Buscar

artigo revisado jaine para enviar

Prévia do material em texto

Linha editorial 
OS FILHOS DE LARES VIOLENTOS 
Jaine Santa Ana Lopes * 
Orientadora Ana Marcia Soecki (UNIFAMA)** 
 
Resumo: ​O presente trabalho visa desenvolver uma pesquisa sobre crianças 
que vivem em lares onde a violência doméstica faz parte do seu dia a dia. Este 
artigo mostra que a violência é um problema social, e que deixa sequelas 
profundas no psicológico e emocional de crianças e adolescentes que 
observam essa violência dentro do leu lar. A violência doméstica atinge tanto a 
formação pedagógica como a social, com base nesse entendimento vamos 
destacar a importância de identificar os problemas emocionais que as crianças 
vão carregar para o resto de suas vidas. Vários estudos tem enfoque na mulher 
vítima, mas poucos tratam as crianças vítimas. A violência intrafamiliar é uma 
realidade clara na sociedade atual conversar sobre o tema é de mera 
importância. Esse trabalho analisa através de pesquisa bibliográfica de dados 
coletados no Scientific Electronic Library online, Foi feito um estudo em vários 
artigos, e a análise dos mesmos permitiu verificar que uma parcela expressiva 
de crianças que vivenciam algum desentendimento brigas e violência física são 
afetados direta ou indiretamente por eles. Diante do auto índice de mulheres 
vítimas de violência tornou-se relevante estudar crianças e adolescentes que 
são filhos de LARES VIOLENTOS. 
 
 
 
Palavras-chaves​: crianças. Violência intrafamiliar. Violência doméstica. 
 
 
 
 
1 
 
 
 
Abstract​: the present work visa develop an search about children what live in 
homes where the violence domestic does part yours day bay day this article 
shows that violence is a social issue and that leaves sequels deep in 
psychological and emotional of children and teenagers who observe this 
violence inside your home where it should be a place protection e protection 
becomes a place of fights and arguments. Domestic violence affects both 
pedagogical and social training based on that understanding we highlight the 
importance of identifying the emotional problems that children will carry, for the 
rest of Their lives several studies focus on victimized women, but few deal with 
child victims intrafamily violence is a reality clear in today´s society talk on the 
topic and of mere importance this job analyzes through bibliographic research 
of data collected in the Scientific Electronic Library online, a study was done in 
several articles and their analysis allowed verify that an expressive portion of 
children who experience some disagreement fights and physical violence are 
directly or indirectly affected for them in the face of the self-index of women 
victims of violence it became relevant to study children and adolescents who 
are children OF VIOLENT HOMES. 
Keyboards​: children, intrafamily violence, domestic violence. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
A criança sempre diz que quer ser o mesmo que o pai ou a mãe, porque 
tem identificação se não for assim, onde ela vai aprender? Essa fala é 
de Ana Christina Mageste, psiquiatra da infância e da adolescência. 
Quando uma criança precisa aprender algo em particular, ela se volta 
para os adultos. Esse princípio se encaixa na teoria de desenvolvimento 
proximal de Lev Vygotsky. Em outras palavras, elas sabem que, com 
suporte adequado, podem passar para outro nível, para outra fase de 
maior competência. Para isso precisam de modelos especializados”, isto 
é os pais. (Portal a mente é maravilhosa). A violência INTRAFAMILIAR 
atinge tanto a formação pedagógica como social da criança. Quando a 
criança fica exposta a violência familiar ela pode desenvolver inúmeros 
problemas e traumas, o medo é um dos fatores mais relevantes a ser 
observado pelo pedagogo ou psicólogo (Santos; Costa, 2004) Em 
decorrência de lares violentos a educação tem enfrentado vários 
problemas para a formação do aluno, que muitas vezes se isolam e não 
interagem com os outros alunos e professores, além, de apresentarem 
crises de choros e terem a tendência a desenvolver algum distúrbio 
psicológico decorrentes dos traumas que esta agressão acarreta em sua 
formação psíquica. Os objetivos desse trabalho é Descrever através da 
do método qualitativo e revisão de literatura e artigos científicos as 
consequências que a violência doméstica acarreta na formação 
pedagógica e social da criança e do adolescente. Fazer uma 
investigação analítica dos dados científicos sobre a violência doméstica 
no Brasil; Analisar através dos estudos de casos as consequências 
negativas que a violência doméstica desenvolve no aluno em sala de 
aula: Descrever através da revisão bibliográfica as atitudes 
comportamentais em sala de aula das crianças que presenciam a 
violência doméstica; Apresentar através dos estudos analíticos quais as 
consequências negativas que a violência doméstica traz para o 
desenvolvimento psicológico da criança; Buscar na literatura projetos 
pedagógicos voltados para auxiliar na formação psíquico-social desses 
alunos. ​A cada hora, 536 mulheres sofrem algum tipo de violência física 
no pais, esse levantamento foi feito pelo fórum brasileiro de segurança 
3 
 
