos, individuais, atividades recreativas, familiares ou atividades 
cotidianas, como andar de bicicleta, caminhar, utilizar escadas, 
dançar etc.).
Alguns benefícios da prática da atividade física em crianças 
e adolescentes parecem estar bem definidos, como: desenvolvi-
mento e manutenção dos ossos, músculos e articulações; auxílio 
no controle de peso, redução da gordura corporal; impedir ou re-
tardar o desenvolvimento da pressão arterial alta e o auxílio na 
redução da pressão arterial em alguns adolescentes com hiperten-
são (ROBERGS; ROBERTS, 2002).
© Natação32
O meio líquido tem uma relação importante com a Educação 
Física, devido a inúmeras atividades que podem ser realizadas em 
tal ambiente. A natação vem crescendo muito, de acordo com as 
exigências da sociedade e do próprio ser humano, sendo uma das 
atividades físicas mais praticadas em clubes, academias, mares, 
rios, lagos etc., devido à grande quantidade de indivíduos que gos-
tam de se exercitar no meio aquático.
Os benefícios que se obtêm por meio da prática da atividade 
física na água envolvem os aspectos: cognitivo, psicomotor, social/
afetivo, psicossocial, físico/motor, fisiológico (antropométrico/me-
tabólico), recreativo e relacionado com a saúde.
1) No aspecto cognitivo: desenvolve a decisão, o intelecto, 
a memória, a análise e o entendimento.
2) No aspecto psicomotor: desenvolve a percepção e o 
controle do próprio corpo, controle e equilíbrio ligados 
ao esquema corporal e ao controle da respiração. As ati-
vidades aquáticas auxiliam na passagem progressiva do 
corpo em movimento e na representação mental, esti-
mulando a criança em sua organização perceptiva.
3) No aspecto social e afetivo: auxilia na interação e no con-
tato com outros colegas; contribui na construção da per-
sonalidade; auxilia em uma relação de empatia entre os 
colegas evitando qualquer tipo de preconceito; melhora as 
relações interpessoais, aumentando os laços de amizade.
4) Nos aspectos psicossociais: melhora a socialização, con-
tribui no autoconceito e na autoestima, diminui o es-
tresse e a insônia.
5) No aspecto físico e motor: auxilia no desenvolvimento 
das capacidades físicas (força, coordenação, equilíbrio, 
resistência e flexibilidade), além de contribuir na aqui-
sição de algumas habilidades motoras, como: caminhar, 
correr, saltar, elevar-se, arremessar, atingir, alongar-se, 
inclinar-se, girar, virar, balançar, apanhar e deslizar.
6) Nos aspectos fisiológicos (antropométrico e metabó-
lico): reduz a gordura corpórea aumentando a massa 
magra; melhora a mobilidade e a densidade óssea tanto 
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© U1 - Introdução à Natação
quanto a capacidade pulmonar e o volume sistólico; di-
minui a pressão arterial e melhora o perfil lipídico.
7) No contexto recreativo: trabalha a criatividade e a ima-
ginação.
8) No contexto da saúde: cabe ao professor trabalhar estes 
aspectos com informações relacionadas aos hábitos de 
vida saudáveis e a importância destas atividades no de-
senvolvimento e na manutenção do corpo.
9. UNIDADES DE ENSINO DA ADAPTAÇÃO AQUÁTICA
As unidades de ensino dizem respeito às etapas escolhidas 
para o ensino da adaptação aquática. Para a apresentação das uni-
dades de ensino, será utilizada uma pesquisa bibliográfica realizada 
por Santana, Tavares, Santana (2003), pois, para cada autor, as uni-
dades, assim como a sua sequência, dão-se de modo particular.
No livro Metodologia da natação, de autoria de Machado 
(1978), a sequência pedagógica do aprendizado da natação pode 
ser dividida em cinco unidades, desenvolvidas mediante exercícios 
e jogos: ambientação ao meio líquido, flutuação, respiração, pro-
pulsão, mergulho elementar.
