Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 LUIS GABRIEL VENANCIO SOUSA NIVELAMENTO DA LÍNGUA PORTUGUESA FACULDADE SÃO BRAZ CURITIBA/PR 2019 2 Introdução Olá, estudante! Seja muito bem-vindo à disciplina de Nivelamento da Língua Portuguesa. Muitos são os problemas e as dificuldades enfrentados por alunos de Ensino Superior, no que diz respeito ao uso da língua portuguesa. Sendo assim, a Faculdade São Braz desenvolveu a disciplina de Nivelamento da Língua Portuguesa para que você consiga preencher algumas lacunas e sanar dificuldades corriqueiras que muitos estudantes têm desde a formação básica. Quantas vezes você já ouviu alguém dizer que “português é difícil”? Acredito que não foram poucas, certo? Mas por que é difícil se provavelmente é a sua língua materna? A origem das dificuldades dos alunos com o português não é exclusivamente a dificuldade para dominar as inúmeras regras gramaticais a que a nossa língua nos determina, nem a origem desses problemas é apenas a “falha” de não ter aprendido o que se deveria na educação básica, como pensam e argumentam muitas pessoas por aí. Saber português não é simplesmente escrever ou falar “certo”! Diversas são as origens das dificuldades que um estudante que chega ao Ensino Superior enfrenta em dominar habilidades básicas da língua, como, por exemplo, ler e escrever. Essas origens são históricas e vão além do simples decorar de regras gramaticais, são resquícios de desigualdade social, estratégias erradas no processo de ensino-aprendizagem, estrutura e currículo escolares precários, entre tantos outros. O objetivo aqui não é o de apontar culpados e questionar essas origens, mas fazer com que você, estudante, consiga identificar suas limitações, saná-las e ter mais facilidade em ler e escrever. 3 Portanto, não dominar a escrita e a fala da norma culta da língua materna não é algo que deva fazer o aluno se sentir constrangido ou inferior a outros. Fique tranquilo! Agora é a hora de mudar essa história! Em pesquisa realizada em 2017, publicada pelo Instituto Paulo Montenegro, o Indicador de Analfabetismo Funcional apontou que 38% dos estudantes de Ensino Superior não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, ou seja, grande quantidade dos alunos que está no ambiente acadêmico não consegue compreender ou escrever textos simples. Analfabetismo funcional: é a incapacidade que uma pessoa tem de compreender textos. Ela consegue identificar/decodificar palavras, ou seja, é alfabetizada, mas não consegue compreender o sentido básico de um texto. Com base nesses dados e com o objetivo de melhorar a qualidade do Ensino Superior brasileiro, nesta disciplina você vai ver assuntos estratégicos da língua portuguesa, como ortografia, sintaxe, estrutura e tipos de textos, entre outros. Temas não aprendidos durante a educação básica poderão ser entendidos a partir de agora. Discutiremos temas mais amplos do que a simples grafia dos porquês; do mal ou mau; dos senões etc. Ao final desta disciplina, você terá mais facilidade para prosseguir seu estudo acadêmico! Desejo-lhe que tenha um bom estudo e consiga aproveitar ao máximo este material. 4 Aula 1 – Academia e a língua portuguesa Fonte: Freepik (2019 – adaptada) Olá, estudante! Seja muito bem-vindo à nossa primeira aula, na qual você vai aprender um pouco a respeito da relação entre língua e poder. Você vai ver que um dos fatores de algumas pessoas serem inferiorizadas por não dominarem algumas regras linguísticas é algo que vem desde os primórdios da humanidade. Nesta aula, você vai conhecer também os diferentes tipos de linguagem e qual deles você deve utilizar no ambiente acadêmico; assim como aprender o que é linguagem oral e escrita. Bom estudo! Língua Portuguesa... Fala? Escrita? ? 