Pública e pelo instituto Datafolha mostra que atos de agressão e assedio 
contra a população feminina assumem proporções alarmantes, por hora 
no brasil, dezesseis milhões de brasileiras sofreram algum tipo de 
violência e 59% da população afirmaram ter visto uma mulher ser 
agredida física e verbalmente em 2018.dados do estudo visível e 
invisível; a vitimização de mulheres no brasil; edição realizado pelo 
fórum brasileiro de segurança pública com instituto Datafolha mostra 
que a mulher vive sob risco constante da violência. Analisando todos 
esses dados nos questionamos sobre as crianças que estão em suas 
casas e que observam e sofrem também toda essa violência, por esse 
motivo essa pesquisa se torna relevante no âmbito social. 
 
2 DESENVOLVIMENTO 
 2.1 OS FILHOS DE LARES VIOLENTOS 
​Muitos estudos vêm sendo desenvolvido com a finalidade especifica de 
delimitar as consequências da violência doméstica sobre o desenvolvimento 
infantil. McCloskey, Figueiredo e Koss (1995) constataram a influência direta da 
violência doméstica na saúde mental das crianças e relataram a importância de 
se considerar a violência intraparental presenciada pela criança chamando a 
atenção para o fato que as crianças de lares violentos estão sob risco elevado 
de sofrerem violência de ambos os pais, principalmente a violência física. 
SZYNDROWSKI (1999), ao descrever características comportamentais 
observadas em crianças que testemunham a violência doméstica, destaca as 
seguintes manifestações: agressividade, medo intenso, baixa autoestima, 
desconfiança, medo do futuro, reclamações psicossomáticas e problemas 
relativos a autoridade. 
Segundo Jouriles, McDonald, Norwood e Ezell (2001) a criança não precisa 
observar a agressão para ser afetada por ela. Assim a criança exposta à 
violência conjugal é aquela que viu e ouviu um incidente de agressão a mãe, 
viu o resultado ou vivenciou o seu efeitoquando interagindo com seus 
pais(HOLDEM,1998). 
A um grande número de crianças que testemunham a violência doméstica 
(Jafffe & Paissom, 2000; McDoskey Figueiredo & Koss, 1995) assinalam que 
4 
 
