Buscar

Resumo para AP1 de História da Educação 2019 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo para AP1 de História da Educação (2019.1)
Textos 1, 1.1 e 2. 
Texto 1:
A História da educação como disciplina curricular e científica (p.1-24)
Por que estudar História da Educação?
Você estudará a História da Educação como disciplina curricular necessária à formação de professores e de pedagogos, mas também como disciplina cientifica, ou seja, como campo de conhecimento, de estudos e pesquisas da área de Educação, entendendo que a primeira não prescinde da segunda e vice e versa.
É fundamental estudar a história da Educação, atentando-se para alguns pontos fundamentais no que se refere ao papel desempenhado pela Educação nas diferentes organizações da sociedade: a relação entre Estado e sociedade civil, o papel do Estado e sua representatividade, o modelo educacional desenvolvido para os trabalhadores e o modelo desenvolvido para as elites e o ideal de homem cidadão. [...] Por todas estas questões levantadas, entendemos que não faz sentido estudar a história da Educação como sendo algo descolado da realidade, distante e sem sentido para nossa atividade diária de educadores. 
A História da Educação tem se configurado como docência/ensino e como pesquisa científica. Como docência/ensino refere-se à História da Educação como disciplina de um curso como este que você está fazendo - de Licenciatura em Pedagogia. Como pesquisa científica, busca a interpretação das fontes para melhor conhecer o passado educacional, não para “copiá-lo ou negá-lo”, mas para ampliar nossos conhecimentos e a capacidade de análise crítica da Educação do tempo presente. Maria Lúcia de Arruda Aranha (2006, p.19). Destaca, o fenômeno educacional se desenrola no tempo e faz parte da nossa história. Portanto, a História da Educação não é apenas uma disciplina escolar presente no currículo de um curso, mas é também uma abordagem científica da realidade educacional na perspectiva histórica.
Educação, História e História da Educação
Dalarosa (1999, p.45) entende que, historicamente, cabe à Educação “o papel de socializar e formar o indivíduo para viver em sociedade”. Porém, para este autor, “o ser humano vive em condições históricas determinadas”, assim sendo, ao “mesmo tempo em que faz a história, é também, “feito” por ela”.
Entende-se por história: 
“Os fatos ou acontecimentos, também, o campo de conhecimento que faz a narração metódica desses mesmos fatos: ainda, para designar o conjunto de conhecimentos sobre as transformações do passado; finalmente para referir-se ao conjunto das obras referentes à história. (LOMBARDI, 2004, p.1)
Quanto à História da Educação, Lombardi afirma que esta tem como “objeto de investigação - a Educação -, a partir dos métodos e teorias próprias à pesquisa e investigação da Ciência da História” (2004, p.7).
História da Pedagogia e/ou História da Educação
Para Aranha, (2006), conhecemos mais sobre a História da Pedagogia e de suas doutrinas pedagógicas do que propriamente das práticas de Educação.
Vejamos o que explica Franco Cambi sobre a história da “História da Pedagogia” e a “História da Educação”:
 A história da pedagogia no sentido próprio nasceu entre os séculos XVIII e XIX e desenvolveu-se no decorrer deste último como pesquisa elaborada por pessoas ligadas à escola, empenhadas na organização de uma instituição cada vez mais central na sociedade moderna (para formar técnicos e para formar cidadãos), preocupadas, portanto, em sublinhar os aspectos mais atuais da Educação-instrução e as ideias mestras que haviam guiado seu desenvolvimento. A história da pedagogia nascia como uma história idelogicamente orientada, que valorizava a continuidade dos princípios e dos ideais, convergia sobre a contemporaneidade e construía o próprio passado de modo orgânico e linear; pondo particular acento sobre os ideais e a teoria, representada, sobretudo, pela filosofia. Tratava-se de uma história persuasiva, por um lado, e teoreticista, por outro, sempre muito distante dos processos educativos reais, referentes às diversas sociedades, diferenciados por classes sociais, sexo, idade; distantes das instituições em que se desenvolviam (a família, a escola, a oficina artesanal e, em seguida, a fábrica, mas também o seminário ou o exército etc.); distante das práticas de Educação ou de instrução, das contribuições das ciências, sobretudo humanas, para o conhecimento dos processos formativos (em primeiro lugar, psicologia e sociologia). (...) (CAMBI, 1999, p.23-4).
