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APS 7º SEMESTRE

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
 
 
 
 
Jônatas da Silva – N297166 
Carlos Henrique – N2995F7 
Gustavo Soares – D687DH0 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29/10/2020 - São Paulo 
 
 
 
Sumário: 
 
RESUMO................................................................................................................. 03 
INTRODUÇÃO......................................................................................................... 03 
O ESTADO PODE APREENDER UM VEÍCULO POR DÉBITO DE 
IPVA........................................................................................................................ 04 
O ESTADO PODE APREENDER UM VEÍCULO POR DÉBITO DE 
IPVA........................................................................................................................ 05 
APREENSÃO DO VEÍCULO PELO DÉBITO DO IPVA NÃO É MEIO ADEQUADO 
PARA COBRANÇA DE TRIBUTO........................................................................... 05 
PROCESSO LEGAL................................................................................................ 06 
CONCLUSÃO.......................................................................................................... 06 
Referências Bibliográficas ...................................................................................... 07 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DA INCONSTITUCIONALIDADE DA APREENSÃO DO VEÍCULO POR 
DÉBITO DE IPVA: INOBSERVÂNCIA AS DISPOSIÇÕES 
CONSTITUCIONAIS PELO CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO: 
Resumo: 
 O presente artigo está buscando, discutir a inconstitucionalidade da apreensão do 
veículo por débito de IPVA. Analisando a inconstitucionalidade da apreensão, a 
forma que os veículos são licenciados, a competência de tributos perante a 
Constituição Federal, o inadimplemento do IPVA e suas consequências quando não 
é pago, e de como seria o processo legal para que a Administração Pública pudesse 
cobrar esse imposto. Também é analisado nesse artigo, O Princípio do não 
confisco, do Direito a Propriedade, do Direito a liberdade de locomoção, do 
contraditório e ampla defesa, do devido processo legal e da Ação de execução 
Fiscal. 
 
Introdução: 
 Existe um princípio do direito que é chamado de “Princípio da Legalidade”, que 
está no artigo 5ª da CF, no inciso II, que diz: “ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, ou seja, podemos dizer que o 
princípio da legalidade é uma verdadeira garantia constitucional. Através deste 
princípio, procura-se proteger os indivíduos contra os arbítrios cometidos pelo 
Estado e até mesmo contra os arbítrios cometidos por outros particulares. Assim, os 
indivíduos têm ampla liberdade para fazerem o que quiserem, desde que não seja 
um ato, um comportamento ou uma atividade proibida por lei. Nesse sentido, 
percebe-se que o Estado, ao apreender um veículo por estar com IPVA atrasado, 
age em total desacordo com a legalidade. Sobre isso, precisamos então, entender 
qual a diferença entre o IPVA e o licenciamento. 
 IPVA: 
 É o imposto cobrado anualmente pela Receita Estadual. Metade do dinheiro 
arrecadado fica no município no qual o veículo foi emplacado, a outra parte vai para 
os cofres públicos para ser aplicado em diversas áreas, como saúde e educação.O 
valor cobrado por esse imposto é calculado a partir do valor do veículo, sendo 1% 
para veículos destinados à locação e para os que utilizam Gás Natural Veicular 
(GNV), e 2,5% para os demais veículos. 
Licenciamento: 
 CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de veículos) – Conhecido como 
licenciamento, o CRLV é um documento que concede o direito de livre tráfego ao 
veículo. É um documento de porte obrigatório e deve ser apresentado à autoridade 
de trânsito sempre que solicitado, sob pena de multa e perda de pontos na carteira, 
caso não esteja portando o documento ou esteja com o licenciamento atrasado. 
 
 Quanto a apreensão do veículo por não ter o ter o licenciamento atual, podemos 
citar o artigo 230, inciso 5 do Código de Trânsito Brasileiro, que diz: Conduzir o 
veículo: V – que não esteja registrado e devidamente licenciado; Infração – 
gravíssima; Penalidade – multa e apreensão do veículo; Medida administrativa – 
remoção do veículo. 
 Não há a possibilidade de ter o licenciamento, sem pagar o IPVA, taxas e demais 
multas do veículo que estão registradas nesse veículo. Mas o estado condiciona o 
liberação do licenciamento com a quitação de todos os débitos do veículos. Mas 
nesse caso, o veículo será apreendido por conta do licenciamento, e não do IPVA. 
 
O Estado não pode apreender um veículo por débito em IPVA: 
 A Apreensão de veículos por débito em IPVA é ilegal, com base em alguns 
princípios constitucionais. Dentre eles, podemos citar o princípio da legalidade(como 
já foi citado anteriormente) e temos outros princípios como: 
Princípio do Não Confisco: o ato pelo qual se apreendem e se adjudicam ao fisco 
bens pertencentes a outrem, por ato administrativo ou por sentença judicial, 
fundados em lei. A Constituição Federal impõe o seguinte: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
IV – utilizar tributo com efeito de confisco. 
Dessa forma, percebemos que o princípio do não confisco diz que o Estado não 
pode utilizar os tributos para retirar os bens do cidadão e incorporá-los ao tesouro 
estadual, ou repassá-lo a outros. 
Princípio do Devido Legal: esse princípio é consagrado pelo Art.5º, inciso LIV da 
Constituição Federal/88, trata-se de uma garantia constitucional que preserva o direito 
do devido processo legal. O Art. 5º, inciso LIV, dispõe que “ninguém será privado da 
liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. 
 Quando acontece a apreensão do veículo por inadimplemento do IPVA, podemos 
analisar que esse princípio não é respeitado, de forma que o Estado ignora essa 
garantia constitucional que é o justo acesso pelas partes ao processo legal, privando 
o contribuinte-condutor de seu bem sem que para isso tenha havido a instauração de 
um processo, de forma que o contribuinte é compelido a adimplir de forma imediata a 
dívida sob pena de apreensão do veículo. 
 Princípio da Ampla defesa e do Contraditório: esse princípio está retratado no art 
5º, LV da Constituição Federal/88, assegurando que as pessoas presentes no 
processo judicial ou administrativo, quanto autor e réu, estão assegurados pelo 
princípio da ampla defesa e do contraditório. 
 
