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Fisiologia 1 Administração Financeira Wagner de Barros Filho Leonardo Soares Francisco De Almeida 2ª e di çã o DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: Wagner de Barros Filho Revisão do conteúdo: Leonardo Soares Francisco de Almeida Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói. B277a Barros Filho, Wagner de. Administração financeira / Wagner de Barros Filho ; revisão de Leonardo Soares Francisco de Almeida e Rafael Dias de Carvalho Moraes. 2. ed. – Niterói, RJ: UNIVERSO : Departamento de Ensino a Distância, 2017. 186 p. : il. 1. Administração financeira. 2. Capital de giro - Administração. 3. Financiamento. 4. Capital (Economia). 5. Investimentos. 6. Valor econômico agregado. 7. Ensino à distância. I. Almeida, Leonardo Soares Francisco de. II. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. III. Título. CDD 658.15 Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Administração Financeira Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Administração Financeira 4 Administração Financeira 5 Sumário Apresentação da disciplina ...................................................................................................... 7 Plano da Disciplina ..................................................................................................................... 9 Unidade 1 - Conceitos e Definições Sobre Administração Financeira ........................ 13 Unidade 2 - Administração do Capital de Giro.................................................................. 59 Unidade 3 - Fontes de Financiamentos .............................................................................. 89 Unidade 4 - Custo de Capital, Estrutura de Capital e Dividendos ..............................105 Unidade 5 - Avaliação de Projetos De Investimentos....................................................121 Unidade 6 - Valor Econômico Agregado- EVA ................................................................137 Considerações finais ..............................................................................................................174 Conhecendo o autor ..............................................................................................................175 Anexos.......................................................................................................................................177 Administração Financeira 6 Administração Financeira 7 Apresentação da disciplina Prezado aluno, É um prazer muito grande recebê-lo para esta jornada em nossa disciplina. A disciplina Administração financeira permitirá que você conheça uma das mais importantes e empolgantes áreas de atuação de um gestor: a área de finanças. Antes de tudo, é bom reconhecer uma empresa como um ambiente sistêmico e complexo, com suas ramificações, interdependências e relações causa- efeito cliente-fornecedor. Desta maneira, podemos afirmar que a área financeira assume importante papel na definição do planejamento estratégico de uma empresa, já que exerce influência em todas as demais áreas, tais como: marketing, vendas, produção, logística, pesquisa e desenvolvimento etc. Também é necessário ressaltar a estreita ligação que a administração financeira mantém com outras duas áreas do conhecimento, quais sejam: Economia e Ciências Contábeis, já que se baseia em seus princípios e técnicas para tomada de decisão. Esta disciplina possibilitará a você os conhecimentos necessários para a administração do ativo circulante, a avaliação de projetos de investimentos, o dimensionamento da estrutura de capital, do entendimento dos dividendos e da utilização do EVA, cada qual com sua particularidade e efeito na condução e resultados de uma empresa. Faremos inicialmente uma reflexão acerca da ligação entre a administração financeira, a economia e a contabilidade, conhecendo o papel da administração financeira e a interdependência dela com as outras duas ciências. Em seguida, aprenderemos como lidar com o capital de giro, ou seja, com as contas pertencentes ao ativo circulante e que grande importância têm na gestão empresarial. Administração Financeira 8 Outra questão que trataremos está relacionada às fontes de financiamentos normalmente utilizadas pelas empresas para fomentar suas atividades, ocasião em que conheceremos a adequação e o impacto de cada uma nas atividades cotidianas de um administrador. Sabemos que todas as empresas possuem uma estrutura de capitale que tal estrutura possui custos distintos para cada uma das fontes, o que poderá implicar em maior ou menor resultado conforme a decisão tomada, daí estudarmos também este assunto. Na sequência, aprenderemos a avaliar alternativas de projetos de investimento disponíveis para as empresas, viabilizando comparações entre as opções possíveis e identificando os resultados estimados, o que por sua vez permitirá a tomada de decisão pelo investimento, aceitando-o ou rejeitando-o. Por fim, avaliaremos a capacidade de uma empresa em gerar ou não um valor agregado, ou seja, identificar se a empresa está perdendo valor, está estagnada ou se está crescendo economicamente. Administração Financeira 9 Plano da Disciplina A disciplina Administração Financeira tem por objetivo básico possibilitar ao aluno o conhecimento acerca dos principais mecanismos e ferramentas que auxiliam a gestão das contas pertencentes ao ativo circulante que compõem o capital de giro e que contribuem para a manutenção de um grau de liquidez satisfatório. Do lado do passivo, verificaremos as principais fontes de financiamento disponíveis e mais usuais para que as empresas consigam implantar e desenvolver suas atividades econômicas, bem como as estruturas de capital possíveis, seus custos e impactos na gestão empresarial. No que tange às possibilidades de implantação de novos projetos de investimentos, utilizaremos ferramentas de cálculos financeiros que viabilizam a avaliação do comportamento e resultados dos projetos idealizados pelas empresas, significando reais condições de embasamento técnico para a decisão de investir ou não. Por fim, veremos como averiguar se uma empresa está ou não em condições de agregar valor em seus negócios, ou seja, se está ou não crescendo, estagnando ou perdendo sua capacidade econômica e de valor de mercado. O objetivo geral da disciplina é permitir ao aluno as condições necessárias para uma gestão empresarial calcada em técnicas e ferramentas que possibilitem a maximização de resultados com a necessária liquidez. A disciplina foi dividida em seis unidades e subdividida em tópicos com o objetivo de facilitar a compreensão acadêmica do conteúdo. Para tanto, organizamos a estrutura das unidades de forma clara, esperando, assim, que a leitura seja de utilidade ampla. Administração Financeira 10 Unidade 1- Conceitos e definições sobre administração financeira Iniciaremos nossos estudos neste conteúdo que é considerado o alicerce da administração financeira. Objetivos: Compreender a relação e interdependência entre os princípios básicos que alicerçam os saberes da Administração financeira, da Economia e da Contabilidade; Conhecer as funções do administrador financeiro bem como os objetivos da Administração financeira a partir do mercado financeiro e suas aplicabilidades. Unidade 2- Administração do capital de giro Nesta segunda unidade, vamos estudar as principais contas que compõem o capital de giro de uma empresa, as políticas que podem ser estabelecidas, os impactos na saúde financeira e suas ligações com as demais áreas da administração financeira. Objetivos: Conhecer a administração do ativo circulante. Identificar as principais estratégias utilizadas pela Administração financeira para a gestão do capital de giro. Unidade 3 – Fontes de financiamento Nesta unidade, trataremos das principais alternativas de fontes de financiamentos utilizadas pelas empresas, conhecendo a importância de cada uma e suas particularidades. Administração Financeira 11 Objetivos: Identificar as principais fontes de financiamentos disponíveis e também a condição necessária para a tomada de decisão para obtenção da melhor fonte de financiamento em dado momento de uma empresa. Unidade 4 – Custo de capital, estrutura de capital e dividendos Nesta unidade, conheceremos as diversas alternativas de capital e seus respectivos custos, entenderemos a finalidade da composição de uma estrutura de capital e as providências relacionadas ao pagamento de dividendos. Objetivos: Identificar as diferentes composições de estrutura de capital; Avaliar o impacto dos custos de diferentes alternativas de capital; Conhecer o mecanismo de pagamento de dividendos. Unidade 5– Avaliação de projetos de investimento Na nossa penúltima unidade, estudaremos as condições básicas necessárias para definição em o quê investir, quando investir e por que investir, tudo obviamente amparado pelos resultados financeiros advindos dos cálculos que as técnicas de avaliação nos permitem. Objetivos: Conhecer o desenvolvimento do cálculo de projetos de investimentos; Identificar a condição necessária para tomada de decisão em relação a investir ou não em um determinado projeto. Administração Financeira 12 Unidade 6 – Indicadores Avançados e modelagem Financeira E para finalizar a nossa ultima unidade, estudaremos uma grande ferramenta auxiliar de avaliação no valor das empresas, algo considerado de extrema valia aos administradores e proprietários das empresas, pois indica se o investimento realizado está ou não agregando valor ao negócio. Objetivos: Avaliar a capacidade e condições de uma empresa em gerar valor adicionado aos negócios. Apurar a visão crítica e analítica acerca das demonstrações contábeis em prol dos processos de tomada de decisão no âmbito econômico- financeiro. Bons estudos. Administração Financeira 13 1 Conceitos e Definições Sobre Administração Financeira Administração Financeira 14 Prezado aluno, Iniciaremos nossos estudos neste conteúdo que é considerado o alicerce da Administração financeira. Acreditamos que você desenvolverá os conhecimentos necessários ao logo desta e das outras unidades, que o permitirá ter bases sólidas para uma moderna gestão empresarial. Objetivos da unidade: Compreender a relação e interdependência entre os princípios básicos que alicerçam os saberes da Administração financeira, da Economia e da Contabilidade; Conhecer as funções do administrador financeiro bem como os objetivos da Administração Financeira; Explicar por que a maximização da riqueza, e não a maximização do lucro é a finalidade da empresa e como as questões de agency estão relacionadas a ela; Reconhecer os Conceitos de Administração Financeira, Finanças, Capital, Ativo, Passivo, Finanças; Compreender a relação entre instituições financeiras e mercados financeiros, bem como o papel e o funcionamento dos mercados monetário e de capitais. Plano da unidade: A Administração Financeira, Economia e a Contabilidade. As funções do administrador financeiro. Administração Financeira 15 Administração financeira, Economia e a Contabilidade A função financeira, de certa forma, existe desde o surgimento do homem, pois quando as trocas surgiram como meio de garantir a realização de necessidades e desejos, iniciou-se a função financeira. Os ganhos e perdas decorrentes das trocas sempre aconteceram, mesmo antes do surgimento da primeira moeda. As civilizações se faziam valer do escambo entre mercadorias e produtos como meio de pagamento da própria relação de troca estabelecida. A rigor, finanças como conhecimento e ciência apenas foi reconhecida em decorrência das consequências advindas da Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII. Entretanto, finanças tomaram maior importância e conotação a partir do início do século XX. Assim, aquilo que antes só ocorria nas relações de trocas entre poucos, passou a uma escala mais ampla, com o dinheiro assumindo um importante papel na evolução do homem e da sociedade. Administração Financeira 16 Desta forma, os negócios e seus empreendedores puderam se beneficiar com o desenvolvimento das ciências empresariais,mais precisamente com o advento da administração financeira, que igualmente se beneficiou com outras áreas do conhecimento. Uma empresa deve ser entendida como um ambiente integrado e sistêmico. Cabe ao administrador procurar suporte científico e técnico que as outras áreas do conhecimento viabilizam; é a transdisciplinaridade, o que significa conhecimentos de saberes distintos se complementando de forma integrada e contínua. Antes de tudo, cabe mencionar que é improvável a qualquer empresa uma pequena dose de sucesso sem ao menos considerar a interdependência entre três importantes áreas do conhecimento: a Administração (neste caso, a Financeira), a Economia e a Contabilidade. A Administração financeira e a Economia A macroeconomia e a microeconomia assumem importante papel no ambiente financeiro das empresas. A macroeconomia possibilita o entendimento dos ambientes institucional, internacional e global nos quais as empresas participam e realizam suas atividades. Já no caso da microeconomia, esta contribui para a identificação e definição das melhores e mais adequadas alternativas de estratégias operacionais necessárias e indispensáveis para o bom andamento das atividades empresariais. Administração Financeira 17 Macroeconomia Contribui para o entendimento sobre os intermediários financeiros, a estrutura institucional e funcionamento do sistema bancário, o mecanismo do tesouro nacional e as políticas econômicas utilizadas pelo governo federal para administrar o nível de atividade econômica dentro da Economia. Resumidamente e de forma simplificada, podemos afirmar que a macroeconomia diz respeito aos fatores e às influências as quais as empresas estão sujeitas, entretanto sem que as mesmas consigam manter um controle direto. Significa dizer também que se refere a tudo aquilo que está fora do ambiente operacional das empresas, extramuros por assim dizer. Difícil seria acreditar que as empresas atinjam um sucesso financeiro sem que as mesmas compreendam a magnitude e complexidade do funcionamento do ambiente econômico. O administrador deve conhecer o mecanismo de funcionamento das instituições financeiras objetivando decidir acerca da melhor alternativa de financiamento e/ou investimento para manutenção de suas atividades. Deve também acompanhar “os movimentos”, uma política monetária mais restritiva imposta pelo governo, já que em assim ocorrendo, certamente as condições para geração de receitas e obtenção de recursos, igualmente também será mais restrita, portanto afetada. Ao consideramos que as empresas devem realizar suas atividades no âmbito macroeconômico, é indispensável ao administrador financeiro que o mesmo tenha ciência de sua estrutura institucional. Além disso, o administrador financeiro deve acompanhar e analisar as eventuais consequências advindas de variados níveis de atividade econômica, já que afetarão diretamente o seu próprio ambiente de decisão, consequentemente, os resultados da empresa. Administração Financeira 18 Microeconomia Tomamos emprestado da microeconomia os conceitos envolvidos nas relações de oferta e procura, bem como nas estratégias utilizadas pelas empresas em busca de sua de maximização do lucro. O administrador, baseado na teoria microeconômica, tomará as melhores decisões que envolvam a definição do preço ao produto/serviço prestado, a determinação da mais adequada composição de seus fatores produtivos, bem como a identificação e definição do melhor nível de vendas. É importante salientar que compete ao administrador financeiro, em todas as suas ações, a tomada de decisão visando garantir que as receitas marginais superem as despesas marginais. Tal aspecto é fundamentado pelo princípio da análise marginal, ou seja, toda e qualquer alternativa deve ser analisada e colocada em prática se os resultados esperados forem superiores aos respectivos custos. Em resumo, o ambiente financeiro é mais bem entendido com o auxílio dos conhecimentos de Economia, que indubitavelmente subsidiarão os gestores financeiros em qualquer tipo de transação em que estejam operando, principalmente considerando o alto grau de globalização experimentada pelas empresas contemporâneas. Sabemos que a concorrência não está mais apenas ali na esquina do mesmo bairro ou cidade. A concorrência não tem fronteiras e muitas vezes se apresenta apenas virtualmente através da rede mundial de computadores, razão pela qual os conhecimentos ofertados pela Economia tornam-se importantes e indispensáveis aliados do administrador. Administração Financeira 19 A Administração financeira e a Contabilidade A Contabilidade é uma importante e indispensável ferramenta de auxílio ao administrador financeiro. Os dados resultantes de todas as atividades comerciais desenvolvidas pelas empresas são registrados em sua contabilidade através daquilo que conhecemos como demonstrações financeiras ou demonstrações contábeis, nada mais sendo que o registro dos atos e fatos contábeis experimentados por uma empresa em dado tempo. Cabe ao gestor, portanto, o domínio das técnicas e normas contábeis utilizadas e legalmente aceitas. Para melhor entendermos a correlação entre a Administração financeira e a Contabilidade devemos considerar que há duas diferenças básicas de perspectiva entre as mesmas, quais sejam: 1ª) Tomada de decisões Ao contador cabe a atribuição e responsabilidade de coletar e apresentar os dados financeiros, ou seja, especificamente providenciar a confecção e o registro dos atos e fatos contábeis. Ao administrador financeiro atribui-se a responsabilidade de elaboração de dados adicionais e complementares aos apresentados pela contabilidade e tomar as decisões decorrentes das análises que faz acerca das demonstrações financeiras resultantes das atividades da própria empresa. 2ª) Tratamento de fundos Enquanto que o contador prepara as demonstrações financeiras baseado na condição de que as receitas devem ser reconhecidas no momento da própria transação ocorrida e as despesas quando efetivadas (regime de competência), o administrador financeiro está mais atento em garantir a solvência da empresa, viabilizando os fluxos de caixa necessários para garantir a liquidação de suas obrigações, além de adquirir e financiar os ativos fixos e circulantes necessários para o bom desempenho operacional da empresa. Administração Financeira 20 Para o administrador, a principal ferramenta é o caixa. É o caixa que determinará a hora de se alterar as políticas de compras, as estratégias de estoque, à mudança na política de cobrança, à definição da concessão de crédito e seus limites, a definição de novos investimentos etc. Ao contrário do contador, o administrador financeiro reconhece as receitas e despesas apenas quando ocorre o impacto no fluxo de caixa, ou seja, quando há movimentação de entrada e saída de recursos na empresa (regime de caixa). A propósito, uma empresa pode manter ótimos os níveis de vendas, mas ”quebrar” por causa de entradas descompassadas e insuficientes de caixa e que não permitam saldar suas obrigações no exato vencimento. Tal situação, por incrível que pareça, acomete as empresas de um modo geral, independentemente de seu porte. Neste sentido para Gitman (2010), finanças a nível básico e macro representam o total de origens (Passivo Exigível e Passivo não exigível) e das aplicações de recursos (Ativo) disponíveis, sendo representados pelo capital de giro e suas decisões de investimento. Desta forma um sistema financeiro desenvolvido representa a característica básica para uma nação desenvolvida, nobre e moderna, representando o papel, o ambiente da administração financeira. Representam os mercados financeiros facilitam o fluxo de fundos de populações e investidores e a administração financeira envolveneste processo o uso eficiente dos recursos financeiros na produção de bens e serviços (GITMAN, 2010). Para Gitman (2010), estas sociedades estão representadas conforme a tabela abaixo: Administração Financeira 21 Figura 01 – Outras organizações com responsabilidade limitada. Fonte: Gitman (2010). Administração Financeira 22 Ainda para Gitman (2010), as oportunidades relativas ao sistema financeiro são representadas conforme abaixo: Analista Financeiro – Prepara os planos financeiros e os orçamentos da empresa, tendo como tarefas e atividades tais como: montar as provisões financeiras, comparar as Demonstrações Financeiras para análises de indicadores das origens e aplicações dos recursos; Gerente de Investimentos – Avalia, Recomenda a aquisição de ativos. Atua na implantação de investimentos e sua aprovação relativa ao seu aspecto financeiro; Gerente de Financiamento – Nas empresas maiores controla os investimentos aprovados, coordena, consulta, controla e assessora os consultores, projetos e aspectos jurídicos relativos a atividades de fomento de ordem financeira; Gerente de Caixa – Administra e controla o Caixa diariamente, gerencia atividades de pagamento e de recebimento, aplicações em curto prazo, coordena os financiamentos em curto prazo e o relacionamento financeiro com os bancos e instituições financeiras; Analista / Gerente de Crédito – Administra a carteira de clientes avaliando todas as solicitações relativas à gestão de crédito. Toma as decisões pertinentes à concessão de crédito monitorando, controlando e executando a cobrança de créditos; Gerente de fundo de pensão – Supervisiona, administra os ativos, passivos e fundos de pensão dos colaboradores; Gerente de operações de câmbio – Gera operações internacionais, especificando a exposição da empresa frente às flutuações de taxas e câmbio do mercado de capitais. Administração Financeira 23 As empresas de capital aberto possuem uma estrutura organizacional representada por um fluxograma, para Gitman (2010), este fica assim representado: Figura 02 – Estrutura de Uma Sociedade por Ações Fonte: Gitman (2010). Administração Financeira 24 Para ilustrar tal aspecto, vamos avaliar a situação abaixo apresentada. Ex.: Cia Faz de Conta S/A Demonstração do Resultado em 31/12 Receita de vendas R$ 2.000.000 (-) Despesas R$ 1.600.000 Lucro Líquido R$ 400.000 Demonstração do Fluxo de Caixa em 31/12 Entrada de caixa R$ 0.000 (-) Saída de caixa R$ 1.600.000 Fluxo de Caixa Liquido R$ (1.600.000) Comparando as duas demonstrações, podemos observar que sob o ponto de vista contábil a empresa apresenta uma situação boa, pois é lucrativa e atende às expectativas de maximização de resultados, aquele que é a recomendação básica para atendimento dos anseios dos investidores. Entretanto, quando apreciamos a questão financeira, percebemos que algo indesejável ocorre neste caso, significando que a possibilidade de um grande fracasso na gestão empresarial ocorreu ou está para ocorrer. Sem entradas de caixa adequadas para honrar suas obrigações, a empresa poderá não conseguir manter suas atividades mesmo com seu bom nível de lucro. Isso poderá acontecer mesmo que a lucratividade da empresa seja considerável, pois a questão da liquidez pode não ter sido contemplada no momento da tomada de decisões. O entendimento da situação acima exemplificada é que os dados contábeis como apresentados não permitem uma visão suficientemente ampla e clara das circunstâncias financeiras da empresa. É preciso, então, vermos além das demonstrações contábeis. Administração Financeira 25 Assim, compete ao administrador financeiro a responsabilidade de perceber a real situação, inclusive antevendo o quadro em que se encontra a empresa e tomar as decisões necessárias no momento adequado, antes mesmo de os reflexos causarem estragos irreversíveis. As funções do administrador financeiro O grau de importância da função financeira está diretamente ligado ao porte da empresa, muito embora se deva considerar uma área sempre indispensável e indissociável do processo de gestão. Em micros e pequenas empresas a função financeira é geralmente desempenhada pelo departamento de Contabilidade. À medida que a empresa se desenvolve e muda de porte, a importância da função financeira acaba exigindo a criação de um departamento próprio. De qualquer maneira, é importante salientar