uma das importantes razões pelas quais filhos de mães agredidas apresentam 
um quadro de distúrbio, é o fato de terem presenciado uma cena de violência 
doméstica contra a própria mãe, sendo isso uma experiência traumática. 
Graham-Bermann (1998) explica que as maiorias das pesquisas de saúde 
mental na área de violência doméstica concluem que mera exposição à 
violência doméstica é em si mesma, uma forma de maltratar a criança. 
Algumas dificuldades que podem decorrer do fato de se presenciar a violência 
doméstica são ilustradas no estudo comparativo de famílias violentas e não 
violentas e estresse maternal, indicando uma significativa prevalência de 
problemas comportamentais e reduzida competência social em crianças 
expostas a violência familiar (WOLF, JAFFE WILSON E ZAK, 1985). 
Os resultados obtidos no estudo de WOLF e colaboradores dão embasamento 
a posição de CUMMINGS (1998) no trabalho que discute as diretrizes 
conceituais e teóricas sobre crianças expostas a posição de conflito conjugal e 
violência. Tal autora ressalta a posição de Bandeira (1973) de que crianças 
podem aprender modelos cognitivos e comportamentais a partir de modelos e 
copias de eventos diários, incluindo-se na observação de seus pais em 
situações interparentais. 
A família tem uma importante influencia na aquisição de modelos agressivos 
pelas crianças (BRANDURA 1973; GOMIDE; 2003 JAFFE WOLFE E WILSON 
1990). Pais que utilizam a punição estão mostrando a seus filhos que a 
violência é uma forma apropriada de resolução de conflitos e de 
relacionamento entre homens e mulheres. E importante analisar os impactos 
que essa situação pode acarretar para os filhos ainda que eles não sejam 
vítimas diretas da violência, estão presentes em um ambiente hostil, pouco 
saudável para o seu desenvolvimento. 
Além disso, destaca-se que a mãe que vivencia agressões físicas psicológicas 
do parceiro muitas vezes não está em condições de estabelecer um 
relacionamento adequado com os filhos. As pesquisas a respeito dos efeitos da 
violência doméstica no comportamento da mãe em relação aos filhos, aqui 
considerado como maternagem, indicam que devido a todas as consequências 
que a violência pode acarretar na saúde física e psicológica dessa mulher, elas 
apresentam maior dificuldade no cuidado com os filhos do que com as mães 
que não tivessem esse histórico. 
5 
 
De fato, estudos tem demostrado que a qualidade da maternagem é a 
habilidade de ambos os pais em lidar com as necessidades da criança são 
comprometidas em ambiente doméstico violento. (HOLT, BUCKLEY & 
WHELAN, 2008) alguns autores chegam a relacionar a violência sofrida pela 
mulher como um fator de risco para essa mulher vir agredir filhos. (CAPALDI, 
KIM, &. PEARS, 2009; HOLDEN, 2007. CHAFFIN & SCHMIDT, 2006; 
DALBERG & SIMON, 2006; O LEARY. &. WOODIN. 2006); sendo que em 
pesquisa realizada por CASANUEVA, MARTIN E RUNYAN 2009, constatou-se 
que as mães submetidas a violência doméstica tinham um risco maior de vir a 
perpetuar maus tratos quando comparados com mães que não apresentavam 
esse histórico. 
Para Ravazzola (1997), a experiência de ter sido objeto de maus tratos na vida 
infantil, sendo recebendo-os ou presenciando-os, deixa sinais difíceis de serem 
modificados, e é provável que a criança se sinta completamente confusa e 
afetada pelo fato de amar o autor da agressão. Essa criança constrói então, 
justificativas que não incriminem o agressor, não sendo este percebido como 
grave e prejudicial, ou sendo minimizadas. 
Corsi (2003) chama a atenção para a pouca percepção social sobre o 
problema, já que essa problemática ocorre na intimidade e é estruturada 
segundo dois princípios básicos: o da invisibilidade e o da naturalização. O 
fenômeno não e visto e é tido como natural nas relações familiares. Muitas 
vezes os filhos são usados durante as brigas do casal, principalmente pelo pai 
agressivo, que faz com que a mãe se sinta culpada de qualquer coisa que 
aconteça aos filhos. 
As crianças acabam desenvolvendo algumas características, típicas de quem 
convive com a violência no lar, tais como: vivem com a esperança de que a 
situação da violência melhore ou termine, mostram-se desesperadas porque 
não vê saída; desenvolvem uma baixa autoestima: expressam sentimentos de 
medo, ansiedade e insegurança e incertezas; desenvolvem problemas de 
autocontrole e condutas exageradas; manifestam dificuldades para 
concentrar-se, mostram-se independente econômica e emocionalmente, 
tendem ser sexualmente ativos e em muitas ocasiões abandonam o lar; 
aprendem padrões de agressor (matam animais ou agridem as outras crianças 
menores que elas); pensam com frequência em suicidar-se ou mutilar ou 
6 
 
causar-se algum dano. São frequentes as tentativas de suicídio (VIDA 
HUMAMA INTERNACIONAL, 2002). 
 