É a partir dos anos de 1970, que um novo modo de fazer a história dos eventos pedagógicos e educativos vai se consolidando, rompendo com o que então estava instituído. Dessa forma, vai se impondo uma pesquisa mais problemática e pluralista, podendo ser definida, então, como a História da Educação que toma “a noção de Educação, seja como conjunto de práticas sociais, seja como feixe de saberes”. (CAMBI, 1999, p.24).
Desde a metade dos anos 70, a passagem da história da Pedagogia para uma mais rica e orgânica história da Educação tornou- -se explícita, insistente e consciente, afirmando-se como uma virada decidida e decisiva. E não se tratou de uma simples mudança de rótulo; pelo contrário: tratou-se de uma verdadeira e legítima revolução historiográfica que redesenhou todo o domínio histórico da Educação e todo o arsenal de sua pesquisa. 
Atividade 1:
Com base nas considerações trazidas nesta aula, discorra sobre as diferenças e afinidades entre a História e a História da Educação.
R: A diferença entre História e História da Educação é que esta última apresenta em seu nome o tema de estudo de seu objeto de investigação: a Educação. É um campo científico que estuda a Educação numa abordagem histórica. Para alguns autores, não existe história da Educação, já que a Educação é parte integrante da história, mas a história não é da Educação. Mas também não existe história nem Educação sem a ação humana. Sendo assim, historiadores e historiadores da Educação tratam da história tendo em vista a ação do homem no tempo, no caso do historiador da Educação - da ação do homem no tempo em relação à Educação. Dessa forma, há necessidade de uma convergência dos campos nos que diz respeito a teorias, métodos, abordagens, enfoques e fontes.
História da Educação como disciplina escolar
Conforme Vidal e Faria Filho (2005), em 1928, a disciplina História da Educação seria introduzida no currículo da Escola Normal do Distrito Federal (então Rio de Janeiro), no bojo da Reforma de Fernando Azevedo da instrução pública do Distrito Federal, iniciada em 1927, que, entre outras ações, reorganizou o curso de formação para o magistério. De acordo com esses autores, a disciplina História da Educação surgia: no contexto das reformas [educacionais] que, nos anos 1920, pretendiam modificar a Educação nacional, introduzindo princípios da escola ativa, posteriormente aglutinados em torno do ideal da Escola Nova, no ensino primário e elevando o preparo docente pela ampliação e especialização do curso Normal. (VIDAL; FARIA FILHO, 2005, p.88).
Em 1932, outra reforma educacional, a empreendida por Anísio Teixeira, transformou a Escola Normal do Distrito Federal em Instituto de Educação, integrando a História da Educação à Filosofia da Educação como uma única disciplina curricular das escolas de formação para o magistério, denominada História e Filosofia da Educação.
No período de (1947 -1951) Anísio Teixeira, construiu em Salvador o Centro Popular de Educação Carneiro Ribeiro (mais conhecido como Escola Parque), uma experiência de Educação integral.
Os cursos normais e os cursos de Pedagogia incluíram a História da Educação em seus currículos, unida à Filosofia da Educação, geralmente de responsabilidade de professores de orientação religiosa, como padres, seminaristas e cristãos em geral.
Entretanto, na leitura de Dermeval Saviani (2013), não foi no decreto de criação do curso de Pedagogia, baixado por Capanema, em 1939, que a vinculação da História da Educação à Filosofia da Educação ocorreu efetivamente. 
Segundo Saviani, “pelo referido decreto, o currículo de Pedagogia incluía Históriada Educação no segundo e terceiro anos, 15 História da Educação e Filosofia da Educação apenas no terceiro ano, sendo, pois, tratadas como duas disciplinas distintas e autônomas entre si” (2013, p.158).
Continua o autor dizendo que, somente pela instituição da Lei Orgânica do Ensino Normal, através do Decreto-lei nº 8.530, de 2 de janeiro de 1946, irá aparecer no currículo do curso normal a disciplina Lei Orgânica do Ensino Normal denominada História e Filosofia da Educação, sendo adotada também no curso de Pedagogia da Universidade de São Paulo – USP.
O que foi a Lei Orgânica do Ensino Normal:
 Em 1942, por uma iniciativa de Gustavo Capanema, iniciam-se as reformas de ensino, de níveis primário e secundário e do ensino técnico profissional: industrial, comercial, normal e agrícola, que ficaram conhecidas como “leis orgânicas do ensino” ou reformas Capanema, que se estendem até 1946.