5 Língua x Poder A língua sempre foi um dos mecanismos de classificar a sociedade com menos ou mais poder; menos ou mais escolarizada; menos ou mais inteligente. Na antiguidade, por exemplo, como poucas pessoas eram alfabetizadas, dominar “a arte de falar bem” era um dos modos de identificar pessoas escolarizadas. Isso é percebido ainda hoje, século XXI, onde pessoas sofrem discriminação por não “falar certo” ou são postas em posição de superioridade por “falar bem”. No Brasil, segundo pesquisa do IBGE, em 2017, 11,8 milhões de pessoas são analfabetas em seus quesitos básicos, ou seja, não sabem escrever o próprio nome. Não vamos mencionar ainda a quantidade de pessoas analfabetas funcionais, as quais sabem ler e escrever, mas não conseguem compreender minimamente o contexto de um texto. Quantas vezes você ouviu de alguém que precisava “falar o português corretamente”? Quantas vezes você se sentiu inferiorizado por não dominar alguma regra gramatical? Quantas vezes você presenciou ou até mesmo já foi Fonte: Pixabay (2019 – adaptada) O que esses números têm a ver com a nossa aula? 6 ridicularizado por causa de sotaque, pronúncia errada de palavras, erro de concordância? Quantas pessoas você conhece que não tiveram oportunidade de estudar? Todas essas ações de segregação linguística fazem com que o domínio de regras da língua portuguesa seja um indicativo qualificador de pessoas na sociedade. Uma pessoa com mais conhecimento linguístico tem muito mais poder e ascensão na sociedade do que uma que não tem oportunidade de conhecer essas regras gramaticais que padronizam a língua. Possivelmente, uma pessoa que não escreve certo ou que “fala errado” será tachada como alguém “de quinta categoria”, desprestigiada e ridicularizada. Personagens de novelas ou humoristas são exemplos claros desse fortalecimento de preconceito linguístico. O preconceito na língua faz com pessoas sem acesso à educação formal da língua portuguesa se sintam humilhadas ou intimidadas com a possibilidade de cometer um erro de português. Não existe o falar mais ou menos certo. Existem variações que precisam ser respeitadas de acordo com o local de fala da pessoa. Contudo, melhorar a qualidade da fala e da escrita pode mudar a realidade do ser humano. Ter conhecimento amplo da língua proporciona ao falante questionar verdades que são impostas a ele, inclusive a do falar certo ou não. Nos próximos tópicos, você vai entender mais a respeito dessas questões de fala e ao longo desta disciplina saber o porquê de aprender regras gramaticais e a importância de dominar a linguagem. Quando e onde falar o quê? Se não existe o “falar errado”, por que aprendemos as regras de padronização da língua? A língua falada tem que ser a mesma utilizada na escrita? 7 Quanto maior for seu conhecimento da língua portuguesa, maior será a sua habilidade de saber falar e escrever as palavras certas nos lugares certos. Ter conhecimento da língua portuguesa não é ter mais poder de fala do que alguém com pouco estudo; muito menos pertencer a um lugar melhor na sociedade do que alguém. Ter esse conhecimento é justamente poder proporcionar a você compreender o mundo de uma forma mais ampla. Por meio da língua, você consegue expor o que você pensa, questionar o que não concorda, transmitir uma mensagem, ensinar. Portanto, ter sede de aprender a língua é poder se proporcionar amplitude de viver, se conhecer e se permitir a aceitar as diferenças sociais e linguísticas. Linguagens: culta, coloquial e da internet Agora que você já sabe um pouco da relação entre língua e poder, é interessante que aprenda também, antes de estudarmos os detalhes linguísticos da língua portuguesa propriamente ditos, as três principais linguagens dos meios em que você está inserido, enquanto aluno de EAD: a linguagem culta, a linguagem coloquial e a linguagem da internet.A seguir, você vai ver detalhadamente cada uma delas, iniciando pela língua culta! Linguagem culta Antes de iniciarmos o estudo da língua culta/norma culta, é interessante você saber que há muita divergência entre os estudiosos da língua portuguesa (linguistas) ao se referirem ao que é norma culta/língua culta. Primeiro é preciso definir o que é culto. Conforme o dicionário Houaiss, culto é “quem tem muito conhecimento e cultura”. Logo, partindo desse pressuposto, se há uma língua culta, também deverá existir uma outra inculta. 