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Febre- resumo do livro - o centro de controle de regulação da temperatura - quando a temperatura corporal atinge 37° C inicia- se a sudorese, a taxa de produção de calor é reduzida a partir desse instante - o aquecimento da área termostática pré- óptica aumenta a taxa de eliminação de calor (estimulando as glândulas sudoríparas e causando vasodilatação dos vasos cutâneos) - febre significa temperatura corporal acima da normalidade - pode ser causada por substancias toxicas que influenciam os centros termorreguladores Proteínas (ou seus produtos de hidrólise) Toxinas bacterianas -> estimulam a síntese e a liberação de IL-1 ao agir sobre os neutrófilos -> estimula a liberação de prostaglandinas (principalmente na área pré- óptica hipotalâmica) Obs.: substâncias que causam esse efeito são chamadas de pirogênios - quando o ponto de ajuste do termostato hipotalâmico é elevado a um nível mais alto que o normal, todos os mecanismos de regulação da temperatura corporal são postos em ação (em poucas horas a temperatura corporal irá se ajustar a esse nível) - em alguns casos (neurossífilis, infecções gonocócicas) a febre pode ser considerada um mecanismo de defesa, mas na maioria das vezes atua mais como um sinal de alerta - pode apresentar alguns aspectos nocivos: perda de peso, aumento da FC, a sudorese agrava a perda de líquidos e sais, mal- estar consequente a cefaléia, fotofobia, indisposição geral ou uma desagradável sensação de calor - A febre não é apenas um sinal, constituindo, na verdade, parte de uma síndrome (síndrome febril) na qual, além de elevação da temperatura, ocorrem vários outros sintomas e sinais, cujo aparecimento e intensidade variam em relação direta com a magnitude da hipertermia, destacando-se astenia (sensação de fraqueza), inapetência, cefaleia, taquicardia, taquipneia, taquisfigmia, oligúria, dor no corpo, calafrios, sudorese, náuseas, vômitos, delírio, confusão mental e até convulsões, principalmente em recém-nascidos e crianças. - Patogenia da Febre: Infecções, neoplasias, acidentes vasculares e inúmeros processos inflamatórios: fator comum a todos é a lesão tecidual. - Características semiológicas da febre Início: pode ser súbito (geralmente acompanhada dos sinais e sintomas que compõem a síndrome febril) ou gradual (pode ser que outro sintoma da síndrome febril esteja sobressaindo) Intensidade: febre leve (até 37,5° C), febre moderada (37,6 a 38,5), febre alta (acima de 38,6). Depende da causa e da capacidade de reação do organismo. Idosos podem não apresentar febre ou ter apenas uma febre leve em infecções. Duração: interfere muito na conduta do médico, é diferente nos casos em que a febre se instalou a poucos dias em relação a outros que vem apresentando febre por um tempo prolongado (mais de 1 semana, tendo ou não caráter contínuo) Doenças que causam febre prolongada: tuberculose, septicemia, malária, endocardite infecciosa, febre tifoide, colagenoses, linfomas, pielonefrite, brucelose e esquistossomose. Modo de evolução: gráfico ou quadro térmico (registro de temperatura de 4 em 4 ou de 6 em 6 horas) Término: crise (desaparece subitamente) e lise (a hipertermia vai desaparecendo gradualmente) - Causas da febre: Aumento da produção de calor Bloqueio na perda de calor Lesão dos tecidos (grupo no qual se inclui a maioria das doenças febris) Febre - Slides - A temperatura é controlada pelo equilíbrio entre produção e perda - Produção de calor é subproduto do metabolismo em repouso- maior produção do fígado em movimento: maior produção dos músculos se necessário aumento rápido de temperatura: ação dos músculos - Perda de calor ocorre por: Convecção: troca com ar ou líquidos em temperaturas diferentes Irradiação: o corpo que tem mais energia libera para o corpo que tem menos- raios infravermelhos (até 60% das perdas) Condução: contato direto (até 3% diretamente para objetos e 15% para o ar) Evaporação: ao evaporar a água leva 0,58 cal para cada g. 16 a 19 calorias por hora (até 22%) - sistema nervoso autônomo Glândula sudorípara tem inervação colinérgica simpática- secreta agua e cloreto de sódio. Pode secretar de 1 a 3 L/h. A medida em que ocorre aumento na produção de volume de suor, ocorre redução na concentração de sódio no suor por reabsorção desse no ducto na glândula (ação da aldosterona) - Tecido