1- Ambientação ao meio líquido: o objetivo é fazer todos os alunos 
se tornarem amigos da água, com vontade de vê-la e senti-la. 
Os jogos são bastante utilizados nessa etapa.
2- Flutuação: capacidade que um corpo tem de se manter na su-
perfície de um líquido sem nenhum auxílio. Os propósitos dessa 
fase são: imersão completa, imersão completa, mas prolonga-
da, prova de flutuação, flutuação em decúbito ventral e flutua-
ção em decúbito dorsal.
3- Respiração: "finalidades dessa etapa: imersão completa com ap-
neia, imersão completa, mas prolongada, respiração aquática".
4- Propulsão: a capacidade de um corpo se locomover dentro da 
água com os próprios recursos, pelo trabalho em conjunto de 
pernas e braços. Os objetivos dessa fase são: noção de propul-
são, propulsão de pernas e propulsão de braços.
5- Mergulho elementar: entrada na água de diversas maneiras: 
em pé, correndo, de cabeça, do trampolim etc. (SANTANA; TA-
VARES; SANTANA, 2003, p. 55-56).
© Natação34
No livro A ciência do ensino da natação, de Palmer (1990), 
há a proposição do ensino da natação, na fase de adaptação, da 
seguinte sequência pedagógica: exercícios de confiança, flutua-
ção, recuperação do pé na posição pronada e supinada, impulsão 
e deslizamento pronado e supinado, nado cachorrinho. 
1- Exercícios de confiança: sugestões de brincadeiras em que o 
aluno realizará diversos movimentos dentro da água, como 
andar, correr e saltitar. Por meio dos jogos, ele aprenderá, in-
conscientemente, a necessidade de dominar a água e também 
a usar a resistência natural do elemento.
2- Flutuação: o autor descreve várias maneiras de flutuação: co-
gumelo (grupada com a cabeça para baixo), pronada e supina.
3- Recuperação do pé na posição pronada e supina: antes dos di-
versos movimentos na parte rasa da piscina, o professor deve 
estar absolutamente seguro de que o aluno é capaz de recupe-
rar a posição em pé tanto da posição de costas (supina) como 
da posição frontal (pronada).
4- Impulsão e deslizamento pronado e supino: os deslizamentos 
são remanescentes das posições normais da natação. O nada-
dor adota uma posição estendida e aerodinâmica para um me-
lhor resultado. Portanto, torna-se indispensável que o aluno se 
habitue, desde o começo, a esses movimentos.
5- Nado cachorrinho: esse nado é importante, pois faz o aluno, 
depois de ter passado pelas etapas anteriores, ser capaz de se 
sustentar com os pés elevados e avançando pela superfície. An-
tes de ensinar esse nado, o professor deve estar seguro de que 
os alunos se sentem razoavelmente "em casa" na água, para 
saber como recuperar os pés firmemente sobre o fundo após 
uma atividade na piscina. Segundo o autor, o nado cachorrinho 
pode ser realizado de frente (decúbito ventral) ou de costas (de-
cúbito dorsal) (SANTANA; TAVARES; SANTANA, 2003, p. 56-57).
Em Pré-escola da natação, de autoria de Turchiari (1996), a 
sequênciaproposta é: reconhecimento do ambiente externo e in-
terno da piscina, entrada na piscina, reconhecimento da piscina, 
controle respiratório, contato com a água, submersão da cabeça 
na água, flutuação em decúbito ventral, flutuação em decúbi-
to dorsal, deslocamento sem auxílio de apoio dos pés no fundo, 
adaptação e deslocamento em piscinas com maior profundidade.
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Natação
1- Reconhecimento do ambiente externo e interno da piscina: 
ambientação do local em que se desenvolverá a aprendizagem, 
tanto externa (ao redor da piscina) quanto ao meio líquido.
2- Entrada na piscina: ensinar o aluno a entrar na piscina, assim 
como senti-la primeiro com os pés e sentado na borda.
3- Reconhecimento da piscina: conhecer a sua profundidade.