2.1 Pesquisas realizadas que observaram os efeitos da violência 
doméstica nas crianças. 
Dos sete estudos a respeito do impacto que a violência conjugal ocasiona nas 
crianças, quatro identificaram problemas de comportamento internos e externos 
apresentados pelas crianças (Graham- Bermann, Gruber, Howell, & Girz, 2009; 
Zerk, Mertin, & Proeve, 2009; Paterson, Carter, Gao, Cowley-Malcolm, & 
Iusitini, 2008; Hughes & Huth-Bocks, 2007), um estudo analisou as reações das 
crianças em situações com pares (Katz, Hunter, & Klowden, 2008) e um estudo 
verificou o impacto na memória explícita de pré-escolares (Jouriles, Brown, 
McDonald, Rosenfield, Leahy, & Silver, 2008). 
Entre os estudos que analisaram o impacto da violência conjugal nas crianças, 
destaca-se o de Graham-Bermann, Gruber, Howell e Girz (2009), que avaliou o 
ajustamento emocional e social de crianças de famílias com graus variados de 
violência contra o parceiro utilizando o modelo de risco e proteção. Duzentas e 
dezenove mães que sofreram violência do parceiro no último ano e os filhos 
com idades entre 6 e 12 anos foram entrevistados. Medidas padronizadas 
avaliaram a violência familiar, a maternagem, o funcionamento familiar, a saúde 
mental da mãe e o ajustamento e as crenças das crianças. Os resultados das 
crianças foram divididos em quatro perfis: 
1. Problemas severos de ajustamento (24%), 
2. Crianças que estavam tendo dificuldades (45%) 
3. Crianças que tinham exclusivamente depressão (11%) 
4. Crianças resilientes (20%) 
A Análise de regressão logística multinominal demonstrou que as crianças 
com problemas de ajustamento severos foram mais expostas à violência 
familiar e tinham mães com maior índice de depressão e sintomas de trauma 
do que as outras crianças. As crianças resilientes e do grupo que estava tendo 
dificuldades tinham mães com melhor maternagem, maior força familiar e 
nenhum histórico de violência conjugal anterior ao atual. 
As crianças depressivas estavam expostas a menos violência, mas tinham 
mais preocupação e medo pela segurança de suas mães. Os achados7 
 
sugerem que o ajustamento da criança é fortemente influenciado pelo 
funcionamento parental. 
O estudo de Finger et al. (2009) examinou a inter-relação entre conflito familiar, 
suporte do pai à mãe, comportamento materno e apego mãe-criança de uma 
amostra de 79 famílias afro-americanas que viviam em uma comunidade 
urbana. O suporte do pai à mãe não foi relacionado à maternagem ou ao apego 
infantil. 
As relações conflituosas entre os pais foram relacionados à maternagem 
problemática, baixa sensitividade materna, apego inseguro da criança e apego 
desorganizado da criança. As associações entre conflito parental e apego 
inseguro e desorganizado foram minimizadas em famílias nas quais os pais 
coabitavam. 
Consistente com pesquisas anteriores foram observadas relações entre 
sensitividade e responsividade maternal e o apego seguro com os filhos e entre 
maternagem problemática e apego desorganizado da criança. Entretanto, a 
maternagem não mediou a relação entre conflito parental e apego das 
crianças. 
Muitos estudos vêm sendo desenvolvido com a finalidade especifica de 
delimitar as consequências da violência doméstica sobre o desenvolvimento 
infantil. McCloskey, Figueiredo e koss (1995) constataram a influência direta da 
violência doméstica na saúde mental das crianças e relataram a importância de 
se considerar a violência intraparental presenciada pela criança chamando a 
atenção para o fato que as crianças de lares violentos estão sob risco elevado 
de sofrerem violência de ambos os pais, principalmente a violência física. 
Graham Bermann (1998) explica que a maioria das pesquisas de saúde mental 
na área de violência doméstica concluem que mera exposição a violência é em 
si mesma, uma forma de maltratar a criança, afirmando que a criança que 
testemunha a agressão a sua mãe é vítima de violência. 
Hughes e Huth-Bocks (2007) verificaram os efeitos dos fatores contextuais 
(estresse parental, comportamentos parentais e funcionamento psicológico da 
mãe) em crianças expostas à violência conjugal. Participaram da pesquisa 172 
mães afras americanas e seus filhos (4 a 12 anos de idade) que estavam em 
um abrigo no momento da pesquisa. 
8 
 
