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LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA o Larva migrans cutânea o Bicho geográfico ou dermatite linear serpreante o Penetração de larva de Ancylostoma braziliensis, parasita do cão e do gato o Prurido intenso o Pápula na porção terminal (larva) seguida por um trajeto linear e sinuoso, ligeiramente saliente TRATAMENTO • Tiabendazol 5% tópico • Ivermectina dose única, repetir em 7 dias • Albendazol 400 mg/dia por 3 dias CASO CLÍNICO • Criança de 8 anos referenciada a dermatologia por lesão eritematosa muito pruriginosa no pé direito, com 15 dias de evolução que surgiu após jogar futebol na praia. A mãe refere que notou inicialmente uma pápula eritematosa, bem delimitada, com 2mm de largura no bordo externo de pé esquerdo que progrediu em trajeto serpiginoso pela planta até atingir o bordo interno do pé. Negava febre ou outros sintomas associados o Tunga penetrans: O parasita mantém a sua cabeça e corpo mergulhados na epiderme, deixando para fora apenas a porção posterior, onde se encontra a abertura genital o Surge uma pápula amarelada (batata) pruriginosa e dolorosa com um ponto escuro central, representando a porção posterior do parasito o Pode ser uma ou múltiplas lesões, cada uma com uma fêmea grávida, acometendo a planta do pé ou as pregas interdigitais ou bordas periungueais o Pápulas eritematosa com ponto escuro central o Prurido ou sensação dolorosa TRATAMENTO • Enucleação da pulga com agulha estéril após desinfecção local • Eletrocauterização com anestesia local • Infestação extensa: tiabendazol 25 mg/kg 2x/dia por 3-5 dias ou ivermectina o Sarcoptes scabiei o A transmissão normalmente ocorre pelo contato direto, inclusive o sexual, podendo também se dar, raramente, através de fômites (lençóis, toalhas, roupas etc.) uma vez que o parasita morre após algumas horas fora da pele o Pode desenvolver mesmo no primeiro contato QUADRO CLÍNICO • Inicia com pruridermia intensa, notavelmente mais intensa a noite e ao amanhecer • Lesão mais característica: túnel, de formato linear, sinuoso e coloração variável, medindo cerca de 5-15 mm. Possuindo em uma de suas extremidades uma pápula ou vesícula LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA chamada eminência acarina, local em que pode ser encontrado o S. scabiei • Pápulas, nodulos, vesículas, pústulas, escoriações, microtúneis, liquenificação e áreas de eczematização • Distribuição característica: espaços interdigitais das mãos, axilas, cintura, nádegas, mamas, pênis e face e pés • Nas crianças acomete mais palmas, plantas, couro cabeludo e pescoço • Principais complicações: infecção secundaria das lesões escoriadas (impetiginização) e glomerulonefrite ESCABIOSE CROSTOSA (SARNA NORUEGUESA) • O grande fator determinante é a alteração imunológica do paciente • Mais comum em desnutridos, etilistas graves e pacientes com as mais diversas causas de imunodeficiência • Graus variados de eritema e descamação, desde lesões localizadas nas regiões interdigitais, couro cabeludo e pavilhões auriculares até eritrodermia e ceratoses palmoplantares associadas com linfadenopatia e eosinofilia periférica • Prurido ausente ou discreto DIAGNÓSTICO LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA • Prurido noturno, lesões nas regiões cutâneas típicas e pela presença de familiares com os mesmos sintomas • Exame microscópico direto com solução de KOH 10% do raspado cutâneo das eminências acarinas ou, principalmente, das escamas dos pacientes com a forma crostos, onde podem ser identificados o S. scabiei e seus ovos TRATAMENTO • Permetrina 5%: deve ser colocada do pescoço para baixo, exceto em crianças até dez anos e imunodeficientes, nas quais a aplicação deve incluir o couro cabeludo. Essa deve ser feita à noite, após o banho, permanecendo até a retirada pela manhã. É recomendada a aplicação por duas a três noites seguidas e uma segunda após 5-7 dias. Não deve ser aplicado em crianças menores de dois anos, em gestantes e durante o aleitamento • Monossulfiram 25% em solução alcoolica (monossulfeto de tetraetiltiuram): diluir na proporção de uma parte do medicamento em duas a três de água para adultos e em três a quatro partes de água para crianças. A aplicação pode ser feita da mesma forma que a permetrina 5% com o cuidado adicional de alertar o paciente para não ingerir compostos alcoólicos pelo potencial de desenvolver o efeito antabuse (efeito dissulfiram) • Benzoato de benzila 10- 25%: apesar de bastante tradicional no