4- Controle respiratório: conscientização da respiração (a entrada 
do ar nos pulmões deverá ser feita pela boca – inspiração – e a 
saída, pela boca, nariz ou por ambos – expiração).
5- Contato com a água: exercícios de respiração para a adaptação 
à água, podendo ser utilizados materiais como canudos, copi-
nhos, bolinhas de pingue-pongue para soprar etc.
6- Submergindo a cabeça na água: o objetivo é afundar totalmen-
te a cabeça na água. Um exercício frequente é pegar objetos no 
fundo da piscina.
7- Flutuação em decúbito ventral: assimilar a passagem da posi-
ção vertical (em pé) à horizontal (decúbito ventral, "deitado de 
barriga para baixo"), retornando à vertical.
8- Flutuação em decúbito dorsal: assimilar a flutuação de costas.
9- Deslocamento sem auxílio de apoio dos pés no fundo: median-
te exercícios de execução simples e circulares com as mãos, 
similares aos realizados pelos animais (exemplos: cachorrinho, 
pedalar com as mãos).
10- Adaptação e deslocamento em piscinas com maior profundi-
dade: fazer a adaptação e o contato com profundidades varia-
das desenvolve autoconfiança na criança (SANTANA; TAVARES; 
SANTANA, 2003, p. 57-58).
No livro Ensinando natação, de Lima (2005), o autor descreve 
a sequência para aprendizagem dos estilos em oito itens e expõe 
outros três, que devem ser levados em consideração na natação 
(saltos, sobrevivência e salvamento): adaptação ao meio líquido; 
respiração geral; flutuação ventral, dorsal, vertical e lateral; pro-
pulsão das pernas; propulsão dos braços; coordenação de pernas 
e braços; respiração específica lateral e frontal; coordenação de 
pernas e braços e respiração.
1- Adaptação ao meio líquido: o professor deve explorar ao máxi-
mo fantasias, principalmente por meio da música, usadas para 
"quebrar o gelo" no relacionamento entre aluno e professor e 
© Natação36
ser o elo de comunicação entre ambos. O aluno deverá movi-
mentar-se na água livremente ou mediante pequenos jogos e 
música, desde que não perca o contato com o fundo da piscina; 
tem como objetivo a procura de novas formas de adaptação, 
equilíbrio e noção do espaço que ocupa no meio líquido.
2- Respiração geral: utilização de músicas, material flutuante e 
exercícios, como soprar a água, são proveitosos, passando-se 
posteriormente para a colocação do rosto e da cabeça na água 
e a procura de objetos no fundo da piscina. A flexão de pernas 
e braços para a lateral, realizada espontaneamente, é impor-
tante para a globalização e os futuros movimentos de pernas 
e braços.
3- Flutuações ventral, dorsal, vertical e lateral: quando o aluno pra-
tica a flutuação, na realidade está percebendo e conhecendo o 
espaço que seu corpo ocupa no meio líquido. Quanto mais se 
varia o posicionamento do corpo, melhor, tanto para a percep-
ção corpórea quanto para o relaxamento. Pode-se fantasiar co-
locando nomes como jacaré, foguetinho, lancha. É importante 
que progressivamente o professor faça o aluno sentir o espaço 
que ocupa e a movimentação das pernas e das mãos para auxi-
liar o equilíbrio e a sustentação do corpo. A presença de ar nos 
pulmões, motivo pelo qual o corpo flutua, poderá ser incentiva-
da por brincadeiras, como pegar objetos no fundo, passar entre 
arcos submersos, flutuar lateralmente ou imitar "cachorrinho" 
durante um determinado tempo, bloqueando a respiração.
4- Propulsão das pernas: deslocamentos livres ou exercícios com 
música na posição vertical são básicos para a iniciação à perna-
da. Exercícios na vertical desenvolvem a percepção global do 
movimento das pernas e a sensibilidade do aluno de sentir a 
perna toda se movimentando e a pressão dos pés vencendo a 
resistência da água. Segundo o autor, dificilmente o iniciante 
sente a pressão nos pés quando nos primeiros movimentos se 
preconiza a posição horizontal. Saltos na vertical, com os pés no 
fundo da piscina, poderão dar-lhe noções da pernada de peito. 
