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Grupo de desordens permanentes do desenvolvimento do movimento e da postura decorrentes de um distúrbio não progressivo que ocorre durante o desenvolvimento do cérebro. Distúrbios sensoriais, perceptivos, cognitivos, de comunicação e comportamental. ETIOLOGIA ▶ PRÉ CONCEPCIONAIS: tratamento para infertilidade, história familiar de doença neurológica e história familiar de convulsões ▶ PERINATAIS: retardo de crescimento intrauterino (< percentil 3), retardo de crescimento intrauterino (percentil 3-9), doença tireoidiana materna, pré eclampsia grave, hemorragia anteparto moderada a grave, doença viral, anormalidades morfológicas da placenta ▶ INTRAPARTO: evento intraparto agudo, apresentação occipito- posterior, hipertermia intraparto, parto instrumentado, cesariana de emergência Incidência de 2 para cada 1.000 nascidos vivos nos países desenvolvidos, fazendo dela a deficiência mais comum em crianças. Países em desenvolvimento, considerando todos os graus de paralisia cerebral, a incidência pode chegar a 7:1000. Alterações de tônus e presença de movimentos atípicos e comprometimento do crescimento. Os comprometimentos mais severos culminam em limitação das atividades e presença de comorbidades. Crianças com PC podem ser classificadas de acordo com a tonicidade muscular. ▶ ESPÁSTICA: há aumento dos reflexos tendíneos profundos, os músculos são hipertônicos e os movimentos voluntários são fracos. Desenvolvem-se contraturas articulares e as articulações podem se tornar desalinhadas. É a forma predominante nos nascidos pré-termo. ▶ DISCINÉTICA: movimentos lentos, retorcidos e involuntários das extremidades proximais e do tronco. Os movimentos aumentam com a tensão emocional e desaparecem durante o sono. ▶ ATÁXICA: movimentos com força, ritmo e precisão anormais, provocando perturbação no equilíbrio, tremor e baixo tônus muscular. Mesmo nutridas as crianças com paralisia cerebral são menores que as crianças sem deficiência, isso acontece devido a inatividade física, ausência de força mecânica sobre os ossos, articulações e musculatura, fatores endócrinos, altas prevalências de prematuridade e baixo peso ao nascer. Esses fatores culminam na diminuição do crescimento linear, redução do ganho de peso e alterações na composição corporal (redução de massa muscular, redução de gordura corporal e redução de densidade óssea). Curvas recomendadas pelo ministério da saúde são elaboradas por Brooks et al (2011), estratificadas de acordo com a gravidade funcional pelo GMFCS (gross motor function classification system: sistema de classificação da função motora grossa). CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL ▪< percentil 10: desnutrição ▪percentil 10-90: eutrófico ▪> percentil 90: excesso de peso ESTIMATIVA DE ESTATURA Stevenson (1995) desenvolveu algumas fórmulas para estimar a altura dos portadores de PC com mais de dois anos de idade que não conseguem ficar na posição ereta. Sendo estimada através da medida do comprimento do braço ou da tíbia ou da altura do joelho ao calcanhar. Medida do segmento Estatura estimada Desvio padrão CSB E = (4,35xCSB) + 21,8 ± 1,7 CT E = (3,26xCT) + 30,8 ± 1,4 CJ E = (2,69xCJ) + 24,2 ± 1,1 CSB: distância do acrômio até a cabeça do rádio medido com o membro flexionado a 90º. CT: medida da porção medial superior, abaixo do joelho, até a porção medial inferior do tornozelo. CJ: obtida com a perna esquerda em 90º (distância entre a base do calcanhar e a parte superior da patela). Para a mensuração ponderal do peso de crianças menores de 2 anos e adolescentes de baixo peso, recomenda-se a pesagem no colo do cuidador. O peso é obtido pela subtração do peso do cuidado. Adolescentes e adultos cadeirantes devem ser pesados em maca- balança ou balança específica para cadeira de rodas. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS A utilização da prega cutânea tricipital ou subescapular são adequadas e podem ser comparados com curvas de referência para crianças saudáveis. Sendo que valores inferiores ao percentil 10 indicam desnutrição. D e f i n i ç ã o E t i o l o g i a P r e v a l ê n c i a S i n a i s c l í n i c o s C l a s s i f i c a ç ã o D i a g n ó s t i c o n u t r i c i o n a l C u r v a s d e c r e s c i m e n t o p a r a c r i a n ç a s c o m P C Baixo peso/desnutrição, excesso de peso/obesidade, refluxo gastroesofágico, obstipação, desidratação, disfagia, dificuldades de mastigação e deglutição, alimentação monótona, ingestão inadequada de macro e de micronutrientes. A baixa ingestão alimentar associada ao gasto energético elevado culminam em baixo peso ESTRATÉGIAS ▶ BAIXO PESO: refeições em menor volume e mais frequente, aumentar a densidade energética, elaborar refeições atrativas e nutritivas. No caso das mudanças na