As mães preencheram questionários que avaliavam a violência familiar, as 
variáveis contextuais da família e as consequências nos filhos. Já as crianças 
responderam sobre seus sintomas depressivos. Os resultados indicaram uma 
variabilidade substancial entre as experiências de estresse parental, tanto em 
relação ao tipo quanto à quantidade. 
As mulheres diferiram significativamente nos comportamentos maternos e no 
estresse psicológico geral, e as crianças variaram de forma simultânea na 
severidade dos problemas internos e externos. Esse padrão sugere a 
necessidade de intervenções individuais focadas no estresse parental para 
melhor atender as necessidades de mulheres e crianças vítimas de violência 
conjugal. 
Crianças e adolescentes que crescem em lares violentos mesmo que não 
sejam vítimas diretas e apenas testemunhem as agressões tem três vezes 
mais chance de repetir a violência ao se tornarem adultos do que os que 
crescem em ambientes “saudáveis, segundo a associação americana de 
psicologia. Ou seja diferente dos adultos, as crianças sofrem duas vezes com a 
violência doméstica: primeiro quando são vítimas diretas do abuso (físico ou 
sexual) e também quando testemunham agressões cometidas por outros 
membros da família. 
 
2.3 traumas na infância de crianças que viram suas mães serem 
agredidas 
No estudo de Zerk, Mertin e Proeve (2009), 60 mães foram entrevistadas para 
investigar as respostas de trauma de crianças em idade pré-escolar que viviam 
em lares nos quais a violência conjugal estava presente. Os sintomas de 
trauma foram mensurados utilizando-se adaptações de critérios de 
desenvolvimento baseados no ​Child Behavior Checklist ​(CBCL), e dados da 
mãe também foram avaliados quanto à ansiedade, depressão, somatização e 
estresse parental. 
Os resultados obtidos sugerem que, além dos níveis clínicos de problemas 
internos, externos e totais do CBCL, as crianças menores apresentam uma 
gama de sintomas pós-traumáticos. Mães que relataram um alto nível de 
violência e um relacionamento significativo apresentaram níveis de angústia e 
9 
 
estresse parental, sendo este último o preditor mais forte dos escores do 
CBCL. 
Embora a violência doméstica sozinha não tenha apresentado uma correlação 
significativa com os resultados das crianças, os dados indicam que a angústia 
materna tem um impacto adverso na relação mãe-filho. Buscando relacionar a 
exposição à violência conjugal e as reações da criança nas interações com os 
pares em amostra baseada na comunidade, Katz, Hunter e Klowden (2008) 
convidaram crianças para responder a um modelo de provocação de pares, e 
as mães das mesmas completaram uma entrevista meta emocional parental 
(​Parent Meta-Emotion Interview​) (Gottman, Katz, & Hooven, 1997). 
Reações adequadas (rir, ignorar) e não adequadas (hostil, desafiador, 
comportamentos estranhos) para as provocações dos pares foram 
examinadas. Os resultados indicaram uma relação positiva entre violência 
conjugal e comportamentos estranhos e comportamentos de rir. Além disso, o 
manejo de emoções moderou a relação entre violência conjugal e os 
comportamentos estranhos e de dar risada das crianças. 
Jouriles et al. (2008) verificaram se a violência física conjugal se relaciona com 
o funcionamento de memória explícita de pré-escolares, se os sintomas de 
hiperatividade mediavam essa relação e se a maternagem positiva moderava a 
mesma. Participaram do estudo 69 mães e seus filhos de 4-5 anos de idade 
(34 meninas). 
As mães completaram medidas de violência conjugal, sintomas de 
hiperatividade infantil, agressão mãe criança e maternagem positiva. Medidas 
de memória explícita foram administradas aos pré-escolares. Como esperado, 
a violência conjugal teve uma correlação negativa com desempenho dos 
pré-escolares nas tarefas de memória explícita, mesmo quando se controlaram 
algumas variáveis como agressão pais-criança e variáveis demográficas 
associadas ao funcionamento da memória de pré-escolares. 
Os sintomas de hiperatividade dos pré-escolares não mediaram a relação 
entre violência conjugal e funcionamento da memória explícita, mas a 
maternagem positiva moderou essa relação, isto é, a relação entre violência 
conjugal e os resultados negativos das crianças entre duas ou três tarefas de 
memória explícita foram menores quando as mães se engajaram em níveis 
maiores de maternagem positiva. 
10 
 
