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relaxantes musculares e farmacologia da JNM

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ANTIESPASMÓDICOS:  
- Fármacos com ação de relaxante muscular. Eles são 
voltados especificamente para o controle de espasmos 
ou dores musculares. São divididos em: 
● Relaxantes musculares de ação central. Eles agem 
no SNC 
● Relaxantes musculares de ação direta. Eles agem 
diretamente em mecanismos intracelulares das 
fibras musculares 
Agentes com ação na junção 
neuromuscular (JNM) 
- Bloqueadores neuromusculares, que são fármacos 
usados principalmente em anestesias para causar uma 
paralisia muscular (são fármacos seletivos, pois causam 
bloqueio de receptores de forma seletiva em musculatura 
esquelética) 
- Inibidores AChE, que tem a função de estimular a 
contração muscular. Eles aumentam a disponibilidade da 
acetilcolina e permitem que a ativação da fibra motora 
ocorra com maior frequência (são fármacos 
não-seletivos, pois atuam em transmissão colinérgica do 
organismo todo, então eles não tem mecanismo seletivo 
na JNM)  
Controle motor central 
- O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso 
voluntário e involuntário (ou autônomo) 
- Quando se fala em controle motor, têm-se os neurônios 
partindo de vários níveis da medula espinal e com 
prolongamentos até as fibras motoras. São neurônios 
únicos que fazem isso, ou seja, não existem gânglios no 
meio do caminho (o corpo neuronal está na medula 
espinal e seu prolongamento chega até a fibra muscular, 
sendo que esses neurônios produzem e liberam 
acetilcolina, um neurotransmissor responsável pela 
contração da musculatura esquelética) 
- na fibra muscular a gente tem a presença de receptores 
colinérgicos nicotínicos, que são canais iônicos 
- o sistema autônomo apresenta duas divisões, a 
parassimpática e simpática. Nos dois casos há gânglios, 
o que revela que não é apenas um neurônio que leva a 
informação até a periferia, mas sim um neurônio que faz 
conexão com outro neurônio, sendo a conexão entre eles 
estabelecida no gânglio 
- nas duas divisões é a acetilcolina (ACh) que faz a 
transmissão ganglionar 
- na divisão parassimpática também é a ACh que faz a 
conexão dos neurônios que partem do gânglio, até o 
tecido alvo (isso implica que, ao usar fármacos com ação 
colinérgica, podem haver outros impactos fora da via 
motora, como na via parassimpática do sistema 
autônomo, por isso, inibidores AChE podem ter efeitos 
indesejáveis/não-seletivos da via motora) 
- no esquema da junção 
neuromuscular há a placa motora 
com projeções neuronais constituídas 
de dobramentos e reentrâncias. Na 
porção superior dessas reentrâncias, 
ou seja, na parte que está mais em 
contato com a porção neuronal, há a 
presença de receptores de ACh 
(marcado em azul), enquanto que na 
região de vales (a parte mais 
profunda) há a presença de enzimas 
que fazem a degradação da ACh, as 
acetilcolinerases 
- na outra imagem, é um esquema 
da transmissão colinérgica. Nela a 
acetilcolina é empacotada em 
vesículas. Ao ocorrer a 
despolarização do neurônio, ela é 
liberada por exocitose durante a 
sinapse/JNM (nesse caso é JNM). A 
ACh vai agir na JNM nos canais 
nicotínicos, que é o alvo específico 
nesse lugar. Esses receptores 
nicotínicos são os receptores NM (são 
chamados assim pois tem diferença 
estrutural com outros receptores 
nicotínicos encontrados em outros 
locais do corpo, o que confere certa seletividade, porque 
permite que alguns fármacos atuem seletivamente nos 
receptores da placa motora)  
- preso a membrana pós-sináptica há a presença de 
enzimas AChE, que realiza a degradação da ACh. Essa 
enzima apresenta isoformas diferentes, principalmente 
isoformas presentes da periferia ou no sistema nervoso, 
além de isoformas que estão presentes dissolvidas no 
plasma. Então além da ACH, temos também as 
colinesterases plasmáticas. Mesmo existindo algumas 
diferenças, a maioria dos fármacos que são usados como 
inibidores 
da ACh não 
tem 
seletividade 
clara, então 
eles vão 
inibir qual- 
quer tipo 
de colines- 
terase do 
organis- 
mo, o que 
os fazem 
ter um 
impacto 
nos níveis 
de segu- 
rança e nos 
efeitos 
inde- 
sejados. 
 
