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APOSTILA EDUCAÇÃO SEXUAL E REPRODUTIVA

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Curso | Agente Comunitário de Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Agente 
Comunitário 
de Saúde 
400 horas 
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO SEXUAL E 
REPRODUTIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Dra. Sandra da Silva Silveira 
 
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTA SOBRE A AUTORA 
 
 
 
 
Sandra da Silva Silveira é biomédica pela Universidade Estadual de Santa Cruz 
(UESC) - 2012, possui habilitação em Pesquisas e Análises Clínicas. Mestre em 
Bioquímica molecular pela Universidade Estadual de Maringá (2014), onde 
trabalhou com os efeitos do stress oxidativo na proteína sérica albumina, 
utilizando o modelo de artrite induzida por adjuvante. Doutora em Biologia 
Celular e Molecular pela Universidade Estadual de Maringá (2019) onde atuou na 
área de fisiologia endócrina no Laboratório de Biologia Celular da Secreção 
(LBCS) da Universidade Estadual de Maringá, desenvolvendo pesquisas com 
insultos dietéticos e exercícios físicos de moderada intensidade como agente 
protetor em fases precoces e tardias do desenvolvimento, utilizando o conceito de 
programação metabólica, postulado pelo DOHaD (Developmental Origins of 
Health and Disease). Atualmente é professora substituta de Biomedicina no 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia -IFRO - 
Campus Guajará-Mirim. 
 
 
E-mail para contato: sandrass3@gmail.com 
Para acesso ao lattes, clique AQUI. 
mailto:sandrass3@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/1414422591378584
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Educação sexual e reprodutiva. Sandra da Silva Silveira. Guajará-
Mirim/RO: 2020. 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IFRO, Campus 
Guajará-Mirim. 
 
 
Revisão: Rosely Furtado Roca 
Diagramação: Sandra da Silva Silveira 
 
 
1. Educação Sexual 2. Educação Reprodutiva – Estudo e Educação. I. 
Sandra da Silva Silveira. 
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
5 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO SEXUAL E REPRODUTIVA ................................ 6 
História da saúde sexual e reprodutiva ............................................................................... 6 
Desenvolvimento da sexualidade ....................................................................................... 7 
Da infância a adolescência ............................................................................................ 7 
Sexualidade na adolescência ......................................................................................... 7 
Saúde sexual na atenção básica .......................................................................................... 8 
Educação sexual na população idosa ............................................................................. 9 
Educação sexual e reprodutiva na população negra........................................................ 9 
Educação sexual e reprodutiva da população LGBTQIA+ (Lésbicas, gays, bissexuais, 
transexuais, travestis, queer, questionando, intersexo, curioso, assexuais, pan e polisexuais, 
aliados, two-spirit, kink) .................................................................................................. 11 
Educação sexual e reprodutiva da população indígena ................................................. 12 
CONTROLE DA NATALIDADE E PLANEJAMENTO 
REPRODUTIVO ........................................................................ 13 
O papel da atenção básica no planejamento reprodutivo ................................................... 14 
Métodos anticoncepcionais .............................................................................................. 14 
 
 
 
 
GLOSSÁRIO .............................................................................. 17 
REFERÊNCIAS ......................................................................... 18 
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
6 
 
 
 1. SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA 
 
1.1 História da saúde sexual e reprodutiva 
 
O Brasil do século XX (mais precisamente a partir de 1950) foi marcado por 
preocupações relacionadas ao crescimento populacional e implementação de políticas de 
controle da natalidade, sob a forma de planejamento familiar. Porém, preocupações 
relacionadas a saúde e direito sexual de seus habitantes não existiam. 
As Conferências Nacionais da Saúde a partir da década de 80 passaram a ser pautadas 
em questões relacionadas aos direitos sexuais e reprodutivos, carreados por lutas dos 
movimentos feministas, Reforma Sanitária e 
redemocratização do país. A partir daí, houve 
uma maior abertura política para discussões 
de questões sociais e direitos, reconhecimento 
da necessidade de implementação de políticas 
de saúde para mulheres e, em 1984, houve o 
 
