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Linha editorial OS FILHOS DE LARES VIOLENTOS Jaine Santa Ana Lopes * Orientadora Ana Marcia Soecki (UNIFAMA)** Resumo: O presente trabalho visa desenvolver uma pesquisa sobre crianças que vivem em lares onde a violência doméstica faz parte do seu dia a dia. Este artigo mostra que a violência é um problema social, e que deixa sequelas profundas no psicológico e emocional de crianças e adolescentes que observam essa violência dentro do leu lar. A violência doméstica atinge tanto a formação pedagógica como a social, com base nesse entendimento vamos destacar a importância de identificar os problemas emocionais que as crianças vão carregar para o resto de suas vidas. Vários estudos tem enfoque na mulher vítima, mas poucos tratam as crianças vítimas. A violência intrafamiliar é uma realidade clara na sociedade atual conversar sobre o tema é de mera importância. Esse trabalho analisa através de pesquisa bibliográfica de dados coletados no Scientific Electronic Library online, Foi feito um estudo em vários artigos, e a análise dos mesmos permitiu verificar que uma parcela expressiva de crianças que vivenciam algum desentendimento brigas e violência física são afetados direta ou indiretamente por eles. Diante do auto índice de mulheres vítimas de violência tornou-se relevante estudar crianças e adolescentes que são filhos de LARES VIOLENTOS. Palavras-chaves: crianças. Violência intrafamiliar. Violência doméstica. 1 Abstract: the present work visa develop an search about children what live in homes where the violence domestic does part yours day bay day this article shows that violence is a social issue and that leaves sequels deep in psychological and emotional of children and teenagers who observe this violence inside your home where it should be a place protection e protection becomes a place of fights and arguments. Domestic violence affects both pedagogical and social training based on that understanding we highlight the importance of identifying the emotional problems that children will carry, for the rest of Their lives several studies focus on victimized women, but few deal with child victims intrafamily violence is a reality clear in today´s society talk on the topic and of mere importance this job analyzes through bibliographic research of data collected in the Scientific Electronic Library online, a study was done in several articles and their analysis allowed verify that an expressive portion of children who experience some disagreement fights and physical violence are directly or indirectly affected for them in the face of the self-index of women victims of violence it became relevant to study children and adolescents who are children OF VIOLENT HOMES. Keyboards: children, intrafamily violence, domestic violence. 2 1 INTRODUÇÃO A criança sempre diz que quer ser o mesmo que o pai ou a mãe, porque tem identificação se não for assim, onde ela vai aprender? Essa fala é de Ana Christina Mageste, psiquiatra da infância e da adolescência. Quando uma criança precisa aprender algo em particular, ela se volta para os adultos. Esse princípio se encaixa na teoria de desenvolvimento proximal de Lev Vygotsky. Em outras palavras, elas sabem que, com suporte adequado, podem passar para outro nível, para outra fase de maior competência. Para isso precisam de modelos especializados”, isto é os pais. (Portal a mente é maravilhosa). A violência INTRAFAMILIAR atinge tanto a formação pedagógica como social da criança. Quando a criança fica exposta a violência familiar ela pode desenvolver inúmeros problemas e traumas, o medo é um dos fatores mais relevantes a ser observado pelo pedagogo ou psicólogo (Santos; Costa, 2004) Em decorrência de lares violentos a educação tem enfrentado vários problemas para a formação do aluno, que muitas vezes se isolam e não interagem com os outros alunos e professores, além, de apresentarem crises de choros e terem a tendência a desenvolver algum distúrbio psicológico decorrentes dos traumas que esta agressão acarreta em sua formação psíquica. Os objetivos desse trabalho é Descrever através da do método qualitativo e revisão de literatura e artigos científicos as consequências que a violência doméstica acarreta na formação pedagógica e social da criança e do adolescente. Fazer uma investigação analítica dos dados científicos sobre a violência doméstica no Brasil; Analisar através dos estudos de casos as consequências negativas que