que a função financeira não estará sozinha na empresa. Ela dependerá de outras áreas tais como marketing, logística, produção, recursos humanos etc. O certo é que independentemente da estrutura organizacional caberá ao gestor financeiro a atribuição de algumas providências indispensáveis e rotineiras ligadas à sua atividade. Assim, podemos registrar que basicamente são três as funções primordiais do administrador financeiro e que tomam um considerável tempo no cotidiano dos gestores: a) A análise e planejamento financeiro Baseado naquilo que é desenvolvido pela Contabilidade, este caso requer a transformação dos dados financeiros para que os mesmos possam ser usados em prol da avaliação da necessidade de um eventual aumento da capacidade produtiva, identificação e orientação da atual e futura posição financeira da empresa, bem como da determinação de que tipo de financiamento complementar deverá ser feito para que as atividades da empresa se desenvolvam sem barreiras ou restrições. Administração Financeira 26 O planejamento financeiro deve ser de curto, médio e longo prazo, requerendo um permanente acompanhamento do mesmo para que, havendo necessidade, receba as medidas preventivas e/ou corretivas, conforme o caso. Resumindo, mesmo que um planejamento esteja adequado aos objetivos da empresa, faz-se necessário sua constante adequação. b) A administração da estrutura de ativo da empresa Nesta atribuição, cabe ao administrador financeiro determinar qual a melhor composição (valor aplicado nos ativos circulantes e fixos) e quais os tipos de ativos devem ser mantidos no balanço patrimonial da empresa. Depois de decidida qual a melhor composição, o administrador financeiro precisa resolver quais os níveis de cada tipo de ativo circulante e trabalhar para mantê-los, ou seja, o valor monetário e sua participação percentual em relação ao ativo total. Complementarmente, deve também identificar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e incorporados, avaliando quando os mesmos se tornarão obsoletos e quando necessitarão ser modificados ou substituídos. Chegar à conclusão de qual a melhor estrutura de ativo para a empresa requer conhecer e interpretar seu passado, somado a uma visão acurada acerca do Planejamento Estratégico estabelecido pelos empreendedores e executivos. Não basta apenas ser um exímio administrador financeiro, é preciso conhecer o ramo de atividade, os acontecimentos passados e vislumbrar as possibilidades futuras vinculadas à empresa. c) A administração de sua estrutura financeira Neste caso, o lado direito do balanço patrimonial da empresa será apreciado, ou seja, o passivo. Inicialmente, deveremos considerar duas importantes questões sobre a estrutura financeira da empresa. Primeiramente, faz-se necessário determinar a melhor e mais adequada composição de financiamento em curtos e longos prazos. Essa é uma decisão imprescindível, pois impacta na lucratividade e na liquidez global da empresa. Administração Financeira 27 Em seguida, é importante conhecer e decidir sobre quais as melhores fontes de financiamento em curto ou longo prazo num determinado momento e que poderão contribuir para o financiamento das atividades operacionais da empresa. Muitas dessas decisões devem ser tomadas em decorrência de necessidades circunstanciais, mas algumas exigem umaanálise mais acurada das diversas alternativas disponíveis, seus respectivos custos e de seus impactos de curto e longo prazo. Objetivo da função financeira O principal objetivo da função financeira de uma empresa é garantir a maximização dos resultados sem comprometer o grau de liquidez, ou seja, rentabilizar ao máximo o investimento feito pelos sócios sem que haja comprometimento da liquidez de curto, médio e longo prazo. Esse princípio deve ser observado pelos administradores em todas as suas atividades e norteará as decisões a qualquer tempo. Cumprida essa primeira etapa, é hora de uma reflexão acerca do conteúdo estudado. Aqui você teve a oportunidade de compreender a importância da integração entre a Administração financeira, a Economia e a Contabilidade, bem como as principais funções desempenhadas pelo administrador financeiro em seu cotidiano. Desta forma, é preciso desenvolver habilidades que lhe permitam integrar as diferentes dimensões do conhecimento e desenvolvimento de uma visão sistêmica. É preciso também ficar atento às atitudes que lhe estimulem a iniciativa, participação, senso de pesquisa e de análise global. Administração Financeira 28 Conceitos sobre Agency: De acordo com Gitman (2010), o conceito de Agency refere-se aos conflitos de interesses entre os objetivos dos proprietários e dos administradores financeiros, sendo estes representados por seus objetivos pessoais. Como solução apresentada para esta problemática, temos: Sempre que um administrador financeiro possui menos de 100% do capital de uma empresa, é possível que ocorra um problema de Agency. De certa forma os administradores deveriam atuar em maximizar o lucro gerando riqueza para o acionista, porém preocupam-se antes com suas posições, riquezas, satisfações pessoais e segurança financeira, representados direta e indiretamente. Neste entendimento nem sempre os administradores atuam beneficiando os acionistas. Para solucionar estes problemas apresentados são necessários: A força do mercado – os acionistas e a possibilidade de perda do controle acionário para outra empresa mediante compra, fusão, cisão e incorporação fazem com que os administradores passem a se dedicar a melhoria contínua do desempenho, operacional, tático, estratégico, realizando uma melhor gestão financeira de seus capitais. Os custos de Agency – Possibilita a garantia de que os administradores atuem conforme estipulado pelos acionistas, visando à maximização do lucro mediante adoção de política financeira para geração de riqueza. Assim, para Gitman (2010), restringir e monitorar o comportamento dos administradores garante a montagem de um esquema de remuneração que ajusta seus interesses com os dos acionistas; Estudos revelaram que não existe uma relação direta entre remuneração dos executivos e o preço por ação. Administração Financeira 29 Grupos de interesse nas informações sobre investimentos e finanças: São vários os grupos interessados nas informações relativas às empresas no que tange aos seus investimentos, financiamentos e finanças, sendo representados por pessoas que possuam algum vínculo direto relacional, são estes, sendo que cada um destes terá um interesse diferenciado, para seus objetivos: Colaboradores; Clientes; Fornecedores; Credores; Proprietários; Acionistas; Instituições financeiras; Governo; Mercado. A Ética no mundo corporativo, nas finanças e nos investimentos: Ética é um conjunto de padrões e afetos a conduta que são relativos aos aspectos morais. Esta aplicação é social e também entra no cenário mercadológico financeiro. Assim pode-se dizer que a ausência de ética produz publicidade e atenção e estes podem gerar impactos negativos sobre o capital de uma empresa. Segundo Gitman (2010), para se avaliar a viabilidade da ética, é necessário: Diminuir a ocorrência de litígios e custos judiciais; Manter uma imagem positiva da empresa em que labuta; Aumento de confiança pelos acionistas nos negócios, tomada de decisão gerencial, financeira e administrativa e nos projetos a serem implementados; Administração Financeira 30 Comprometimento, lealdade e respeito entre os diversos grupos que tem interesse financeiro na empresa. Desta forma, a soma destes fatores contribui de forma preponderante e positiva. Instituições e mercados financeiros e Estrutura do Sistema Financeiro Nacional As empresas necessitam para manter sua sobrevivência de recursos externos, sendo obtidos através: Dos Bancos e instituições financeiras; Dos Mercados Financeiros; E instituições privadas de ordem creditícia. As instituições financeiras atuam como intermediárias e promovem a canalização das poupanças de pessoas, empresas, órgãos públicos para concessão de empréstimos e aplicações financeiras. Sendo os indivíduos, empresas e órgãos públicos. O sistema Financeiro Nacional (SFN) é representado pelo conjunto de instituições e instrumentos sob aspecto financeiro, que possibilite transferir recursos dos doadores finais para os tomadores finais, visando assim gerar maior liquidez nos ativos junto ao mercado de capitais. Para Hoji (2014), o Sistema Financeiro Nacional é composto por instituições que têm como função intermediar os fluxos de recursos dos poupadores, investidores e tomadores de recursos, considerando para isto condição satisfatória para o mercado. O sistema financeiro nacional é organizado para controlar e regular o volume de recursos na forma de capital (ex.: dinheiro) e crédito. Estas operações são parte integrante da estrutura e espécie deste organismo estatal. Outro conceito comumente aceito acerca do sistema financeiro nacional é assim definido: É o conjunto de organismos legais e institucionais, representado por partes constituintes, que tem a responsabilidade de intermediar o fluxo financeiro e monetário, criando sinergia entre aqueles que optam por poupar e investir. Administração Financeira 31 No Brasil, esta organização ou entidade se chama Banco Central do Brasil (representa nossa autoridade quanto a operações financeiras seja em dinheiro, crédito, controle e validação de recursos, representando nossa autoridade monetária). Abaixo, na figura 03, temos um fluxograma das operações financeiras de crédito e seus principais agentes: Figura 03 – Organização das operações no SFN. Fonte: Adaptado Moreira (2009). Segundo Gitman (2010), AGENTES ECONÔMICOS SUPERAVITÁRIOS, comumente chamados de investidores, são os agentes econômicos que têm os recursos financeiros necessários e livres, aplicando estes recursos por um prazo determinado, auferindo renda por essa aplicação. Podem encontrar-se nessa situação entidades como FAMÍLIAS, EMPRESAS ou GOVERNOS. Ainda de acordo como ele os Agentes Econômicos Deficitários, representados pelos devedores, precisam captar recursos financeiros de terceiros por um prazo de tempo estabelecido para manter a empresa ativa e em plena capacidade de seus negócios. Seu principal objetivo e meta, no presente, é o consumo, o investimento ou o capital de giro para os quais tenham ou não recursos financeiros disponíveis para sua implementação e aquisição, estabelecidos por uma decisão financeira (alavancagem, análises de indicadores etc.), Cabe aqui salientar que basicamente o SFN (o Sistema Financeiro Nacional), capta recursos dos agentes superavitários e financia os empréstimos aos agentes deficitários para manter o equilíbrio e sustentar as transações financeiras que ocorrem no mercado de capitais. Administração Financeira 32 Para Moreira (2009), o desenvolvimento de um país esta atrelado a um sistema financeiro regular, equilibrado, atualizado, estruturado, dinâmico, que objetive estabelecer e cumprir suas metas atuando como regulador entre suas partes. Dentro deste sistema existemdois agentes diretos, conforme figura 04: Figura 04 – Sistema Financeiro Nacional e suas partes constituintes. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). Assim, pode-se inferir que aqueles que fazem parte dos poupadores, são investidores avessos a risco, procurando um investimento sólido, pouca remuneração. Estes têm baixa capitalização sendo sua taxa de juros também pequena. A título de curiosidade este tipo de investimento é corrigido pela taxa SELIC1 e pelo IPCA2 (MOREIRA, 2009). Quanto aos investidores e agentes econômicos, representam o grupo que opta por não possuir reservas nem capital ou recursos, que arisca tomar empréstimo financeiro de investimento a determinada taxa de juros. A função do intermediário financeiro é equilibrar e aproximar estes agentes, cobrando evidentemente uma taxa de juros devidamente estipulada. O ganho que se obtém, na diferença entre as taxas de juros para captação e as de empréstimo é denominado Spread (MOREIRA, 2009). 1 IA Taxa Selic representa uma taxa de juros pertencente à economia nacional. Sendo a menor taxa é utilizada como indicador básico para a economia. Utilizada nos empréstimos realizados entre os bancos e nas aplicações e operações realizadas por estas instituições bancárias em títulos públicos federais. 2 O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sendo elaborado pelo IBGE desde o ano 1979. Seu objetivo é medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos. Administração Financeira 33 Abaixo, na figura 05, segue os principais agentes financeiros: Figura 05 – Intermediário Financeiro - Subdivisão. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). O Sistema Financeiro Nacional funciona de forma regulada e controlada, dado a quantidade, o volume e as partes envolvidas. Podemos destacar como situações ocorridas neste processo sistêmico: Quantidade de Circulação de moeda (Capital); Taxa de Juros aplicados aos tomadores de empréstimo; Prazo e tempestividade da circulação de dinheiro e; Diferença de prazo (aspecto temporal)3. O conceito de Banco Central é assim representado: é o Organismo controlador do Sistema Financeiro Nacional, ou seja, é ele que: regula, dirige, controla, normatiza, orienta, define, troca, muda, equilibra e propõe alterações na gestão financeira do Mercado Financeiro Nacional. Como exemplo, podemos citar a seguinte proposição e paradigma (MOREIRA, 2009). Num aparelho de DVD, temos o controle remoto para: passar o filme; ligar; desligar; acelerar a velocidade; retardá-la; reproduzir; começar novamente e pará- la. Neste sentido podemos dizer e fazer a seguinte comparação de semelhança: O 3 Neste processo devemos considerar a variável tempo, determinado em tempo inicial e tempo final, representados pelas variáveis ti e tf . Onde o Delta do tempo será Δ = tf - ti. Administração Financeira 34 Controle remoto do DVD está para o aparelho de Televisão e para o próprio aparelho de DVD, como o Banco Central está para o Sistema Financeiro Nacional. Neste sentido, o Banco Central utiliza sua capacidade reguladora, representada pela emissão e oferta de moeda às suas partes constituintes, através de empréstimos e depósitos. Vale ressaltar que neste macroprocesso quem controla as atividades do Banco Central é o dirigente Estatal (MOREIRA, 2009). Para Moreira (2014), este órgão tem as seguintes e principais operações em seu escopo funcional: I) Instituição Financeira e Bancária de todos os bancos. É tipificado pelo emprestador de derradeira ordem das instituições que compõem o sistema financeiro nacional; II) Banco Emissor de moeda – Tem esta prerrogativa, sendo o único a emitir moeda, exercendo sobre esta o monopólio. Sua autonomia, hegemonia, esta caracterizada e exercida pela função de autoridade monetária. III) Banco do Governo e ente Estatal. Representado pelo caixa do Governo. Ainda segundo ele, podemos concluir que o Banco Central se torna importante devido a duas características funcionais: Regular a emissão e a oferta de moedas aos participantes do mercado financeiro nacional; Manter o equilíbrio monetário fomentando a harmonia financeira do mercado de capitais. Com isto, ele elimina e reduz a possibilidade de desequilíbrio das contas nacionais em se tratando de oferta e demanda por moeda, evitando assim distorções prejudiciais à economia, caracterizadas principalmente pela inflação e deflação. Vale a título de complementação ressaltar que o Banco Central pode se utilizar de outros instrumentos, tais como de políticas de ordem monetária (MOREIRA, 2009). Subsistema Normativo e Subsistema de Intermediação. Quanto à funcionalidade: Administração Financeira 35 O Subsistema Normativo edita e define parâmetros de transparência dos recursos dos poupadores aos tomadores, controlando sob aspecto funcional as instituições e entidades que realizem atividades representadas através de intermediação financeira (MOREIRA, 2009). Segue abaixo, na figura 06, a composição do Subsistema Normativo: Figura 06 – Subsistema Normativo - divisão. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). Na figura 07, detalhamos a subdivisão do subsistema Normativo, em relação ao Conselho Monetário Nacional, vejamos abaixo: Administração Financeira 36 Figura 07 – Subsistema Normativo – subdivisão do Conselho Monetário Nacional. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). Administração Financeira 37 Na figura 08, detalhamos a subdivisão do subsistema Normativo em relação ao Conselho de Seguros Privados, vejamos abaixo: Figura 08 – Subsistema Normativo – subdivisão do Conselho de Seguros Privados. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). Na figura 09, detalhamos a subdivisão do subsistema Normativo, em relação ao Conselho de Gestão da Previdência Complementar, vejamos abaixo: Figura 09 – Subsistema Normativo – subdivisão do Conselho de Gestão da Previdência Complementar. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). Conselho Monetário Nacional: Administração Financeira 38 Constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda, representando seu presidente e Ministro de Estado de Orçamento e Gestão e, pelo Presidente do Banco Central do Brasil – Lei 9.069 de 29 de junho de 1995. Para Moreira (2014), as principais atribuições são: Ajustar a quantidade de pagamentos movimentados no cenário nacional a real necessidade da economia; Controlar os valores internos e externos monetários, possibilitando o equilíbrio da balança de pagamentos nacionais; Dar orientação quanto à aplicação dos recursos realizados pelas instituições financeiras participantes do mercado de capitais; Possibilitar o aperfeiçoamento dos agentes econômicos e seus instrumentos; Orientar, Coordenar, fixar, disciplinar e determinar a aplicação dos recursos das políticas monetárias voltadas a operações de crédito pertencentes à atividade do orçamento fiscal através de normas e diretrizes pertencentes à política cambial mediante regulação de seu funcionamento e fiscalização. Para Hoji (2014), é o órgão monetário que exerce maior destaque, sendo para este o principal componente do Sistema Financeiro Nacional. Ainda segundo ele, é responsável em fixar diretrizes, creditícia e cambial, tendo como seu representante máximo na qualidade de presidente o Ministro da Fazenda. Administração Financeira 39 Banco Central do Brasil O Banco Central do Brasil (BACEN) é uma autarquia federal pertencente do SFN, regulamentado em 31/12/64, através da Lei n.º 4.595. Tem como responsabilidade primária ser o agente nacional que controla emantém a estabilidade e o equilíbrio do poder de compra da moeda entre seus participantes (MOREIRA, 2009). Para Hoji (2014), é um órgão centralizador e executivo do Sistema Financeiro Nacional. Para ele sua função é regular, fiscalizar, e se fazer cumprir as normas expedidas pelo CMN. Sua missão, ainda de acordo com ele, é prezar pelo zelo na estabilização do poder de compra de moeda e solidez do Sistema Financeiro Nacional. A sede do BACEN está fixada no Distrito Federal, porém conta com mais nove representações em outras nove capitais: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Para Moreira (2014), as principais atribuições do BACEN são, respectivamente: Emissão de moeda em papel e metal; Execução dos serviços de meio circulante; Determinação dos percentuais de recolhimento compulsório; Recepção dos recolhimentos compulsórios e depósitos voluntários das instituições financeiras; Realização de operações de redesconto e empréstimos aos agentes financeiros; Controle do capital estrangeiro; Depositário oficial de reservas de ouro e moeda estrangeira, tendo direito especial e privilegiado a saque; Fiscaliza e aplica penalidades nas instituições financeiras; Autoriza e normatiza o funcionamento das instituições financeiras nacionais; Administração Financeira 40 Normatiza e estabelece condições para o exercício de qualquer atividade atrelada aos cargos das instituições financeiras privadas e dos órgãos consultivos e seus pares através de normas do CMN; Regula os serviços relativos à compensação de cheques e outros papéis; Controla de forma direta e permanente e mantém sob observação os mercados financeiros, das empresas que direta ou indiretamente possam interferir em relação aos modelos e processos operacionais. Comissão de valores mobiliários (CVM) As leis que regem o mercado de valores mobiliários são, respectivamente: Lei 6.385/76, que disciplina o Mercado de Capitais e Cria a CVM; Lei 6.404/76, que dispõe sobre as sociedades por ações. Neste sentido, vale ressaltar que essas Leis sofreram alterações, destacando-se as impostas pelas Leis 9.457/97, 10.303/01 e 10.411/02. Devido ao seu posicionamento evolutivo, frente às alterações ocasionadas principalmente pela agilidade, complexidade o Sistema Financeiro, possibilitou a elaboração de todos os atos normativos que passassem pelo parlamento. Através da Lei 4.595/64, foi dada origem e poderes normativos ao Conselho Monetário Nacional, representando assim a maior autoridade normativa do Sistema Financeiro Nacional. Suas normas devem ser acatadas por todos seus participantes, incluindo-se a este grupo a CVM e o Banco Central. Seus atos normativos são denominados de Resoluções classificados em Instruções, Deliberações, Pareceres e notas Explicativas (MOREIRA, 2009). Mediante estas resoluções exerce seu poder normativo. Mas devido a Lei 10.411, de 26.02.2002, ficou alterada sua estrutura, passando a representar uma autarquia especial e autônoma, assim passando seus dirigentes (Presidente e Diretores) a ter mandato fixo (MOREIRA, 2009). Administração Financeira 41 Segundo Moreira (2014), destaca-se como principais atribuições da CVM: Fiscalização e disciplina das atividades inerentes ao artigo 1º da Lei 6.385/76: Emitir e distribuir valores mobiliários no mercado; Intermediar e negociar nos mercado de valores mobiliários e de derivativos; Organizar o funcionamento e as operações das bolsas de valores e de mercadorias e futuros; Administrar as carteiras e a custodia de valores mobiliários; Auditar as companhias abertas; Prestar serviços de consultoria e análise de valores mobiliários; Regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as matérias expressamente previstas nas Leis nos 6.385/76 e 6.404/76; Fiscalização constante e direta das atividades e serviços do mercado de valores mobiliários; Proponente do Conselho Monetário Nacional quanto à fixação de comissões, emolumentos, limites máximos de preço e outras vantagens que por ventura sejam impostas pelos intermediários; Fiscalização das companhias abertas, priorizando aquelas que não apresentem lucro e que não pagam dividendos propostos; Suspensão da negociação de valores mobiliários ou decretar recesso nas bolsas de valores; Divulgação de informações que orientem os participantes do mercado; Concessão de registro para negociar títulos e papeis na bolsa e no mercado de balcão. Administração Financeira 42 Superintendência de seguros privados (SUSEP) Autarquia com vínculo do Ministério da Fazenda, responsável pelas atividades de controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e capitalização (MOREIRA, 2009). Ainda de acordo com ele, suas principais atribuições são: Exercer atividades delegadas pelo CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) cumprindo suas deliberações; Garantir e ordenar os serviços de secretaria executiva do CNSP; Fiscalizar as atividades destinadas à constituição, funcionamento e operação das sociedades seguradoras, de previdência privada aberta e de capitalização, executora da política traçada pelo CNSP; Cuidar da liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado de seguros privados, previdência privada aberta e de capitalização, visando à proteção a captação da poupança popular realizadas mediante as instituições pertencentes a estes mercados visando à defesa dos interesses dos consumidores; Acompanhamento e disciplina dos investimentos das entidades dos mercados, especialmente aqueles representados em bens garantidores de provisões técnicas. Segundo Hoji (2014), representa o órgão que normatiza, controla, fiscaliza os mercados de seguro, resseguro, previdência privada aberta e capitalização, estando subordinado ao Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). Tem por presidente o Ministro da Fazenda, tendo como membros: Superintendente da Susep; Representantes do Ministério da Justiça; Representantes da Previdência e Assistência Social; Bacen; CVM. Administração Financeira 43 Secretaria de previdência complementar (SPC) Controla e fiscaliza os planos e benefícios e as atividades das entidades participantes da previdência privada fechada, sendo consideradas como complementares ao sistema oficial de previdência e assistência social. Seu enquadramento quanto as suas atividades é de incumbência do Ministério da Previdência e Assistência Social. Vale ressaltar que não tem fins lucrativos (MOREIRA, 2009). Segundo Moreira (2014), suas principais atribuições são: Secretariar de forma executiva o Conselho Geral de Previdência Complementar (CGPC); Processar os pedidos de autorização, constituição, funcionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência de controle e reforma dos estatutos das entidades fechadas, opinando sobre estes os encaminhando ao GCPC; Baixar instruções e expedir circulares implementando normas concernentes ao CGPC; Executar e Fiscalizar as normas gerais de contabilidade, atuária e estatística do CGPC, bem como as pertinentes da política de investimentos atribuídas ao CMN; Fiscalizar as operações das entidades fechadas, incluindo o cumprimento da legislação e das normas em vigor. Tal observação é decisiva, pois caso isto não ocorra, a entidade sofrerá as consequências das penalidades cabíveis; Proceder à liquidação das entidades fechadas que foram cassadas quanto à autorização de funcionamento ou das que deixarem de ter condições mínimas para funcionamento e operação. Administração Financeira 44 Instituições financeiras bancárias Instituições autorizadas a captar recursos junto ao público sob a forma jurídica de depósitos à vista, capacitadasa gerar moeda escritural (MOREIRA, 2009). Para Moreira (2014), estes são representados e compostos por: Bancos Comerciais; Caixas Econômicas; Cooperativas de Crédito; Bancos Cooperativos; Bancos Múltiplos com carteira comercial. Instituições financeiras não bancárias ou não monetárias São agentes financeiros não autorizados em obter recursos na forma de depósitos à vista (MOREIRA, 2009). Para ele, estão assim divididos: Bancos de Investimento; Bancos Estaduais de Desenvolvimento; Sociedades de Arrendamento Mercantil; Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento; Companhias Hipotecárias; Bancos Múltiplos sem carteira comercial ou de crédito imobiliário. Administração Financeira 45 Instituições do sistema brasileiro de poupança e empréstimo Instituições com autorização para captar recursos sob a forma de depósitos em cadernetas de poupança, destinados a financiamentos habitacionais (MOREIRA, 2009). Sendo assim formado: Sociedades de Crédito Imobiliário; Associações de Poupança e Empréstimo; Caixas Econômicas; Bancos Múltiplos com carteira de crédito imobiliário. Para Hoji (2014), As instituições que fazem parte do Sistema Financeiro Nacional são constituídas por alguns agentes financeiros, representados por instituições. Na figura 10, descreve-se esta estrutura: Administração Financeira 46 Figura 10 – Instituições do Sistema Financeiro Nacional. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). Administração Financeira 47 Segundo Hoji (2014), as Instituições não financeiras exercem papel importante no mercado de capitais. Na figura 11, demonstra-se sua estrutura: Figura 11 – Instituições não financeiras. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). Mercado Financeiro Segundo Hoji (2014), na economia existem dois tipos de agentes, os que poupam e os que necessitam desta poupança. Afirmando ele; Cabe, contudo, ao Mercado Financeiro exercer seu papel de intermediador entre estes dois agentes mantendo equilíbrio financeiro e estabilidade para estes dois lados. Para Gitman (2010), os mercados de valores são constituídos por empresas que captam fundos com a venda de novos títulos e papéis e compradores destes títulos e papéis, tendo a flexibilidade, facilidade e agilidade para revendê-los a qualquer tempo. Segundo Gitman (2010), estes mercados são organizações que funcionam como mercados secundários onde os títulos são negociados. Para Hoji (2014), o mercado financeiro está assim subdivido: Administração Financeira 48 Mercado Monetário; Mercado de Crédito; Mercado de Capitais; Mercado de Câmbio. Através da figura 12, detalhamos esta divisão e suas características e principais atividades: Figura 12 – Subdivisão do Mercado Financeiro. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). Administração Financeira 49 Para Hoji (2014), os meios de pagamentos são assim divididos: Depósitos em Cheque: Meio de pagamento comum, fazendo papel de instrumento de crédito; Compensação de Cheques: O cheque é compensado na Câmara de Compensação (local onde se reúnem representantes de vários Bancos, sendo formadas por regiões geográficas); Reservas e ADM: Representa dinheiro líquido e certo, o termo ADM, representa quase dinheiro, sendo transformado em dinheiro após sua compensação. Devido à realização de TED (Transferência Eletrônica Disponível), as operações financeiras por meio de cheques foram minimizadas. Depósito Compulsório: Utilizado pelo Bacen para inibir o aumento indesejado do multiplicador bancário e ajustar o nível de crescimento monetário. Conta de Reserva Bancária Para Hoji (2014), o produto das operações de compensação bancária serão lançadas a débito e a crédito na Conta de Reserva Bancária. Esta conta é mantida pela instituição financeira junto ao Bacen. Sistema de Pagamentos Brasileiro Para Hoji (2014), estes sistema realizam transferências de fundos através de processamento e liquidação dos pagamentos entre pessoas físicas, jurídicas, Governo e Bacen. Em 22 de abril foi realizado a última reforma deste sistema. Administração Financeira 50 Sistema de Liquidação Segundo Hoji (2014), este sistema é composto por várias transações de diversos instrumentos financeiros (dinheiro, cartão de débito e crédito, títulos etc.), ocorrendo sua liquidação mediante o sistema de compensação e liquidação de fundos e obrigações, sendo agrupado em dois grupos: Sistema de liquidação de transferência de fundos intercambiais; Sistema de liquidação de títulos, valores mobiliários, moedas estrangeiras e derivativos. Sistema de Liquidação de transferência de fundos intercambiais Segundo Hoji (2014), estes sistemas representam os meios de transferência e liquidação para operações entre bancos, na figura 13 sua divisão e aplicabilidade: Figura 13 – Sistema de Liquidação de transferência de fundos intercambiais. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). Administração Financeira 51 Sistema de Liquidação de títulos, valores mobiliários, moedas estrangeiras e derivativos. Para Hoji (2014), este sistema de liquidação está assim disposto, na figura 14 demonstrada: Figura 14 – Sistema de Liquidação de títulos, valores mobiliários, moedas estrangeiras e derivativos. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). Terminando este tópico, podemos utilizar a tabela de divisão do Sistema Financeiro Nacional apresentado por Hoji (2014). Abaixo, na figura 15, detalhamos sua divisão: Administração Financeira 52 Figura 15 – Instituições do Sistema Financeiro Nacional. Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). Administração Financeira 53 Na próxima unidade estudaremos a administração do capital de giro, uma importante área da administração financeira e com grandes impactos nos resultados das empresas. Leitura Complementar GITMAN, Lauwrence J. Princípios da Administração Financeira. São Paulo: Harbra, 2001. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Administração Financeira 54 Exercicios – Unidade 1 1. É verdadeiro afirmar que: a) a macroeconomia contribui para o entendimento sobre o funcionamento do sistema bancário. b) a macroeconomia cuida do ambiente interno das empresas. c) a macroeconomia depende do Banco Central do Brasil. d) a macroeconomia está diretamente atrelada às normas da Casa da Moeda do Brasil. e) a macroeconomia depende da eleição de diretoria das empresas. 2. É falso afirmar que: a) tomamos emprestado da Microeconomia os conceitos envolvidos nas relações de oferta e procura. b) a microeconomia oferece condições para o estabelecimento das estratégias utilizadas pelas empresas em busca de sua de maximização do lucro. c) a microeconomia não influencia o ambiente interno de decisões das empresas. d) compete ao administrador financeiro, em todas as suas ações, a tomada de decisão visando garantir que as receitas marginais superem as despesas marginais. e) a microeconomia auxilia na definição de estratégias internas das empresas para definição do preço de seus produtos/serviços. Administração Financeira 55 3. Qual o nome do princípio que indica quando toda e qualquer alternativa deve ser analisada e colocada em prática se os resultados esperados forem superiores aos respectivos custos? a) custo de capital. b) custo de oportunidade. c) análise marginal. d) Isonomia. e) contabilidade de custos. 4. Em uma empresa de grande porte cabe ao Contador a tomada de decisão e ao Administrador Financeiro o registro dos atos e fatos ocorridos. Esta afirmação está: a) parcialmente correta, pois cabe ao tesoureiroo registro dos atos e fatos. b) parcialmente incorreta, pois cabe ao administrador a tomada de decisão. c) totalmente correta. d) totalmente incorreta. e) parcialmente incorreta, pois cabe ao economista a tomada de decisão. 5. Quanto ao tratamento de fundos, é correto afirmar que: a) o contador utiliza o princípio das partidas triplicadas. b) o contador utiliza o regime de competência. c) o contador utiliza o regime de caixa. d) o contador utiliza o registro monetário. e) o contador utiliza o regime de lançamentos. Administração Financeira 56 6. O Administrador Financeiro reconhece as receitas e despesas apenas quando ocorre o impacto no fluxo de caixa, ou seja, quando há movimentação de entrada e saída de recursos na empresa. Estamos nos referindo à (ao): a) tomada de decisão. b) auxílio fiscal. c) controladoria. d) regime de caixa. e) todas as afirmativas estão corretas. 7. São três as funções primordiais do Administrador financeiro. Assinale a alternativa correta: a) a análise e planejamento financeiro, administração da estrutura de ativo da empresa e administração de sua estrutura financeira. b) análise mercadológica, administração de estoques e administração de caixa. c) análise ambiental, administração de resultados e administração da estrutura financeira. d) a análise e planejamento financeiro, administração da estrutura de ativo da empresa e análise ambiental. e) análise patrimonial, administração da estrutura de ativo da empresa e administração de sua estrutura financeira. Administração Financeira 57 8. O objetivo da função financeira é garantir a maximização dos resultados sem comprometer o grau de liquidez, ou seja, rentabilizar ao máximo o investimento feito pelos sócios sem que haja comprometimento da liquidez de curto, médio e longo prazo. Este princípio deve ser observado pelos administradores em todas as suas atividades e norteará as decisões a qualquer tempo. A afirmação está: a) parcialmente correta, porque não procura garantir a maximização dos resultados. b) parcialmente incorreta, porque não é um objetivo da administração financeira. c) totalmente correta. d) totalmente incorreta. e) parcialmente correta, porque não é necessária a manutenção de liquidez. 9. A Administração da estrutura financeira de uma empresa exige do administrador quais providências? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Administração Financeira 58 10. Comente o motivo pelo qual a administração da estrutura de ativo de uma empresa é considerada uma das funções primordiais do administrador. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Administração Financeira 59 2 Administração do Capital de Giro Administração Financeira 60 Os estudos desta unidade lhe possibilitarão a compreensão das principais contas que compõem o capital de giro de uma empresa, as políticas que podem ser estabelecidas, os impactos na saúde financeira e suas ligações com as demais áreas da administração financeira. Acreditamos que você desenvolverá os conhecimentos necessários ao logo desta e das outras unidades, o que lhe permitirá bases sólidas para uma moderna gestão empresarial. Objetivos da unidade: Conhecer a administração do ativo circulante. Identificar as principais estratégias utilizadas pela administração financeira para a gestão do capital de giro. Plano da unidade: Capital circulante líquido. Administração de caixa e títulos negociáveis. Administração de duplicatas a receber. Administração de estoques. Administração Financeira 61 Boa parte de tudo que as empresas aplicam ou investem tem sua destinação ao que denominamos de ativos correntes, ativos circulantes ou capital de giro. Tais aplicações resultam dos saldos mantidos pelas empresas no ativo circulante, mais precisamente nas contas denominadas disponibilidades (caixa e bancos conta-movimento), em investimentos temporários (as aplicações financeiras), no contas a receber (ou duplicatas a receber) e em estoques (matérias-primas, mercadorias para venda, produção em andamento e produtos acabados), todas componentes daquilo que é chamado de capital de giro (no sentido “bruto”). Quanto ao capital de giro líquido, este é resultante da subtração de todos os compromissos existentes no curto prazo da empresa para com fornecedores em geral, funcionários, impostos etc., do valor total dos itens que compõem o capital de giro bruto, ou seja, resultando no confronto entre o ativo circulante e o passivo circulante. Desta forma, considera-se que os ativos correntes de uma empresa constituem o capital que circula até transformar-se em dinheiro dentro de seu ciclo de operacional. Ele é, portanto, o tempo que compreende desde o instante em que o dinheiro sai do caixa para pagamento de insumos (materiais e mão de obra) até o recebimento correspondente à venda do produto ou serviço direcionado ao cliente. Administração Financeira 62 Administração Financeira 63 Capital Circulante Líquido Qualquer empresa, independente de seu porte, necessita manter certo nível de capital de giro. Desta forma, exige-se que os ativos circulantes da empresa sejam superiores aos seus passivos circulantes, garantindo-se, assim, uma margem de segurança. O objetivo da administração do capital de giro é gerir todos os itens que compõem os ativos e passivos circulantes, em busca da garantia de que haverá um nível aceitável de capital circulante líquido e que o mesmo seja mantido. Simplificando, podemos afirmar que o Capital Circulante Líquido (CCL) é a diferença existente entre os ativos circulantes e os passivoscirculantes da empresa. Se os ativos circulantes superarem os passivos circulantes, a empresa tem CCL positivo. O montante de CCL necessário para manutenção das atividades operacionais de uma empresa vai depender do setor de atividade econômica ao qual esteja ligada. É correto afirmar, pois, que quanto maior for a margem com a qual os ativos circulantes de uma empresa cubram os seus passivos circulantes (obrigações de curto prazo), maior será sua capacidade de honrar seus compromissos na data de vencimento. Não podemos nos esquecer de que em muitas vezes os ativos circulantes não podem ser convertidos em caixa exatamente no momento desejado. Assim, quanto maior for o montante e a diversidade de ativos circulantes mantidos por uma empresa, maiores também serão as possibilidades de converterem-se alguns desses ativos em caixa, consequentemente, permitindo a liquidação dos compromissos na data de seus vencimentos. Administração Financeira 64 Assim, sabemos que será importante a manutenção de um determinado nível de CCL, já que nem sempre há um sincronismo perfeito entre todas as entradas e saídas de caixa. Isso poderá ocorrer mesmo que haja um adequado planejamento e orçamento de caixa, pois os compromissos assumidos devem ser honrados independentemente de quaisquer alegações quanto a possíveis não entradas de caixa. Salienta-se também que, de um modo geral, as saídas de caixa relativas aos pagamentos de obrigações assumidas são relativamente previsíveis. O pior dilema ocorre quanto às previsões das entradas de caixa. A data exata da conversão de ativos circulantes em caixa não é algo extremamente fácil, exceção feita com o próprio caixa e títulos negociáveis. Entretanto, uma coisa é certa: quanto maior a previsibilidade dessas entradas de caixa menor será a necessidade de CCL. Desta forma, vamos analisar a situação abaixo: Exemplificando: Posição Financeira da Cia. XPTO Ativos Circulantes Passivos Circulantes Caixa R$ 230.000,00 R$ 125.00 Fornecedores a pagar Títulos negociáveis R$ 95.000,00 R$ 220,00 Salários a pagar DPL a Receber R$ 110.000,00 Impostos a pagar Estoques Mercadorias R$ 128.000,00 R$ 128,00 Total: R$ 435.000,00 R$ 473,00 Total Refletindo sobre a situação acima, teríamos que resolver o impasse apresentado, teríamos que garantir a liquidez sem comprometer a rentabilidade dos capitais investidos. Administração Financeira 65 As alternativas seriam desde ajustes e/ou movimentações nas contas do ativo, contas do passivo, ou ambas, até mesmo busca por novas fontes de financiamentos. Certamente, várias alternativas poderiam ser implantadas, entretanto a solução dependeria de uma série de variáveis e circunstâncias, cabendo ao administrador decidir qual a melhor alternativa. Administração de caixa e títulos negociáveis Considerando a hierarquia do grau de liquidez dos ativos de uma empresa, caixa e títulos negociáveis são considerados os ativos mais líquidos existentes, pois ambos possibilitam que a empresa honre com seus compromissos na data de vencimento dos mesmos. Os títulos negociáveis são os investimentos em curto prazo, feitos pela empresa, na intenção de se obter um retorno sobre os saldos considerados temporariamente ociosos, ou que não serão necessários em dado espaço de tempo. Na medida em que uma empresa percebe que haverá excesso de caixa, caberá ao administrador providenciar a devida aplicação desse saldo em títulos negociáveis, pois assim o capital não ficará “parado” no caixa desnecessariamente e permitirá a remuneração do dinheiro, o que vai de encontro ao objetivo da função financeira, que é o de maximizar os resultados sem comprometer o grau de liquidez da empresa. Observações básicas para administração de caixa: Retardar o pagamento de seus compromissos, sempre que possível, entretanto sem comprometer a imagem e a credibilidade da empresa, aproveitando as oportunidades de descontos financeiros favoráveis. Administração Financeira 66 Girar os estoques com a maior velocidade possível, preocupando-se em eliminar eventuais faltas de estoques que comprometam a atividade da empresa. Receber o mais rápido possível as duplicatas a receber, atento às oportunidades de vendas futuras, evitando exageros no processo de cobrança. Os eventuais descontos financeiros, quando compatíveis e necessários, devem ser uma opção em prol desse objetivo. A ocorrência dos aspectos acima, em todo ou em parte, implica em consequências no comportamento dos ciclos de caixa e os giros de caixa de uma empresa. Resumidamente, podemos afirmar que o ciclo de caixa de uma empresa compreende o período de tempo que vai desde o momento em que se realiza um desembolso para aquisição de matérias-primas, até o momento em que o valor correspondente da venda retorna ao caixa. Já o giro de caixa corresponde ao número de vezes por ano que o ciclo de caixa da empresa ocorre no período. A seguir, apresentamos uma ilustração que simboliza o mecanismo de funcionamento do ciclo de caixa. Administração Financeira 67 Para calcular o ciclo de caixa de uma empresa, deve-se considerar o número de dias que compreende desde o pagamento de duplicatas a pagar ao recebimento de duplicatas a receber. Desta forma temos: CC = IME + PMC – PMP Onde: CC = Ciclo de caixa. IME = Idade média do estoque. PMC = Período médio de cobrança. PMP = Período médio de pagamento. Substituindo IME = 170 dias, PMC = 140 dias e PMP = 70 dias, o ciclo de caixa no exemplo acima é de 240 dias (170+140-70). Para calcular o giro de caixa, devemos considerar o número de dias do ano (360) pelo ciclo de caixa. GC = 360 / CC Onde substituindo temos: GC = 360 / 240 então GC = 1,5 vezes ao ano Administração Financeira 68 Determinando o nível do caixa mínimo operacional (CMO) A manutenção de um determinado nível de dinheiro na conta do caixa poderá significar abrir mão da possibilidade de realizar algum investimento ou até mesmo aproveitar descontos para antecipação de pagamentos com descontos. O caixa mínimo operacional tem por princípio, portanto, atender apenas o necessário para se fazer frente aos compromissos, minimizando as ‘perdas’ decorrentes da eventual ociosidade do capital parado no caixa. Dessa maneira, o CMO deve ser resultante de um planejamento prévio que permita à empresa liquidar seus compromissos no vencimento, bem como despesas não programadas e/ou permitir certa margem de segurança para quando os créditos não se realizarem nas datas previstas. É conveniente ressaltar que o CMO deve ser mantido disponível em conta corrente bancária ou em algum tipo de aplicação de alta liquidez. Para identificarmos o nível adequado de CMO, devemos considerar as movimentações de entrada e saída de caixa, tanto as já esperadas quanto as não esperadas, devendo o montante disponível ser suficiente para cumprir sua finalidade ‘protetora’. Para se detectar o nível de CMO de forma mais instantânea e descomplicada, uma possibilidade é arbitrar um percentual sobre o valor correspondente ao volume financeiro de vendas do período. Tal percentual, entretanto, mesmo que arbitrado, deve ser resultante da sensibilidade e poder do conhecimento de causa do administrador, e não um simples número imaginado do nada. Importante: Podemos deduzir que quanto maior o giro de caixa, menor será a exigência de caixa pela empresa. Administração Financeira 69 Assim, a título de ilustração, vamos considerar o percentual de 5% sobre as vendas para efeitos de determinação do CMO. Essa alternativa só deve ser utilizada em último caso, apenas se as informações necessárias para o cálculo não estiverem disponíveis. Outra forma de se calcular o CMO, e a mais adequada, é dividindo-se o valor total das despesas anuais(DTA-despesas totais anuais) pelo Giro de Caixa-GC, ou seja: CMO = DTA / GC As possíveis estratégias de administração de caixa Administração Financeira 70 O caixa deve ser alvo de permanente vigília por parte do administrador, principalmente considerando suas mutações e implicações na empresa como um todo. Visando manter um caixa saudável, as empresas podem estabelecer algumas estratégias em seu processo de gestão, a saber: a) Gestão eficiente do estoque: Aumentando o giro do estoque, que pode ser obtido das seguintes maneiras: ampliando o giro de matérias-primas mediante maior eficiência no controle de estoque; reduzindo o seu ciclo de produção através da implantação e melhoria de um planejamento, programação e controle da produção, o que culminaria na redução do tempo demandado para a conclusão de todo o processo produtivo. Com um ciclo menor a empresa conseguirá aumentar o giro do estoque de produtos em fabricação; ampliando o giro de produtos acabados mediante o aperfeiçoamento da previsão de demanda e do planejamento da produção. Um controle mais eficiente contribuirá para um giro de estoque mais rápido. b) Ampliando o prazo o pagamento de duplicatas A grande preocupação neste caso é de não permitir que haja prejuízo na imagem institucional caso tal estratégia seja mal conduzida. O importante é obter vantagem com uma possível renegociação de prazos para liquidação dos compromissos, entretanto resultante de um processo negociado entre as partes. Administração Financeira 71 c) Antecipando o recebimento dos créditos Sabe-se que o investimento feito pelas empresas no contas a receber não é apenas