8 Mas se todo povo tem cultura e toda classe social tem cultura, o que seria definido como norma culta/língua culta? Quem são os falantes e quem domina essa língua? Há quem defenda que essa língua é utópica e sem possibilidade de ser alcançada; há outros que defendem que ela exista e é preciso que todos os falantes da língua portuguesa a usem no dia a dia. Em meio a tanta confusão e discussão, surgem diversos aspectos que transformam essa diversidade num grande debate. Esse não será nosso objetivo aqui, mas é importante que você saiba que existe esta divergência entre os linguistas: a existência ou não de uma língua culta/padrão. Para que as pessoas consigam viver em sociedade, foram criadas as leis, a fim de prever como essa convivência deve ocorrer. Como a língua é um objeto de comunicação das pessoas na sociedade, ela também acaba por ter uma padronização, como as leis, e aqui daremos o nome de português padrão. Se, na sociedade, uma pessoa descumpre uma lei, ela é punida, certo? A punição pode ser de diversas formas, como, por exemplo, prisão/detenção. Na língua não é muito diferente. Se uma pessoa “escorrega no português” ou não domina esse português padrão, ela também acaba punida pela sociedade, não com a prisão, mas com a perda de prestígio e, muitas vezes, discriminada ou inferiorizada. O que seria, então, essa língua culta ou norma culta? 9 Portanto, a língua culta é aquela língua ensinada nas escolas e utilizada em ambientes formais, como reuniões e palestras, por exemplo; é aquela exigida em textos de seleção de concursos; é aquela que normatiza a língua portuguesa. A língua culta deve se aproximar ao máximo das normas gramaticais, por isso, nela, não se deve utilizar gírias, palavras regionais, vícios de linguagem etc. Dominar essa linguagem não é fácil e, como já dito, pode ser utópico ou inatingível. Uma pessoa que não tem acesso à educação jamais conseguirá dominar esse tipo de linguagem. Saber a língua culta é saber aplicar as regras gramaticais, de forma adequada, em textos orais e escritos e conseguir se portar linguisticamente em diferentes locais, de acordo com a variante aplicável. Figura 1.1: Reunião – exemplo de ambiente com utilização da língua culta Fonte: Freepik (2019) 10 Linguagem coloquial A linguagem coloquial é a linguagem que utilizamos no dia a dia em conversas com os amigos e em espaços não formais. Nesse tipo de linguagem, não nos devemos preocupar com aplicação de regras gramaticais. O importante é conseguir transmitir uma mensagem e o interlocutor compreendê-la. Pelo fato de o falante não se preocupar com o uso de regras gramaticais, ao contrário da linguagem culta, é permitido o uso de gírias, palavras e expressões regionais, vícios de linguagem etc. Se a língua culta é tida como uma variante linguística de prestígio, para se ter domínio e acesso a ela é preciso se ter acesso à escola formal, enquanto a coloquial está acessível a todas as pessoas que desenvolvem a fala, isto é, a partir do momento em que a criança começa a falar, ela já domina a linguagem coloquial. Portanto, se nem todas as pessoas têm acesso ao ensino formal da língua portuguesa, para aprender a língua culta, todos os falantes do português dominam e utilizam a linguagem coloquial, mesmo sem frequentar aulas de Língua Portuguesa. Figura 1.2: Linguagem coloquial = múltiplas variações Fonte: Freepik (2019) 11 A linguagem coloquial é aquela que usamos no dia a dia sem nos preocuparmos com regras gramaticais. O principal objetivo ao utilizarmos esta linguagem é estabelecer uma comunicação com sucesso. Veja a seguir alguns exemplos de expressões, utilizando linguagem coloquial: Clique aqui para ler a crônica da escritora Martha Medeiros Vende frango-se. A autora aborda exatamente o contexto da importância da linguagem coloquial e o seu principal foco: transmitir uma mensagem com sucesso, apesar dos percalços linguísticos. Linguagem da internet / internetês Com a popularização da internet, no final dos anos 1990, outro tipo de linguagem começou a prevalecer na sociedade, o internetês. Essa linguagem é utilizada em ambientes virtuais, principalmente em conversas em redes sociais. A principal característica do internetês é o neologismo e a abreviação de palavras para deixar a comunicação mais rápida. Outra característica marcante nesse tipo de linguagem é a utilização de emojis – símbolos que representam expressões em forma de desenho. Neologismo: criação ou derivação de palavras já existentes na mesma língua. Ex.: A garota deu um bolo no pai dela. A mina foi sem noção na festa. A gente deu um rolê pela cidade no finde passado. Se der, me liga pra gente trocar uma ideia. https://pt-br.facebook.com/CronicasDeMarthaMedeiros/posts/vende-frango-sealgu%C3%A9m-encontrou-esta-p%C3%A9rola-escrita-numa-placa-em-frente-a-um-me/780515558655066/ 