O importante é criar exercícios diferentes da posição horizontal, 
mais difíceis de executar e perceber. É mais fácil o aluno efetuar 
o movimento de andar que a posição de flutuação.
5- Propulsão dos braços: um dos exercícios que o autor prefere mi-
nistrar na fase do aprendizado da braçada é a movimentação das 
mãos para os lados, com o afastamento lateral dos braços ou com 
variações como afundar as mãos e movimentar em todas as di-
reções, lateral, para baixo ou para trás. Solicitar aos alunos fazer 
onda na piscina visa à variação das mãos nas diferentes posições. 
Saltos para frente e mergulhos empurrando a água para baixo e 
para trás dão ao aluno noção da resistência da água.
37
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Natação
6- Coordenação de pernas e braços.
7- Respiração específica lateral e frontal.
8- Coordenação de pernas e braços e respiração: (nado completo) 
(SANTANA; TAVARES; SANTANA, 2003, p. 58-60).
Finalmente, no livro Natação animal, de Andries Junior, Pereira, 
Wassal (2002), a iniciação é dividida em cinco etapas: primeiros con-
tatos com a água, respiração, flutuação, propulsão, entrada na água.
1- Primeiros contatos com a água.
2- Respiração.
3- Flutuação.
4- Propulsão.
5- Entrada na água.
Para os autores: 
"Executar os estilos da natação [...] é conseqüência de uma boa 
relação com o meio aquático. [...] Na fase de adaptação quanto 
maiores forem as atividades vivenciadas por um aluno iniciante, 
maiores serão as possibilidades de ele aprimorar sua técnica des-
portiva ou simplesmente ter uma relação de prazer com a água. 
[...] estar adaptado ao novo meio significa relacionar-se com ele, ou 
seja, entrar na água, envolver-se com ela, aproveitando principal-
mente sua flutuabilidade. Para isso, é necessário incorporar novos 
mecanismos de respiração e de locomoção, bem como diversificar 
as maneiras de entrar nesse meio. [...] Com o objetivo de encarar 
a natação como um processo lúdico, e para romper com conceitos 
formais e mecanicistas, ele relaciona as etapas de aprendizagem 
com nomes de animais, criando personagens em cada etapa e tor-
nando o processo de aprendizagem mais alegre e prazeroso" (SAN-
TANA; TAVARES; SANTANA, 2003, p. 60-61).
10. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar 
as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta 
unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em 
© Natação38
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que 
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma 
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
Confira, a seguir, as questões propostas para verificar seu de-
sempenho no estudo desta unidade:
1) Quais são as diferenças entre os conceitos nadar, natação e atividades aquá-
ticas apresentados? Em relação à abrangência do conceito, qual deles é o 
mais abrangente e qual é o mais específico?
2) Pode-se dizer que, desde a Pré-História, o ser humano apresenta uma re-
lação estreita com o meio líquido. Nesse sentido,quais indícios podem ser 
destacados que justificam a afirmação dessa aproximação? Com base nas 
informações estudadas, trace a trajetória histórica do desenvolvimento do 
ato de nadar e da natação. Associe a essa linha histórica os principais pensa-
mentos associados ao nadar e à natação.
3) Na análise das "correntes fundamentais" do ensino da natação (CATTEAU; 
GAROFF, 1990), quais as características divergentes que poderiam ser destaca-
das da concepção global em relação à concepção analítica? Quais as principais 
críticas que podem ser atribuídas ao ensino da natação sob uma perspectiva 
global e sob uma perspectiva analítica? O uso de máquinas para o ensino da 
natação apresentava quais limitações? Quais as características da concepção 
moderna para o ensino da natação? O ensino de elementos relacionados com 
a natação sob a perspectiva moderna seria o mais adequado? Justifique.
4) De que maneira os benefícios cognitivo, psicomotor, social/afetivo, psicosso-
cial, físico/motor, fisiológico (antropométrico/metabólico) e recreativo, rela-
cionados com a saúde e obtidos com a natação, podem auxiliar na formação 
do ser humano?