resultante de uma estratégia mercadológica, mas também em razão da necessidade dos clientes pela concessão de crédito para concretizarem suas compras. As políticas de crédito são estabelecidas pelas empresas objetivando decidir a quem se deve conceder o crédito e em qual volume. Já no caso das políticas de cobrança, as mesmas devem estabelecer que tipo de esforço será despendido para que se recebam as duplicatas a receber. As variadas alternativas nas condições de crédito, nas políticas de crédito e nas políticas de cobrança podem ser utilizadas como meios para reduzir o prazo médio de cobrança. Motivos que levam as empresas a investirem em títulos negociáveis Os títulos negociáveis são instrumentos do mercado financeiro disponíveis às empresas e que têm por objetivo remunerar o capital temporariamente ocioso, observado o grau de liquidez adequado para cada situação. Convém mencionar que as empresas são levadas a investir em títulos negociáveis por vários motivos. Os motivos básicos são: Motivo de transação - Neste caso, a empresa investe em títulos negociáveis considerando o fato de que o vencimento da aplicação deve coincidir com a exata data de vencimento de suas obrigações, de modo tal que o resgate seja feito e, simultaneamente, o recurso possa ser utilizado para pagamento dos compromissos existentes para aquela determinada data. Administração Financeira 72 Motivo de precaução - É uma espécie de proteção ao caixa e também deve ter uma boa liquidez, já que o valor utilizado para o investimento deverá ser empregado na quitação dos compromissos, embora não se possa precisar exatamente quando isso ocorrerá. Motivo de especulação - Quando ocorre excesso de caixa e não se tem uma destinação certa para o dinheiro, as empresas investem em tipos mais especulativos de títulos negociáveis até que se encontre uma destinação definitiva do recurso financeiro. Não há uma indicação padrão para a determinação da proporção ótima de títulos negociáveis na composição dos ativos da empresa. O que se deve levar em conta é a relação entre a oportunidade de remunerar o capital (maximização dos resultados), a manutenção de uma liquidez adequada e o custo das transações de compra e venda dos títulos. São títulos negociáveis básicos: As emissões governamentais - Obrigações emitidas pelos governos federal, estadual e municipal. As emissões privadas - Títulos emitidos por empresas e instituições financeiras, tais como: certificados de depósitos bancários-CDBs, debêntures, commercial paper, NP's, ações. Administração Financeira 73 Administração de duplicatas a receber Causas da existência de contas a receber O crédito é um importante instrumento nas negociações tanto para quem concede quanto para quem recebe. Também assume uma posição estratégica no quesito mercadológico, pois faz frente à concorrência quando utilizado de forma atraente aos clientes. A Administração financeira de contas a receber está intimamente interligada à área de marketing e vendas, considerando o fato de que a política de crédito, que envolve as diretrizes e os procedimentos no processo de seleção de clientes, cobrança e concessão de descontos, constitui uma importante ferramenta de auxílio aos objetivos da área de vendas. Contas a receber pode se apresentar das seguintes formas: Contas correntes - Utilizado pelas empresas quando os clientes são considerados “permanentes” e efetuam pagamentos periódicos. Quanto à determinação de prazo, fica flexível, pois se considera que o conta corrente deva ser utilizado para os casos de clientes que mantém regularidade e oferecem certa margem de segurança. Crédito parcelado - Estabelecido pelas empresas utilizando-se de planos de pagamento diferentes, objetivando atender aos interesses próprios bem como da clientela. Contratos de venda a prazo e de venda condicional - Comuns nos casos de vendas de bens ou serviços previamente sob encomendas e quando a execução ou instalação é mais demorada. Neste caso, os pagamentos podem ocorrer parcialmente antes, durante e/ou após a execução ou instalação do produto ou serviço. Administração Financeira 74 Muito embora haja as três alternativas, o problema mais comum é encontrar o equilíbrio entre o volume de vendas a prazo, o custo da manutenção do saldo médio no contas a receber e o risco de não receber o valor da venda se o cliente der o calote. Independentemente das causas ou formas do investimento no saldo médio de contas a receber, uma questão a ser considerada é que em toda e qualquer empresa a questão fica condicionada às seguintes variáveis: sazonalidade das vendas; políticas de desconto, de prazo ao crédito e de cobrança da empresa; volume de vendas a prazo; regras utilizadas pelo mercado quanto aos limites de crédito; margem de lucratividade. Igualmente necessário é o conhecimento de que algumas providências devem ser tomadas para que haja uma melhor gestão de contas a receber, sendo as mais comuns: Definição de critérios para a aceitação (seleção) de clientes estabelecimento de prazos a serem (prazo de crédito); definição de limites para a concessão de crédito (valor máximo a ser concedido por cliente); estabelecimento de uma política de cobrança; definição da política de descontos por pagamento antecipado. Administração Financeira 75 As políticas de concessão de crédito e cobrança As políticas de crédito Uma das primeiras questões a serem resolvidas diz respeito à determinação do prazo geral de crédito. O prazo concedido impactará diretamente na rotação do investimento em contas a receber, bem como influenciará no valor aproximado desse investimento, significando, portanto, que quanto mais dilatado for o prazo concedido, maior também será o investimento da empresa no contas a receber. Para que uma concessão de crédito seja liberada, requer inicialmente algumas providências básicas que deverão compor o rol de precauções vinculadas às políticas de crédito. Desta forma, existem cinco aspectos a serem avaliados (os cinco C's): 1-Característica - O candidato ao crédito procurarácumprir a sua obrigação? 2-Capacidade - O desempenho financeiro e operacional do candidato ao crédito será suficiente para que haja geração de recursos que permita efetuar o pagamento? 3-Capital - O candidato ao crédito possui bens e outros recursos disponíveis para cobrir o valor correspondente do negócio pleiteado? 4-Colateral - O cliente poderá disponibilizar garantias, sejam elas reais ou não? 5-Condições - A capacidade do candidato ao crédito em liquidar seus compromissos poderá ser afetada em razão de fatos externos? Administração Financeira 76 A tolerância das empresas ao risco pelo crédito concedido vai variar de acordo com o comportamento e/ou perfil das próprias organizações e de seus administradores, ou seja, se mais conservadores ou mais agressivos. Assim, consequentemente, o nível de aceitação ou rejeição aos pedidos de crédito variará de empresa para empresa, não havendo uma fórmula única que delineie os parâmetros de decisão que influenciarão a concessão de crédito. Outra questão a salientar é que também haverá dependência em relação ao momento que a empresa esteja vivendo bem como o comportamento das empresas concorrentes. O processo de avaliação de um pedido de crédito, que consiste em se obter dados sobre o candidato ao crédito, deverá seguir os seguintes passos: Obter as demonstrações financeiras; Consultar as agências especializadas em informações de crédito (spc, sci, serasa etc.); Verificar a situação do candidato ao crédito junto aos bancos em que movimenta recursos; Obter informações com outros fornecedores do candidato ao crédito; Avaliar o índice de liquidez e risco de inadimplência; Decidir pela aprovação ou não da solicitação de crédito. Administração de estoques. O estoque de uma empresa pode significar uma considerável importância de investimento. Para que haja uma condução do processo de aquisição e venda de estoques, bem como a correspondente cobrança das vendas, sem maiores adversidades, convém promover uma sintonia entre as políticas de crédito e a de estoques, pois ambas contribuem de forma direta no volume de vendas das empresas. Administração Financeira 77 A política de estoques e o administrador financeiro É comum encontrarmos casos em que o administrador financeiro não tome parte nas decisões que envolvam aquisição e movimentação dos estoques, muito embora o impacto de uma avaliação e decisão equivocada de outros departamentos, tais como marketing, vendas ou produção, possa causar profundas e graves consequências à saúde financeira de uma empresa. O adequado, porém, é que no mínimo haja uma gestão compartilhada, permitindo que todas as áreas envolvidas possam avaliar os possíveis impactos resultantes de uma política de estoques. Os possíveis tipos de estoques A título de ilustração, tomemos o caso de uma indústria, que via de regra tem seu o estoque classificado numa de três categorias: 1° )A de matéria-prima, resultante de todos os insumos utilizados pela empresa em seu processo produtivo. 2°) O de produtos em elaboração, abrigando os itens que ainda não tiveram sua conclusão de preparo ou elaboração, ou seja, produto não acabado. Quanto mais rápida a elaboração do produto, menor será o estoque nesta categoria. 3°) Os de produtos acabados, que compõe os itens já prontos para venda ou entrega. Temos três questões a considerar quanto aos tipos de estoque: Grau de liquidez Normalmente, o produto acabado é o que possui o maior grau de liquidez, já que o mesmo está pronto para se transformar em venda, consequentemente, em caixa. Não podemos deixar de mencionar que a matéria-prima também tem certa facilidade em se transformar em caixa, principalmente dependendo do tipo de produto a que se refere. Quanto ao produto em elaboração, certamente este terá o menor grau de liquidez, pois como ainda não estará concluído, não sendo matéria- prima nem produto acabado, haverá maior dificuldade em comercializá-lo, caso seja necessário fazer dinheiro com o mesmo. Administração Financeira 78 Os nomes ou nomenclaturas dos estoques Os nomes ou nomenclaturas dados aos diversos tipos de estoques podem gerar dúvidas ou confusões, pois aquilo que é matéria-prima de uma empresa poderá ser o produto acabado de outra. Como exemplo podemos citar uma linha de costura que, de um lado, poderia ser o produto acabado da fábrica que a produz e, de outro lado, poderia ser a matéria-prima de uma confecção de camisas masculinas. A necessidade do tipo de estoque A necessidade que uma empresa venha ter de estoque de matéria-prima e/ou em elaboração dependerá da necessidade de produtos acabados, o que é conhecido com demanda derivada. Por outro lado, a demanda de produtos acabados da empresa não depende da demanda de outros itens de estoque, assim conhecida por demanda independente. Tipos de custos de estoques São duas as possibilidades de existência de custos de estoques: custos de falta e custos de carregamento. Os custos de falta ocorrem quando a empresa não calcula a quantidade mínima necessária de estoque, deixando cair ao patamar “zero”, ou em quantidade de estoque insuficiente. Também como consequência será a perda do cliente por não ter seu pedido atendido. Já os custos de carregamento são aqueles decorrentes de todos os custos diretos e de oportunidade pela manutenção dos estoques, sendo os mais comuns: perdas decorrentes de deterioração, obsolescência, ou furto; custos com o armazenamento e o próprio controle do estoque; despesas com seguros e impostos; o custo de oportunidade do capital investido em estoque. Como se sabe, qualquer que seja a situação, seja por falta ou por carregamento, não é o que se deseja em uma gestão eficiente de estoque, pois custo implicará na redução das margens de lucro. Administração Financeira 79 Assim, caberá ao administrador evitar a ocorrência desses custos, ou ao menos minimizar o impacto deles. Fontes de financiamento em curto prazo garantido Havendo necessidade de obtenção de empréstimo para amparar as atividades operacionais de uma empresa, melhor que seja obtido sem que haja a obrigação de se oferecer uma garantia qualquer. Os empréstimos sem garantias são menos onerosos que os empréstimos que exigem garantias. Entretanto, as linhas de crédito ou fontes de financiamento sem garantia são limitadas, e na medida em que a empresa esgote tais fontes, necessário será buscar alternativas que exijam a contrapartida de alguma garantia para amparar o empréstimo concedido. A exigência da garantia está relacionada ao grau de risco que a empresa oferece. Características de empréstimos com garantia em curto prazo Quando um credor exige ao tomador de crédito a apresentação de um colateral, temos uma operação de empréstimo com garantia. Convém esclarecer que um colateral nada mais é do que um ativo qualquer que ficará disponível ao credor caso o tomador do crédito não honre com seu compromisso de liquidação da dívida. O procedimento adequado para que um empréstimo com garantia ocorra de maneira mais expressa e precisa possível será em forma de contrato. Em tal contrato deverá estar indicada a garantia (colateral) que é dada para sustentar a operação de crédito, sendo importante que o mesmo seja levado a registro e arquivo em cartório de títulos e documentos. Os contratos devem prever as condições gerais do empréstimo com garantia, estabelecendo o que será necessário para a extinção do direito sobre a garantia ou parte dele, além de especificar a taxa de juros cobrada, data de vencimento do contrato e demais cláusulas relacionadas. Um contrato de empréstimo com garantia não significa que o custo da operação será inferior ao custo de uma operação de crédito sem garantia. Isso ocorre porque o credor, quando chega a exigir uma garantia, o faz por considerar AdministraçãoFinanceira 80 que o risco da operação requer uma ‘retaguarda’ que possa ao menor compensar o prejuízo do não recebimento do valor emprestado. Assim, uma garantia visa permitir a redução do risco de prejuízo pelo não pagamento, mas não significa que com a garantia dada a dívida seja liquidada. Outra questão a salientar é que aos credores não interessa liquidar e administrar garantias e sim realizar suas operações de crédito, colocando o dinheiro para dentro do cofre. Fatores que contribuem para que uma garantia seja aceitável Havendo a exigência de garantia para uma operação de empréstimo, é indispensável à observação de algumas questões relacionadas ao colateral, quais sejam: Vida do colateral – É de suma importância que a vida do colateral esteja compatibilizada com o prazo estabelecido no contrato de empréstimo. No caso de empréstimos concedidos para vencimento em curto prazo, os ativos mais adequados como garantia são aqueles vinculados ao ativo circulante da empresa, tais como duplicatas a receber, títulos negociáveis e estoques. Já para contratos de empréstimos de longo prazo, os mais adequados para garantir as transações são os ativos permanentes. Liquidez do colateral – Depois de verificada e resolvida a questão da vida do colateral, também é importante ao credor avaliar o grau de liquidez daquilo que é oferecido como garantia, ou seja, a velocidade com que tal garantia possa ser convertida em dinheiro, transformando-se em caixa. Daí a necessidade do uso de ativos circulantes para garantia de empréstimos de curto prazo, pois são esses ativos que se convertem mais facilmente em caixa. Entretanto, mesmo a garantia sendo parte de um ativo circulante, não significa que ele seja desejável, pois alguns ativos circulantes não têm um grau de liquidez tão satisfatório, como no caso de estoque de produtos em elaboração, por exemplo. Percentuais de adiantamento – Neste caso, agora resta definir o valor que poderá ser liberado por conta do empréstimo com garantia, tomando por base o valor do ativo que será dado como colateral. Assim, Administração Financeira 81 define-se um percentual de adiantamento ao empréstimo, podendo variar até cerca de 90% do valor do colateral ou outro valor qualquer que o cedente do crédito esteja disposto a oferecer pela concretização do empréstimo. Taxa de juros e comissões – Os juros cobrados nas operações de empréstimo com garantia normalmente são superiores aos juros cobrados quando não se exige colateral. Isso ocorre exatamente em função de se acreditar que se foi necessário à oferta de garantia, é porque o risco é mais elevado. E quanto maior o risco, maior o custo da operação. O uso de duplicatas a receber como garantia Temos duas possibilidades mais usuais para obtermos financiamento de curto prazo utilizando como garantia as duplicatas a receber: factoring de duplicatas e caução de duplicatas. O factoring de duplicatas a receber O factoring de duplicatas não pode ser considerado um empréstimo em curto prazo propriamente dito. O que ocorre de fato é a venda direta dos direitos creditórios das duplicatas a uma instituição financeira ou capitalista. Entretanto, sua operacionalização se assemelha ao empréstimo garantido por duplicatas. A caução de duplicatas a receber É muito comum o uso de caução de duplicatas para garantia de empréstimo de curto prazo no dia a dia das empresas, dada a sua facilidade e disponibilidade pelas instituições financeiras. Tal facilidade é resultante do grau de liquidez que as duplicatas de um modo geral oferecem, fazendo com que as mesmas sejam largamente aceitas pelos credores. Administração Financeira 82 Tipos de caução: Temos duas possibilidades mais comuns no caucionamento de duplicatas para garantia de empréstimos: O primeiro tipo leva em consideração uma base seletiva, ou seja, o credor seleciona de todas as duplicatas oferecidas como garantia apenas aquelas que não indicam sinais de maiores riscos de não recebimento. Assim, as duplicatas que não ofereçam perfil de comportamento passado adequado no que tange a pagamento, não serão aceitas para garantir os empréstimos. A segunda possibilidade seria considerar todas as duplicatas oferecidas pela empresa interessada na obtenção do empréstimo, indistintamente, sem maiores restrições quanto ao grau de risco de não pagamento delas. Ocorre mais nos casos em que o valor das duplicatas é pequeno, não se justificando o custo da análise de risco destas. Por outro lado, como não se faz nenhuma separação entre as duplicatas de maior ou menor risco e como forma de minimizar eventuais dissabores, libera-se como adiantamento um percentual baixo, algo em torno de no máximo 50% do valor de face das próprias duplicatas. Processo de caucionar duplicatas As providências para operacionalização do processo de caucionamento de duplicatas em um empréstimo. Seleção das duplicatas consideradas aceitáveis – O cedente do empréstimo, neste caso credor da operação financeira, deverá proceder a uma análise objetivando determinar quais duplicatas serão consideradas aceitáveis como garantia. Ajuste do valor das duplicatas aceitáveis - Uma vez resolvida à questão da seleção das duplicatas, o próximo passo é ajustar o valor delas considerando a possibilidade de devoluções ou alguma dedução que possa ser concedida, pois caso isso ocorra o valor da garantia será consequentemente reduzido. Assim, providencia-se uma redução no valor do colateral aceitável por meio de um percentual fixo. Administração Financeira 83 Determinação do adiantamento - O passo a seguir é determinar o valor do adiantamento que poderá ser feito em contrapartida às garantias oferecidas para a operação de empréstimo, sendo que quanto menor o risco, maior o valor do adiantamento concedido. Emissão de aviso e cobrança - Muitas vezes o cliente de uma empresa que utilizou as duplicatas como garantia em uma operação de empréstimo, não fica sabendo da caução e remete o pagamento diretamente à empresa, caracterizando o que chamamos de caução sem notificação. O Estoque como garantia Após os títulos negociáveis, o estoque é um ativo circulante da empresa que também pode oferecer atrativo a um credor. Entretanto, algumas questões básicas cautelares relacionadas às características de um estoque devem ser tomadas para que seja realmente considerado aceitável como garantia em um empréstimo. As características do estoque Nesta unidade, você conheceu as principais contas que compõem o capital de giro de uma empresa, tanto no sentido bruto quanto no sentido líquido. Viu também a importância dos títulos negociáveis como alternativa para remuneração dos capitais temporariamente ociosos, além de conhecer um pouco mais sobre estoques e duplicatas a receber, duas das principais contas que compõem o ativo circulante de uma empresa. Acreditamos que você estará apto, então, a reconhecer e definir problemas relacionados à capacidade financeira de uma empresa em manter a liquidez e solvência, equacionando possíveis soluções e atuando de forma preventiva. Importante! Podemos deduzir que quanto maior o giro de caixa, menor será a exigência de caixa pela empresa. Administração Financeira 84 Na próxima unidade estudaremos as fontes de financiamentos, uma área muitas vezes de crucial importância não apenas para a expansão das atividades de uma empresa como também para a própria manutenção dela. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Administração Financeira 85 Exercícios - Unidade 2 1. Que a alternativa correta e que indique o significado de capital de giro no sentido bruto. a) Todas as contas que compõem o ativopermanente. b) Todas as contas que compõem o ativo realizável de longo prazo. c) Todas as contas que compõem o ativo circulante. d) Todas as contas que compõem o passivo exigível de longo prazo. e) Todas as contas que compõem o patrimônio líquido. 2. É resultante da subtração de todos os saldos mantidos no ativo circulante menos o valor de todos os compromissos existentes no curto prazo da empresa para com fornecedores em geral, funcionários, impostos etc. Estamos nos referincapital social integralizado. a) Capital inicial. b) Capital circulante líquido. c) Capital investido. d) Capital de longo prazo. Administração Financeira 86 3. Marque a alternativa correta que indique a situação de um capital circulante líquido positivo: a) Ativo circulante > passivo circulante. b) Ativo circulante = passivo circulante. c) Ativo circulante < passivo circulante. d) Ativo permanente > ativo circulante. e) Ativo realizável longo prazo = patrimônio líquido. 4. São os investimentos em curto prazo, feitos pela empresa na intenção de se obter um retorno sobre os saldos considerados temporariamente ociosos, ou que não serão necessários em dado espaço de tempo. Estamos nos referindo a: a) Obrigações de curto prazo. b) Títulos negociáveis. c) Conta corrente. d) Exigibilidades correntes. e) Cheque pré-datado. 5. Objetivando permitir um alívio da pressão no caixa de uma empresa, pode ser considerada uma estratégia básica para administração de caixa: a) Retardar o pagamento de seus compromissos. b) Retardar o recebimento das duplicatas a receber. c) Acelerar o pagamento dos fornecedores. d) Girar o estoque mais lentamente. e) Adquirir mais mercadorias. Administração Financeira 87 6. Para calcular o ciclo de caixa de uma empresa, deve-se considerar o número de dias que compreende desde o pagamento de duplicatas a pagar ao recebimento de duplicatas a receber. A afirmativa está: a) Parcialmente correta, pois se calcula o caixa mínimo operacional. b) Parcialmente incorreta, pois se calcula o giro de caixa. c) Totalmente correta. d) Totalmente incorreta. e) Parcialmente correta, porque não se considera o tempo para pagamento de duplicatas. 7. A manutenção de um determinado nível de dinheiro na conta do caixa poderá significar abrir mão da possibilidade de realizar algum investimento ou até mesmo aproveitar descontos para antecipação de pagamentos com descontos. Estamos nos referindo a: a) Caixa mínimo operacional. b) Giro de caixa. c) Capital integralizado. d) Banco conta movimento. e) Títulos negociáveis. 8. Antecipar o recebimento dos créditos é uma possibilidade de medida estratégica para gestão do caixa. Esta afirmativa está: a) Parcialmente correta por antecipar o pagamento das dívidas. b) Parcialmente incorreta pela estratégia para gestão de compras. c) Totalmente correta. d) Totalmente incorreta. e) Parcialmente correta por retardar o recebimento de créditos. Administração Financeira 88 9. São três os motivos que levam uma empresa a fazer aplicação em títulos negociáveis. Comente sobre o motivo da transação. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 10. Quando ocorre um custo de carregamento de estoques? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Administração Financeira 89 3 Fontes de Financiamentos Administração Financeira 90 Nesta unidade, trataremos das principais alternativas de fontes de financiamentos utilizadas pelas empresas, conhecendo a importância de cada uma e suas particularidades. Desejamos que ao término desta unidade você esteja em de negociar com as diversas fontes de financiamento disponíveis, viabilizando a tomada de decisão que culmine no melhor resultado econômico-financeiro. Objetivos da unidade: Identificar as principais fontes de financiamentos disponíveis. Identificar a condição necessária para a tomada de decisão para obtenção da melhor fonte de financiamento em dado momento de uma empresa. Plano da unidade: Empréstimos. Debêntures com e sem garantia. Ação preferencial. Ação ordinária. Natureza do capital próprio. Administração Financeira 91 Uma das grandes preocupações das modernas organizações está relacionada às fontes de financiamentos possíveis e disponíveis para amparar as atividades operacionais e de investimentos. Você sabe o que são as fontes de investimento? Empréstimos Os contratos de empréstimos e suas cláusulas padronizadas. Os empréstimos com prazo superior a um ano são considerados empréstimos de longo prazo. Os financiadores de crédito ou empréstimo de longo prazo formalizam as transações financeiras através de contratos, que por sua vez incluem o cumprimento de certas cláusulas padronizadas, tais como: a)Manutenção atualizada dos registros contábeis O tomador de empréstimo deverá manter atualizados todos os registros de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos e que sejam satisfatórios do ponto de vista das informações necessárias para avaliação de crédito. Administração Financeira 92 b) Apresentação e entrega das demonstrações financeiras O tomador do empréstimo fica obrigado a fornecer as demonstrações financeiras devidamente auditadas. Desta forma, o credor pode acompanhar o andamento das atividades da empresa tomadora do crédito, além de, eventualmente, solicitar reforço de garantia, caso as demonstrações financeiras assim sugiram. c)Adimplência ao pagamento de impostos e outras obrigações Na ocorrência de impostos não pagos pela empresa aos cofres públicos, tal situação pode indicar sinal de problemas com insolvência. Além disso, os empréstimos, quando solicitados junto às instituições financeiras públicas, são liberados apenas caso não haja quaisquer inadimplência com impostos/tributos. d)Obrigação com reparo e manutenção Uma empresa que possui e mantém um bom programa de manutenção e conservação, tende a não sofrer com ‘paradas’ decorrentes de problemas técnicos que poderiam ser evitados com manutenção preventiva (ou corretiva). Acredita-se que um programa de manutenção permite condições favoráveis para continuidade das operações da empresa. e)Negociação de duplicatas a receber A negociação (venda) de duplicatas a receber pode ser considerada como um ‘inimigo’ para a liquidez da empresa, pois tais recursos poderão fazer falta no fluxo de caixa futuro. As possíveis cláusulas restritivas de empréstimos Alguns agentes financeiros também exigem a inserção de cláusulas restritivas nos contratos de empréstimo objetivando reduzir seus eventuaisriscos. Desta forma, os contratos podem incluir as seguintes as cláusulas restritivas: Administração Financeira 93 Quanto a investimentos em títulos: O credor pode exigir uma restrição (proibindo ou limitando) à empresa tomadora do empréstimo, exigindo que a mesma não faça determinados investimentos em títulos durante a vigência do contrato de empréstimo. Quanto a combinações: O credor também poderá exigir da empresa tomadora que não realize nenhum processo de fusão, incorporação, consolidação ou combinação com outra empresa qualquer durante a vigência do empréstimo. Quanto à administração: Muitas vezes o credor pode considerar que a manutenção de determinados funcionários seja fundamental para a garantia do sucesso da empresa, desta forma exige a manutenção de determinada estrutura funcional. Quanto ao nível mínimo de capital de giro: Poderá ser incluído como exigência à obrigação para que a empresa tomadora do empréstimo mantenha sempre um determinado nível mínimo de capital de giro, sendo que tal nível deverá ser resultante de uma negociação entre as partes. Quanto aos ativos permanentes: Muitas vezes os credores fazem as imposições em relação à liquidação, à aquisição e à hipoteca dos ativos permanentes da empresa tomadora do empréstimo, já que tais ativos, se mal administrados, podem influir nos resultados financeiros de uma empresa. Quanto a dividendos: O credor do empréstimo pode limitar o pagamento de determinado nível de dividendos durante a vigência do contrato de empréstimo. Administração Financeira 94 Sobre empréstimo subsequente: Preventivamente, o credor pode exigir que, no caso de outros empréstimos posteriores, haja subordinação dos mesmos em relação ao empréstimo original, ou seja, que os credores posteriores concordem em aguardar até que todos os direitos e reivindicações do credor prioritário estejam liquidados. Quanto a salários: O credor poderá restringir ou até proibir aumentos salariais para funcionários especificados, objetivando evitar que a empresa sofra grandes perdas ‘de caixa’ em decorrência de pagamentos de salários vultosos. Quanto ao uso de empréstimos: Pode ocorrer quando o credor quer deixar claro a destinação/aplicação dos recursos emprestados. Debêntures com e sem garantia É um título de crédito próprio, ou seja, criado com o objetivo de circular o direito creditório, garantindo que o crédito possa ser transacionado ou passar de mãos. É um certificado que caracteriza que uma empresa fez um empréstimo e compromete-se a liquidá-lo em data futura, conforme detalhamento estipulado no próprio documento, tais como montante principal, prazo e taxa de juros. A maioria das debêntures tem prazo longo, podendo variar entre 10 a 30 anos. A proteção aos compradores de debêntures é prevista em lei e as duas principais maneiras de aquisição são por intermédio de contratos ou agentes fiduciários. Os agentes fiduciários são os intermediadores de um contrato, podendo ser pessoa física ou jurídica (financeira, banco etc.), tendo o mesmo como principal atribuição a de assegurar que o emitente do título cumpra as cláusulas contratuais, atuando em benefício dos portadores das debêntures, tomando as medidas necessárias contra os emitentes, caso estes não cumpram com suas obrigações. Administração Financeira 95 Para melhor identificação e segurança por parte dos investidores, é preciso que as debêntures tenham seu grau de risco classificado. Classificação de debêntures (segundo a Moody's) Aaa Primeira qualidade Aa Qualidade alta A Qualidade média superior Baa Qualidade média Ba Qualidade média ou especulativa B Especulativa Caa Desde muito especulativa a quase insolvente Ca Desde muito especulativa a insolvente C Qualidade baixíssima As debêntures podem assumir dois tipos distintos: as debêntures com garantia e as debêntures sem garantia. Empréstimos As Debêntures não garantidas São emitidas sem a indicação de uma caução de qualquer tipo de garantia, indicando, portanto, uma reivindicação sobre os resultados/ lucros da empresa, e não sobre qualquer um de seus ativos, ocorrendo três tipos básicos: Debêntures - Têm uma reivindicação sobre os ativos de uma empresa que sobrarem após a completa liquidação das reivindicações de todos os credores com garantia. Debêntures subordinadas - São aquelas que estão diretamente subordinadas a outros tipos de dívida. Os possuidores de dívida subordinada terão suas reivindicações satisfeitas após os demais credores em geral e antes dos acionistas comuns e preferenciais. Administração Financeira 96 Debêntures de lucros - O pagamento de juros somente é exigível quando houver lucros disponíveis. Como é uma alternativa frágil para os credores, é comum o estabelecimento de altas taxas de juros. As debêntures com garantia As debêntures com garantia se apresentam pelos seguintes tipos básicos: Debêntures com hipoteca - Têm como contraprestação de garantia a indicação sobre a propriedade real ou edificações. É comum que o valor real das garantias seja superior ao valor da debênture. Debêntures garantidas por colateral - Pode ocorrer o caso de uma debênture ter sua garantia através de um (ou mais) outro título emitido por outra(s) empresa(s), sendo que o valor de tais garantias deverá superar o valor da Debênture em algo em torno de 30%. Certificados de garantias de equipamentos - Ocorre quando uma empresa, visando à aquisição de um determinado equipamento, efetua o pagamento da parcela inicial e vende certificados para levantar os recursos adicionais necessários para comprar o equipamento do fabricante. Ações Ordinárias Os detentores titulares das ações ordinárias possuem o direito de voto na eleição de conselheiros, entretanto não têm preferência especial sobre dividendos Administração Financeira 97 ou no caso de falência da empresa. Além disso, possuem também os seguintes direitos: de participar proporcionalmente dos pagamentos de dividendos; em caso de liquidação da empresa, de participar proporcionalmente dos ativos remanescentes após o pagamento de passivos; de deliberar sobre matérias de grande importância discutidas numa assembleia geral ordinária ou extraordinária. Os acionistas ordinários também têm o direito de preferência, ou seja, de participar proporcionalmente de qualquer aumento de capital. Dividendos O pagamento feito pelas empresas aos acionistas representa um retorno sobre o capital que direta ou indiretamente foi por eles investido na própria empresa, sendo tal pagamento denominado de dividendos. O critério de pagamento de dividendos aos acionistas é resultante da deliberação do conselho de administração. Ações preferenciais São denominadas como preferenciais, pois têm preferência no pagamento de dividendos e na distribuição dos ativos da sociedade, na eventualidade de liquidação, o que difere em relação às ações ordinárias. Em resumo, os detentores de ações preferenciais recebem seus dividendos antes dos titulares de ações ordinárias. Entretanto, por outro lado, têm o direito a voto apenas aos detentores de ações ordinárias, não podendo fazer o mesmo os portadores de ações preferenciais. Dividendos cumulativos e não cumulativos Os dividendos a serem pagos aos acionistas preferenciais podem ser cumulativos ou não cumulativos, ocorrendo em mais casos os cumulativos. Administração Financeira 98 Quando os dividendos preferenciais forem cumulativos, e no caso de não serem pagos em determinado ano, os dividendos serão acumulados para o ano seguinte. Os conselheiros eleitos pelos acionistas ordinários podem postergar indefinidamente o pagamento de dividendos preferenciais, entretanto ocorrerá o seguinte: I) A renúncia ao recebimento de dividendos também deverá ser feitapelos acionistas ordinários; II) No caso de não pagamento de dividendos aos acionistas preferenciais por algum tempo, caberá aos mesmos o direito de voto, bem como outros direitos. Natureza do capital próprio Alguns aspectos distinguem o capital próprio do capital de terceiros, sendo três as diferenças básicas: Direito de propriedade - O valor investido pelos detentores de capital próprio não tem data de vencimento, ou seja, ficam à disposição da empresa por tempo indeterminado e/ou indefinido. Os detentores de capital próprio são, na verdade, os proprietários da empresa. Reivindicações sobre lucro e ativos – Os detentores de capital próprio têm direito a participar dos lucros bem como direito sobre os ativos da empresa, entretanto após a integral realização dos direitos de seus credores. Maturidade - O capital próprio é considerado uma forma permanente de financiamento exatamente por não ter uma data exata de vencimento, significando dizer que o capital inicial aplicado não será exigido em um dado momento. Por outro lado, o detentor de capital próprio pode negociar suas ações através de bolsas de valores e “resgatar”, assim, o valor investido. Ao encerrarmos a terceira unidade, estamos em condições de recapitularmos o que fora estudado. Nesta unidade você pôde conhecer as principais fontes de Administração Financeira 99 financiamento disponíveis, tais como empréstimos, debêntures, ações e capital próprio. Você conheceu também como cada uma das alternativas pode ser utilizada para o financiamento das atividades de uma empresa, desde as bases contratuais até as regras de funcionamento e utilização da cada uma das alternativas. Desejamos que você tenha se familiarizado com o assunto ao ponto de identificar e analisar qual a melhor fonte de financiamento para atendimento da necessidade de uma empresa em um dado momento. Na próxima unidade, estudaremos o custo de capital, a estrutura de capital e dividendos. Esse assunto certamente despertará sua atenção para algo que provoca grandes embates nas empresas e com seus administradores, pois muitas vezes a empresa depende de uma adequada estruturação de capital para que os resultados econômico-financeiros desejados sejam atingidos em sua plenitude. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Administração Financeira 100 Exercícios - Unidade 3 1. Os financiadores de crédito ou empréstimo de longo prazo formalizam as transações financeiras através de contratos, que por sua vez incluem o cumprimento de certas cláusulas padronizadas. O credor de um empréstimo pode exigir a inclusão de uma cláusula contratual em que obrigue o tomador de crédito a manter atualizados seus registros contábeis. Esta afirmativa é: a) Parcialmente correta, pois depende do presidente da empresa. b) Parcialmente incorreta quando não há registro contábil. c) Totalmente correta. d) Totalmente incorreta. e) Parcialmente correta, pois depende do valor contábil. 2. Um dividendo representa: a) Pagamento decorrente de garantia. b) Pagamento resultante de empréstimos bancários. c) Pagamento decorrente de retorno sobre o capital. d) Pagamento a um agiota. e) Pagamento a um fornecedor. Administração Financeira 101 3. É um título de crédito próprio, ou seja, criado com o objetivo de circular o direito creditório, garantindo que o crédito possa ser transacionado ou passar de mãos. Estamos nos referindo a (à): a) Boleto bancário. b) Cheque pré-datado. c) Cartão de crédito. d) Debênture. e) Warrant. 4. Os agentes fiduciários são os intermediadores de um contrato, podendo ser pessoa física ou jurídica (financeira, banco etc.). Trabalham em benefício dos portadores das debêntures. A afirmativa é: a) Parcialmente correta, porque não há intermediários. b) Parcialmente incorreta, pois os intermediários são os agiotas. c) Totalmente incorreta. d) Totalmente correta. e) Parcialmente correta, porque depende do valor da debênture. 5. Ocorre sem a indicação de uma caução de qualquer tipo de garantia. Trata-se de: a) Caução bancária. b) Fiança contratual. c) Cheque. d) Debênture sem garantia. e) Duplicata mercantil. Administração Financeira 102 6. Possui o direito de deliberar sobre matérias de grande importância discutidas numa assembleia geral ordinária ou extraordinária. Estamos nos referindo ao: a) Tesoureiro da empresa. b) Fornecedor da empresa. c) Acionista ordinário da empresa. d) Acionista preferencial da empresa. e) Acionista titular. 7. É correto afirmar que um credor de empréstimo com contrato de cláusulas restritivas pode exigir de seu tomador que o mesmo mantenha uma obrigação com reparo e manutenção, objetivando garantir a capacidade operacional da empresa, consequentemente, a ‘força’ geradora de caixa. Tal afirmativa é: a) Verdadeira. b) Falsa. c) Parcialmente verdadeira, pois depende do caixa. d) Parcialmente falsa, pois não é necessário capacidade operacional. e) Parcialmente verdadeira, porque não depende do caixa. 8. Uma debênture com hipoteca é considerada uma debênture com garantia e o valor da garantia normalmente é: a) igual ao valor da debênture. b) maior do que o valor da debênture. c) menor do que o valor da debênture. d) não há debênture com hipoteca. e) um valor incalculável. Administração Financeira 103 9. Quanto à natureza do capital próprio, alguns aspectos distinguem o capital próprio do capital de terceiros, dentre eles o direito à propriedade. Comente sobre o assunto. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ___________________________________________________________ 10. Quanto à possibilidade de cláusulas restritivas em contratos de empréstimos, elas ocorrem para reduzir seus eventuais riscos. Pode um contrato de empréstimo restringir a tomada de empréstimos subsequentes? Explique. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Administração Financeira 104 Administração Financeira 105 4 Custo de Capital, Estrutura de Capital e Dividendos Administração Financeira 106 Iniciamos esta nova etapa de nossos estudos registrando o quão importante é a constituição de uma adequada estrutura de capital, seus respectivos custos e a definição de uma política de dividendos que atenda, simultaneamente, aos interesses da empresa e dos acionistas. Nesta unidade, conheceremos as diversasalternativas de capital e seus respectivos custos, entenderemos a finalidade da composição de uma estrutura de capital e as providências relacionadas ao pagamento de dividendos. Esperamos que, ao concluir seus estudos dessa unidade, você esteja apto a decidir pela melhor composição de estrutura de capital e que consiga identificar entre as diversas alternativas de capital aquela que menor impacto nos custos financeiros proporcionar à empresa. Objetivos da unidade: Identificar as diferentes composições de estrutura de capital; Avaliar o impacto dos custos de diferentes alternativas de capital; Conhecer o mecanismo de pagamento de dividendos. Plano da unidade: Custo de diferentes alternativas de capital. Diferentes composições da estrutura de capital. Pagamento de dividendos. Administração Financeira 107 Custo de diferentes alternativas de capital O custo de capital nada mais é do que o preço pago por uma empresa para utilização de recursos obtidos junto às suas fontes de financiamento. O custo de capital é demasiado importante no momento em que uma empresa faz a análise de investimento para decidir se o mesmo deve ou não ser aceito, o que exige verificar se o custo de capital será menor ou maior que o retorno esperado. Assim, o custo de capital deve ser considerado como um componente padrão para tomada de decisão, reconhecendo também que os projetos deverão oferecer retornos iguais ou maiores (desejável) que o custo de capital utilizado. Quando o retorno de um investimento supera o custo de capital do projeto, significa que a empresa caminha em direção à maximização de seus resultados. Administração Financeira 108 Custo do capital próprio Sabemos que uma empresa sociedade anônima emite ações para obter capital perante seus proprietários, e que tal capital também pode ser obtido mediante a retenção dos lucros acumulados. A contrapartida ao fornecimento deste capital ocorrerá por intermédio do pagamento de dividendos em dinheiro. Podemos considerar que o valor de uma ação é resultante do valor atual dos dividendos futuros estimados, ou seja: Va = Somatório Dt / (1 + i)n Va = valor da ação = valor atual da série Dt; Dt = dividendo por ação esperado para a data n; i = taxa de desconto (compatível ao risco dos fornecedores de capital próprio) Custo de capital Ks = D1 / Va + i Do = R$ 2,50 por ação // i = 20% aa // Va =R$ 15,00, então, como D1 = Do (1 + i) Ks = (2,50 (1,20) / 15,00) + 0,20 = 0,4000 ou 40,00% aa Administração Financeira 109 Custo de capital de terceiros O capital de terceiros é fonte de financiamento de uma empresa e compreende todas as suas exigibilidades, e refere-se em especial a debêntures, ações preferenciais e empréstimos. Em qualquer das situações ou fontes, a empresa recebe certo montante para realização de seus investimentos/aplicações que mais lhe convier. Por outro lado, e como contrapartida deste financiamento, a empresa tomadora efetua uma série de pagamentos que engloba os juros e outras despesas, além do valor principal devidamente corrigido em obediência ao índice estabelecido e que caracterize a recuperação da perda de poder aquisitivo da moeda. Custo médio ponderado de capital O custo médio ponderado de capital leva em conta todas as fontes de financiamento utilizadas pela empresa, ou seja, aponta o custo geral dos recursos que estão disponíveis e em uso da mesma. Esse custo é resultante da média das taxas de custo das diversas fontes de financiamentos de que dispõe a empresa, após o IR, e ponderado pela participação de cada uma das fontes em relação ao total de fontes utilizadas pela empresa. Essa ponderação é necessária em razão dos seguintes aspectos: Cada uma das fontes, em razão de suas características próprias, considera o grau de risco de forma particular, implicando, consequentemente, em diferentes taxas de retorno (custos específicos, para a empresa). Para efeitos de avaliação se determinado investimento deve ou não ser realizado, não podemos estipular como padrão o custo da fonte especificamente usada para financiar tal investimento, pois sabemos que a empresa tem uma estrutura financeira com variadas fontes de financiamentos, que por sua vez afeta os custos das demais fontes, bem como as futuras condições de financiamento da empresa. Quando a empresa atinge o seu limite de endividamento junto a capital de terceiros, a saída será através do uso de capital próprio. Administração Financeira 110 O ideal para uma empresa é que se consiga o menor custo médio possível, proporcionando incremento das oportunidades de investimento que atinjam um retorno maior que o próprio custo (médio) de capital. Para que possamos calcular a média, necessitaremos saber o custo de cada fonte (após o IR) e qual a participação de cada fonte no total utilizado. Uma empresa pode avaliar o resultado econômico-financeiro levando em consideração apenas o custo de capital diretamente relacionado com um determinado investimento ou pode considerar os custos totais que estão à disposição do negócio como um todo, desta forma avaliando os impactos não apenas em um determinado projeto, mas na empresa em geral. Fonte Custo Participação Custo x Participação Debêntures 0,2500 0,2830 0,0708 Ações preferenciais 0,2000 0,4717 0,0943 Empréstimos 0,3800 0,1509 0,0574 Capital próprio 0,2800 0,0943 0,0264 Total custo médio 0,2489 CMPC = 24,89% aa O custo de capital trabalha, como vínculo básico, ligando as decisões de investimento de longo prazo da empresa e a riqueza dos proprietários fixada pelos investidores no mercado, sendo usado para decidir se um investimento permite Exemplificando Debêntures, no valor de R$ 1. 500.000,00, a 25% aa, após o IR. Ações preferenciais, no valor de R$ 2. 