Fonte: bbc.com 
lançamento do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) pelo 
Ministério da Saúde. 
A Conferência Internacional de População e Desenvolvimento (CIPD), ocorrido no 
Cairo na década de 90 foi um marco nas discussões sobre saúde sexual e reprodutiva, pois 
aprofundou essas discussões e apontou a necessidade de implementação das questões de 
direitos humanos. Esse evento inspirou as 
discussões na IV Conferência Mundial sobre a 
Mulher, ocorrido na China, onde os direitos sexuais 
e reprodutivos vieram a integrar os direito 
humanos. Houve a separação da sexualidade e da 
reprodução e a partir daí o sexo passou a não mais 
estar somente atrelado a reprodução. 
Fonte: cartacapital 
Os princípios discutidos em Cairo e Beijing levaram diversos países, incluindo o 
Brasil, a implementar políticas públicas pautadas nas discussões de saúde sexual e 
reprodutiva, planejamento familiar baseadas no livre arbítrio e na autonomia sobre o 
corpo. 
Figura 2. Luta por direitos. 
Figura 1. Família na década de 1990. 
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
7 
 
 
 
 
1.2 Desenvolvimento da sexualidade 
 
1.2.1 Da infância à adolescência 
 
De acordo com a psicanálise, a sexualidade existe desde o nascimento, e durante 
as sucessivas etapas da infância, diferentes zonas proporcionam prazer. Todos os seres 
humanos em desenvolvimento passam por essas fases: 
 
FASE ORAL Se estende do nascimento até os dois anos de 
idade. Envolve sucção e mastigação e está 
relacionado à formas de relacionamento social: 
a capacidade de ganhar. 
FASE ANAL Se estende dos dois aos quatro anos de idade. 
Envolve a obtenção do prazer através da 
expulsão das fezes pela criança, que considera 
um presente dado ao adulto, uma vez que 
considera as fezes como parte do seu corpo. 
FASE FÁLICA Compreende a fase entre os três e seis anos de 
idade. Nesse período surge a atividade 
masturbatória como forma de conhecimento do 
próprio corpo. Pode haver também 
exibicionismo e curiosidade tanto sobre os 
próprios genitais, quanto sobre os genitais 
alheios. Essas condutas são esperadas e normais 
e não tem a mesma conotação que na idade 
adulta. 
FASE DE LATÊNCIA Aparecem sentimentos como vergonha, pudor e 
aspirações morais, na medida em que se delineia 
a evolução sexual. 
FASE GENITAL Nessa fase, ocorre a organização da libido em 
torno dos genitais. Constrói-se também a 
identidade sexual do individuo. 
 
 
1.2.2 Sexualidade na adolescência 
 
A puberdade é o ápice do amadurecimento sexual. Nessa fase ocorre a 
determinação da identidade de gênero e caracteriza a etapa genital adulta. A adolescência 
pode ser dividida em 3 etapas: inicial (dos 10 aos 14 anos), intermediária (dos 14 aos 17 
anos) e tardia ou final (dos 17 aos19 anos). Essas fases são acompanhadas de mudanças 
físicas, emocionais (provocado pelas alterações hormonais) e, consequentemente, 
comportamentais que caracterizam a adolescência como uma fase de intensas mudanças. 
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
8 
 
 
Polução noturna acontece 
quando durante o sono o 
cérebro 
eróticos 
ocorre 
emite estímulos 
em sonho 
orgasmo. 
e 
É 
também conhecido como 
"sonhos molhados". 
 
A masturbação no contexto do adolescente e do jovem 
A masturbação é considerada uma procura por prazer sexual por meio de 
autoestimulação. No início da adolescência, tem caráter exploratório do próprio 
corpo. Quando realizado em fases mais maduras, está mais relacionado com a 
saciedade da necessidade sexual. Em alguns casos, os jovens podem tentar 
compensar frustrações ou descarregar tensões por meio da masturbação. Para um 
atendimento adequado, pode ser discutido com o adolescente ou jovem seus 
hobbies e atividades, perspectivas, relacionamentos, mostrando a ele outras formas 
de resolver suas frustrações. No caso das garotas, pode ser abordado a questão do 
cuidado na utilização de objetos na vagina, que podem lesionar acidentalmente a 
mucosa genital. Deve-se abordar também a questão da importância da privacidade 
que o adolescente/jovem tem que ter, especialmente por parte dos pais, pois nessa 
idade é comum os jovens já não compartilharem todo o seu mundo com eles. 
Apesar de todos os tabus que ainda hoje rondam a masturbação, ela serve ao 
adolescente/jovem como uma forma de autoconhecimento e busca do prazer. 
 