5) Quais são as etapas atribuídas ao ensino da adaptação aquática, propos-
tas por Machado, Palmer, Turchiari, Lima e Andries Junior, Pereira, Wassal? 
Quais os pontos em comum entre as propostas dos autores? Qual seria a 
sequência a ser adotada para o ensino da adaptação aquática, envolvendo 
esses pontos convergentes? A adaptação aquática somente é importante 
para o ensino da natação?
11. CONSIDERAÇÕES
O principal objetivo desta unidade foi o de apresentar o con-
texto introdutório da Natação. Assim, esperamos que os estudos 
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Claretiano - Centro Universitário
© U1 - Introdução à Natação
de aspectos conceituais, históricos e procedimentais da natação 
tenham colaborado para as primeiras informações acerca dessa 
área, bem como para enriquecer seus conhecimentos acadêmicos.
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRIES JUNIOR, O.; WASSAL, R. C.; PEREIRA, M. D. Natação animal: aprendendo a 
nadar com os animais. Barueri: Manole, 2002.
BRITO, C. A. F.; ARAUJO JÚNIOR, B. O campo atrativo perceptual do nadar (CAPn) e a 
propulsão na natação. In: III Congresso Científico Latino- Americano. Piracicaba, p. 453-
456, 2004. 
CATTEAU, R.; GAROFF, G. O ensino da natação. São Paulo: Manole, 1990.
DAMASCENO, V. O.; LIMA, J. R. P; VIANNA, J. M.; VIANNA, V. R. A.; NOVAES, J. S. Tipo 
físico ideal e satisfação com a imagem corporal de praticantes de caminhada. Revista 
brasileira de medicina do esporte, v. 11, n. 3, p. 181-186, mai./jun. 2005.
LIMA, W. U. Ensinando Natação. São Paulo: Phorte Editora, 2005. 
MACHADO, D. C. Metodologia da natação. São Paulo: E.P.U., 1978.
MAGLISCHO, E. W. Nadando o mais rápido possível. 3. ed. São Paulo: Manole, 2010. 
MARANI, F.; Oliveira, A. R.; OMORI, M. K. A Atividade física em adolescentes de diferentes 
níveis sócio-econômicos. Revista da Educação Física, v. 16, n. 1, p. 67-71, 1. sem. 2005.
MARIN, A. M. Atividades aquáticas como conteúdo da área de Educação Física. Revista 
Lecturas Educación Física y Deportes, v. 10, n. 73, jun. 2004.
PALMER, M. L. A Ciência do ensino da natação. São Paulo: Manole, 1990. 
ROBERGS, R. A.; ROBERTS, S. O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício para 
aptidão, desempenho e saúde. São Paulo: Phorte, 2002.
SANTANA, V. H.; TAVARES, M. C. F.; SANTANA, V. E. Nadar com segurança: prevenção 
de afogamentos, técnicas de sobrevivência, adaptação ao meio líquido e resgate e 
salvamento aquático. Barueri: Manole, 2003.
TURCHIARI, A. C. Pré-escola de natação. São Paulo: Ícone, 1996. (Natação em academias). 
VIEIRA, S.; FREITAS, A. O que é natação. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2006.
Claretiano - Centro Universitário
EA
D
Aspectos Fundamentais 
da Natação / Propriedades 
Físicas da Água
2
1. OBJETIVOS
• Compreender e analisar as características inerentes à téc-
nica do nadar, bem como conhecer seus componentes.
• Analisar a influência das propriedades físicas no meio lí-
quido.
2. CONTEÚDOS
• Natação.
• Nado crawl ou nado livre. 
• Nado costas.
• Nado peito.
• Nado golfinho.
• Saídas, viradas e chegadas.
• Propriedades físicas da água.
© Natação42
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir: 
1) Faça anotações de todas as suas dúvidas, não deixe ne-
nhuma para trás, tente solucioná-las por meio do nosso 
sistema de interatividade ou diretamente com o seu tutor.