a violência doméstica desenvolve no aluno em sala de aula: Descrever através da revisão bibliográfica as atitudes comportamentais em sala de aula das crianças que presenciam a violência doméstica; Apresentar através dos estudos analíticos quais as consequências negativas que a violência doméstica traz para o desenvolvimento psicológico da criança; Buscar na literatura projetos pedagógicos voltados para auxiliar na formação psíquico-social desses alunos. A cada hora, 536 mulheres sofrem algum tipo de violência física no pais, esse levantamento foi feito pelo fórum brasileiro de segurança 3 Pública e pelo instituto Datafolha mostra que atos de agressão e assedio contra a população feminina assumem proporções alarmantes, por hora no brasil, dezesseis milhões de brasileiras sofreram algum tipo de violência e 59% da população afirmaram ter visto uma mulher ser agredida física e verbalmente em 2018.dados do estudo visível e invisível; a vitimização de mulheres no brasil; edição realizado pelo fórum brasileiro de segurança pública com instituto Datafolha mostra que a mulher vive sob risco constante da violência. Analisando todos esses dados nos questionamos sobre as crianças que estão em suas casas e que observam e sofrem também toda essa violência, por esse motivo essa pesquisa se torna relevante no âmbito social. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 OS FILHOS DE LARES VIOLENTOS Muitos estudos vêm sendo desenvolvido com a finalidade especifica de delimitar as consequências da violência doméstica sobre o desenvolvimento infantil. McCloskey, Figueiredo e Koss (1995) constataram a influência direta da violência doméstica na saúde mental das crianças e relataram a importância de se considerar a violência intraparental presenciada pela criança chamando a atenção para o fato que as crianças de lares violentos estão sob risco elevado de sofrerem violência de ambos os pais, principalmente a violência física. SZYNDROWSKI (1999), ao descrever características comportamentais observadas em crianças que testemunham a violência doméstica, destaca as seguintes manifestações: agressividade, medo intenso, baixa autoestima, desconfiança, medo do futuro, reclamações psicossomáticas e problemas relativos a autoridade. Segundo Jouriles, McDonald, Norwood e Ezell (2001) a criança não precisa observar a agressão para ser afetada por ela. Assim a criança exposta à violência conjugal é aquela que viu e ouviu um incidente de agressão a mãe, viu o resultado ou vivenciou o seu efeitoquando interagindo com seus pais(HOLDEM,1998). A um grande número de crianças que testemunham a violência doméstica (Jafffe & Paissom, 2000; McDoskey Figueiredo & Koss, 1995) assinalam que 4 uma das importantes razões pelas quais filhos de mães agredidas apresentam um quadro de distúrbio, é o fato de terem presenciado uma cena de violência doméstica contra a própria mãe, sendo isso uma experiência traumática. Graham-Bermann (1998) explica que as maiorias das pesquisas de saúde mental na área de violência doméstica concluem que mera exposição à violência doméstica é em si mesma, uma forma de maltratar a criança. Algumas dificuldades que podem decorrer do fato de se presenciar a violência doméstica são ilustradas no estudo comparativo de famílias violentas e não violentas e estresse maternal, indicando uma significativa prevalência de problemas comportamentais e reduzida competência social em crianças expostas a violência familiar (WOLF, JAFFE WILSON E ZAK, 1985). Os resultados obtidos no estudo de WOLF e colaboradores dão embasamento a posição de CUMMINGS (1998) no trabalho que discute as diretrizes conceituais e teóricas sobre crianças expostas a posição de conflito conjugal e violência. Tal autora ressalta a posição de Bandeira (1973) de que crianças podem aprender modelos cognitivos e comportamentais a partir de modelos e copias de eventos diários, incluindo-se na observação de seus pais em situações interparentais. A família tem uma importante influencia na aquisição de modelos agressivos pelas crianças (BRANDURA 1973; GOMIDE; 2003 JAFFE WOLFE E WILSON 1990). Pais que utilizam a punição estão mostrando a seus filhos que a violência é uma forma apropriada de resolução de conflitos e de relacionamento entre homens e mulheres. E importante analisar os impactos que essa situação pode acarretar para os filhos ainda que eles não sejam vítimas diretas da violência, estão presentes em um ambiente hostil, pouco saudável para o seu desenvolvimento. Além disso, destaca-se que a mãe que vivencia agressões físicas psicológicas do parceiro muitas vezes não está em condições de estabelecer um relacionamento adequado com os filhos. As pesquisas a respeito dos efeitos da violência doméstica no comportamento da mãe em relação aos filhos, aqui considerado como maternagem, indicam que devido a todas as consequências que a violência pode acarretar na saúde física e psicológica dessa mulher, elas apresentam maior dificuldade no cuidado com os filhos do que com as mães que não tivessem esse histórico. 