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8 Ectoparasitoses

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LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
 
o Larva migrans cutânea 
o Bicho geográfico ou dermatite linear 
serpreante 
o Penetração de larva de Ancylostoma 
braziliensis, parasita do cão e do gato 
o Prurido intenso 
o Pápula na porção terminal (larva) seguida por 
um trajeto linear e sinuoso, ligeiramente 
saliente 
 
TRATAMENTO 
• Tiabendazol 5% tópico 
• Ivermectina dose única, repetir em 7 dias 
• Albendazol 400 mg/dia por 3 dias 
CASO CLÍNICO 
• Criança de 8 anos referenciada a dermatologia 
por lesão eritematosa muito pruriginosa no pé 
direito, com 15 dias de evolução que surgiu 
após jogar futebol na praia. A mãe refere que 
notou inicialmente uma pápula eritematosa, 
bem delimitada, com 2mm de largura no 
bordo externo de pé esquerdo que progrediu 
em trajeto serpiginoso pela planta até atingir o 
bordo interno do pé. Negava febre ou outros 
sintomas associados 
 
o Tunga penetrans: O parasita mantém a sua 
cabeça e corpo mergulhados na epiderme, 
deixando para fora apenas a porção posterior, 
onde se encontra a abertura genital 
o Surge uma pápula amarelada (batata) 
pruriginosa e dolorosa com um ponto escuro 
central, representando a porção posterior do 
parasito 
o Pode ser uma ou múltiplas lesões, cada uma 
com uma fêmea grávida, acometendo a planta 
do pé ou as pregas interdigitais ou bordas 
periungueais 
o Pápulas eritematosa com ponto escuro central 
o Prurido ou sensação dolorosa 
 
TRATAMENTO 
• Enucleação da pulga com agulha estéril após 
desinfecção local 
• Eletrocauterização com anestesia local 
• Infestação extensa: tiabendazol 25 mg/kg 
2x/dia por 3-5 dias ou ivermectina 
 
o Sarcoptes scabiei 
o A transmissão normalmente ocorre pelo 
contato direto, inclusive o sexual, podendo 
também se dar, raramente, através de fômites 
(lençóis, toalhas, roupas etc.) uma vez que o 
parasita morre após algumas horas fora da 
pele 
o Pode desenvolver mesmo no primeiro contato 
QUADRO CLÍNICO 
• Inicia com pruridermia intensa, notavelmente 
mais intensa a noite e ao amanhecer 
• Lesão mais característica: túnel, de formato 
linear, sinuoso e coloração variável, medindo 
cerca de 5-15 mm. Possuindo em uma de suas 
extremidades uma pápula ou vesícula 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
chamada eminência acarina, local em que 
pode ser encontrado o S. scabiei 
• Pápulas, nodulos, vesículas, pústulas, 
escoriações, microtúneis, liquenificação e 
áreas de eczematização 
 
 
• Distribuição característica: espaços 
interdigitais das mãos, axilas, cintura, nádegas, 
mamas, pênis e face e pés 
• Nas crianças acomete mais palmas, plantas, 
couro cabeludo e pescoço 
• Principais complicações: infecção secundaria 
das lesões escoriadas (impetiginização) e 
glomerulonefrite 
 
 
ESCABIOSE CROSTOSA (SARNA 
NORUEGUESA) 
• O grande fator determinante é a alteração 
imunológica do paciente 
• Mais comum em desnutridos, etilistas graves e 
pacientes com as mais diversas causas de 
imunodeficiência 
• Graus variados de eritema e descamação, 
desde lesões localizadas nas regiões 
interdigitais, couro cabeludo e pavilhões 
auriculares até eritrodermia e ceratoses 
palmoplantares associadas com 
linfadenopatia e eosinofilia periférica 
• Prurido ausente ou discreto 
 