Assista no Youtube o vídeo: “Por quê a 
masturbação ainda é tabu” CLIQUE AQUI! 
DICA DE VÍDEO! 
Na adolescência inicial temos o aparecimento das características sexuais 
secundárias (desenvolvimento dos genitais e 
mamas), curiosidade pelas mudanças corporais, 
fantasias sexuais e sentimento de culpa. Pode 
surgir nessa fase vergonha do próprio corpo que 
está passando por transformações. 
Na adolescência intermediária a 
maturidade sexual é completada e há uma maior 
energia e natureza sexual exploratória. Há maior 
interesse em contato físico. 
Na fase final há a cessação do turbilhão de 
mudanças. A adolescência tardia é marcada pelo 
comportamento sexual mais expressivo e menos 
explorador. 
 
 
 
1.3 Saúde sexual na atenção básica 
 
Saúde sexual e reprodutiva significa uma vida sexual prazerosa e segura, através 
de informações sobre a sexualidade e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis 
https://www.youtube.com/watch?v=p2q49Q4y5dc
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
9 
 
 
Confira a matéria “Idosos também precisam se prevenir contra 
o HIV” AQUI 
e liberdade para decidir sobre sua reprodução, tendo livre acesso aos diferentes métodos 
contraceptivos. 
O profissional da atenção básica tem um papel fundamental 
na promoção da saúde sexual da população, na identificação de 
dificuldades e distúrbios sexuais e reprodutivos. 
A saúde sexual deve ser abordado na atenção básica com o 
máximo de atenção e respeito. Por ser um tema que guarda consigo 
muitos tabus sociais, a população em geral não se sente confortável 
de abordar sobre esse assunto com os profissionais da atenção básica. O oposto também 
acontece, sendo muito comum na atenção básica uma dificuldade dos profissionais em 
geral em lidar com assuntos sexuais. 
 
 
1.3. 1 Educação sexual na população idosa 
 
A terceira idade é marcada por alterações na fisiologia e comportamento sexual 
em ambos os sexos. No geral, há uma redução da frequência sexual. Nos homens, 
geralmente ocorre diminuição parcial da tumescência peniana, quantidade de sêmen 
ejaculado e a força com que é expelido. Na mulher pós-menopausa, pode ocorrer redução 
ou aumento da libido. 
O profissional de saúde da atenção básica deve orientar e tratar eventuais 
transtornos que possam atrapalhar a vida sexual na terceira idade, apoiando positivamente 
a sexualidade saudável nessa faixa etária. Deve-se amenizar os tabus que condicionam a 
sexualidade na velhice como inadequado ou cafona. Dessa forma, além de melhorar a 
qualidade de vida da população idosa, as chances de eventuais contaminações por 
doenças sexualmente transmissíveis caem pela metade. 
 
1.3. 2 Educação sexual e reprodutiva na população negra 
 
De acordo com censos demográficos, a população negra está entre 65 a 70% da 
população extremamente pobre no país, compondo um grupo de grande vulnerabilidade 
social. Os principais problemas enfrentados pelos negros são majoritariamente 
relacionados a sua condição financeira e são abaixo elencados: 
https://drauziovarella.uol.com.br/reportagens/idosos-tambem-precisam-se-prevenir-contra-o-hiv/#%3A%7E%3Atext%3DRiscos%20mais%20espec%C3%ADficos%20nos%20casos%20de%20HIV%20em%20idosos%26text%3DVivian%2C%20pessoas%20em%20idade%20avan%C3%A7ada%2Ctendem%20a%20ser%20naturalmente%20menores
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
10 
 
 
 