A trajetória da História da Educação como disciplina do curso de Licenciatura em Pedagogia, na modalidade presencial, da Unirio.
Observe que a História da Educação irá se desdobrar em vários componentes curriculares ao longo do tempo. Eles se modificam, são extintos ou se ampliam de acordo com as necessidades impostas de conhecimento à formação do pedagogo, considerando as características do currículo de flexibilidade e atualização à medida que o próprio curso de Pedagogia vai se modernizando. O que se mantém é o seu objetivo principal: o ensino da História da Educação como um dos fundamentos da Educação.
Apresentar as ementas de algumas disciplinas tem por objetivo que você percebe a gama de conhecimentos que a História da Educação pode oferecer nos seus diversos componentes curriculares, como também acontece no curso de pedagogia a distância. As mudanças ocorrem à medida que as pesquisas no campo da História da Educação se ampliam, provocando a produção de novos conhecimentos, ressignificando ou complementando os já existentes.
A trajetória da História da Educação como disciplina do curso de Licenciatura em Pedagogia, na modalidade a distância, da Unirio.
É importante que você conheça a história desta disciplina do seu currículo. Criado na Unirio, desde 2001, o Curso de Graduação em Pedagogia – Licenciatura para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, da Escola de Educação, é legalmente instituído pela Resolução nº 2642, de 16 de novembro de 2005 retroagindo esta ao segundo semestre de 2001. (Cf Boletim Interno, de novembro de 2005, p.3)
Art. 1º Fica aprovada a criação do Curso de Graduação em Pedagogia – Licenciatura para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental, da Escola de Educação, conforme matriz curricular anexa à presente Resolução.
 Parágrafo Único – A criação de que 19 História da Educação trata o caput deste artigo está registrada na Ata da 212ª Sessão do Conselho de Ensino e Pesquisa, de 28 de junho de 2001, que aprovou a proposta de criação do Curso de Pedagogia a distância em Convênio com o Consórcio CEDERJ (Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro). 
Art. 2º Esta Resolução retroage ao segundo semestre de 2001.
A História da Educação como disciplina científica: campo de estudos e pesquisas
Conforme Aranha (2006), a partir das décadas de 1930 e 1940 foram criadas, no âmbito das mais recentes instituições de ensino superior no Brasil, as universidades, as faculdades de Educação. Isso proporcionou estudos e pesquisas e elaboração de monografias e teses decorrentes nesta área e mais especificamente na produção de uma história da Educação mais autônoma. 
No período da ditadura militar, a reforma universitária instituída pela Lei nº 5.540, de 28 de novembro 1968, propiciou a criação dos cursos de Pós-Graduação no Brasil, entre eles, os de Educação. A partir desses cursos, várias pesquisas foram realizadas, tendo em vista a elaboração de teses neste campo de estudos, entre as quais aquelas com abordagem histórica. Desta maneira, o ensino e a pesquisa em História da Educação passaram a se constituir como um campo articulado de conhecimento. Desses programas, o da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC-Rio foi o primeiro a se constituir em 1965, seguido do programa da PUC-SP, em 1969, e vários outros ao longo do tempo. O curso de pós-graduação em Educação na Unirio só irá surgir em 2004.
Nessa trajetória, vão surgindo diversos grupos de estudo e pesquisa focados na História da Educação. Em 1984, é criado o grupo de trabalho “História da Educação” da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped – entidade criada em 1976). Em 1986, sob a coordenação de Dermeval Saviani, é criado o grupo de estudos “Histó- ria, sociedade e Educação no Brasil (HISTEDBR), ligado ao Programa de Pós-Graduação da UNICAMP. O HISTEDBR tem como preocupação investigar a História da Educação pela mediação da Sociedade, buscando uma compreensão global da Educação em seu desenvolvimento.
O que estuda o historiador da Educação e como ele pesquisa? 
O historiador da Educação estuda e pesquisa, por exemplo, a história das instituições escolares e educacionais, o próprio ensino de História da Educação, a história da Educação feminina, a história da formação docente, o ensino das disciplinas escolares, entre tantos outros exemplos. Para isso, é necessário que o historiador da Educação tenha direções metodológicas em busca de fontes documentais, sejam elas escritas ou não.