5 De fato, estudos tem demostrado que a qualidade da maternagem é a habilidade de ambos os pais em lidar com as necessidades da criança são comprometidas em ambiente doméstico violento. (HOLT, BUCKLEY & WHELAN, 2008) alguns autores chegam a relacionar a violência sofrida pela mulher como um fator de risco para essa mulher vir agredir filhos. (CAPALDI, KIM, &. PEARS, 2009; HOLDEN, 2007. CHAFFIN & SCHMIDT, 2006; DALBERG & SIMON, 2006; O LEARY. &. WOODIN. 2006); sendo que em pesquisa realizada por CASANUEVA, MARTIN E RUNYAN 2009, constatou-se que as mães submetidas a violência doméstica tinham um risco maior de vir a perpetuar maus tratos quando comparados com mães que não apresentavam esse histórico. Para Ravazzola (1997), a experiência de ter sido objeto de maus tratos na vida infantil, sendo recebendo-os ou presenciando-os, deixa sinais difíceis de serem modificados, e é provável que a criança se sinta completamente confusa e afetada pelo fato de amar o autor da agressão. Essa criança constrói então, justificativas que não incriminem o agressor, não sendo este percebido como grave e prejudicial, ou sendo minimizadas. Corsi (2003) chama a atenção para a pouca percepção social sobre o problema, já que essa problemática ocorre na intimidade e é estruturada segundo dois princípios básicos: o da invisibilidade e o da naturalização. O fenômeno não e visto e é tido como natural nas relações familiares. Muitas vezes os filhos são usados durante as brigas do casal, principalmente pelo pai agressivo, que faz com que a mãe se sinta culpada de qualquer coisa que aconteça aos filhos. As crianças acabam desenvolvendo algumas características, típicas de quem convive com a violência no lar, tais como: vivem com a esperança de que a situação da violência melhore ou termine, mostram-se desesperadas porque não vê saída; desenvolvem uma baixa autoestima: expressam sentimentos de medo, ansiedade e insegurança e incertezas; desenvolvem problemas de autocontrole e condutas exageradas; manifestam dificuldades para concentrar-se, mostram-se independente econômica e emocionalmente, tendem ser sexualmente ativos e em muitas ocasiões abandonam o lar; aprendem padrões de agressor (matam animais ou agridem as outras crianças menores que elas); pensam com frequência em suicidar-se ou mutilar ou 6 causar-se algum dano. São frequentes as tentativas de suicídio (VIDA HUMAMA INTERNACIONAL, 2002). 2.1 Pesquisas realizadas que observaram os efeitos da violência doméstica nas crianças. Dos sete estudos a respeito do impacto que a violência conjugal ocasiona nas crianças, quatro identificaram problemas de comportamento internos e externos apresentados pelas crianças (Graham- Bermann, Gruber, Howell, & Girz, 2009; Zerk, Mertin, & Proeve, 2009; Paterson, Carter, Gao, Cowley-Malcolm, & Iusitini, 2008; Hughes & Huth-Bocks, 2007), um estudo analisou as reações das crianças em situações com pares (Katz, Hunter, & Klowden, 2008) e um estudo verificou o impacto na memória explícita de pré-escolares (Jouriles, Brown, McDonald, Rosenfield, Leahy, & Silver, 2008). Entre os estudos que analisaram o impacto da violência conjugal nas crianças, destaca-se o de Graham-Bermann, Gruber, Howell e Girz (2009), que avaliou o ajustamento emocional e social de crianças de famílias com graus variados de violência contra o parceiro utilizando o modelo de risco e proteção. Duzentas e dezenove mães que sofreram violência do parceiro no último ano e os filhos com idades entre 6 e 12 anos foram entrevistados. Medidas padronizadas avaliaram a violência familiar, a maternagem, o funcionamento familiar, a saúde mental da mãe e o ajustamento e as crenças das crianças. Os resultados das crianças foram divididos em quatro perfis: 1. Problemas severos de ajustamento (24%), 2. Crianças que estavam tendo dificuldades (45%) 3. Crianças que tinham exclusivamente depressão (11%) 4. Crianças resilientes (20%) A Análise de