2) Ao longo dos estudos desta unidade, lembre-se dos co-
nhecimentos concernentes à área e da utilização que 
você faz deles em sua atuação profissional.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Após os estudos introdutórios a respeito do contexto em que 
está inserida a natação, a proposta desta unidade é a de ampliar 
as possibilidades de desenvolvimento do conteúdo para o ensino 
relacionado com a natação.
É importante saber que a eficiência mecânica de um gesto 
esportivo é um dos principais responsáveis pelo sucesso ou insu-
cesso do movimento. Num meio líquido, a resistência diminui e in-
terfere nesta eficiência. Aplicar as forças de forma correta, quando 
cada músculo utiliza sua condição máxima, além da economia de 
energia para cada ação, é indicador de desempenho.
A importância da técnica na natação toma dimensões ainda maio-
res, pois a resistência enfrentada na água para locomoção, em termos 
comparativos, é bem maior do que a do ar. É fundamental que pense-
mos na técnica como primeiro ponto de um programa de progressão.
O respeito à individualidade biológica é o ponto principal, 
ou seja, o que é bom para mim pode não ser bom para você. O 
ideal é que experimente a água com vários sentidos e se adéque 
às evoluções do progredir com nível de habilidade motora para 
desempenhá-las. Exercícios educativos e de sensibilidade ajudam 
a desenvolver esse nível de percepção para os gestos técnicos.
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Claretiano - Centro Universitário
© U2 - Aspectos Fundamentais da Natação / Propriedades Físicas da Água
Ciente cada vez mais das propriedades físicas da água, o pro-
fessor poderá elaborar programas mais eficientes, aproveitando 
melhor as vantagens oferecidas pelo meio líquido.
Colocamos aqui, nesta unidade, um breve esclarecimento 
das propriedades da água para facilitar o conhecimento e justificar 
o que acontece com o corpo quando emergimos no meio líquido.
5. NATAÇÃO
Registros históricos indicam o início das competições de na-
tação no século 19, na Europa, em torneios isolados e campeona-
tos nacionais. A primeira participação da natação em Jogos Olím-
picos ocorreu em 1896, em Atenas.
No Brasil, o primeiro campeonato nacional envolvendo a na-
tação ocorreu em 1898, com a modalidade 1.500m, nado livre.
No formato olímpico atual, as competições são realizadas 
em piscinas de 50 m e oito raias, em provas individuais e de reve-
zamento, nos nados: livre, peito, costas, borboleta e medley, com 
distâncias que variam entre 50 m e 1.500 m. 
Nado livre
Segundo a Federação Gaúcha de Desportos Aquáticos 
(FGDA), no nado livre, qualquer combinação de braçadas é permi-
tida, com exceção dos revezamentos medley ou medley individual, 
nos quais o nado livre é definido como qualquer estilo que não 
seja o nado de costas, borboleta ou peito.
Regras para saída e volta:
A saída no nado livre é feita com um mergulho. Na prova de nado livre o 
toque com as mãos não é necessário nas voltas. Qualquer parte do na-
dador pode tocar a parede ou a placa. Alguma parte do nadador deve 
quebrar a superfície da água durante a prova, exceto quando é permi-
tido ao nadador estar completamente submerso durante a volta e por 
uma distância não mais que 15 metros após a saída e em cada volta. 
Neste ponto, a cabeça deve quebrar a superfície d’água (FGDA, 2010).
© Natação44
Regras para a chegada:
Na chegada, qualquer parte do nadador pode tocar a parede ou 
a placa ao final da prova. Se o nadador parar durante a prova de 
nado livre e ficar em pé no fundo,não é motivo de desclassificação, 
mas se deixar a piscina, caminhar, puxar a raia ou tomar impulso no 
fundo, será desclassificado (FGDA, 2010).
