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Avaliação Fetal no Pré-Natal - WB


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W.B Bianca R.
Última atualização app: 26/10/2020
Avaliação Fetal no Pré-Natal
Ultrassonografia
1º Trimestre
● Avanço na datação da gestação: comprimento cabeça-nádega (CCN);
● Avaliação precisa do número de fetos;
● Localização da gestação (auxilia no diagnóstico de gestação ectópica);
● Atividade cardíaca;
● Rastreio de aneuploidias: medida da translucência nucal deve ser realizada entre 10
semanas e três dias e 13 semanas e seis dias de idade gestacional. Costuma estar
aumentada (acima do percentil 95) em fetos com trissomia do 13,18 e 21. Durante o
exame, além da translucência nucal, é realizada a avaliação do osso nasal, presença
da onda A na dopplerfluxometria do ducto venoso, regurgitação tricúspide e ângulo
maxilofacial.
2º Trimestre
● Estimativa da idade gestacional: pode ser realizada pela biometria, porém é menos
precisa que no primeiro trimestre;
● Estudo da placenta;
● Avaliação do volume de líquido amniótico;
Estudo da morfologia fetal: recomendado entre 20-23 semanas:
● Cabeça: ossos do crânio e encéfalo;
● Face: lábios, distância interorbitária, nariz;
● Pescoço: prega occípito-cutânea;
● Tórax: coração, pulmões, dimensões do tórax;
● Abdome: inserção do cordão umbilical, fígado, rins e bexiga, estômago;
● Membros: medidas dos ossos longos, desvios, fraturas;
● Coluna vertebral: fechamento vertebral anterior e posterior;
● Cordão umbilical: número de vasos (duas artérias e uma veia);
Marcadores de cromossomopatias:
● Higroma cístico;
● Osso nasal hipoplásico;
● Encurtamento de ossos longos;
● Cisto de plexo coroide;
● Alças intestinais hiperecogênicas;
● Artéria umbilical única;
● Distúrbios do volume de líquido amniótico;
● Crescimento intrauterino restrito;
Avaliação da medida do colo uterino:
● Por via transvaginal, no mesmo momento da avaliação da morfologia de segundo
trimestre (entre 16-24 semanas);
● Estima o risco para parto pré-termo espontâneo: o limite varia, de acordo com a
literatura, entre 15-25 mm.
3º Trimestre
Estimativa do peso e acompanhamento do crescimento fetal:
● Insuficiência placentária: pode ocasionar crescimento intrauterino restrito (CIUR);
● Doenças endócrinas: podem acelerar o crescimento fetal (ex.: diabetes e
hipotireoidismo);
● Biometria: cálculo baseado no diâmetro biparietal, comprimento do fêmur e
circunferência abdominal, com erro médio de 10%. O feto é considerado AIG
(adequado para a idade gestacional) se o peso estiver entre o percentil 10-90; PIG
(pequeno para a idade gestacional) se abaixo do P10; e GIG (grande para a idade
gestacional) se acima do P90.
Avaliação do líquido amniótico: Principais métodos (para maiores detalhes, acesse
Distúrbios do Líquido Amniótico:
❖ Índice de Líquido Amniótico (ILA):
● Oligodramnia: ILA ≤ 5 cm (algumas fontes apontam para oligodramnia moderada
quando > 5 cm e ≤ 8 cm e oligodramnia acentuada quando ≤ 5 cm);
● Normodramnia: ILA > 5 cm e < 24 cm;
● Polidramnia: ILA ≥ 24 cm (algumas fontes apontam para polidramnia moderada
quando ≥ 18 cm e < 22 cm e polidramnia acentuada quando ≥ 22 cm);
❖ Maior Bolsão Vertical (MBV):
● Oligodramnia: profundidade < 2 cm;
● Normodramnia: profundidade ≥ 2 cm e < 8 cm;
● Polidramnia: profundidade ≥ 8 cm.
Perfil biofísico fetal: Método para avaliar a vitalidade fetal. Parâmetros:
● Cardiotocografia: dois pontos se reativa (aceleração transitória de ao menos 15 bpm
por 15 segundos); zero ponto se não reativa, suspeita, grave ou terminal;
● Volume de líquido amniótico: dois pontos se ao menos um bolsão vertical maior
que 2 cm; zero ponto se todos os bolsões forem menores que 2 cm;
● Movimentos respiratórios: dois pontos se ao menos um episódio com duração > 30
segundos; zero ponto se ausente ou com duração inferior a 30 segundos;
● Movimentação fetal: dois pontos se ao menos três movimentos distintos; zero ponto
se ausente ou < 3;
● Tônus fetal: dois pontos se ao menos um movimento de extensão/flexão ativa ou
abrir/fechar das mãos; zero ponto se movimento ausente ou mãos abertas.