 
Figura 3. Favela da Mangueira, Rio de Janeiro. Mais 
de 70% dos habitantes das favelas do Rio são negros, 
diante de menos de um terço dos moradores do 
restante da cidade. Fonte: El País 
- Mortalidade materna (complicações 
ligadas a gravidez, aborto, parto e puerpério); 
- Hipertensão arterial (mais grave em negros 
por questões genéticas); 
- Homicídio e feminicídio; 
- Gravidez na adolescência; 
- Gravidez não-planejada; 
- Violência doméstica e sexual; 
- Doenças infectocontagiosas (como 
Tuberculose); 
A atuação do profissional da atenção 
básica nas questões sexuais e reprodutivas da 
população negra envolve o acolhimento e aconselhamento, promoção de ações para o 
enfrentamento da gravidez precoce e violências e fatores promotores de violência 
(alcoolismo, dependência química, dependência financeira, etc), principalmente com 
relação a violência doméstica. O difícil acesso aos serviços de saúde também é um fator 
que limita o tratamento de doenças infectocontagiosas e aumenta os índices de 
mortalidade materna e infantil. 
O correto preenchimento do quesito "cor/raça/etnia" pelos profissionais da 
atenção básica é um requisito importante no mapeamento do tamanho da necessidade da 
população negra. O profissional da atenção básica tem um papel importante nos processos 
de educação em saúde sexual e reprodutiva, criando ações que diminuam a desigualdade 
social e os problemas de saúde sexual e reprodutiva enfrentados majoritariamente por 
esse grupo social. 
O atendimento à vítima de violência doméstica ou sexual envolve acolhimento, 
notificação da situação através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação 
(Sinan NET), encaminhamento para exames ginecológicos (no caso de agressão sexual), 
exames complementares e acompanhamento psicológico. Deve-se considerar a 
necessidade de atendimento de urgência e a ação conjunta interdisciplinar, para a melhor 
resolução do caso. 
Nos quadros abaixo estão elencados os principais sinais que podem indicar 
situações de violência: 
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: 
• Queixas crônicas, porém vagas, sem 
causa física óbvia. 
• Ferimentos sem explicação ou que não 
condizem com a explicação de como 
ocorreram. 
• Parceiros que observam excessivamente 
ou controlam os movimentos da mulher 
com muita insistência ou que não se 
afastam da mulher. 
• Ferimentos físicos durante a gravidez. 
• Demora a iniciar o atendimento pré- 
natal. 
• Histórico de tentativa ou tendência ao 
suicídio. 
• Demora em buscar tratamento para 
ferimentos sofridos. 
• Síndrome do intestino irritável. 
• Dor pélvica crônica. 
VIOLÊNCIA SEXUAL: 
• Gravidez de mulheres solteiras com 
menos de 14 anos. 
• Infecções sexualmente transmitidas, em 
crianças. 
• Prurido ou sangramento vaginal. 
• Evacuação dolorosa ou dor ao urinar. 
• Dor pélvica ou abdominal. 
• Problemas sexuais e perda de prazer na 
relação. 
• Vaginismo (espasmos musculares nas 
paredes vaginais,durante relação sexual). 
• Ansiedade, depressão, comportamento 
autodestrutivo. 
• Problemas de sono. 
• Histórico de sintomas físicos crônicos 
inexplicáveis. 
• Dificuldade ou recusa em fazer exames 
pélvicos. 
 
 
 
 
1.3.3 Educação sexual e reprodutiva da população LGBTQIA+ 
(Lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queer, questionando, 
intersexo, curioso, assexuais, pan e polisexuais, aliados, two-spirit, kink) 
 
O conhecimento dos problemas de saúde sexual e reprodutiva enfrentados pela 
população LGBTQIA+ (gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis, dentre outros) 
facilita a tomada de ações voltadas a minimizar sua vulnerabilidade. A discriminação e o 
preconceito sofrido pelos LGBTQIA+ na maioria das vezes parte de seus próprios 
familiares, gerando abandono, traumas e vulnerabilidade social. Muitos gays acabam 
entrando na prostituição por não terem 
recursos para viver. 
Os problemas sexuais mais 
enfrentados pela população LGBTQIA+ 
são: 
 
 
 
 
 
 
fazer 
- Infecções sexualmente 
transmissíveis; 
- Uso indiscriminado de 
hormônios; 
Durante o atendimento da 
população LGBTQIA+ é importante 
uso do nome social como forma de respeito e construção da confiança entre 
 
 
 
Travestis e mulheres transexuais 
recorrem ao uso de hormônios 
para modificação corporal. 
Devido a restrições de acesso a 
serviços de saúde, a 
automedicação é frequente. 
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
12 
 
 
 