Principais ocorrências (desclassificações):
Não tocar com nenhuma parte do corpo na borda, durante a virada; 
caminhar na piscina (tomar impulso); desistência (não completar o 
percurso); ultrapassar o limite máximo de 15 m, estando o nadador 
submerso após a saída ou a volta; perder o contato dos pés com 
o bloco antes do sinal de partida; puxar a raia ou não completar a 
prova na mesma raia onde começou (FGDA, 2010).
Nado peito
No nado peito, as regras para as braçadas são as seguintes:
No início da primeira braçada, após a saída e em cada volta, o na-
dador deve estar sobre o peito. O bom senso deve ser usado antes 
de desclassificar um nadador de peito. Ocasionalmente, o nadador 
pode ter um braço ligeiramente mais alto que o outro, mas se os 
movimentos dos braços são simultâneos e no mesmo plano hori-
zontal, o estilo está correto. A chave para observar os braços é es-
tar certo de que se movimentam simultaneamente. A maioria das 
infrações ocorre com nadadores jovens, que ainda não têm uma 
boa coordenação. As mãos devem ser lançadas juntas para a frente 
a partir do peito, abaixo ou sobre a água. Os cotovelos devem estar 
abaixo d’água exceto para a última braçada antes da volta, durante 
a volta e na braçada final da chegada. As mãos devem ser trazidas 
para trás na superfície ou abaixo da superfície da água. As mãos 
não podem ser trazidas para trás além da linha dos quadris, exceto 
durante a primeira braçada após a saída e em cada volta. Durante 
cada ciclo completo de uma braçada e uma pernada, nesta ordem, 
parte da cabeça do nadador deve quebrar a superfície da água, ex-
ceto após a saída e após cada virada, quando o nadador poderá 
dar uma braçada completa até as pernas e uma pernada enquanto 
completamente submerso. A cabeça tem que quebrar a superfície 
da água antes que as mãos virem para dentro na parte mais larga 
da segunda braçada (FGDA, 2010, n. p.). 
Regras para a pernada:
Todos os movimentos das pernas devem ser simultâneos e no mes-
mo plano horizontal, sem movimentos alternados. Os pés devem 
estar virados para fora durante a parte propulsiva da pernada. Não 
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Claretiano - Centro Universitário
© U2 - Aspectos Fundamentais da Natação / Propriedades Físicas da Água
são permitidos movimentos em forma de tesoura, pernada vertical 
alternada ou de golfinho. É permitido quebrar a superfície da água 
com os pés, exceto seguido de uma pernada de golfinho (FGDA, 
2010).
Regras para a virada e a chegada:
Em cada virada e na chegada da prova o toque deve ser efetuado 
com as duas mãos simultaneamente, acima, abaixo ou no nível da 
água. A cabeça pode submergir após a última braçada anterior ao 
toque, contanto que quebre a superfície d’água em qualquer ponto 
durante o último completo ou incompleto ciclo anterior ao toque 
(FGDA, 2010).
Principais ocorrências (desclassificações):
Pernada vertical de golfinho após a saída (filipina) ou virada; per-
nada vertical de golfinho no percurso do nado peito (especificar a 
metragem); toque alternado das mãos na borda, durante a virada/
chegada (especificar a metragem se for na virada); executar per-
nada alternada/forma de tesoura no percurso ou após as viradas; 
perda do contato dos pés com o bloco antes do sinal de partida 
(FGDA, 2010).
Nado de costas
Para o nado de costas, as orientações são:
O nadador sai no nado de costas dentro d’água, olhando para a pa-
rede de partida e deve permanecer sobre as costas, exceto quando 
executa a volta. A. "Exceto quando executa a volta" quer dizer qual-
quer variação sobre a posição normal de costas de forma a execu-
tar uma ação contínua de volta. B. A posição normal de costas inclui 
um movimento rotacional do corpo até, mas não ultrapassando os 
90 graus da horizontal. A posição da cabeça não é relevante. C. Du-
rante a volta, os ombros podem girar além da vertical para o peito, 
após o que uma contínua braçada ou uma contínua e simultânea 
dupla braçada podem ser usadas para iniciar a volta. Quando o cor-
po tiver deixado a posição de costas, qualquer pernada ou braçada 
tem que fazer parte da ação contínua da volta. O nadador tem que 
retornar a posição de costas após deixar a parede. Quando execu-
tar a volta, tem que haver o toque na parede com alguma parte 
do corpo do nadador. Alguma parte do nadador tem que quebrar 
a superfície da água durante o percurso. É permitido ao nadador 
estar completamente submerso durante a volta, na chegada e por 
uma distância não maior que 15 metros após a saída e em cada 
volta. Neste ponto, a cabeça tem que quebrar a superfície d’água. 