12 Por ser utilizada em ambientes virtuais, o internetês não se atém a regras gramaticais, como pontuação, ortografia e concordância, por exemplo. Se na linguagem coloquial o principal foco é estabelecer uma relação de sucesso na mensagem transmitida, sem apego às regras, no internetês, além disso, é preciso que a mensagem seja transmitida com rapidez e, muitas vezes, representando a emoção do locutor. Algumas redes sociais já têm, inclusive, botões para representar essas emoções, como botão de amei, curti, triste etc. Veja a seguir alguns exemplos de uso do internetês. Exemplo 1: Mensagem com o intuito de rapidez na sua transmissão Fonte: o autor (2019) Tradução para linguagem coloquial: Oi, Joy. Beleza? Estou com saudades de você. Fiquei sabendo que a Mi vai casar, mas não vou conseguir ir à festa. Você vai? Beijos. Oi, cara. Beleza? Não sei se vou conseguir ir não. Vou estar numa viagem bem no dia. Te ligo depois. Agora estou no trabalho. 13 Exemplo 2: Mensagem com o intuito de expressar a emoção do locutor Clique aqui para ler o artigo da Revista Fórum, explicando como é a comunicação na era do emoji. Atenção! O risco de ambiguidade nesse tipo de linguagem é muito grande, logo, é preciso ficar atento ao utilizar os emojis para que o interlocutor compreenda exatamente o que você quer transmitir. Veja um exemplo de utilização indevida de emoji: Fonte: o autor (2019) https://www.revistaforum.com.br/%E2%9C%8D%F0%9F%8F%BD%F0%9F%93%86%F0%9F%98%82-comunicacao-na-era-do-emoji/ 14 Fonte: o autor (2019) Exemplo 3: Expressões em linguagem não verbal Fonte: Freepik (2019 – adaptada) Uma das principais premissas para você refletir é a de que não existe uma linguagem mais certa ou mais errada. Todas essas linguagens estudadas são permitidas, afinal, elas têm como foco primordial permitir que uma mensagem seja transmitida com êxito e sem ruído. Contudo, é primordial que você saiba quando e como usá-las. Botões que representam expressões do interlocutor: gargalhada, gostei/curti, bravo/com raiva, surpreso, amei, triste. Para transmitir a mensagem, não se utiliza símbolos escritos (palavras), apenas as emoções.Geralmente são usadas em redes sociais! 15 Dominar a linguagem culta, para você, acadêmico, é essencial, afinal, no ambiente acadêmico é uma das regras para as produções textuais orais e escritas. Ao escrever um artigo, por exemplo, você não poderá utilizar a linguagem coloquial ou a da internet, pois essa forma inadequada de linguagem vai acarretar em descrédito da sua produção intelectual. Ao conversar com o seu tutor no Ambiente Virtual de Aprendizagem, qual a linguagem que você utilizará para manter o diálogo? Certamente não será a linguagem da internet, apesar de vocês estarem num ambiente propício a isso. Você também não estabelecerá uma linguagem muito formal, porque, neste caso, pode criar uma situação de formalidade excessiva e prejudicar a relação com o tutor, logo, a língua culta também está descartada. A mais adequada é a linguagem coloquial, respeitando, claro, as devidas cautelas de linguagem para um acadêmico. Portanto, você deve ter em mente que a linguagem a ser utilizada por você vai variar de acordo com o local e com quem você vai falar/escrever. Numa apresentação de trabalho ou palestra, você não vai utilizar a linguagem coloquial, por exemplo, você vai adequar a sua fala o mais próximo possível da linguagem culta. Certo? A seguir, vamos aprofundar nosso estudo abordando mais um pouco dessas diferenças de lugares de fala e de utilização de linguagens: quando e qual variante utilizar na oralidade e na escrita? Linguagem oral e linguagem escrita Tanto a linguagem oral quanto a escrita são feitas por meio de manifestação verbal, ou seja, com a utilização de palavras. Ambas têm o intuito de estabelecer comunicação, no nosso caso, em língua portuguesa. Contudo, 16 como você já viu anteriormente, existem variantes e lugares próprios para a utilização de cada linguagem, e não é diferente quando se trata de linguagem oral e linguagem escrita. Embora sejam dois mecanismos para estabelecer comunicação em língua portuguesa, a dinâmica e a variação linguística entre elas são bastante diferentes. As regras de padronização estabelecidas para a