Uma das tarefas mais importantes complexas da sociedade atual é o 
enfrentamento da violência na família, com vários aspectos sociais, morais 
geopolítico, históricos econômicos e psicológicos característico e peculiares 
(Martins et al., 2007) ao falarmos de violência dentro da família temos que 
analisar todas as pessoas envolvidas nesse contexto, crianças e adolescentes 
que vivenciam brigas, violência físicas e morais. 
As pesquisas descritas acima demonstram que estar exposto à violência 
conjugal leva a problemasde comportamentos internos e externos nas 
crianças, sintomas pós-traumáticos, assim como a problemas no 
relacionamento com pares e em atividades de memória explícita em crianças 
pré-escolares. 
Dentre os fatores moderadores desses sintomas, destacam-se a qualidade da 
maternagem e a gravidade da violência conjugal ocorrida. Mais uma vez, o 
conjunto de pesquisas analisadas ressalta a importância de intervir com as 
mulheres vítimas de violência conjugal no sentido de as mesmas lidarem com 
os sintomas da agressão e de conseguirem minimizar os seus efeitos no 
relacionamento com os filhos. 
 
3: Lares violentos 
Esse tipo de mau exemplo é ainda mais alarmante das estatísticas 
apresentadas pela secretaria de Estado de segurança Pública de minas Gerais 
(SESP-MG) somente nos últimos três anos, foram registrados mais de 437mil 
casos de violência doméstica e familiar contra mulheres em todo o estado 2 
241 por dia. 
Na Região Integrada de segurança Pública (risp) 2 que inclui Betim e outros 
municípios da região metropolitana de Belo Horizonte o número de vítimas 
chegou a 36 402 no mesmo período de 2016 para 2018, houve um aumento de 
4,66% nos registros, conforme divulgados pela Sesp-MG embora não haja um 
recorte desses dados que indique em quantos casos havia a presença de 
crianças, sabe-se que elas estão em muitos deles. 
Segundo a ONU, entre 50% e 70% dos maridos que agridem suas mulheres 
também abusam fisicamente dos filhos. Mas o Número de crianças e 
adolescentes atingidos pela violência doméstica seria bem maior se fossem 
computados também aqueles que apenas assistem as agressões. 
11 
 
Especialistas brasileiros que tratam de vítimas da violência doméstica ouvidos 
pela folha também observam na pratica a transformação por que passam as 
crianças que testemunham a violência doméstica em casa. “As crianças que 
testemunham com assiduidade o pai agredir a mãe apresentam sequelas 
psicológicas muito parecidas com as que sofrem abuso físico de algum 
membro da família”, afirma a psicóloga Rosemary Miyahara, do NRVV (Núcleo 
de referência as vítimas da violência), de São Paulo, que desde 1994 atende 
crianças e adolescentes que sofreram abuso dentro de casa. 
De acordo com o estudo 63% das crianças que testemunham a violência em 
casa repetem algum ano na escola e, em média, abandonam os estudos aos 9 
anos, contra 12 anos dos filhos de mulheres que não são submetidas a abuso 
grave. (Daniela falcão, perigo em casa. 22 de julho de 1998) 
 