DIAGNÓSTICO 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
• Prurido noturno, lesões nas regiões cutâneas 
típicas e pela presença de familiares com os 
mesmos sintomas 
• Exame microscópico direto com solução de 
KOH 10% do raspado cutâneo das eminências 
acarinas ou, principalmente, das escamas dos 
pacientes com a forma crostos, onde podem 
ser identificados o S. scabiei e seus ovos 
TRATAMENTO 
• Permetrina 5%: deve ser colocada do pescoço 
para baixo, exceto em crianças até dez anos e 
imunodeficientes, nas quais a aplicação deve 
incluir o couro cabeludo. Essa deve ser feita à 
noite, após o banho, permanecendo até a 
retirada pela manhã. É recomendada a 
aplicação por duas a três noites seguidas e 
uma segunda após 5-7 dias. Não deve ser 
aplicado em crianças menores de dois anos, 
em gestantes e durante o aleitamento 
• Monossulfiram 25% em solução alcoolica 
(monossulfeto de tetraetiltiuram): diluir na 
proporção de uma parte do medicamento em 
duas a três de água para adultos e em três a 
quatro partes de água para crianças. A 
aplicação pode ser feita da mesma forma que 
a permetrina 5% com o cuidado adicional de 
alertar o paciente para não ingerir compostos 
alcoólicos pelo potencial de desenvolver o 
efeito antabuse (efeito dissulfiram) 
• Benzoato de benzila 10- 25%: apesar de 
bastante tradicional no tratamento da 
escabiose (desde 1937) e do baixo custo, vem 
atualmente em desuso pelo potencial de 
eczematizar e agravar o prurido. É a substância 
ativa do bálsamo-do-peru. É utilizado de forma 
semelhante à permetrina 5% 
• Enxofre precipitado 5-10% em vaselina ou 
pasta d'água: aplicado da mesma forma que os 
anteriores, é, para muitos, o tratamento de 
escolha para gestantes, lactantes e menores 
de dois anos 
• Lindano (gama-hexa-cloro-benzeno ou gama-
hexa-cloro-ciclo-hexano) 1%: Já fora do 
mercado e utilizado de forma semelhante aos 
anteriores, constituía excelente opção 
terapêutica pela sua grande eficácia. Caiu em 
desuso pelos relatos de neurotoxicidade, 
sobretudo em crianças, e pela associação com 
neoplasias do sistema nervoso central nesta 
faixa etária 
• Ivermectina: dose única diária, utilizando o 
comprimido de 6 mg e respeitando o peso do 
paciente na dose aproximada de um 
comprimido pra cada 30 kg de peso (15-24 kg: 
1/2 comp., 25-35 kg: 1 comp., 36-50 kg: 1 ½ 
comp., 51-64 kg: 2 comp., 65-79 kg: 2 ½ comp., 
> 80 kg: 3 comp.). Está recomendada nas 
formas especiais da doença (crostosa, HIV) e 
para pacientes com dermatite tópica (todas as 
demais podem causar dermatite por irritante 
primário), mas não como rotina para as formas 
clássicas, a fim de evitar resistência. Por não 
atuar sobre os ovos, o tratamento é repetido 
após uma semana para que possamos eliminar 
os ácaros após a sua eclosão. Deve ser evitada 
em crianças com menos de 15 kg, em 
pacientes com alteração da barreira 
hematoencefálica e no período de 
amamentação 
• Tratar todos os familiares 
• Nos primeiros 3 dias lavar toda roupa que 
usou, não repetir 
CASO CLÍNICO 
• Idoso, 75 anos, residente em asilo, apresenta 
queixa de pápulas eritematosas intensamente 
pruriginosas e escoriações acometendo 
tronco, nádegas, mãos e região escrotal. O 
prurido piora a noite. Cuidadora refere 
sintomas parecidos em mais 3 idosos 
 