Saiba mais sobre esse assunto clicando AQUI! 
profissional e paciente. Entre as ações de promoção da saúde sexual e reprodutiva da 
população LGBTQIA+ estão orientações de higiene e segurança antes, durante e após o 
ato sexual, como o correto uso de preservativos e higienização correta de mãos, unhas, 
protetores manuais (luvas de borracha) para o sexo manual, barreiras (no caso de sexo 
oral) e preservativos masculinos nos acessórios eróticos. As ações de saúde também 
incluem orientação da importância de exames urológicos e proctológicos regularmente, 
para prevenir câncer de próstata e problemas no ânus e reto e também uso de gel 
lubrificante a base de água, para relações sexuais anais. 
O uso de hormônios masculinizantes e feminilizantes e implantes de silicones 
industriais sem prescrição ou acompanhamento médico também são muito prejudiciais à 
saúde. Essa questão deve ser considerada pelo profissional da saúde em sua abordagem 
com os LGBTQIA+. 
As ações da atenção básica de saúde devem 
atender de forma igualitária e sem preconceitos casais 
homoafetivos ou outras formas de configuração 
familiar. 
Faz parte da atuação do profissional da 
atenção básica a articulação de ações que visem 
reduzir a discriminação e violência sofrida pela 
população LGBTQIA+ e ações de promoção da 
 
Fonte: paulosampaio.blogosfera.uol.com.br
saúde que visem a redução das infecções sexualmente transmissíveis, assim como 
problemas de saúde relacionados ao não conhecimento de práticas seguras, como exames 
de rotina e acompanhamento médico em caso de utilização de hormônios. 
 
 
 
1.3.4 Educação sexual e reprodutiva da população indígena 
 
O modelo de atendimento às populações indígenas, de acordo com a Política 
Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, é feita pelos Distritos Sanitários 
Especiais Indígenas (DSEI), representados pelos Postos de Saúde Indígena e Casas de 
Saúde do Índio (Casai), onde atuam os agentes indígenas de saúde, saneamento e 
enfermeiros. 
Figura 4. Casal homoafetivo. 
https://www.youtube.com/watch?v=RALEXxQfH0E&list=TLPQMjMxMTIwMjCmoVDk9tFHxw&index=1
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
13 
 
 
A diversidade cultural e linguística dos povos indígenas é um desafio e mostra a 
constante necessidade de atualização e qualificação desses profissionais no atendimento 
desses povos. 
Diferentes mulheres 
de diferentes tribos 
indígenas tem discutido 
sérios problemas de 
vulnerabilidade enfrentados 
nas aldeias. De acordo com 
suas culturas, a média de 
idade em que mulheres estão 
aptas a se casarem varia de 
15-19 anos, porém não é 
incomum casamentos feitos 
a partir da primeira 
menstruação (por volta dos 
Figura 5. Atualmente existem 896,9 mil pessoas indígenas no Brasil, segundo 
dados do Censo 2010. Metade desta população é constituída por mulheres. Fonte: 
http://www.onumulheres.org.br/. 
12 anos). Como 
consequência, é comum 
casos de gravidez precoce, violência sexual (estupro dentro do casamento), número 
elevado de filhos, dores, sangramentos e hemorragias. Muitas tribos valorizam o grande 
número de filhos, por serem "forças de trabalho" importantes na família, porém, a oferta 
de alimentos e cuidados a esses filhos não é adequada. Há também a pressão por muitos 
filhos para compensar a redução da população indígena. Em decorrência desse grande 
número de filhos, ocorre também uma degradação da saúde da mulher. 
No atendimento a essas populações indígenas, é importante ao profissional de 
saúde conhecer suas culturas e tradições, e também peculiaridades relacionadas a cada 
população, fazendo-se uso de recursos didáticos, atividades educativas, exames e 
capacitações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O termo controle da natalidade difere de planejamento reprodutivo, no sentido em 
que controle da natalidade implica imposições do governo sobre a vida reprodutiva de 
homens e mulheres. O planejamento reprodutivo está embasado no respeito a liberdade 
sexual e reprodutiva. 
Não se deve correlacionar pobreza a número de filhos, pois no Brasil as taxas de 
fecundidade tem caído nas últimas décadas e desacelerou o crescimento anual da 
população. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança verificou uma taxa 
2. CONTROLE DA NATALIDADE E 
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO 
http://www.onumulheres.org.br/
http://www.onumulheres.org.br/
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
14 
 
 
de 1,8 filhos por mulher em 2006, ao contrário de 1996, onde essa taxa estava em 2,5 
filhos por mulher. A maior redução ocorreu nas áreas rurais, de 3,4 para 2,0. 
Entretanto, essa queda da taxa de fecundidade não foi acompanhada de uma 
redução da pobreza e desigualdades sociais no Brasil. A superação da situação de pobreza 
tem que passar pela implementação de políticas que promovam o desenvolvimento 
sustentável e distribuição igualitária de riquezas. 
 
