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Fisiologia 
1 
Administração Financeira 
Wagner de Barros Filho 
Leonardo Soares Francisco De Almeida 
2ª
 e
di
çã
o 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Texto: Wagner de Barros Filho 
Revisão do conteúdo: Leonardo Soares Francisco de Almeida 
Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes 
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói. 
 
B277a Barros Filho, Wagner de. 
Administração financeira / Wagner de Barros Filho ; revisão de 
Leonardo Soares Francisco de Almeida e Rafael Dias de Carvalho 
Moraes. 2. ed. – Niterói, RJ: UNIVERSO : Departamento de Ensino 
a Distância, 2017. 
186 p. : il. 
 
1. Administração financeira. 2. Capital de giro - 
Administração. 3. Financiamento. 4. Capital (Economia). 5. 
Investimentos. 6. Valor econômico agregado. 7. Ensino à 
distância. I. Almeida, Leonardo Soares Francisco de. II. Moraes, 
Rafael Dias de Carvalho. III. Título. 
CDD 658.15 
 
Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
Administração Financeira 
 
 Palavra da Reitora 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa 
modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes 
nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e 
gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável 
pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora. 
Administração Financeira 
 
4 
Administração Financeira 
 
5 
 Sumário 
Apresentação da disciplina ...................................................................................................... 7 
Plano da Disciplina ..................................................................................................................... 9 
Unidade 1 - Conceitos e Definições Sobre Administração Financeira ........................ 13 
Unidade 2 - Administração do Capital de Giro.................................................................. 59 
Unidade 3 - Fontes de Financiamentos .............................................................................. 89 
Unidade 4 - Custo de Capital, Estrutura de Capital e Dividendos ..............................105 
Unidade 5 - Avaliação de Projetos De Investimentos....................................................121 
Unidade 6 - Valor Econômico Agregado- EVA ................................................................137 
Considerações finais ..............................................................................................................174 
Conhecendo o autor ..............................................................................................................175 
Anexos.......................................................................................................................................177 
 
 
 
 
Administração Financeira 
 
6 
 
 
Administração Financeira 
 
7 
 Apresentação da disciplina 
Prezado aluno, 
É um prazer muito grande recebê-lo para esta jornada em nossa disciplina. 
A disciplina Administração financeira permitirá que você conheça uma das 
mais importantes e empolgantes áreas de atuação de um gestor: a área de 
finanças. Antes de tudo, é bom reconhecer uma empresa como um ambiente 
sistêmico e complexo, com suas ramificações, interdependências e relações causa-
efeito cliente-fornecedor. Desta maneira, podemos afirmar que a área financeira 
assume importante papel na definição do planejamento estratégico de uma 
empresa, já que exerce influência em todas as demais áreas, tais como: marketing, 
vendas, produção, logística, pesquisa e desenvolvimento etc. Também é necessário 
ressaltar a estreita ligação que a administração financeira mantém com outras duas 
áreas do conhecimento, quais sejam: Economia e Ciências Contábeis, já que se 
baseia em seus princípios e técnicas para tomada de decisão. 
Esta disciplina possibilitará a você os conhecimentos necessários para a 
administração do ativo circulante, a avaliação de projetos de investimentos, o 
dimensionamento da estrutura de capital, do entendimento dos dividendos e da 
utilização do EVA, cada qual com sua particularidade e efeito na condução e 
resultados de uma empresa. 
Faremos inicialmente uma reflexão acerca da ligação entre a administração 
financeira, a economia e a contabilidade, conhecendo o papel da administração 
financeira e a interdependência dela com as outras duas ciências. 
Em seguida, aprenderemos como lidar com o capital de giro, ou seja, com as 
contas pertencentes ao ativo circulante e que grande importância têm na gestão 
empresarial. 
 
Administração Financeira 
 
8 
Outra questão que trataremos está relacionada às fontes de financiamentos 
normalmente utilizadas pelas empresas para fomentar suas atividades, ocasião em 
que conheceremos a adequação e o impacto de cada uma nas atividades 
cotidianas de um administrador. 
Sabemos que todas as empresas possuem uma estrutura de capitale que tal 
estrutura possui custos distintos para cada uma das fontes, o que poderá implicar 
em maior ou menor resultado conforme a decisão tomada, daí estudarmos 
também este assunto. 
Na sequência, aprenderemos a avaliar alternativas de projetos de investimento 
disponíveis para as empresas, viabilizando comparações entre as opções possíveis 
e identificando os resultados estimados, o que por sua vez permitirá a tomada de 
decisão pelo investimento, aceitando-o ou rejeitando-o. 
Por fim, avaliaremos a capacidade de uma empresa em gerar ou não um valor 
agregado, ou seja, identificar se a empresa está perdendo valor, está estagnada ou 
se está crescendo economicamente. 
 
Administração Financeira 
 
9 
 Plano da Disciplina 
A disciplina Administração Financeira tem por objetivo básico possibilitar ao 
aluno o conhecimento acerca dos principais mecanismos e ferramentas que 
auxiliam a gestão das contas pertencentes ao ativo circulante que compõem o 
capital de giro e que contribuem para a manutenção de um grau de liquidez 
satisfatório. Do lado do passivo, verificaremos as principais fontes de 
financiamento disponíveis e mais usuais para que as empresas consigam implantar 
e desenvolver suas atividades econômicas, bem como as estruturas de capital 
possíveis, seus custos e impactos na gestão empresarial. No que tange às 
possibilidades de implantação de novos projetos de investimentos, utilizaremos 
ferramentas de cálculos financeiros que viabilizam a avaliação do comportamento 
e resultados dos projetos idealizados pelas empresas, significando reais condições 
de embasamento técnico para a decisão de investir ou não. Por fim, veremos como 
averiguar se uma empresa está ou não em condições de agregar valor em seus 
negócios, ou seja, se está ou não crescendo, estagnando ou perdendo sua 
capacidade econômica e de valor de mercado. 
O objetivo geral da disciplina é permitir ao aluno as condições necessárias 
para uma gestão empresarial calcada em técnicas e ferramentas que possibilitem a 
maximização de resultados com a necessária liquidez. 
A disciplina foi dividida em seis unidades e subdividida em tópicos com o 
objetivo de facilitar a compreensão acadêmica do conteúdo. Para tanto, 
organizamos a estrutura das unidades de forma clara, esperando, assim, que a 
leitura seja de utilidade ampla. 
 
Administração Financeira 
 
10 
Unidade 1- Conceitos e definições sobre administração financeira 
Iniciaremos nossos estudos neste conteúdo que é considerado o alicerce da 
administração financeira. 
Objetivos: 
 Compreender a relação e interdependência entre os princípios básicos 
que alicerçam os saberes da Administração financeira, da Economia e da 
Contabilidade; 
 Conhecer as funções do administrador financeiro bem como os objetivos 
da Administração financeira a partir do mercado financeiro e suas 
aplicabilidades. 
 
Unidade 2- Administração do capital de giro 
Nesta segunda unidade, vamos estudar as principais contas que compõem o 
capital de giro de uma empresa, as políticas que podem ser estabelecidas, os 
impactos na saúde financeira e suas ligações com as demais áreas da administração 
financeira. 
Objetivos: 
 Conhecer a administração do ativo circulante. 
 Identificar as principais estratégias utilizadas pela Administração 
financeira para a gestão do capital de giro. 
 
Unidade 3 – Fontes de financiamento 
Nesta unidade, trataremos das principais alternativas de fontes de 
financiamentos utilizadas pelas empresas, conhecendo a importância de cada uma 
e suas particularidades. 
 
Administração Financeira 
 
11 
Objetivos: 
 Identificar as principais fontes de financiamentos disponíveis e também a 
condição necessária para a tomada de decisão para obtenção da melhor 
fonte de financiamento em dado momento de uma empresa. 
 
Unidade 4 – Custo de capital, estrutura de capital e dividendos 
Nesta unidade, conheceremos as diversas alternativas de capital e seus 
respectivos custos, entenderemos a finalidade da composição de uma estrutura de 
capital e as providências relacionadas ao pagamento de dividendos. 
 
Objetivos: 
 Identificar as diferentes composições de estrutura de capital; 
 Avaliar o impacto dos custos de diferentes alternativas de capital; 
 Conhecer o mecanismo de pagamento de dividendos. 
 
Unidade 5– Avaliação de projetos de investimento 
Na nossa penúltima unidade, estudaremos as condições básicas necessárias 
para definição em o quê investir, quando investir e por que investir, tudo 
obviamente amparado pelos resultados financeiros advindos dos cálculos que as 
técnicas de avaliação nos permitem. 
 
Objetivos: 
 Conhecer o desenvolvimento do cálculo de projetos de investimentos; 
 Identificar a condição necessária para tomada de decisão em relação a 
investir ou não em um determinado projeto. 
 
Administração Financeira 
 
12 
Unidade 6 – Indicadores Avançados e modelagem Financeira 
E para finalizar a nossa ultima unidade, estudaremos uma grande ferramenta 
auxiliar de avaliação no valor das empresas, algo considerado de extrema valia aos 
administradores e proprietários das empresas, pois indica se o investimento 
realizado está ou não agregando valor ao negócio. 
Objetivos: 
 Avaliar a capacidade e condições de uma empresa em gerar valor 
adicionado aos negócios. 
 Apurar a visão crítica e analítica acerca das demonstrações contábeis em 
prol dos processos de tomada de decisão no âmbito econômico-
financeiro. 
 
Bons estudos. 
 
Administração Financeira 
 
13 
 
1 Conceitos e Definições Sobre Administração Financeira 
 
Administração Financeira 
 
14 
Prezado aluno, 
Iniciaremos nossos estudos neste conteúdo que é considerado o alicerce da 
Administração financeira. Acreditamos que você desenvolverá os conhecimentos 
necessários ao logo desta e das outras unidades, que o permitirá ter bases sólidas 
para uma moderna gestão empresarial. 
 
Objetivos da unidade: 
 Compreender a relação e interdependência entre os princípios básicos 
que alicerçam os saberes da Administração financeira, da Economia e da 
Contabilidade; 
 Conhecer as funções do administrador financeiro bem como os objetivos 
da Administração Financeira; 
 Explicar por que a maximização da riqueza, e não a maximização do lucro 
é a finalidade da empresa e como as questões de agency estão 
relacionadas a ela; 
 Reconhecer os Conceitos de Administração Financeira, Finanças, Capital, 
Ativo, Passivo, Finanças; 
 Compreender a relação entre instituições financeiras e mercados 
financeiros, bem como o papel e o funcionamento dos mercados 
monetário e de capitais. 
 
Plano da unidade: 
 A Administração Financeira, Economia e a Contabilidade. 
 As funções do administrador financeiro. 
 
Administração Financeira 
 
15 
 Administração financeira, Economia e a Contabilidade 
 
 
A função financeira, de certa forma, existe desde o surgimento do homem, pois 
quando as trocas surgiram como meio de garantir a realização de necessidades e 
desejos, iniciou-se a função financeira. 
Os ganhos e perdas decorrentes das trocas sempre aconteceram, mesmo antes 
do surgimento da primeira moeda. As civilizações se faziam valer do escambo 
entre mercadorias e produtos como meio de pagamento da própria relação de 
troca estabelecida. 
A rigor, finanças como conhecimento e ciência apenas foi reconhecida em 
decorrência das consequências advindas da Revolução Industrial, ocorrida no 
século XVIII. Entretanto, finanças tomaram maior importância e conotação a partir 
do início do século XX. 
Assim, aquilo que antes só ocorria nas relações de trocas entre poucos, passou 
a uma escala mais ampla, com o dinheiro assumindo um importante papel na 
evolução do homem e da sociedade. 
 
Administração Financeira 
 
16 
Desta forma, os negócios e seus empreendedores puderam se beneficiar com o 
desenvolvimento das ciências empresariais,mais precisamente com o advento da 
administração financeira, que igualmente se beneficiou com outras áreas do 
conhecimento. 
Uma empresa deve ser entendida como um ambiente integrado e sistêmico. 
Cabe ao administrador procurar suporte científico e técnico que as outras áreas do 
conhecimento viabilizam; é a transdisciplinaridade, o que significa conhecimentos de 
saberes distintos se complementando de forma integrada e contínua. Antes de tudo, 
cabe mencionar que é improvável a qualquer empresa uma pequena dose de 
sucesso sem ao menos considerar a interdependência entre três importantes áreas 
do conhecimento: a Administração (neste caso, a Financeira), a Economia e a 
Contabilidade. 
A Administração financeira e a Economia 
 
A macroeconomia e a microeconomia assumem importante papel no 
ambiente financeiro das empresas. A macroeconomia possibilita o entendimento 
dos ambientes institucional, internacional e global nos quais as empresas 
participam e realizam suas atividades. Já no caso da microeconomia, esta contribui 
para a identificação e definição das melhores e mais adequadas alternativas de 
estratégias operacionais necessárias e indispensáveis para o bom andamento das 
atividades empresariais. 
Administração Financeira 
 
17 
Macroeconomia 
Contribui para o entendimento sobre os intermediários financeiros, a estrutura 
institucional e funcionamento do sistema bancário, o mecanismo do tesouro 
nacional e as políticas econômicas utilizadas pelo governo federal para administrar 
o nível de atividade econômica dentro da Economia. 
Resumidamente e de forma simplificada, podemos afirmar que a 
macroeconomia diz respeito aos fatores e às influências as quais as empresas estão 
sujeitas, entretanto sem que as mesmas consigam manter um controle direto. 
Significa dizer também que se refere a tudo aquilo que está fora do ambiente 
operacional das empresas, extramuros por assim dizer. 
Difícil seria acreditar que as empresas atinjam um sucesso financeiro sem que 
as mesmas compreendam a magnitude e complexidade do funcionamento do 
ambiente econômico. 
O administrador deve conhecer o mecanismo de funcionamento das 
instituições financeiras objetivando decidir acerca da melhor alternativa de 
financiamento e/ou investimento para manutenção de suas atividades. Deve 
também acompanhar “os movimentos”, uma política monetária mais restritiva 
imposta pelo governo, já que em assim ocorrendo, certamente as condições para 
geração de receitas e obtenção de recursos, igualmente também será mais restrita, 
portanto afetada. 
Ao consideramos que as empresas devem realizar suas atividades no âmbito 
macroeconômico, é indispensável ao administrador financeiro que o mesmo tenha 
ciência de sua estrutura institucional. Além disso, o administrador financeiro deve 
acompanhar e analisar as eventuais consequências advindas de variados níveis de 
atividade econômica, já que afetarão diretamente o seu próprio ambiente de 
decisão, consequentemente, os resultados da empresa. 
 
Administração Financeira 
 
18 
Microeconomia 
Tomamos emprestado da microeconomia os conceitos envolvidos nas relações 
de oferta e procura, bem como nas estratégias utilizadas pelas empresas em busca 
de sua de maximização do lucro. 
O administrador, baseado na teoria microeconômica, tomará as melhores 
decisões que envolvam a definição do preço ao produto/serviço prestado, a 
determinação da mais adequada composição de seus fatores produtivos, bem 
como a identificação e definição do melhor nível de vendas. 
É importante salientar que compete ao administrador financeiro, em todas as 
suas ações, a tomada de decisão visando garantir que as receitas marginais 
superem as despesas marginais. 
Tal aspecto é fundamentado pelo princípio da análise marginal, ou seja, toda 
e qualquer alternativa deve ser analisada e colocada em prática se os resultados 
esperados forem superiores aos respectivos custos. 
Em resumo, o ambiente financeiro é mais bem entendido com o auxílio dos 
conhecimentos de Economia, que indubitavelmente subsidiarão os gestores 
financeiros em qualquer tipo de transação em que estejam operando, 
principalmente considerando o alto grau de globalização experimentada pelas 
empresas contemporâneas. 
Sabemos que a concorrência não está mais apenas ali na esquina do mesmo 
bairro ou cidade. A concorrência não tem fronteiras e muitas vezes se apresenta 
apenas virtualmente através da rede mundial de computadores, razão pela qual os 
conhecimentos ofertados pela Economia tornam-se importantes e indispensáveis 
aliados do administrador. 
 
Administração Financeira 
 
19 
A Administração financeira e a Contabilidade 
A Contabilidade é uma importante e indispensável ferramenta de auxílio ao 
administrador financeiro. Os dados resultantes de todas as atividades comerciais 
desenvolvidas pelas empresas são registrados em sua contabilidade através 
daquilo que conhecemos como demonstrações financeiras ou demonstrações 
contábeis, nada mais sendo que o registro dos atos e fatos contábeis 
experimentados por uma empresa em dado tempo. 
Cabe ao gestor, portanto, o domínio das técnicas e normas contábeis utilizadas 
e legalmente aceitas. 
Para melhor entendermos a correlação entre a Administração financeira e a 
Contabilidade devemos considerar que há duas diferenças básicas de perspectiva 
entre as mesmas, quais sejam: 
1ª) Tomada de decisões 
Ao contador cabe a atribuição e responsabilidade de coletar e apresentar os 
dados financeiros, ou seja, especificamente providenciar a confecção e o registro 
dos atos e fatos contábeis. 
Ao administrador financeiro atribui-se a responsabilidade de elaboração de 
dados adicionais e complementares aos apresentados pela contabilidade e tomar 
as decisões decorrentes das análises que faz acerca das demonstrações financeiras 
resultantes das atividades da própria empresa. 
2ª) Tratamento de fundos 
Enquanto que o contador prepara as demonstrações financeiras baseado na 
condição de que as receitas devem ser reconhecidas no momento da própria 
transação ocorrida e as despesas quando efetivadas (regime de competência), o 
administrador financeiro está mais atento em garantir a solvência da empresa, 
viabilizando os fluxos de caixa necessários para garantir a liquidação de suas 
obrigações, além de adquirir e financiar os ativos fixos e circulantes necessários 
para o bom desempenho operacional da empresa. 
 
Administração Financeira 
 
20 
Para o administrador, a principal ferramenta é o caixa. É o caixa que 
determinará a hora de se alterar as políticas de compras, as estratégias de estoque, 
à mudança na política de cobrança, à definição da concessão de crédito e seus 
limites, a definição de novos investimentos etc. 
Ao contrário do contador, o administrador financeiro reconhece as receitas e 
despesas apenas quando ocorre o impacto no fluxo de caixa, ou seja, quando há 
movimentação de entrada e saída de recursos na empresa (regime de caixa). 
A propósito, uma empresa pode manter ótimos os níveis de vendas, mas 
”quebrar” por causa de entradas descompassadas e insuficientes de caixa e que 
não permitam saldar suas obrigações no exato vencimento. Tal situação, por 
incrível que pareça, acomete as empresas de um modo geral, independentemente 
de seu porte. 
Neste sentido para Gitman (2010), finanças a nível básico e macro representam 
o total de origens (Passivo Exigível e Passivo não exigível) e das aplicações de 
recursos (Ativo) disponíveis, sendo representados pelo capital de giro e suas 
decisões de investimento. Desta forma um sistema financeiro desenvolvido 
representa a característica básica para uma nação desenvolvida, nobre e moderna, 
representando o papel, o ambiente da administração financeira. 
Representam os mercados financeiros facilitam o fluxo de fundos de populações 
e investidores e a administração financeira envolveneste processo o uso eficiente 
dos recursos financeiros na produção de bens e serviços (GITMAN, 2010). 
Para Gitman (2010), estas sociedades estão representadas conforme a tabela 
abaixo: 
 
Administração Financeira 
 
21 
Figura 01 – Outras organizações com responsabilidade limitada. 
 
Fonte: Gitman (2010). 
 
Administração Financeira 
 
22 
Ainda para Gitman (2010), as oportunidades relativas ao sistema financeiro são 
representadas conforme abaixo: 
 Analista Financeiro – Prepara os planos financeiros e os orçamentos da 
empresa, tendo como tarefas e atividades tais como: montar as provisões 
financeiras, comparar as Demonstrações Financeiras para análises de 
indicadores das origens e aplicações dos recursos; 
 Gerente de Investimentos – Avalia, Recomenda a aquisição de ativos. 
Atua na implantação de investimentos e sua aprovação relativa ao seu 
aspecto financeiro; 
 Gerente de Financiamento – Nas empresas maiores controla os 
investimentos aprovados, coordena, consulta, controla e assessora os 
consultores, projetos e aspectos jurídicos relativos a atividades de 
fomento de ordem financeira; 
 Gerente de Caixa – Administra e controla o Caixa diariamente, gerencia 
atividades de pagamento e de recebimento, aplicações em curto prazo, 
coordena os financiamentos em curto prazo e o relacionamento 
financeiro com os bancos e instituições financeiras; 
 Analista / Gerente de Crédito – Administra a carteira de clientes 
avaliando todas as solicitações relativas à gestão de crédito. Toma as 
decisões pertinentes à concessão de crédito monitorando, controlando e 
executando a cobrança de créditos; 
 Gerente de fundo de pensão – Supervisiona, administra os ativos, 
passivos e fundos de pensão dos colaboradores; 
 Gerente de operações de câmbio – Gera operações internacionais, 
especificando a exposição da empresa frente às flutuações de taxas e 
câmbio do mercado de capitais. 
 
Administração Financeira 
 
23 
As empresas de capital aberto possuem uma estrutura organizacional 
representada por um fluxograma, para Gitman (2010), este fica assim representado: 
Figura 02 – Estrutura de Uma Sociedade por Ações 
 
Fonte: Gitman (2010). 
 
Administração Financeira 
 
24 
Para ilustrar tal aspecto, vamos avaliar a situação abaixo apresentada. 
Ex.: Cia Faz de Conta S/A 
Demonstração do Resultado em 31/12 
Receita de vendas R$ 2.000.000 
(-) Despesas R$ 1.600.000 
Lucro Líquido R$ 400.000 
 
Demonstração do Fluxo de Caixa em 31/12 
Entrada de caixa R$ 0.000 
(-) Saída de caixa R$ 1.600.000 
Fluxo de Caixa Liquido R$ (1.600.000) 
 
Comparando as duas demonstrações, podemos observar que sob o ponto de 
vista contábil a empresa apresenta uma situação boa, pois é lucrativa e atende às 
expectativas de maximização de resultados, aquele que é a recomendação básica 
para atendimento dos anseios dos investidores. 
Entretanto, quando apreciamos a questão financeira, percebemos que algo 
indesejável ocorre neste caso, significando que a possibilidade de um grande 
fracasso na gestão empresarial ocorreu ou está para ocorrer. 
Sem entradas de caixa adequadas para honrar suas obrigações, a empresa 
poderá não conseguir manter suas atividades mesmo com seu bom nível de lucro. 
Isso poderá acontecer mesmo que a lucratividade da empresa seja considerável, 
pois a questão da liquidez pode não ter sido contemplada no momento da tomada 
de decisões. 
O entendimento da situação acima exemplificada é que os dados contábeis 
como apresentados não permitem uma visão suficientemente ampla e clara das 
circunstâncias financeiras da empresa. É preciso, então, vermos além das 
demonstrações contábeis. 
 
Administração Financeira 
 
25 
Assim, compete ao administrador financeiro a responsabilidade de perceber 
a real situação, inclusive antevendo o quadro em que se encontra a empresa e 
tomar as decisões necessárias no momento adequado, antes mesmo de os reflexos 
causarem estragos irreversíveis. 
 As funções do administrador financeiro 
O grau de importância da função financeira está diretamente ligado ao porte 
da empresa, muito embora se deva considerar uma área sempre indispensável e 
indissociável do processo de gestão. 
Em micros e pequenas empresas a função financeira é geralmente 
desempenhada pelo departamento de Contabilidade. À medida que a empresa se 
desenvolve e muda de porte, a importância da função financeira acaba exigindo a 
criação de um departamento próprio. 
De qualquer maneira, é importante salientar que a função financeira não estará 
sozinha na empresa. Ela dependerá de outras áreas tais como marketing, logística, 
produção, recursos humanos etc. 
O certo é que independentemente da estrutura organizacional caberá ao 
gestor financeiro a atribuição de algumas providências indispensáveis e rotineiras 
ligadas à sua atividade. 
Assim, podemos registrar que basicamente são três as funções primordiais do 
administrador financeiro e que tomam um considerável tempo no cotidiano dos 
gestores: 
a) A análise e planejamento financeiro 
Baseado naquilo que é desenvolvido pela Contabilidade, este caso requer a 
transformação dos dados financeiros para que os mesmos possam ser usados em 
prol da avaliação da necessidade de um eventual aumento da capacidade 
produtiva, identificação e orientação da atual e futura posição financeira da 
empresa, bem como da determinação de que tipo de financiamento 
complementar deverá ser feito para que as atividades da empresa se desenvolvam 
sem barreiras ou restrições. 
Administração Financeira 
 
26 
O planejamento financeiro deve ser de curto, médio e longo prazo, requerendo 
um permanente acompanhamento do mesmo para que, havendo necessidade, 
receba as medidas preventivas e/ou corretivas, conforme o caso. Resumindo, 
mesmo que um planejamento esteja adequado aos objetivos da empresa, faz-se 
necessário sua constante adequação. 
b) A administração da estrutura de ativo da empresa 
Nesta atribuição, cabe ao administrador financeiro determinar qual a melhor 
composição (valor aplicado nos ativos circulantes e fixos) e quais os tipos de ativos 
devem ser mantidos no balanço patrimonial da empresa. 
Depois de decidida qual a melhor composição, o administrador financeiro 
precisa resolver quais os níveis de cada tipo de ativo circulante e trabalhar para 
mantê-los, ou seja, o valor monetário e sua participação percentual em relação ao 
ativo total. 
Complementarmente, deve também identificar quais são os melhores ativos 
fixos a serem adquiridos e incorporados, avaliando quando os mesmos se tornarão 
obsoletos e quando necessitarão ser modificados ou substituídos. 
Chegar à conclusão de qual a melhor estrutura de ativo para a empresa requer 
conhecer e interpretar seu passado, somado a uma visão acurada acerca do 
Planejamento Estratégico estabelecido pelos empreendedores e executivos. 
Não basta apenas ser um exímio administrador financeiro, é preciso conhecer o 
ramo de atividade, os acontecimentos passados e vislumbrar as possibilidades 
futuras vinculadas à empresa. 
c) A administração de sua estrutura financeira 
Neste caso, o lado direito do balanço patrimonial da empresa será apreciado, 
ou seja, o passivo. Inicialmente, deveremos considerar duas importantes questões 
sobre a estrutura financeira da empresa. 
Primeiramente, faz-se necessário determinar a melhor e mais adequada 
composição de financiamento em curtos e longos prazos. Essa é uma decisão 
imprescindível, pois impacta na lucratividade e na liquidez global da empresa. 
Administração Financeira 
 
27 
Em seguida, é importante conhecer e decidir sobre quais as melhores fontes de 
financiamento em curto ou longo prazo num determinado momento e que 
poderão contribuir para o financiamento das atividades operacionais da empresa. 
Muitas dessas decisões devem ser tomadas em decorrência de necessidades 
circunstanciais, mas algumas exigem umaanálise mais acurada das diversas 
alternativas disponíveis, seus respectivos custos e de seus impactos de curto e 
longo prazo. 
Objetivo da função financeira 
O principal objetivo da função financeira de uma empresa é garantir a 
maximização dos resultados sem comprometer o grau de liquidez, ou seja, 
rentabilizar ao máximo o investimento feito pelos sócios sem que haja 
comprometimento da liquidez de curto, médio e longo prazo. Esse princípio deve 
ser observado pelos administradores em todas as suas atividades e norteará as 
decisões a qualquer tempo. 
 