tratamento da escabiose (desde 1937) e do baixo custo, vem atualmente em desuso pelo potencial de eczematizar e agravar o prurido. É a substância ativa do bálsamo-do-peru. É utilizado de forma semelhante à permetrina 5% • Enxofre precipitado 5-10% em vaselina ou pasta d'água: aplicado da mesma forma que os anteriores, é, para muitos, o tratamento de escolha para gestantes, lactantes e menores de dois anos • Lindano (gama-hexa-cloro-benzeno ou gama- hexa-cloro-ciclo-hexano) 1%: Já fora do mercado e utilizado de forma semelhante aos anteriores, constituía excelente opção terapêutica pela sua grande eficácia. Caiu em desuso pelos relatos de neurotoxicidade, sobretudo em crianças, e pela associação com neoplasias do sistema nervoso central nesta faixa etária • Ivermectina: dose única diária, utilizando o comprimido de 6 mg e respeitando o peso do paciente na dose aproximada de um comprimido pra cada 30 kg de peso (15-24 kg: 1/2 comp., 25-35 kg: 1 comp., 36-50 kg: 1 ½ comp., 51-64 kg: 2 comp., 65-79 kg: 2 ½ comp., > 80 kg: 3 comp.). Está recomendada nas formas especiais da doença (crostosa, HIV) e para pacientes com dermatite tópica (todas as demais podem causar dermatite por irritante primário), mas não como rotina para as formas clássicas, a fim de evitar resistência. Por não atuar sobre os ovos, o tratamento é repetido após uma semana para que possamos eliminar os ácaros após a sua eclosão. Deve ser evitada em crianças com menos de 15 kg, em pacientes com alteração da barreira hematoencefálica e no período de amamentação • Tratar todos os familiares • Nos primeiros 3 dias lavar toda roupa que usou, não repetir CASO CLÍNICO • Idoso, 75 anos, residente em asilo, apresenta queixa de pápulas eritematosas intensamente pruriginosas e escoriações acometendo tronco, nádegas, mãos e região escrotal. O prurido piora a noite. Cuidadora refere sintomas parecidos em mais 3 idosos o A mosca coloca seus ovos em ulcerações ou cavidades e eles se desenvolvem nos produtos da necrose tecidual o Cochliomyia macellaria, Cochliomyia homonivorox o Miíase primária (berne): as larvas são capazes de penetrar a pele sã. No Brasil é causada pelas larvas da mosca varejeira (Dermatobia hominis) o Miíase secundária (bicheira): as larvas são depositadas em feridas abertas ou em cavidades corporais (olhos, nariz, ouvido, ânus, vulva) LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA ▪ Miiase facultativa: causada por larvas que se alimentam apenas de tecido necrótico e são parasitas facultativos dos animais ▪ Miíase obrigatória: larvas que se alimentam de tecido viável, sendo parasitas obrigatórios dos animais o O diagnostico é clinico, mas em casos de miíase de cavidades mucosas é necessária complementação com exames de imagem (TC) para avaliar destruição tecidual QUADRO CLÍNICO MIÍASE PRIMÁRIA FURUNCULOIDE (BERNE) • Pode acometer qualquer parte do corpo, predominando no couro cabeludo, na face e nos membros • Pode ser foco único ou múltiplo, cada um apresentando uma larva • Surge uma pápula pruriginosa que evolui ao longo de 2-3 semanas para um nódulo furunculoide de 1-3,5cm, com orifício central dando saída a material serossanguinolento e por onde a larva pode aparecer de forma intermitente • Dor referida comouma ferroada (latejante) • Pode haver adenite satélite • Ao fim de algumas semanas (geralmente um mês), o berne pode ser expelido espontaneamente, permitindo a formação de uma cicatriz. Nesse meio tempo, o paciente sofre de dor ou incômodo e pode ainda complicar com infecção secundária, celulite ou abscesso estafilocócico QUADRO CLÍNICO MIÍASE SECUNDÁRIA OBRIGATÓRIA (C. hominivorax) • As larvas penetram ou em feridas ou em cavidades mucosas (olhos, nariz, seios paranasais, vulva, ânus), destruindo os tecidos locais com grande voracidade, causando desfigurações • As larvas movimentam-se e aparecem na ferida ou insinuando-se nas cavidades mucosas de forma intermitente, penetrando no tecido quando estimuladas • Frequentemente há infecção bacteriana secundaria, determinando febre, queda do estado geral ou sepse QUADRO CLÍNICO MIÍASE SECUNDÁRIA FACULTATIVA • Forma mais comum • Ocorrendo em pacientes com feridas abertas previas que apresentam áreas de necrose • As larvas aparecem na suuperficie de forma intermitente se movem provocando desconforto local • As larvas se alimentam de tecido necrótico • Não causam destruição do tecido adjacente, tendo bom prognóstico TRATAMENTO DO BERNE • Enucleação da larva delicadamente com uma pinça, após atraí-la para o orifício