regressão logística multinominal demonstrou que as crianças com problemas de ajustamento severos foram mais expostas à violência familiar e tinham mães com maior índice de depressão e sintomas de trauma do que as outras crianças. As crianças resilientes e do grupo que estava tendo dificuldades tinham mães com melhor maternagem, maior força familiar e nenhum histórico de violência conjugal anterior ao atual. As crianças depressivas estavam expostas a menos violência, mas tinham mais preocupação e medo pela segurança de suas mães. Os achados7 sugerem que o ajustamento da criança é fortemente influenciado pelo funcionamento parental. O estudo de Finger et al. (2009) examinou a inter-relação entre conflito familiar, suporte do pai à mãe, comportamento materno e apego mãe-criança de uma amostra de 79 famílias afro-americanas que viviam em uma comunidade urbana. O suporte do pai à mãe não foi relacionado à maternagem ou ao apego infantil. As relações conflituosas entre os pais foram relacionados à maternagem problemática, baixa sensitividade materna, apego inseguro da criança e apego desorganizado da criança. As associações entre conflito parental e apego inseguro e desorganizado foram minimizadas em famílias nas quais os pais coabitavam. Consistente com pesquisas anteriores foram observadas relações entre sensitividade e responsividade maternal e o apego seguro com os filhos e entre maternagem problemática e apego desorganizado da criança. Entretanto, a maternagem não mediou a relação entre conflito parental e apego das crianças. Muitos estudos vêm sendo desenvolvido com a finalidade especifica de delimitar as consequências da violência doméstica sobre o desenvolvimento infantil. McCloskey, Figueiredo e koss (1995) constataram a influência direta da violência doméstica na saúde mental das crianças e relataram a importância de se considerar a violência intraparental presenciada pela criança chamando a atenção para o fato que as crianças de lares violentos estão sob risco elevado de sofrerem violência de ambos os pais, principalmente a violência física. Graham Bermann (1998) explica que a maioria das pesquisas de saúde mental na área de violência doméstica concluem que mera exposição a violência é em si mesma, uma forma de maltratar a criança, afirmando que a criança que testemunha a agressão a sua mãe é vítima de violência. Hughes e Huth-Bocks (2007) verificaram os efeitos dos fatores contextuais (estresse parental, comportamentos parentais e funcionamento psicológico da mãe) em crianças expostas à violência conjugal. Participaram da pesquisa 172 mães afras americanas e seus filhos (4 a 12 anos de idade) que estavam em um abrigo no momento da pesquisa. 8 As mães preencheram questionários que avaliavam a violência familiar, as variáveis contextuais da família e as consequências nos filhos. Já as crianças responderam sobre seus sintomas depressivos. Os resultados indicaram uma variabilidade substancial entre as experiências de estresse parental, tanto em relação ao tipo quanto à quantidade. As mulheres diferiram significativamente nos comportamentos maternos e no estresse psicológico geral, e as crianças variaram de forma simultânea na severidade dos problemas internos e externos. Esse padrão sugere a necessidade de intervenções individuais focadas no estresse parental para melhor atender as necessidades de mulheres e crianças vítimas de violência conjugal. Crianças e adolescentes que crescem em lares violentos mesmo que não sejam vítimas diretas e apenas testemunhem as agressões tem três vezes mais chance de repetir a violência ao se tornarem adultos do que os que crescem em ambientes “saudáveis, segundo a associação americana de psicologia. Ou seja diferente dos adultos, as crianças sofrem duas vezes com a violência doméstica: primeiro quando são vítimas diretas do abuso (físico ou sexual) e também quando testemunham agressões cometidas por outros membros da família. 