Cumprida essa primeira etapa, é hora de uma reflexão acerca do conteúdo 
estudado. Aqui você teve a oportunidade de compreender a importância da 
integração entre a Administração financeira, a Economia e a Contabilidade, bem 
como as principais funções desempenhadas pelo administrador financeiro em seu 
cotidiano. Desta forma, é preciso desenvolver habilidades que lhe permitam 
integrar as diferentes dimensões do conhecimento e desenvolvimento de uma 
visão sistêmica. É preciso também ficar atento às atitudes que lhe estimulem a 
iniciativa, participação, senso de pesquisa e de análise global. 
Administração Financeira 
 
28 
Conceitos sobre Agency: 
De acordo com Gitman (2010), o conceito de Agency refere-se aos conflitos de 
interesses entre os objetivos dos proprietários e dos administradores financeiros, 
sendo estes representados por seus objetivos pessoais. 
Como solução apresentada para esta problemática, temos: 
Sempre que um administrador financeiro possui menos de 100% do capital de 
uma empresa, é possível que ocorra um problema de Agency. 
De certa forma os administradores deveriam atuar em maximizar o lucro 
gerando riqueza para o acionista, porém preocupam-se antes com suas posições, 
riquezas, satisfações pessoais e segurança financeira, representados direta e 
indiretamente. Neste entendimento nem sempre os administradores atuam 
beneficiando os acionistas. 
Para solucionar estes problemas apresentados são necessários: 
 A força do mercado – os acionistas e a possibilidade de perda do controle 
acionário para outra empresa mediante compra, fusão, cisão e 
incorporação fazem com que os administradores passem a se dedicar a 
melhoria contínua do desempenho, operacional, tático, estratégico, 
realizando uma melhor gestão financeira de seus capitais. 
 Os custos de Agency – Possibilita a garantia de que os administradores 
atuem conforme estipulado pelos acionistas, visando à maximização do 
lucro mediante adoção de política financeira para geração de riqueza. 
 Assim, para Gitman (2010), restringir e monitorar o comportamento dos 
administradores garante a montagem de um esquema de remuneração 
que ajusta seus interesses com os dos acionistas; 
Estudos revelaram que não existe uma relação direta entre remuneração dos 
executivos e o preço por ação. 
 
Administração Financeira 
 
29 
Grupos de interesse nas informações sobre investimentos e finanças: 
São vários os grupos interessados nas informações relativas às empresas no 
que tange aos seus investimentos, financiamentos e finanças, sendo representados 
por pessoas que possuam algum vínculo direto relacional, são estes, sendo que 
cada um destes terá um interesse diferenciado, para seus objetivos: 
 Colaboradores; 
 Clientes; 
 Fornecedores; 
 Credores; 
 Proprietários; 
 Acionistas; 
 Instituições financeiras; 
 Governo; 
 Mercado. 
 
A Ética no mundo corporativo, nas finanças e nos investimentos: 
Ética é um conjunto de padrões e afetos a conduta que são relativos aos 
aspectos morais. Esta aplicação é social e também entra no cenário mercadológico 
financeiro. 
Assim pode-se dizer que a ausência de ética produz publicidade e atenção e 
estes podem gerar impactos negativos sobre o capital de uma empresa. 
Segundo Gitman (2010), para se avaliar a viabilidade da ética, é necessário: 
 Diminuir a ocorrência de litígios e custos judiciais; 
 Manter uma imagem positiva da empresa em que labuta; 
 Aumento de confiança pelos acionistas nos negócios, tomada de decisão 
gerencial, financeira e administrativa e nos projetos a serem 
implementados; 
Administração Financeira 
 
30 
 Comprometimento, lealdade e respeito entre os diversos grupos que tem 
interesse financeiro na empresa. 
Desta forma, a soma destes fatores contribui de forma preponderante e 
positiva. 
Instituições e mercados financeiros e Estrutura do Sistema Financeiro Nacional 
As empresas necessitam para manter sua sobrevivência de recursos externos, 
sendo obtidos através: 
 Dos Bancos e instituições financeiras; 
 Dos Mercados Financeiros; 
 E instituições privadas de ordem creditícia. 
As instituições financeiras atuam como intermediárias e promovem a canalização 
das poupanças de pessoas, empresas, órgãos públicos para concessão de empréstimos 
e aplicações financeiras. Sendo os indivíduos, empresas e órgãos públicos. 
O sistema Financeiro Nacional (SFN) é representado pelo conjunto de 
instituições e instrumentos sob aspecto financeiro, que possibilite transferir 
recursos dos doadores finais para os tomadores finais, visando assim gerar maior 
liquidez nos ativos junto ao mercado de capitais. 
Para Hoji (2014), o Sistema Financeiro Nacional é composto por instituições que 
têm como função intermediar os fluxos de recursos dos poupadores, investidores e 
tomadores de recursos, considerando para isto condição satisfatória para o mercado. 
O sistema financeiro nacional é organizado para controlar e regular o volume 
de recursos na forma de capital (ex.: dinheiro) e crédito. Estas operações são parte 
integrante da estrutura e espécie deste organismo estatal. 
 
Outro conceito comumente aceito acerca do sistema financeiro nacional é assim 
definido: É o conjunto de organismos legais e institucionais, representado por partes 
constituintes, que tem a responsabilidade de intermediar o fluxo financeiro e 
monetário, criando sinergia entre aqueles que optam por poupar e investir. 
Administração Financeira 
 
31 
No Brasil, esta organização ou entidade se chama Banco Central do Brasil 
(representa nossa autoridade quanto a operações financeiras seja em dinheiro, 
crédito, controle e validação de recursos, representando nossa autoridade 
monetária). 
Abaixo, na figura 03, temos um fluxograma das operações financeiras de 
crédito e seus principais agentes: 
Figura 03 – Organização das operações no SFN. 
 
Fonte: Adaptado Moreira (2009). 
Segundo Gitman (2010), AGENTES ECONÔMICOS SUPERAVITÁRIOS, 
comumente chamados de investidores, são os agentes econômicos que têm os 
recursos financeiros necessários e livres, aplicando estes recursos por um prazo 
determinado, auferindo renda por essa aplicação. Podem encontrar-se nessa 
situação entidades como FAMÍLIAS, EMPRESAS ou GOVERNOS. 
Ainda de acordo como ele os Agentes Econômicos Deficitários, 
representados pelos devedores, precisam captar recursos financeiros de terceiros 
por um prazo de tempo estabelecido para manter a empresa ativa e em plena 
capacidade de seus negócios. Seu principal objetivo e meta, no presente, é o 
consumo, o investimento ou o capital de giro para os quais tenham ou não 
recursos financeiros disponíveis para sua implementação e aquisição, 
estabelecidos por uma decisão financeira (alavancagem, análises de indicadores 
etc.), Cabe aqui salientar que basicamente o SFN (o Sistema Financeiro Nacional), 
capta recursos dos agentes superavitários e financia os empréstimos aos agentes 
deficitários para manter o equilíbrio e sustentar as transações financeiras que 
ocorrem no mercado de capitais. 
Administração Financeira 
 
32 
Para Moreira (2009), o desenvolvimento de um país esta atrelado a um sistema 
financeiro regular, equilibrado, atualizado, estruturado, dinâmico, que objetive 
estabelecer e cumprir suas metas atuando como regulador entre suas partes. 
Dentro deste sistema existemdois agentes diretos, conforme figura 04: 
Figura 04 – Sistema Financeiro Nacional e suas partes constituintes. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
Assim, pode-se inferir que aqueles que fazem parte dos poupadores, são 
investidores avessos a risco, procurando um investimento sólido, pouca 
remuneração. Estes têm baixa capitalização sendo sua taxa de juros também 
pequena. A título de curiosidade este tipo de investimento é corrigido pela taxa 
SELIC1 e pelo IPCA2 (MOREIRA, 2009). 
Quanto aos investidores e agentes econômicos, representam o grupo que opta 
por não possuir reservas nem capital ou recursos, que arisca tomar empréstimo 
financeiro de investimento a determinada taxa de juros. A função do intermediário 
financeiro é equilibrar e aproximar estes agentes, cobrando evidentemente uma 
taxa de juros devidamente estipulada. O ganho que se obtém, na diferença entre 
as taxas de juros para captação e as de empréstimo é denominado Spread 
(MOREIRA, 2009). 
 
1 IA Taxa Selic representa uma taxa de juros pertencente à economia nacional. Sendo a menor taxa é 
utilizada como indicador básico para a economia. Utilizada nos empréstimos realizados entre os bancos e 
nas aplicações e operações realizadas por estas instituições bancárias em títulos públicos federais. 
2 O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sendo elaborado pelo IBGE desde o ano 1979. 
Seu objetivo é medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, 
referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer 
que seja a fonte de rendimentos. 
Administração Financeira 
 
33 
Abaixo, na figura 05, segue os principais agentes financeiros: 
Figura 05 – Intermediário Financeiro - Subdivisão. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
O Sistema Financeiro Nacional funciona de forma regulada e controlada, dado 
a quantidade, o volume e as partes envolvidas. Podemos destacar como situações 
ocorridas neste processo sistêmico: 
 Quantidade de Circulação de moeda (Capital); 
 Taxa de Juros aplicados aos tomadores de empréstimo; 
 Prazo e tempestividade da circulação de dinheiro e; 
 Diferença de prazo (aspecto temporal)3. 
O conceito de Banco Central é assim representado: é o Organismo controlador 
do Sistema Financeiro Nacional, ou seja, é ele que: regula, dirige, controla, 
normatiza, orienta, define, troca, muda, equilibra e propõe alterações na gestão 
financeira do Mercado Financeiro Nacional. Como exemplo, podemos citar a 
seguinte proposição e paradigma (MOREIRA, 2009). 
Num aparelho de DVD, temos o controle remoto para: passar o filme; ligar; 
desligar; acelerar a velocidade; retardá-la; reproduzir; começar novamente e pará-
la. Neste sentido podemos dizer e fazer a seguinte comparação de semelhança: O 
 
3 Neste processo devemos considerar a variável tempo, determinado em tempo inicial e tempo final, 
representados pelas variáveis ti e tf . Onde o Delta do tempo será Δ = tf - ti. 
Administração Financeira 
 
34 
Controle remoto do DVD está para o aparelho de Televisão e para o próprio 
aparelho de DVD, como o Banco Central está para o Sistema Financeiro Nacional. 
Neste sentido, o Banco Central utiliza sua capacidade reguladora, representada 
pela emissão e oferta de moeda às suas partes constituintes, através de 
empréstimos e depósitos. Vale ressaltar que neste macroprocesso quem controla 
as atividades do Banco Central é o dirigente Estatal (MOREIRA, 2009). 
Para Moreira (2014), este órgão tem as seguintes e principais operações em seu 
escopo funcional: 
I) Instituição Financeira e Bancária de todos os bancos. É tipificado pelo 
emprestador de derradeira ordem das instituições que compõem o 
sistema financeiro nacional; 
II) Banco Emissor de moeda – Tem esta prerrogativa, sendo o único a emitir 
moeda, exercendo sobre esta o monopólio. Sua autonomia, hegemonia, 
esta caracterizada e exercida pela função de autoridade monetária. 
III) Banco do Governo e ente Estatal. Representado pelo caixa do Governo. 
 
Ainda segundo ele, podemos concluir que o Banco Central se torna importante 
devido a duas características funcionais: 
 Regular a emissão e a oferta de moedas aos participantes do mercado 
financeiro nacional; 
 Manter o equilíbrio monetário fomentando a harmonia financeira do 
mercado de capitais. 
Com isto, ele elimina e reduz a possibilidade de desequilíbrio das contas 
nacionais em se tratando de oferta e demanda por moeda, evitando assim 
distorções prejudiciais à economia, caracterizadas principalmente pela inflação e 
deflação. Vale a título de complementação ressaltar que o Banco Central pode se 
utilizar de outros instrumentos, tais como de políticas de ordem monetária 
(MOREIRA, 2009). 
Subsistema Normativo e Subsistema de Intermediação. 
Quanto à funcionalidade: 
Administração Financeira 
 
35 
O Subsistema Normativo edita e define parâmetros de transparência dos 
recursos dos poupadores aos tomadores, controlando sob aspecto funcional as 
instituições e entidades que realizem atividades representadas através de 
intermediação financeira (MOREIRA, 2009). 
Segue abaixo, na figura 06, a composição do Subsistema Normativo: 
Figura 06 – Subsistema Normativo - divisão. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
 
Na figura 07, detalhamos a subdivisão do subsistema Normativo, em relação ao 
Conselho Monetário Nacional, vejamos abaixo: 
 
Administração Financeira 
 
36 
Figura 07 – Subsistema Normativo – subdivisão do Conselho Monetário Nacional. 
 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
 
Administração Financeira 
 
37 
Na figura 08, detalhamos a subdivisão do subsistema Normativo em relação ao 
Conselho de Seguros Privados, vejamos abaixo: 
Figura 08 – Subsistema Normativo – subdivisão do Conselho de Seguros Privados. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
Na figura 09, detalhamos a subdivisão do subsistema Normativo, em relação ao 
Conselho de Gestão da Previdência Complementar, vejamos abaixo: 
Figura 09 – Subsistema Normativo – subdivisão do Conselho de Gestão da 
Previdência Complementar. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
Conselho Monetário Nacional: 
Administração Financeira 
 
38 
Constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda, representando seu presidente 
e Ministro de Estado de Orçamento e Gestão e, pelo Presidente do Banco Central 
do Brasil – Lei 9.069 de 29 de junho de 1995. 
Para Moreira (2014), as principais atribuições são: 
 Ajustar a quantidade de pagamentos movimentados no cenário nacional 
a real necessidade da economia; 
 Controlar os valores internos e externos monetários, possibilitando o 
equilíbrio da balança de pagamentos nacionais; 
 Dar orientação quanto à aplicação dos recursos realizados pelas 
instituições financeiras participantes do mercado de capitais; 
 Possibilitar o aperfeiçoamento dos agentes econômicos e seus 
instrumentos; 
 Orientar, Coordenar, fixar, disciplinar e determinar a aplicação dos 
recursos das políticas monetárias voltadas a operações de crédito 
pertencentes à atividade do orçamento fiscal através de normas e 
diretrizes pertencentes à política cambial mediante regulação de seu 
funcionamento e fiscalização. 
 
Para Hoji (2014), é o órgão monetário que exerce maior destaque, sendo para 
este o principal componente do Sistema Financeiro Nacional. Ainda segundo ele, é 
responsável em fixar diretrizes, creditícia e cambial, tendo como seu representante 
máximo na qualidade de presidente o Ministro da Fazenda. 
 
Administração Financeira 
 
39 
Banco Central do Brasil 
O Banco Central do Brasil (BACEN) é uma autarquia federal pertencente do 
SFN, regulamentado em 31/12/64, através da Lei n.º 4.595. Tem como 
responsabilidade primária ser o agente nacional que controla emantém a 
estabilidade e o equilíbrio do poder de compra da moeda entre seus participantes 
(MOREIRA, 2009). 
Para Hoji (2014), é um órgão centralizador e executivo do Sistema Financeiro 
Nacional. Para ele sua função é regular, fiscalizar, e se fazer cumprir as normas 
expedidas pelo CMN. Sua missão, ainda de acordo com ele, é prezar pelo zelo na 
estabilização do poder de compra de moeda e solidez do Sistema Financeiro 
Nacional. 
A sede do BACEN está fixada no Distrito Federal, porém conta com mais nove 
representações em outras nove capitais: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, 
Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. 
Para Moreira (2014), as principais atribuições do BACEN são, respectivamente: 
 Emissão de moeda em papel e metal; 
 Execução dos serviços de meio circulante; 
 Determinação dos percentuais de recolhimento compulsório; 
 Recepção dos recolhimentos compulsórios e depósitos voluntários das 
instituições financeiras; 
 Realização de operações de redesconto e empréstimos aos agentes 
financeiros; 
 Controle do capital estrangeiro; 
 Depositário oficial de reservas de ouro e moeda estrangeira, tendo direito 
especial e privilegiado a saque; 
 Fiscaliza e aplica penalidades nas instituições financeiras; 
 Autoriza e normatiza o funcionamento das instituições financeiras 
nacionais; 
Administração Financeira 
 
40 
 Normatiza e estabelece condições para o exercício de qualquer atividade 
atrelada aos cargos das instituições financeiras privadas e dos órgãos 
consultivos e seus pares através de normas do CMN; 
 Regula os serviços relativos à compensação de cheques e outros papéis; 
 Controla de forma direta e permanente e mantém sob observação os 
mercados financeiros, das empresas que direta ou indiretamente possam 
interferir em relação aos modelos e processos operacionais. 
Comissão de valores mobiliários (CVM) 
As leis que regem o mercado de valores mobiliários são, respectivamente: 
 Lei 6.385/76, que disciplina o Mercado de Capitais e Cria a CVM; 
 Lei 6.404/76, que dispõe sobre as sociedades por ações. 
Neste sentido, vale ressaltar que essas Leis sofreram alterações, destacando-se 
as impostas pelas Leis 9.457/97, 10.303/01 e 10.411/02. 
Devido ao seu posicionamento evolutivo, frente às alterações ocasionadas 
principalmente pela agilidade, complexidade o Sistema Financeiro, possibilitou a 
elaboração de todos os atos normativos que passassem pelo parlamento. Através 
da Lei 4.595/64, foi dada origem e poderes normativos ao Conselho Monetário 
Nacional, representando assim a maior autoridade normativa do Sistema 
Financeiro Nacional. Suas normas devem ser acatadas por todos seus participantes, 
incluindo-se a este grupo a CVM e o Banco Central. Seus atos normativos são 
denominados de Resoluções classificados em Instruções, Deliberações, Pareceres e 
notas Explicativas (MOREIRA, 2009). 
Mediante estas resoluções exerce seu poder normativo. Mas devido a Lei 
10.411, de 26.02.2002, ficou alterada sua estrutura, passando a representar uma 
autarquia especial e autônoma, assim passando seus dirigentes (Presidente e 
Diretores) a ter mandato fixo (MOREIRA, 2009). 
 
Administração Financeira 
 
41 
 
Segundo Moreira (2014), destaca-se como principais atribuições da CVM: 
Fiscalização e disciplina das atividades inerentes ao artigo 1º da Lei 6.385/76: 
 Emitir e distribuir valores mobiliários no mercado; 
 Intermediar e negociar nos mercado de valores mobiliários e de 
derivativos; 
 Organizar o funcionamento e as operações das bolsas de valores e de 
mercadorias e futuros; 
 Administrar as carteiras e a custodia de valores mobiliários; 
 Auditar as companhias abertas; 
 Prestar serviços de consultoria e análise de valores mobiliários; 
 Regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho 
Monetário Nacional, as matérias expressamente previstas nas Leis nos 
6.385/76 e 6.404/76; 
 Fiscalização constante e direta das atividades e serviços do mercado de 
valores mobiliários; 
 Proponente do Conselho Monetário Nacional quanto à fixação de 
comissões, emolumentos, limites máximos de preço e outras vantagens 
que por ventura sejam impostas pelos intermediários; 
 Fiscalização das companhias abertas, priorizando aquelas que não 
apresentem lucro e que não pagam dividendos propostos; 
 Suspensão da negociação de valores mobiliários ou decretar recesso nas 
bolsas de valores; 
 Divulgação de informações que orientem os participantes do mercado; 
 Concessão de registro para negociar títulos e papeis na bolsa e no 
mercado de balcão. 
 
Administração Financeira 
 
42 
Superintendência de seguros privados (SUSEP) 
Autarquia com vínculo do Ministério da Fazenda, responsável pelas atividades 
de controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e 
capitalização (MOREIRA, 2009). 
Ainda de acordo com ele, suas principais atribuições são: 
 Exercer atividades delegadas pelo CNSP (Conselho Nacional de Seguros 
Privados) cumprindo suas deliberações; 
 Garantir e ordenar os serviços de secretaria executiva do CNSP; 
 Fiscalizar as atividades destinadas à constituição, funcionamento e 
operação das sociedades seguradoras, de previdência privada aberta e de 
capitalização, executora da política traçada pelo CNSP; 
 Cuidar da liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado de 
seguros privados, previdência privada aberta e de capitalização, visando à 
proteção a captação da poupança popular realizadas mediante as 
instituições pertencentes a estes mercados visando à defesa dos 
interesses dos consumidores; 
 Acompanhamento e disciplina dos investimentos das entidades dos 
mercados, especialmente aqueles representados em bens garantidores 
de provisões técnicas. 
Segundo Hoji (2014), representa o órgão que normatiza, controla, fiscaliza os 
mercados de seguro, resseguro, previdência privada aberta e capitalização, 
estando subordinado ao Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). Tem por 
presidente o Ministro da Fazenda, tendo como membros: 
 Superintendente da Susep; 
 Representantes do Ministério da Justiça; 
 Representantes da Previdência e Assistência Social; 
 Bacen; 
 CVM. 
Administração Financeira 
 
43 
Secretaria de previdência complementar (SPC) 
Controla e fiscaliza os planos e benefícios e as atividades das entidades 
participantes da previdência privada fechada, sendo consideradas como 
complementares ao sistema oficial de previdência e assistência social. Seu 
enquadramento quanto as suas atividades é de incumbência do Ministério da 
Previdência e Assistência Social. Vale ressaltar que não tem fins lucrativos 
(MOREIRA, 2009). 
Segundo Moreira (2014), suas principais atribuições são: 
 Secretariar de forma executiva o Conselho Geral de Previdência 
Complementar (CGPC); 
 Processar os pedidos de autorização, constituição, funcionamento, fusão, 
incorporação, grupamento, transferência de controle e reforma dos 
estatutos das entidades fechadas, opinando sobre estes os 
encaminhando ao GCPC; 
 Baixar instruções e expedir circulares implementando normas 
concernentes ao CGPC; 
 Executar e Fiscalizar as normas gerais de contabilidade, atuária e 
estatística do CGPC, bem como as pertinentes da política de 
investimentos atribuídas ao CMN; 
 Fiscalizar as operações das entidades fechadas, incluindo o cumprimento 
da legislação e das normas em vigor. Tal observação é decisiva, pois caso 
isto não ocorra, a entidade sofrerá as consequências das penalidades 
cabíveis; 
 Proceder à liquidação das entidades fechadas que foram cassadas quanto 
à autorização de funcionamento ou das que deixarem de ter condições 
mínimas para funcionamento e operação. 
 
Administração Financeira 
 
44 
Instituições financeiras bancárias 
Instituições autorizadas a captar recursos junto ao público sob a forma jurídica 
de depósitos à vista, capacitadasa gerar moeda escritural (MOREIRA, 2009). 
Para Moreira (2014), estes são representados e compostos por: 
 Bancos Comerciais; 
 Caixas Econômicas; 
 Cooperativas de Crédito; 
 Bancos Cooperativos; 
 Bancos Múltiplos com carteira comercial. 
Instituições financeiras não bancárias ou não monetárias 
São agentes financeiros não autorizados em obter recursos na forma de 
depósitos à vista (MOREIRA, 2009). Para ele, estão assim divididos: 
 Bancos de Investimento; 
 Bancos Estaduais de Desenvolvimento; 
 Sociedades de Arrendamento Mercantil; 
 Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento; 
 Companhias Hipotecárias; 
 Bancos Múltiplos sem carteira comercial ou de crédito imobiliário. 
 
Administração Financeira 
 
45 
Instituições do sistema brasileiro de poupança e empréstimo 
Instituições com autorização para captar recursos sob a forma de depósitos em 
cadernetas de poupança, destinados a financiamentos habitacionais (MOREIRA, 
2009). Sendo assim formado: 
 Sociedades de Crédito Imobiliário; 
 Associações de Poupança e Empréstimo; 
 Caixas Econômicas; 
 Bancos Múltiplos com carteira de crédito imobiliário. 
 