Mecanismos de contração muscular 
 
- a imagem acima é um resumo de como acontece a 
contração muscular.  
-> ​ desencadeamento do potencial de ação dos nervos motores 
(PA) ​-> ​ liberação da acetilcolina da vesícula ​->​ despolarização 
muscular (PPT) (aumento da permeabilidade ao Na+ e K+) ​-> 
hidrólise de ACh pela colinesterase na JNM ​->​ potencial de 
ação do músculo ​-> ​ disseminação da excitação pelo músculo ​-> 
contração muscular 
- em todo esse processo, a gente tem a possibilidade de 
ação em três pontos diferentes:  
● MECANISMOS CENTRAIS (em vermelho): existe a 
possibilidade de ação no SNC. Os fármacos vão 
controlar a intensidade do potencial de ação no 
encéfalo ou na medula espinal. Consequentemente, 
isso vai resultar em alteração na contração 
muscular. 
● MECANISMOS PERIFÉRICOS (em verde): são os 
fármacos com ação direta na JNM (alcaloides 
curare, alpha-toxinas das serpentes, suxametônio e 
decametônio). Atuam basicamente voltados à 
transmissão colinérgica: 
1) fármacos que atuam diretamente na 
possibilidade de despolarização, ou seja, se 
ligam diretamente a receptores nicotínicos, 
alterando a probabilidade de 
despolarização/excitação das células 
musculares 
2) inibidores da colinesterase, que tem a 
capacidade de impedir a degradação da 
acetilcolina e aumentar a disponibilidade do 
transmissor 
● MECANISMOS DE AÇÃO DIRETA (em azul): só tem o 
dantroleno e tem ação na fibra muscular. Ele atua, 
principalmente, nos mecanismos intracelulares de 
disponibilidade de cálcio, por isso seu mecanismo é 
direto (independente da neurotransmissão 
funcional ou não ele altera a disponibilidade 
intracelular de cálcio, que é necessária para a 
contração das fibras musculares) 
Racional terapêutico e usos 
- é a lógica por trás do uso de um fármaco 
- qual é o sentido de usar o fármaco, qual sua utilidade 
prática 
- temos tanto relaxantes musculares (fármacos de ação 
central) quanto bloqueadores neuromusculares (que são 
os bloqueadores de canal) 
- A ideia principal (o racional terapêutico) é reduzir os 
mecanismos centrais e periféricos da contração 
muscular 
- a aplicação clínica é a redução de espasmos e tensão 
muscular (em especial os fármacos de ação central); 
facilitar procedimentos invasivos (voltados aos 
bloqueadores neuromusculares), pois diminui a 
contração reflexa em procedimentos cirúrgicos, o que é 
bom, porque mesmo que o paciente esteja anestesiado 
num procedimento cirúrgico, ao estimular (por meio de 
um corte, por exemplo) uma musculatura, é comum que 
ocorra uma contração reflexa. 
- problemas do uso desses fármacos: Incoordenação 
motora e perda de vigor (principalmente pensando nos 
fármacos de ação central, que são os fármacos usados 
em uso domiciliar, por exemplo, como dorflex) 
Relaxantes musculares de ação central 
- a ideia desses fármacos é reduzir a excitabilidade de 
neurônios motores, seja por ação direta na medula ou 
em regiões encefálicas que controlam a contração 
muscular (espasmolíticos) 
- os princípios farmacológicos principais são:  
● Excitatórios (glutamato, um neurotransmissor 
excitatório importante das vias motoras).  
● Pode-se utilizar um fármaco visando reduzir o 
potencial excitatório glutamatérgico ou 
potencializar o potencial inibitório, chamando 
atenção para os dois neurotransmissores GABA 
(presente na medula espinal) e noradrenérgica (NA) 
mediada por receptores alpha 2 (também presente 
na medula espinal; esse receptor alpha 2 é 
inibitório e é acoplado à proteína Gi; ele controla 
aspectos de dor e de controle motor) 
● não existe relaxante muscular que atue 
diretamente em glutamato, mas há receptores alfa 
2 adrenérgicos presentes como autorreceptores no 
neurônio pré-sináptico glutamatérgico. Então, ao 
usar um agonista Alfa 2, é possível reduzir a 
liberação de glutamato de maneira indireta.  
● como o alfa 2 também está presente no neurônio 
pós-sináptico, ao utilizar umagonista alfa 2, é 
possível inibir e pré-sinapse quanto a pós-sinapse 
● da mesma forma, os receptores GABAb (GABA é 
sempre inibitório) são acoplados à proteína Gi. 
Como ele está presente no neurônio pré-sináptico e 
no neurônio pós-sináptico, ao usar um agonista de 
GABAb, há a redução de liberação de glutamato 
● por fim, existem os canais iônicos GABAa que, 
frente a ativação, vão hiperpolarizar os neurônios, 
principalmente os neurônios pós-sinápticos 
 