Pontuação:
● Oito a dez:
● concepto hígido;
● Seis: intermediário, requer investigação adicional;
● Menos que seis: feto possivelmente hipóxico.
Cardiotocografia
Definição: A cardiotocografia (CTB) é um exame não invasivo, com alta sensibilidade e
baixa especificidade, realizado por um dispositivo (cardiotocógrafo) que proporciona a
avaliação do bem-estar fetal através de um registro gráfico da frequência cardíaca (FCF)
e movimentação fetal e das contrações uterinas. Podendo ser realizada fora do trabalho
de parto (CTB anteparto/basal) ou realizada intraparto.
❖ Indicações:
Monitorização anteparto: geralmente iniciada a partir da 32a a 34a semanas de gestação:
● Pós-datismo;
● Diabetes;
● Pré-eclâmpsia;
● Isoimunização Rh;
● Hipertireoidismo;
● Doença vascular;
● Sangramentos vaginais;
● Oligo ou polidrâmnia;
● Nefropatias;
● Cardiopatias;
● Malfor
● mações fetais.
❖ Alterações Basais:
Linha de base:
● Consiste na média da FCF (arredondada para 0 ou 5) em um intervalo de 10 minutos,
sendo considerada normal entre 110 e 160 bpm (na gestação a termo);
● Taquicardia: quando a média da FCF em 10 minutos ultrapassa 160 bpm, sendo
considerada grave quando acima de 180 bpm. Podendo ter como etiologia: hipoxia
fetal inicial, hipertermia, tireotoxicose, uso de drogas, corioamionite, ansiedade e
arritmias;
● Bradicardia: quando a média da FCF em 10 minutos é inferior a 110 bpm, sendo
considerada grave quando inferior a 100 bpm. Podendo ter como etiologia: alterações
cardíacas fetais (ex.: bloqueios), uso de drogas, analgesia paracervical e peridural.
Todavia, existe a bradicardia com variabilidade normal que ocorre em virtude da
compressão do polo cefálico em vigência de contração. Nesse caso, não há associação
com acidose e nem pior prognóstico fetal.
Variabilidade:
● Representa a diferença entre os intervalos entre um batimento cardíaco fetal e outro,
caracterizando a FCF. Uma vez que, se a frequência dos batimentos for constante, a
linha de base seria reta (lisa);
● Quanto maior a idade gestacional, maior a variabilidade na linha de base da CTB. Isso
ocorre devido ao amadurecimento do sistema nervoso parassimpático (contraposição
de sistemas simpático e parassimpático);
● Uma variabilidade dentro da normalidade é quando a diferença entre o menor e o
maior batimentos cardíacos fetal é de 6 a 25 bpm. Quando a variabilidade é < 6 bpm,
sugere hipoxia fetal, e quando > 25 bpm, sugere um aumento da atividade
alfa-adrenérgica às custas de uma hipoxia moderada (ex.: compressão do cordão
umbilical);
● O padrão sinusoide é quando a variabilidade apresenta uma onda em formato de sino
com periodicidade de 2-5 ciclos/minuto em ritmo fixo e regular, com uma amplitude
variando de 5-15 bpm e duração de 15-30 segundos. Essa situação requer intervenção
urgente após confirmação da alteração com outros métodos (ex.: perfil biofísico fetal),
uma vez que ocorre em virtude de uma hipoxemia fetal, frequentemente em
consequência da anemia fetal grave (hemoglobina fetal < 7 g%);
● Outras situações que podem cursar com diminuição da variabilidade: ausência de
córtex, arritmia fetal, bloqueios cardíacos, uso de drogas (opioides, propranolol,
tranquilizantes, benzodiazepínicos, sulfato de magnésio, atropina, anestésicos locais),
sono fetal, sepse e prematuridade.
