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Farmacodinâmica II: Relação fármaco-receptor Farmacodinâmica - É o estudo das relações fármaco-receptor e suas consequências ● Mecanismos farmacológicos desencadeados em alvos ● Relação ‘dose x efeito’ (concentração x resposta) ● A forma com a qual um fármaco interage com um alvo permite variações de resposta. ❏ Ex.: COX1 e COX2 apresentam diferença estrutural ❏ Existem fármacos que conseguem interagir com seu sítio catalítico e impedir a sua ação ❏ Existem fármacos que são inibidores da COX não seletivos (ou seja, conseguem interagir tanto com a COX1 quanto com a COX2) ❏ Entretanto, existem fármacos que têm a estrutura química que permite uma interação muito melhor com a COX2, o que não acontece com a COX1 (isso acontece devido às diferenças estruturais desses alvos) ❏ ou seja, pequenas variações no fármaco são responsáveis por variações nas respostas Teoria de interação fármaco-receptor - A forma como a interação acontece MUDA TUDO! ● A interação ligante-receptor é conhecida como modelo “chave-fechadura” ● o modelo “chave-fechadura” é um pouco simplista, pois dificilmente haveria no organismo um receptor completamente passível de sofrer interação com uma substância e não com outras (o modelo “chave-fechadura” seria uma chave para uma fechadura, mas a realidade não é assim) ● um receptor não está esperando com a conformação exata para uma chave, como se fosse algo passivo. A chave na verdade é capaz de promover alterações na estrutura da fechadura que permitem a abertura, ou seja, ela induz alterações na fechadura que são importantes para que esta exerça sua função Teoria da ocupação de receptores - “O efeito farmacológico é proporcional à fração de receptores ocupados pelo fármaco, sendo máxima com ocupação total (100%)”. ● Ou seja, de acordo com que um fármaco vai ocupando/se ligando a um receptor, o efeito vai aumentando. Quando chega na ocupação máxima, ocorre o efeito máximo. ● A ideia do Clark, então, diz muito sobre afinidade (tendência de se ligar ao sítio receptor -> quanto maior a afinidade de um ligante, maior é a chance dele se ligar a um alvo) ● Existem, então, 3 opções de interações químicas (no esquema o R é o receptor/alvo e A, B e C são substâncias que vão ou não interagir com o alvo) ❏ “A” não tem qualquer tipo de semelhança com “R”, então ele é incapaz de interagir com o receptor -> ou seja, não é um ligante para esse receptor ❏ “B” é uma substância que tem uma estrutura/morfologia que é complementar ao receptor, então ele consegue interagir com o receptor (essa ocupação é reversível, pois tem os dois sentidos da reação acontecendo). A setinha “k1” está tracejada indica que existe uma afinidade baixa em “B” se ligar pelo receptor, enquanto que a tendência do complexo BR se dissociar é bem maior (setinha “K2” preta contínua) ❏ “C” é uma estrutura complementar a ”R”, então ele consegue interagir com o receptor. Entretanto, a forma com a qual ele interage com o receptor é diferente de “B”, pois ele tem uma afinidade muito maior em se ligar ao receptor e uma chance menor em se desligar ● Colocando a reação de interação alvo-receptor em forma matemática-química , tem-se a seguinte equação: ❏ [F]: concentração do fármaco livre ❏ [R]: concentração do receptor livre ❏ [FR]: concentração do complexo fármaco-receptor ❏ [Kd]: constante de dissociação; indica a probabilidade de um fármaco se dissociar do seu receptor ❏ [K2]: velocidade de dissociação ❏ [K1]: velocidade de associação ❏ [Ka]: constante de associação (é o oposto de Kd/ é inversamente proporcional a kd, por isso que ka = 1/kd) ❏ OBS.: tanto Ka quanto Kd são características do ligante ● Relação dose (concentração) x ocupação: ❏ de acordo com que a concentração vai aumentando, a ocupação dos receptores também vai, entretanto, essa ocupação não acontece de forma linear (seguindo função de primeiro grau), pois há além de saturações, outros aspectos envolvidos, o que faz com que, ao representar em forma de gráfico, haja a formação de uma hipérbole (quando a concentração da substância é mostrada em escala linear) ou de uma sigmóide (quando a concentração de uma substância é mostrada em escala logarítmica) ❏ nesse gráfico há um