- Primeira grande classe de fármacos mais comuns usados 
para relaxamento muscular que tem venda livre 
nas farmácias:  
● Ciclobenzaprina (miosan), orfenadrina 
(dorflex e sedalex), carisoprodol (tandrilax, sedilax 
e torsilax) e congêneres 
 
● o mecanismo de ação deles é múltiplo e incerto, 
não tem um alvo único. Eles diminuem a 
excitabilidade das vias nervosas envolvidas no 
controle motor, tendo como principal consequência 
a diminuição do reflexo medular de estiramento 
muscular 
● esses fármacos têm o so específico para tensão 
muscular, em especial quando se tem o reflexo 
medular aumentado -> por exemplo o que acontece 
em situação de estresse ou de uso extenuante 
muscular 
● a Ciclobenzaprina parece atuar antagonizando 
receptores de serotonina, embora isso seja incerto. 
isso abre a possibilidade de mecanismos 
encefálicos também, não só medulares, embora a 
serotonina também esteja presente na medula 
● o carisoprodol tem o possibilidade de agir não só 
na medula espinal, mas também no tronco 
encefálico. além disso eles parecem produzir 
metabólitos que são ativos e que tem atividade de 
barbitúricos (tuam por ativação GABAa, o que 
possibilita uma ação gabaérgica, que é inibitória) 
● Ação antimuscarínica (boca seca, relaxamento 
musc. lisa) 
● Sonolência, sedação (variação individual) 
● São os mais usados rotineiramente 
 
- agonistas noradrenérgicos α2 (acoplados à proteína Gi) 
● 2 fármacos podem ser usados: Tizanidina (sirdalud) 
e clonidina (atensina) 
● embora esses 2 fármacos possam ser usados para 
conmtrole de contração muscular, eles raramente 
são usados para isso 
● eles têm de ação inibitória espinal, com mecanismo 
de ação de ativação de receptores alfa 2 
adrenérgicos (presentes em neurônios pré- e 
pós-sinápticos) 
● tem efeitos analgésicos, pois a via noradrenérgica 
tem impacto no controle da dor -> Analgesia 
(supressão de vias nociceptivas aferentes) 
● quando associado a outros fármacos 
antiepilépticos, têm efeito anticonvulsivante (pois 
eles reduzem a contração) 
● pode ser usado no controle da pressão arterial 
(clonidina/atensina) -> muito usados em gestantes 
que estão com hipertensão e não podem utilizar os 
anti-hipertensivos de primeira escolha devido ao 
risco teratogênico no feto 
● efeitos indesejados: sedação (ação em receptores 
alfa 2 do cérebro que controlam atenção, sono e 
vigília), hipotensão (noradrenalina tem impacto na 
pressão e na formação de memória), amnésia (efeito 
central). 
 