 
2.1 O papel da atenção básica no planejamento reprodutivo 
 
 
As ações da atenção básica no planejamento reprodutivo são mais focadas nas 
mulheres, especificamente ações voltadas ao ciclo gravídico-puerperal e prevenção do 
câncer de colo de útero e mama. Há a necessidade de ampliação das ações para os homens, 
considerando sua coparticipação e responsabilidade nas questões sexuais e reprodutivas. 
O serviço público deve promover: 
- Ações e atividades educativas; 
- Aconselhamento; 
- Atendimento profissional; 
O acolhimento prevê o estabelecimento de diálogo e confiança entre o indivíduo 
atendido e o profissional de saúde. Em resumo, criação de um vínculo com o atendido. 
As atividades educativas oferecem uma reflexão sobre a sexualidade e reprodução. As 
atividades clínicas envolvem ações para cuidado da saúde da população e inclui: 
anamnese, identificação das necessidades e dificuldades sexuais, orientações de 
prevenção a cânceres em homens (próstata, pênis) e mulheres (mama, colo de útero), 
saúde da mulher na menopausa, orientações de prevenção a IST/HIV e anticoncepção. 
Todas essas ações sendo sem distinção de gênero, orientação/identidade sexual ou raça, 
promovendo o respeito a diversidade. 
 
 
2.2 Métodos contraceptivos 
 
Contracepção é o ato de evitar a gravidez. Os métodos desse controle incluem 
medicamentos, procedimentos, dispositivos e comportamentos. 
A tabela abaixo resume os principais métodos contraceptivos que podem ser 
utilizados sozinhos ou de forma combinada: 
Curso | Agente Comunitário de Saúde15 
 
 
Figura 6. Principais métodos contraceptivos. Fonte: vivasuavida. CLIQUE AQUI e acesse o site. 
 
 
 
 
https://www.vivasuavida.com.br/pt/metodos-contraceptivos/contraceptivos-curta-duracao/
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
16 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Os métodos contraceptivos garantem a proteção contra uma gravidez indesejada. 
Apesar de prevenir a gravidez, eles, normalmente, não garantem proteção contra 
Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Marque a alternativa que indica 
corretamente o nome de um método que garante proteção contra IST. 
 
a) DIU 
b) Pílula do dia seguinte 
c) Diafragma 
d) Camisinha 
e) Coito interrompido 
 
2. Sobre a atenção básica na saúde sexual, marque a alternativa incorreta: 
 
a) A diversidade cultural e linguística dos povos indígenas é um desafio e mostra a 
constante necessidade de atualização do profissional da atenção básica. 
b) Faz parte da atuação do profissional da atenção básica a articulação de ações que 
visem reduzir a discriminação e violência sofrida pela população LGBTQIA+. 
c) No atendimento às populações negras não é relevante o preenchimento do 
quesito "cor/raça/etnia" nos formulários pelos profissionais da atenção básica. 
d) A terceira idade é marcada por alterações na fisiologia e comportamento sexual em 
ambos os sexos. 
e) O profissional da atenção básica tem um papel fundamental na promoção da saúde 
sexual da população, na identificação de dificuldades e distúrbios sexuais e 
reprodutivos. 
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
17 
 
 
 
 
 