O princípio da ampla defesa e do contraditório é garantia constitucional, protege e 
assegura aos cidadãos em processo judicial ou administrativo a possibilidade de 
contrapor e apresentar suas razoes e ser devidamente ouvido em suas 
manifestações. 
Princípio do Contraditório: Sendo assim, cada ato praticado dentro do processo 
judicial ou administrativo resulta na participação ativa das partes (autor e réu), surge 
como uma garantia constitucional indispensável para as partes, garante que a parte 
contrária deve ser ouvida no processo. Antes de um juiz proferir uma decisão, é 
importante que se proceda a oitiva das partes, proporcionando assim a oportunidade 
de defesa igualitária ambos, para que se manifeste com os devidos argumentos e 
contra-argumentos. 
Princípio da Ampla defesa: O princípio da ampla defesa se direciona no sentido que 
as partes do processo judicial ou administrativo devem oferecer argumentos em seu 
favor e de demostrar dentro dos limites legais todos os meios que venha provar a sua 
inocência, sendo por meios de provas ou de recursos, de forma que o juiz não pode 
vir negar o direito dos litigantes apresentar provas, exceto se for ilícita, irrelevante e 
repetitiva. 
Sendo assim, é possível analisar que no processotributário, que o devedor do IPVA 
deve ter acesso e direito de resposta aos atos praticados pelo Fisco, de produzir todas 
as provas necessárias para a sua defesa, de forma que garanta os prazos para 
recursos, e que tenha um justo processo judicial ou administrativo. 
 
 
APREENSÃO DO VEÍCULO PELO DÉBITO DO IPVA NÃO É MEIO 
ADEQUADO PARA COBRANÇA DE TRIBUTO: 
 
Como já falamos anteriormente a apreensão de um veículo por débito em IPVA é 
ilegal, mas porém, é a forma que vem sendo adotada por meio de “blitzs” . uma vez 
que o Estado usa de sua força e aparato estatal para ilegitimamente obrigar o 
contribuinte-condutor a realizar o pagamento do IPVA, sendo que há outros meios 
legais possíveis taxados na lei para se obter o pagamento deste imposto de forma 
legal. 
 
 
 
 
 
 
PROCESSO LEGAL: 
Segundo a lei nº 6830/80 Lei de Execuções Fiscais (LEF): 
Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, 
do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta Lei 
e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil. 
Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou 
não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações 
posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e 
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do 
Distrito Federal (BRASIL, 1980, texto digital). 
Portanto, o primeiro passo é o Processo Administrativo Tributário que é a Fazenda 
Pública notificar o contribuinte do lançamento tributário conforme art. 142 do CTN, 
assim, constituído o credito tributário, a Fazenda Pública tem o prazo de 05 anos 
para cobrar o crédito conforme art. 173 do CTN. Notificado o contribuinte, abre-se 
prazo para pagamento, conforme art. 160 do CTN. 
CONCLUSÃO: 
 De acordo com esse artigo chegamos a conclusão de que a apreensão de um 
veículos por débito de IPVA, é ilegal, e temos alguns princípios que confirmam isso, 
como por exemplo: o Princípio da Legalidade, da ampla defesa, do contraditório, do 
não confisco e entre outros. 
 Além disso, a apreensão de um veículo poderá aferir um direito a propriedade, ou 
seja, um cidadão não pode ter o seu bem arrancado de suas mãos sem se 
defender, porque o direito de possuir bens é assegurado pela constituição. A 
propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário. O Estado é 
limitado ao exercer desapropriação e proibido de realizar confisco através de 
impostos. E também poderá ofender o direito ao trabalho, pois Muitas pessoas 
fazem uso do veículo para o trabalho, seja para a condução até o local da atividade, 
para uso direto como transporte de pessoas, ou para utilização indireta, como o 
carro da empresa. O Estado, ao apreender um veículo, está em grande parte 
ofendendo o princípio do Direito ao trabalho. Caso o carro seja levado, a empresa 
pode inclusive fechar. A moto que o jovem utiliza para ir ao serviço e desafogar os 
ônibus é tomada pelo Estado, gerando um caos maior ao transporte público e 
dificultando o trabalho. Segundo o art 6º da CF: São direitos sociais a educação, a 
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a 
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição. 
 
 
 
Referências Bibliográficas: 
 
https://www.jornalcontabil.com.br/ipva-atrasado-o-veiculo-pode-ou-nao-pode-
ser-apreendido/ 
https://elderns.jusbrasil.com.br/artigos/701402774/e-proibida-a-apreensao-de-
veiculo-por-debito-de-ipva-veja-o-que-o-stf-decidiu-sobre-o-tema 
 
https://www.jornalcontabil.com.br/ipva-atrasado-o-veiculo-pode-ou-nao-pode-ser-apreendido/
https://www.jornalcontabil.com.br/ipva-atrasado-o-veiculo-pode-ou-nao-pode-ser-apreendido/
https://elderns.jusbrasil.com.br/artigos/701402774/e-proibida-a-apreensao-de-veiculo-por-debito-de-ipva-veja-o-que-o-stf-decidiu-sobre-o-tema
https://elderns.jusbrasil.com.br/artigos/701402774/e-proibida-a-apreensao-de-veiculo-por-debito-de-ipva-veja-o-que-o-stf-decidiu-sobre-o-tema

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