- Agonistas GABAb (receptores associados à proteína Gi). 
Obs.: são receptores diméricos (duas unidades de 
receptor acoplados à proteína 
g que só funcionam se 
estiverem unidos) 
● Baclofeno 
● Expressão em todo 
SNC (muito presentes no SNC, 
mas muito mais na medula 
espinal e por isso, quando ativa 
GABAb, há uma redução de 
excitabilidade espinal, com 
reflexo direto nas funções 
controladas pela medula 
espinal) 
● faz um controle de 
espasmos na 
neurotransmissão voltada ao 
controle motor -> espasmos 
pós-lesões no 
SNC/neurodegeneração 
(esclerose);   
● Analgesia medular (dor muscular, hiperalgesia, 
alodinia) -> ex.: pessoas com esclerose podem ter 
dores por conta das contrações frequentes, por 
isso, ele pode ajudar também aliviando a dor e 
realizando um efeito analgésico 
● problemas: gastrite/úlceras, transtornos 
psiquiátricos/neurológico 
 
- Agonistas alostéricos GABAa 
● Benzodiazepínicos 
● a ligação de 
benzodiazepínicos nos canais GABAa 
aumenta a afinidade do GABA pelo 
canal e, consequentemente, ocorre um 
aumento da frequência de ativação 
desse canal. Ao ativar o canal, ocorre 
a entrada de cloreto, o que causa 
hiperpolarização neuronal e inibição 
da atividade neuronal. Essa é a 
base do mecanismo relaxante 
muscular desses fármacos  
● eles vão atuar no 
sistema nervoso como um todo 
● esse efeito pode ser mediado tanto por inibição de 
regiões cerebrais envolvidas no controle motor 
quanto por inibição neuronal espinal  
● o efeito relaxante muscular é muito intenso, por 
isso eles são restritos para uso em situações muito 
específicas  
● são tarja preta  
● Distribuição heterogênea de 
populações GABAa no SNC, o que 
permite que no futuro haja fármacos 
mais seletivos aos GABAa’s 
● Os GABAa’s com subunidade 
α2/α3/α5 são os principais que tem efeito de 
relaxante muscular desses fármacos. 
● Ação desses fármacos é principalmente 
na medula espinal e no encéfalo (áreas motoras) 
● tem efeito o miorrelaxante e 
antiespasmódico (secundários) 
● Controla “tensão muscular” da 
ansiedade 
● Não são prescritos só 
como relaxantes, são tarja preta 
● Todas as limitações dos 
BZDs (como dependência e tolerância 
farmacológica -> vai aumentando) 
 
Relaxantes musculares de ação direta 
- antagonista de canais de Ca2+ do retículo 
endoplasmático. No RE/retículo sarcoplasmático há 
armazenamento de cálcio e existem canais que vão 
controlar a saída desse Ca2+. Essa liberação de Ca2+ é 
extremamente importante para a contração muscular.  
- o dantroleno causa um bloqueio do canal de Ca2+ do 
RE/retículo sarcoplasmático (esse 
canal é chamado de rianodina), 
provocando uma menor 
disponibilidade de Ca2+ 
intracelular e, consequentemente, 
uma menor interação entre 
actina e miosina, acarretando, 
então, numa menor contração 
muscular ​->​ ↓[Ca2+ ] intracelular, 
↓interação actina/miosina ​-> 
↓Força muscular e contração 
- ou seja, mesmo que se 
tenha toda via neuronal 
funcionando normalmente, não 
há o mecanismo final, que é a 
liberação de cálcio, por isso o fármaco tem ação direta 
no músculo 
- efeito seletivo para musculatura esquelética, pois há 
muito mais presença de canais de 
rianodina na musculatura esquelética, 
além de isoformas específicas nesse 
tecido;   
- pode ser usado no controle da 
hipertermia maligna (i.v.), que é uma 
reação de aumento da contração 
muscular que causa produção de 
calor, com consequente aumento 
muito grande da temperatura (quase como uma reação 
alérgica) ​-> ​ administração de um fármaco, como algum 
anestésico ​-> ​ causa uma resposta hipermetabólica (em 
pessoas com herança autossômica dominante), a 
hipertermia maligna. 
Fármacos com ação na JNM 
- neurônio libera acetilcolina ​-> ​ ela atua nos receptores 
nicotínicos que estão presentes da jNM e podem ser 
degradadas pela acetilcolinesterase ​-> ​ com o canal 
nicotínico ativado ​-> ​ há a entrada de sódio ​-> ​ que 
causa despolarização muscular com consequente 
mobilização de cálcio ​-> ​ excitação da fibra muscular ​->  
contração subsequente  
 