Acelerações transitórias:
● Consiste em elevações mínimas de 15 bpm da FCF em relação à linha de base, com
duração de 15 segundos. Todavia, em fetos prematuros com < 32 semanas,
considera-se um aumento de 10 bpm em relação à linha de base com duração de 10
segundos;
● Para um feto ser considerado reativo, deve haver pelo menos dois picos com
amplitude de 15 bpm com duração mínima de 15 segundos, por um período de 20
minutos. Algumas literaturas consideram apenas um pico;
● Causas de diminuição da reatividade: imaturidade fetal, períodos de sono, drogas,
tabagismo, anomalias fetais ou hipoxemia fetal. Um exame é considerado não reativo
após 40 minutos de duração, quando apresenta menos de dois picos de aceleração de
15 bpm comduração de 15 segundos.
Classificação
A classificação da categoria da cardiotocografia é baseada na presença ou ausência
dos fatores citados acima. Um fator determinante na categoria é a presença de
desacelerações (DIP's), sendo classificados quanto à associação com a atividade
uterina (periódico ou não periódico) e com a amplitude da diminuição da FCF (leve < 15
bpm, moderada 15-45 bpm, ou grave > 45 bpm).
CATEGORIA I
Consiste na cardiotocografia com os parâmetros dentro da normalidade. São eles:
Linha de base variando de 110 a 160 bpm;
Variabilidade basal da FCF, apresentando amplitude entre 6 a 25 bpm;
Desacelerações tardias ou variáveis ausentes;
Desacelerações precoces podem estar presentes;
Acelerações podem estar ausentes.
Conduta:
- Gestantes com baixo risco de desenvolver acidose fetal intraparto: devem ter o exame
repetido a cada 30 minutos na primeira fase do trabalho de parto e a cada 15 minutos na
segunda fase;
- Gestantes com alto risco de desenvolver acidose fetal intraparto (ex.: pré-eclâmpsia,
crescimento intrauterino restrito - CIUR): devem ter o exame repetido a cada 15 minutos
na primeira fase do trabalho de parto e a cada 5 minutos na segunda fase.
CATEGORIA II
● Os padrões de FCF evidenciados devem ser "atípicos". São os exames que
apresentam padrões em que não são possíveis de incluir nas categorias I e III;
● O risco de evolução para acidose fetal varia muito entre os diferentes tipos de exames
com categoria II.
Testes auxiliares: Não há um consenso para a avaliação fetal com testes auxiliares,
porém eles podem ser realizados para obtenção de maiores informações:
● Estimulação do couro cabeludo fetal: deve ser tentada visando induzir aceleração da
FCF;
● Estímulo vibroacústico: coloca-se no abdome materno uma fonte sonora (ex.: buzina)
e emite um som, com objetivo de promover aceleração fetal;
● Eletrocardiograma fetal: realizado durante o trabalho de parto, visando detectar
elevação ou depressão do segmento ST, sugerindo hipoxemia fetal;
● Avaliação do sangue do couro cabeludo fetal: feito para avaliar o pH ou lactato, no
objetivo de detectar acidose, porém é pouco realizado;
● Oximetria de pulso fetal: não há evidências que comprovem um melhor resultado
neonatal.
Anormalidades Possíveis na Categoria II
Desacelerações tardias sem perda de variabilidade ou acelerações:
● A hipóxia e a acidemia fetal provocam uma resposta reflexa no sistema nervoso
central (SNC), que provoca as desacelerações tardias recorrentes;
Situações que podem cursar com hipóxia fetal e consequentes desacelerações
tardias:
● Taquissistolia uterina;
● Hipotensão materna;
● Hipoxia materna;
● Vasculopatia materna;
● Insuficiência placentária;
Em virtude das desacelerações tardias isoladas apresentarem um baixo valor preditivo
para acidose fetal e resultado neonatal adverso, a avaliação da variabilidade e
acelerações da FCF deve fazer parte da avaliação das desacelerações recorrentes. As
acelerações estão fortemente associadas a um pH > 7,10 e a variabilidade moderada
(98%) com um pH umbilical > 7,15;
Conduta: os padrões categoria II que se tornam categoria I não requerem intervenção.
Todavia, os que persistem devem ser avaliados em virtude da possibilidade de
evolução para categoria III, uma vez que, evoluindo, a resolução da gestação deve ser
imediata.