Para Hoji (2014), As instituições que fazem parte do Sistema Financeiro 
Nacional são constituídas por alguns agentes financeiros, representados por 
instituições. Na figura 10, descreve-se esta estrutura: 
 
Administração Financeira 
 
46 
 
Figura 10 – Instituições do Sistema Financeiro Nacional. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
 
Administração Financeira 
 
47 
Segundo Hoji (2014), as Instituições não financeiras exercem papel importante 
no mercado de capitais. Na figura 11, demonstra-se sua estrutura: 
 
Figura 11 – Instituições não financeiras. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
Mercado Financeiro 
Segundo Hoji (2014), na economia existem dois tipos de agentes, os que 
poupam e os que necessitam desta poupança. Afirmando ele; Cabe, contudo, ao 
Mercado Financeiro exercer seu papel de intermediador entre estes dois agentes 
mantendo equilíbrio financeiro e estabilidade para estes dois lados. 
Para Gitman (2010), os mercados de valores são constituídos por empresas que 
captam fundos com a venda de novos títulos e papéis e compradores destes títulos e 
papéis, tendo a flexibilidade, facilidade e agilidade para revendê-los a qualquer tempo. 
Segundo Gitman (2010), estes mercados são organizações que funcionam 
como mercados secundários onde os títulos são negociados. 
Para Hoji (2014), o mercado financeiro está assim subdivido: 
 
Administração Financeira 
 
48 
 Mercado Monetário; 
 Mercado de Crédito; 
 Mercado de Capitais; 
 Mercado de Câmbio. 
 
Através da figura 12, detalhamos esta divisão e suas características e principais 
atividades: 
Figura 12 – Subdivisão do Mercado Financeiro. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
 
Administração Financeira 
 
49 
Para Hoji (2014), os meios de pagamentos são assim divididos: 
 Depósitos em Cheque: Meio de pagamento comum, fazendo papel de 
instrumento de crédito; 
 Compensação de Cheques: O cheque é compensado na Câmara de 
Compensação (local onde se reúnem representantes de vários Bancos, 
sendo formadas por regiões geográficas); 
 Reservas e ADM: Representa dinheiro líquido e certo, o termo ADM, 
representa quase dinheiro, sendo transformado em dinheiro após sua 
compensação. Devido à realização de TED (Transferência Eletrônica 
Disponível), as operações financeiras por meio de cheques foram 
minimizadas. 
 Depósito Compulsório: Utilizado pelo Bacen para inibir o aumento 
indesejado do multiplicador bancário e ajustar o nível de crescimento 
monetário. 
Conta de Reserva Bancária 
Para Hoji (2014), o produto das operações de compensação bancária serão 
lançadas a débito e a crédito na Conta de Reserva Bancária. Esta conta é mantida 
pela instituição financeira junto ao Bacen. 
Sistema de Pagamentos Brasileiro 
Para Hoji (2014), estes sistema realizam transferências de fundos através de 
processamento e liquidação dos pagamentos entre pessoas físicas, jurídicas, 
Governo e Bacen. Em 22 de abril foi realizado a última reforma deste sistema. 
 
Administração Financeira 
 
50 
Sistema de Liquidação 
Segundo Hoji (2014), este sistema é composto por várias transações de 
diversos instrumentos financeiros (dinheiro, cartão de débito e crédito, títulos etc.), 
ocorrendo sua liquidação mediante o sistema de compensação e liquidação de 
fundos e obrigações, sendo agrupado em dois grupos: 
 Sistema de liquidação de transferência de fundos intercambiais; 
 Sistema de liquidação de títulos, valores mobiliários, moedas estrangeiras 
e derivativos. 
Sistema de Liquidação de transferência de fundos intercambiais 
Segundo Hoji (2014), estes sistemas representam os meios de transferência e 
liquidação para operações entre bancos, na figura 13 sua divisão e aplicabilidade: 
Figura 13 – Sistema de Liquidação de transferência de fundos intercambiais. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
Administração Financeira 
 
51 
Sistema de Liquidação de títulos, valores mobiliários, moedas 
estrangeiras e derivativos. 
Para Hoji (2014), este sistema de liquidação está assim disposto, na figura 14 
demonstrada: 
Figura 14 – Sistema de Liquidação de títulos, valores mobiliários, moedas 
estrangeiras e derivativos. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
Terminando este tópico, podemos utilizar a tabela de divisão do Sistema 
Financeiro Nacional apresentado por Hoji (2014). Abaixo, na figura 15, detalhamos 
sua divisão: 
 
Administração Financeira 
 
52 
Figura 15 – Instituições do Sistema Financeiro Nacional. 
 
Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2014). 
 
Administração Financeira 
 
53 
Na próxima unidade estudaremos a administração do capital de giro, uma 
importante área da administração financeira e com grandes impactos nos 
resultados das empresas. 
 
 
 
Leitura Complementar 
GITMAN, Lauwrence J. Princípios da Administração Financeira. São Paulo: 
Harbra, 2001. 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Administração Financeira 
 
54 
 Exercicios – Unidade 1 
1. É verdadeiro afirmar que: 
a) a macroeconomia contribui para o entendimento sobre o funcionamento 
do sistema bancário. 
b) a macroeconomia cuida do ambiente interno das empresas. 
c) a macroeconomia depende do Banco Central do Brasil. 
d) a macroeconomia está diretamente atrelada às normas da Casa da Moeda 
do Brasil. 
e) a macroeconomia depende da eleição de diretoria das empresas. 
 
2. É falso afirmar que: 
a) tomamos emprestado da Microeconomia os conceitos envolvidos nas 
relações de oferta e procura. 
b) a microeconomia oferece condições para o estabelecimento das 
estratégias utilizadas pelas empresas em busca de sua de maximização 
do lucro. 
c) a microeconomia não influencia o ambiente interno de decisões das 
empresas. 
d) compete ao administrador financeiro, em todas as suas ações, a tomada 
de decisão visando garantir que as receitas marginais superem as 
despesas marginais. 
e) a microeconomia auxilia na definição de estratégias internas das 
empresas para definição do preço de seus produtos/serviços. 
 
Administração Financeira 
 
55 
3. Qual o nome do princípio que indica quando toda e qualquer alternativa 
deve ser analisada e colocada em prática se os resultados esperados forem 
superiores aos respectivos custos? 
a) custo de capital. 
b) custo de oportunidade. 
c) análise marginal. 
d) Isonomia. 
e) contabilidade de custos. 
 
4. Em uma empresa de grande porte cabe ao Contador a tomada de decisão e ao 
Administrador Financeiro o registro dos atos e fatos ocorridos. Esta afirmação está: 
a) parcialmente correta, pois cabe ao tesoureiroo registro dos atos e fatos. 
b) parcialmente incorreta, pois cabe ao administrador a tomada de decisão. 
c) totalmente correta. 
d) totalmente incorreta. 
e) parcialmente incorreta, pois cabe ao economista a tomada de decisão. 
 
5. Quanto ao tratamento de fundos, é correto afirmar que: 
a) o contador utiliza o princípio das partidas triplicadas. 
b) o contador utiliza o regime de competência. 
c) o contador utiliza o regime de caixa. 
d) o contador utiliza o registro monetário. 
e) o contador utiliza o regime de lançamentos. 
 
Administração Financeira 
 
56 
6. O Administrador Financeiro reconhece as receitas e despesas apenas quando 
ocorre o impacto no fluxo de caixa, ou seja, quando há movimentação de entrada e 
saída de recursos na empresa. Estamos nos referindo à (ao): 
a) tomada de decisão. 
b) auxílio fiscal. 
c) controladoria. 
d) regime de caixa. 
e) todas as afirmativas estão corretas. 
 
7. São três as funções primordiais do Administrador financeiro. Assinale a 
alternativa correta: 
a) a análise e planejamento financeiro, administração da estrutura de ativo 
da empresa e administração de sua estrutura financeira. 
b) análise mercadológica, administração de estoques e administração de 
caixa. 
c) análise ambiental, administração de resultados e administração da 
estrutura financeira. 
d) a análise e planejamento financeiro, administração da estrutura de ativo 
da empresa e análise ambiental. 
e) análise patrimonial, administração da estrutura de ativo da empresa e 
administração de sua estrutura financeira. 
 
Administração Financeira 
 
57 
8. O objetivo da função financeira é garantir a maximização dos resultados sem 
comprometer o grau de liquidez, ou seja, rentabilizar ao máximo o investimento 
feito pelos sócios sem que haja comprometimento da liquidez de curto, médio e 
longo prazo. Este princípio deve ser observado pelos administradores em todas as 
suas atividades e norteará as decisões a qualquer tempo. A afirmação está: 
a) parcialmente correta, porque não procura garantir a maximização dos 
resultados. 
b) parcialmente incorreta, porque não é um objetivo da administração 
financeira. 
c) totalmente correta. 
d) totalmente incorreta. 
e) parcialmente correta, porque não é necessária a manutenção de liquidez. 
 
9. A Administração da estrutura financeira de uma empresa exige do 
administrador quais providências? 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
 
Administração Financeira 
 
58 
10. Comente o motivo pelo qual a administração da estrutura de ativo de uma 
empresa é considerada uma das funções primordiais do administrador. 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
Administração Financeira 
 
59 
 
2 Administração do Capital de Giro 
 
 
Administração Financeira 
 
60 
Os estudos desta unidade lhe possibilitarão a compreensão das principais 
contas que compõem o capital de giro de uma empresa, as políticas que podem 
ser estabelecidas, os impactos na saúde financeira e suas ligações com as demais 
áreas da administração financeira. Acreditamos que você desenvolverá os 
conhecimentos necessários ao logo desta e das outras unidades, o que lhe 
permitirá bases sólidas para uma moderna gestão empresarial. 
 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer a administração do ativo circulante. 
 Identificar as principais estratégias utilizadas pela administração 
financeira para a gestão do capital de giro. 
 
Plano da unidade: 
 Capital circulante líquido. 
 Administração de caixa e títulos negociáveis. 
 Administração de duplicatas a receber. 
 Administração de estoques. 
 
Administração Financeira 
 
61 
Boa parte de tudo que as empresas aplicam ou investem tem sua destinação ao 
que denominamos de ativos correntes, ativos circulantes ou capital de giro. 
Tais aplicações resultam dos saldos mantidos pelas empresas no ativo 
circulante, mais precisamente nas contas denominadas disponibilidades (caixa e 
bancos conta-movimento), em investimentos temporários (as aplicações 
financeiras), no contas a receber (ou duplicatas a receber) e em estoques 
(matérias-primas, mercadorias para venda, produção em andamento e produtos 
acabados), todas componentes daquilo que é chamado de capital de giro (no 
sentido “bruto”). 
Quanto ao capital de giro líquido, este é resultante da subtração de todos os 
compromissos existentes no curto prazo da empresa para com fornecedores em 
geral, funcionários, impostos etc., do valor total dos itens que compõem o capital 
de giro bruto, ou seja, resultando no confronto entre o ativo circulante e o passivo 
circulante. 
Desta forma, considera-se que os ativos correntes de uma empresa constituem 
o capital que circula até transformar-se em dinheiro dentro de seu ciclo de 
operacional. 
Ele é, portanto, o tempo que compreende desde o instante em que o dinheiro 
sai do caixa para pagamento de insumos (materiais e mão de obra) até o 
recebimento correspondente à venda do produto ou serviço direcionado ao cliente. 
 
 
Administração Financeira 
 
62 
 
 
 
Administração Financeira 
 
63 
 Capital Circulante Líquido 
Qualquer empresa, independente de seu porte, necessita manter certo nível 
de capital de giro. Desta forma, exige-se que os ativos circulantes da empresa 
sejam superiores aos seus passivos circulantes, garantindo-se, assim, uma margem 
de segurança. 
O objetivo da administração do capital de giro é gerir todos os itens que 
compõem os ativos e passivos circulantes, em busca da garantia de que haverá um 
nível aceitável de capital circulante líquido e que o mesmo seja mantido. 
Simplificando, podemos afirmar que o Capital Circulante Líquido (CCL) é a 
diferença existente entre os ativos circulantes e os passivoscirculantes da empresa. 
Se os ativos circulantes superarem os passivos circulantes, a empresa tem CCL 
positivo. 
O montante de CCL necessário para manutenção das atividades operacionais de 
uma empresa vai depender do setor de atividade econômica ao qual esteja ligada. 
É correto afirmar, pois, que quanto maior for a margem com a qual os ativos 
circulantes de uma empresa cubram os seus passivos circulantes (obrigações de 
curto prazo), maior será sua capacidade de honrar seus compromissos na data de 
vencimento. 
Não podemos nos esquecer de que em muitas vezes os ativos circulantes não 
podem ser convertidos em caixa exatamente no momento desejado. 
Assim, quanto maior for o montante e a diversidade de ativos circulantes 
mantidos por uma empresa, maiores também serão as possibilidades de 
converterem-se alguns desses ativos em caixa, consequentemente, permitindo a 
liquidação dos compromissos na data de seus vencimentos. 
 
Administração Financeira 
 
64 
Assim, sabemos que será importante a manutenção de um determinado nível de 
CCL, já que nem sempre há um sincronismo perfeito entre todas as entradas e saídas de 
caixa. Isso poderá ocorrer mesmo que haja um adequado planejamento e orçamento 
de caixa, pois os compromissos assumidos devem ser honrados independentemente 
de quaisquer alegações quanto a possíveis não entradas de caixa. 
Salienta-se também que, de um modo geral, as saídas de caixa relativas aos 
pagamentos de obrigações assumidas são relativamente previsíveis. 
O pior dilema ocorre quanto às previsões das entradas de caixa. A data exata da 
conversão de ativos circulantes em caixa não é algo extremamente fácil, exceção 
feita com o próprio caixa e títulos negociáveis. 
Entretanto, uma coisa é certa: quanto maior a previsibilidade dessas entradas 
de caixa menor será a necessidade de CCL. 
Desta forma, vamos analisar a situação abaixo: 
Exemplificando: 
 
Posição Financeira da Cia. XPTO 
Ativos Circulantes Passivos Circulantes 
Caixa R$ 230.000,00 R$ 125.00 Fornecedores a pagar 
Títulos negociáveis R$ 95.000,00 R$ 220,00 Salários a pagar 
DPL a Receber R$ 110.000,00 Impostos a pagar 
Estoques Mercadorias R$ 128.000,00 R$ 128,00 
Total: R$ 435.000,00 R$ 473,00 Total 
 
Refletindo sobre a situação acima, teríamos que resolver o impasse 
apresentado, teríamos que garantir a liquidez sem comprometer a rentabilidade 
dos capitais investidos. 
 
Administração Financeira 
 
65 
As alternativas seriam desde ajustes e/ou movimentações nas contas do ativo, 
contas do passivo, ou ambas, até mesmo busca por novas fontes de 
financiamentos. 
Certamente, várias alternativas poderiam ser implantadas, entretanto a solução 
dependeria de uma série de variáveis e circunstâncias, cabendo ao administrador 
decidir qual a melhor alternativa. 
 Administração de caixa e títulos negociáveis 
Considerando a hierarquia do grau de liquidez dos ativos de uma empresa, 
caixa e títulos negociáveis são considerados os ativos mais líquidos existentes, pois 
ambos possibilitam que a empresa honre com seus compromissos na data de 
vencimento dos mesmos. 
Os títulos negociáveis são os investimentos em curto prazo, feitos pela 
empresa, na intenção de se obter um retorno sobre os saldos considerados 
temporariamente ociosos, ou que não serão necessários em dado espaço de 
tempo. 
Na medida em que uma empresa percebe que haverá excesso de caixa, caberá 
ao administrador providenciar a devida aplicação desse saldo em títulos 
negociáveis, pois assim o capital não ficará “parado” no caixa desnecessariamente 
e permitirá a remuneração do dinheiro, o que vai de encontro ao objetivo da 
função financeira, que é o de maximizar os resultados sem comprometer o 
grau de liquidez da empresa. 
Observações básicas para administração de caixa: 
 Retardar o pagamento de seus compromissos, sempre que possível, 
entretanto sem comprometer a imagem e a credibilidade da empresa, 
aproveitando as oportunidades de descontos financeiros favoráveis. 
 
Administração Financeira 
 
66 
 Girar os estoques com a maior velocidade possível, preocupando-se 
em eliminar eventuais faltas de estoques que comprometam a atividade 
da empresa. 
 Receber o mais rápido possível as duplicatas a receber, atento às 
oportunidades de vendas futuras, evitando exageros no processo de 
cobrança. Os eventuais descontos financeiros, quando compatíveis e 
necessários, devem ser uma opção em prol desse objetivo. 
A ocorrência dos aspectos acima, em todo ou em parte, implica em 
consequências no comportamento dos ciclos de caixa e os giros de caixa de uma 
empresa. 
Resumidamente, podemos afirmar que o ciclo de caixa de uma empresa 
compreende o período de tempo que vai desde o momento em que se realiza um 
desembolso para aquisição de matérias-primas, até o momento em que o valor 
correspondente da venda retorna ao caixa. Já o giro de caixa corresponde ao 
número de vezes por ano que o ciclo de caixa da empresa ocorre no período. 
A seguir, apresentamos uma ilustração que simboliza o mecanismo de 
funcionamento do ciclo de caixa. 
 
Administração Financeira 
 
67 
Para calcular o ciclo de caixa de uma empresa, deve-se considerar o número 
de dias que compreende desde o pagamento de duplicatas a pagar ao 
recebimento de duplicatas a receber. 
Desta forma temos: 
CC = IME + PMC – PMP 
Onde: 
 CC = Ciclo de caixa. 
 IME = Idade média do estoque. 
 PMC = Período médio de cobrança. 
 PMP = Período médio de pagamento. 
 
Substituindo IME = 170 dias, PMC = 140 dias e PMP = 70 dias, o ciclo de caixa 
no exemplo acima é de 240 dias (170+140-70). 
 
Para calcular o giro de caixa, devemos considerar o número de dias do ano 
(360) pelo ciclo de caixa. 
GC = 360 / CC 
Onde substituindo temos: GC = 360 / 240 então GC = 1,5 vezes ao ano 
Administração Financeira 
 
68 
 
 
Determinando o nível do caixa mínimo operacional (CMO) 
A manutenção de um determinado nível de dinheiro na conta do caixa poderá 
significar abrir mão da possibilidade de realizar algum investimento ou até mesmo 
aproveitar descontos para antecipação de pagamentos com descontos. 
O caixa mínimo operacional tem por princípio, portanto, atender apenas o 
necessário para se fazer frente aos compromissos, minimizando as ‘perdas’ 
decorrentes da eventual ociosidade do capital parado no caixa. 
Dessa maneira, o CMO deve ser resultante de um planejamento prévio que 
permita à empresa liquidar seus compromissos no vencimento, bem como 
despesas não programadas e/ou permitir certa margem de segurança para quando 
os créditos não se realizarem nas datas previstas. 
É conveniente ressaltar que o CMO deve ser mantido disponível em conta 
corrente bancária ou em algum tipo de aplicação de alta liquidez. 
Para identificarmos o nível adequado de CMO, devemos considerar as 
movimentações de entrada e saída de caixa, tanto as já esperadas quanto as não 
esperadas, devendo o montante disponível ser suficiente para cumprir sua 
finalidade ‘protetora’. 
Para se detectar o nível de CMO de forma mais instantânea e descomplicada, 
uma possibilidade é arbitrar um percentual sobre o valor correspondente ao 
volume financeiro de vendas do período. 
Tal percentual, entretanto, mesmo que arbitrado, deve ser resultante da 
sensibilidade e poder do conhecimento de causa do administrador, e não um 
simples número imaginado do nada. 
Importante: 
Podemos deduzir que quanto maior o giro de caixa, menor será a 
exigência de caixa pela empresa. 
Administração Financeira 
 
69 
Assim, a título de ilustração, vamos considerar o percentual de 5% sobre as 
vendas para efeitos de determinação do CMO. Essa alternativa só deve ser 
utilizada em último caso, apenas se as informações necessárias para o cálculo não 
estiverem disponíveis. 
Outra forma de se calcular o CMO, e a mais adequada, é dividindo-se o valor total 
das despesas anuais(DTA-despesas totais anuais) pelo Giro de Caixa-GC, ou seja: 
CMO = DTA / GC 
 
As possíveis estratégias de administração de caixa 
 
 
Administração Financeira 
 
70 
O caixa deve ser alvo de permanente vigília por parte do administrador, 
principalmente considerando suas mutações e implicações na empresa como um 
todo. Visando manter um caixa saudável, as empresas podem estabelecer algumas 
estratégias em seu processo de gestão, a saber: 
a) Gestão eficiente do estoque: 
 Aumentando o giro do estoque, que pode ser obtido das seguintes 
maneiras: 
 ampliando o giro de matérias-primas mediante maior eficiência no 
controle de estoque; 
 reduzindo o seu ciclo de produção através da implantação e melhoria 
de um planejamento, programação e controle da produção, o que 
culminaria na redução do tempo demandado para a conclusão de todo o 
processo produtivo. Com um ciclo menor a empresa conseguirá 
aumentar o giro do estoque de produtos em fabricação; 
 ampliando o giro de produtos acabados mediante o aperfeiçoamento 
da previsão de demanda e do planejamento da produção. Um controle 
mais eficiente contribuirá para um giro de estoque mais rápido. 
 
b) Ampliando o prazo o pagamento de duplicatas 
A grande preocupação neste caso é de não permitir que haja prejuízo na 
imagem institucional caso tal estratégia seja mal conduzida. O importante é obter 
vantagem com uma possível renegociação de prazos para liquidação dos 
compromissos, entretanto resultante de um processo negociado entre as partes. 
 
Administração Financeira 
 
71 
c) Antecipando o recebimento dos créditos 
Sabe-se que o investimento feito pelas empresas no contas a receber não é 
apenas resultante de uma estratégia mercadológica, mas também em razão da 
necessidade dos clientes pela concessão de crédito para concretizarem suas 
compras. 
As políticas de crédito são estabelecidas pelas empresas objetivando decidir a 
quem se deve conceder o crédito e em qual volume. Já no caso das políticas de 
cobrança, as mesmas devem estabelecer que tipo de esforço será despendido para 
que se recebam as duplicatas a receber. 
As variadas alternativas nas condições de crédito, nas políticas de crédito e nas 
políticas de cobrança podem ser utilizadas como meios para reduzir o prazo médio 
de cobrança. 
Motivos que levam as empresas a investirem em títulos negociáveis 
Os títulos negociáveis são instrumentos do mercado financeiro disponíveis às 
empresas e que têm por objetivo remunerar o capital temporariamente ocioso, 
observado o grau de liquidez adequado para cada situação. 
Convém mencionar que as empresas são levadas a investir em títulos 
negociáveis por vários motivos. Os motivos básicos são: 
 Motivo de transação - Neste caso, a empresa investe em títulos 
negociáveis considerando o fato de que o vencimento da aplicação deve 
coincidir com a exata data de vencimento de suas obrigações, de modo 
tal que o resgate seja feito e, simultaneamente, o recurso possa ser 
utilizado para pagamento dos compromissos existentes para aquela 
determinada data. 
 
Administração Financeira 
 
72 
 Motivo de precaução - É uma espécie de proteção ao caixa e também 
deve ter uma boa liquidez, já que o valor utilizado para o investimento 
deverá ser empregado na quitação dos compromissos, embora não se 
possa precisar exatamente quando isso ocorrerá. 
 Motivo de especulação - Quando ocorre excesso de caixa e não se tem 
uma destinação certa para o dinheiro, as empresas investem em tipos 
mais especulativos de títulos negociáveis até que se encontre uma 
destinação definitiva do recurso financeiro. 
 
Não há uma indicação padrão para a determinação da proporção ótima de 
títulos negociáveis na composição dos ativos da empresa. O que se deve levar em 
conta é a relação entre a oportunidade de remunerar o capital (maximização dos 
resultados), a manutenção de uma liquidez adequada e o custo das transações de 
compra e venda dos títulos. 
São títulos negociáveis básicos: 
 As emissões governamentais - Obrigações emitidas pelos governos 
federal, estadual e municipal. 
 As emissões privadas - Títulos emitidos por empresas e instituições 
financeiras, tais como: certificados de depósitos bancários-CDBs, 
debêntures, commercial paper, NP's, ações. 
 
Administração Financeira 
 
73 
 Administração de duplicatas a receber 
Causas da existência de contas a receber 
O crédito é um importante instrumento nas negociações tanto para quem 
concede quanto para quem recebe. Também assume uma posição estratégica no 
quesito mercadológico, pois faz frente à concorrência quando utilizado de forma 
atraente aos clientes. 
A Administração financeira de contas a receber está intimamente interligada à 
área de marketing e vendas, considerando o fato de que a política de crédito, que 
envolve as diretrizes e os procedimentos no processo de seleção de clientes, 
cobrança e concessão de descontos, constitui uma importante ferramenta de 
auxílio aos objetivos da área de vendas. 
Contas a receber pode se apresentar das seguintes formas: 
 Contas correntes - Utilizado pelas empresas quando os clientes são 
considerados “permanentes” e efetuam pagamentos periódicos. Quanto 
à determinação de prazo, fica flexível, pois se considera que o conta 
corrente deva ser utilizado para os casos de clientes que mantém 
regularidade e oferecem certa margem de segurança. 
 Crédito parcelado - Estabelecido pelas empresas utilizando-se de planos 
de pagamento diferentes, objetivando atender aos interesses próprios 
bem como da clientela. 
 Contratos de venda a prazo e de venda condicional - Comuns nos 
casos de vendas de bens ou serviços previamente sob encomendas e 
quando a execução ou instalação é mais demorada. Neste caso, os 
pagamentos podem ocorrer parcialmente antes, durante e/ou após a 
execução ou instalação do produto ou serviço. 
 