➔ Bloqueadores musculares periféricos  
- ↓Ativação da placa motora (junção neuromuscular) via 
acetilcolina ​-> ​ visa a redução da contração muscular 
● Antagonismo/inativação de receptores nicotínicos 
(N) ​->​ quando 2 moléculas de acetilcolina se ligam a 
um canal colinérgico pentamérico, ocorre a 
passagem de sódio, o que leva à despolarização da 
fibra muscular, o que causa a contração muscular 
❏ ao usar um antagonista ou uma forma de 
inativar os receptores nicotínicos há a 
possibilidade de redução da atividade 
motora ​-> ​ então a proposta desses 
bloqueadores neuromusculares é 
justamente impedir a funcionalidade 
desses canais nicotínicos e, 
consequentemente, a transdução de sinal 
do sistema nervoso motor para a fibra 
muscular  
 
- Receptores nicotínicos são bastante heterogêneos, pois 
há diferentes possibilidades de 
agrupamentos das 5 subunidades (αβγδ), 
gerando diferentes receptores nicotínicos 
● Seletividade no bloqueio 
nicotínico (junçãoneuromuscular) ​-> ​ como 
os receptores nicotínicos são constituídos 
por diferentes subunidades, existe a 
possibilidade do fármaco agir com bloqueio 
seletivo nesses canais nicotínicos, o que dá 
o efeito muito seletivo ​->​ confere um grau 
de segurança grande para esses fármacos 
● Esse bloqueio é 
preferencialmente reversível, ou seja, dura 
um determinado tempo, mas é transitório 
 
- Existem 2 tipos de ação para um bloqueador 
neuromuscular: ação adespolarizante (quando ele atua 
como um antagonista) ou despolarizante (quando ele 
atua como um agonista) 
- um bloqueador muscular adespolarizante é um 
antagonista nicotínico (ele é representado na imagem 
pelo círculo amarelo) ​-> ​ Ele se liga no local de ligação 
da acetilcolina, impedindo a ação dela ​-> ​ Assim, a ACh 
não exerce seu efeito ​-> ​ não ocorre a despolarização, 
nem a passagem de sódio, nem a contração muscular  
- um bloqueador muscular despolarizante funciona como 
agonista (ele está representado por bolinhas azuis) ​->  
Ele se liga ao sítio ortostérico da acetilcolina e ativa o 
canal, o que faz com que ocorra a entrada temporária 
de sódio ​-> ​ isso porque ele se liga com uma afinidade 
muito grande a esses receptores(afinidade maior que a 
da acetilcolina) ​-> ​o que causa uma ativação muito 
frequente e duradoura do canal ​-> ​posteriormente essa 
abertura frequente e duradoura causa um bloqueio do 
canal, o que impede que mais sódio entre. ​-> ou seja, 
inicialmente há o aumento da atividade do canal e 
depois ocorre o bloqueio / dessensibilização do 
receptor ​ ​(mesmo ativado, o canal encontra-se fechado) 
❖ Ação despolarizante: 
● esses fármacos são análogos estruturais da Ach 
(degradação pela 
AChE). Como eles 
tem essa 
semelhança 
estrutural com a 
acetilcolina, esse 
fármaco também é 
degradado pela 
AChE e também vai 
ter um efeito curto, assim como a ACh.  
● têm-se 2 fármacos, a succinilcolina (ou suxametônio) 
e o decametônio (quase não é mais usado) 
- O fármaco é um agonista nicotínico que gera 
uma despolarização persistente e 
dessensibilização do canal (↓duração), 
causado pelo bloqueio despolarizante 
 