alimentação oral não serem suficientes, fornecer suplementos nutricionais que contemplem a alimentação. Em casos graves utilizar sonda nasogástrica ou gastrostomia. ▶ EXCESSO DE PESO: controlar a ingestão alimentar optando por porções menores, não pular as refeições, evitar o consumo de ultraprocessados, alimentação rica em fibras e carboidratos complexos. ▶ REFLUXO GASTROESOFÁGICO: dar preferência a alimentos de textura suave e evitar o consumo de alimentos e bebidas muito quentes ou frias e aqueles que possam contribuir para um quadro de azia (álcool, cafeína, bebidas gaseificadas, alimentos gordurosos e muito condimentados). ▶ OBSTIPAÇÃO INTESTINAL: dieta rica em fibras – FLVs, aumentar a ingestão de líquidos. ▶ DISFAGIA: qualquer interferência na precisão e sincronia dos movimentos de músculos e estruturas associadas à deglutição, que resultam em inabilidade, seja por debilidade no controle pelo sistema nervoso central ou disfunção mecânica. Crianças com dificuldades de deglutição a líquidos devem ser alimentadas com pequenos volumes de dieta pastosa e com sucos engrossados com frutas e gelatinas. E o uso de espessantes é recomendado em casos frequentes de engasgos e regurgitação. ▶ DESIDRATAÇÃO Recomendação de ingestão hídrica Faixa etária Quantidade recomendada 7-12 meses 600ml 1-3 anos 900ml 4-8 anos 1,2l Meninos 9-13 anos 1,8l Meninos 14-18 anos 2,6l Meninas 9-13 anos 1,6l Meninas 14-18 anos 1,8l Homens >18 anos 3l Mulheres >18 anos 2,2l Grávidas 2,3l Lactantes 3,1l Adaptação da consistência líquida Deglutição e disfagia Descrição da consistência Exemplos Deglutição normal Líquidos ralos Água, gelatina, café, chás, sucos, refrigerantes Deglutição funcional Líquidos ralos Água, gelatina, café, chás, sucos, refrigerantes Disfagia leve Néctar - O líquido escorre da colher formando um fio Suco de manga ou pêssego ou iogurte de beber Disfagia de leve a moderada Mel - O líquido escorre da colher formando um V Mel Disfagia moderada Creme - O líquido se solta da colher, caindo em bloco Papa de frutas e iogurte cremosos Disfagia grave Enteral exclusiva OUTROS: falta de controle da boca, da cabeça e do tronco; falta de equilíbrio para sentar-se, inabilidade para flexionar os quadris o suficiente para possibilitar o levantamento dos braços para diante, agarrar e manter a pressão, inabilidade de levar as mãos à boca e a falta de coordenação olho-mão. Questionar quem alimenta a criança, local de alimentação, consistência do alimento, o tempo gasto em cada refeição, escape dos alimentos para fora da boca, presença de tosse, palidez cutânea, regurgitação ou vômitos durante a refeição. VIA DE ALIMENTAÇÃO: dependerá do desenvolvimento neurológico, da deglutição, da coordenação motriz oral e dos riscos de complicações. Adaptação da consistência da dieta Deglutição normalNormal Inclui todos os alimentos e todas as texturas Deglutição funcional Branda Alimentos macios que requerem certa habilidade de mastigação, como carnes cozidas e úmidas, verduras e legumes cozidos, pães e frutas macios. Exclui alimentos de difícil mastigação ou que tendem a se dispersar na cavidade oral, como os secos (farofa), as verduras e legumes crus, os grãos, etc. bem como as misturas de consistências (canja de galinha e feijão com caldo e caroços) Disfagia leve Dieta pastosa Alimentos bem cozidos, em pedaços ou não, que requerem pouca habilidade de mastigação, como arroz pastoso, carnes e legumes bem cozidos, picados ou desfiados, pães macios e sopas cremosas e/ou com pedaços de legumes bem cozidos ou batidos. Líquidos podem ser espessados ou não. Pode haver necessidade de suplementação nutricional Disfagia de leve a moderada Pastosa homogênea Alimentos cozidos e batidos, coados e peneirados formando uma preparação homogênea e espessa. Ausência de grumos. Ex: purês, mingau, líquidos espessados. Pode haver necessidade de suplementação nutricional da alimentação Disfagia grave Enteral Via oral suspensa P r o b l e m a s h a b i t u a i s n o P C E s t r a t é g i a s A l i m e n t a ç ã o n a c r i a n ç a c o m P C A v a l i a ç ã o d a a l i m e n t a ç ã o ▶ CONDIÇÃO NUTRICIONAL após classificação do EM traçar a conduta energética Cálculo das NE de crianças e adolescentes com doenças neurológicas 15 kcal/cm em crianças sem disfunção motora 14 kcal/cm em crianças com disfunção motora mas que deambulam 11 kcal/cm em crianças que não deambulam ps: se a criança estiver desnutrida, é necessário oferecer cerca de 20% a mais sobre a oferta energética estimada até a normalização de peso/estatura ou do IMC. ▶ PRESENÇA OU NÃO DE DISFAGIA E OUTRAS COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS Fluxograma para o planejamento da TN P l a n e j a m e n t o n u t r i c i o n a l ( c o n s i d e r a r )
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