gorduroso- subcutâneo – isolamento térmico - Hipotálamo- termostato (neurônios sensíveis ao calor e ao frio) - Como perdemos calor? Vasodilatação da pele: aumenta a perda de calor em até 8 vezes Sudorese: Inibição dos mecanismos que aumentam produção de calor (calafrios, termogênese) - Como se eleva a temperatura? Vasoconstrição da pele (reduz perda) Piloereção: tenta reter o ar próximo da pele- camada de ar quente como isolante (resquício animal) Calafrios (aumenta 4 a 5x a produção)- centro motor localizado dorsomedial do hipotálamo - Controle da temperatura corporal: Interna (termostato hipotalâmico) x externa (superfície cutânea)- variável Crianças são susceptíveis a variações de temperatura (labilidade) Idosos- temperatura basal mais baixa. Problemas com conservação. Ciclo menstrual (eleva durante a ovulação e um pouco antes da menstruação) Ponto de ajuste da temperatura interna central: 37,1° (setpoint) - Os pacientes idosos apresentam alterações no sistema de regulação da temperatura corporal responsáveis não só pela ausência de febre, quando acometidos por doenças infecciosas, como também os predispõem a um maior risco de apresentar hipotermia ou hipertermia em situações de frio ou calor extremos. A fisiopatologia do descontrole de temperatura no idoso pode ser assim sumarizada: • Hipotermia: o Sensação de frio diminuída o Capacidade de perceber as alterações da temperatura diminuída o Resposta autonômica vasoconstritora ao frio anormal o Resposta de calafrios diminuída o Termogênese diminuída • Hipertermia: o Limiar central de temperatura elevado o Sudorese diminuída ou ausente o Capacidade de percepção do calor diminuída o Resposta vasodilatadora ao calor diminuída o Reserva cardiovascular diminuída. Quanto à febre, é importante lembrar que podem apresentar infecções sem resposta febril, sendo a ausência desta um sinal de mau prognóstico. Podem apresentar, com mais frequência, confusão mental, delírios e alucinações quando têm elevação da temperatura. - Estímulo no hipotálamo direta ou indiretamente: Pirógenos internos ou externos O macrófago fagocita a bactéria e libera IL1 (pirógeno endógeno) -> ácido araquidônico -> que induz PG- E2, que atua na região anterior AAS bloqueia PG- E2 - síndrome febril: Cada grau elevado aumenta em média 10 batimentos cardíacos por minuto Taquipneia, sudorese, dor no corpo, calafrios, náuseas Sinal de Faget- dissociação pulso- temperatura Acima de 40,5° C- pode ocorrer diminuição na produção de hemoglobina e de oxigênio - a febre é uma elevação anormal da temperatura corporal - sudorese noturna- exacerbação na mudança do ritmo circadiano da temperatura causado por doenças (tuberculose, HIV, neoplasias) - Anamnese da febre: Início (abrupto ou insidioso) Intensidade- valor máximo Duração (horas, dias, semanas, meses) Acima de 10 dias: pensar em tuberculose, endocardite, malária, pielonefrite, febre tifóide, colagenoses, neoplasias e linfomas Término Fenômenos e sintomas associados Padrão evolutivo Icterícia - Aumento de bilirrubina - Colestase? - Sangue: Degradação do grupo heme Biliverdina Bilirrubina insolúvel Bilirrubina + albumina= bilirrubina indireta (também conhecida como não conjugada) - Fígado Captação (difusão facilitada) Conjugação (glucuronil- transferase) -> a partir daí se torna bilirrubina direta/ bilirrubina direta Excreção -> dependente de ATP Obs.: por isso que muitas vezes é a bilirrubina direta que fica aumentada, porque necessita de ATP para ela ser eliminada do fígado, já a indireta entra por difusão facilitada no fígado - Intestino A bilirrubina conjugada é conjugada em urobilinogênio Uma porção é eliminada juntamente com as fezes (é o que dá a coloração marrom as fezes) Outra porção é reabsorvida e eliminada pelos rins como urobilina (é o que dá a coloração amarelada da urina) - Etiologias: Aumento da produção (hemólise ou eritropoiese ineficaz) Diminuição da captação (jejum prolongado, medicações, infecções, causa hepatocelular) Diminuição da conjugação (síndrome de Gilbert, Síndrome de Crigler- Najjar, deficiência adquirida) Alterações na excreção (síndrome de Dubin- Johson, Síndrome de Rotor, Colestase gestacional, colestase medicamentosa, colestase intra-hepática recorrente benigna (BRIC) - Investigação Clínica: Antecedentes Idade Medicações Hábitos Viagens Profissão - Sintomas: Febre Dor