- O gráfico de eletromiografia que representa a atividade 
de fibras musculares frente ao uso do 
fármaco(suxametônio).  
 
- No traçado de cima, inicialmente, não há contração.  
- depois da administração de uma pequena dose do 
fármaco há uma excitabilidade/uma contração (como a 
dose é pequena, isso é transitório) 
- No traçado de baixo há a administração de uma dose 
grande se suxametônio.  
- a partir daí há uma ativação descontrolada e uma 
excitabilidade frequente da fibra muscular, pois a 
succinilcolina está ativando constantemente receptores 
nicotínicos, levando a uma despolarização frequente 
(ocorre fasciculação/espasmos musculares/ ativação 
descontrolada da musculatura, pois há 
microcontrações iniciais causadas pela droga). Como 
tem essa fasciculação no começo(antes do bloqueio dos 
canais), é comum que os pacientes relatem dor muscular 
após o procedimento 
- esse fármaco é administrado via intravenosa.  
- o suxametônio é um análogo da acetilcolina, então a 
sua utilização não ativa somente receptores nicotínicos 
da JNM (ele vai ter efeito não são seletivos), tendo efeito 
colinérgicos em vários lugares do organismo. 
principalmente porque a acetilcolina é a principal 
responsável pelos efeitos autonômicos parassimpáticos. 
Obs.: esse fármaco é uma exceção dos bloqueadores 
musculares periféricos, pois não são seletivos como 
estes, além de não apresentar reversibilidade. 
❖ succinilcolina (exceção) não apresenta 
Reversibilidade (antagonistas não “anulam” o 
efeito) 
❖ Efeitos colinérgicos (↑pressão ocular, 
bradicardia e aumento da produção de 
secreções na via respiratória – ajuda a 
entubar) 
❖ Fasciculação (espasmos) e dor muscular 
subsequente 
❖ com grande entrada de sódio, há um grande 
efluxo de[K+ ] plasmática  
❖ pode desencadear Hipertermia maligna 
(sensibilidade individual) 
- Ação adespolarizante – 3 tipos: “Curare”, “cúrios” e 
“curônios” 
● todos esses fármacos são antagônicos nicotínicos 
diretos (sem ativação), então eles competem pelo 
sítio de ligação com a acetilcolina no sítio 
ortostérico e eles não causam ativação dos 
receptores nicotínicos, não causando fasciculação, 
dor subsequente, nem aumento de potássio.  
● eles não tem efeito disseminado pelo organismo 
● eles são agonistas seletivos das JNM  
● o bloqueio que eles causam é seriado (primeiro 
afeta músculos menores, como dedos, olhos, depois 
músculos maiores) 
 
● o curare tem mais importância histórica, pois seu 
uso é muito antigo. Hoje em dia 
quase não é usado (sua estrutura é 
a d-tubocurarina) 
● Algumas tribos 
indígenas retiram o curare do 
dorso de alguns sapos e utilizam na 
ponta de flechas para causar 
paralisia muscular na presa, o que facilita a caça.  
● eles não têm paralisia ao ingerir a presa porque a 
estrutura da molécula é muito polar, o que faz com 
que ela tenha efeito por vias parenterais, mas não 
por via oral.  
● Todos os 3 tipos têm estruturas complexas e 
polares (sem absorção via oral). De acordo com sua 
estrutura química, é dividido em curare, cúrio ou 
curônio. 
● Sintéticos benzilisoquinolínicos(cúrios) ou 
estereoidais(curônios). 
 