de penetração por asfixia provocada • Pode usar um esparadrapo ou pedaço de toucinho e deixar por algumas horas (a larva gruda no esparadrapo ou penetra no toucinho) • Uma pequena incisão no local pode facilitar a saída da larva • Se o procedimento não funcionar ou causar morte do berne sem sua retirada, a excisão cirúrgica está indicada TRATAMENTO DA MIÍASE SECUNDÁRIA • Retirada cuidadosa das larvas, após mata-las, utilizando-se éter ou clorofórmio 5% em óleo de oliva • A ferida deve ser desbridada • A miíase cavitaria muitas vezes necessita de uma cirurgia maior de debridamento • A infecção bacteriana secundaria deve ser tratada com antibióticos de amplo espectro para GRAM -, S. aureus e anaeróbios o Inseto do gênero Pediculus (“piolho”) o Pediculus humanus causa a pediculose do couro cabeludo o Pediculus (humanus) corporis causa pediculose do corpo o A forma infectante é a fêmea adulta fecundada LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA o Transmitida facilmente por contato interpessoal ou compartilhamento de fômites (o parasita pode permanecer vivos por poucos dias) o O piolho causa prurido e dermatoso pelo efeito da hipersensibilidade cutânea as substancias liberadas pela sua saliva e fezes o É um parasita espoliados sanguíneo, podendo contribuir para anemia ferropriva, especialmente em crianças pequenas que se alimentam mal o A maneira mais fácil de fazer o diagnóstico é após o uso do pente fino, a presença não necessariamente indica infestação ativa (diagnostico presuntivo). O encontro de adultos é o padrão-ouro para o diagnóstico. QUADRO CLÍNICO • Pediculose do couro cabeludo manifesta-se especialmente com prurido • Podem ocorrer lesões eritematosas no couro cabeludo e o paciente pode notar a presença das lêndeas (grânulos amarelo- esbranquiçados), distribuídas na base de seus cabelos. A coçadura pode causar escoriações, que podem culminar em piodermites secundárias • A pediculose do corpo provoca lesões papulourticariformes e purpúricas, com preferência pelo tronco, abdome e nádegas, associadas a escoriações (dermatite pruriginosa TRATAMENTO • Shampoo de lindano 1%, deixar por 5-10 min e enxaguar. Repetir após 7 dias, pois não mata as lêndeas • Shampoo de permetrina 1% e deltametrina 0,02% • Ivermectina VO dose única (200mcg/kg) • As lêndeas devem ser removidas com pente fino, após passa-lo em vinagrete diluído 1:1 em água morna FITIRÍASE (PIOLHO DOS PELOS PUBIANOS) • Os pelos acometidos geralmente são os pubianos e perianais e eventualmente os axilares, do tronco, coxas e sobrancelhas • Transmissão através de relação sexual • Prurido intenso nas áreas afetadas (virilha, genitália) com lesões papuloeritematosas • Lesões do tipo manchas azuladas podem aparecer pelo corpo (mácula cerúlea) por efeitos sistêmico de substancias liberadas pelo parasita • O diagnostico é pelo achado do parasita na pele e das lêndeas pelo corpo o Pulex irritans (“pulga do homem”) QUADRO CLÍNICO • A picada de pulga clássica é uma lesão urticariforme (urtica), ou seja, pápula pálida ou rósea cercada de eritema, extremamente pruriginosa. A intensidade da reação de hipersensibilidade de cada um irá determinar a gravidade da lesão LARISSA MENEZES – DERMATOLOGIA • O estrófulo, ou prurigo infantil (prurigo = síndrome caracterizada por pápulas bastante pruriginosas), é uma afecção de crianças pequenas especialmente entre 1-2 anos de vida. Uma forma semelhante pode ocorrer nos adultos. São lesões urticariformes, papuloeritematosas, encimadas por vesículas (seropápula de Tomasoli) ou pequenas crostas, mais comuns em áreas expostas e em crianças atópicas. Escoriações e liquenificação podem ocorrer (líquen urticado). A evolução é por surtos autolimitados • O prurigo de Hebra é uma reação de hipersensibilidade que pode ser deflagrada por pulgas e mosquitos, ocorrendo em crianças principalmente da raça negra. São pequenas pápulas mais palpáveis que visíveis, acometendo a face extensora dos membros e o tronco. Outras condições similares seriam o prurigo simples do adulto (também desencadeado por hipersensibilidade a insetos, além de causas variadas como exposição solar e gravidez) e o prurigo nodular, de etiologia desconhecida TRATAMENTO • Anti-histaminicos sistêmicos por período curto associado ao tratameo tópico com cremes de corticoide ou pasta d’água • No estrófulo e no prurigo de Hebra, a proteção contra picadas de insetos é fundamental (repelentes, mosquiteiros, inseticidas, medidas de higiene)
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