Neste sentido, assim como o historiador, o historiador da Educação também se utiliza de fontes documentais:
 • Escritas Textuais (manuscritas ou impressas) – como atas, leis e regulamentos, pareceres, cartas, memorandos, diários, biografias, jornais, revistas, discursos, mapas de notas, correspondência, cadernos escolares, relatórios, processos, dossiês de alunos e professores, entre tantas outras possibilidades;
 • Iconográficas - carte de visite, daguerreotipo, negativo de vidro, cartão postal, fotografias, charges, caricaturas, desenhos, estampa, telas, incluindo também a documentação cartográfica como mapas, plantas, croquis;
 • Documentação audiovisual – fonográfica, micrográfica, eletrônica, multimeios como filmes, discos, CD-Rom, DVD, fitas magné- ticas, microficha; 
• Fontes orais – por meio de entrevistas e depoimentos. 
De modo geral, documento é entendido na sua forma “clássica e genérica” como “qualquer elemento gráfico, iconográfico, plástico ou fônico” sendo “produzido por razões funcionais, jurídicas, científicas, culturais ou artísticas pela atividade humana”, nos explica Heloisa Liberalli Bellotto (1991, p.14).
A documentação conservada em arquivos, entre estes os arquivos escolares, museus, bibliotecas, centro de documentação são ferramentas fundamentais para que a narrativa do historiador da Educação possua argumentos. 
Mas o historiador da Educação também tem-se utilizado do uso das tecnologias da informação e comunicação. Isso possibilita a consulta rápida a bancos de dados de bibliotecas, arquivos, museus e centros de documentação, disponibilizados via internet. Assim, é possível acessar fontes documentais, iconográficas, audiovisuais, entre outras.
 O fenômeno educacional se desenrola no tempo e faz parte da nossa história. Esse estudo não pode ser algo descolado da realidade, distante e sem sentido para a atividade cotidiana de ensino do professor. Para que o ensino aconteça, é necessário conteúdo e material como livros, artigos, manuais, material didático-pedagógico. Mas também a validade desse material pode ser “testada” nas atividades de ensino. Podemos dizer que o conteúdo, o ensino e a produção desse material são frutos das atividades de pesquisa. 
O historiador da Educação pesquisa sobre a história das instituições escolares e educacionais, o próprio ensino de História da Educação, a história da Educação feminina, as práticas pedagógicas, a história da formação docente, o ensino das disciplinas escolares, o material escolar, as técnicas e métodos de ensino, o currículo, utilizados no cotidiano escolar em seus diversos tempos e espaços.Esses estudos levam a repensar o ensino e, ao mesmotempo, constitui material e conteúdo de ensino.
O que é Historiografia da Educação?
 Historiografia é arte de escrever a história. (...) 2. Estudo histórico e crítico acerca da história e dos historiadores”
Para Lombardi, historiografia é: um campo de estudo que tem por objeto de investigação as produções históricas e por objeto de estudo o educacional. Apesar de ser um campo recente, a historiografia da Educação praticamente reproduziu as características da produção historiográfica, com trabalhos onde a produção no campo da história educacional é de caráter descritivo, com ênfase nos aspectos formais da produção (tema, período, fontes, etc.); mas também possuindo alguns trabalhos que fazem uma análise dessa mesma produção a partir de seus pressupostos metodológicos e teóricos”. (LOMBARDI, 2004, p.9)
 “O Presentismo considera que o historiador é influenciado pela cultura, valores e referências da época em que vive, sendo, portando, relativo todo o conhecimento produzido sobre o passado. Na concepção presentista, o historiador observa o passado a partir do ponto de vista do presente”. Para os presentistas, não se deve temer o esgotamento da documentação. (Clark, Nascimento, Bonato. “Do presentismo ao hipercriticismo”
Atividade 3
Considerando-se que todos os tipos de fontes podem ser válidos para o entendimento do mundo e da vida dos homens, tem- -se que convir que o tipo de fonte a ser utilizada decorre, em grande medida, do objeto de investigação. Discorra acerca das fontes históricas para o trabalho do historiador e do historiador da Educação contemporâneos.
R: 1. Ressaltar que é a fonte histórica que fundamenta e embasa o trabalho do historiador da Educação e do historiador, conferindo a credibilidade científica ao seu ofício de reconstrução do passado;
 2. Assinalar que as fontes históricas são produtos da ação do homem no tempo, sendo produzidas com ou sem intencionalidade; 
3. Indicar que, a partir da ampliação dos objetos de investigação do trabalho historiográfico, demandam-se novas fontes documentais, ampliando-se mesmo o sentido da palavra documento, não mais restrito à palavra escrita: monumentos, registros orais, fotografias, filmes, quadros, enfim, tudo o que é produzido pelo ser humano em sociedade;
 4. Evidenciar o papel ativo do historiador na escolha, organização e interpretação das fontes históricas, de acordo com o seu objeto de investigação.