Administração Financeira 
 
74 
Muito embora haja as três alternativas, o problema mais comum é encontrar o 
equilíbrio entre o volume de vendas a prazo, o custo da manutenção do saldo 
médio no contas a receber e o risco de não receber o valor da venda se o cliente 
der o calote. 
Independentemente das causas ou formas do investimento no saldo médio de 
contas a receber, uma questão a ser considerada é que em toda e qualquer 
empresa a questão fica condicionada às seguintes variáveis: 
 sazonalidade das vendas; 
 políticas de desconto, de prazo ao crédito e de cobrança da empresa; 
 volume de vendas a prazo; 
 regras utilizadas pelo mercado quanto aos limites de crédito; 
 margem de lucratividade. 
 
Igualmente necessário é o conhecimento de que algumas providências devem 
ser tomadas para que haja uma melhor gestão de contas a receber, sendo as mais 
comuns: 
Definição de critérios para a aceitação (seleção) de clientes 
 estabelecimento de prazos a serem (prazo de crédito); 
 definição de limites para a concessão de crédito (valor máximo a ser 
concedido por cliente); 
 estabelecimento de uma política de cobrança; 
 definição da política de descontos por pagamento antecipado. 
 
Administração Financeira 
 
75 
As políticas de concessão de crédito e cobrança 
As políticas de crédito 
Uma das primeiras questões a serem resolvidas diz respeito à determinação do 
prazo geral de crédito. 
O prazo concedido impactará diretamente na rotação do investimento em 
contas a receber, bem como influenciará no valor aproximado desse investimento, 
significando, portanto, que quanto mais dilatado for o prazo concedido, maior 
também será o investimento da empresa no contas a receber. 
Para que uma concessão de crédito seja liberada, requer inicialmente algumas 
providências básicas que deverão compor o rol de precauções vinculadas às 
políticas de crédito. 
 
Desta forma, existem cinco aspectos a serem avaliados (os cinco C's): 
1-Característica - O candidato ao crédito procurarácumprir a sua obrigação? 
2-Capacidade - O desempenho financeiro e operacional do candidato ao 
crédito será suficiente para que haja geração de recursos que permita efetuar o 
pagamento? 
3-Capital - O candidato ao crédito possui bens e outros recursos disponíveis 
para cobrir o valor correspondente do negócio pleiteado? 
4-Colateral - O cliente poderá disponibilizar garantias, sejam elas reais ou não? 
5-Condições - A capacidade do candidato ao crédito em liquidar seus 
compromissos poderá ser afetada em razão de fatos externos? 
 
Administração Financeira 
 
76 
A tolerância das empresas ao risco pelo crédito concedido vai variar de acordo 
com o comportamento e/ou perfil das próprias organizações e de seus 
administradores, ou seja, se mais conservadores ou mais agressivos. 
Assim, consequentemente, o nível de aceitação ou rejeição aos pedidos de 
crédito variará de empresa para empresa, não havendo uma fórmula única que 
delineie os parâmetros de decisão que influenciarão a concessão de crédito. 
Outra questão a salientar é que também haverá dependência em relação ao 
momento que a empresa esteja vivendo bem como o comportamento das 
empresas concorrentes. 
O processo de avaliação de um pedido de crédito, que consiste em se obter 
dados sobre o candidato ao crédito, deverá seguir os seguintes passos: 
 Obter as demonstrações financeiras; 
 Consultar as agências especializadas em informações de crédito (spc, sci, 
serasa etc.); 
 Verificar a situação do candidato ao crédito junto aos bancos em que 
movimenta recursos; 
 Obter informações com outros fornecedores do candidato ao crédito; 
 Avaliar o índice de liquidez e risco de inadimplência; 
 Decidir pela aprovação ou não da solicitação de crédito. 
 
Administração de estoques. 
 
O estoque de uma empresa pode significar uma considerável importância de 
investimento. Para que haja uma condução do processo de aquisição e venda de 
estoques, bem como a correspondente cobrança das vendas, sem maiores 
adversidades, convém promover uma sintonia entre as políticas de crédito e a de 
estoques, pois ambas contribuem de forma direta no volume de vendas das 
empresas. 
Administração Financeira 
 
77 
A política de estoques e o administrador financeiro 
É comum encontrarmos casos em que o administrador financeiro não tome 
parte nas decisões que envolvam aquisição e movimentação dos estoques, muito 
embora o impacto de uma avaliação e decisão equivocada de outros 
departamentos, tais como marketing, vendas ou produção, possa causar profundas 
e graves consequências à saúde financeira de uma empresa. 
O adequado, porém, é que no mínimo haja uma gestão compartilhada, 
permitindo que todas as áreas envolvidas possam avaliar os possíveis impactos 
resultantes de uma política de estoques. 
Os possíveis tipos de estoques 
A título de ilustração, tomemos o caso de uma indústria, que via de regra tem 
seu o estoque classificado numa de três categorias: 
1° )A de matéria-prima, resultante de todos os insumos utilizados pela empresa 
em seu processo produtivo. 
2°) O de produtos em elaboração, abrigando os itens que ainda não tiveram sua 
conclusão de preparo ou elaboração, ou seja, produto não acabado. Quanto mais 
rápida a elaboração do produto, menor será o estoque nesta categoria. 
3°) Os de produtos acabados, que compõe os itens já prontos para venda ou 
entrega. 
Temos três questões a considerar quanto aos tipos de estoque: 
 Grau de liquidez 
Normalmente, o produto acabado é o que possui o maior grau de liquidez, já 
que o mesmo está pronto para se transformar em venda, consequentemente, em 
caixa. Não podemos deixar de mencionar que a matéria-prima também tem certa 
facilidade em se transformar em caixa, principalmente dependendo do tipo de 
produto a que se refere. Quanto ao produto em elaboração, certamente este terá o 
menor grau de liquidez, pois como ainda não estará concluído, não sendo matéria-
prima nem produto acabado, haverá maior dificuldade em comercializá-lo, caso 
seja necessário fazer dinheiro com o mesmo. 
Administração Financeira 
 
78 
 Os nomes ou nomenclaturas dos estoques 
Os nomes ou nomenclaturas dados aos diversos tipos de estoques podem 
gerar dúvidas ou confusões, pois aquilo que é matéria-prima de uma empresa 
poderá ser o produto acabado de outra. Como exemplo podemos citar uma linha 
de costura que, de um lado, poderia ser o produto acabado da fábrica que a produz 
e, de outro lado, poderia ser a matéria-prima de uma confecção de camisas 
masculinas. 
 A necessidade do tipo de estoque 
A necessidade que uma empresa venha ter de estoque de matéria-prima e/ou 
em elaboração dependerá da necessidade de produtos acabados, o que é 
conhecido com demanda derivada. Por outro lado, a demanda de produtos 
acabados da empresa não depende da demanda de outros itens de estoque, assim 
conhecida por demanda independente. 
Tipos de custos de estoques 
São duas as possibilidades de existência de custos de estoques: custos de falta 
e custos de carregamento. 
Os custos de falta ocorrem quando a empresa não calcula a quantidade mínima 
necessária de estoque, deixando cair ao patamar “zero”, ou em quantidade de 
estoque insuficiente. Também como consequência será a perda do cliente por não 
ter seu pedido atendido. 
Já os custos de carregamento são aqueles decorrentes de todos os custos 
diretos e de oportunidade pela manutenção dos estoques, sendo os mais comuns: 
 perdas decorrentes de deterioração, obsolescência, ou furto; 
 custos com o armazenamento e o próprio controle do estoque; 
 despesas com seguros e impostos; 
 o custo de oportunidade do capital investido em estoque. 
Como se sabe, qualquer que seja a situação, seja por falta ou por carregamento, 
não é o que se deseja em uma gestão eficiente de estoque, pois custo implicará na 
redução das margens de lucro. 
Administração Financeira 
 
79 
Assim, caberá ao administrador evitar a ocorrência desses custos, ou ao menos 
minimizar o impacto deles. 
Fontes de financiamento em curto prazo garantido 
Havendo necessidade de obtenção de empréstimo para amparar as atividades 
operacionais de uma empresa, melhor que seja obtido sem que haja a obrigação 
de se oferecer uma garantia qualquer. Os empréstimos sem garantias são menos 
onerosos que os empréstimos que exigem garantias. 
Entretanto, as linhas de crédito ou fontes de financiamento sem garantia são 
limitadas, e na medida em que a empresa esgote tais fontes, necessário será buscar 
alternativas que exijam a contrapartida de alguma garantia para amparar o 
empréstimo concedido. A exigência da garantia está relacionada ao grau de risco 
que a empresa oferece. 
Características de empréstimos com garantia em curto prazo 
Quando um credor exige ao tomador de crédito a apresentação de um 
colateral, temos uma operação de empréstimo com garantia. 
Convém esclarecer que um colateral nada mais é do que um ativo qualquer 
que ficará disponível ao credor caso o tomador do crédito não honre com seu 
compromisso de liquidação da dívida. 
O procedimento adequado para que um empréstimo com garantia ocorra de 
maneira mais expressa e precisa possível será em forma de contrato. Em tal 
contrato deverá estar indicada a garantia (colateral) que é dada para sustentar a 
operação de crédito, sendo importante que o mesmo seja levado a registro e 
arquivo em cartório de títulos e documentos. 
Os contratos devem prever as condições gerais do empréstimo com garantia, 
estabelecendo o que será necessário para a extinção do direito sobre a garantia ou 
parte dele, além de especificar a taxa de juros cobrada, data de vencimento do 
contrato e demais cláusulas relacionadas. 
Um contrato de empréstimo com garantia não significa que o custo da 
operação será inferior ao custo de uma operação de crédito sem garantia. Isso 
ocorre porque o credor, quando chega a exigir uma garantia, o faz por considerar 
AdministraçãoFinanceira 
 
80 
que o risco da operação requer uma ‘retaguarda’ que possa ao menor compensar o 
prejuízo do não recebimento do valor emprestado. 
Assim, uma garantia visa permitir a redução do risco de prejuízo pelo não 
pagamento, mas não significa que com a garantia dada a dívida seja liquidada. 
Outra questão a salientar é que aos credores não interessa liquidar e 
administrar garantias e sim realizar suas operações de crédito, colocando o 
dinheiro para dentro do cofre. 
Fatores que contribuem para que uma garantia seja aceitável 
Havendo a exigência de garantia para uma operação de empréstimo, é 
indispensável à observação de algumas questões relacionadas ao colateral, quais 
sejam: 
Vida do colateral – É de suma importância que a vida do colateral esteja 
compatibilizada com o prazo estabelecido no contrato de empréstimo. No caso de 
empréstimos concedidos para vencimento em curto prazo, os ativos mais 
adequados como garantia são aqueles vinculados ao ativo circulante da empresa, 
tais como duplicatas a receber, títulos negociáveis e estoques. Já para contratos de 
empréstimos de longo prazo, os mais adequados para garantir as transações são os 
ativos permanentes. 
Liquidez do colateral – Depois de verificada e resolvida a questão da vida do 
colateral, também é importante ao credor avaliar o grau de liquidez daquilo que é 
oferecido como garantia, ou seja, a velocidade com que tal garantia possa ser 
convertida em dinheiro, transformando-se em caixa. Daí a necessidade do uso de 
ativos circulantes para garantia de empréstimos de curto prazo, pois são esses 
ativos que se convertem mais facilmente em caixa. Entretanto, mesmo a garantia 
sendo parte de um ativo circulante, não significa que ele seja desejável, pois alguns 
ativos circulantes não têm um grau de liquidez tão satisfatório, como no caso de 
estoque de produtos em elaboração, por exemplo. 
 Percentuais de adiantamento – Neste caso, agora resta definir o valor 
que poderá ser liberado por conta do empréstimo com garantia, 
tomando por base o valor do ativo que será dado como colateral. Assim, 
Administração Financeira 
 
81 
define-se um percentual de adiantamento ao empréstimo, podendo 
variar até cerca de 90% do valor do colateral ou outro valor qualquer que 
o cedente do crédito esteja disposto a oferecer pela concretização do 
empréstimo. 
 Taxa de juros e comissões – Os juros cobrados nas operações de 
empréstimo com garantia normalmente são superiores aos juros 
cobrados quando não se exige colateral. Isso ocorre exatamente em 
função de se acreditar que se foi necessário à oferta de garantia, é porque 
o risco é mais elevado. E quanto maior o risco, maior o custo da operação. 
 
O uso de duplicatas a receber como garantia 
Temos duas possibilidades mais usuais para obtermos financiamento de curto 
prazo utilizando como garantia as duplicatas a receber: factoring de duplicatas e 
caução de duplicatas. 
O factoring de duplicatas a receber 
O factoring de duplicatas não pode ser considerado um empréstimo em curto 
prazo propriamente dito. O que ocorre de fato é a venda direta dos direitos 
creditórios das duplicatas a uma instituição financeira ou capitalista. Entretanto, 
sua operacionalização se assemelha ao empréstimo garantido por duplicatas. 
A caução de duplicatas a receber 
É muito comum o uso de caução de duplicatas para garantia de empréstimo de 
curto prazo no dia a dia das empresas, dada a sua facilidade e disponibilidade pelas 
instituições financeiras. Tal facilidade é resultante do grau de liquidez que as 
duplicatas de um modo geral oferecem, fazendo com que as mesmas sejam 
largamente aceitas pelos credores. 
 
Administração Financeira 
 
82 
Tipos de caução: 
Temos duas possibilidades mais comuns no caucionamento de duplicatas para 
garantia de empréstimos: 
 O primeiro tipo leva em consideração uma base seletiva, ou seja, o credor 
seleciona de todas as duplicatas oferecidas como garantia apenas aquelas 
que não indicam sinais de maiores riscos de não recebimento. Assim, as 
duplicatas que não ofereçam perfil de comportamento passado 
adequado no que tange a pagamento, não serão aceitas para garantir os 
empréstimos. 
 A segunda possibilidade seria considerar todas as duplicatas oferecidas 
pela empresa interessada na obtenção do empréstimo, indistintamente, 
sem maiores restrições quanto ao grau de risco de não pagamento delas. 
Ocorre mais nos casos em que o valor das duplicatas é pequeno, não se 
justificando o custo da análise de risco destas. 
 Por outro lado, como não se faz nenhuma separação entre as duplicatas 
de maior ou menor risco e como forma de minimizar eventuais 
dissabores, libera-se como adiantamento um percentual baixo, algo em 
torno de no máximo 50% do valor de face das próprias duplicatas. 
Processo de caucionar duplicatas 
As providências para operacionalização do processo de caucionamento de 
duplicatas em um empréstimo. 
 Seleção das duplicatas consideradas aceitáveis – O cedente do 
empréstimo, neste caso credor da operação financeira, deverá proceder a 
uma análise objetivando determinar quais duplicatas serão consideradas 
aceitáveis como garantia. 
 Ajuste do valor das duplicatas aceitáveis - Uma vez resolvida à questão da 
seleção das duplicatas, o próximo passo é ajustar o valor delas 
considerando a possibilidade de devoluções ou alguma dedução que 
possa ser concedida, pois caso isso ocorra o valor da garantia será 
consequentemente reduzido. Assim, providencia-se uma redução no 
valor do colateral aceitável por meio de um percentual fixo. 
Administração Financeira 
 
83 
 Determinação do adiantamento - O passo a seguir é determinar o valor 
do adiantamento que poderá ser feito em contrapartida às garantias 
oferecidas para a operação de empréstimo, sendo que quanto menor o 
risco, maior o valor do adiantamento concedido. 
 Emissão de aviso e cobrança - Muitas vezes o cliente de uma empresa que 
utilizou as duplicatas como garantia em uma operação de empréstimo, 
não fica sabendo da caução e remete o pagamento diretamente à 
empresa, caracterizando o que chamamos de caução sem notificação. 
O Estoque como garantia 
Após os títulos negociáveis, o estoque é um ativo circulante da empresa que 
também pode oferecer atrativo a um credor. Entretanto, algumas questões básicas 
cautelares relacionadas às características de um estoque devem ser tomadas para 
que seja realmente considerado aceitável como garantia em um empréstimo. 
As características do estoque 
Nesta unidade, você conheceu as principais contas que compõem o capital de 
giro de uma empresa, tanto no sentido bruto quanto no sentido líquido. Viu 
também a importância dos títulos negociáveis como alternativa para remuneração 
dos capitais temporariamente ociosos, além de conhecer um pouco mais sobre 
estoques e duplicatas a receber, duas das principais contas que compõem o ativo 
circulante de uma empresa. Acreditamos que você estará apto, então, a 
reconhecer e definir problemas relacionados à capacidade financeira de uma 
empresa em manter a liquidez e solvência, equacionando possíveis soluções e 
atuando de forma preventiva. 
 
Importante! 
Podemos deduzir que quanto maior o giro de caixa, menor será a 
exigência de caixa pela empresa. 
Administração Financeira 
 
84 
Na próxima unidade estudaremos as fontes de financiamentos, uma área 
muitas vezes de crucial importância não apenas para a expansão das atividades de 
uma empresa como também para a própria manutenção dela. 
 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Administração Financeira 
 
85 
 Exercícios - Unidade 2 
1. Que a alternativa correta e que indique o significado de capital de giro no 
sentido bruto. 
a) Todas as contas que compõem o ativopermanente. 
b) Todas as contas que compõem o ativo realizável de longo prazo. 
c) Todas as contas que compõem o ativo circulante. 
d) Todas as contas que compõem o passivo exigível de longo prazo. 
e) Todas as contas que compõem o patrimônio líquido. 
 
2. É resultante da subtração de todos os saldos mantidos no ativo circulante 
menos o valor de todos os compromissos existentes no curto prazo da empresa para 
com fornecedores em geral, funcionários, impostos etc. Estamos nos referincapital 
social integralizado. 
a) Capital inicial. 
b) Capital circulante líquido. 
c) Capital investido. 
d) Capital de longo prazo. 
 
Administração Financeira 
 
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3. Marque a alternativa correta que indique a situação de um capital circulante 
líquido positivo: 
a) Ativo circulante > passivo circulante. 
b) Ativo circulante = passivo circulante. 
c) Ativo circulante < passivo circulante. 
d) Ativo permanente > ativo circulante. 
e) Ativo realizável longo prazo = patrimônio líquido. 
 
4. São os investimentos em curto prazo, feitos pela empresa na intenção de se 
obter um retorno sobre os saldos considerados temporariamente ociosos, ou que 
não serão necessários em dado espaço de tempo. Estamos nos referindo a: 
a) Obrigações de curto prazo. 
b) Títulos negociáveis. 
c) Conta corrente. 
d) Exigibilidades correntes. 
e) Cheque pré-datado. 
 
5. Objetivando permitir um alívio da pressão no caixa de uma empresa, pode 
ser considerada uma estratégia básica para administração de caixa: 
a) Retardar o pagamento de seus compromissos. 
b) Retardar o recebimento das duplicatas a receber. 
c) Acelerar o pagamento dos fornecedores. 
d) Girar o estoque mais lentamente. 
e) Adquirir mais mercadorias. 
 
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87 
6. Para calcular o ciclo de caixa de uma empresa, deve-se considerar o número 
de dias que compreende desde o pagamento de duplicatas a pagar ao 
recebimento de duplicatas a receber. A afirmativa está: 
a) Parcialmente correta, pois se calcula o caixa mínimo operacional. 
b) Parcialmente incorreta, pois se calcula o giro de caixa. 
c) Totalmente correta. 
d) Totalmente incorreta. 
e) Parcialmente correta, porque não se considera o tempo para pagamento 
de duplicatas. 
 
7. A manutenção de um determinado nível de dinheiro na conta do caixa 
poderá significar abrir mão da possibilidade de realizar algum investimento ou até 
mesmo aproveitar descontos para antecipação de pagamentos com descontos. 
Estamos nos referindo a: 
a) Caixa mínimo operacional. 
b) Giro de caixa. 
c) Capital integralizado. 
d) Banco conta movimento. 
e) Títulos negociáveis. 
 
8. Antecipar o recebimento dos créditos é uma possibilidade de medida 
estratégica para gestão do caixa. Esta afirmativa está: 
a) Parcialmente correta por antecipar o pagamento das dívidas. 
b) Parcialmente incorreta pela estratégia para gestão de compras. 
c) Totalmente correta. 
d) Totalmente incorreta. 
e) Parcialmente correta por retardar o recebimento de créditos. 
Administração Financeira 
 
88 
9. São três os motivos que levam uma empresa a fazer aplicação em títulos 
negociáveis. Comente sobre o motivo da transação. 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
10. Quando ocorre um custo de carregamento de estoques? 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
 
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89 
 
3 Fontes de Financiamentos 
 
 
Administração Financeira 
 
90 
Nesta unidade, trataremos das principais alternativas de fontes de 
financiamentos utilizadas pelas empresas, conhecendo a importância de cada uma 
e suas particularidades. Desejamos que ao término desta unidade você esteja em 
de negociar com as diversas fontes de financiamento disponíveis, viabilizando a 
tomada de decisão que culmine no melhor resultado econômico-financeiro. 
 
Objetivos da unidade: 
 Identificar as principais fontes de financiamentos disponíveis. 
 Identificar a condição necessária para a tomada de decisão para obtenção 
da melhor fonte de financiamento em dado momento de uma empresa. 
 
Plano da unidade: 
 Empréstimos. 
 Debêntures com e sem garantia. 
 Ação preferencial. 
 Ação ordinária. 
 Natureza do capital próprio. 
 
Administração Financeira 
 
91 
Uma das grandes preocupações das modernas organizações está relacionada 
às fontes de financiamentos possíveis e disponíveis para amparar as atividades 
operacionais e de investimentos. 
Você sabe o que são as fontes de investimento? 
 Empréstimos 
Os contratos de empréstimos e suas cláusulas padronizadas. 
Os empréstimos com prazo superior a um ano são considerados empréstimos 
de longo prazo. 
Os financiadores de crédito ou empréstimo de longo prazo formalizam as 
transações financeiras através de contratos, que por sua vez incluem o 
cumprimento de certas cláusulas padronizadas, tais como: 
 
 
a)Manutenção atualizada dos registros contábeis 
O tomador de empréstimo deverá manter atualizados todos os registros de 
acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos e que sejam satisfatórios 
do ponto de vista das informações necessárias para avaliação de crédito. 
 
Administração Financeira 
 
92 
b) Apresentação e entrega das demonstrações financeiras 
O tomador do empréstimo fica obrigado a fornecer as demonstrações 
financeiras devidamente auditadas. Desta forma, o credor pode acompanhar o 
andamento das atividades da empresa tomadora do crédito, além de, 
eventualmente, solicitar reforço de garantia, caso as demonstrações financeiras 
assim sugiram. 
c)Adimplência ao pagamento de impostos e outras obrigações 
Na ocorrência de impostos não pagos pela empresa aos cofres públicos, tal 
situação pode indicar sinal de problemas com insolvência. Além disso, os 
empréstimos, quando solicitados junto às instituições financeiras públicas, são 
liberados apenas caso não haja quaisquer inadimplência com impostos/tributos. 
d)Obrigação com reparo e manutenção 
Uma empresa que possui e mantém um bom programa de manutenção e 
conservação, tende a não sofrer com ‘paradas’ decorrentes de problemas técnicos 
que poderiam ser evitados com manutenção preventiva (ou corretiva). Acredita-se 
que um programa de manutenção permite condições favoráveis para continuidade 
das operações da empresa. 
e)Negociação de duplicatas a receber 
A negociação (venda) de duplicatas a receber pode ser considerada como um 
‘inimigo’ para a liquidez da empresa, pois tais recursos poderão fazer falta no fluxo 
de caixa futuro. 
As possíveis cláusulas restritivas de empréstimos 
Alguns agentes financeiros também exigem a inserção de cláusulas restritivas 
nos contratos de empréstimo objetivando reduzir seus eventuaisriscos. Desta 
forma, os contratos podem incluir as seguintes as cláusulas restritivas: 
 
Administração Financeira 
 
93 
 Quanto a investimentos em títulos: 
O credor pode exigir uma restrição (proibindo ou limitando) à empresa 
tomadora do empréstimo, exigindo que a mesma não faça determinados 
investimentos em títulos durante a vigência do contrato de empréstimo. 
 Quanto a combinações: 
O credor também poderá exigir da empresa tomadora que não realize nenhum 
processo de fusão, incorporação, consolidação ou combinação com outra empresa 
qualquer durante a vigência do empréstimo. 
 Quanto à administração: 
Muitas vezes o credor pode considerar que a manutenção de determinados 
funcionários seja fundamental para a garantia do sucesso da empresa, desta forma 
exige a manutenção de determinada estrutura funcional. 
 Quanto ao nível mínimo de capital de giro: 
Poderá ser incluído como exigência à obrigação para que a empresa tomadora 
do empréstimo mantenha sempre um determinado nível mínimo de capital de 
giro, sendo que tal nível deverá ser resultante de uma negociação entre as partes. 
 Quanto aos ativos permanentes: 
Muitas vezes os credores fazem as imposições em relação à liquidação, à 
aquisição e à hipoteca dos ativos permanentes da empresa tomadora do 
empréstimo, já que tais ativos, se mal administrados, podem influir nos resultados 
financeiros de uma empresa. 
 Quanto a dividendos: 
O credor do empréstimo pode limitar o pagamento de determinado nível de 
dividendos durante a vigência do contrato de empréstimo. 
 