Taquicardia fetal:
Definida como uma FCF acima de 160 bpm por pelo menos 10 minutos;
Etiologia:
● Infecção materno-fetal;
● Medicamentos (ex.: atropina, beta-agonistas);
● Hipertireoidismo materno;
● Descolamento prematuro de placenta (DPP);
● Hipóxia fetal;
● Níveis elevados de catecolamina materna;
Conduta:
● Assim que diagnosticada a etiologia, deve ser instituído o tratamento (ex.:
acetaminofeno para febre, antibiótico se infecção etc.);
● Medidas de ressuscitação uterina;
● Estímulo do couro cabeludo;
● O parto só deve ser indicado se houver suspeita de acidemia ou DPP; todavia, na
presença de desacelerações ou padrão de categoria III ou se a paciente ainda
estiver distante do parto, sem melhora após as medidas cabíveis terem sido
tomadas, é indicada a resolução da gestação.
Desacelerações variáveis sem perda de variabilidade ou acelerações:
● As desacelerações variáveis ocorrem em vigência de compressão do cordão
umbilical. Quando se tornam intermitentes (associadas a < 50% das contrações), são
observadas com maior frequência durante o trabalho de parto, sendo geralmente
associadas à variabilidade e/ou acelerações moderadas. É um padrão
frequentemente bem tolerado pelo feto, não havendo indicação de intervenção;
● Quando as desacelerações variáveis se tornam recorrentes (associadas a > 50% das
contrações), é fundamental uma vigilância intensa para avaliação das acelerações
e/ou variabilidade. Uma vez que estejam ausentes, o exame muda de padrão,
sendo considerado categoria III e, consequentemente, resolução do parto;
Conduta:
● Medidas de ressuscitação uterina;
● A amnioinfusão é considerada medida de segunda linha;
● Se evolução para categoria III, resolução do parto.
Perda da variabilidade sem desaceleração:
A diminuição da variabilidade ocorre como consequência do sono fetal, uso de
depressores do SNC (ex.: sulfato de magnésio, opioides), anomalias congênitas cardíacas
ou do SNC ou gestação muito pré-termo;
Conduta:
Medidas de ressuscitação uterina;
Estímulo do couro cabeludo com o objetivo de induzir acelerações;
Avaliar a possível etiologia (ex.: se sulfato de magnésio, avaliar a redução/suspensão da
droga).
Bradicardia fetal/desaceleração prolongada sem perda de variabilidade:
Ambas os padrões acima podem ser causados pela mesma etiologia, sendo
diferenciados apenas pela duração (em minutos) da redução da FCF. Havendo
variabilidade e aceleração quando a FCF retorna ao normal, a presença de acidemia é
pouco provável;
Etiologia:
● Rotura uterina;
● Prolapso de cordão;
● Hipotensão materna;
● DDP;
● Taquissistolia uterina;
● Desproporção cefalopélvica
Conduta:
● Medidas de ressuscitação uterina;
● A conduta específica irá depender da etiologia. Todavia, a avaliação deve incluir níveis
tensionais, intensidade e frequência da atividade uterina, além do exame físico para
descartar a possibilidade de desproporção cefalopélvica, DPP, prolapso de cordão ou
rotura uterina;
● O parto é indicado se medidas de ressuscitação para corrigir a causa subjacente não
forem possíveis ou falharem na resolução da bradicardia.
CATEGORIA III
A cardiotocografia, para ser classificada em categoria III, deve apresentar um dos
seguintes critérios:
Ausência de variabilidade da FCF associada a um dos critérios seguintes:
Bradicardia;
Desaceleração tardia recorrente: quando pelo menos 50% das desacelerações ocorrem
com contrações uterinas em um período de 20 minutos;
Desaceleração variável recorrente;
Apresentar um padrão sinusoidal. Para mais informações, acesse Sofrimento Fetal Agudo.
Testes auxiliares: Estimulação do couro cabeludo fetal, visando promover a aceleração da
FCF. Quando essa é promovida, a probabilidade de acidose fetal é menor que 10% versus
50% (aproximadamente) quando não ocorre esse cenário.
Conduta:
Se após a realização do estímulo do couro cabeludo fetal não houver aceleração da FCF
e melhora do traçado gráfico, a indicação é a resolução imediata da gestação, uma vez
que um período de dez minutos de padrão categoria III associado a uma grande área de
desaceleração tem uma alta associação com acidemia;
Enquanto não se inicia o procedimento cirúrgico, devem ser instituídas medidas de
ressuscitação uterina com o objetivo de promover uma maior perfusão útero-placentária
e oxigenação materna/fetal.
Medidas de ressuscitação uterina:
● A paciente deve ser colocada em decúbito lateral esquerdo, visando diminuir a
compressão do cordão umbilical e melhorar a perfusão útero-placentária;
● Administrar oxigênio (ex.: 8-10 L/minuto de oxigênio por máscara facial sem respirador).