4: Violência doméstica sob olhar dos filhos 
Sandra Regina Santana morou 17 anos em um lar de violência doméstica, 
onde presenciou a primeira agressão do seu pai contra sua mãe Josefa 
Carlos Celestino aos seis anos. “O meu normal era ver minha mãe sendo 
espancada violentamente” desabafa Sandra. Em um dos episódios de 
violência, Antônio da Silva jogou álcool em sua mulher, deu uma caixa de 
fosforo para a filha e mandou ela acender. As sequencias de violência que 
ela presenciou fez com que visse seu pai como carrasco e conta que na 
infância desejava sua morte. 
12 
 
 
 https://falauniversidades.com.br/a-violencia-domestica-sob-o-olhar-dos-filhos/ 
 
 
“Quando você é criança e sabe que o bicho papão vai chegar, você quer que 
ele não chegue”. Era assim quando meu pai saia pra trabalhar eu não queria 
que ele voltasse para casa. Todo dia eu pedia nas minhas orações para ele 
não voltar. Relato anônimo de uma criança que presenciava a violência contra 
sua mãe. 
4.1 Luiza Portella 15 anos 
Minha família estava fazendo uma viagem para comemorar seu 
aniversário em Orlando. “Eu não me lembro do motivo exato do meu pai ter 
batido nela, eu só ouvi os gritos da minha mãe. Quando cheguei no quarto, 
meu pai estava socando a cabeça dela pra machucar, para deixa-la 
desacordada. Quando eu vi essa cena, entrei no meio e meu pai começou a 
bater em mim também até que meus irmãos conseguiram separar. 
A violência doméstica na infância tem como principal vítima a mulher, 
mas ela se enraíza e traz consequências para todos os envolvidos. Os filhos, 
as relações que esses filhos vão ter no futuro, e o próprio agressor. A psicóloga 
Bruna Provitina entende que todos os envolvidos deveriam ter 
acompanhamento psicológico. 
13 
 
O agressor e todos que de certa forma foram vítimas, diretas ou 
indiretamente deveriam ser acompanhadas. Através de um serviço serio de 
acompanhamento após a denúncia do caso. Uma mãe violenta, muito 
provavelmente, terá questões relacionadas aos filhos que também precisam 
ser vistos. Infelizmente ainda precisamos reconhecer que a violência contra 
mulher é um problema. Só assim teremos o devido olhar global das vítimas. 
 
5: Metodologia 
A metodologia é caminho que induz à teoria dos estudos científicos e, leva o 
pesquisador a se aprofundar nas técnicas utilizadas para a conclusão de um 
trabalho cientifico, podendo ser descrita como a figura da passagem do 
conhecimento informal para o formal que, através de dados e análises 
coletadas leva o pesquisador a chegar ou aproximar-se de uma determinada 
conclusão, seja ela, uma hipótese ou tese. 
Para dar início a um trabalho cientifico o pesquisador utiliza-se de várias 
ferramentas, sendo a revisão bibliografia o passo inicial para a realização de 
um artigo cientifico. No entanto, para obter o conhecimento específico de 
determinado tema, a revisão bibliografia deve ser analisada de forma 
minuciosa, sendo necessário à consulta, a leitura e o fichamento dos estudos já 
realizados sobre o tema. O pesquisador deve possuir um espírito crítico e 
analítico, para a conclusão da revisão bibliográfica.​ (​MARCONI, LAKATOS). 
Foi utilizado método de pesquisa bibliográfica com a finalidade de analisar 
artigos e estudos de pesquisas feitas sobre filhos de lares violentos, partindo 
de uma revisão de alguns estudiosos do assunto. 
Para isso, a pesquisa será baseada em estudos de autores, como por exemplo 
Zerk, Mertin e Proeve, Graham Bermann (1998), Jouriles, McDonald, Norwood 
e Ezell. Entre outros autores que elaboraram trabalhos pertinentes ao assunto. 
Foram selecionados alguns sub temas para melhor compreensão da pesquisa 
foram eles: pesquisas realizadas que observaram o efeito da violência 
doméstica nas crianças, traumas nas crianças que viram suas mães serem 
agredidas, lares violentos, e a violência doméstica sob o olhar dos filhos. 
Partindo dos conceitos apresentados pelos autores deste trabalho será 
fundamentado em ideias e pressupostos de teóricos que apresentam 
14 
 