GLOSSÁRIO 
 
 
Anamnese - É uma entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu paciente, que 
tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. 
Controle da natalidade - Diminuir forçosamente o número de nascimentos. 
Direitos humanos - São os direitos básicos de todos os seres humanos. São direitos civis 
e políticos; direitos econômicos, sociais e culturais; direitos difusos e coletivos. 
Doenças infectocontagiosas - São doenças de fácil e rápida transmissão, provocadas por 
agentes patogênicos, como vírus e bactérias. 
Exame proctológico - É um exame simples que tem como objetivo avaliar a região anal 
e o reto com o objetivo de investigar alterações gastrointestinais e identificar fissuras, 
fístulas e hemorroidas, além de ser um exame importante utilizado na prevenção do 
câncer colorretal. 
Fálico - Relativo ao órgão reprodutor masculino. 
Fantasias sexuais - Fantasia erótica é um desejo latente acerca de um ambiente sexual 
ou situação sexual que possa aumentar a sensação de prazer na hora do ato sexual. 
Feminicídio - É o homicídio cometido contra mulheres que é motivado por violência 
doméstica ou discriminação de gênero. 
Genitais - Órgãos diretamente envolvidos na reprodução e que fazem parte do aparelho 
reprodutor masculino e feminino. 
Homoafetivo - É o adjetivo que qualifica uma pessoa que gosta e sente atração por 
pessoas do mesmo sexo. 
IST - Infecções Sexualmente Transmissíveis. 
Libido - Procura instintiva do prazer sexual; desejo. 
Menopausa - Um declínio natural nos hormônios reprodutivos quando uma mulher 
atinge 40 ou 50 anos. 
Métodos contraceptivos - Contracepção é o ato de evitar a gravidez. Os métodos desse 
controle incluem medicamentos, procedimentos, dispositivos e comportamentos. 
Mortalidade materna - Morte materna é a morte de uma mulher durante a gravidez ou 
nos 42 dias seguintes ao termo da gravidez, independentemente da duração e do local da 
gravidez, e a partir de qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou seu 
tratamento, mas não de causas acidentais. 
Nome social - É o nome pelo qual pessoas transexuais, travestis ou outros preferem ser 
chamadas no dia a dia, ao invés de seu nome registrado em cartório, que não reflete a sua 
identidade de gênero. 
Políticas de saúde - Conjunto de ações e serviços prestados à população. 
Pudor - Sentimento de vergonha, timidez, mal-estar, causado por qualquer coisa capaz 
de ferir a decência, a modéstia, a inocência. 
Puerpério - Também chamado resguardo ou quarentena, é a fase pós-parto em que a 
mulher experimenta modificações físicas e psíquicas. 
Reprodução - Refere-se à função através da qual os seres vivos produzem descendentes, 
dando continuidade à sua espécie. 
Sexualidade - Representa o conjunto de comportamentos que concernem à satisfação da 
necessidade e do desejo sexual. 
Tabus sociais - São criados pela sociedade através dos padrões morais e convenções 
sociais impostas e por isso, pode ser diferente de uma cultura para outra. 
Tumescência peniana – Ereção. 
Curso | Agente Comunitário de Saúde 
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REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria 
de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 
2010. 300 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção 
Básica, n. 26). 
 
BORGES, A. L. V. Adolescência e vida sexual: análise do início da vida sexual de 
adolescentes residentes na zona leste do município de São Paulo. 2004. 138f. Tese 
(Doutorado em Saúde Pública) – Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, 
São Paulo, 2004. 
 
LEITE, M.M.J.; PRADO, C.; PERES, H.H.C. Educação em Saúde: desafios para uma 
prática inovadora. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2010. 
 
SOUZA, L.M; MORAIS, R.L.G.L; OLIVEIRA, J.S. Direitos sexuais e reprodutivos: 
influências dos materiais educativos impressos no processo de educação em 
sexualidade. Saúde Debate | Rio De Janeiro, V. 39, N. 106, P. 683-693, JUL-SET 2015. 
 
 
 
	EDUCAÇÃO SEXUAL E REPRODUTIVA
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	GLOSSÁRIO 17
	1.1 História da saúde sexual e reprodutiva
	1.2 Desenvolvimento da sexualidade
	1.2.2 Sexualidade na adolescência
	1.3 Saúde sexual na atenção básica
	1.3. 1 Educação sexual na população idosa
	1.3. 2 Educação sexual e reprodutiva na população negra
	1.3.3 Educação sexual e reprodutiva da população LGBTQIA+ (Lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, queer, questionando, intersexo, curioso, assexuais, pan e polisexuais, aliados, two-spirit, kink)
	1.3.4 Educação sexual e reprodutiva da população indígena
	2.1 O papel da atenção básica no planejamento reprodutivo
	2.2 Métodos contraceptivos

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