o A mosca coloca seus ovos em ulcerações ou 
cavidades e eles se desenvolvem nos produtos 
da necrose tecidual 
o Cochliomyia macellaria, Cochliomyia 
homonivorox 
o Miíase primária (berne): as larvas são capazes 
de penetrar a pele sã. No Brasil é causada pelas 
larvas da mosca varejeira (Dermatobia 
hominis) 
o Miíase secundária (bicheira): as larvas são 
depositadas em feridas abertas ou em 
cavidades corporais (olhos, nariz, ouvido, 
ânus, vulva) 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
▪ Miiase facultativa: causada por larvas que 
se alimentam apenas de tecido necrótico e 
são parasitas facultativos dos animais 
▪ Miíase obrigatória: larvas que se 
alimentam de tecido viável, sendo 
parasitas obrigatórios dos animais 
o O diagnostico é clinico, mas em casos de 
miíase de cavidades mucosas é necessária 
complementação com exames de imagem (TC) 
para avaliar destruição tecidual 
QUADRO CLÍNICO MIÍASE 
PRIMÁRIA FURUNCULOIDE 
(BERNE) 
• Pode acometer qualquer parte do corpo, 
predominando no couro cabeludo, na face e 
nos membros 
• Pode ser foco único ou múltiplo, cada um 
apresentando uma larva 
• Surge uma pápula pruriginosa que evolui ao 
longo de 2-3 semanas para um nódulo 
furunculoide de 1-3,5cm, com orifício central 
dando saída a material serossanguinolento e 
por onde a larva pode aparecer de forma 
intermitente 
• Dor referida comouma ferroada (latejante) 
• Pode haver adenite satélite 
• Ao fim de algumas semanas (geralmente um 
mês), o berne pode ser expelido 
espontaneamente, permitindo a formação de 
uma cicatriz. Nesse meio tempo, o paciente 
sofre de dor ou incômodo e pode ainda 
complicar com infecção secundária, celulite ou 
abscesso estafilocócico 
QUADRO CLÍNICO MIÍASE 
SECUNDÁRIA OBRIGATÓRIA (C. 
hominivorax) 
• As larvas penetram ou em feridas ou em 
cavidades mucosas (olhos, nariz, seios 
paranasais, vulva, ânus), destruindo os tecidos 
locais com grande voracidade, causando 
desfigurações 
• As larvas movimentam-se e aparecem na 
ferida ou insinuando-se nas cavidades 
mucosas de forma intermitente, penetrando 
no tecido quando estimuladas 
• Frequentemente há infecção bacteriana 
secundaria, determinando febre, queda do 
estado geral ou sepse 
QUADRO CLÍNICO MIÍASE 
SECUNDÁRIA FACULTATIVA 
• Forma mais comum 
• Ocorrendo em pacientes com feridas abertas 
previas que apresentam áreas de necrose 
• As larvas aparecem na suuperficie de forma 
intermitente se movem provocando 
desconforto local 
• As larvas se alimentam de tecido necrótico 
• Não causam destruição do tecido adjacente, 
tendo bom prognóstico 
TRATAMENTO DO BERNE 
• Enucleação da larva delicadamente com uma 
pinça, após atraí-la para o orifício de 
penetração por asfixia provocada 
• Pode usar um esparadrapo ou pedaço de 
toucinho e deixar por algumas horas (a larva 
gruda no esparadrapo ou penetra no toucinho) 
• Uma pequena incisão no local pode facilitar a 
saída da larva 
• Se o procedimento não funcionar ou causar 
morte do berne sem sua retirada, a excisão 
cirúrgica está indicada 
TRATAMENTO DA MIÍASE 
SECUNDÁRIA 
• Retirada cuidadosa das larvas, após mata-las, 
utilizando-se éter ou clorofórmio 5% em óleo 
de oliva 
• A ferida deve ser desbridada 
• A miíase cavitaria muitas vezes necessita de 
uma cirurgia maior de debridamento 
• A infecção bacteriana secundaria deve ser 
tratada com antibióticos de amplo espectro 
para GRAM -, S. aureus e anaeróbios 
 