escrita são muito mais minuciosas do que as da oralidade. Não dominar essas diferentes regras entre elas e não saber diferenciar locais de uso dessas linguagens acarretam problemas como os vistos no início desta aula, quando falamos a respeito de língua e poder; preconceito; exclusão social etc. É absolutamente impossível uma pessoa falar aplicando as mesmas regras estabelecidas para a escrita. Ao ler um texto, por exemplo, dificilmente você conseguirá estabelecer características do autor, a não ser que você já tenha um conhecimento prévio de quem o escreveu. Já na fala é diferente. Ao ouvir uma pessoa, pelas marcações linguísticas individuais do sujeito (sotaque, entonação, palavras específicas etc.), você consegue inferir inúmeras características para conhecer o locutor. Pela voz, você consegue distinguir se o falante é novo ou velho; nordestino, gaúcho, carioca, paulista etc.; homem ou mulher; escolarizado ou não; se pertence a uma classe de prestígio ou não etc. Você se lembra de ter aprendido a diferença entre mal e mau; se não e senão; sexta e cesta; caçar e cassar? Se lembra de o porquê de ter aprendido essas regras? Se lembra quando se usa uma ou outra grafia? Para você ter ideia da diferença das regras para essas diferentes linguagens, na escrita, dependendo da forma como você escrever essas Portanto, saber diferenciar as linguagens e as regras de oralidade e escrita é primordial para você, estudante de ensino superior. 17 palavras mudará todo o sentido do texto. Já na oralidade não fará diferença alguma você saber se a escrita é concerto ou conserto; se a pessoa disse “senão” ou “se não”. Você conseguirá entender pelo contexto da conversa. Veja a seguir a tabela que estabelece mais algumas diferenças entre essas duas linguagens: Tabela 1.1: Diferenças entre oralidade e escrita Oralidade/Fala Escrita A fala não tem replay A escrita exige menos da memória do leitor Há aproximação imediata entre falante e ouvinte Há maior distanciamento entre quem escreve e quem lê É mais espontânea e informal É mais formal, mais pensada e planejada Não requer escolarização. É um processo aprendido socialmente Requer escolarização e conhecimento formal da língua A fala é interativa e o falante pode explicar mal-entendidos O redator não pode interferir de imediato para corrigir mal-entendidos Os falantes compartilham referentes (tempo e espaço) A escrita exige que a situação de comunicação seja explicitada no texto Fonte: o autor (2019) Portanto, é preciso dominar as linguagens oral e escrita, em suas diferentes variações de uso, para que a comunicação seja estabelecida da melhor forma possível. Lembre-se de que existem lugares específicos para cada tipo de variação linguística. No seu caso, saber onde e quando aplicar as diferentes habilidades linguísticas e suas respectivas regras ajudará, e muito, você a ter sucesso na sua vida acadêmica e profissional. Saber qual tipo de linguagem deve-se usar para escrever um artigo, um bilhete, uma mensagem em rede 18 social; saber qual tipo de linguagem e expressão precisa usar quando for apresentar um trabalho na faculdade, ou quando for conversar com seu colega de classe, são diferenciais valiosos para um estudante de nível superior. Conclusão da aula Chegamos ao final da nossa primeira aula. Aqui, você conheceu os diferentes tipos de linguagem que estão presentes na sua vida acadêmica: a culta, a coloquial e o internetês. Viu também o quanto a língua e o domínio de regras gramaticais (ou falta) pode acarretar consequências sociais. Portanto, saber diferenciar os tipos de linguagens e adequar a sua fala e a sua escrita de acordo com o ambiente que você está são essenciais para o seu sucesso acadêmico, profissional e pessoal. Atividades de Aprendizagem 1. Agora que você já sabe a diferença entre linguagem culta e linguagem coloquial e as consequências que a utilização indevida dessas variantes podem acarretar, reflita: em algum momento você já foi discriminado por não dominar alguma regra gramatical ou utilizar uma variante inadequada em algum ambiente? Como você se sentiu? 2. Quantas vezes você já corrigiu a fala de uma pessoa por ela “falar errado”? Agora que você já sabe a relação entre língua e poder, você acredita que corrigir a fala de uma pessoa é uma boa iniciativa?
Compartilhar