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A disfagia é qualquer dificuldade na deglutição, resultante de qualquer interferência na precisão e sincronia dos movimentos de músculos e estruturas associadas a deglutição, seja por debilidade no controle pelo sistema nervoso central ou disfunção mecânica. Orofaríngea; Esofágica; A disfagia também é comum na geriatria, em decorrência das alterações fisiológicas que acontecem com o envelhecimento, como diminuição da secreção salivar, aumento do tempo de resposta motora que é necessário para a formação do bolo alimentar, prejuízo na peristalse faríngea e na abertura do esfíncter esofágico. Em unidades de terapia intensiva, pacientes que são submetidos à intubação orotraqueal por mais de 48 horas, possuem risco de desenvolver disfagia orofaríngea e apresentam risco de complicações com a introdução da alimentação oral após a extubação. Desidratação; Prejuízo do estado nutricional pela dificuldade de alimentação; Risco de aspiração; Pneumonia. É decorrente de anormalidades que afetam o mecanismo neuromuscular de controle do movimento do palato, faringe e esfíncter esofágico superior. A dificuldade está em iniciar o ato de deglutição, podendo ocorrer engasgos, mas é comum a ocorrência de forma silenciosa, isto é, sem engasgos, quando é diagnosticada com avaliação do fonoaudiólogo. A ocorrência pode estar relacionada a problemas no sistema nervoso central, devido acidente vascular encefálico, doença de Parkinson, esclerose múltipla e neoplasias ou a distúrbios neuromusculares, como miastenia grave e poliomielite bulbar. É decorrente de distúrbios que afetam o esôfago, resultando em dificuldade na propulsão através do esôfago. Durante a deglutição, o esôfago apresenta contrações cuja função é a propagação do bolo alimentar em direção ao estômago. O peristaltismo esofágico é um processo neuromuscular coordenado em parte pelo SNC e em outra parte por mecanismos locais e miogênicos. Esse processo pode ser alterado por várias causas, como obstruções que invadam a luz do órgão (como neoplasias e divertículos), alterações manométricas, espasmos difusos, distúrbios não específicos de motilidade ou por aquelas secundárias a processos de degeneração crônica dos tecidos (como a esclerose). Nos distúrbios de motilidade, a tendência é que a disfagia piore, chegando a permitir apenas a ingestão de líquidos. Durante a alimentação, o esôfago passa a acumular os líquidos ingeridos e com a pressão da gravidade ocorre a abertura do esfíncter esofágico inferior, com passagem de pequenas porções de volume para o estômago. Caso isso não ocorra, o volume acumulado no esôfago é devolvido na forma de regurgitação. O principal objetivo nutricional para disfagia é estabelecer uma via de administração nutricional mais segura, adaptando a alimentação oral ao grau da disfagia e manter o estado nutricional ou promover a recuperação nutricional. A avaliação do grau de disfagia é o primeiro passo para o estabelecimento do plano nutricional, pois irá permitir a escolha da via de acesso mais adequada no momento. Em casos mais graves, com a finalidade de prevenir a aspiração, desidratação e desnutrição, a nutrição enteral exclusiva pode ser indicada. A introdução da via oral deve ocorrer de forma gradativa, com acompanhamento da equipe de fonoaudiologia. A consistência dos alimentos deve estar de acordo com a avaliação realizada, geralmente sendo iniciada com preparações líquidas e cremosas. É importante definir se existe risco de aspiração e se os líquidos ralos ou finos podem ser ofertados. A viscosidade é a resistência do líquido ao fluxo. Pode haver a necessidade de espessamento de líquidos, o que poderá possibilitar um melhor controle oral sobre o bolo alimentar, e proporcionar um tempo maior para que o reflexo da deglutição seja desencadeado. Para espessar, podem ser utilizadas farinhas a base de amido, que podem requerer aquecimento para o aumento da viscosidade, gomas feitas a partir de fibras solúveis ou ágar-ágar. Quando há indicação de via oral exclusiva, o acompanhamento de aceitação é fundamental, pois é comum que seja insuficiente, em decorrência do rebaixamento do nível de consciência ou por dificuldades no processo de deglutição. Existem 3 etapas para a progressão da alimentação oral e para o tratamento da disfagia orofaríngea, no qual são especificados a consistência dos alimentos sólidos e semissólidos: Nível I: consiste em purês homogêneos, alimentos coesivos e de baixa adesividade; Nível II: é composto por alimentos úmidos e de textura macia, como vegetais cozidos, frutas macias e maduras e cereais umedecidos, ou seja, alimentos que requerem grau mínimo de mastigação. São excluídos pães, bolos secos, queijo em cubos, milho e ervilha; Nível III: consiste em alimentos próximos a textura normal, com exceção de alimentos muito duros e crocantes. São permitidos pães, arroz, bolos macios, carnes macias. Deve-se evitar, frutas e vegetais duros, castanhas e sementes. A restrição de consistência pode comprometer a oferta nutricional, sendo importante o acompanhamento, para avaliação da necessidade de incrementar as preparações os suplementos nutricionais. Caso haja inflamação da mucosa esofágica por atrito com os alimentos não deglutidos, há a necessidade de evitar sucos e frutas ácidas, condimentos e especiarias picantes e irritantes que podem causar dor, e também, temperaturas muito quentes.
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