Todavia, alguns estudos são controversos quanto a essa conduta, em virtude da geração
de radicais livre;
● Administração intravenosaem bólus de ringer lactato favorece uma melhora do fluxo
sanguíneo placentário e a oxigenação fetal. Todavia, deve ser realizada uma avaliação
cautelosa, devido ao risco de sobrecarga de volume em pacientes com alto risco para
essa condição (ex.: pré-eclâmpsia, cardiopatia ou em vigência de tocólise com drogas
beta-adrenérgicas);
● Suspensão de drogas uterotônicas, em caso de uso;
● Se o padrão FHF persistir mesmo após a suspensão dos uterotônicos, pode-se
administrar um tocolítico (ex.: terbutalina 250 microgramas SC), uma vez que o
relaxamento uterino pode melhorar o fluxo sanguíneo uteroplacentário e, por sua vez, a
oxigenação fetal. Todavia, essa conduta é contraindicada em caso de suspeita rotura;
● No caso do padrão sinusoidal, que frequentemente é associado à anemia fetal e a
alguns narcóticos maternos, o parto geralmente é indicado, caso as medidas de
ressuscitação não melhorarem o padrão do exame.
-Análise das contrações uterinas; -Frequência cardíaca fetal (FCF) basal;
-Variabilidade da FCF; -Acelerações e desacelerações.
FCF basal:
● Normal entre 110-160 bpm;
● Bradicardia quando < 110 bpm;
● Taquicardia quando > 160 bpm.
Variabilidade: Leva em conta as flutuações da FCF basal e pode ser:
● Ausente (amplitude não detectada);
● Mínima (amplitude < 5 bpm);
● Moderada (amplitude entre 6-25 bpm);
● Acentuada (> 25 bpm).
Aceleração: Aumento na frequência cardíaca fetal basal maior que 15 bpm, durando ao
menos 15 segundos (em fetos ≤ 32 semanas, aumento maior que 10 bpm, durando ao
menos 10 segundos).
A CTG é reativa de 33 semanas até o termo se houver duas ou mais acelerações em um
período de 20 minutos, indicando bem-estar fetal.
Caso o teste seja não reativo, pode-se repetir o teste em 30 minutos, executar
estimulação vibroacústica para obter acelerações, realizar exame complementar para
avaliar outros parâmetros de bem-estar fetal (ex.: perfil biofísico fetal).
Se possível, modificar fatores potencialmente causadores de resultados não reativos (ex.:
fumar próximo ao teste).
Desacelerações (ou Dips): Quedas transitórias da FCF, que podem ser:
Precoces: início, máximo de queda e recuperação coincidem com a onda da contração
uterina (causadas por reação vagal à compressão do polo cefálico);
Tardias: início e máximo da queda retardados em relação à contração uterina (mais
associadas à asfixia fetal);
Variáveis: desacelerações não refletem a contração uterina, geralmente associadas à
compressão do cordão (têm duração variável, estando mais associadas à hipóxia quando
> 30 segundos);
Padrão sinusoidal: ondulação da linha de base em forma de sino com frequência de 3-5
minutos.
Indicações de CTG anteparto:
● Histórico materno obstétrico
(hipertensão, DPP e CIUR);
● Gestação prolongada;
● Desordens hipertensivas;
● Diabetes prévio ou gestacional;
● Ruptura prematura de membranas
pré-termo;
● Descolamento placentário crônico;
● Isoimunização Rh;
● Acidente traumático grave;
● Sangramento vaginal no terceiro
trimestre;
● Obesidade mórbida;
● Idade materna avançada;
● Reprodução assistida;
● Diminuição da movimentação fetal;
● CIUR;
● Gestação múltipla;
● Trabalho de parto prematuro;
● Algumas malformações fetais
Resultados:
-Categoria I (normal): traçado normal, incluindo todas as características a seguir:
Linha de base entre 110-160 bpm;
Variabilidade moderada;
Desacelerações tardias ou variáveis ausentes;
Desacelerações precoces ausentes ou presentes;
Acelerações presentes ou ausentes;
-Categoria III (anormal): presença de qualquer uma das características a seguir:
Variabilidade ausente acompanhada de desacelerações tardias recorrentes;
Variabilidade ausente acompanhada de desacelerações variáveis recorrentes;
Variabilidade ausente acompanhada de bradicardia;
Padrão sinusoidal;
Categoria II (indeterminado): inclui todos os padrões de FCF que não estão classificados
na categoria I (normal) ou categoria III (anormal).