2.3 traumas na infância de crianças que viram suas mães serem agredidas No estudo de Zerk, Mertin e Proeve (2009), 60 mães foram entrevistadas para investigar as respostas de trauma de crianças em idade pré-escolar que viviam em lares nos quais a violência conjugal estava presente. Os sintomas de trauma foram mensurados utilizando-se adaptações de critérios de desenvolvimento baseados no Child Behavior Checklist (CBCL), e dados da mãe também foram avaliados quanto à ansiedade, depressão, somatização e estresse parental. Os resultados obtidos sugerem que, além dos níveis clínicos de problemas internos, externos e totais do CBCL, as crianças menores apresentam uma gama de sintomas pós-traumáticos. Mães que relataram um alto nível de violência e um relacionamento significativo apresentaram níveis de angústia e 9 estresse parental, sendo este último o preditor mais forte dos escores do CBCL. Embora a violência doméstica sozinha não tenha apresentado uma correlação significativa com os resultados das crianças, os dados indicam que a angústia materna tem um impacto adverso na relação mãe-filho. Buscando relacionar a exposição à violência conjugal e as reações da criança nas interações com os pares em amostra baseada na comunidade, Katz, Hunter e Klowden (2008) convidaram crianças para responder a um modelo de provocação de pares, e as mães das mesmas completaram uma entrevista meta emocional parental (Parent Meta-Emotion Interview) (Gottman, Katz, & Hooven, 1997). Reações adequadas (rir, ignorar) e não adequadas (hostil, desafiador, comportamentos estranhos) para as provocações dos pares foram examinadas. Os resultados indicaram uma relação positiva entre violência conjugal e comportamentos estranhos e comportamentos de rir. Além disso, o manejo de emoções moderou a relação entre violência conjugal e os comportamentos estranhos e de dar risada das crianças. Jouriles et al. (2008) verificaram se a violência física conjugal se relaciona com o funcionamento de memória explícita de pré-escolares, se os sintomas de hiperatividade mediavam essa relação e se a maternagem positiva moderava a mesma. Participaram do estudo 69 mães e seus filhos de 4-5 anos de idade (34 meninas). As mães completaram medidas de violência conjugal, sintomas de hiperatividade infantil, agressão mãe criança e maternagem positiva. Medidas de memória explícita foram administradas aos pré-escolares. Como esperado, a violência conjugal teve uma correlação negativa com desempenho dos pré-escolares nas tarefas de memória explícita, mesmo quando se controlaram algumas variáveis como agressão pais-criança e variáveis demográficas associadas ao funcionamento da memória de pré-escolares. Os sintomas de hiperatividade dos pré-escolares não mediaram a relação entre violência conjugal e funcionamento da memória explícita, mas a maternagem positiva moderou essa relação, isto é, a relação entre violência conjugal e os resultados negativos das crianças entre duas ou três tarefas de memória explícita foram menores quando as mães se engajaram em níveis maiores de maternagem positiva. 10 Uma das tarefas mais importantes complexas da sociedade atual é o enfrentamento da violência na família, com vários aspectos sociais, morais geopolítico, históricos econômicos e psicológicos característico e peculiares (Martins et al., 2007) ao falarmos de violência dentro da família temos que analisar todas as pessoas envolvidas nesse contexto, crianças e adolescentes que vivenciam brigas, violência físicas e morais. As pesquisas descritas acima demonstram que estar exposto à violência conjugal leva a problemasde comportamentos internos e externos nas crianças, sintomas pós-traumáticos, assim como a problemas no relacionamento com pares e em atividades de memória explícita em crianças pré-escolares. Dentre os fatores moderadores desses sintomas, destacam-se a qualidade da maternagem e a gravidade da violência conjugal ocorrida. Mais uma vez, o conjunto de pesquisas analisadas ressalta a importância de intervir com as mulheres vítimas de violência conjugal no sentido de as mesmas lidarem com os sintomas da agressão e de conseguirem minimizar os seus efeitos no relacionamento com os filhos. 3: Lares violentos Esse tipo de mau exemplo é ainda mais alarmante das estatísticas apresentadas pela secretaria de Estado de segurança Pública de minas Gerais (SESP-MG) somente nos últimos três anos, foram registrados mais de 437mil casos de violência doméstica e familiar contra mulheres em todo o estado 2 241 por dia. Na Região Integrada de segurança Pública (risp) 2 que inclui Betim e outros municípios da região metropolitana de Belo Horizonte o número de vítimas chegou a 36 402 no mesmo período de 2016 para 2018, houve um aumento de 4,66% nos registros, conforme divulgados pela Sesp-MG embora não haja um recorte desses dados que indique em quantos casos havia a presença de crianças, sabe-se que elas estão em muitos deles. Segundo a ONU, entre 50% e 70% dos maridos que agridem suas mulheres também abusam fisicamente dos filhos. Mas o Número de crianças e adolescentes atingidos pela violência doméstica seria bem maior se fossem computados também aqueles que apenas assistem as agressões. 