Administração Financeira 
 
94 
 Sobre empréstimo subsequente: 
Preventivamente, o credor pode exigir que, no caso de outros empréstimos 
posteriores, haja subordinação dos mesmos em relação ao empréstimo original, ou 
seja, que os credores posteriores concordem em aguardar até que todos os direitos 
e reivindicações do credor prioritário estejam liquidados. 
 Quanto a salários: 
O credor poderá restringir ou até proibir aumentos salariais para funcionários 
especificados, objetivando evitar que a empresa sofra grandes perdas ‘de caixa’ em 
decorrência de pagamentos de salários vultosos. 
 Quanto ao uso de empréstimos: 
Pode ocorrer quando o credor quer deixar claro a destinação/aplicação dos 
recursos emprestados. 
 Debêntures com e sem garantia 
É um título de crédito próprio, ou seja, criado com o objetivo de circular o direito 
creditório, garantindo que o crédito possa ser transacionado ou passar de mãos. 
É um certificado que caracteriza que uma empresa fez um empréstimo e 
compromete-se a liquidá-lo em data futura, conforme detalhamento estipulado no 
próprio documento, tais como montante principal, prazo e taxa de juros. A maioria 
das debêntures tem prazo longo, podendo variar entre 10 a 30 anos. 
A proteção aos compradores de debêntures é prevista em lei e as duas 
principais maneiras de aquisição são por intermédio de contratos ou agentes 
fiduciários. 
Os agentes fiduciários são os intermediadores de um contrato, podendo ser 
pessoa física ou jurídica (financeira, banco etc.), tendo o mesmo como principal 
atribuição a de assegurar que o emitente do título cumpra as cláusulas contratuais, 
atuando em benefício dos portadores das debêntures, tomando as medidas 
necessárias contra os emitentes, caso estes não cumpram com suas obrigações. 
Administração Financeira 
 
95 
Para melhor identificação e segurança por parte dos investidores, é preciso que 
as debêntures tenham seu grau de risco classificado. 
Classificação de debêntures (segundo a Moody's) 
Aaa Primeira qualidade 
Aa Qualidade alta 
A Qualidade média superior 
Baa Qualidade média 
Ba Qualidade média ou especulativa 
B Especulativa 
Caa Desde muito especulativa a quase insolvente 
Ca Desde muito especulativa a insolvente 
C Qualidade baixíssima 
As debêntures podem assumir dois tipos distintos: as debêntures com garantia 
e as debêntures sem garantia. 
 Empréstimos 
As Debêntures não garantidas 
São emitidas sem a indicação de uma caução de qualquer tipo de garantia, 
indicando, portanto, uma reivindicação sobre os resultados/ lucros da empresa, e 
não sobre qualquer um de seus ativos, ocorrendo três tipos básicos: 
 Debêntures - Têm uma reivindicação sobre os ativos de uma empresa 
que sobrarem após a completa liquidação das reivindicações de todos os 
credores com garantia. 
 Debêntures subordinadas - São aquelas que estão diretamente 
subordinadas a outros tipos de dívida. Os possuidores de dívida 
subordinada terão suas reivindicações satisfeitas após os demais credores 
em geral e antes dos acionistas comuns e preferenciais. 
Administração Financeira 
 
96 
 Debêntures de lucros - O pagamento de juros somente é exigível 
quando houver lucros disponíveis. Como é uma alternativa frágil para os 
credores, é comum o estabelecimento de altas taxas de juros. 
As debêntures com garantia 
As debêntures com garantia se apresentam pelos seguintes tipos básicos: 
 Debêntures com hipoteca - Têm como contraprestação de garantia a 
indicação sobre a propriedade real ou edificações. É comum que o valor 
real das garantias seja superior ao valor da debênture. 
 Debêntures garantidas por colateral - Pode ocorrer o caso de uma 
debênture ter sua garantia através de um (ou mais) outro título emitido 
por outra(s) empresa(s), sendo que o valor de tais garantias deverá 
superar o valor da Debênture em algo em torno de 30%. 
 Certificados de garantias de equipamentos - Ocorre quando uma 
empresa, visando à aquisição de um determinado equipamento, efetua o 
pagamento da parcela inicial e vende certificados para levantar os 
recursos adicionais necessários para comprar o equipamento do 
fabricante. 
 Ações Ordinárias 
 
Os detentores titulares das ações ordinárias possuem o direito de voto na 
eleição de conselheiros, entretanto não têm preferência especial sobre dividendos 
Administração Financeira 
 
97 
ou no caso de falência da empresa. Além disso, possuem também os seguintes 
direitos: 
 de participar proporcionalmente dos pagamentos de dividendos; 
 em caso de liquidação da empresa, de participar proporcionalmente dos 
ativos remanescentes após o pagamento de passivos; 
 de deliberar sobre matérias de grande importância discutidas numa 
assembleia geral ordinária ou extraordinária. 
Os acionistas ordinários também têm o direito de preferência, ou seja, de 
participar proporcionalmente de qualquer aumento de capital. 
Dividendos 
O pagamento feito pelas empresas aos acionistas representa um retorno sobre 
o capital que direta ou indiretamente foi por eles investido na própria empresa, 
sendo tal pagamento denominado de dividendos. O critério de pagamento de 
dividendos aos acionistas é resultante da deliberação do conselho de 
administração. 
Ações preferenciais 
São denominadas como preferenciais, pois têm preferência no pagamento de 
dividendos e na distribuição dos ativos da sociedade, na eventualidade de 
liquidação, o que difere em relação às ações ordinárias. 
Em resumo, os detentores de ações preferenciais recebem seus dividendos 
antes dos titulares de ações ordinárias. Entretanto, por outro lado, têm o direito a 
voto apenas aos detentores de ações ordinárias, não podendo fazer o mesmo os 
portadores de ações preferenciais. 
Dividendos cumulativos e não cumulativos 
Os dividendos a serem pagos aos acionistas preferenciais podem ser 
cumulativos ou não cumulativos, ocorrendo em mais casos os cumulativos. 
Administração Financeira 
 
98 
Quando os dividendos preferenciais forem cumulativos, e no caso de não 
serem pagos em determinado ano, os dividendos serão acumulados para o ano 
seguinte. 
Os conselheiros eleitos pelos acionistas ordinários podem postergar 
indefinidamente o pagamento de dividendos preferenciais, entretanto ocorrerá o 
seguinte: 
I) A renúncia ao recebimento de dividendos também deverá ser feitapelos 
acionistas ordinários; 
II) No caso de não pagamento de dividendos aos acionistas preferenciais 
por algum tempo, caberá aos mesmos o direito de voto, bem como 
outros direitos. 
 Natureza do capital próprio 
Alguns aspectos distinguem o capital próprio do capital de terceiros, sendo três 
as diferenças básicas: 
Direito de propriedade - O valor investido pelos detentores de capital próprio 
não tem data de vencimento, ou seja, ficam à disposição da empresa por tempo 
indeterminado e/ou indefinido. Os detentores de capital próprio são, na verdade, 
os proprietários da empresa. 
Reivindicações sobre lucro e ativos – Os detentores de capital próprio têm 
direito a participar dos lucros bem como direito sobre os ativos da empresa, 
entretanto após a integral realização dos direitos de seus credores. 
Maturidade - O capital próprio é considerado uma forma permanente de 
financiamento exatamente por não ter uma data exata de vencimento, 
significando dizer que o capital inicial aplicado não será exigido em um dado 
momento. Por outro lado, o detentor de capital próprio pode negociar suas ações 
através de bolsas de valores e “resgatar”, assim, o valor investido. 
Ao encerrarmos a terceira unidade, estamos em condições de recapitularmos o 
que fora estudado. Nesta unidade você pôde conhecer as principais fontes de 
Administração Financeira 
 
99 
financiamento disponíveis, tais como empréstimos, debêntures, ações e capital 
próprio. Você conheceu também como cada uma das alternativas pode ser 
utilizada para o financiamento das atividades de uma empresa, desde as bases 
contratuais até as regras de funcionamento e utilização da cada uma das 
alternativas. Desejamos que você tenha se familiarizado com o assunto ao ponto 
de identificar e analisar qual a melhor fonte de financiamento para atendimento da 
necessidade de uma empresa em um dado momento. 
Na próxima unidade, estudaremos o custo de capital, a estrutura de capital e 
dividendos. Esse assunto certamente despertará sua atenção para algo que 
provoca grandes embates nas empresas e com seus administradores, pois muitas 
vezes a empresa depende de uma adequada estruturação de capital para que os 
resultados econômico-financeiros desejados sejam atingidos em sua plenitude. 
 
 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Administração Financeira 
 
100 
 Exercícios - Unidade 3 
1. Os financiadores de crédito ou empréstimo de longo prazo formalizam as 
transações financeiras através de contratos, que por sua vez incluem o 
cumprimento de certas cláusulas padronizadas. O credor de um empréstimo pode 
exigir a inclusão de uma cláusula contratual em que obrigue o tomador de crédito 
a manter atualizados seus registros contábeis. Esta afirmativa é: 
a) Parcialmente correta, pois depende do presidente da empresa. 
b) Parcialmente incorreta quando não há registro contábil. 
c) Totalmente correta. 
d) Totalmente incorreta. 
e) Parcialmente correta, pois depende do valor contábil. 
 
2. Um dividendo representa: 
a) Pagamento decorrente de garantia. 
b) Pagamento resultante de empréstimos bancários. 
c) Pagamento decorrente de retorno sobre o capital. 
d) Pagamento a um agiota. 
e) Pagamento a um fornecedor. 
 
Administração Financeira 
 
101 
3. É um título de crédito próprio, ou seja, criado com o objetivo de circular o 
direito creditório, garantindo que o crédito possa ser transacionado ou passar de 
mãos. Estamos nos referindo a (à): 
a) Boleto bancário. 
b) Cheque pré-datado. 
c) Cartão de crédito. 
d) Debênture. 
e) Warrant. 
 
4. Os agentes fiduciários são os intermediadores de um contrato, podendo ser 
pessoa física ou jurídica (financeira, banco etc.). Trabalham em benefício dos 
portadores das debêntures. A afirmativa é: 
a) Parcialmente correta, porque não há intermediários. 
b) Parcialmente incorreta, pois os intermediários são os agiotas. 
c) Totalmente incorreta. 
d) Totalmente correta. 
e) Parcialmente correta, porque depende do valor da debênture. 
 
5. Ocorre sem a indicação de uma caução de qualquer tipo de garantia. Trata-se de: 
a) Caução bancária. 
b) Fiança contratual. 
c) Cheque. 
d) Debênture sem garantia. 
e) Duplicata mercantil. 
 
Administração Financeira 
 
102 
6. Possui o direito de deliberar sobre matérias de grande importância discutidas 
numa assembleia geral ordinária ou extraordinária. Estamos nos referindo ao: 
a) Tesoureiro da empresa. 
b) Fornecedor da empresa. 
c) Acionista ordinário da empresa. 
d) Acionista preferencial da empresa. 
e) Acionista titular. 
 
7. É correto afirmar que um credor de empréstimo com contrato de cláusulas 
restritivas pode exigir de seu tomador que o mesmo mantenha uma obrigação 
com reparo e manutenção, objetivando garantir a capacidade operacional da 
empresa, consequentemente, a ‘força’ geradora de caixa. Tal afirmativa é: 
a) Verdadeira. 
b) Falsa. 
c) Parcialmente verdadeira, pois depende do caixa. 
d) Parcialmente falsa, pois não é necessário capacidade operacional. 
e) Parcialmente verdadeira, porque não depende do caixa. 
 
8. Uma debênture com hipoteca é considerada uma debênture com garantia e 
o valor da garantia normalmente é: 
a) igual ao valor da debênture. 
b) maior do que o valor da debênture. 
c) menor do que o valor da debênture. 
d) não há debênture com hipoteca. 
e) um valor incalculável. 
 
Administração Financeira 
 
103 
9. Quanto à natureza do capital próprio, alguns aspectos distinguem o capital 
próprio do capital de terceiros, dentre eles o direito à propriedade. Comente sobre 
o assunto. 
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______________________________________________________________
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10. Quanto à possibilidade de cláusulas restritivas em contratos de 
empréstimos, elas ocorrem para reduzir seus eventuais riscos. Pode um contrato 
de empréstimo restringir a tomada de empréstimos subsequentes? Explique. 
 
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 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 ___________________________________________________________________ 
 
Administração Financeira 
 
104 
 
 
 
Administração Financeira 
 
105 
 
4 Custo de Capital, Estrutura de Capital e 
Dividendos 
 
Administração Financeira 
 
106 
Iniciamos esta nova etapa de nossos estudos registrando o quão importante é 
a constituição de uma adequada estrutura de capital, seus respectivos custos e a 
definição de uma política de dividendos que atenda, simultaneamente, aos 
interesses da empresa e dos acionistas. Nesta unidade, conheceremos as diversasalternativas de capital e seus respectivos custos, entenderemos a finalidade da 
composição de uma estrutura de capital e as providências relacionadas ao 
pagamento de dividendos. Esperamos que, ao concluir seus estudos dessa 
unidade, você esteja apto a decidir pela melhor composição de estrutura de capital 
e que consiga identificar entre as diversas alternativas de capital aquela que menor 
impacto nos custos financeiros proporcionar à empresa. 
 
Objetivos da unidade: 
 Identificar as diferentes composições de estrutura de capital; 
 Avaliar o impacto dos custos de diferentes alternativas de capital; 
 Conhecer o mecanismo de pagamento de dividendos. 
 
Plano da unidade: 
 Custo de diferentes alternativas de capital. 
 Diferentes composições da estrutura de capital. 
 Pagamento de dividendos. 
 
Administração Financeira 
 
107 
 Custo de diferentes alternativas de capital 
O custo de capital nada mais é do que o preço pago por uma empresa para 
utilização de recursos obtidos junto às suas fontes de financiamento. 
O custo de capital é demasiado importante no momento em que uma empresa 
faz a análise de investimento para decidir se o mesmo deve ou não ser aceito, o 
que exige verificar se o custo de capital será menor ou maior que o retorno 
esperado. 
Assim, o custo de capital deve ser considerado como um componente padrão 
para tomada de decisão, reconhecendo também que os projetos deverão oferecer 
retornos iguais ou maiores (desejável) que o custo de capital utilizado. 
Quando o retorno de um investimento supera o custo de capital do projeto, 
significa que a empresa caminha em direção à maximização de seus resultados. 
 
 
Administração Financeira 
 
108 
Custo do capital próprio 
Sabemos que uma empresa sociedade anônima emite ações para obter capital 
perante seus proprietários, e que tal capital também pode ser obtido mediante a 
retenção dos lucros acumulados. 
A contrapartida ao fornecimento deste capital ocorrerá por intermédio do 
pagamento de dividendos em dinheiro. 
Podemos considerar que o valor de uma ação é resultante do valor atual dos 
dividendos futuros estimados, ou seja: 
Va = Somatório Dt / (1 + i)n 
 
Va = valor da ação = valor atual da série Dt; 
Dt = dividendo por ação esperado para a data n; 
i = taxa de desconto (compatível ao risco dos fornecedores de capital próprio) 
Custo de capital 
Ks = D1 / Va + i 
 
Do = R$ 2,50 por ação // 
i = 20% aa // 
Va =R$ 15,00, então, como D1 = Do (1 + i) 
Ks = (2,50 (1,20) / 15,00) + 0,20 = 0,4000 ou 40,00% aa 
 
Administração Financeira 
 
109 
Custo de capital de terceiros 
O capital de terceiros é fonte de financiamento de uma empresa e compreende 
todas as suas exigibilidades, e refere-se em especial a debêntures, ações 
preferenciais e empréstimos. 
Em qualquer das situações ou fontes, a empresa recebe certo montante para 
realização de seus investimentos/aplicações que mais lhe convier. 
Por outro lado, e como contrapartida deste financiamento, a empresa tomadora 
efetua uma série de pagamentos que engloba os juros e outras despesas, além do 
valor principal devidamente corrigido em obediência ao índice estabelecido e que 
caracterize a recuperação da perda de poder aquisitivo da moeda. 
Custo médio ponderado de capital 
O custo médio ponderado de capital leva em conta todas as fontes de 
financiamento utilizadas pela empresa, ou seja, aponta o custo geral dos recursos 
que estão disponíveis e em uso da mesma. 
Esse custo é resultante da média das taxas de custo das diversas fontes de 
financiamentos de que dispõe a empresa, após o IR, e ponderado pela participação 
de cada uma das fontes em relação ao total de fontes utilizadas pela empresa. 
Essa ponderação é necessária em razão dos seguintes aspectos: 
 Cada uma das fontes, em razão de suas características próprias, considera 
o grau de risco de forma particular, implicando, consequentemente, em 
diferentes taxas de retorno (custos específicos, para a empresa). 
 Para efeitos de avaliação se determinado investimento deve ou não ser 
realizado, não podemos estipular como padrão o custo da fonte 
especificamente usada para financiar tal investimento, pois sabemos que 
a empresa tem uma estrutura financeira com variadas fontes de 
financiamentos, que por sua vez afeta os custos das demais fontes, bem 
como as futuras condições de financiamento da empresa. 
Quando a empresa atinge o seu limite de endividamento junto a capital de 
terceiros, a saída será através do uso de capital próprio. 
Administração Financeira 
 
110 
O ideal para uma empresa é que se consiga o menor custo médio possível, 
proporcionando incremento das oportunidades de investimento que atinjam um 
retorno maior que o próprio custo (médio) de capital. 
Para que possamos calcular a média, necessitaremos saber o custo de cada 
fonte (após o IR) e qual a participação de cada fonte no total utilizado. 
Uma empresa pode avaliar o resultado econômico-financeiro levando em 
consideração apenas o custo de capital diretamente relacionado com um 
determinado investimento ou pode considerar os custos totais que estão à 
disposição do negócio como um todo, desta forma avaliando os impactos não 
apenas em um determinado projeto, mas na empresa em geral. 
 
 
Fonte Custo Participação Custo x Participação 
Debêntures 0,2500 0,2830 0,0708 
Ações preferenciais 0,2000 0,4717 0,0943 
Empréstimos 0,3800 0,1509 0,0574 
Capital próprio 0,2800 0,0943 0,0264 
Total custo médio 0,2489 
 
CMPC = 24,89% aa 
O custo de capital trabalha, como vínculo básico, ligando as decisões de 
investimento de longo prazo da empresa e a riqueza dos proprietários fixada pelos 
investidores no mercado, sendo usado para decidir se um investimento permite 
Exemplificando 
Debêntures, no valor de R$ 1. 500.000,00, a 25% aa, após o IR. 
Ações preferenciais, no valor de R$ 2. 500.000,00 a 20% aa. 
Empréstimo no valor de R$ 800.000,00, ao custo 38% aa, após o IR. 
Capital próprio, no valor de R$ 500.000,00, a 28% aa. 
Administração Financeira 
 
111 
aumentar ou reduzir o preço da ação da empresa. O custo de capital representa a 
taxa de retorno esperada a ser obtida nos projetos em que investe para manter o 
valor de mercado de sua ação (GITMAN, 2010) . 
A figura 15 demonstra a estrutura do capital e a 16 apresenta-se o cálculo do CAPM: 
Figura 15 Estrutura de Capital. 
 
Fonte: Adaptado pelo Autor de Gitman (2010). 
Figura 16 Estrutura de Capital. 
 
Fonte: Adaptado pelo Autor de Gitman (2010). 
 
Administração Financeira 
 
112 
 Diferentes composições da estrutura de capital 
Estrutura de capital 
Uma estrutura de capital tem um papel de fundamental importância na 
tomada de decisão financeira de uma empresa, já que ela compreende valor, risco 
e retorno. 
Tipos de capital 
Temos dois tipos básicos de capital e que são identificados no passivo: capital 
próprio e capital de terceiros. 
 
 Passivo exigível em longo prazo = capital de terceiros 
 Patrimônio líquido = capital próprio 
 
O capital de terceiros, obtido através de empréstimos e quem têm data 
preestabelecida para ser liquidado, é resultante de todo e qualquer recurso de 
longo prazo utilizado pela empresa. 
O capital próprio, também de longo prazo e que se mantém a disposição da 
empresa por um período indeterminado, tem sua origem nos recursos 
disponibilizados pelos donos da empresa. 
A ação preferencial, a ação ordinária e os lucros retidos são as três fontes 
básicas de capital próprio. 
 
Administração Financeira 
 
113 
Risco e estrutura de capital 
Toda empresa mantém uma determinada estrutura de capital, com seu 
consequente grau de risco. A estrutura de capital deve ser compatível com o tipo 
de negócio existente e resulta em determinado nível de risco financeiro. 
Assim, o risco passa a ser um importante elemento no processo decisório daestrutura de capital das empresas. 
 Pagamento de dividendos 
Dividendos e política de dividendos 
Os dividendos podem ter dois caminhos: serem distribuídos em dinheiro aos 
sócios ou serem reaplicados sob forma de investimentos em nome dos próprios 
acionistas. 
A princípio, as duas alternativas parecem convidativas e possíveis, e sua 
definição, entretanto, dependerá de algumas considerações. 
Dividendo em dinheiro e pagamento de dividendos 
 
 
 
 
 
 
Quando falamos em dividendo, geralmente nos referimos à distribuição de 
lucros em dinheiro. Se por outro lado a empresa efetua um pagamento de outra 
forma que não através de lucros correntes ou lucros retidos, então temos uma 
distribuição. 
Administração Financeira 
 
114 
Entretanto, genericamente qualquer pagamento feito diretamente pela 
empresa a seus acionistas pode ser considerado um dividendo (ou como parte de 
sua política de dividendos). 
Os principais tipos básicos de dividendos em dinheiro são: 
 Dividendos regulares em dinheiro - É o tipo de dividendo mais comum, 
podendo ocorrer em torno de quatro vezes ao ano, com pagamentos 
feitos diretamente aos acionistas, e ao longo do curso regular das 
operações da empresa. 
 Dividendos extraordinários - Quando ocorrer, significará a possibilidade 
de se repetir no futuro ou não. 
 Dividendos especiais - Caso ocorra, será decorrente de uma situação 
única, não sendo repetido. 
 Dividendos de liquidação - Ocorre quando parte ou total da empresa 
está sendo liquidada ou até mesmo desfeita por uma razão qualquer. 
De qualquer forma, seja pelo tipo que for o pagamento de dividendos em 
dinheiro implicará em impacto no caixa e/ou lucros retidos da empresa, exceção 
feita quando no caso do dividendo de liquidação. 
 
Método-padrão de pagamento de dividendos em dinheiro 
O conselho de administração de uma empresa é o órgão responsável pela 
deliberação acerca dos pagamentos de dividendos. Uma vez decidido o 
pagamento de dividendos pelo conselho, automaticamente passa a ser uma 
obrigação da empresa, e sua anulação não é tarefa fácil. 
Após a declaração de pagamento de dividendos, a distribuição será feita aos 
acionistas que estejam devidamente registrados em data específica. 
Etapas do pagamento de dividendos: 
 Data da declaração - É a data em que o conselho de administração 
declara que haverá pagamento de dividendos. 
Administração Financeira 
 
115 
 Data ex-dividendo - Esta medida serve para resguardar o direito ao 
dividendo à pessoa correta. É considerado detentor do direito aquele 
que tiver a titularidade sobre o título dois dias úteis antes da data de 
registro. Se uma pessoa adquirir antes desta data, terá o direito ao 
dividendo. Caso a aquisição seja fora deste prazo, terá direito ao 
dividendo o titular anterior. 
 Data de registro - A empresa elabora uma lista, baseada em seus 
registros, com a indicação de todos os seus investidores. Em 30 de 
janeiro deverá ser feito o registro da lista com a indicação dos acionistas 
registrados. 
 Data de pagamento - Os cheques para pagamento dos dividendos são 
enviados pelo correio. 
A política de dividendos é importante? 
A política de dividendos estabelecida pela empresa vai nortear as providências 
que serão tomadas quanto à decisão de distribuir ou não os lucros gerados. 
Pagar, pagar pouco ou não pagar nada; essa é a questão a ser definida pela 
política de dividendos. 
Política de dividendos intermediária (atende interesses da empresa e dos 
acionistas) 
É baseada em cinco aspectos vitais: 
Projetos que indiquem VAL - valor atual líquido positivo não deve ser 
descartado em detrimento de pagamento de dividendos 
I) evitar reduções de pagamento de dividendos; 
II) evitar a necessidade de emissão de novo lote de ações; 
III) manutenção de uma adequada relação entre capital próprio e capital de 
terceiros; 
IV) manutenção de um adequado índice de distribuição de lucro. 
Ao concluirmos esta unidade, podemos afirmar que agora reunimos as 
condições básicas necessárias para entendermos com mais propriedade a estrutura 
de capital que esteja sendo utilizada por uma empresa, bem como a realização do 
Administração Financeira 
 
116 
cálculo para identificação de seu custo de capital, seja de uma fonte em específico 
que esteja financiando um projeto, ou seja, da empresa como um todo. Esta 
unidade também lhe permitirá o desenvolvimento do raciocínio lógico, crítico e 
analítico para operar com valores e equacionar soluções que dependam de uma 
tomada de decisão. Novamente chamamos sua atenção para o desenvolvimento 
de atitudes que lhe estimulem a iniciativa, participação, senso de pesquisa e de 
análise global. 
Na próxima unidade, estudaremos a avaliação de projetos de investimentos. 
Este assunto lhe permitirá identificar a capacidade e oportunidade de uma 
empresa em realizar ou não um projeto de investimento que esteja sendo objeto 
de avaliação. A tomada de decisão dos investimentos estará alicerçada nos cálculos 
necessários para a avaliação dos projetos, devidamente auxiliados pela matemática 
financeira. 
Como é bom quando terminamos uma jornada e chegamos à conclusão de 
que logramos êxito naquilo em que nos propomos. E para que tenhamos esta 
convicção, vale lembrar a importância de você realizar as atividades desta unidade 
de estudo, presentes no caderno de exercício. Sua iniciativa através da revisão e 
resolução das atividades será sempre uma ferramenta de reforço que lhe auxiliará 
em seus estudos. Não se esqueça de também de fazer uso do ambiente virtual. 
Estaremos sempre à disposição. 
 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Administração Financeira 
 
117 
 Exercícios - Unidade 4 
1. É o preço pago por uma empresa para utilização de recursos obtidos junto as 
suas fontes de financiamento. Estamos nos referindo à (ao): 
a) Linha de crédito. 
b) Crédito ao portador. 
c) Custo médio ponderado. 
d) Custo de capital. 
e) Custo de oportunidade. 
 