abdominal Acolia fecal Prurido Colúria Xantelasmas Perda ponderal - Exame físico Sinais de anemia ou hepatopatia Dor abdominal Vesícula biliar palpável Edema – Resumo do Livro - a pressão hidrostática no interior dos capilares, juntamente coma pressão oncótica exercida pelas proteínas do líquido intersticial, favorecem a saída de líquido do espaço vascular para o extravascular - já a pressão hidrostática do líquido intersticial, juntament5e com a pressão oncótica das proteínas plasmáticas favorecem a movimentação de líquido do espaço extravascular para o interior dos vasos - esses movimentos normalmente estão equilibrados - o edema é definido como um aumento clinicamente aparente no volume do líquido intersticial, quando as forças de Starling estão alteradas - o edema secundário a um aumento da pressão hidrostática pode resultar de elevação de pressão venosa causada pela obstrução para a drenagem venosa e/ou linfática - um outro motivo para alteração das forças de Starling é a hipoalbuminemia a síndrome nefrótica pode ser um dos motivos) - a lesão capilar também pode ocasionar edema, ela acontece por: Uso de medicamentos Agentes virais ou bacterianos Traumatismos térmicos ou mecânicos Reação de hipersensibilidade Lesão imunológica - a lesão capilar geralmente não produz sinal de cacifo, sendo localizado e acompanhado de outros sinais de inflamação - redução de volume arterial efetivo Redução do débito cardíaco e/ou resistência vascular sistêmica (como na cirrose) e hipoalbuminemia Para reestabelecer esse volume, os rins retêm sódio e, consequentemente, água. Porém, isso pode contribuir para intensificar um edema - fatores renais e o sistema renina- angiotensina- aldosterona O fluxo renal diminuído é traduzido pelas células justaglomerulares renais em um sinal para maior liberação de renina A renina é uma enzima que age sobre seu substrato, o angiotensinogênio O angiotensinogênio é produzido pelo fígado e libera angiotensina 1, que por sua vez é convertida em angiotensina 2 A A2 possui propriedades vasoconstritoras generalizadas, particularmente nas arteríolas aferentes renais esse efeito reduz a pressão hisdrostática nos capilares peritubulares, enquanto a fração de filtração aumentada eleva a pressão osmótica coloidal nesses vasos, aumentando, assim, a reabsorção de sal e água nos túbulos proximais - o SRAA leva a retenção de sódio e água e,, consequentemente, leva a formação de edema - o bloqueio da ECA e o bloqueio de receptor de A2 aumentam a excreção de sódio e água e reduzem vários tipos de edema - a A2 estimula a produção de aldosterona pela zona glomerulosa do córtex da suprarrenal - a aldosterona aumenta a reabsorção de sódio e a excreção de potássio pelo túbulo coletor, favorecendo a formação de edema - a secreção de arginina- vasopressina (AVP) ocorre em resposta a um aumento da concentração osmolar intracelular -> aumenta a reabsorção de água livre nos túbulos distais pacientes com insuficiência cardíaca, mesmo com redução da osmolalidade, a secreção de AVP ainda fica alta, resultando em edema e hiponatremia (níveis de sódio anormalmente baixos) - endotelina: potente vasoconstritor liberado pelas células endoteliais pacientes com insuficiência cardíaca possuem uma alta concentração no plasma vasoconstrição renal retenção de sódio edema - Peptídeos natriuréticos armazenados nos miócitos atriais e ventriculares liberados quando a pressão diastólica aumenta se ligam no receptor-A natriurético, que causa: excreção de sódio e água, inibição da liberação de renina e aldosterona encontram- se elevados na insuficiência cardíaca (mas não são suficientes para prevenir a formação de edema - Causas clínicas do edema anasarca: edema maciço e generalizado ascite e hidrotórax: acúmulo de excesso de líquido no peritônio e nas cavidades pleurais (formas especiais de edema) sinal de cacifo - edema generalizado: distúrbios cardíacos, renais, hepáticos ou nutricionais são responsáveis pela maioria de pacientes com edema generalizado - na insuficiência cardíaca, o esvaziamento sistólico deficiente dos ventrículos ou o comprometimento do relaxamento ventricular promovem acúmulo de sangue na circulação venosa se a doença cardíaca for mais grave, a retenção de sódio e água continuará e o volume sanguíneo irá acumular- se na circulação venosa, aumentando a pressão venosa e causando edema - edema de doença renal glomerulonefrite é normalmente associada à hematúria, proteinúria e hipertensão arterial algumas evidências apoiam o ponto de vista de que a retenção hídrica ocorra por um aumento da permeabilidade capilar na maioria das circunstâncias, o edema resulta da retenção de sódio e água pelos rins em consequência da insuficiência renal - Síndrome nefrótica: diminuição da pressão oncótica devido a perda de grande quantidade de proteína na urina se não tem proteína no plasma, o líquido não permanece no compartimento vascular -> o volume total e efetivo do sangue arterial diminuem -> ativação do SRAA pode ocorrer essa síndrome durante o curso de várias doenças renais: glomerulonefrite, glomeruloesclerose diabética e reações de hipersensibilidade. - Cirrose hepática (REVISÃO): uma das primeiras alterações é a hipertensão portal (HP) a veia porta é um vaso que drena todo o sangue proveniente dos intestinos para o fígado esse aumento da pressão da veia porta na cirrose é decorrente do aumento do fluxo sanguíneo nos vasos do abdômen e da maior resistência ao fluxo pela alteração da arquitetura do fígado a HP pode levar a formação de varizes no esôfago e ascite além disso a formação de proteínas fica comprometida (ex.: albumina -> edema) bloqueio do fluxo venoso hepático, que por sua vez, expande o volume sanguíneo esplâncnico (baço) e aumenta a força hepática de linfa ativação do SRAA e dos nervos simpáticos renais e á liberação de AVP, endotelina e outros mecanismos retentores de sódio e água - edema induzido por fármacos vasoconstrição renal (AINES e ciclosporina) dilatação arteriolar (vasodilatadores) aumento da reabsorção de sódio (hormônio esteróides) lesão capilar - edema de origem nutricional dieta pobre em proteínas cardiopatia devido ao beribéri (deficiência de vitamina B1) - edema localizado: a pressão hidrostática no leito capilar acima da obstrução aumenta, de modo que uma quantidade anormal de líquido é transferida do espaçovascular para o intersticial a via alternativa também pode estar obstruída ou preenchida no seu nível máximo ocorre um aumento do volume do líquido intersticial pode ser causado por tromboflebite, linfangite crônica, ressecção de linfonodos regionais e filariose, entre outras causas - Outras causas do edema: hipotireoidismo: em casos de hipotireoidismo grave, ocorre mixedema A doença é caracterizada pela desordem que reflete na pele e nos tecidos. Esse edema é duro e tem um aspecto de pele opaca. Quando a doença aparece, os edemas se despertam na face, pálpebras e também formam bolhas nos olhos. A doença é considerada rara e além de fazer mais pacientes mulheres, as idosas estão mais vulneráveis também ao desenvolvimento desse problema. Por conta da extrema temperatura de frio, o problema tende a surgir geralmente no inverno. Hipertireoidismo hiperadrenocorticismo exógeno; gravidez; administração de estrogênios e vasodilatadores, em particular as di-hidropiridinas, como a nifedipina. - Distribuição do edema Insuficiência cardíaca: edema é mais prevalente nos membros inferiores e no anoitecer A insuficiência cardíaca grave pode causar ascite É possível diferenciar a ascite causada por insuficiência cardíaca (aumenta a pressão venosa jugular), da ascite causada pela cirrose hepática (pressão jugular normal) O edema resultante da hipoproteinemia é normalmente generalizado Obstrução venosa ou linfática: limitado a um membro Obstrução da veia cava superior: face, pescoço, membros superiores - Abordagem ao paciente: Uma primeira questão importante consiste em se o edema é localizado ou generalizado. Caso seja localizado, devem-se considerar os fenômenos locais que podem estar implicados. Se o edema for generalizado, deve- se determinar, inicialmente, se há hipoalbuminemia grave, p. ex., albumina sérica < 25 g/L. Em caso positivo, a anamnese, o exame físico, o exame de urina e outros dados laboratoriais ajudarão a avaliar as hipóteses de cirrose, desnutrição grave ou síndrome nefrótica ser a doença básica. Se não houver hipoalbuminemia, deve- se determinar se há evidências de insuficiência cardíaca grave o suficiente para produzir edema generalizado. Finalmente, deve-se verificar se o paciente apresenta ou não um débito urinário adequado ou se há oligúria ou anúria significativas.
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