Conduta:
-Categoria I: seguimento de rotina;
-Categoria II: avaliação propedêutica adicional individualizada, avaliar manobras de
ressuscitação intrauterina;
-Categoria III: ação rápida (investigação adicional imediata ou interrupção da gestação
pela via mais rápida).
Dopplervelocimetria
Introdução:
● Método capaz de evidenciar hipóxia no feto, através da avaliação hemodinâmica fetal;
● Possibilita diferenciar feto com CIUR do pequeno constitucional;
● A primeira alteração ao Doppler no feto com CIUR é a redução do fluxo na artéria
umbilical;
● Na hipoxemia fetal, o peso fetal pode encontrar-se < percentil 10 (restrição de
crescimento) e ocorre o fenômeno de centralização fetal, quando a relação entre os
índices da artéria umbilical e da artéria cerebral média (ACM) é > 1 (os índices de
resistência e pulsatilidade estão maiores na artéria umbilical que na ACM);
● Com a progressão do quadro, ocorre a hipoxemia seletiva, com possibilidade de
ocorrência de achado de diástole zero na artéria umbilical (alça livre) e alterações no
ducto venoso;
● Nos casos mais avançados, em que há hipoxemia sistêmica, já há alterações na CTG e
no fluxo da veia umbilical.
Vasos avaliados:
● Artéria umbilical (AU): deve ser avaliada (insonada) em uma alça livre, equidistante da
inserção placentária e abdominal fetal:
● AU normal (apresenta índices de resistência e pulsatilidade normais);
● AU com diminuição da diástole (aumento de resistência);
● AU com diástole zero (diástole ausente);
● com diástole reversa (fluxo reverso durante a diástole da AU);
● Artéria cerebral média (ACM): deve ser avaliada (insonada) em ângulo próximo de zero,
na porção proximal do vaso. Deve-se avaliar a relação entre o fluxo na ACM e na AU;
● Ducto venoso (DV): deterioração da função cardíaca fetal pode ser identificada pelo
aumento da relação sístole ventricular/sístole atrial (S/A) e pela redução na onda A. Em
estágios mais avançados, pode ocorrer onda A ausente ou mesmo reversa;
● Veia cava inferior (VCI): alteração mais tardia que o DV, pode estar relacionada à
acidemia fetal.
Doppler de artérias uterinas:
● Ocorrem mudanças na vasculatura uterina durante a gestação que resultam em
redução da impedância no fluxo uterino, devido às invasões trofoblásticas das arteríolas
miometriais;
● Caso não observemos mudanças nos vasos uterinos (no cruzamento das artérias
uterinas com os vasos ilíacos internos) após 24 semanas, sugere-se formação ou
implantação anormal da placenta, com aumento de risco para PE, CIUR e DPP;
● Exame alterado: IP da artéria uterina > percentil 95 para a IG. Quando associado à
incisura protodiastólica bilateral das artérias uterinas, tem o melhor desempenho na
predição para pré-eclâmpsia (PE);
● Alto valor preditivo negativo: classifica as pacientes com baixo risco para PE com boa
segurança;
● Baixo valor preditivo positivo para PE: os estudos recentes mostram que o Doppler das
artérias uterinas não influenciou o resultado perinatal quando associado a medidas
profiláticas (ex.: ácido acetilsalicílico) na população de baixo risco;
● O Doppler das artérias uterinas não deve ser utilizado para acompanhamento fetal, não
é bom preditor para complicações perinatais e não deve ser utilizado como parâmetro
para indicar interrupção da gestação.
Acompanhamento com Doppler no CIUR: Se ocorrer aumento dos índices de resistência
da AU > P95 para IG:
● Se o fluxo diastólico da AU está presente, mas reduzido, é razoável realizar a avaliação
por Doppler ao menos 1x/semana e PBF 2x/semana;
● < 24 semanas/peso < 400 g: limite da viabilidade;
● 25-29 semanas: acompanhamento com Doppler do DV, Doppler da AU, ILA e CTG. Em
casos de diástole zero, é considerado precoce e o acompanhamento deve ser diário;
● 30-32 semanas: acompanhamento com Doppler do DV, Doppler da AU, ILA e CTG;
● > 32-34 semanas: interromper a gestação em caso de diástole zero ou reversa em AU;
● Deve-se utilizar a corticoterapia para amadurecimento pulmonar fetal entre 24-34
semanas de IG.