2. Analise a afirmação abaixo: 
O custo de capital deve ser considerado como um componente padrão para 
tomada de decisão, reconhecendo também que os projetos deverão oferecer 
retornos iguais ou maiores (desejável) que o custo de capital utilizado. 
Marque a alternativa correta: 
a) A firmação está correta, pois o investimento da empresa caminha em 
direção à minimização de seus resultados. 
b) A afirmação está errada, pois um investimento supera o custo de capital 
do projeto, significa que a empresa caminha em direção à maximização 
de seus resultados. 
c) A afirmação está correta, pois a empresa caminha em direção à 
maximização de seus custos. 
d) A afirmação está correta, pois os custos da empresa são a maximização 
dos projetos. 
e) A afirmação está correta, pois o investimento significa que a empresa 
caminha na direção de seus resultados de capital do projeto. 
 
Administração Financeira 
 
118 
3. Compreende os custos das fontes de financiamento de uma empresa, e em 
especial a debêntures, ações preferenciais e empréstimos. Estamos nos referindo a 
(ao): 
a) Custo do capital próprio. 
b) Custo do capital impróprio. 
c) Custo médio ponderado de capital. 
d) Custo marginal de capital. 
e) Todas as alternativas estão corretas. 
 
4. Aponta o custo geral dos recursos que estão disponíveis e em uso da 
empresa, ou seja, leva em conta todas as fontes de financiamento utilizadas. A 
afirmação diz respeito à (ao): 
a) Capital próprio. 
b) Capital de terceiros. 
c) Custo médio ponderado de capital. 
d) Custo marginal de capital. 
e) Todas as alternativas estão corretas. 
 
5. Assinale a alternativa correta que indique os tipos básicos de capital: 
a) Capital de terceiros e capital próprio. 
b) Patrimônio líquido e caixa. 
c) Duplicatas a recebere financiamento bancário. 
d) Capital próprio e patrimônio líquido. 
e) Todas as alternativas estão corretas. 
 
Administração Financeira 
 
119 
6. Analise as afirmações abaixo: 
I) O capital próprio é considerado de curto prazo. 
II) O capital próprio se mantém na empresa por um período indeterminado. 
 
Marque a alternativa correta: 
a) A primeira afirmação é falsa e a segunda afirmação é verdadeira. 
b) A primeira afirmação é verdadeira e a segunda afirmação é falsa. 
c) As duas afirmações são verdadeiras. 
d) As duas afirmações são falsas. 
e) A primeira sentença justifica a segunda sentença. 
 
7. Genericamente qualquer pagamento feito diretamente pela empresa a seus 
acionistas pode ser considerado um dividendo (ou como parte de sua política de 
dividendos). Das alternativas abaixo, escolha aquela que indicar dois tipos básicos 
de dividendos. 
a) Dividendos extraordinários e dividendos especiais. 
b) Dividendos temporários e dividendos únicos. 
c) Dividendos de liquidação e dividendos temporários. 
d) Dividendos regulares e dividendos únicos. 
e) Todas as alternativas estão corretas. 
 
Administração Financeira 
 
120 
8. São consideradas etapas do pagamento de dividendos: 
a) Data da declaração e data ex-dividendo. 
b) Data de recebimento e data de registro. 
c) Data de pagamento e data de antecipação. 
d) Data ex-dividendo e data de envio. 
e) Data do protocolo e data do acordo. 
 
9. Explique o motivo pelo qual uma política de dividendos é importante. 
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10. Qual o significado de dividendos regulares em dinheiro? 
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Administração Financeira 
 
121 
 
5 Avaliação de Projetos De Investimentos 
 
 
Administração Financeira 
 
122 
Esta unidade de estudos será de grande valia para o desenvolvimento de 
habilidades que contribuam para sua reflexão e atuação crítica sobre a avaliação de 
projetos de investimentos empresariais. Questões relacionadas com o risco e a 
incerteza, com a lucratividade, o tempo de recuperação de um investimento e a 
taxa de retorno serão alvo de nossas atenções a partir deste momento. Os estudos 
desta unidade os proporcionarão as condições básicas necessárias para definição 
em o quê investir, quando investir e por que investir, tudo obviamente amparado 
pelos resultados financeiros advindos dos cálculos que as técnicas de avaliação nos 
permitem. 
Objetivos da unidade: 
 Conhecer o desenvolvimento do cálculo de projetos de investimentos. 
 Identificar a condição necessária para tomada de decisão em relação a 
investir ou não em um determinado projeto. 
 
Plano da unidade: 
 Técnicas de investimento de capital: risco e incerteza. 
 Técnicas de avaliação de projetos de investimento. 
 
Administração Financeira 
 
123 
 Técnicas de investimento de capital: risco e incerteza 
Sempre que estejamos necessitando de avaliar uma possibilidade de projeto 
de investimento, devemos inicialmente levar em conta dois fatores que fortemente 
impactarão na tomada de decisão: a definição de um padrão para efeitos de 
comparação e o custo de capital relacionado ao projeto avaliado. 
Quanto à necessidade do estabelecimento de um padrão 
Sempre que se avalia o resultado esperado de um determinado investimento, 
obtido através do uso das técnicas de investimento de capital, devemos comparar 
este resultado com um padrão previamente estabelecido. 
Tal padrão terá como principal objetivo indicar se os resultados obtidos através 
das técnicas de investimento de capital estão dentro dos níveis desejados pela 
empresa. Assim, a decisão de realizar ou não determinado investimento 
dependerá da comparação entre o índice obtido e o padrão estabelecido pela 
empresa. 
Cabe ressaltar que o estabelecimento de um padrão levará em conta questões 
objetivas (ex.: dados históricos, situação mercadológica, índice de lucratividade 
desejado, etc.) e também questões subjetivas (ex.: grau de tolerância ao risco). 
Já vimos anteriormente que o objetivo da função financeira é o de maximizar o 
retorno dos investimentos. Assim, quaisquer projetos devem ser avaliados 
tomando por base esse princípio. 
Quanto à necessidade de se avaliar o custo de capital da empresa 
Inicialmente, cabe dizer que por custo de capital entende-se o custo geral dos 
recursos utilizados por uma empresa para que ela consiga manter suas atividades. 
Outra questão importante a se considerar é que alguns métodos de avaliação 
levam em conta o valor do dinheiro no tempo e outros não. 
Administração Financeira 
 
124 
Os métodos que estudaremos e que levam em conta o valor do dinheiro no 
tempo são: taxa interna de retorno, valor atual líquido e índice de lucratividade. 
Os demais métodos, período de recuperação do Investimento (payback) e taxa 
média de retorno, não de baseiam nesse conceito, ou seja, não se apoiam em 
fluxos de caixa descontados (a um determinado custo de capital). 
Entretanto, cabe salientar que para uma avaliação mais ampla é fundamental o 
entendimento acerca do resultado de cada uma das técnicas, já que cada uma tem 
sua importância individual e todas são complementares entre si. 
 Técnicas de avaliação de projetos de investimento 
Períodos de recuperação do investimento (payback) 
 
Um método bem simples de avaliação mede o tempo necessário, conforme 
escala utilizada, para que o investimento inicial realizado seja recuperado, igualado 
ou superado. Considera as entradas líquidas de caixa acumuladas. 
Administração Financeira 
 
125 
A aceitação ou rejeição de um projeto considerando o payback vai depender 
do padrão estabelecido, ou seja, do prazo máximo tolerado pela empresa para que 
a recuperação do investimento ocorra. 
A título de ilustração, vamos considerar que a empresa tenha estabelecido 
como padrão um prazo máximo de quatro anos para que a recuperação do 
investimento ocorra. Vejamos o exemplo através do caso abaixo. 
Empresa XPTO - Fluxo de caixa acumulado 
ANO FLUXO DE CAIXA DO PERÍODO FLUXOS ACUMULADOS 
0 ( - ) RRR$160.000,00 ( - ) RRR$160.000,00 
1 + RRR$ 45.500,00 ( - ) RRR$114.500,00 
2 + RRR$ 27.500,00 ( - ) RRR$ 87.000,00 
3 + RRR$110.000,00 + RRR$ 23.000,00 
4 + RRR$ 66.500,00 + RRR$ 89.500,00 
5 + RRR$ 76.000,00 + RRR$165.500,00 
Calculando o payback: (último fluxo acumulado negativo x 12 / fluxo de caixa 
do período que anula o saldo negativo do fluxo acumulado) 
Período = RRR$ 87.000,00 x 12 meses 
------------------------------ = 9,5 meses 
RRR$ 110.000,00 
O resultado de 9,5 meses indica o intervalo de tempo existente dentro da 
escala anual. 
De antemão, sabemos que o payback ocorrerá entre o final do 2º ano (fluxo 
acumulado ainda é negativo)e o final do 3º. ano (fluxo de caixa já é positivo). 
Assim, sabemos que o payback é mais do que 2 anos e menos do que 3 anos. 
Então, pelos cálculos, o payback é 2 anos e 9 meses. 
Administração Financeira 
 
126 
Quanto ao risco, a empresa poderia estabelecer como margem algo em torno 
de 15% do prazo calculado (ou outra taxa qualquer). 
Desta forma, deveríamos acrescentar mais 15% sobre o prazo encontrado de 2 
anos e 9 meses. Obteríamos 3 anos e 2 meses, ainda inferior ao padrão 
estabelecido neste exemplo, que foi de 4 anos, significando que baseado neste 
método o projeto pode ser aceito. 
Taxas médias de retorno 
Ainda também sem levar em conta o valor do dinheiro no tempo, a taxa média 
de retorno requer a observância das seguintes etapas: 
Identificação do fluxo líquido médio por período, que é obtido dividindo-se 
o fluxo líquido total do projeto pelo seu número de períodos. 
Divisão do fluxo líquido médio obtido pelo valor do investimento exigido 
no projeto. O resultado será a taxa média de retorno, que indicará uma 
porcentagem aproximada do investimento que é recuperada ao ano pela empresa. 
Aqui neste caso, novamente se faz necessária a comparação do resultado 
obtido com um padrão estabelecido pela empresa. Vamos considerar que tal 
padrão tenha sido de 28% aa. Vamos então, calcular a TMR. 
(A) Fluxo líquido total (tabela anterior) R$ 325.500,00 * 
(B) Número de períodos (anos) 5 anos 
(C) Fluxo líquido médio (C) = (A) / (B) R$ 65.100,00 
(D) Investimento exigido R$ 160.000,00 
(E) Taxa média de retorno (E) = (C) / (D) 40,69% aa 
 
* considerando os fluxos acumulados, ou seja, R$ 4.500,00 + R$ 27.500,00 + 
R$110.000,00 + R$ 66.500,00 + R$76.000,00 = 
R$ 25.500,00 
Com o padrão de 28% aa estabelecido pela empresa, o retorno líquido médio 
exigido seria de R$ 44.800,00 aa. 
Administração Financeira 
 
127 
O fluxo efetivamente calculado deste projeto seria de R$ 65.100,00 aa, 
significando uma taxa de retorno de 40,69 % aa, ou seja, superior ao padrão 
estabelecido e indicando que o projeto deveria ser aceito. 
Valor atual líquido ou valor presente líquido. 
Este método leva em consideração o valor do dinheiro no tempo. Este método 
trás para o valor presente (data zero ou momento atual), o valor do fluxo projetado 
em data futura “n”. 
Para se calcular é necessário o uso de um fator para descontar os fluxos futuros. 
Desta forma, requer a consideração de uma taxa de desconto que reflita o custo de 
capital da empresa. 
Assim, devemos considerar as seguintes etapas para o procedimento de cálculo 
do VPL: 
 Projetar e desenvolver a série de fluxos de caixa do projeto e definir 
uma taxa de desconto. A título de ilustração, consideremos que o custo 
de capital de uma empresa fictícia fosse de 17% aa. Assim, caso os seus 
recursos não sejam aplicados com um retorno no mínimo igual ao custo 
de capital, a empresa poderá obter maior rentabilidade aplicando tais 
recursos em outras alternativas de investimento, inclusive podendo ser 
fora da própria empresa, significando que o projeto inicialmente 
aventado deve ser rejeitado por não rentabilizar acima do custo de 
capital; 
 Utilizando a taxa de desconto definida, converter os fluxos futuros 
de caixa em valores atuais, mediante uso da fórmula 1 / (1 + i) ^n, (i = 
taxa de desconto e n = o número de períodos). Tais valores podem ser 
obtidos através de cálculos com o uso das tabelas financeiras, disponíveis 
em livros de matemática financeira. É importante salientar que o fluxo 
inicial, no tempo “zero” não requer procedimento de cálculo, já que o 
mesmo corresponde ao valor presente, já que por meio da fórmula acima 
com “n” igual a “zero”, temos resultado “um” e multiplicando o capital por 
um, temos como resposta o valor do próprio capital. 
 
Administração Financeira 
 
128 
 Confrontar o resultado obtido com o cálculo do valor atual das saídas 
com o valor atual das entradas. Quando a diferença decorrente desta 
comparação for positiva, significará que o projeto deverá ser aceito, já 
que tal resultado indicará que a taxa (interna) de retorno supera o custo 
de capital de 17% aa. Caso o resultado seja inferior ao custo de capital, 
então o projeto deverá ser recusado. 
Exemplo de cálculo do valor atual líquido do projeto da Empresa XPTO. 
Ano Fluxo de Caixa 
Fator de valor atual a 
17% aa 
Valor atual do 
fluxo a 17% 
0 (-) R$ 160.000,00 
 
 
1,0000 (-) R$ 160.000,00 
1 +R$ 45.500,00 0,8547 R$ 38.888,85 
2 +R$ 27.500,00 0,7305 R$ 20.088,75 
3 +R$ 110.000,00 0,6244 R$ 68.684,00 
4 + R$ 66.500,00 0,5337 R$ 35.491,05 
5 + R$ 76.000,00 0,4561 R$ 34.663,60 
Valor Atual Líquido + R$ 37.816,25 
Temos que o valor atual líquido é a diferença existente entre o valor atual das 
entradas e o valor atual das saídas, já considerado o custo de capital como taxa de 
desconto, neste caso de 17% aa. 
Assim, neste exemplo, encontramos que o valor atual líquido do projeto é 
positivo em R$ 37.816,25, superior, portanto, a zero, devendo o projeto ser aceito. 
Índice de lucratividade 
Neste caso, dependemos inicialmente do cálculo do valor atual líquido das 
entradas e do valor atual líquido das saídas, pois a apuração do índice de 
lucratividade é obtida simplesmente dividindo um pelo outro. 
IL	 	
Valor	atual	das	entradas
Valor	atual	das	saídas
 
O resultado deste cálculo apontará para valores iguais, inferiores ou superiores 
a “um”, sendo interessantes para as empresas os projetos em que o índice de 
lucratividade seja superior a “um”. Sempre que o valor atual líquido for maior do 
que “zero”, consequentemente, o índice de liquidez será maior do que “um”. 
Administração Financeira 
 
129 
Taxa interna de retorno 
A TIR é a taxa que indica o limite máximo de custo de capital que um projeto 
poderá suportar. Quando calculamos a viabilidade de um projeto utilizando a TIR 
como taxa de desconto, o resultado será sempre ‘zero’, pois a TIR é a taxa de 
desconto igual aos fluxos futuros de um projeto a ‘zero’. 
Quando a TIR for superior ao custo de capital, o resultado do valor atual líquido 
do projeto será superior a zero, indicando que o mesmo deve ser aceito. No caso 
de a TIR ser inferior ao custo de capital, consequentemente, o projeto deverá ser 
rejeitado, já que o VAL será negativo, ou abaixo de zero. 
Resumindo, podemos afirmar que a TIR é a taxa que faz com que o valor atual 
das entradas seja igual ao valor atual das saídas. Feito isso, o resultado do fluxo 
será “zero”. 
Neste caso, o processo de cálculo segue o mesmo princípio do cálculo utilizado 
para o valor atual líquido, entretanto mais extenso e demorado, já que teremos a 
ocorrência de tentativa e erro, pois teremos que calcular a diferentes taxas e várias 
vezes até a obtenção da taxa que transforme o valor atual líquido igual à zero. 
Voltando ao exemplo anterior da empresa "XPTO", já determinamos o valor 
atual líquido a 17%aa., e obtivemos + R$ 37.816,25. Para identificarmos a TIR, 
teremos que igualar o fluxo a R$0,00. 
Cálculo da TIR da empresa "XPTO" 
Taxa de desconto Valor atual líquido 
15% + R$ 48.492,96 
17% + R$ 37.816,25 
20% + R$ 23.283,80 
25% + R$ 2.462,08 
30% - R$ 14.907,06 
Os resultados advindos dos cálculos com várias taxas de desconto indicam que 
o valor atual líquido passa por zero entre as taxas de 25% e 30% aa, pois calculando 
com uma taxa de 25% aa o valor atual líquido é de R$ 2.462,08 e com a taxa de 
30%aa o valor atual líquido fica em R$ 14.907,06. 
Administração Financeira 
 
130 
Consideraremos, então, a taxa de 26% aa. O valor atual líquido encontrado é de 
- R$ 1.262,57 . Como as tabelas financeiras não trazem a indicação de taxas e 
fatores infinitos, faremos uma aproximação linear interna de retorno. 
 
Assim, temos que a taxa interna do retorno é 26,00 - 0,3390 = 25,66% aa., 
superior ao custo de capital de 17% aa;logo o projeto deve ser aceito. 
Do resultado encontrado da TIR, podemos considerar que o custo de capital até 
25,66% aa., ou seja, igual ao valor da TIR, o projeto poderá ser aceito, pois o VPL 
será igual a zero. Quando o custo de capital ficar acima desta taxa o VPL será 
negativo e abaixo da mesma taxa o VPL será positivo. 
Para calcular a TIR utilizando a calculadora financeira HP 12C 
 (f) REG 
 160.000(CHS) (g) CFo 
 45.500,00 (g) CFj 27.500,00 (g) CFj 
 110.000,00 (g) CFj 66.500,00 (g) CFj 
 76.000,00 (g) CFj 
 (f) IRR - 25,66 
Utilizando a calculadora financeira HP 19 BII 
 [FIN] [CFLO] [ ] CLEAR DATA [YES] 
 160.000,00 [+/-] [INPUT] 45.500,00 [INPUT] [INPUT] 
 27.500,00 [INPUT] [INPUT] 110.000,00 [INPUT] [INPUT] 
Administração Financeira 
 
131 
 66.500,00 [INPUT] [INPUT] 76.000,00 [INPUT] [INPUT] 
 [CALC] 
 [IRR%] - 25,66% 
Ao concluirmos esta quinta etapa, é indispensável que você realize uma revisão 
do conteúdo estudado. Nesta unidade você aprendeu as técnicas de avaliação de 
projetos de investimentos, que o possibilita o domínio das ferramentas necessárias 
para aceitação ou rejeição de uma proposta de investimento empresarial. 
Acreditamos que agora você esteja em condições de comparar diversas 
alternativas de projetos e optar por aquela que efetivamente traga maior 
maximização de resultados aos empreendedores e à própria empresa. 
Na próxima unidade, estudaremos o valor econômico agregado, uma 
importante ferramenta auxiliar na avaliação de mercado de uma empresa. Este 
assunto certamente despertará sua curiosidade, pois se baseará em demonstrações 
contábeis e equações matemáticas que lhe conduzirão ao entendimento sobre as 
possíveis situações econômicas em que uma empresa pode se encontrar. 
 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Administração Financeira 
 
132 
 Exercícios - Unidade 5 
1. Sempre que estejamos necessitando de avaliar uma possibilidade de projeto 
de investimento, devemos inicialmente levar em conta dois fatores que fortemente 
impactarão na tomada de decisão. Indique a alternativa correta. 
a) A definição de um padrão e o custo de capital. 
b) A contratação de apólice de seguro e a definição de um padrão. 
c) O custo de capital e demonstração financeira primária. 
d) A demonstração financeira primária e a definição de um padrão. 
e) Os recursos monetários e a inflação. 
 
2. O padrão definido terá como principal objetivo indicar se os resultados 
obtidos através das técnicas de investimento de capital estão dentro dos níveis 
desejados pela empresa. A afirmação está: 
a) Totalmente correta. 
b) Totalmente errada porque depende do objetivo. 
c) Parcialmente correta porque depende da técnica empregada. 
d) Parcialmente errada. 
e) Parcialmente correta pois não há um nível desejado. 
 
 
Administração Financeira 
 
133 
3. São os métodos de avaliação de projetos de investimentos que levam em 
conta o valor do dinheiro no tempo: 
a) Payback e taxa média de retorno. 
b) Payback e taxa interna de retorno. 
c) Valor presente líquido e taxa interna de retorno. 
d) Taxa interna de retorno e taxa média de retorno. 
e) Todas as alternativas anteriores. 
 
4. Mede o período de recuperação do investimento. Estamos nos referindo à (ao): 
a) Taxa interna de retorno. 
b) Valor presente líquido. 
c) Índice de lucratividade. 
d) Payback. 
e) Taxa média de retorno. 
 
5. O Valor presente líquido é um método que leva em consideração o valor do 
dinheiro no tempo, ou seja, o fluxo de caixa descontado. A afirmativa está: 
a) Correta em parte, pois se trata da taxa interna de retorno. 
b) Incorreta no todo. 
c) Totalmente correta. 
d) Totalmente incorreta. 
e) Incorreta em parte, pois se trata do índice de lucratividade. 
 
Administração Financeira 
 
134 
6. Podemos afirmar que quando o índice de lucratividade de uma empresa for 
superior a “1” (um), automaticamente o valor presente líquido será maior que 
“zero” (0). Marque a resposta correta. 
a) Impossível de ocorrer tal combinação de resultado. 
b) Nunca haverá índice de lucratividade acima de “1”. 
c) O enunciado descreve uma combinação real de possibilidade. 
d) O valor presente líquido será sempre abaixo de “zero” quando o índice de 
lucratividade for acima de “um”. 
e) A taxa interna de retorno dependerá da taxa bancária. 
 
7. É a taxa que indica o limite máximo de custo de capital que um projeto 
poderá suportar. A afirmação se refere à (ao): 
a) Custo de capital. 
b) Payback. 
c) Taxa interna de retorno. 
d) Taxa de juros capitalizados. 
e) Taxa média de retorno. 
 
8. Identificação do fluxo líquido médio por período, que é obtido dividindo-se o 
fluxo líquido total do projeto pelo seu número de períodos. Estamos nos referindo 
à (ao): 
a) payback. 
b) taxa média de retorno. 
c) taxa interna de retorno. 
d) índice de lucratividade. 
e) valor atual líquido. 
Baseado nas informações a seguir, responda as questões 9 e 10. 
Administração Financeira 
 
135 
Investimento realizado......................................... R$ 110.000,00 
Período de tempo considerado......................... 5 anos 
Receitas totais 1º., 2º. e 3º anos (cada um) .... R$ 48.000,00 
Receitas totais 4º. e 5º anos (cada um) ........... R$ 68.000,00 
Despesas totais 1º., 2º. e 3º anos (cada um) .. R$ 17.000,00 
Despesas totais 4º. e 5º anos (cada um) ......... R$ 21.000,00 
 
9. Calcule o payback. 
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Administração Financeira 
 
136 
10. Calcule a taxa média de retorno. 
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Administração Financeira 
 
137 
 
6 Valor Econômico Agregado- EVA 
 
 
Administração Financeira 
 
138 
Esta unidade de estudos aborda uma grande ferramenta auxiliar de avaliação 
no valor das empresas, algo considerado de extrema valia aos administradores e 
proprietários das empresas, pois indica se o investimento realizado está ou não 
agregando valor ao negócio. Permite também, como consequência, a definição de 
estratégias, políticas e diretrizes que conduzam as atividades operacionais das 
organizações em direção à otimização dos resultados, algo que certamente vem ao 
encontro dos interesses dos investidores de modo geral. Desta forma, os estudos 
desta unidade lhe proporcionarão uma visão mais crítica das condições 
econômico-financeiras além de uma percepção mais ampla daquilo que é revelado 
nas demonstrações contábeis. 
Objetivos da unidade: 
Avaliar a capacidade e condições de uma empresa em gerar valor adicionado 
aos negócios; 
Apurar a visão crítica e analítica acerca das demonstrações contábeis em prol 
dos processos de tomada de decisão no âmbito econômico-financeiro. 
 
Plano da unidade: 
 EVA - valor econômico agregado e MVA - valor de mercado adicionado. 
 Matriz de indicadores do EVA. 
 MVA e EVA por unidade de negócio e consolidado. 
 