500.000,00 a 20% aa. Empréstimo no valor de R$ 800.000,00, ao custo 38% aa, após o IR. Capital próprio, no valor de R$ 500.000,00, a 28% aa. Administração Financeira 111 aumentar ou reduzir o preço da ação da empresa. O custo de capital representa a taxa de retorno esperada a ser obtida nos projetos em que investe para manter o valor de mercado de sua ação (GITMAN, 2010) . A figura 15 demonstra a estrutura do capital e a 16 apresenta-se o cálculo do CAPM: Figura 15 Estrutura de Capital. Fonte: Adaptado pelo Autor de Gitman (2010). Figura 16 Estrutura de Capital. Fonte: Adaptado pelo Autor de Gitman (2010). Administração Financeira 112 Diferentes composições da estrutura de capital Estrutura de capital Uma estrutura de capital tem um papel de fundamental importância na tomada de decisão financeira de uma empresa, já que ela compreende valor, risco e retorno. Tipos de capital Temos dois tipos básicos de capital e que são identificados no passivo: capital próprio e capital de terceiros. Passivo exigível em longo prazo = capital de terceiros Patrimônio líquido = capital próprio O capital de terceiros, obtido através de empréstimos e quem têm data preestabelecida para ser liquidado, é resultante de todo e qualquer recurso de longo prazo utilizado pela empresa. O capital próprio, também de longo prazo e que se mantém a disposição da empresa por um período indeterminado, tem sua origem nos recursos disponibilizados pelos donos da empresa. A ação preferencial, a ação ordinária e os lucros retidos são as três fontes básicas de capital próprio. Administração Financeira 113 Risco e estrutura de capital Toda empresa mantém uma determinada estrutura de capital, com seu consequente grau de risco. A estrutura de capital deve ser compatível com o tipo de negócio existente e resulta em determinado nível de risco financeiro. Assim, o risco passa a ser um importante elemento no processo decisório daestrutura de capital das empresas. Pagamento de dividendos Dividendos e política de dividendos Os dividendos podem ter dois caminhos: serem distribuídos em dinheiro aos sócios ou serem reaplicados sob forma de investimentos em nome dos próprios acionistas. A princípio, as duas alternativas parecem convidativas e possíveis, e sua definição, entretanto, dependerá de algumas considerações. Dividendo em dinheiro e pagamento de dividendos Quando falamos em dividendo, geralmente nos referimos à distribuição de lucros em dinheiro. Se por outro lado a empresa efetua um pagamento de outra forma que não através de lucros correntes ou lucros retidos, então temos uma distribuição. Administração Financeira 114 Entretanto, genericamente qualquer pagamento feito diretamente pela empresa a seus acionistas pode ser considerado um dividendo (ou como parte de sua política de dividendos). Os principais tipos básicos de dividendos em dinheiro são: Dividendos regulares em dinheiro - É o tipo de dividendo mais comum, podendo ocorrer em torno de quatro vezes ao ano, com pagamentos feitos diretamente aos acionistas, e ao longo do curso regular das operações da empresa. Dividendos extraordinários - Quando ocorrer, significará a possibilidade de se repetir no futuro ou não. Dividendos especiais - Caso ocorra, será decorrente de uma situação única, não sendo repetido. Dividendos de liquidação - Ocorre quando parte ou total da empresa está sendo liquidada ou até mesmo desfeita por uma razão qualquer. De qualquer forma, seja pelo tipo que for o pagamento de dividendos em dinheiro implicará em impacto no caixa e/ou lucros retidos da empresa, exceção feita quando no caso do dividendo de liquidação. Método-padrão de pagamento de dividendos em dinheiro O conselho de administração de uma empresa é o órgão responsável pela deliberação acerca dos pagamentos de dividendos. Uma vez decidido o pagamento de dividendos pelo conselho, automaticamente passa a ser uma obrigação da empresa, e sua anulação não é tarefa fácil. Após a declaração de pagamento de dividendos, a distribuição será feita aos acionistas que estejam devidamente registrados em data específica. Etapas do pagamento de dividendos: Data da declaração - É a data em que o conselho de administração declara que haverá pagamento de dividendos. Administração Financeira 115 Data ex-dividendo - Esta medida serve para resguardar o direito ao dividendo à pessoa correta. É considerado detentor do direito aquele que tiver a titularidade sobre o título dois dias úteis antes da data de registro. Se uma pessoa adquirir antes desta data, terá o direito ao dividendo. Caso a aquisição seja fora deste prazo, terá direito ao dividendo o titular anterior. Data de registro - A empresa elabora uma lista, baseada em seus registros, com a indicação de todos os seus investidores. Em 30 de janeiro deverá ser feito o registro da lista com a indicação dos acionistas registrados. Data de pagamento - Os cheques para pagamento dos dividendos são enviados pelo correio. A política de dividendos é importante? A política de dividendos estabelecida pela empresa vai nortear as providências que serão tomadas quanto à decisão de distribuir ou não os lucros gerados. Pagar, pagar pouco ou não pagar nada; essa é a questão a ser definida pela política de dividendos. Política de dividendos intermediária (atende interesses da empresa e dos acionistas) É baseada em cinco aspectos vitais: Projetos que indiquem VAL - valor atual líquido positivo não deve ser descartado em detrimento de pagamento de dividendos I) evitar reduções de pagamento de dividendos; II) evitar a necessidade de emissão de novo lote de ações; III) manutenção de uma adequada relação entre capital próprio e capital de terceiros; IV) manutenção de um adequado índice de distribuição de lucro. Ao concluirmos esta unidade, podemos afirmar que agora reunimos as condições básicas necessárias para entendermos com mais propriedade a estrutura de capital que esteja sendo utilizada por uma empresa, bem como a realização do Administração Financeira 116 cálculo para identificação de seu custo de capital, seja de uma fonte em específico que esteja financiando um projeto, ou seja, da empresa como um todo. Esta unidade também lhe permitirá o desenvolvimento do raciocínio lógico, crítico e analítico para operar com valores e equacionar soluções que dependam de uma tomada de decisão. Novamente chamamos sua atenção para o desenvolvimento de atitudes que lhe estimulem a iniciativa, participação, senso de pesquisa e de análise global. Na próxima unidade, estudaremos a avaliação de projetos de investimentos. Este assunto lhe permitirá identificar a capacidade e oportunidade de uma empresa em realizar ou não um projeto de investimento que esteja sendo objeto de avaliação. A tomada de decisão dos investimentos estará alicerçada nos cálculos necessários para a avaliação dos projetos, devidamente auxiliados pela matemática financeira. Como é bom quando terminamos uma jornada e chegamos à conclusão de que logramos êxito naquilo em que nos propomos. E para que tenhamos esta convicção, vale lembrar a importância de você realizar as atividades desta unidade de estudo, presentes no caderno de exercício. Sua iniciativa através da revisão e resolução das atividades será sempre uma ferramenta de reforço que lhe auxiliará em seus estudos. Não se esqueça de também de fazer uso do ambiente virtual. Estaremos sempre à disposição. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Administração Financeira 117 Exercícios - Unidade 4 1. É o preço pago por uma empresa para utilização de recursos obtidos junto as suas fontes de financiamento. Estamos nos referindo à (ao): a) Linha de crédito. b) Crédito ao portador. c) Custo médio ponderado. d) Custo de capital. e) Custo de oportunidade. 2. Analise a afirmação abaixo: O custo de capital deve ser considerado como um componente padrão para tomada de decisão, reconhecendo também que os projetos deverão oferecer retornos iguais ou maiores (desejável) que o custo de capital utilizado. Marque a alternativa correta: a) A firmação está correta, pois o investimento da empresa caminha em direção à minimização de seus resultados. b) A afirmação está errada, pois um investimento supera o custo de capital do projeto, significa que a empresa caminha em direção à maximização de seus resultados. c) A afirmação está correta, pois a empresa caminha em direção à maximização de seus custos. d) A afirmação está correta, pois os custos da empresa são a maximização dos projetos. e) A afirmação está correta, pois o investimento significa que a empresa caminha na direção de seus resultados de capital do projeto. Administração Financeira 118 3. Compreende os custos das fontes de financiamento de uma empresa, e em especial a debêntures, ações preferenciais e empréstimos. Estamos nos referindo a (ao): a) Custo do capital próprio. b) Custo do capital impróprio. c) Custo médio ponderado de capital. d) Custo marginal de capital. e) Todas as alternativas estão corretas. 4. Aponta o custo geral dos recursos que estão disponíveis e em uso da empresa, ou seja, leva em conta todas as fontes de financiamento utilizadas. A afirmação diz respeito à (ao): a) Capital próprio. b) Capital de terceiros. c) Custo médio ponderado de capital. d) Custo marginal de capital. e) Todas as alternativas estão corretas. 5. Assinale a alternativa correta que indique os tipos básicos de capital: a) Capital de terceiros e capital próprio. b) Patrimônio líquido e caixa. c) Duplicatas a recebere financiamento bancário. d) Capital próprio e patrimônio líquido. e) Todas as alternativas estão corretas. Administração Financeira 119 6. Analise as afirmações abaixo: I) O capital próprio é considerado de curto prazo. II) O capital próprio se mantém na empresa por um período indeterminado. Marque a alternativa correta: a) A primeira afirmação é falsa e a segunda afirmação é verdadeira. b) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda afirmação é falsa. c) As duas afirmações são verdadeiras. d) As duas afirmações são falsas. e) A primeira sentença justifica a segunda sentença. 7. Genericamente qualquer pagamento feito diretamente pela empresa a seus acionistas pode ser considerado um dividendo (ou como parte de sua política de dividendos). Das alternativas abaixo, escolha aquela que indicar dois tipos básicos de dividendos. a) Dividendos extraordinários e dividendos especiais. b) Dividendos temporários e dividendos únicos. c) Dividendos de liquidação e dividendos temporários. d) Dividendos regulares e dividendos únicos. e) Todas as alternativas estão corretas. Administração Financeira 120 8. São consideradas etapas do pagamento de dividendos: a) Data da declaração e data ex-dividendo. b) Data de recebimento e data de registro. c) Data de pagamento e data de antecipação. d) Data ex-dividendo e data de envio. e) Data do protocolo e data do acordo. 9. Explique o motivo pelo qual uma política de dividendos é importante. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ _____________________________________________________________ 10. Qual o significado de dividendos regulares em dinheiro? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Administração Financeira 121 5 Avaliação de Projetos De Investimentos Administração Financeira 122 Esta unidade de estudos será de grande valia para o desenvolvimento de habilidades que contribuam para sua reflexão e atuação crítica sobre a avaliação de projetos de investimentos empresariais. Questões relacionadas com o risco e a incerteza, com a lucratividade, o tempo de recuperação de um investimento e a taxa de retorno serão alvo de nossas atenções a partir deste momento. Os estudos desta unidade os proporcionarão as condições básicas necessárias para definição em o quê investir, quando investir e por que investir, tudo obviamente amparado pelos resultados financeiros advindos dos cálculos que as técnicas de avaliação nos permitem. Objetivos da unidade: Conhecer o desenvolvimento do cálculo de projetos de investimentos. Identificar a condição necessária para tomada de decisão em relação a investir ou não em um determinado projeto. Plano da unidade: Técnicas de investimento de capital: risco e incerteza. Técnicas de avaliação de projetos de investimento. Administração Financeira 123 Técnicas de investimento de capital: risco e incerteza Sempre que estejamos necessitando de avaliar uma possibilidade de projeto de investimento, devemos inicialmente levar em conta dois fatores que fortemente impactarão na tomada de decisão: a definição de um padrão para efeitos de comparação e o custo de capital relacionado ao projeto avaliado. Quanto à necessidade do estabelecimento de um padrão Sempre que se avalia o resultado esperado de um determinado investimento, obtido através do uso das técnicas de investimento de capital, devemos comparar este resultado com um padrão previamente estabelecido. Tal padrão terá como principal objetivo indicar se os resultados obtidos através das técnicas de investimento de capital estão dentro dos níveis desejados pela empresa. Assim, a decisão de realizar ou não determinado investimento dependerá da comparação entre o índice obtido e o padrão estabelecido pela empresa. Cabe ressaltar que o estabelecimento de um padrão levará em conta questões objetivas (ex.: dados históricos, situação mercadológica, índice de lucratividade desejado, etc.) e também questões subjetivas (ex.: grau de tolerância ao risco). Já vimos anteriormente que o objetivo da função financeira é o de maximizar o retorno dos investimentos. Assim, quaisquer projetos devem ser avaliados tomando por base esse princípio. Quanto à necessidade de se avaliar o custo de capital da empresa Inicialmente, cabe dizer que por custo de capital entende-se o custo geral dos recursos utilizados por uma empresa para que ela consiga manter suas atividades. Outra questão importante a se considerar é que alguns métodos de avaliação levam em conta o valor do dinheiro no tempo e outros não. Administração Financeira 124 Os métodos que estudaremos e que levam em conta o valor do dinheiro no tempo são: taxa interna de retorno, valor atual líquido e índice de lucratividade. Os demais métodos, período de recuperação do Investimento (payback) e taxa média de retorno, não de baseiam nesse conceito, ou seja, não se apoiam em fluxos de caixa descontados (a um determinado custo de capital). Entretanto, cabe salientar que para uma avaliação mais ampla é fundamental o entendimento acerca do resultado de cada uma das técnicas, já que cada uma tem sua importância individual e todas são complementares entre si. Técnicas de avaliação de projetos de investimento Períodos de recuperação do investimento (payback) Um método bem simples de avaliação mede o tempo necessário, conforme escala utilizada, para que o investimento inicial realizado seja recuperado, igualado ou superado. Considera as entradas líquidas de caixa acumuladas. Administração Financeira 125 A aceitação ou rejeição de um projeto considerando o payback vai depender do padrão estabelecido, ou seja, do prazo máximo tolerado pela empresa para que a recuperação do investimento ocorra. A título de ilustração, vamos considerar que a empresa tenha estabelecido como padrão um prazo máximo de quatro anos para que a recuperação do investimento ocorra. Vejamos o exemplo através do caso abaixo. Empresa XPTO - Fluxo de caixa acumulado ANO FLUXO DE CAIXA DO PERÍODO FLUXOS ACUMULADOS 0 ( - ) RRR$160.000,00 ( - ) RRR$160.000,00 1 + RRR$ 45.500,00 ( - ) RRR$114.500,00 2 + RRR$ 27.500,00 ( - ) RRR$ 87.000,00 3 + RRR$110.000,00 + RRR$ 23.000,00 4 + RRR$ 66.500,00 + RRR$ 89.500,00 5 + RRR$ 76.000,00 + RRR$165.500,00 Calculando o payback: (último fluxo acumulado negativo x 12 / fluxo de caixa do período que anula o saldo negativo do fluxo acumulado) Período = RRR$ 87.000,00 x 12 meses ------------------------------ = 9,5 meses RRR$ 110.000,00 O resultado de 9,5 meses indica o intervalo de tempo existente dentro da escala anual. De antemão, sabemos que o payback ocorrerá entre o final do 2º ano (fluxo acumulado ainda é negativo)e o final do 3º. ano (fluxo de caixa já é positivo). Assim, sabemos que o payback é mais do que 2 anos e menos do que 3 anos. Então, pelos cálculos, o payback é 2 anos e 9 meses. Administração Financeira 126 Quanto ao risco, a empresa poderia estabelecer como margem algo em torno de 15% do prazo calculado (ou outra taxa qualquer). Desta forma, deveríamos acrescentar mais 15% sobre o prazo encontrado de 2 anos e 9 meses. Obteríamos 3 anos e 2 meses, ainda inferior ao padrão estabelecido neste exemplo, que foi de 4 anos, significando que baseado neste método o projeto pode ser aceito. Taxas médias de retorno Ainda também sem levar em conta o valor do dinheiro no tempo, a taxa média de retorno requer a observância das seguintes etapas: Identificação do fluxo líquido médio por período, que é obtido dividindo-se o fluxo líquido total do projeto pelo seu número de períodos. Divisão do fluxo líquido médio obtido pelo valor do investimento exigido no projeto. O resultado será a taxa média de retorno, que indicará uma porcentagem aproximada do investimento que é recuperada ao ano pela empresa. Aqui neste caso, novamente se faz necessária a comparação do resultado obtido com um padrão estabelecido pela empresa. Vamos considerar que tal padrão tenha sido de 28% aa. Vamos então, calcular a TMR. (A) Fluxo líquido total (tabela anterior) R$ 325.500,00 * (B) Número de períodos (anos) 5 anos (C) Fluxo líquido médio (C) = (A) / (B) R$ 65.100,00 (D) Investimento exigido R$ 160.000,00 (E) Taxa média de retorno (E) = (C) / (D) 40,69% aa * considerando os fluxos acumulados, ou seja, R$ 4.500,00 + R$ 27.500,00 + R$110.000,00 + R$ 66.500,00 + R$76.000,00 = R$ 25.500,00 Com o padrão de 28% aa estabelecido pela empresa, o retorno líquido médio exigido seria de R$ 44.800,00 aa. Administração Financeira 127 O fluxo efetivamente calculado deste projeto seria de R$ 65.100,00 aa, significando uma taxa de retorno de 40,69 % aa, ou seja, superior ao padrão estabelecido e indicando que o projeto deveria ser aceito. Valor atual líquido ou valor presente líquido. Este método leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. Este método trás para o valor presente (data zero ou momento atual), o valor do fluxo projetado em data futura “n”. Para se calcular é necessário o uso de um fator para descontar os fluxos futuros. Desta forma, requer a consideração de uma taxa de desconto que reflita o custo de capital da empresa. Assim, devemos considerar as seguintes etapas para o procedimento de cálculo do VPL: Projetar e desenvolver a série de fluxos de caixa do projeto e definir uma taxa de desconto. A título de ilustração, consideremos que o custo de capital de uma empresa fictícia fosse de 17% aa. Assim, caso os seus recursos não sejam aplicados com um retorno no mínimo igual ao custo de capital, a empresa poderá obter maior rentabilidade aplicando tais recursos em outras alternativas de investimento, inclusive podendo ser fora da própria empresa, significando que o projeto inicialmente aventado deve ser rejeitado por não rentabilizar acima do custo de capital; Utilizando a taxa de desconto definida, converter os fluxos futuros de caixa em valores atuais, mediante uso da fórmula 1 / (1 + i) ^n, (i = taxa de desconto e n = o número de períodos). Tais valores podem ser obtidos através de cálculos com o uso das tabelas financeiras, disponíveis em livros de matemática financeira. É importante salientar que o fluxo inicial, no tempo “zero” não requer procedimento de cálculo, já que o mesmo corresponde ao valor presente, já que por meio da fórmula acima com “n” igual a “zero”, temos resultado “um” e multiplicando o capital por um, temos como resposta o valor do próprio capital. Administração Financeira 128 Confrontar o resultado obtido com o cálculo do valor atual das saídas com o valor atual das entradas. Quando a diferença decorrente desta comparação for positiva, significará que o projeto deverá ser aceito, já que tal resultado indicará que a taxa (interna) de retorno supera o custo de capital de 17% aa. Caso o resultado seja inferior ao custo de capital, então o projeto deverá ser recusado. Exemplo de cálculo do valor atual líquido do projeto da Empresa XPTO. Ano Fluxo de Caixa Fator de valor atual a 17% aa Valor atual do fluxo a 17% 0 (-) R$ 160.000,00 1,0000 (-) R$ 160.000,00 1 +R$ 45.500,00 0,8547 R$ 38.888,85 2 +R$ 27.500,00 0,7305 R$ 20.088,75 3 +R$ 110.000,00 0,6244 R$ 68.684,00 4 + R$ 66.500,00 0,5337 R$ 35.491,05 5 + R$ 76.000,00 0,4561 R$ 34.663,60 Valor Atual Líquido + R$ 37.816,25 Temos que o valor atual líquido é a diferença existente entre o valor atual das entradas e o valor atual das saídas, já considerado o custo de capital como taxa de desconto, neste caso de 17% aa. Assim, neste exemplo, encontramos que o valor atual líquido do projeto é positivo em R$ 37.816,25, superior, portanto, a zero, devendo o projeto ser aceito. Índice de lucratividade Neste caso, dependemos inicialmente do cálculo do valor atual líquido das entradas e do valor atual líquido das saídas, pois a apuração do índice de lucratividade é obtida simplesmente dividindo um pelo outro. IL Valor atual das entradas Valor atual das saídas O resultado deste cálculo apontará para valores iguais, inferiores ou superiores a “um”, sendo interessantes para as empresas os projetos em que o índice de lucratividade seja superior a “um”. Sempre que o valor atual líquido for maior do que “zero”, consequentemente, o índice de liquidez será maior do que “um”. Administração Financeira 129 Taxa interna de retorno A TIR é a taxa que indica o limite máximo de custo de capital que um projeto poderá suportar. Quando calculamos a viabilidade de um projeto utilizando a TIR como taxa de desconto, o resultado será sempre ‘zero’, pois a TIR é a taxa de desconto igual aos fluxos futuros de um projeto a ‘zero’. Quando a TIR for superior ao custo de capital, o resultado do valor atual líquido do projeto será superior a zero, indicando que o mesmo deve ser aceito. No caso de a TIR ser inferior ao custo de capital, consequentemente, o projeto deverá ser rejeitado, já que o VAL será negativo, ou abaixo de zero. Resumindo, podemos afirmar que a TIR é a taxa que faz com que o valor atual das entradas seja igual ao valor atual das saídas. Feito isso, o resultado do fluxo será “zero”. Neste caso, o processo de cálculo segue o mesmo princípio do cálculo utilizado para o valor atual líquido, entretanto mais extenso e demorado, já que teremos a ocorrência de tentativa e erro, pois teremos que calcular a diferentes taxas e várias vezes até a obtenção da taxa que transforme o valor atual líquido igual à zero. Voltando ao exemplo anterior da empresa "XPTO", já determinamos o valor atual líquido a 17%aa., e obtivemos + R$ 37.816,25. Para identificarmos a TIR, teremos que igualar o fluxo a R$0,00. Cálculo da TIR da empresa "XPTO" Taxa de desconto Valor atual líquido 15% + R$ 48.492,96 17% + R$ 37.816,25 20% + R$ 23.283,80 25% + R$ 2.462,08 30% - R$ 14.907,06 Os resultados advindos dos cálculos com várias taxas de desconto indicam que o valor atual líquido passa por zero entre as taxas de 25% e 30% aa, pois calculando com uma taxa de 25% aa o valor atual líquido é de R$ 2.462,08 e com a taxa de 30%aa o valor atual líquido fica em R$ 14.907,06. Administração Financeira 130 Consideraremos, então, a taxa de 26% aa. O valor atual líquido encontrado é de - R$ 1.262,57 . Como as tabelas financeiras não trazem a indicação de taxas e fatores infinitos, faremos uma aproximação linear interna de retorno. Assim, temos que a taxa interna do retorno é 26,00 - 0,3390 = 25,66% aa., superior ao custo de capital de 17% aa;logo o projeto deve ser aceito. Do resultado encontrado da TIR, podemos considerar que o custo de capital até 25,66% aa., ou seja, igual ao valor da TIR, o projeto poderá ser aceito, pois o VPL será igual a zero. Quando o custo de capital ficar acima desta taxa o VPL será negativo e abaixo da mesma taxa o VPL será positivo. Para calcular a TIR utilizando a calculadora financeira HP 12C (f) REG 160.000(CHS) (g) CFo 45.500,00 (g) CFj 27.500,00 (g) CFj 110.000,00 (g) CFj 66.500,00 (g) CFj 76.000,00 (g) CFj (f) IRR - 25,66 Utilizando a calculadora financeira HP 19 BII [FIN] [CFLO] [ ] CLEAR DATA [YES] 160.000,00 [+/-] [INPUT] 45.500,00 [INPUT] [INPUT] 27.500,00 [INPUT] [INPUT] 110.000,00 [INPUT] [INPUT] Administração Financeira 131 66.500,00 [INPUT] [INPUT] 76.000,00 [INPUT] [INPUT] [CALC] [IRR%] - 25,66% Ao concluirmos esta quinta etapa, é indispensável que você realize uma revisão do conteúdo estudado. Nesta unidade você aprendeu as técnicas de avaliação de projetos de investimentos, que o possibilita o domínio das ferramentas necessárias para aceitação ou rejeição de uma proposta de investimento empresarial. Acreditamos que agora você esteja em condições de comparar diversas alternativas de projetos e optar por aquela que efetivamente traga maior maximização de resultados aos empreendedores e à própria empresa. Na próxima unidade, estudaremos o valor econômico agregado, uma importante ferramenta auxiliar na avaliação de mercado de uma empresa. Este assunto certamente despertará sua curiosidade, pois se baseará em demonstrações contábeis e equações matemáticas que lhe conduzirão ao entendimento sobre as possíveis situações econômicas em que uma empresa pode se encontrar. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Administração Financeira 132 Exercícios - Unidade 5 1. Sempre que estejamos necessitando de avaliar uma possibilidade de projeto de investimento, devemos inicialmente levar em conta dois fatores que fortemente impactarão na tomada de decisão. Indique a alternativa correta. a) A definição de um padrão e o custo de capital. b) A contratação de apólice de seguro e a definição de um padrão. c) O custo de capital e demonstração financeira primária. d) A demonstração financeira primária e a definição de um padrão. e) Os recursos monetários e a inflação. 2. O padrão definido terá como principal objetivo indicar se os resultados obtidos através das técnicas de investimento de capital estão dentro dos níveis desejados pela empresa. A afirmação está: a) Totalmente correta. b) Totalmente errada porque depende do objetivo. c) Parcialmente correta porque depende da técnica empregada. d) Parcialmente errada. e) Parcialmente correta pois não há um nível desejado. Administração Financeira 133 3. São os métodos de avaliação de projetos de investimentos que levam em conta o valor do dinheiro no tempo: a) Payback e taxa média de retorno. b) Payback e taxa interna de retorno. c) Valor presente líquido e taxa interna de retorno. d) Taxa interna de retorno e taxa média de retorno. e) Todas as alternativas anteriores. 4. Mede o período de recuperação do investimento. Estamos nos referindo à (ao): a) Taxa interna de retorno. b) Valor presente líquido. c) Índice de lucratividade. d) Payback. e) Taxa média de retorno. 5. O Valor presente líquido é um método que leva em consideração o valor do dinheiro no tempo, ou seja, o fluxo de caixa descontado. A afirmativa está: a) Correta em parte, pois se trata da taxa interna de retorno. b) Incorreta no todo. c) Totalmente correta. d) Totalmente incorreta. e) Incorreta em parte, pois se trata do índice de lucratividade. Administração Financeira 134 6. Podemos afirmar que quando o índice de lucratividade de uma empresa for superior a “1” (um), automaticamente o valor presente líquido será maior que “zero” (0). Marque a resposta correta. a) Impossível de ocorrer tal combinação de resultado. b) Nunca haverá índice de lucratividade acima de “1”. c) O enunciado descreve uma combinação real de possibilidade. d) O valor presente líquido será sempre abaixo de “zero” quando o índice de lucratividade for acima de “um”. e) A taxa interna de retorno dependerá da taxa bancária. 7. É a taxa que indica o limite máximo de custo de capital que um projeto poderá suportar. A afirmação se refere à (ao): a) Custo de capital. b) Payback. c) Taxa interna de retorno. d) Taxa de juros capitalizados. e) Taxa média de retorno. 8. Identificação do fluxo líquido médio por período, que é obtido dividindo-se o fluxo líquido total do projeto pelo seu número de períodos. Estamos nos referindo à (ao): a) payback. b) taxa média de retorno. c) taxa interna de retorno. d) índice de lucratividade. e) valor atual líquido. Baseado nas informações a seguir, responda as questões 9 e 10. Administração Financeira 135 Investimento realizado......................................... R$ 110.000,00 Período de tempo considerado......................... 5 anos Receitas totais 1º., 2º. e 3º anos (cada um) .... R$ 48.000,00 Receitas totais 4º. e 5º anos (cada um) ........... R$ 68.000,00 Despesas totais 1º., 2º. e 3º anos (cada um) .. R$ 17.000,00 Despesas totais 4º. e 5º anos (cada um) ......... R$ 21.000,00 9. Calcule o payback. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Administração Financeira 136 10. Calcule a taxa média de retorno. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ Administração Financeira 137 6 Valor Econômico Agregado- EVA Administração Financeira 138 Esta unidade de estudos aborda uma grande ferramenta auxiliar de avaliação no valor das empresas, algo considerado de extrema valia aos administradores e proprietários das empresas, pois indica se o investimento realizado está ou não agregando valor ao negócio. Permite também, como consequência, a definição de estratégias, políticas e diretrizes que conduzam as atividades operacionais das organizações em direção à otimização dos resultados, algo que certamente vem ao encontro dos interesses dos investidores de modo geral. Desta forma, os estudos desta unidade lhe proporcionarão uma visão mais crítica das condições econômico-financeiras além de uma percepção mais ampla daquilo que é revelado nas demonstrações contábeis. Objetivos da unidade: Avaliar a capacidade e condições de uma empresa em gerar valor adicionado aos negócios; Apurar a visão crítica e analítica acerca das demonstrações contábeis em prol dos processos de tomada de decisão no âmbito econômico-financeiro. Plano da unidade: EVA - valor econômico agregado e MVA - valor de mercado adicionado. Matriz de indicadores do EVA. MVA e EVA por unidade de negócio e consolidado. Administração Financeira 139 EVA - valor econômico agregado e MVA - valor de mercado adicionado O lucro apontado pela contabilidade de uma empresa, na maioria das vezes, é o que mais chama a atenção dos empreendedores, investidores ou acionistas. Embora o lucro contábil de fato tenha sua importância, temos outra alternativa que permite uma melhor interpretação acerca do desempenho econômico: o EVA – Economic Value Added, que traduzindo significa valor econômico agregado ou adicionado. O EVA passa a ser uma importante ferramenta de informação complementar àquela proporcionada pelos resultados apontados na Demonstração de Resultados, mais precisamente no lucro. Importante destacar que o EVA é uma marca registrada pela Stern Stwuart & Co, empresa norte-americana de consultoria. Resumidamente, podemos afirmar que o EVA consiste em apreciar e demonstrar os efeitos quando o lucro operacional num determinado momento for superior ao custo do capital investido no mesmo período, significando que a empresa obteve um EVA® positivo. No caso de o resultado apresentar um EVA negativo, não significará, necessariamente, que a situação seja irrecuperável, ou não possa ser revertida, podendo apenas indicar que a empresa está vivendo o momento de maturação dos seus investimentos. Sabemos que o objetivo da administração financeira é a maximização dos resultados, com consequente criação de valor para o proprietário/acionista das empresas. Assim, torna-se de fundamental importância a determinação do valor da empresa e seu permanente monitoramento, objetivando verificar se a criação de valor está acontecendo conforme desejado pelo proprietário. Administração Financeira 140 Também sabemos que compete ao administrador a tomada de decisões que impacta diretamente no fluxo de caixa da empresa, bem como seu comprometimento com a análise de projetos de investimentos. Desta forma, todas as providências tomadas pelo administrador terão como meta a elevação do valor de mercado da empresa em que atua. Quando nos referimos à possibilidade de criação de valor para uma empresa estamos falando de MVA – market value added, ou melhor, valor de mercado adicionado. O MVA gera os seguintes benefícios: Permite uma visão de longo alcance em relação ao impacto das decisões tomadas; Enfatiza a importância de uma adequada estrutura de capital, custo de capital próprio e de terceiros, política de dividendos; Integra a área financeira ao planejamento estratégico; Os gestores trabalharão de maneira mais integrada e interdependente, utilizando os mesmos procedimentos, filosofia, conceitos e objetivos em obediência às metas estabelecidas pela empresa; Auxilia na identificação da taxa mínima de retorno a ser exigida nos atuais e em novos projetos que interessem à empresa; Permite a percepção de contribuição de cada gestor na criação de valor para os proprietários/acionistas da empresa; Os objetivos da empresa tornam-se mais pontuais, claros, consistentes e mensuráveis; Auxilia a tomada de decisão em processos de reorganização societária em momentos de fusões, joint-ventures, aquisição ou venda de participações acionárias e/ou cisões; Administração Financeira 141 O EVA é obtido através da rentabilidade líquida dos ativos deduzida do custo médio ponderado de capital. Uma empresa precisa avaliar os possíveis resultados dos projetos que estejam em desenvolvimento. A soma do resultado desses projetos precisa atingir uma taxa de retorno que supere o custo médio de seus financiamentos. Empresa ‘XPTO’ Demonstrativo patrimonial Em 31/12/200 AO = resulta dos investimentos necessários de uma empresa para que ela consiga gerar receita operacional, tais como: o caixa mínimo, as duplicatas a receber, os estoques e as imobilizações produtivas. PO = resultante de todos os financiamentos em que a própria operação da empresa oferece, tais como: fornecedores, salários a pagar, impostos, etc. CCT – Custo de capital de terceiros. CCP – Custo de capital próprio. AOL – Ativo operacional líquido: AO – PO Resumo: Importante! Uma empresa consegue ter MVA – valor de mercado adicionado quando viabiliza a ocorrência de um EVA – valor econômico agregado. Administração Financeira 142 AOL................................... R$ 36.000,00 (AO – PO: 40.000,00- 4.000,00) Capital de terceiros........... R$ 16.000,00 Capital próprio.................. R$ 20.000,00 Concluímos que os dados acima nos revelam que o retorno obtido na gestão dos ativos operacionais deverá ser, pelo menos, igual à soma do custo do capital de terceiros e custo do capital próprio. Quando isso ocorrer, a empresa não estará ‘destruindo’ valor, ou como poderíamos dizer de forma mais simples, a empresa não estaria diminuindo de tamanho. O AOL de $ 36.000 é financiado pelo CP e CT, sabendo que as duas fontes têm custo financeiro. Supondo que CCT seja de 10% e o CCP seja de 12%, ambos já deduzidos o IR, podemos calcular o custo médio ponderado de capital. O CMPC significará o custo final utilizado pela empresa em sua estrutura de financiamento como um todo, ou seja, considerará todas as fontes de financiamento disponíveis para a operacionalização dos negócios bem como seus respectivos custos, e é calculado considerando o custo de cada fonte de capital utilizada e ponderada em relação à soma dos valores correspondentes a todas as fontes de capital utilizadas pela empresa. CMPC líquido (já deduzido IR de 30%) = R$ 16.000,00 / R$ 36.000,00X 0,10 + R$ 20.000,00 / R$36.000,00 x 0,12 = 11,11%. O resultado de 11,11% significa ser a taxa mínima de retorno necessária a ser obtida na gestão sobre o AOL. CMPC bruto (sem deduzir IR 30%) = R$ 16.000,00 / R$36.000,000 X 0,1428 + R$ 20.000,00 / R$36.000,00 x 0,1714 = 15,87% Resumo das taxas: CCT: Bruto = 14,28 e líquido (já deduzido 30% IR) = 10,0 CCP: Bruto = 17,14 e líquido (já deduzido 30% IR) = 12,0 Exemplo: (1) = 0,1587 x R$ 36. 000,00 (2) = 0,30 x R$ 5.713,00 (3) = 0,10 x R$ 16.000,00 Administração Financeira 143 RAOL – Retorno sobre o ativo operacional = LO / AOL: R$ 5.713,00 / 36.000 = 15,87 O valor de R$ 4.000,00 correspondenteao LO, é o valor de equilíbrio, ou seja, é o valor do lucro operacional que a empresa necessita obter para absorver o CCT e o CCP. Em outras palavras, o resultado obtido é o lucro operacional mínimo, no caso suficiente para remunerar o custo total do capital de terceiros e capital próprio. Esse resultado aponta que a empresa não criou nem destruiu valor adicionado, pois R$ 1.600,00 cobre o custo de capital de terceiros e R$ 2.400,00 o custo do capital próprio (R$1.600,00 + R$2.400,00 = R$ 4.000,00). Vejamos outra apresentação do demonstrativo de resultados: Demonstrativo de Resultados para o ano de 2000 Lucro operacional R$ 5.713,00 (1) ( - ) Imposto de renda R$ 1.713,00 = LO após o IR e antes dos juros R$ 4.000,00 ( - ) Juros – CCT R$ 1.600,00 Lucro após o IR R$ 2.400,00 ( - ) Custo capital próprio - CCP R$ 2.400,00 = EVA R$ 0 Neste exemplo, o EVA da empresa corresponde a zero, o que nos indica que o LO de R$ 4 000,00 reflete uma linha de corte. Na DRE – Demonstração de Resultado, temos dispostas acima do lucro operacional (R$ 4.000,00) as contas relacionadas aos gastos da operação da empresa, tais como salários, matérias primas, energia, despesas administrativas etc. Ainda no DRE e abaixo do lucro operacional, temos os gastos da empresa com a estrutura de capital, neste caso R$ 1.600,00 + R$ 2.400,00. Assim, objetivando alterar a situação de EVA = Zero, criando valor adicionado, poderíamos adotar o seguinte: Administração Financeira 144 a) providenciar alterações nas políticas internas da empresa, aumentado as receitas e/ou reduzindo os gastos operacionais; b) providenciar corte nos custos com a estrutura de capital. O EVA nos permite entender uma empresa como captadora e aplicadora de recursos. Existirá EVA positivo quando o custo da captação for inferior ao custo da aplicação dos recursos. Expressão matemática do E V A Administração Financeira 145 O EVA poderá ser expresso da seguinte forma: EVA = LO – CCT – CCP , portanto; EVA = LO – (CCT + CCP) Ao final do DRE teremos a indicação do EVA - Valor Econômico Adicionado – EVA, podendo ocorrer três situações: EVA positivo, ocorrendo quando o RAOL superar o CMPC. EVA igual a zero, ocorrendo quando o RAOL se igualar ao CMPC. EVA negativo, ocorrendo quando o RAOL for inferior ao CMPC.. Uma demonstração simples para cada uma das situações acima: CMPC = 11,11% EVA igual a zero: RAOL = R$ 4.000,00 / R$ 36.000,00 = 11,11% EVA = RAOL – CMPC x R$ 9.000,00 EVA = 11,11 – 11,11 x 9.000,00 EVA = 0,000 x R$ 9.000,00= R$ 0 O EVA é igual a zero, pois a empresa está captando recursos a uma taxa de 11,11% e aplicando-os aos mesmos 11,11%. EVA positivo (por exemplo, igual a R $ 1.500,00 ) RAOL = (R$ 4.000,00+ R$ 1.500,00) / R$ 36. 000,00 R$ 5.500,00 / R$ 36.000,00= 15,28% EVA = RAOL - CMPC x R$ 36.000,00 EVA = (15,28 – 11,11) / 100) x R$ 36.000,00 0,0417 x R$ 36.000,00= R$ 1.500,00 Administração Financeira 146 Neste caso, significa que a empresa capta recursos a 11,11% e aplica-os a 15,28%, resultando em um EVA positivo de R$ 1.500,00. Assim, como o EVA é de R$ 1.500,00, temos um retorno sobre o capital próprio de 19,5% (R$ 2.400,00 - Lucro após o IR + R$1.500.00- EVA positivo) / R$ 20 .000,00). Estes 7,5% (19,5 – 12,0) de taxa acima do mínimo esperado de 12% (CCP, informado no início do exemplo) aplicados sobre o capital próprio de R$ 20.000,00 identificam o EVA de R$1.500,00. EVA negativo (por exemplo, igual a - R$ 1.500,00) RAOL = (R$ 4.000,00 - R$ 1.500,00 ) / R$ 36 .000,00 = 6,94% EVA = RAOL – CMPC x R$ 36.000,00 = EVA = (6,94 – 11,11) x R$ 36. 000,00 = EVA = - 0,0417 x R$ 36. 000,00 EVA = - R$ 1.500,00 Neste caso, significa que a empresa capta recursos a 11,11% e aplica-os a 6,94%, resultando em um EVA negativo de R$ 1.500,00. Assim, como o EVA é de - R$ 1.500,00 temos um retorno sobre o capital próprio de 4,5% (R$ 2.400,00 lucro após o IR - R$ 1.500,00 - EVA negativo) / R$ 20.000,00). Estes 7,5% (4,5 – 12,0) de taxa abaixo do mínimo esperado de 12% (CCP, informado no início do exemplo) aplicados sobre o capital próprio de R$ 20.000,00 identifica o EVA de - R$ 1.500,00. Matriz de indicadores do E V A Administração Financeira 147 Leverage = alavancagem = Nível de utilização de recursos de terceiros para aumentar as possibilidades de lucro, aumentando, consequentemente, o grau de risco da operação, ou capacidade que uma empresa possui de usar seus ativos ou recursos com um custo fixo, com o objetivo de aumentar o retorno dos acionistas. A matriz acima indicada facilita o acompanhamento da evolução econômica de uma empresa, já que os indicadores apontam para o EVA. Para que uma empresa consiga criar valor, é preciso que se adotem as seguintes estratégias: Aumentar a margem operacional (componente do RAOL); Aumentar o giro sobre os ativos (componente do RAOL); Aumentar a alavancagem financeira (ampliar a relação dívida / capital próprio). MVA e EVA por unidade de negócio e consolidado Já sabemos que é preciso o auxílio das demonstrações financeiras/contábeis para apurarmos o EVA. Vimos anteriormente que uma empresa consegue ter MVA – Valor de Mercado Adicionado – quando viabiliza a ocorrência de um EVA – valor econômico agregado, sendo que o EVA é obtido através da rentabilidade líquida dos ativos deduzida do custo médio ponderado de capital. Considerando o mesmo exemplo, vamos calcular o MVA da empresa utilizando o EVA positivo de R$ 1.500,00. De forma bem simples, podemos identificar o MVA da empresa mediante a divisão do valor do EVA pelo custo de capital próprio, ou seja, pela fórmula MVA = EVA / CCP. Substituindo os valores, temos: MVA = EVA / CCP MVA = 1.500 / 0,12 MVA = 12.500 Administração Financeira 148 Em resumo, temos no exemplo que o EVA da empresa é de R$ 1.500,00e seu MVA é de R$ 12.500,00. EVA Consolidado Lucro líquido R$ 3.900,00(LL 2.400,00+ EVA 1.500,00) (-) CCP R$ 2. 400,00 (CCP x CP, ou seja, CCP x Pat.Líq.) 0,12 x 20.000,00= 2.400,00 = EVA consolidado R$ 1.500,00 MVA consolidado MV (valor de mercado) = LL (lucro líquido) / CCP (custo de capital próprio) MV = LL / CCP (3.900 / 0,12) R$ 32.500,00 CAPITAL PRÓPRIO (patrimônio líquido) R$ 20.000,00 MVA (MV – CP) R$ 12.500,00 MVA = EVA / CCP R$ 12.500,00 (1.500,00/ 0,12) No exemplo acima, percebemos que a empresa está conseguindo criar valor, já que os custos dos recursos utilizados estão abaixo dos rendimentos obtidos, significando um EVA de $ 1.500 e, consequente, MVA de $ 12.500. Ao concluirmos esta derradeira etapa de nossos estudos na disciplina Administração financeira, lembramo-nos da importância de sua atitude voltada para uma permanente revisão do conteúdo estudado. Nesta unidade, você teve a oportunidade de aprender os procedimentos para elaboração de cálculo do EVA e do MVA, indispensáveis ferramentas para avaliação de resultados e verificação de comportamento da situação do valor de uma empresa e suas tendências em consonância aos números indicados nas demonstrações contábeis. Desejamos pleno sucesso em sua jornada e reforçamos nossa total disponibilidade para acompanhá-lo e apoiá-lo em seu desenvolvimento acadêmico e profissional. Conceitos aplicados a Finanças. Administração Financeira 149 Segundo Hoji (2014), o objetivo econômico das empresas é maximizar seu lucro, assim aumentar também seu valor de mercado, consequentemente agregar riqueza aos proprietários (representados pelos acionistas nas empresas de capital aberto e sócios nas de cotas de responsabilidade limitada). Assim, de acordo, com ele uma empresa pode ser visualizada como um sistema de geração de lucro para aumento dos recursos investidos. Na figura 01 demonstramos este macrossistema:Figura 01 – Visão da empresa representando um sistema de geração de lucro. Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). Atividades Empresariais Para Hoji (2014), as atividades de uma entidade são agrupadas segundo sua natureza, sendo estas divididas conforme a figura 02: Administração Financeira 150 Figura 02 – Atividades Empresariais. Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). Para Gitman (2010), finanças, é definida com a arte e ciência da gestão monetária, neste sentido ele afirma que todos recebem, levantam, gastam ou investem seus recursos aqui representados pelo dinheiro. Ainda para este, está diretamente relacionado ao processo, às instituições, aos mercados, aos mecanismos envolvidos na transferência monetária entre indivíduos, empresa e organismos legais, representados pelo Governo. De acordo com Gitman (2010), a administração financeira, representa as atividades relativas ao administrador financeiro nas empresas, sendo estes responsáveis por gerir o negócio financeiro da entidade em todas as suas formas para melhorar e desenvolver a estratégia empresarial, consequentemente criando uma vantagem competitiva no mercado. Para Maximiano (2010), o papel do administrador esta voltado para a gestão do negócio, na figura 03 demonstra-se tal sistema: Administração Financeira 151 Figura 03 – Papel do Administrador Financeiro. Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Maximiano (2010). Pode-se ainda detalhar mais estes pontos segundo ele, da seguinte forma: I) Objetivos – Resultados esperados; II) Recursos – Informações, tempo, espaço, dinheiro etc.; III) Decisões – Planejamento, Organização, execução, direção e controle. Segundo Maximiano (2010), este processo é representado por um PDCA4, conforme figura 04 e 05: 4 Para Fonseca (2006) representa uma ferramenta de controle gerencial de processos distribuído em fases distintas a saber: Planejamento, Controle, Desenvolvimento e Ação. Ainda de acordo com ele tem a função de definir padrões e estabelecer metas operacionais. Disponível em: <http://www.leansixsigma.com.br/acervo/ACERVO_5115851.PDF>. Acesso em: 17/11/2016. Administração Financeira 152 Figura 04 – PDCA. Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Maximiano (2010). Figura 05 – PDCA, detalhado. Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Maximiano (2010). Administração Financeira 153 Demonstração de Resultado – DRE, e as Atividades empresariais. Para Hoji (2014), as atividades operacionais representadas por investimentos e financiamentos, são executadas em função da atividade fim da empresa, gerando consequentemente receitas e despesas. De acordo com ele, ainda existem atividades que têm classificação operacional que sob o enfoque gerencial se encaixam como não operacionais, as figuras 06 e 07 demonstram como isto se aplica, em relação a ambas: Figura 06 – DRE e Atividades empresariais Operacionais e Não Operacionais. Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). Administração Financeira 154 Figura 07 – DRE e Atividades empresariais Operacionais e Não Operacionais. Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). Conceitos Financeiros Básicos – Inflação e Deflação A seguir, apresentaremos os principais conceitos financeiros básicos: Juros Simples, Juros Compostos, Valor do dinheiro no tempo e Equivalência de Capitais. Segundo Hoji (2014), o conceito de inflação equivale ao crescimento generalizado de preços, que provoca a diminuição do poder aquisitivo da moeda (compra de bens e serviços), isto é, a mesma quantidade disponível passa a comprar (poder aquisitivo); menos moeda (compra de bens e serviços), o inverso disto, ou seja, a diminuição e decrescimento generalizado dos preços provoca o aumento do poder aquisitivo, consequentemente a mesma quantidade de moeda passa a comprar mais moeda disponível, dá-se o nome disto de deflação. Administração Financeira 155 Para Hoji (2014), o cálculo da variação dos níveis de preços, demonstrado na figura 08, fica assim disposto: Figura 08 – Inflação e Deflação. Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). Realizando os cálculos encontra-se a seguinte solução: 1066+1079+1093+1108 / 4 1012+1025+1039+1054 / 4 - 1 = 1087 1033 - 1 = 0,0523 = 5,23% Caso o critério de variação a ser considerado fosse o “ponta a ponta”, ter-se-ia como solução a inflação do mês conforme abaixo: = 1118 1033 - 1 = 0,0823 = 8,23% Número Índice: Segundo Hoji (2014), este indicador é utilizado em várias áreas de conhecimento, tais como demografia, economia e finanças, mensurando índices como taxa de natalidade, populacional, variação de produção e emprego, sua formula é a seguinte: In = (1 + Δn) x In-1 Δn = (In / Ib) Onde: In = Índice do período de referência5; Δn = Variação do período de referência, sendo apresentado na forma de percentual, sendo: In = Índice Final e Ib = Índice Inicial ou Base. 5 O período de Referência pode ser por: dia, mês, trimestre, semestre, ano etc. Administração Financeira 156 In-1 = Índice do período anterior ao de referência. Para reajustarmos o valor original tem-se a seguinte equação: VR = VB x (In / Ib), VR = Valor a ser reajustado; VB = Valor-Base; In = Índice Final; e Ib = Índice Inicial ou Base. Exemplo: Reajustar o valor-base de $ 1.500 do mês de Fev/14 para Set/14: Figura 09 – Índices de Inflação. Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). Administração Financeira 157 Logo, tem-se: VR = $ 1.500 x (1,019 / 1,040) = $ 1.640,66 Existem alguns índices inflacionários, com diferentes finalidades, abaixo descrevemos os mais importantes, na figura 10 detalham-se estes: Figura 10 – Índices de Inflação mais importantes Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). Administração Financeira 158 Segundo Hoji (2014), os termos a seguir compõem o arcabouço teórico que se faz necessário para a correta compreensão das operações financeiras comuns na figura 15 detalham-se os principais para devida compreensão: Figura 11 – Arcabouço teórico das operações financeiras. Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). Para Hoji (2014), os juros simples são calculados pelo capital inicial, de forma proporcional ao número capitalizado, tendo por Equação: J = C . i . n Onde: J = Juros; C = Capital Inicial; i = Taxa de Juros; n = Tempo. Administração Financeira 159 I. Exemplo: Calcular o juro produzido por um capital de $ 10.000, aplicado durante 7 meses, à taxa de juros simples de 3% a.m. J = C x i x n J = $ 10.000 x 0,03 x 7 = $ 2.100,00 II. Exemplo: Calcular o montante de um capital de $ 10.000, aplicado durante 7 meses, à taxa de juros simples de 3% a.m. Forma de cálculo 1: M = C + J M = $ 10.000 + $ 2.100 = $ 12.100 Forma de cálculo 2: M = C x (1 + i x n) M = $ 10.000 x (1 + 0,03 x 7) M = $ 12.100 Para Hoji (2014), relativo a forma de capitalização esta pode ser simples e composta, abaixo segue a fórmula genérica de ambas: Capitalização Simples - VF = VP x ( 1 + i )n Capitalização Composta – VF = VP x ( 1 + i )n Onde: VF = Valor Futuro; VP = Valor Presente; i = Taxa de Juros aplicada; n = Tempo. Administração Financeira 160 “Os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para operações de empréstimos e financiamento de longo prazo , envolvendo desembolsos periódicos do principal e encargos financeiros” . “Os Sistemas de amortização de empréstimos e financiamento tratam, basicamente de forma pela qual o principal e os encargos financeiros são restituídos ao credor do capital” (ASSAF NETO; 2009). Principais sistemas de Amortizações: Sistema de Amortização Constante – SAC Este sistemaapresenta como característica o valor da amortização constante onde sua obtenção ocorre pela divisão do valor do principal pelo prazo da operação. As prestações neste sistema são decrescentes em progressão aritmética. Amortização = Valor do Empréstimo / Número de Prestações. Sistema de Amortização Francês – (Price) Este sistema é amplamente utilizado no mercado financeiro de habitação onde as prestações devem se iguais e periódicas e sucessivas. Prestação = PV . [ i. ( 1+ i ) / ( 1 + i ) - 1 ] Sistema de Amortização Misto - SAM Este sistema representa basicamente a media aritmética entre o sistema de amortização SAC e o sistema de amortização SAF. Prestação = (Prestação SAM + Prestação SAF) / 2 Sistema de Amortização Americano – SAA Neste sistema a devolução do capital emprestada é efetivado no final do contrato, não cabendo amortizações intermediárias. Direto ao Ponto (Considere as mesmas variáveis utilizadas no SAC para realização do cálculo das demais sistemas de amortização): SAC Empréstimo R$ 100.000,00 Prazo 10 anos Juros a.a 0,140175 Administração Financeira 161 Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 0,00 1 90.000,00 10.000,00 14.017,50 24.017,50 2 80.000,00 10.000,00 12.615,75 22.615,75 3 70.000,00 10.000,00 11.214,00 21.214,00 4 60.000,00 10.000,00 9.812,25 19.812,25 5 50.000,00 10.000,00 8.410,50 18.410,50 6 40.000,00 10.000,00 7.008,75 17.008,75 7 30.000,00 10.000,00 5.607,00 15.607,00 8 20.000,00 10.000,00 4.205,25 14.205,25 9 10.000,00 10.000,00 2.803,50 12.803,50 10 0,00 10.000,00 1.401,75 11.401,75 Total 100.000,00 77.096,25 177.096,25 SAF Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 94.833,10 5.166,90 14.017,50 19.184,40 2 88.941,93 5.891,17 13.293,23 19.184,40 3 82.224,96 6.716,96 12.467,44 19.184,40 4 74.566,45 7.658,52 11.525,88 19.184,40 5 65.834,40 8.732,05 10.452,35 19.184,40 6 55.878,34 9.956,06 9.228,34 19.184,40 7 44.526,68 11.351,65 7.832,75 19.184,40 8 31.583,81 12.942,87 6.241,53 19.184,40 9 16.826,67 14.757,14 4.427,26 19.184,40 10 0,95 16.825,72 2.358,68 19.184,40 Total 99.999,05 91.844,95 191.844,00 Administração Financeira 162 SAM Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 92.416,55 7.583,45 14.017,50 21.600,95 2 84.470,96 7.945,59 12.954,49 20.900,08 3 76.112,48 8.358,48 11.840,72 20.199,20 4 67.283,22 8.829,26 10.669,07 19.498,33 5 57.917,20 9.366,02 9.431,43 18.797,45 6 47.939,17 9.978,03 8.118,54 18.096,58 7 37.263,34 10.675,83 6.719,87 17.395,70 8 25.791,91 11.471,44 5.223,39 16.694,83 9 13.413,34 12.378,57 3.615,38 15.993,95 10 13.412,86 1.880,21 15.293,08 Total 99.999,52 84.470,60 184.470,13 SAA Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 100.000,00 14.017,50 14.017,50 2 100.000,00 14.017,50 14.017,50 3 100.000,00 14.017,50 14.017,50 4 100.000,00 14.017,50 14.017,50 5 100.000,00 14.017,50 14.017,50 6 100.000,00 14.017,50 14.017,50 7 100.000,00 14.017,50 14.017,50 8 100.000,00 14.017,50 14.017,50 9 100.000,00 14.017,50 14.017,50 10 100.000,00 100.000,00 14.017,50 14.017,50 Total 100.000,00 140.175,00 240.175,00 Administração Financeira 163 Abaixo, segue a análise comparativa entre as quatro sistemas de amortização: Período SAC PRICE SAM SAA 0 1 24.017,50 19.184,40 21.600,95 14.017,50 2 22.615,75 19.184,40 20.900,08 14.017,50 3 21.214,00 19.184,40 20.199,20 14.017,50 4 19.812,25 19.184,40 19.498,33 14.017,50 5 18.410,50 19.184,40 18.797,45 14.017,50 6 17.008,75 19.184,40 18.096,58 14.017,50 7 15.607,00 19.184,40 17.395,70 14.017,50 8 14.205,25 19.184,40 16.694,83 14.017,50 9 12.803,50 19.184,40 15.993,95 14.017,50 10 11.401,75 19.184,40 15.293,08 114.017,50 Total 177.096,25 191.844,00 184.470,13 240.175,00 Para Filho (2003), em relação aos índices financeiros estes tem a seguinte definição. Na Figura 12 detalhado: Figura 12 – Conceitos dos Indicadores. Fonte: Adaptado pelo próprio autor de FILHO (2003). Abaixo, segue os principais indicadores financeiros com seu entendimento: Administração Financeira 164 Figura 13 – Conceitos dos Indicadores Estrutura Índice Fórmula Padrão Para que serve Entendi- mento PA TRIN O N IA L Estrutura de Capitais e Endividam ento Participação do CT em relação ao PL PC + PELP PL Mede o grau de depen- dência da empresa em relação a terceiros Q uanto m enor m elhor Participação do CT em relação ao AT PC + PELP AT Mede o quanto dos investimentos são garantidos por terceiros Composição da forma de endivi- damento C / P PC PC + PELP Mede a dívida da empresa que vence a curto prazo Composição da forma de endivi- damento L / P PELP PC + PELP Mede a dívida da empresa que vence a longo prazo Dependência crédito por instituições financeiras Financ. Inst. Financeiras PL Mede o quanto do PL está comprometido com as instituições financeiras Imobilização do PL A IMOB PL Mede a quantidade de recursos próprios investidos no Ativo Imobilizado Imobilização de recursos não correntes A IMOB PL + PELP Mede a quantidade de recursos totais investidos no Ativo Imobilizado Fonte: Adaptado pelo próprio autor de (FILHO, 200; ASSAF NETO, 2010, MARION, 2010, GROPELLI, 2012; HOJI, 2014). Administração Financeira 165 Figura 14 – Conceitos dos Indicadores. Estrutura Índice Fórmula Padrão Para que serve Entendi- mento FIN AN CEIRA Liquidez e Prazos M édios Liquidez imediata Disponibilidades PC Capacidade de a empresa pagar suas obrigações de curto prazo utilizando a Conta Caixa e Bancos Q uanto m aior m elhor Liquidez corrente AC PC Capacidade de a empresa pagar suas obrigações de curto prazo Liquidez geral AC + ARLP PC + PELP Capacidade de a empresa pagar todas as suas obrigações Liquidez seca AC - Estoq PC Capacidade de a empresa pagar suas obrigações de curto prazo sem comprometer o estoque Prazo médio de estoque Estoq Méd CPV × 360 Prazo em que o estoque gira, ou seja, se renova. Ciclo do estoque Quanto menor melhor Prazo médio do recebimento de vendas Duplic. Receber Méd Rec Líquida × 360 Prazo em que a empresa recebe seu contas a receber (vendas) Prazo médio de pagamento de compras Fornec. Méd Compras ×360 Prazo em que a empresa paga seus compromissos com os fornecedores (compras) Quanto maior melhor Fonte: Adaptado pelo próprio autor de (FILHO, 200; ASSAF NETO, 2010, MARION, 2010, GROPELLI, 2012; HOJI, 2014). Figura 15 – Conceitos dos Indicadores. Fluxo líquido total (Tabela anterior) (A) R$ 325.500,00 * Número de períodos (anos) (B) 5 anos Fluxo líquido médio (C) = (A) / (B) (C) R$ 65.100,00 Investimento exigido (D) R$160.000,00 Investimento médio exigido (E) R$160.000,00 / 2 = 80.000 Taxa média de retorno (F) = (C) / (E) (F) 81,375 % aa Fonte: Adaptado pelo próprio autor de (FILHO, 200; ASSAF NETO, 2010, MARION, 2010, GROPELLI, 2012; HOJI, 2014). Administração Financeira 166 Leitura Complementar: CARVALHO, Juracy Vieira de. Análise econômica de investimentos: EVA: valor econômico agregado. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. É hora de se avaliar Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Administração Financeira 167 Exercícios - Unidade 6 1. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo considerando a tabela SAF/ PRICE Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 1 2 3 4 5 Total Administração Financeira 168 2. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo considerando a tabela SAC SD A = SD/n de Parcelas J = PV/n x (n - t) x i P = A + J Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 1 2 3 4 5 Total 3. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo considerando a tabela SAM SD = SAC + SAF / 2 A = SAC + SAF / 2 J = SAC + SAF / 2 PMT = SAC + SAF / 2 Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 1 2 3 4 5 Total Administração Financeira 169 4. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo considerando a tabela SAA. Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 1 2 3 4 5 Total 5. Seu Inácio recebeu a seguinte proposta de investimento: aplicar 1.000.000 tendo como retorno, nos próximos três anos, respectivamente: 400.000, 500.000 e 300.000. o custo de oportunidades (TMA) é de 12% aa. O investimento deve ser realizado? 6. Dona Flor decidiu comprar um apartamento e, ao chegar à imobiliária, fizeram-lhe a seguinte proposta: a) 3.000.000 a vista b) Ou cinco parcelas anuais, respectivamente, de 800.000; 500.000; 500.000; 500.000; 950.000. Administração Financeira 170 Por possuir um perfil conservador, dona Flor conseguiu, no banco uma taxa de juros de 10%aa. Defina de que forma dona Flor deve comprar o apartamento e calcule a TIR 7. Considere as premissas abaixo e atribua (V) para Verdadeiro e (F) para Falso: ( )O cálculo do payback é utilizado para determinar o tempo necessário para a recuperação do investimento original. ( )Na utilização do regime de competência para apurar o resultado econômico e avaliar a rentabilidade de suas operações, as organizações consideram as receitas no momento do recebimento do recurso financeiro resultante de um negócio. ( )Na administração financeira, o critério de tomada de decisão de maximização do lucro desconsidera os riscos e as incertezas do mercado. ( ) A ênfase do administrador financeiro reside no fluxo de caixa, que se refere ao reconhecimento das receitas, no momento da venda, e das despesas, quando incorridas. Administração Financeira 171 Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: c) V,F,V,F d) F,V,F,V e) V,V,F,F f) F,F,V,V g) V,V,VF 8. Considere os seguintes ativos cuja rentabilidade em 2017 é dada conforme abaixo: Poupança = 7,42% CDB = 11,22% Dólar = - 23,34% Bolsa de Valores = 74,55% Administração Financeira 172 Desta forma seu Juvenal aplicou seus recursos da seguinte maneira: 18% na poupança, 23% no CDB, 13% no dólar e o restante na bolsa de valores. Pede-se: a) Qual o retorno médio desse investidor? b) Qual o risco a que esteve exposto? 9. Admita uma taxa de juros livre de risco em 9% ao ano. O retorno esperado da carteira de mercado em 34%. Pede-se: a) Se determinada ação possui um beta de 0,90, qual o seu retorno esperado com base no CAPM? b) Se outra ação tem um retorno esperado de 39%, qual deve ser o seu beta? Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA das respostas aos quesitos (a) e (b) respectivamente nesta ordem: a) 31,5% e 1,20 b) 30,3% e 2,1 c) 1,20 e 31,5% d) 2,1 e 30,3% e) 30,3% e 1,2 Administração Financeira 173 10. Considere os seguintes dados financeiros de uma empresa hipotética em determinado ano: Valor de mercado das dívidas: $ 70 milhões Ativos Totais (Valor de Mercado): $ 115 milhões EVA apurado no período: $ 4 milhões WACC = 13,5% Número de Ações emitidas: 1.250.000 Preço de mercado da Ação: $ 33,00/ação Com base nestas informações, pede-se: a) O valor de mercado da empresa. b) O MVA com base no modelo da Stern Stewart. Administração Financeira 174 Considerações finais Caro aluno, Concluímos os nossos estudos de Administração financeira. Ao longo das unidades de estudo você teve a oportunidade de aprender sobre as principais funções de um administrador financeiro e como a Economia e a Contabilidade podem contribuir para o processo de gestão empresarial. Você pôde também vislumbrar a importância da administração do capital de giro de uma empresa, ocasião em que aprendeu as questões que influenciam o grau de liquidez e as melhores alternativas para administração dos ativos circulantes. Também é relevante registrar a capacidade desenvolvida para a definição das melhores fontes de financiamento disponíveis, bem como a definição da estrutura de capital e seus custos. Já na fase final dos estudos, você teve a oportunidade de tomar conhecimento das principais ferramentas para a avaliação de projetos de investimento bem como verificação das condições possíveis para agregação de valor em uma empresa. A Universo EAD o parabeniza pela trajetória e conquista decorrentes de seus estudos, ampliando sua bagagem de conhecimento e habilidades que contribuirão enormemente por toda seu caminho profissional. Entretanto, não se contente com a conquista, pois conhecimento é algo que faz parte de um processo continuado. Portanto, mantenha o hábito dos estudos. Administração Financeira 175 Conhecendo os autores Wagner de Barros Filho Graduou-se em Administração pela Universidade Católica de Goiás-UCG, com especializações em Administração empresarial, também pela UCG, em Docência Universitária pela UNIVERSO e curso de Análise de transações financeiras, pela FINANCE/SP. É Mestre em Administração pelo Centro Universitário do Triângulo- UNITRI. É autor de várias obras e artigos sobre Administração financeira, consultor de empresas, ex-executivo de empresas industriais e comerciais, capital aberto (S/A) e limitadas, e também com larga experiência em Holdings e Cooperativas. Foi diretor acadêmico da UNIVERSO Campus de Goiânia no período de 1999 à 2003 e diretor geral do mesmo campus entre 2005 e 2008. Leonardo Soares Francisco De Almeida Bacharel em Contabilidade pela Universidade Federal Fluminense (2007), Pós- graduado em Controladoria e Finanças (2011), Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal Fluminense. Administração Financeira 176 Referências ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. BRIGHAN, E. F. & WESTON, J. F. Fundamentos da Administração Financeira. São Paulo: Makron Books, 10ª Edição, 2000. FILHO, Armando Megalli. Curso Básico de Finanças. São Paulo: Atlas, 2003. GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Harbra, 2002. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2010. GROPPELLI, A. A. & NIKBAKHT, E. Administração Financeira. São Paulo: Saraiva, 2ª Edição, 2002. HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. Matemática Financeira Aplicada, Estratégias Financeiras e Orçamento Empresarial. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2014. MOREIRA, Claudio Filgueiras Pacheco. Contabilidade das Instituições Financeiras. Resumo da Teoria para o Concurso do BNDES. Rio de janeiro, 2009. ROSS, S. A.; WESTERFIELD,R. W.; JORDAN, D. J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1997. SANVICENTE, A. Z. Administração Financeira. Rio de Janeiro: Atlas, 3ª Edição, 1995. SIEGEL, JOEL; SHIM, JAE. Pensando Financeiramente. São Paulo: Business Books, 2000. MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade Empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. FILHO, Nelson Casarotto. et. al. Análise de Investimentos: Matemática Financeira, Engenharia Econômica, Tomada de Decisão e Estratégia Empresarial. 11. ed. São Paulo: Atlas 2010. Administração Financeira 177 A nexos Administração Financeira 178 Gabaritos Exercícios – Unidade 1 1. a 2. c 3. c 4. d 5. b 6. d 7. a 8. c 9. Primeiramente faz-se necessário determinar a melhor e mais adequada composição de financiamento a curto e longo prazos. Esta é uma decisão imprescindível, pois impacta na lucratividade e na liquidez global da empresa. Em seguida, é importante conhecer e decidir sobre quais as melhores fontes de financiamento a curto ou longo prazos num determinado momento e que poderão contribuir para o financiamento das atividades operacionais da empresa. 10. Nesta atribuição, cabe ao administrador financeiro determinar qual a melhor composição (valor aplicado nos ativos circulantes e fixos) e quais os tipos de ativos devem ser mantidos no balanço patrimonial da empresa. Depois de decidida qual a melhor composição, o administrador financeiro precisa resolver quais os níveis de cada tipo de ativo circulante e trabalhar para mantê-los, ou seja, o valor monetário e sua participação percentual em relação ao ativo total. Complementarmente, deve também identificar quais são os melhores ativos fixos a serem adquiridos e incorporados, avaliando quando os mesmos se tornarão obsoletos e quando necessitarão ser modificados ou substituídos. Administração Financeira 179 Exercícios – Unidade 2 1. c 2. c 3. a 4. b 5. a 6. c 7. a 8. c 9. A empresa investe em títulos negociáveis considerando o fato de que o vencimento da aplicação deve coincidir com a exata data de vencimento de suas obrigações, de modo tal que o resgate seja feito e simultaneamente o recurso possa ser utilizado para pagamento dos compromissos existentes para aquela determinada data. 10. Quando há ocorrência de custos diretos e de oportunidade pela manutenção dos estoques Exercícios – Unidade 3 1. c 2. c 3. d 4. d 5. d 6. c 7. a 8. b Administração Financeira 180 9. O valor investido pelos detentores de capital próprio não tem data de vencimento, ou seja, ficam à disposição da empresa por tempo indeterminado e/ou indefinido. Os detentores de capital próprio são, na verdade, os proprietários da empresa. 10. Preventivamente, o credor pode exigir que, no caso de outros empréstimos posteriores, que haja subordinação dos mesmos em relação ao empréstimo original, ou seja, que os credores posteriores concordem em aguardar até que todos os direitos e reivindicações do credor prioritário estejam liquidados. Exercícios – Unidade 4 1. d 2. b 3. d 4. c 5. a 6. a 7. a 8. a 9.A política de dividendos estabelecida pela empresa vai nortear as providências que serão tomadas quanto à decisão de distribuir ou não os lucros gerados. Pagar, pagar pouco ou não pagar nada; essa é a questão a ser definida pela política de dividendos. 10.É o tipo de dividendo mais comum, podendo ocorrer em torno de quatro vezes ao ano, com pagamentos feitos diretamente aos acionistas, e ao longo do curso regular das operações da empresa. Administração Financeira 181 Exercícios – Unidade 5 1. a 2. a 3. c 4. d 5. c 6. c 7. c 8. b 9- Fluxo Líquido de Caixa Fluxo Acumulado de Caixa Ano 0 R$ (110.000,00) R$ (110.000,00) Ano 1 48.000,00 - 17.000,00 = 31.000,00 (79.000,00) Ano 2 48.000,00 - 17.000,00 = 31.000,00 (48.000,00) Ano 3 48.000,00 - 17.000,00 = 31.000,00 (17.000,00) Ano 4 68.000,00 – 21.000,00 = 47.000,00 30.000,00 Ano 4 68.000,00 – 21.000,00 = 47.000,00 77.000,00 Payback =R$ (17.000,00 x 12 ) / 47.000,00 = 4,3 Payback = 3 anos e 4 meses Obs.: Ao final do 3º ano, o fluxo acumulado de caixa ainda é negativo em R$ 17.000,00 e ao final do 4º ano já é positivo em R$ 30.000,00. Então, sabemos que a recuperação do valor de R$ 110.000,00 investidos ocorrerá em um momento entre o final do 3º ano e final do 4º ano. Assim, o resultado de 4,3 indica o número de meses que a recuperação ocorre após o final do 3º ano. Temos, então, 3 anos + 4 meses. Administração Financeira 182 10. Soma do fluxo líquido de caixa de todos os períodos R$ 31.000,00 + 31.000,00 + 31.000,00 + 47.000,00 + 47.000,00 = 187.000,00 Divide R$187.000,00 pelo número de períodos avaliados: 187.000,00 / 5 = 37.400,00 Divide o resultado R$ 37.400,00 pelo valor do investimento 37. 400,00 / 110.000,00 = 34,0% aa, que é a taxa média de retorno. Exercícios – Unidade 6 1. PMT = PV X [(1+i)n x i / (1+i)n - 1 SD A = P-J J = SD x i(de cada período) PMT = PV X [(1+i)n x i / (1+i)n - 1 Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 10.000,00 1 8.295,44 1.704,56 800,00 2.504,56 2 6.454,51 1.840,93 663,63 2.504,56 3 4.466,30 1.988,20 516,36 2.504,56 4 2.319,04 2.147,26 357,30 2.504,56 5 0,00 2.319,04 185,52 2.504,56 Total 10.000,00 2.522,82 12.522,82 Administração Financeira 183 2. SD A = SD/n de Parcelas J = PV/n x (n - t) x i P = A + J Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 10.000,00 - - - 1 8.000,00 2.000,00 800,00 2.800,00 2 6.000,00 2.000,00 720,00 2.720,00 3 4.000,00 2.000,00 640,00 2.640,00 4 2.000,00 2.000,00 560,00 2.560,00 5 - 2.000,00 480,00 2.480,00 Total 10.000,00 3.200,00 13.200,00 3. SD = SAC + SAF / 2 A = SAC + SAF / 2 J = SAC + SAF / 2 PMT = SAC + SAF / 2 Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 100.000,00 1 8.147,72 1.852,28 800,00 2.652,28 2 6.227,25 1.920,46 691,82 2.612,28 3 4.233,15 1.994,10 578,18 2.572,28 4 2.159,52 2.073,63 458,65 2.532,28 5 0,00 2.159,52 332,76 2.492,28 Total 10.000,00 2.861,41 12.861,41 Administração Financeira 184 4. Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 0 10.000,00 1 10.000,00 - 800,00 800,00 2 10.000,00 - 800,00 800,00 3 10.000,00 - 800,00 800,00 4 10.000,00 - 800,00 800,00 5 10.000,00 10.000,00 800,00 10.800,00 Total 10.000,00 4.000,00 14.000,00 5. 1.000.000 – (400.000/(1,12)1 + 500.000/(1,12)2 + 300.000/(1,12)3 = 1.000.000 – 969.273,87 = 30.726,13. Não se recomenda realizar o investimento pois o VPL é negativo (menor que o investimento inicial) 6. 3.000.000 - (800.000/(1,10)1 + 500.000/(1,10)2 + 500.000/(1,10)3 + 500.000/(1,10)4 + 950.000/(1,10)5 = (727.272,73 + 413.223,14 + 375.657,40 + 341.506,73 + 589.875,26) = 3.000.000 – 2.447.535,25 = 552.464,75 Presionar HP Visor F REG 0,00 3.000 g CFo 3.000,00 800 CHS g CFJ - 800,00 500 CHS g CFJ - 500,00 3 g Nj 3,00 950 CHS g CFj -950,00 10 i 10,00 f NPV 552,46 f IRR 2,6501 Administração Financeira 185 Isto significa que o custo de oportunidade fosse 2,6501 não haveria diferença na compra a vista ou a prazo. Desta forma qualquer valor menor que a TIR a melhor opção é a compra a vista (taxa de 10%), isto faz com que os valores trazidos a valor presente considerando uma taxa menor que a TIR produzissem um valor presente maior que o preço a vista. Como exemplo,considerando uma taxa de 2% (menor que a TIR), ficaria assim: Invest Inic 3.000.000,00 Taxa Parcelas 800.000,00 1,02 1,02 784.313,73Parcelas 500.000,00 1,02 1,0404 480.584,39 Parcelas 500.000,00 1,02 1,061208 471.161,17 Parcelas 500.000,00 1,02 1,082432 461.922,71 Parcelas 950.000,00 1,02 1,104081 860.444,27 VPL 3.058.426,27 - 58.426,27 7. a 8. a) Retorno médio = (0,18 × 7,42%) + (0,23 × 11,22%) + (0,13 × (- 23,34%)) + (1 – 0,18 – 0,23 – 0,13) × 74,55% = 31,45% b) Risco = √(0,742 – 0,3145)2 0,18 + (0,1122 – 0,3145)2 0,23 + (– 0,2334 – 0,3145)2 0,13 + (0,7455 – 0,3145)2 0,41 Risco = 37,77% 9. a) CAPM = Rf t+ β (RM – Rf) Retorno esperado = 9% + 0,90(34% – 9%) = 31,5% Administração Financeira 186 b) Retorno esperado = 39% = 9% + β (34% – 9%) 39% – 9% = β 25% β = 30%/25% = 1,20 10. a) A – Valor de Mercado do PL = $ 33,00 × 1.250.000 = $ 41.250.000,00 B – Valor de Mercado das Dívidas = $ 70.000.000,00 Valor da Empresa = A+B = $ 111.250.000,00 (–) Ativos: ($ 115.000.000,00) (=) MVA = $ 3.750.000.000,00 b) Segundo o modelo Stern & Stewart: MVA = EVA/WACC = $ 4.000.000,00/0,135 = $ 29.629.629,63