ponto de quebra, o que mostra que as vezes, para alcançar uma ligação de 100%, pode ser necessário aumentar muito mais a dose (é como se tivesse um aumento de descontinuidade nesse gráfico, já que teve aumento muito grande na concentração dos ligantes). No gráfico, Bmáx é de 100%, pois atingiu a concentração total de receptores ❏ nem sempre é possível alcançar 100% de interação fármaco-receptor, uma vez que ao mesmo tempo em que uma quantidade do fármaco está se ligando aos receptores, outra pode estar se desligando ❏ kD : constante de dissociação ❏ kA : constante de associação (de afinidade) ❏ Bmáx: valor de ocupação total/máxima de receptores ❏ OBS.: para facilitar e não precisar de fazer cálculo, o valor de Kd é sempre igual a concentração do fármaco onde se tem 50% da ocupação máxima daquele fármaco (se, por exemplo, a ocupação do receptor pelo fármaco for de 0,8 ou 80%, então o valor de Kd é igual a concentração do fármaco onde se tem 40% da ocupação máxima) ❏ ou seja, quanto menor o Kd de um fármaco, maior é a afinidade do fármaco pelo receptor (Kd é inversamente proporcional a Ka) ❏ Contudo, a afinidade (ocupação de receptores) não prediz efeito… ❏ ou seja, existem substâncias que conseguem ter uma alta afinidade aos receptores, mas não causar efeito nenhum, sendo assim, a ocupação sozinha não é o suficiente para que se tenha efeitos farmacológicos ❏ além disso, a teoria de clark também não explica como fármacos ligados (com afinidade) podem ter efeito submáximo (ou seja, o efeito menor do que outro fármaco que também se liga ao receptor -> se o efeito fosse simplesmente relacionado a ocupação de receptores, todos os fármacos que se ligam a mesma quantidade de receptores deveriam ter o mesmo efeito, entretanto, isso não acontece na prática) ❏ voltando ao exemplo, “B” e ”C” interagem com o mesmo receptor, entretanto, com afinidades diferentes ❏ “B” é capaz de alterar a conformação do receptor para uma conformação ativada durante a sua interação -> essa conformação ativada leva a uma resposta ❏ Já “C”, mesmo que tenha uma afinidade maior, não consegue induzir alterações conformacionais no receptor, o que impede a ativação deste e não permite uma resposta Teoria dos agonistas e antagonistas - “Deve haver algo além da simples ocupação do receptor pelo ligante para determinar respostas farmacológicas consequentes” ● ele percebeu que tem fármacos que se ligam a receptores de formas parecidas, mas com magnitudes de respostas diferentes, assim como tem fármacos que se ligam e não causam nada ● Com base nessas observações, ele criou a teoria do agonista e do antagonista ● Enquanto na teoria do clark a questão era “liga ou não liga”, na teoria do Ariens a questão é “Ativa ou não ativa” ● Surge, então, o conceito de atividade intrínseca (α), que é a tendência do fármaco de ativar o receptor frente à ocupação deste (a ativação depende de mudança conformacional.) ❏ O fármaco “B”, por exemplo, se liga ao receptor e tem atividade intrínseca igual a 1 (α=1), ou seja, ele é totalmente passível de causar uma alteração conformacional no receptor -> ele é um AGONISTA, pois leva a uma mudança conformacional que ativa o receptor ❏ O fármaco “C” se liga, mas tem atividade intrínseca igual a zero (α=0), ou seja, ele não é capaz de realizar uma mudança conformacional no receptor -> ele simplesmente ocupa o receptor sem ativá-lo (se ele estivesse num tecido junto com B, por exemplo, todo receptor ocupado por ele não poderia ser ocupado por B, o que traria prejuízo na ativação desses receptores,sendo assim, ele antagoniza a possibilidade do B se ligar ao receptor) -> é um ANTAGONISTA ● gráfico de relação dose (concentração) x efeito (resposta) -> são feitos a partir de testes em tecidos analisando o efeito para determinadas concentrações -> quanto maior a concentração do fármaco, maior o efeito, até que chega um determinado momento de saturação, onde as concentrações podem aumentar, porém o efeito vai continuar sendo o mesmo do efeito máximo que foi atingido com concentrações menores ❏ Com base nos dados obtidos nos testes, é possível plotar os gráficos em forma de hipérbole (efeito no eixo y em escala linear e concentração no eixo x em escala linear também) ou de sigmoide (efeito no eixo y em escala de porcentagem e concentração no eixo x em escala logarítmica) -> por esse gráfico não é possível inferir qual a ocupação dos receptores pelo fármaco, diferentemente do gráfico da teoria de Clark ❏ Potência: depende da afinidade e atividade intrínseca (tendência de ativar o receptor e gerar resposta) ❏ a potência de um fármaco diz respeito à capacidade desse fármaco em exercer um efeito ou resposta específica com a menor dose possível -> quanto menor a dose para exercer um efeito específico, mais potente é esse fármaco em comparação com outros ❏ Ajuda a determinar a dose a ser utilizada na clínica ❏ O gráfico (em amarelo) é sobre efeito X concentração. Nesse gráfico há um efeito máximo de 1 que é atingido com a maior concentração possível ❏ Emáx: efeito máximo ❏ CE50/EC50: concentração do fármaco que produz 50% do efeito máximo ❏ Esse outro gráfico é de comparação entre dois fármacos (porcentagem da resposta/efeito máximo X concentração do fármaco em escala logarítmica). Os dois fármacos causam a mesma resposta/efeito (não quer dizer que o mecanismo de ação é igual, quer dizer apenas que a resposta final é igual) e os dois também conseguem atingir a resposta máxima de 100% ❏ Também é possível encontrar o valor da concentração do fármaco x e do y que produz 50% do efeito máximo olhando o EC50 -> percebe-se que a concentração do fármaco X que causa 50% da resposta é menor que a do fármaco y -> consequentemente, o fármaco X é mais potente que o fármaco Y, já que ele tem um EC50 menor, conseguindo o mesmo efeito/resposta que o y com uma administração de uma dose menor ❏ Contudo, fármacos podem interagir com receptores e ter efeito submáximo, mesmo ocupando (teoria de Clark) e ativando receptores (teoria de Ariens) ● Ariens percebeu que existiam fármacos que não tinham a capacidade de ativar os receptores da melhor forma possível, exercendo efeito submáximo. De acordo com a capacidade de induzir um efeito, esses fármacos foram divididos em: ❏ Agonista total ❏ Agonista parcial ❏ Antagonista ❏ Nesse esquema, “B” ativa totalmente o receptor, ou seja, tem atividade intrínseca máxima -> AGONISTA TOTAL ❏ “C” não ativa o receptor, então tem atividade intrínseca igual a zero -> ANTAGONISTA ❏ entre “C” e “B”, tem-se uma gama de outras substâncias que podem se ligar ao receptor, ter uma resposta, mas essa resposta não ser tão intensa quanto a resposta de “B”, tendo atividade intrínseca que varia entre zero e um -> AGONISTA PARCIAL ❏ uma mesma substância pode se comportar de maneira diferente em tecido diferentes, uma vez que há quantidades de receptores diferentes de um tecido para outro, além de diferente capacidade de amplificação de sinal ou de acoplamento de mecanismos de transdução ❏ um exemplo disso é que uma mesma substância pode agir de formas diferentes em órgãos diferentes. No esquema uma mesma substância é um agonista total no órgão 3 e um agonista parcial mais eficaz no órgão 2 do que no órgão 1. ❏ quanto maior a resposta gerada em um órgão, maior a eficácia, ou seja, eficácia é a capacidade de um órgão de causar efeito/resposta farmacológica ❏ Eficácia tem relação diretamente proporcional com atividade intrínseca (efeito) ❏ A eficácia depende do número de receptores e da amplificação de sinal (o que é diferente de tecido para tecido) ❏ A ideia de se comparar eficácia de fármacos é tentar determinar a eficácia terapêutica de fármacos diferentes pu qual é a efetividade desses fármacos em causar um efeito ❏ nesse gráfico há a comparação entre o fármaco X e o Y (são fármacos diferentes do exemplo anterior) ❏ o fármaco X tem efeito máximo que se aproxima de 100%, enquanto o fármaco Y tem efeito máximo que não passa de 50% ❏ desse modo, considerando que esses dois fármacos atuam no mesmo receptor, a atividade intrínseca do X é maior que a do Y, pois ele de liga no receptor e consegue causar um efeito maior do que o Y ❏ o efeito máximo do X também é maior que o do Y ❏ Assim sendo, ao se comparar os dois fármacos, observa-se que o X apresenta uma eficácia maior que o Y, pois o efeito máximo que o X alcança é maior do que o que o Y alcança ❏ OBS.: eficácia não depende de potência, são coisas diferentes -> tem que olhar o EC50 -> o EC50 do Y é mais ou menos onde está uma resposta de 25%, já o do X é mais ou menos onde está pouco menos que 50% da resposta -> ou seja, X é mais potente que Y -> para ESSE EFEITO, X é um agonista total e Y é um agonista parcial (OBS.: se posteriormente um fármaco com efeito maior do que o do X for descoberto, ele deixa de ser um agonista total, passando a ser um agonista parcial, porém, ele ainda vai ter a atividade intrínseca maior que Y) ❏ COMO USAR ESSES GRÁFICOS PARA FAZER INTERPRETAÇÕES? - potência: olhando o EC50 (quando consegue metade do seu efeito máximo com uma dose menor) - eficácia: define-se olhando o efeito/ resposta máxima ❏ na imagem tem um receptor que pode se ligar a um agonista A ou B ❏ a linha laranja representa a ocupação dos receptores -> tanto o agonista A quanto o B tem o perfil de ocupação idêntico de acordo com o crescimento da concentração ❏ mesmo ocupando os receptores da mesma forma, a resposta farmacológica/biologica produzida por esses fármacos pode ser diferente ❏ curva azul claro representando agonista A e curva azul escuro representando agonista B -> agonista A tem maior eficácia e maior potência do que o agonista B -> agonista A é agonista total e agonista B é agonista parcial ❏ Todavia, na atualidade já se sabe que os receptores têm atividade constitutiva Atividade constitutiva de receptores - os receptores são multiconformacionais, ou seja, eles têm várias conformações que variam entre si mesmo sem a interação de nenhum ligante (em alteração espontânea) - Essas alterações constantes são regidas pela termodinâmica. ● acreditava-se (PASSADO) que o receptor estava esperando o ligante passivamente -> se o antagonista se liga, o receptor se mantém inativo e nada acontece -> se o agonista se liga, o receptor altera sua conformação, se ativando e causando uma resposta ● mais recentemente (ATUAL), o que se descobriu é que os receptores apresentam atividade constitutiva, isso quer dizer que eles não tem uma conformação única, sob as quais eles ficam passivos/completamente fixos, eles alteram sua conformação espontaneamente por aspectos termodinâmicos ● normalmente, o que acontece com vários receptores é que eles tem várias conformações possíveis (repulsões eletrostáticas, por exemplo, causam alterações sutis que desencadeiam alterações fisiológicas) ● espontaneamente, os receptores podem alterar sua conformação de uma conformação inativa para uma ativada (é como se nosso organismo tivesse uma atividade constitutiva basal -> é quase como se uma fechadura abrisse sozinha) ● o antagonista, então, segundo essa teoria, é um fármaco que não tem preferência por nenhuma dessas conformações, seja inativa ou ativa (então ele vai se ligar às duas) -> ele não muda o equilíbrio de alteração espontânea de conformaçõesdos receptores ● agonista tem uma preferência clara por conformações ativadas, ou seja, não é o que se acreditava, pois ele NÃO se liga ao receptor e o ativa, na verdade ele reconhece o receptor que JÁ ESTÁ ATIVO e se liga a ele, ESTABILIZANDO-O na sua conformação ativada (ele “trava” o receptor na forma ativada, deixando-o ativado por mais tempo, já que este receptor não pode voltar para a forma inativa enquanto o agonista estiver ligado) -> é como se ele ficasse esperando a fechadura abrir sozinha, quando ele abre, ele entra e mantém a porta aberta ● um receptor tem várias formas inativas e várias tivas ● na representação, para simplificar, há uma forma inativa e uma ativa (elas estão em equilíbrio). Existe uma parte de receptores que está na forma ativa sem ligantes (ativação constitutiva depende do receptor, tecido, etc...) -> tecidos diferentes tem ativação constitutiva diferentes e existem exceções de receptores que não se ativam constitutivamente 1. Agonistas preferem formas ativas de receptores -> eles “travam” os receptores na forma ativa 2. Conformações são “mantidas” pelo agonista ligado -> de acordo com que os agonistas vai se ligando aos receptores ativados, eles vão mantendo-os nesse estado 3. O equilíbrio nativo dos receptores é “deslocado” para formas ativas -> os receptores inativos vão sendo ativados constitutivamente -> os agonistas se ligam a esses receptores que acabaram de ficar ativos -> receptores permanecem ativados -> aumenta a quantidade de receptores ativos estabilizados na célula -> deslocamento da concentração de receptores nas formas inativas para formas ativas ● Antagonistas não tem preferência nem pela forma ativa e nem pela forma inativa (“só ocupam os sítios dos receptores”) ● como ele não tem preferência por nenhuma das formas, a ocupação dos receptores por eles é proporcional à distribuição das formas ativas e inativas (por exemplo, se há mais formas inativas do que ativas, eles vão se ligar mais nas formas inativas - o mesmo vale para o caso contrário) -> o antagonista não altera a reação de equilíbrio entre as duas conformações, pois ele “se liga mais ao que tem mais” ● por isso que na prática se diz que os antagonistas não tem efeito**** -> Se diz que não tem efeito porque ele não altera esse equilíbrio conformacional, ele só se liga e ocupa espaço ****OBS.: isso é real em todos os casos em que há ausência de “liberação basal” de ligantes. A EXCEÇÃO, então, é em casos nos quais há ligantes sendo liberados constantemente. Ex.: no caso de liberação (por exocitose) de acetilcolina (ACh) na junção neuromuscular (ela é liberada principalmente durante a contração muscular, entretanto, também é liberada em quantidades menores durante outros períodos) -> quando há um agonista e um antagonista, este irá ter efeito, pois ele impede que o agosnista tenha o efeito máximo, uma vez que ele vai estar ocupando os mesmos receptores - O balanço de formas ativas/inativas varia entre sistemas ● Existe fármaco que prefere a conformação inativa e “desloca o equilíbrio” nesse sentido, tendo efeito contrário ao agonista -> ou seja, reduz as chances de haver conformações ativadas, pois ele se liga e causa efeito contrário ao agonista ● É o caso dos AGONISTAS INVERSOS (α < 0, ou seja, é um fármaco com atividade intrínseca negativa) Curvas ‘dose x efeito’ de ligantes - é possível determinar por meio de comparação gráfica (efeito/resposta x concentração) se os fármacos são agonistas totais, parciais, se são antagonistas, se são agonistas inversos... ● agonista total: fármaco que prefere interagir com formas ativas do receptor, enquanto que os receptores inativos não vão ter ligação preferencial -> Emáx ● agonista parcial: fármaco que, embora prefira se ligar ao receptor ativado, também pode se ligar um pouco ao receptor ativado. Por isso a resposta dele não vai ser máxima (Emáx), já que ele não desloca tanto o equilíbrio conformacional para formas ativas -> efeito submáximo ● antagonista puro não faz nada, uma vez que ele se liga da mesma forma aos dois receptores, não alterando a resposta normal do organismo ● agonista inverso: prefere os receptores inativados, então ele reduz a resposta de um tecido, fazendo com que ela fique inferior a resposta basal ● OBSERVAÇÕES: ❏ O agonista inverso (representado em vermelho) é um agonista inverso total, pois ele tem um efeito contrário máximo ❏ é possível haver um agonista inverso parcial (teria uma curva entre o antagonista e o agonista inverso total) ❏ se colocar um antagonista na presença de um agonista, há a dificultação do efeito do agonista, pois o antagonista vai estar ocupando receptores, o que altera o deslocamento de equilíbrio ❏ se colocar um agonista inverso total na presença de um agonista total, também vai ocorrer a dificultação do efeito do agonista total, uma vez que o agonista inverso vai causar a alteração do deslocamento de equilíbrio conformacional, o que impede o efeito pleno do agonista total ***OBS.: agonista parcial também é chamado de agonista dual, pois se o agonista parcial estiver sozinho, ele vai ter um efeito submáximo, mas se tiver agonista parcial junto ao agonista total, ele vai se comportar como um antagonista, pois ele vai ocupar receptores (ele ocupa mais receptores ativos e menos inativos, só que ao ocupar esses inativos, ele acaba atrapalhando a atividade constitutiva desses receptores), impedindo que o agonista total tenha efeito máximo. Exemplo.: propanolol é um antagonista, enquanto que adrenalina e noradrenalina são agonistas -> resultado: propranolol atrapalha o efeito/resposta da adrenalina e da noradrenalina
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