- todos tem efeito revertido por agonistas 
colinérgicos (tanto 
agonista nicotínico, 
como a acetilcolina, 
que é um agonista 
direto quanto por 
agonistas indiretos, 
como a neostigmina, 
que é um inibidor da 
AChE - é mais vantajoso usar um indireto, 
pois a ACh não é degradada, então o próprio 
mecanismo fisiológico aumenta sua 
quantidade no organismo) 
 
- Efeitos revertidos pelo sugamadex, fármaco 
que serve como antídoto de um bloqueio 
muscular causado por um curônio (reverte 
apenas o efeito 
causado por um 
curônio/estereoidais). 
Seu uso é melhor do 
que o dos inibidores 
acetilcolinesterases, 
como neostigmina.  
- isso 
porque os inibidores da AChE inibem a 
atividade da AChE no organismo inteiro, o 
que causa efeitos colinérgicos aumentados 
no corpo todo. Já no uso do sugamadex esse 
problema não existe, por isso os curônios 
tem sido até preferidos nos ambientes 
hospitalares. 
- Particularidades dos principais agentes 
A. eliminação: qual a forma de eliminação do fármaco 
B. depuração: quantidade do fármaco que é eliminada do 
organismo por minuto 
C. tempo aproximado de ação: tempo que o fármaco age no 
organismo 
D. potência aprox. do fármaco em relação à 
tubocurarina(não é mais usada) 
 
 
- Reversibilidade vs. Tempo: quanto maior o tempo de 
duração de um bloqueador neuromuscular, mais tempo 
vai levar para o seu efeito ser revertido naturalmente. Por 
esse motivo é bom ter formas farmacológicas de reverter 
esses efeitos 
➔ Inibidores da Acetilcolinesterase (AChE) 
- Podem ser usados para o aumento da atividade 
colinérgica desejada… 
- alguns dos motivos são: 
● para reversão de bloqueio neuromuscular -> ao 
usar um inibidor da AChE, ocorre um aumento da 
ACh e, como consequência, há a retomada da 
contração muscular 
● contornar problemas de “Neurotransmissão 
deficiente” -> MIASTENIA GRAVIS, POR EXEMPLO 
❖ Nela há autoanticorpos que são produzidos e 
que se ligam a receptores nicotínicos da 
junção neuromuscular. Ao se ligar a esses 
receptores, os anticorposfuncionam como 
antagonistas (impede a ação da acetilcolina), 
inutilizando esse receptor. Isso pode ser 
transitório, mas alguns receptores, quando se 
ligam ao anticorpo, podem ser metabolizados 
e degradados. 
❖ Na miastenia, utilizar um inibidor da AChE, há 
uma vantagem clínica, pois ocorre o bloqueio 
da enzima, além do aumento da liberação de 
ACh e da sua presença na placa motora. Essa 
Ach em excesso consegue ativar mais 
receptoes que estão sem o anticorpo e ainda 
existe a possibilidade da ACh em excesso 
deslocar o anticorpo, ou seja, competir com 
ele pela ligação nos receptores nicotínicos -> 
consegue-se, então, retomar a 
“neurotransmissão deficiente” (o problema 
nãotá no neurotransmissor, mas sim no alvo) 
❖ 7 fármacos inibidores da AChE: 
- fisostigmina: usada mais no SNC 
- neostigmina: para fins 
neuromusculares(usado na clínica para 
miastenia) 
- piridostigmina: para fins 
neuromusculares(usado na clínica para 
miastenia) 
- edrofônio: usado em teste para detectar 
a miastenia (não pode ser usado para 
tratar, mas é usado para detectar, pois 
com uma dose administrada, o paciente 
demonstra uma melhora aguda no 
quadro de miastenia, o que comprova o 
problema) 
- donepezila 
- galantamina 
- rivastigmina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Interação reversível ou irreversível: como acontece essa 
interação com a enzima? 
● preferencialmente os agentes inibidores da AChE 
tem ação reversível com a enzima, entretanto 
existem alguns que tem ação irreversível (tem mais 
importância para situações muito específicas ou 
toxicológicas) 
● para a miastenia, os fármacos tem efeito 
transitório, ou seja, ação reversível com a enzima e 
permitem o controle agudo do quadro sintomático 
ou a reversão do bloqueio neuromuscular 
 