11 Especialistas brasileiros que tratam de vítimas da violência doméstica ouvidos pela folha também observam na pratica a transformação por que passam as crianças que testemunham a violência doméstica em casa. “As crianças que testemunham com assiduidade o pai agredir a mãe apresentam sequelas psicológicas muito parecidas com as que sofrem abuso físico de algum membro da família”, afirma a psicóloga Rosemary Miyahara, do NRVV (Núcleo de referência as vítimas da violência), de São Paulo, que desde 1994 atende crianças e adolescentes que sofreram abuso dentro de casa. De acordo com o estudo 63% das crianças que testemunham a violência em casa repetem algum ano na escola e, em média, abandonam os estudos aos 9 anos, contra 12 anos dos filhos de mulheres que não são submetidas a abuso grave. (Daniela falcão, perigo em casa. 22 de julho de 1998) 4: Violência doméstica sob olhar dos filhos Sandra Regina Santana morou 17 anos em um lar de violência doméstica, onde presenciou a primeira agressão do seu pai contra sua mãe Josefa Carlos Celestino aos seis anos. “O meu normal era ver minha mãe sendo espancada violentamente” desabafa Sandra. Em um dos episódios de violência, Antônio da Silva jogou álcool em sua mulher, deu uma caixa de fosforo para a filha e mandou ela acender. As sequencias de violência que ela presenciou fez com que visse seu pai como carrasco e conta que na infância desejava sua morte. 12 https://falauniversidades.com.br/a-violencia-domestica-sob-o-olhar-dos-filhos/ “Quando você é criança e sabe que o bicho papão vai chegar, você quer que ele não chegue”. Era assim quando meu pai saia pra trabalhar eu não queria que ele voltasse para casa. Todo dia eu pedia nas minhas orações para ele não voltar. Relato anônimo de uma criança que presenciava a violência contra sua mãe. 4.1 Luiza Portella 15 anos Minha família estava fazendo uma viagem para comemorar seu aniversário em Orlando. “Eu não me lembro do motivo exato do meu pai ter batido nela, eu só ouvi os gritos da minha mãe. Quando cheguei no quarto, meu pai estava socando a cabeça dela pra machucar, para deixa-la desacordada. Quando eu vi essa cena, entrei no meio e meu pai começou a bater em mim também até que meus irmãos conseguiram separar. A violência doméstica na infância tem como principal vítima a mulher, mas ela se enraíza e traz consequências para todos os envolvidos. Os filhos, as relações que esses filhos vão ter no futuro, e o próprio agressor. A psicóloga Bruna Provitina entende que todos os envolvidos deveriam ter acompanhamento psicológico. 13 O agressor e todos que de certa forma foram vítimas, diretas ou indiretamente deveriam ser acompanhadas. Através de um serviço serio de acompanhamento após a denúncia do caso. Uma mãe violenta, muito provavelmente, terá questões relacionadas aos filhos que também precisam ser vistos. Infelizmente ainda precisamos reconhecer que a violência contra mulher é um problema. Só assim teremos o devido olhar global das vítimas. 5: Metodologia A metodologia é caminho que induz à teoria dos estudos científicos e, leva o pesquisador a se aprofundar nas técnicas utilizadas para a conclusão de um trabalho cientifico, podendo ser descrita como a figura da passagem do conhecimento informal para o formal que, através de dados e análises coletadas leva o pesquisador a chegar ou aproximar-se de uma determinada conclusão, seja ela, uma hipótese ou tese. Para dar início a um trabalho cientifico o pesquisador utiliza-se de várias ferramentas, sendo a revisão bibliografia o passo inicial para a realização de um artigo cientifico. No entanto, para obter o conhecimento específico de determinado tema, a revisão bibliografia deve ser analisada de forma minuciosa, sendo necessário à consulta, a leitura e o fichamento dos estudos já realizados sobre o tema. O pesquisador deve possuir um espírito crítico e analítico, para a conclusão da revisão bibliográfica. (MARCONI, LAKATOS). Foi utilizado método de pesquisa bibliográfica com a finalidade de analisar artigos e estudos de pesquisas feitas sobre filhos de lares violentos, partindo de uma revisão de alguns estudiosos do assunto. Para isso, a pesquisa será baseada em estudos de autores, como por exemplo Zerk, Mertin e Proeve, Graham Bermann (1998), Jouriles, McDonald, Norwood e Ezell. Entre outros autores que elaboraram trabalhos pertinentes ao assunto. Foram selecionados alguns sub temas para melhor compreensão da pesquisa foram eles: pesquisas realizadas que observaram o efeito da violência doméstica nas crianças, traumas nas crianças que viram suas mães serem agredidas, lares violentos, e a violência doméstica sob o olhar dos filhos. Partindo dos conceitos apresentados pelos autores deste trabalho será fundamentado em ideias e pressupostos de teóricos que apresentam 14 significativa importância na definição e construção dos conceitos discutidos nesta análise. 