Administração Financeira 
 
139 
 EVA - valor econômico agregado e MVA - valor de 
mercado adicionado 
 
O lucro apontado pela contabilidade de uma empresa, na maioria das vezes, é 
o que mais chama a atenção dos empreendedores, investidores ou acionistas. 
Embora o lucro contábil de fato tenha sua importância, temos outra alternativa 
que permite uma melhor interpretação acerca do desempenho econômico: o EVA 
– Economic Value Added, que traduzindo significa valor econômico agregado ou 
adicionado. 
O EVA passa a ser uma importante ferramenta de informação complementar 
àquela proporcionada pelos resultados apontados na Demonstração de 
Resultados, mais precisamente no lucro. 
Importante destacar que o EVA é uma marca registrada pela Stern Stwuart & Co, 
empresa norte-americana de consultoria. 
Resumidamente, podemos afirmar que o EVA consiste em apreciar e 
demonstrar os efeitos quando o lucro operacional num determinado momento for 
superior ao custo do capital investido no mesmo período, significando que a 
empresa obteve um EVA® positivo. 
No caso de o resultado apresentar um EVA negativo, não significará, 
necessariamente, que a situação seja irrecuperável, ou não possa ser revertida, 
podendo apenas indicar que a empresa está vivendo o momento de maturação 
dos seus investimentos. 
Sabemos que o objetivo da administração financeira é a maximização dos 
resultados, com consequente criação de valor para o proprietário/acionista das 
empresas. 
Assim, torna-se de fundamental importância a determinação do valor da 
empresa e seu permanente monitoramento, objetivando verificar se a criação de 
valor está acontecendo conforme desejado pelo proprietário. 
Administração Financeira 
 
140 
Também sabemos que compete ao administrador a tomada de decisões que 
impacta diretamente no fluxo de caixa da empresa, bem como seu 
comprometimento com a análise de projetos de investimentos. 
Desta forma, todas as providências tomadas pelo administrador terão como 
meta a elevação do valor de mercado da empresa em que atua. 
Quando nos referimos à possibilidade de criação de valor para uma empresa 
estamos falando de MVA – market value added, ou melhor, valor de mercado 
adicionado. O MVA gera os seguintes benefícios: 
 Permite uma visão de longo alcance em relação ao impacto das decisões 
tomadas; 
 Enfatiza a importância de uma adequada estrutura de capital, custo de 
capital próprio e de terceiros, política de dividendos; 
 Integra a área financeira ao planejamento estratégico; 
 Os gestores trabalharão de maneira mais integrada e interdependente, 
utilizando os mesmos procedimentos, filosofia, conceitos e objetivos em 
obediência às metas estabelecidas pela empresa; 
 Auxilia na identificação da taxa mínima de retorno a ser exigida nos atuais 
e em novos projetos que interessem à empresa; 
 Permite a percepção de contribuição de cada gestor na criação de valor 
para os proprietários/acionistas da empresa; 
 Os objetivos da empresa tornam-se mais pontuais, claros, consistentes e 
mensuráveis; 
 Auxilia a tomada de decisão em processos de reorganização societária em 
momentos de fusões, joint-ventures, aquisição ou venda de participações 
acionárias e/ou cisões; 
 
Administração Financeira 
 
141 
O EVA é obtido através da rentabilidade líquida dos ativos deduzida do custo 
médio ponderado de capital. 
Uma empresa precisa avaliar os possíveis resultados dos projetos que estejam 
em desenvolvimento. A soma do resultado desses projetos precisa atingir uma 
taxa de retorno que supere o custo médio de seus financiamentos. 
Empresa ‘XPTO’ 
Demonstrativo patrimonial Em 31/12/200 
 
AO = resulta dos investimentos necessários de uma empresa para que ela 
consiga gerar receita operacional, tais como: o caixa mínimo, as duplicatas a 
receber, os estoques e as imobilizações produtivas. 
PO = resultante de todos os financiamentos em que a própria operação da 
empresa oferece, tais como: fornecedores, salários a pagar, impostos, etc. 
CCT – Custo de capital de terceiros. 
CCP – Custo de capital próprio. 
AOL – Ativo operacional líquido: AO – PO 
Resumo: 
Importante! 
Uma empresa consegue ter MVA – valor de mercado adicionado quando 
viabiliza a ocorrência de um EVA – valor econômico agregado. 
Administração Financeira 
 
142 
AOL................................... R$ 36.000,00 (AO – PO: 40.000,00- 4.000,00) 
Capital de terceiros........... R$ 16.000,00 
Capital próprio.................. R$ 20.000,00 
Concluímos que os dados acima nos revelam que o retorno obtido na gestão 
dos ativos operacionais deverá ser, pelo menos, igual à soma do custo do capital de 
terceiros e custo do capital próprio. Quando isso ocorrer, a empresa não estará 
‘destruindo’ valor, ou como poderíamos dizer de forma mais simples, a empresa 
não estaria diminuindo de tamanho. 
O AOL de $ 36.000 é financiado pelo CP e CT, sabendo que as duas fontes têm 
custo financeiro. Supondo que CCT seja de 10% e o CCP seja de 12%, ambos já 
deduzidos o IR, podemos calcular o custo médio ponderado de capital. 
O CMPC significará o custo final utilizado pela empresa em sua estrutura de 
financiamento como um todo, ou seja, considerará todas as fontes de 
financiamento disponíveis para a operacionalização dos negócios bem como seus 
respectivos custos, e é calculado considerando o custo de cada fonte de capital 
utilizada e ponderada em relação à soma dos valores correspondentes a todas as 
fontes de capital utilizadas pela empresa. 
CMPC líquido (já deduzido IR de 30%) = R$ 16.000,00 / R$ 36.000,00X 0,10 + R$ 
20.000,00 / R$36.000,00 x 0,12 = 11,11%. O resultado de 11,11% significa ser a taxa 
mínima de retorno necessária a ser obtida na gestão sobre o AOL. 
CMPC bruto (sem deduzir IR 30%) = R$ 16.000,00 / R$36.000,000 X 0,1428 + R$ 
20.000,00 / R$36.000,00 x 0,1714 = 15,87% 
Resumo das taxas: 
CCT: Bruto = 14,28 e líquido (já deduzido 30% IR) = 10,0 
CCP: Bruto = 17,14 e líquido (já deduzido 30% IR) = 12,0 
Exemplo: 
(1) = 0,1587 x R$ 36. 000,00 
(2) = 0,30 x R$ 5.713,00 
(3) = 0,10 x R$ 16.000,00 
Administração Financeira 
 
143 
 
RAOL – Retorno sobre o ativo operacional = LO / AOL: R$ 5.713,00 / 36.000 = 
15,87 
O valor de R$ 4.000,00 correspondenteao LO, é o valor de equilíbrio, ou seja, é 
o valor do lucro operacional que a empresa necessita obter para absorver o CCT e o 
CCP. 
Em outras palavras, o resultado obtido é o lucro operacional mínimo, no caso 
suficiente para remunerar o custo total do capital de terceiros e capital próprio. 
Esse resultado aponta que a empresa não criou nem destruiu valor adicionado, 
pois R$ 1.600,00 cobre o custo de capital de terceiros e R$ 2.400,00 o custo do 
capital próprio (R$1.600,00 + R$2.400,00 = R$ 4.000,00). 
Vejamos outra apresentação do demonstrativo de resultados: 
Demonstrativo de Resultados para o ano de 2000 
Lucro operacional R$ 5.713,00 (1) 
( - ) Imposto de renda R$ 1.713,00 
= LO após o IR e antes dos juros R$ 4.000,00 
( - ) Juros – CCT R$ 1.600,00 
Lucro após o IR R$ 2.400,00 
( - ) Custo capital próprio - CCP R$ 2.400,00 
= EVA R$ 0 
Neste exemplo, o EVA da empresa corresponde a zero, o que nos indica que o 
LO de R$ 4 000,00 reflete uma linha de corte. 
Na DRE – Demonstração de Resultado, temos dispostas acima do lucro 
operacional (R$ 4.000,00) as contas relacionadas aos gastos da operação da 
empresa, tais como salários, matérias primas, energia, despesas administrativas etc. 
Ainda no DRE e abaixo do lucro operacional, temos os gastos da empresa com a 
estrutura de capital, neste caso R$ 1.600,00 + R$ 2.400,00. 
Assim, objetivando alterar a situação de EVA = Zero, criando valor adicionado, 
poderíamos adotar o seguinte: 
Administração Financeira 
 
144 
a) providenciar alterações nas políticas internas da empresa, aumentado as 
receitas e/ou reduzindo os gastos operacionais; 
b) providenciar corte nos custos com a estrutura de capital. 
 
O EVA nos permite entender uma empresa como captadora e aplicadora de 
recursos. Existirá EVA positivo quando o custo da captação for inferior ao custo da 
aplicação dos recursos. 
Expressão matemática do E V A 
 
 
Administração Financeira 
 
145 
O EVA poderá ser expresso da seguinte forma: 
EVA = LO – CCT – CCP , portanto; EVA = LO – (CCT + CCP) 
 
Ao final do DRE teremos a indicação do EVA - Valor Econômico Adicionado – 
EVA, podendo ocorrer três situações: 
 EVA positivo, ocorrendo quando o RAOL superar o CMPC. 
 EVA igual a zero, ocorrendo quando o RAOL se igualar ao CMPC. 
 EVA negativo, ocorrendo quando o RAOL for inferior ao CMPC.. 
Uma demonstração simples para cada uma das situações acima: CMPC = 
11,11% 
EVA igual a zero: 
RAOL = R$ 4.000,00 / R$ 36.000,00 = 11,11% 
EVA = RAOL – CMPC x R$ 9.000,00 
EVA = 11,11 – 11,11 x 9.000,00 
EVA = 0,000 x R$ 9.000,00= R$ 0 
 
O EVA é igual a zero, pois a empresa está captando recursos a uma taxa de 
11,11% e aplicando-os aos mesmos 11,11%. 
EVA positivo (por exemplo, igual a R $ 1.500,00 ) 
 RAOL = (R$ 4.000,00+ R$ 1.500,00) / R$ 36. 000,00 
 R$ 5.500,00 / R$ 36.000,00= 15,28% 
 EVA = RAOL - CMPC x R$ 36.000,00 
 EVA = (15,28 – 11,11) / 100) x R$ 36.000,00 
 0,0417 x R$ 36.000,00= R$ 1.500,00 
Administração Financeira 
 
146 
Neste caso, significa que a empresa capta recursos a 11,11% e aplica-os a 
15,28%, resultando em um EVA positivo de R$ 1.500,00. Assim, como o EVA é de R$ 
1.500,00, temos um retorno sobre o capital próprio de 19,5% (R$ 2.400,00 - Lucro 
após o IR + R$1.500.00- EVA positivo) / R$ 20 .000,00). Estes 7,5% (19,5 – 12,0) de 
taxa acima do mínimo esperado de 12% (CCP, informado no início do exemplo) 
aplicados sobre o capital próprio de R$ 20.000,00 identificam o EVA de R$1.500,00. 
EVA negativo (por exemplo, igual a - R$ 1.500,00) 
RAOL = (R$ 4.000,00 - R$ 1.500,00 ) / R$ 36 .000,00 = 6,94% 
 EVA = RAOL – CMPC x R$ 36.000,00 = 
 EVA = (6,94 – 11,11) x R$ 36. 000,00 = 
 EVA = - 0,0417 x R$ 36. 000,00 
 EVA = - R$ 1.500,00 
 
Neste caso, significa que a empresa capta recursos a 11,11% e aplica-os a 
6,94%, resultando em um EVA negativo de R$ 1.500,00. Assim, como o EVA é de - 
R$ 1.500,00 temos um retorno sobre o capital próprio de 4,5% (R$ 2.400,00 lucro 
após o IR - R$ 1.500,00 - EVA negativo) / R$ 20.000,00). Estes 7,5% (4,5 – 12,0) de 
taxa abaixo do mínimo esperado de 12% (CCP, informado no início do exemplo) 
aplicados sobre o capital próprio de R$ 20.000,00 identifica o EVA de - R$ 1.500,00. 
 
 Matriz de indicadores do E V A 
 
 
Administração Financeira 
 
147 
Leverage = alavancagem = Nível de utilização de recursos de terceiros para 
aumentar as possibilidades de lucro, aumentando, consequentemente, o grau de 
risco da operação, ou capacidade que uma empresa possui de usar seus ativos ou 
recursos com um custo fixo, com o objetivo de aumentar o retorno dos acionistas. 
A matriz acima indicada facilita o acompanhamento da evolução econômica de 
uma empresa, já que os indicadores apontam para o EVA. Para que uma empresa 
consiga criar valor, é preciso que se adotem as seguintes estratégias: 
 Aumentar a margem operacional (componente do RAOL); 
 Aumentar o giro sobre os ativos (componente do RAOL); 
 Aumentar a alavancagem financeira (ampliar a relação dívida / capital 
próprio). 
 
 MVA e EVA por unidade de negócio e consolidado 
Já sabemos que é preciso o auxílio das demonstrações financeiras/contábeis 
para apurarmos o EVA. 
Vimos anteriormente que uma empresa consegue ter MVA – Valor de Mercado 
Adicionado – quando viabiliza a ocorrência de um EVA – valor econômico 
agregado, sendo que o EVA é obtido através da rentabilidade líquida dos ativos 
deduzida do custo médio ponderado de capital. 
Considerando o mesmo exemplo, vamos calcular o MVA da empresa utilizando 
o EVA positivo de R$ 1.500,00. 
De forma bem simples, podemos identificar o MVA da empresa mediante a 
divisão do valor do EVA pelo custo de capital próprio, ou seja, pela fórmula MVA = 
EVA / CCP. 
Substituindo os valores, temos: 
 MVA = EVA / CCP 
 MVA = 1.500 / 0,12 
 MVA = 12.500 
Administração Financeira 
 
148 
Em resumo, temos no exemplo que o EVA da empresa é de R$ 1.500,00e seu 
MVA é de R$ 12.500,00. 
EVA Consolidado 
Lucro líquido 
 
R$ 3.900,00(LL 2.400,00+ EVA 1.500,00) 
 
(-) CCP 
R$ 2. 400,00 (CCP x CP, ou seja, CCP x Pat.Líq.) 
0,12 x 20.000,00= 2.400,00 
= EVA consolidado R$ 1.500,00 
MVA consolidado 
MV (valor de mercado) = LL (lucro líquido) / CCP (custo de capital próprio) 
MV = LL / CCP (3.900 / 0,12) 
 
R$ 32.500,00 
CAPITAL PRÓPRIO (patrimônio líquido) R$ 20.000,00 
MVA (MV – CP) R$ 12.500,00 
MVA = EVA / CCP R$ 12.500,00 (1.500,00/ 0,12) 
No exemplo acima, percebemos que a empresa está conseguindo criar valor, já 
que os custos dos recursos utilizados estão abaixo dos rendimentos obtidos, 
significando um EVA de $ 1.500 e, consequente, MVA de $ 12.500. 
Ao concluirmos esta derradeira etapa de nossos estudos na disciplina 
Administração financeira, lembramo-nos da importância de sua atitude voltada 
para uma permanente revisão do conteúdo estudado. Nesta unidade, você teve a 
oportunidade de aprender os procedimentos para elaboração de cálculo do EVA e 
do MVA, indispensáveis ferramentas para avaliação de resultados e verificação de 
comportamento da situação do valor de uma empresa e suas tendências em 
consonância aos números indicados nas demonstrações contábeis. Desejamos 
pleno sucesso em sua jornada e reforçamos nossa total disponibilidade para 
acompanhá-lo e apoiá-lo em seu desenvolvimento acadêmico e profissional. 
Conceitos aplicados a Finanças. 
Administração Financeira 
 
149 
Segundo Hoji (2014), o objetivo econômico das empresas é maximizar seu 
lucro, assim aumentar também seu valor de mercado, consequentemente agregar 
riqueza aos proprietários (representados pelos acionistas nas empresas de capital 
aberto e sócios nas de cotas de responsabilidade limitada). Assim, de acordo, com 
ele uma empresa pode ser visualizada como um sistema de geração de lucro para 
aumento dos recursos investidos. Na figura 01 demonstramos este macrossistema:Figura 01 – Visão da empresa representando um sistema de geração de lucro. 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). 
Atividades Empresariais 
Para Hoji (2014), as atividades de uma entidade são agrupadas segundo sua 
natureza, sendo estas divididas conforme a figura 02: 
 
Administração Financeira 
 
150 
Figura 02 – Atividades Empresariais. 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). 
Para Gitman (2010), finanças, é definida com a arte e ciência da gestão 
monetária, neste sentido ele afirma que todos recebem, levantam, gastam ou 
investem seus recursos aqui representados pelo dinheiro. 
Ainda para este, está diretamente relacionado ao processo, às instituições, aos 
mercados, aos mecanismos envolvidos na transferência monetária entre 
indivíduos, empresa e organismos legais, representados pelo Governo. 
De acordo com Gitman (2010), a administração financeira, representa as 
atividades relativas ao administrador financeiro nas empresas, sendo estes 
responsáveis por gerir o negócio financeiro da entidade em todas as suas formas 
para melhorar e desenvolver a estratégia empresarial, consequentemente criando 
uma vantagem competitiva no mercado. 
Para Maximiano (2010), o papel do administrador esta voltado para a gestão do 
negócio, na figura 03 demonstra-se tal sistema: 
 
Administração Financeira 
 
151 
 
Figura 03 – Papel do Administrador Financeiro. 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Maximiano (2010). 
Pode-se ainda detalhar mais estes pontos segundo ele, da seguinte forma: 
I) Objetivos – Resultados esperados; 
II) Recursos – Informações, tempo, espaço, dinheiro etc.; 
III) Decisões – Planejamento, Organização, execução, direção e controle. 
 
Segundo Maximiano (2010), este processo é representado por um PDCA4, 
conforme figura 04 e 05: 
 
 
4 Para Fonseca (2006) representa uma ferramenta de controle gerencial de processos 
distribuído em fases distintas a saber: Planejamento, Controle, Desenvolvimento e Ação. 
Ainda de acordo com ele tem a função de definir padrões e estabelecer metas operacionais. 
Disponível em: <http://www.leansixsigma.com.br/acervo/ACERVO_5115851.PDF>. Acesso 
em: 17/11/2016. 
Administração Financeira 
 
152 
Figura 04 – PDCA. 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Maximiano (2010). 
 
Figura 05 – PDCA, detalhado. 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Maximiano (2010). 
 
Administração Financeira 
 
153 
Demonstração de Resultado – DRE, e as Atividades empresariais. 
Para Hoji (2014), as atividades operacionais representadas por investimentos e 
financiamentos, são executadas em função da atividade fim da empresa, gerando 
consequentemente receitas e despesas. De acordo com ele, ainda existem 
atividades que têm classificação operacional que sob o enfoque gerencial se 
encaixam como não operacionais, as figuras 06 e 07 demonstram como isto se 
aplica, em relação a ambas: 
Figura 06 – DRE e Atividades empresariais Operacionais e Não Operacionais. 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). 
 
Administração Financeira 
 
154 
Figura 07 – DRE e Atividades empresariais Operacionais e Não Operacionais. 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). 
Conceitos Financeiros Básicos – Inflação e Deflação 
A seguir, apresentaremos os principais conceitos financeiros básicos: 
Juros Simples, Juros Compostos, Valor do dinheiro no tempo e Equivalência de 
Capitais. 
Segundo Hoji (2014), o conceito de inflação equivale ao crescimento 
generalizado de preços, que provoca a diminuição do poder aquisitivo da moeda 
(compra de bens e serviços), isto é, a mesma quantidade disponível passa a 
comprar (poder aquisitivo); menos moeda (compra de bens e serviços), o inverso 
disto, ou seja, a diminuição e decrescimento generalizado dos preços provoca o 
aumento do poder aquisitivo, consequentemente a mesma quantidade de moeda 
passa a comprar mais moeda disponível, dá-se o nome disto de deflação. 
Administração Financeira 
 
155 
Para Hoji (2014), o cálculo da variação dos níveis de preços, demonstrado na 
figura 08, fica assim disposto: 
Figura 08 – Inflação e Deflação. 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). 
 
Realizando os cálculos encontra-se a seguinte solução: 
 1066+1079+1093+1108 / 4
 1012+1025+1039+1054 / 4
-	1	= 
1087
1033
-	1	=	0,0523	=	5,23% 
 
Caso o critério de variação a ser considerado fosse o “ponta a ponta”, ter-se-ia 
como solução a inflação do mês conforme abaixo: 
= 
1118
1033
- 1 = 0,0823 = 8,23% 
Número Índice: 
Segundo Hoji (2014), este indicador é utilizado em várias áreas de 
conhecimento, tais como demografia, economia e finanças, mensurando índices 
como taxa de natalidade, populacional, variação de produção e emprego, sua 
formula é a seguinte: 
In = (1 + Δn) x In-1 
Δn = (In / Ib) 
Onde: 
In = Índice do período de referência5; 
Δn = Variação do período de referência, sendo apresentado na forma de 
percentual, sendo: In = Índice Final e Ib = Índice Inicial ou Base. 
 
5 O período de Referência pode ser por: dia, mês, trimestre, semestre, ano etc. 
Administração Financeira 
 
156 
In-1 = Índice do período anterior ao de referência. 
Para reajustarmos o valor original tem-se a seguinte equação: 
VR = VB x (In / Ib), 
VR = Valor a ser reajustado; 
VB = Valor-Base; 
In = Índice Final; e 
Ib = Índice Inicial ou Base. 
Exemplo: Reajustar o valor-base de $ 1.500 do mês de Fev/14 para Set/14: 
Figura 09 – Índices de Inflação. 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). 
 
Administração Financeira 
 
157 
 
Logo, tem-se: 
 
VR = $ 1.500 x (1,019 / 1,040) = $ 1.640,66 
 
Existem alguns índices inflacionários, com diferentes finalidades, abaixo 
descrevemos os mais importantes, na figura 10 detalham-se estes: 
Figura 10 – Índices de Inflação mais importantes 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). 
 
Administração Financeira 
 
158 
Segundo Hoji (2014), os termos a seguir compõem o arcabouço teórico que se 
faz necessário para a correta compreensão das operações financeiras comuns na 
figura 15 detalham-se os principais para devida compreensão: 
Figura 11 – Arcabouço teórico das operações financeiras. 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de Hoji (2014). 
Para Hoji (2014), os juros simples são calculados pelo capital inicial, de forma 
proporcional ao número capitalizado, tendo por Equação: 
J	=	C . i . n 
Onde: 
 
J = Juros; 
C = Capital Inicial; 
i = Taxa de Juros; 
n = Tempo. 
 
Administração Financeira 
 
159 
I. Exemplo: 
Calcular o juro produzido por um capital de $ 10.000, aplicado durante 7 meses, 
à taxa de juros simples de 3% a.m. 
 
J = C x i x n 
J = $ 10.000 x 0,03 x 7 = $ 2.100,00 
 
II. Exemplo: 
Calcular o montante de um capital de $ 10.000, aplicado durante 7 meses, à 
taxa de juros simples de 3% a.m. 
 