A) funcionamento normal: a acetilcolina se liga ao sítio 
ativo da enzima ​-> ​ ocorre a degradação da ACh pela 
AChE ​-> ​ grupo acetil fica ligado à enzima e o grupo 
colina é liberado 
 
 
B) com uso de edrofônio: o edrofônio se liga e ocupa o 
espaço da ACh, mimetizando-a (ele não é metabolizado) e 
impedindo que a AChE degrade a ACh ​->​ eventualmente 
se desliga da enzima 
 
 
C) com uso de neostigmina: a neostigmina tem outro padrão 
de localização, ela se liga com a ACh, sofre degradação 
pela própria enzima ​->​ é liberado um metabólito inativo 
-> ​ enzima volta ao seu estado inativo (o ideal é ter esse 
tipo de interação reversível para não inutilizar a enzima 
de maneira persistente) 
 
 
- Usos e efeitos indesejados (sistêmicos) 
 
 
A) num paciente 
normal, um potencial de ação 
determinado gera uma força 
de contração 
padronizada/constante 
B) num paciente com miastenia, frente à estimulação 
elétrica, o potencial de ação vai sendo cada vez 
menor, pois cada vez que a ACh é liberada, tem-se 
menos receptores disponíveis, pois uma parte já 
está ocupado por anticorpos e outra já vai estar 
desativada ou dessensibilizada transitoriamente. 
Desse modo, de acordo com que faz estimulações 
frequentes, o potencial de 
ação reduz, tendo como 
consequência a redução 
da força de 
contração,muscular 
progressiva 
C) já se é utilizado nesse paciente a neostigmina, que 
é um inibidor da AChE, ocorre a 
retomada da grande do potencial 
de ação e da força de contração 
 
 
- problemas do uso de inibidores de AChE: são problemas 
sistêmicos, pois ele impede a 
degradação de AChE no corpo 
inteiro 
A) contração da musculatura lisa 
visceral, podendo ter cólicas 
B) miose/contração da pupila 
C) hipotensão, já que a ACh 
causa dilatação de vasos 
D) bradicardia/redução da 
frequência cardíaca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FARMACOLOGIA CLÍNICA 
 
- estudo que avalia o uso de cada fármaco para situações 
específicas 
 *** GRAU DE RECOMENDAÇÃO: varia de mais 
recomendado para não recomendado, nessa ordem: 
I(mais recomendado), IIa, IIb e III(não recomendado) 
 *** NÍVEL DE EVIDÊNCIAS: varia de A, B e C (A é o nível 
adequado de evidências e C é o pior nível possível) 
OBS.: tabela no slide 30 
 
Outros agentes com ação muscular 
- há outras possibilidades além dos agentes bloqueadores 
despolarizantes, adespolarizantes e anticolinesterásicos 
ou inibidores da AChE, existem outras possibilidades de 
agentes que têm a capacidade de bloquear/reduzir a 
contração muscular: 
● Hemicolínio: impede o transporte de colina para o 
interior do neurônio, reduzindo a produção de ACh 
● Vesamicol: impede o armazenamento da ACh em 
vesículas, o que faz com que na exocitose haja 
liberação de uma vesícula vazia ou com pouca ACh 
● Toxina botulínica: impede a exocitose de vesículas 
contendo ACh, uma vez que não permite a fusão de 
membrana da vesícula com a membrana do 
neurônio e por isso não ocorre a exocitose. Essa 
toxina tem 
efeito 
prolongado 
e pode ser 
usada para 
bloqueio 
muscular 
também.

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