3.CONCLUSÃO Assim conclui-se que as mais variadas formas de violência são prejudiciais a qualquer indivíduo e quando falamos de crianças fica ainda mais grave pois se tem a ameaça ao seu desenvolvimento infantil. Os atos de violência são maléficos, as crianças expostas a violência doméstica estão em situação de risco, podendo estes ser semelhante ao das crianças que sofrem abuso físico. Reações variadas foram analisadasdesde agressividade, isolamento, medo. Analisamos que comportamentos são respostas do ambiente em que o mesmo 15 está inserido sendo adquiridas no meio familiar e podem se tornar adaptativas para situações de violência vivenciada porém em outros contextos sociais podem ser prejudiciais no desenvolvimento da mesma. Por esse motivo deve-se realizar intervenções que focaliza os efeitos diretos da violência doméstica, ajudando as crianças a aprenderem a lidar com estresses associados a violência familiar, quanto aos efeitos indiretos de cuidados parentais ineficiente podem oferecer aos pais estimulo e disciplina consistentes, apesar do transtorno ocasionado pela violência, pode ser importante adotar uma abordagem multissistemica de tratamento para lidar com as diversas influencias sociais que aumentam ou reduzem os riscos entre crianças expostas a violência doméstica. REFERÊNCIAS Artigos Santos e Costa 2004. Avaliação da dinâmica conjugal violenta e suas repercussões sobre os filhos. Disponível em: Avaliação da dinâmica conjugal violenta e suas repercussões sobre os filhos. Psicol. Teor. prat. [Online]. 2004, vol.6, n.1, pp. 59-72. ISSN 1516 16 Prado, Y. A.; et. al. (2010). Violência intrafamiliar y adolescência. Policlínico Universitário "Hermanos Cruz". Pinar do Rio. Revista Ciências Médicas, 14(4). Disponível em: http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_ arttext. Acesso em: 1 de outubro de 2020 Pimentel, A. do S. G. & Araújo, L. dá S. (2009). Hermenêutica gestáltica de uma violência sexual intrafamiliar. Psicologia em Estudo, Maringá, 14(4), p. 659-667. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722009000 400006. Acesso em: 25 de setembro de 2020. Prado, Y. A.; et. al. (2010). Violência intrafamiliar y adolescência. Policlínico Universitário "Hermanos Cruz". Pinar de Rio. Revista Ciências Médicas, 14(4). Disponível em: http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_ arttext. Acesso em 25 de setembro de 2020 Monografias, Teses e dissertações REPPOLD, Caroline T., PACHECO, Janaína, BARDAGI, Marucia & HUTZ, Cláudio Simon. Prevenção de problemas de comportamento e desenvolvimento de competências psicossociais em crianças e adolescentes: uma análise das práticas educativas e dos estilos parentais. Em: Situações de risco e vulnerabilidade na infância e na adolescência: aspectos teóricos e estratégias de intervenção, Cláudio Simon. Hutz, (Org.). São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, (pp. 7-51). Material online SOUSA 2020 DISPONIVEL EM: https://falauniversidades.com.br/a-violencia-domestica-sob-o-olhar-dos-filhos/ Falcão São Paulo disponível em:https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff22079812.htm Franco BBC News fevereiro de 2019 Disponível em:https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47365503 17 http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_arttext http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_arttext http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722009000400006 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722009000400006 http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_arttext http://scielo.sld.cu/scielo.php?pid=S1561-31942010000400005&script=sci_arttext https://falauniversidades.com.br/a-violencia-domestica-sob-o-olhar-dos-filhos/ MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002. LIMA, T. C. S., & MIOTO, R. C. T. 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