A única obrigação no nado é que o nadador permaneça na posição 
© Natação46
de costas. Um nadador iniciante pode ocasionalmente usar uma 
braçada dupla, que é legal. O nadador que para e fica de pé não 
está na posição de costas. A melhor posição para julgar a virada no 
nado de costas é diretamente por cima do nadador (FGDA, 2010).
Regras para a chegada: "quando, ao final da prova, o nada-
dor tem que tocar a parede na posição de costas. O corpo pode 
não estar submerso no toque" (FGDA, 2010).
Principais ocorrências (desclassificações):
Perda do contato das mãos com o bloco, seguido de um impulso do 
corpo para trás antes do sinal de partida; entrar na piscina, antes do 
apito/sinal do árbitro geral; ultrapassar o limite máximo de 15 m, es-
tando o nadador submerso após a saída ou a volta; quebrar ação contí-
nua da volta (realizar pernadas alternadas durante o deslize na virada); 
na chegada do nado costas, tocar com a mão na borda com o corpo 
sobre o peito (decúbito ventral – de frente) ultrapassando um ângulo 
de 90 graus; trocar de raia após a saída ou virada (FGDA, 2010).
Nado borboleta
Para o nado borboleta, as principais regras são as seguintes:
Após a saída e na volta, ao nadador é permitido uma ou mais per-
nadas e uma braçada sob a água que deve trazê-lo à superfície. É 
permitido ao nadador estar completamente submerso até uma dis-
tância não maior do que 15 metros após a partida e após cada volta. 
A braçada deve ser simultânea, e os braços devem mover-se para 
frente por cima d’água. O corpo deve estar sobre o peito a partir do 
início da primeira braçada após a saída e após cada volta. Os braços 
se movendo para frente em baixo d’água é chamado de "recupera-
ção submersa" e não é permitida. Isto acontece quando o nadador 
julga mal a distância até a parede. Todo o movimento para cima e 
para baixo das pernas deve ser simultâneo. A posição das pernas ou 
dos pés não precisa ser no mesmo nível, mas não podem alternar em 
relação ao outro. A pernada de peito não é permitida (FGDA, 2010).
Regras para a volta e para a chegada: "Ambas as mãos de-
vem tocar a parede simultaneamente, acima, abaixo ou no nível da 
superfície d’água, com o corpo sobre o peito" (FGDA, 2010).
Principais ocorrências (desclassificações):
Pernada alternada após a saída, virada (especificar qual) ou no per-
curso (metragem); toque alternado das mãos na borda durante a 
virada ou chegada do nado (especificar); ultrapassar os 15 metros, 
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Claretiano - Centro Universitário
© U2 - Aspectos Fundamentais da Natação / Propriedades Físicas da Água
estando o nadador submerso após a saída ou volta; realizar movi-
mentos alternados de braços/pernas no percurso; perda do conta-
to dos pés com o bloco antes da partida (FGDA, 2010).
Nado medley
O nado medley individual é realizado com a seguinte ordem: 
borboleta, costas, peito e livre. Porém, na mudança de um nado 
para outro, algumas regras devem ser respeitadas.
Mudança do nado borboleta para o nado de costas:
Quando o toque correto tiver sido efetuado, o nadador pode virar 
da maneira que desejar. O nadador deve retornar à posição quando 
os ombros passarem da vertical para as costas antes dos pés deixa-
rem a parede (FGDA, 2010).
Mudança do nado de costas para o nado peito:
Quando da chegada de costas o nadador tem

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