significativa importância na definição e construção dos conceitos discutidos 
nesta análise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.CONCLUSÃO 
Assim conclui-se que as mais variadas formas de violência são prejudiciais a 
qualquer indivíduo e quando falamos de crianças fica ainda mais grave pois se 
tem a ameaça ao seu desenvolvimento infantil. Os atos de violência são 
maléficos, as crianças expostas a violência doméstica estão em situação de 
risco, podendo estes ser semelhante ao das crianças que sofrem abuso físico. 
Reações variadas foram analisadasdesde agressividade, isolamento, medo. 
Analisamos que comportamentos são respostas do ambiente em que o mesmo 
15 
 
está inserido sendo adquiridas no meio familiar e podem se tornar adaptativas 
para situações de violência vivenciada porém em outros contextos sociais 
podem ser prejudiciais no desenvolvimento da mesma. 
Por esse motivo deve-se realizar intervenções que focaliza os efeitos diretos da 
violência doméstica, ajudando as crianças a aprenderem a lidar com estresses 
associados a violência familiar, quanto aos efeitos indiretos de cuidados 
parentais ineficiente podem oferecer aos pais estimulo e disciplina 
consistentes, apesar do transtorno ocasionado pela violência, pode ser 
importante adotar uma abordagem multissistemica de tratamento para lidar 
com as diversas influencias sociais que aumentam ou reduzem os riscos entre 
crianças expostas a violência doméstica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
Artigos 
 Santos e Costa 2004. Avaliação da dinâmica conjugal violenta e suas 
repercussões sobre os filhos. Disponível em:​ Avaliação da dinâmica conjugal 
violenta e suas repercussões sobre os filhos​. Psicol. Teor. prat. [Online]. 
2004, vol.6, n.1, pp. 59-72. ISSN 1516 
 
16 
 
Prado, Y. A.; et. al. (2010). Violência intrafamiliar y adolescência. Policlínico 
Universitário "Hermanos Cruz". Pinar do Rio. ​Revista Ciências Médicas, 14​(4). 
Disponível 
em: ​http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_
arttext​. Acesso em: 1 de outubro de 2020 
 
Pimentel, A. do S. G. & Araújo, L. dá S. (2009). Hermenêutica gestáltica de 
uma violência sexual intrafamiliar. ​Psicologia em Estudo, Maringá, 14​(4), p. 
659-667. Disponível 
em: ​http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722009000
400006​. Acesso em: 25 de setembro de 2020. 
 
Prado, Y. A.; et. al. (2010). Violência intrafamiliar y adolescência. Policlínico 
Universitário "Hermanos Cruz". Pinar de Rio. ​Revista Ciências Médicas, 14​(4). 
Disponível 
em: ​http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_
arttext​. Acesso em 25 de setembro de 2020 
 
Monografias, Teses e dissertações 
REPPOLD, Caroline T., PACHECO, Janaína, BARDAGI, Marucia & HUTZ, 
Cláudio Simon. Prevenção de problemas de comportamento e desenvolvimento 
de competências psicossociais em crianças e adolescentes: uma análise das 
práticas educativas e dos estilos parentais. Em: Situações de risco e 
vulnerabilidade na infância e na adolescência: aspectos teóricos e estratégias 
de intervenção, Cláudio Simon. Hutz, (Org.). São Paulo: Casa do Psicólogo, 
2002, (pp. 7-51). 
 
Material online 
SOUSA 2020 DISPONIVEL EM: 
https://falauniversidades.com.br/a-violencia-domestica-sob-o-olhar-dos-filhos/ 
Falcão São Paulo disponível 
em:https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff22079812.htm 
Franco BBC News fevereiro de 2019 Disponível 
em:https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47365503 
17 
 
http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_arttext
http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_arttext
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722009000400006
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722009000400006
http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_arttext
http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_arttext
https://falauniversidades.com.br/a-violencia-domestica-sob-o-olhar-dos-filhos/
 
MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 
2002. 
 
LIMA, T. C. S., & MIOTO, R. C. T. Procedimentos metodológicos na construção 
do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Katálysis, 10 (esp.), 37-45, 
2007. 
 
 
 
18

Continue navegando