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ESCABIOSE HUMANA
Agente Etiológico: É causada pela fêmea fecundada do Sarcoptes scabiei, um pequeno ácaro que mede cerca de
0,3 mm
· São ectoparasitos que precisam do hospedeiro para a sua sobrevivência e reprodução. 
· Ela penetra através da camada córnea, geralmente à noite e é capaz de depositar cerca de dois a três ovos por dia, durante o período de um a dois meses. 
Transmissão: Sua transmissão normalmente ocorre pelo contato direto, inclusive o sexual, podendo também se dar, raramente, através de fômites (lençóis, toalhas, roupas etc.) uma vez que o parasita morre após algumas horas fora da pele
Trata-se de uma afecção universalmente distribuída sendo observada em diversas partes do mundo. Acomete todas as raças, idades e classes sociais, embora predomine nos indivíduos adultos de baixa renda, que moram em ambientes aglomerados e com pouca higiene.
Fisiopatologia: Apenas a fêmea tem capacidade de parasitar o ser humano, uma vez que o macho morre após a cópula. Após a fecundação, a fêmea escava pequenos túneis na camada córnea da epiderme, local onde deposita seus ovos.  Em duas semanas, novos ácaros estarão prontos para seguir a infestação.
Quadro clínico: Reação de hipersensibilidade tardia tipo IV ao ácaro, sua saliva, ovos ou fezes. 
· Prurido intenso, predominantemente noturno; 
· Distribuição típica das lesões
· A lesão clássica é o “túnel escabiótico”, uma lesão linear, peculiar e em sulco que representa o túnel escavado pela fêmea para depósito dos ovos. Este túnel consiste em uma saliência linear, de menos de 1 cm, com uma vesícula ou pápula em uma das extremidades, na qual se localiza a fêmea.
· A distribuição das lesões é característica, comprometendo pregas axilares, interdígitos das mãos e pés, cintura, nádegas, mamas, genitália masculina e punho, principalmente. 
· Em crianças, as lesões podem também se localizar no couro cabeludo, na face, na área das fraldas, nas palmas e nas plantas, e se apresentar como vesículas, pústulas e nódulos.
· As lesões não são características, apresentando-se como pápulas eritematosas, em geral escoriadas (pelo atrito da unha na pele pruriginosa). A eczematização e a infecção secundária são comuns.
Escabiose Nodular: O paciente com escabiose pode desenvolver lesões nodulares de coloração variável (coloração normal da pele, hipercrômicas ou eritematosas) localizadas nas regiões axilares e inguinais (nas crianças com alguns meses de vida) ou genital e bolsa escrotal (nos adultos e crianças). Essas lesões são muito pruriginosas e podem permanecer por muito tempo, mesmo após o tratamento adequado e, normalmente, não é possível isolar o S. scabies
delas (são desabitadas). 
Escabiose norueguesa (ou crostosa)
· É uma forma de escabiose em que o número de parasitas no hospedeiro pode chegar a milhões, sendo, portanto, uma super-infestação muito contagiosa. 
· Ocorre devido a uma deficiência imune do hospedeiro (imunossupressão grave) e não pelo ácaro em si. 
· Clinicamente, as lesões são eritêmato-descamativas, de aspecto psoriasiforme, com distribuição acral. O diagnóstico é muitas vezes difícil, pois eventualmente se assemelha aos eczemas, psoríase ou eritrodermias
Diagnóstico: Clinico, O diagnóstico de escabiose é sugerido pelo prurido noturno, lesões nas regiões cutâneas
típicas e pela presença de familiares com os mesmos sintomas.
TRATAMENTO
Tratamento de uso tópico:
A principal medicação é a Permetrina 5% (loção ou creme): deve ser aplicado no corpo todo (em adultos, poupar a região cefálica; em crianças, incluir couro cabeludo) de 1 a 3 noites seguidas, lavando o corpo na manhã seguinte. Repetir o esquema em 7 dias. 
Antiescabióticos orais: 
Como associação ao tratamento tópico, deve ser prescrito Ivermectina (6 mg/cp): 200 microgramas/kg/dia, VO, dose única. Repetir a dose em 7-14 dias. 
Se o prurido for muito intenso, o médico pode associar um anti-histamínico, como a Loratadina (10mg/cp), 01 comprimido, VO, uma vez ao dia. 
Profilaxia:
A profilaxia é destinada aos contactantes domiciliares ou moradores de instituições de longa permanência que não apresentam sintomas. O principal medicamento é a Ivermectina (6 mg/cp) 200 microgramas/kg, VO, dose única.
Orientações ao paciente: A família deve ser informada sobre cuidados necessários para impedir o ciclo de reprodução do ácaro e evitar reinfecções: 
· A roupa de cama e a roupa de uso pessoal devem ser constantemente trocadas, principalmente no dia do tratamento e nos dias anteriores;
· As roupas, após lavagem, devem ser expostas ao sol quente, complementando com ferro de passar, para eliminar o parasita; 
· Os familiares (mesmo sem sintomas) devem ser tratados no mesmo dia que o paciente. 
· As unhas devem ser mantidas curtas; 
Alternativas à Permetrina:
· Enxofre precipitado 5% (manipular em vaselina): aplicar no corpo todo (poupar região cefálica) por 3-4 noites seguidas;
· Benzoato de benzila 25% loção ou emulsão: aplicar no corpo todo (poupar região cefálica) por 4 noites seguidas. Muitos relatos de irritação local