o Inseto do gênero Pediculus (“piolho”) 
o Pediculus humanus causa a pediculose do 
couro cabeludo 
o Pediculus (humanus) corporis causa 
pediculose do corpo 
o A forma infectante é a fêmea adulta fecundada 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
o Transmitida facilmente por contato 
interpessoal ou compartilhamento de fômites 
(o parasita pode permanecer vivos por poucos 
dias) 
o O piolho causa prurido e dermatoso pelo 
efeito da hipersensibilidade cutânea as 
substancias liberadas pela sua saliva e fezes 
o É um parasita espoliados sanguíneo, podendo 
contribuir para anemia ferropriva, 
especialmente em crianças pequenas que se 
alimentam mal 
o A maneira mais fácil de fazer o diagnóstico é 
após o uso do pente fino, a presença não 
necessariamente indica infestação ativa 
(diagnostico presuntivo). O encontro de 
adultos é o padrão-ouro para o diagnóstico. 
QUADRO CLÍNICO 
• Pediculose do couro cabeludo manifesta-se 
especialmente com prurido 
• Podem ocorrer lesões eritematosas no couro 
cabeludo e o paciente pode notar a presença 
das lêndeas (grânulos amarelo-
esbranquiçados), distribuídas na base de seus 
cabelos. A coçadura pode causar escoriações, 
que podem culminar em piodermites 
secundárias 
• A pediculose do corpo provoca lesões 
papulourticariformes e purpúricas, com 
preferência pelo tronco, abdome e nádegas, 
associadas a escoriações (dermatite 
pruriginosa 
 
 
TRATAMENTO 
• Shampoo de lindano 1%, deixar por 5-10 min e 
enxaguar. Repetir após 7 dias, pois não mata 
as lêndeas 
• Shampoo de permetrina 1% e deltametrina 
0,02% 
• Ivermectina VO dose única (200mcg/kg) 
• As lêndeas devem ser removidas com pente 
fino, após passa-lo em vinagrete diluído 1:1 em 
água morna 
FITIRÍASE (PIOLHO DOS PELOS 
PUBIANOS) 
• Os pelos acometidos geralmente são os 
pubianos e perianais e eventualmente os 
axilares, do tronco, coxas e sobrancelhas 
• Transmissão através de relação sexual 
• Prurido intenso nas áreas afetadas (virilha, 
genitália) com lesões papuloeritematosas 
• Lesões do tipo manchas azuladas podem 
aparecer pelo corpo (mácula cerúlea) por 
efeitos sistêmico de substancias liberadas pelo 
parasita 
• O diagnostico é pelo achado do parasita na 
pele e das lêndeas pelo corpo 
 
o Pulex irritans (“pulga do homem”) 
QUADRO CLÍNICO 
• A picada de pulga clássica é uma lesão 
urticariforme (urtica), ou seja, pápula pálida ou 
rósea cercada de eritema, extremamente 
pruriginosa. A intensidade da reação de 
hipersensibilidade de cada um irá determinar 
a gravidade da lesão 
LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA 
• O estrófulo, ou prurigo infantil (prurigo = 
síndrome caracterizada por pápulas bastante 
pruriginosas), é uma afecção de crianças 
pequenas especialmente entre 1-2 anos de 
vida. Uma forma semelhante pode ocorrer nos 
adultos. São lesões urticariformes, 
papuloeritematosas, encimadas por vesículas 
(seropápula de Tomasoli) ou pequenas 
crostas, mais comuns em áreas expostas e em 
crianças atópicas. Escoriações e liquenificação 
podem ocorrer (líquen urticado). A evolução é 
por surtos autolimitados 
• O prurigo de Hebra é uma reação de 
hipersensibilidade que pode ser deflagrada 
por pulgas e mosquitos, ocorrendo em 
crianças principalmente da raça negra. São 
pequenas pápulas mais palpáveis que visíveis, 
acometendo a face extensora dos membros e 
o tronco. Outras condições similares seriam o 
prurigo simples do adulto (também 
desencadeado por hipersensibilidade a 
insetos, além de causas variadas como 
exposição solar e gravidez) e o prurigo nodular, 
de etiologia desconhecida 
TRATAMENTO 
• Anti-histaminicos sistêmicos por período curto 
associado ao tratameo tópico com cremes de 
corticoide ou pasta d’água 
• No estrófulo e no prurigo de Hebra, a proteção 
contra picadas de insetos é fundamental 
(repelentes, mosquiteiros, inseticidas, 
medidas de higiene)

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