Forma de cálculo 1: 
M = C + J 
M = $ 10.000 + $ 2.100 = $ 12.100 
 
Forma de cálculo 2: 
M = C x (1 + i x n) 
M = $ 10.000 x (1 + 0,03 x 7) 
M = $ 12.100 
 
Para Hoji (2014), relativo a forma de capitalização esta pode ser simples e 
composta, abaixo segue a fórmula genérica de ambas: 
Capitalização Simples - VF = VP x ( 1 + i )n 
Capitalização Composta – VF = VP x ( 1 + i )n 
Onde: 
VF = Valor Futuro; 
VP = Valor Presente; 
i = Taxa de Juros aplicada; 
n = Tempo. 
Administração Financeira 
 
160 
“Os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para operações 
de empréstimos e financiamento de longo prazo , envolvendo desembolsos 
periódicos do principal e encargos financeiros” . “Os Sistemas de amortização de 
empréstimos e financiamento tratam, basicamente de forma pela qual o principal e 
os encargos financeiros são restituídos ao credor do capital” (ASSAF NETO; 2009). 
Principais sistemas de Amortizações: 
 
Sistema de Amortização Constante – SAC 
Este sistemaapresenta como 
característica o valor da amortização 
constante onde sua obtenção ocorre 
pela divisão do valor do principal pelo 
prazo da operação. As prestações neste 
sistema são decrescentes em progressão 
aritmética. Amortização = Valor do 
Empréstimo / Número de Prestações. 
Sistema de Amortização Francês – (Price) 
Este sistema é amplamente utilizado no 
mercado financeiro de habitação onde as 
prestações devem se iguais e periódicas 
e sucessivas. 
Prestação = PV . [ i. ( 1+ i ) / ( 1 + i ) - 1 ] 
Sistema de Amortização Misto - SAM 
Este sistema representa basicamente a 
media aritmética entre o sistema de 
amortização SAC e o sistema de 
amortização SAF. Prestação = (Prestação 
SAM + Prestação SAF) / 2 
Sistema de Amortização Americano – 
SAA 
Neste sistema a devolução do capital 
emprestada é efetivado no final do 
contrato, não cabendo amortizações 
intermediárias. 
Direto ao Ponto (Considere as mesmas variáveis utilizadas no SAC para 
realização do cálculo das demais sistemas de amortização): 
SAC 
 
Empréstimo 
R$ 100.000,00 
Prazo 
10 anos 
Juros a.a 
0,140175 
 
Administração Financeira 
 
161 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 100.000,00 0,00 
1 90.000,00 10.000,00 14.017,50 24.017,50 
2 80.000,00 10.000,00 12.615,75 22.615,75 
3 70.000,00 10.000,00 11.214,00 21.214,00 
4 60.000,00 10.000,00 9.812,25 19.812,25 
5 50.000,00 10.000,00 8.410,50 18.410,50 
6 40.000,00 10.000,00 7.008,75 17.008,75 
7 30.000,00 10.000,00 5.607,00 15.607,00 
8 20.000,00 10.000,00 4.205,25 14.205,25 
9 10.000,00 10.000,00 2.803,50 12.803,50 
10 0,00 10.000,00 1.401,75 11.401,75 
Total 100.000,00 77.096,25 177.096,25 
 
 
SAF 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 100.000,00 
1 94.833,10 5.166,90 14.017,50 19.184,40 
2 88.941,93 5.891,17 13.293,23 19.184,40 
3 82.224,96 6.716,96 12.467,44 19.184,40 
4 74.566,45 7.658,52 11.525,88 19.184,40 
5 65.834,40 8.732,05 10.452,35 19.184,40 
6 55.878,34 9.956,06 9.228,34 19.184,40 
7 44.526,68 11.351,65 7.832,75 19.184,40 
8 31.583,81 12.942,87 6.241,53 19.184,40 
9 16.826,67 14.757,14 4.427,26 19.184,40 
10 0,95 16.825,72 2.358,68 19.184,40 
Total 99.999,05 91.844,95 191.844,00 
 
 
Administração Financeira 
 
162 
 
SAM 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 100.000,00 
1 92.416,55 7.583,45 14.017,50 21.600,95 
2 84.470,96 7.945,59 12.954,49 20.900,08 
3 76.112,48 8.358,48 11.840,72 20.199,20 
4 67.283,22 8.829,26 10.669,07 19.498,33 
5 57.917,20 9.366,02 9.431,43 18.797,45 
6 47.939,17 9.978,03 8.118,54 18.096,58 
7 37.263,34 10.675,83 6.719,87 17.395,70 
8 25.791,91 11.471,44 5.223,39 16.694,83 
9 13.413,34 12.378,57 3.615,38 15.993,95 
10 13.412,86 1.880,21 15.293,08 
Total 99.999,52 84.470,60 184.470,13 
 
SAA 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 100.000,00 
1 100.000,00 14.017,50 14.017,50 
2 100.000,00 14.017,50 14.017,50 
3 100.000,00 14.017,50 14.017,50 
4 100.000,00 14.017,50 14.017,50 
5 100.000,00 14.017,50 14.017,50 
6 100.000,00 14.017,50 14.017,50 
7 100.000,00 14.017,50 14.017,50 
8 100.000,00 14.017,50 14.017,50 
9 100.000,00 14.017,50 14.017,50 
10 100.000,00 100.000,00 14.017,50 14.017,50 
Total 100.000,00 140.175,00 240.175,00 
 
 
Administração Financeira 
 
163 
Abaixo, segue a análise comparativa entre as quatro sistemas de amortização: 
Período SAC PRICE SAM SAA 
0 
1 24.017,50 19.184,40 21.600,95 14.017,50 
2 22.615,75 19.184,40 20.900,08 14.017,50 
3 21.214,00 19.184,40 20.199,20 14.017,50 
4 19.812,25 19.184,40 19.498,33 14.017,50 
5 18.410,50 19.184,40 18.797,45 14.017,50 
6 17.008,75 19.184,40 18.096,58 14.017,50 
7 15.607,00 19.184,40 17.395,70 14.017,50 
8 14.205,25 19.184,40 16.694,83 14.017,50 
9 12.803,50 19.184,40 15.993,95 14.017,50 
10 11.401,75 19.184,40 15.293,08 114.017,50 
Total 177.096,25 191.844,00 184.470,13 240.175,00 
Para Filho (2003), em relação aos índices financeiros estes tem a seguinte 
definição. Na Figura 12 detalhado: 
Figura 12 – Conceitos dos Indicadores. 
 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de FILHO (2003). 
Abaixo, segue os principais indicadores financeiros com seu entendimento: 
Administração Financeira 
 
164 
 
Figura 13 – Conceitos dos Indicadores 
Estrutura Índice Fórmula Padrão Para que serve 
Entendi-
mento 
PA
TRIN
O
N
IA
L 
Estrutura de Capitais e Endividam
ento 
Participação do CT 
em relação ao PL 
PC + PELP
PL
 
Mede o grau de depen-
dência da empresa em 
relação a terceiros 
Q
uanto m
enor m
elhor 
Participação do CT 
em relação ao AT 
PC + PELP
AT
 
Mede o quanto dos 
investimentos são 
garantidos por terceiros 
Composição da 
forma de endivi-
damento C / P 
PC
PC + PELP
 
Mede a dívida da 
empresa que vence a 
curto prazo 
Composição da 
forma de endivi-
damento L / P 
PELP
PC + PELP
 
Mede a dívida da 
empresa que vence a 
longo prazo 
Dependência crédito 
por instituições 
financeiras 
Financ. Inst. Financeiras
PL
 
Mede o quanto do PL 
está comprometido com 
as instituições financeiras 
Imobilização do PL 
A IMOB
PL
 
Mede a quantidade de 
recursos próprios 
investidos no Ativo 
Imobilizado 
Imobilização de 
recursos não 
correntes 
A IMOB
PL + PELP
 
Mede a quantidade de 
recursos totais investidos 
no Ativo Imobilizado 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de (FILHO, 200; ASSAF NETO, 2010, MARION, 2010, 
GROPELLI, 2012; HOJI, 2014). 
 
Administração Financeira 
 
165 
Figura 14 – Conceitos dos Indicadores. 
Estrutura Índice Fórmula Padrão Para que serve 
Entendi-
mento 
FIN
AN
CEIRA 
Liquidez e Prazos M
édios 
Liquidez 
imediata 
Disponibilidades
PC
 
Capacidade de a empresa pagar 
suas obrigações de curto prazo 
utilizando a Conta Caixa e Bancos 
Q
uanto m
aior m
elhor 
Liquidez 
corrente 
AC
PC
 
Capacidade de a empresa pagar 
suas obrigações de curto prazo 
Liquidez geral 
AC + ARLP
PC + PELP
 
Capacidade de a empresa 
pagar todas as suas obrigações 
Liquidez seca 
AC - Estoq
PC
 
Capacidade de a empresa pagar 
suas obrigações de curto prazo 
sem comprometer o estoque 
Prazo médio de 
estoque 
Estoq Méd
CPV
 ×	360 
Prazo em que o estoque gira, ou 
seja, se renova. Ciclo do estoque Quanto 
menor 
melhor 
Prazo médio do 
recebimento de 
vendas 
	
Duplic. Receber Méd
Rec Líquida
	 ×	360 
Prazo em que a empresa 
recebe seu contas a receber 
(vendas) 
Prazo médio de 
pagamento de 
compras 
	
Fornec. Méd
Compras
	 ×360 
Prazo em que a empresa paga 
seus compromissos com os 
fornecedores (compras) 
Quanto 
maior 
melhor 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de (FILHO, 200; ASSAF NETO, 2010, MARION, 2010, 
GROPELLI, 2012; HOJI, 2014). 
Figura 15 – Conceitos dos Indicadores. 
Fluxo líquido total (Tabela anterior) (A) R$ 325.500,00 * 
Número de períodos (anos) (B) 5 anos 
Fluxo líquido médio (C) = (A) / (B) (C) R$ 65.100,00 
Investimento exigido (D) R$160.000,00 
Investimento médio exigido 
(E) 
R$160.000,00 / 2 = 80.000 
Taxa média de retorno (F) = (C) / (E) (F) 81,375 % aa 
Fonte: Adaptado pelo próprio autor de (FILHO, 200; ASSAF NETO, 2010, MARION, 2010, 
GROPELLI, 2012; HOJI, 2014). 
Administração Financeira 
 
166 
 
 
 
Leitura Complementar: 
CARVALHO, Juracy Vieira de. Análise econômica de investimentos: EVA: 
valor econômico agregado. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. 
É hora de se avaliar 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. 
Administração Financeira 
 
167 
 
 Exercícios - Unidade 6 
1. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu 
negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira 
vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo 
considerando a tabela SAF/ PRICE 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 
1 
2 
3 
4 
5 
Total 
 
Administração Financeira 
 
168 
2. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu 
negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira 
vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo 
considerando a tabela SAC 
 SD 
A = SD/n de 
Parcelas 
J = PV/n x (n - t) 
x i P = A + J 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 
1 
2 
3 
4 
5 
Total 
 
3. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu 
negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira 
vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo 
considerando a tabela SAM 
 SD = SAC + SAF / 2 A = SAC + SAF / 2 
J = SAC + 
SAF / 2 
PMT = SAC 
+ SAF / 2 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 
1 
2 
3 
4 
5 
Total 
 
 
Administração Financeira 
 
169 
4. Um banco concedeu um empréstimo de 10.000 para ampliação de seu 
negócio a ser liquidado em cinco prestações anuais e iguais, em que a primeira 
vence daqui a um ano, a uma taxa de 8% aa. Neste sentido Realize o cálculo 
considerando a tabela SAA. 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 
1 
2 
3 
4 
5 
Total 
 
5. Seu Inácio recebeu a seguinte proposta de investimento: aplicar 1.000.000 
tendo como retorno, nos próximos três anos, respectivamente: 400.000, 500.000 e 
300.000. o custo de oportunidades (TMA) é de 12% aa. O investimento deve ser 
realizado? 
 
 
 
 
 
6. Dona Flor decidiu comprar um apartamento e, ao chegar à imobiliária, 
fizeram-lhe a seguinte proposta: 
a) 3.000.000 a vista 
b) Ou cinco parcelas anuais, respectivamente, de 800.000; 500.000; 500.000; 
500.000; 950.000. 
 
Administração Financeira 
 
170 
Por possuir um perfil conservador, dona Flor conseguiu, no banco uma taxa de 
juros de 10%aa. 
 
 
 
 
 
Defina de que forma dona Flor deve comprar o apartamento e calcule a TIR 
 
 
 
 
 
7. Considere as premissas abaixo e atribua (V) para Verdadeiro e (F) para Falso: 
( )O cálculo do payback é utilizado para determinar o tempo necessário 
para a recuperação do investimento original. 
( )Na utilização do regime de competência para apurar o resultado 
econômico e avaliar a rentabilidade de suas operações, as organizações 
consideram as receitas no momento do recebimento do recurso financeiro 
resultante de um negócio. 
( )Na administração financeira, o critério de tomada de decisão de 
maximização do lucro desconsidera os riscos e as incertezas do mercado. 
( ) A ênfase do administrador financeiro reside no fluxo de caixa, que se 
refere ao reconhecimento das receitas, no momento da venda, e das despesas, 
quando incorridas. 
 
 
Administração Financeira 
 
171 
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: 
c) V,F,V,F 
d) F,V,F,V 
e) V,V,F,F 
f) F,F,V,V 
g) V,V,VF 
 
8. Considere os seguintes ativos cuja rentabilidade em 2017 é dada conforme 
abaixo: 
Poupança = 7,42% 
CDB = 11,22% 
Dólar = - 23,34% 
Bolsa de Valores = 74,55% 
 
Administração Financeira 
 
172 
Desta forma seu Juvenal aplicou seus recursos da seguinte maneira: 18% na 
poupança, 23% no CDB, 13% no dólar e o restante na bolsa de valores. Pede-se: 
 
a) Qual o retorno médio desse investidor? 
 
b) Qual o risco a que esteve exposto? 
 
9. Admita uma taxa de juros livre de risco em 9% ao ano. O retorno esperado da 
carteira de mercado em 34%. Pede-se: 
a) Se determinada ação possui um beta de 0,90, qual o seu retorno esperado 
com base no CAPM? 
b) Se outra ação tem um retorno esperado de 39%, qual deve ser o seu beta? 
 
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA das 
respostas aos quesitos (a) e (b) respectivamente nesta ordem: 
a) 31,5% e 1,20 
b) 30,3% e 2,1 
c) 1,20 e 31,5% 
d) 2,1 e 30,3% 
e) 30,3% e 1,2 
 
Administração Financeira 
 
173 
10. Considere os seguintes dados financeiros de uma empresa hipotética em 
determinado ano: 
 Valor de mercado das dívidas: $ 70 milhões 
 Ativos Totais (Valor de Mercado): $ 115 milhões 
 EVA apurado no período: $ 4 milhões 
 WACC = 13,5% 
 Número de Ações emitidas: 1.250.000 
 Preço de mercado da Ação: $ 33,00/ação 
 
Com base nestas informações, pede-se: 
 
a) O valor de mercado da empresa. 
 
 
 
 
b) O MVA com base no modelo da Stern Stewart. 
 
 
 
Administração Financeira 
 
174 
 Considerações finais 
Caro aluno, 
Concluímos os nossos estudos de Administração financeira. 
Ao longo das unidades de estudo você teve a oportunidade de aprender sobre 
as principais funções de um administrador financeiro e como a Economia e a 
Contabilidade podem contribuir para o processo de gestão empresarial. Você pôde 
também vislumbrar a importância da administração do capital de giro de uma 
empresa, ocasião em que aprendeu as questões que influenciam o grau de liquidez 
e as melhores alternativas para administração dos ativos circulantes. Também é 
relevante registrar a capacidade desenvolvida para a definição das melhores fontes 
de financiamento disponíveis, bem como a definição da estrutura de capital e seus 
custos. 
Já na fase final dos estudos, você teve a oportunidade de tomar conhecimento 
das principais ferramentas para a avaliação de projetos de investimento bem como 
verificação das condições possíveis para agregação de valor em uma empresa. 
A Universo EAD o parabeniza pela trajetória e conquista decorrentes de seus 
estudos, ampliando sua bagagem de conhecimento e habilidades que contribuirão 
enormemente por toda seu caminho profissional. 
Entretanto, não se contente com a conquista, pois conhecimento é algo que 
faz parte de um processo continuado. Portanto, mantenha o hábito dos estudos. 
 
Administração Financeira 
 
175 
 Conhecendo os autores 
 
Wagner de Barros Filho 
Graduou-se em Administração pela Universidade Católica de Goiás-UCG, com 
especializações em Administração empresarial, também pela UCG, em Docência 
Universitária pela UNIVERSO e curso de Análise de transações financeiras, pela 
FINANCE/SP. É Mestre em Administração pelo Centro Universitário do Triângulo-
UNITRI. 
É autor de várias obras e artigos sobre Administração financeira, consultor de 
empresas, ex-executivo de empresas industriais e comerciais, capital aberto (S/A) e 
limitadas, e também com larga experiência em Holdings e Cooperativas. Foi diretor 
acadêmico da UNIVERSO Campus de Goiânia no período de 1999 à 2003 e diretor 
geral do mesmo campus entre 2005 e 2008. 
 
 
Leonardo Soares Francisco De Almeida 
Bacharel em Contabilidade pela Universidade Federal Fluminense (2007), Pós-
graduado em Controladoria e Finanças (2011), Mestre em Engenharia Civil pela 
Universidade Federal Fluminense. 
 
Administração Financeira 
 
176 
 Referências 
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 4. ed. São Paulo: Atlas, 
2009. 
BRIGHAN, E. F. & WESTON, J. F. Fundamentos da Administração Financeira. São 
Paulo: Makron Books, 10ª Edição, 2000. 
FILHO, Armando Megalli. Curso Básico de Finanças. São Paulo: Atlas, 2003. 
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Harbra, 2002. 
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo: 
Addison Wesley, 2010. 
GROPPELLI, A. A. & NIKBAKHT, E. Administração Financeira. São Paulo: Saraiva, 2ª 
Edição, 2002. 
HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. Matemática 
Financeira Aplicada, Estratégias Financeiras e Orçamento Empresarial. 11ª ed. São 
Paulo: Atlas, 2014. 
MOREIRA, Claudio Filgueiras Pacheco. Contabilidade das Instituições 
Financeiras. Resumo da Teoria para o Concurso do BNDES. Rio de janeiro, 2009. 
ROSS, S. A.; WESTERFIELD,R. W.; JORDAN, D. J. Princípios de Administração 
Financeira. São Paulo: Atlas, 1997. 
SANVICENTE, A. Z. Administração Financeira. Rio de Janeiro: Atlas, 3ª Edição, 
1995. 
SIEGEL, JOEL; SHIM, JAE. Pensando Financeiramente. São Paulo: Business Books, 
2000. 
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade 
Empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
FILHO, Nelson Casarotto. et. al. Análise de Investimentos: Matemática Financeira, 
Engenharia Econômica, Tomada de Decisão e Estratégia Empresarial. 11. ed. São 
Paulo: Atlas 2010. 
Administração Financeira 
 
177 
 
A nexos 
 
 
Administração Financeira 
 
178 
 Gabaritos 
Exercícios – Unidade 1 
1. a 
2. c 
3. c 
4. d 
5. b 
6. d 
7. a 
8. c 
9. Primeiramente faz-se necessário determinar a melhor e mais adequada 
composição de financiamento a curto e longo prazos. Esta é uma decisão 
imprescindível, pois impacta na lucratividade e na liquidez global da empresa. Em 
seguida, é importante conhecer e decidir sobre quais as melhores fontes de 
financiamento a curto ou longo prazos num determinado momento e que poderão 
contribuir para o financiamento das atividades operacionais da empresa. 
10. Nesta atribuição, cabe ao administrador financeiro determinar qual a 
melhor composição (valor aplicado nos ativos circulantes e fixos) e quais os tipos 
de ativos devem ser mantidos no balanço patrimonial da empresa. Depois de 
decidida qual a melhor composição, o administrador financeiro precisa resolver 
quais os níveis de cada tipo de ativo circulante e trabalhar para mantê-los, ou seja, 
o valor monetário e sua participação percentual em relação ao ativo total. 
Complementarmente, deve também identificar quais são os melhores ativos fixos a 
serem adquiridos e incorporados, avaliando quando os mesmos se tornarão 
obsoletos e quando necessitarão ser modificados ou substituídos. 
 
Administração Financeira 
 
179 
Exercícios – Unidade 2 
1. c 
2. c 
3. a 
4. b 
5. a 
6. c 
7. a 
8. c 
9. A empresa investe em títulos negociáveis considerando o fato de que o 
vencimento da aplicação deve coincidir com a exata data de vencimento de suas 
obrigações, de modo tal que o resgate seja feito e simultaneamente o recurso 
possa ser utilizado para pagamento dos compromissos existentes para aquela 
determinada data. 
10. Quando há ocorrência de custos diretos e de oportunidade pela 
manutenção dos estoques 
 
Exercícios – Unidade 3 
1. c 
2. c 
3. d 
4. d 
5. d 
6. c 
7. a 
8. b 
Administração Financeira 
 
180 
9. O valor investido pelos detentores de capital próprio não tem data de 
vencimento, ou seja, ficam à disposição da empresa por tempo indeterminado 
e/ou indefinido. Os detentores de capital próprio são, na verdade, os proprietários 
da empresa. 
10. Preventivamente, o credor pode exigir que, no caso de outros empréstimos 
posteriores, que haja subordinação dos mesmos em relação ao empréstimo 
original, ou seja, que os credores posteriores concordem em aguardar até que 
todos os direitos e reivindicações do credor prioritário estejam liquidados. 
 
Exercícios – Unidade 4 
1. d 
2. b 
3. d 
4. c 
5. a 
6. a 
7. a 
8. a 
9.A política de dividendos estabelecida pela empresa vai nortear as 
providências que serão tomadas quanto à decisão de distribuir ou não os lucros 
gerados. Pagar, pagar pouco ou não pagar nada; essa é a questão a ser definida 
pela política de dividendos. 
10.É o tipo de dividendo mais comum, podendo ocorrer em torno de quatro 
vezes ao ano, com pagamentos feitos diretamente aos acionistas, e ao longo do 
curso regular das operações da empresa. 
 
Administração Financeira 
 
181 
 
Exercícios – Unidade 5 
1. a 
2. a 
3. c 
4. d 
5. c 
6. c 
7. c 
8. b 
9- Fluxo Líquido de Caixa Fluxo Acumulado de Caixa 
Ano 0 R$ (110.000,00) R$ (110.000,00) 
Ano 1 48.000,00 - 17.000,00 = 31.000,00 (79.000,00) 
Ano 2 48.000,00 - 17.000,00 = 31.000,00 (48.000,00) 
Ano 3 48.000,00 - 17.000,00 = 31.000,00 (17.000,00) 
Ano 4 68.000,00 – 21.000,00 = 47.000,00 30.000,00 
Ano 4 68.000,00 – 21.000,00 = 47.000,00 77.000,00 
 
Payback =R$ (17.000,00 x 12 ) / 47.000,00 = 4,3 
Payback = 3 anos e 4 meses 
Obs.: Ao final do 3º ano, o fluxo acumulado de caixa ainda é negativo em R$ 
17.000,00 e ao final do 4º ano já é positivo em R$ 30.000,00. Então, sabemos que a 
recuperação do valor de R$ 110.000,00 investidos ocorrerá em um momento entre o 
final do 3º ano e final do 4º ano. Assim, o resultado de 4,3 indica o número de meses 
que a recuperação ocorre após o final do 3º ano. Temos, então, 3 anos + 4 meses. 
Administração Financeira 
 
182 
10. Soma do fluxo líquido de caixa de todos os períodos R$ 31.000,00 + 
31.000,00 + 31.000,00 + 47.000,00 + 47.000,00 = 187.000,00 
 Divide R$187.000,00 pelo número de períodos avaliados: 187.000,00 / 5 = 
37.400,00 
 Divide o resultado R$ 37.400,00 pelo valor do investimento 37. 400,00 / 
110.000,00 = 34,0% aa, que é a taxa média de retorno. 
 
Exercícios – Unidade 6 
1. 
PMT = PV X [(1+i)n x i / (1+i)n - 1 
 SD A = P-J 
J = SD x i(de cada 
período) 
PMT = PV 
X [(1+i)n x 
i / (1+i)n - 
1 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 10.000,00 
1 8.295,44 1.704,56 800,00 2.504,56 
2 6.454,51 1.840,93 663,63 2.504,56 
3 4.466,30 1.988,20 516,36 2.504,56 
4 2.319,04 2.147,26 357,30 2.504,56 
5 0,00 2.319,04 185,52 2.504,56 
Total 10.000,00 2.522,82 12.522,82 
 
Administração Financeira 
 
183 
2. 
 SD 
A = SD/n de 
Parcelas 
J = PV/n x (n - 
t) x i P = A + J 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 10.000,00 - - - 
1 8.000,00 2.000,00 800,00 2.800,00 
2 6.000,00 2.000,00 720,00 2.720,00 
3 4.000,00 2.000,00 640,00 2.640,00 
4 2.000,00 2.000,00 560,00 2.560,00 
5 - 2.000,00 480,00 2.480,00 
Total 10.000,00 3.200,00 13.200,00 
3. 
 SD = SAC + SAF / 2 A = SAC + SAF / 2 J = SAC + SAF / 2 
PMT = 
SAC + 
SAF / 2 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 100.000,00 
1 8.147,72 1.852,28 800,00 2.652,28 
2 6.227,25 1.920,46 691,82 2.612,28 
3 4.233,15 1.994,10 578,18 2.572,28 
4 2.159,52 2.073,63 458,65 2.532,28 
5 0,00 2.159,52 332,76 2.492,28 
Total 10.000,00 2.861,41 12.861,41 
 
Administração Financeira 
 
184 
4. 
Período Saldo Devedor Amortização Juros Prestação 
0 10.000,00 
1 10.000,00 - 800,00 800,00 
2 10.000,00 - 800,00 800,00 
3 10.000,00 - 800,00 800,00 
4 10.000,00 - 800,00 800,00 
5 10.000,00 10.000,00 800,00 10.800,00 
Total 10.000,00 4.000,00 14.000,00 
5. 
1.000.000 – (400.000/(1,12)1 + 500.000/(1,12)2 + 300.000/(1,12)3 = 1.000.000 – 
969.273,87 = 30.726,13. Não se recomenda realizar o investimento pois o VPL é 
negativo (menor que o investimento inicial) 
 
6. 
3.000.000 - (800.000/(1,10)1 + 500.000/(1,10)2 + 500.000/(1,10)3 + 500.000/(1,10)4 + 
950.000/(1,10)5 = (727.272,73 + 413.223,14 + 375.657,40 + 341.506,73 + 589.875,26) 
= 3.000.000 – 2.447.535,25 = 552.464,75 
 
Presionar HP Visor 
F REG 0,00 
3.000 g CFo 3.000,00 
800 CHS g CFJ - 800,00 
500 CHS g CFJ - 500,00 
3 g Nj 3,00 
950 CHS g CFj -950,00 
10 i 10,00 
f NPV 552,46 
f IRR 2,6501 
 
Administração Financeira 
 
185 
Isto significa que o custo de oportunidade fosse 2,6501 não haveria diferença 
na compra a vista ou a prazo. Desta forma qualquer valor menor que a TIR a melhor 
opção é a compra a vista (taxa de 10%), isto faz com que os valores trazidos a valor 
presente considerando uma taxa menor que a TIR produzissem um valor presente 
maior que o preço a vista. 
Como exemplo,considerando uma taxa de 2% (menor que a TIR), ficaria assim: 
Invest Inic 3.000.000,00 Taxa 
Parcelas 800.000,00 1,02 1,02 784.313,73Parcelas 500.000,00 1,02 1,0404 480.584,39 
Parcelas 500.000,00 1,02 1,061208 471.161,17 
Parcelas 500.000,00 1,02 1,082432 461.922,71 
Parcelas 950.000,00 1,02 1,104081 860.444,27 
 VPL 3.058.426,27 - 58.426,27 
 
7. a 
8. 
a) Retorno médio = (0,18 × 7,42%) + (0,23 × 
11,22%) + (0,13 × (- 23,34%)) + (1 – 0,18 – 0,23 – 0,13) 
× 74,55% = 31,45% 
 
b) Risco = √(0,742 – 0,3145)2 0,18 + (0,1122 – 0,3145)2 0,23 + (– 0,2334 – 
0,3145)2 0,13 + (0,7455 – 0,3145)2 0,41 Risco = 37,77% 
 
9. 
a) CAPM = Rf t+ β (RM – Rf) 
Retorno esperado = 9% + 0,90(34% – 9%) = 
31,5% 
Administração Financeira 
 
186 
 
b) Retorno esperado = 39% = 9% + β (34% – 9%) 
39% – 9% = β 25% 
β = 30%/25% = 1,20 
 
10. 
a) 
A – Valor de Mercado do PL = $ 33,00 × 1.250.000 = $ 41.250.000,00 
B – Valor de Mercado das Dívidas = $ 70.000.000,00 
Valor da Empresa = A+B = $ 111.250.000,00 
(–) Ativos: ($ 115.000.000,00) 
(=) MVA = $ 3.750.000.000,00 
 
b) 
Segundo o modelo Stern & Stewart: 
MVA = EVA/WACC = $ 4.000.000,00/0,135 = 
$ 29.629.629,63

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