Resumindo, sabemos que a pesquisa é necessária para compreendermos as maneiras como, em tempos e espaços distintos, homens e mulheres organizaram e organizam seus modos de aprender e de transmitir seus fazeres e saberes. É importante que o futuro pedagogo estude (seja como disciplina escolar ou como atividade de pesquisa) a história da Educação, não para copiá-la ou negá-la, mas sim para ampliar as possibilidades de conhecimentos do passado, e assim pensar suas práticas pedagógicas e educacionais no presente, disponibilizando aos seus alunos uma prática pedagógica consistente.
Texto 2:
Educação no Mundo Moderno
 O mundo moderno começa a ser construído a partir de alguns marcos históricos importantes: o Renascimento; o Humanismo; a ascensão da burguesia e o fortalecimento do modo de produção capitalista; a Reforma Protestante marcando a forte oposição da Igreja Católica; a Contrarreforma.
Contextualização Histórica: os Principais Pressupostos da Modernidade
De acordo ainda com Martins (2007), a partir do final do século XV e início do século XVI, observamos uma gradativa mudança de mentalidade, buscando-se valorizar o Homem. Nesse período surge um movimento cultural denominado Renascimento, caracterizado pela busca do rompimento com o mundo medieval, a compreensão do mundo dos homens e a valorização da cultura greco-romana. Desta forma, começa a se consolidar o Humanismo, tendo como “meta a construção de uma nova imagem de homem, a valorização da literatura greco-romana e a busca de ampliação dos conhecimentos.” (MARTINS, 2007, p.144).
Era necessário mudar a linha cultural da educação, porque vinha surgindo lentamente um homem que precisava mudar o modo de trabalhar; passava-se da produção artesanal para a manufatura; precisava ser instruído; a política deveria ser conduzida não apenas por aqueles que herdavam o poder por laços de sangue, mas por aqueles que demonstrassem astúcia e sagacidade na arte de comandar. A ignorância começa a ser vista como um mal que devia ser sanado, porque a prosperidade de um país dependia de homens instruídos. (MARTINS, 2007, p.146)
A Modernidade representa uma ruptura geográfica, econômica, político, social, ideológica, cultural e pedagógica. 
Analisando as principais consequências ocorridas nesse período, destacamos o surgimento do sistema capitalista, marcando uma ruptura com o sistema feudal. Conforme Cambi (1999), este novo modo de produção vai ser responsável pela exploração de todo recurso natural, humano e técnico. 
Uma das principais rupturas políticas ocorridas foi a instituição do Estado Moderno centralizado, controlado pelo rei soberano e organizado com a racionalidade de eficiência e da prosperidade econômica. A nova classe social que surge com essas transformações é a burguesia, que além de nascer nas cidades e incentivar o nascente sistema capitalista de produção, concebe uma visão do mundo laica e racionalista. 
As transformações ideológicas e culturais produzidas pela Modernidade têm a função de modificar a mentalidade até então vigente e promover a história do homem com a nova visão de progresso e liberdade. Principalmente, tentar modificar a visão religiosa do mundo e dos saberes da razão, que existia anteriormente, promovendo uma visão mais analítica e experimental.
Há um abalo nos fundamentos morais e políticos da sociedade feudal, o rompimento dos velhos poderes políticos e o advento da grande burguesia moderna, junto com as mudanças culturais que tudo isso implica. As velhas corporações artesanais se modificam, trazendo consigo as novas formas de produção do mundo capitalista.
Procurava-se afastar o pensamento teocêntrico, Centrado em Deus, e valorizar os valores antropocêntricos, centrados no homem. Como exemplos, podemos citar os estudos da medicina que ampliaram os conhecimentos de anatomia. Outro exemplo importante foi o de Copérnico que através do sistema heliocêntrico, possibilitou uma nova imagem do mundo.
A educação, por sua vez, vai procurar bases não religiosas, buscando a propagação dos valores burgueses. Essas transformações provocaram outras que envolveram: as grandes navegações, a Reforma Protestante, a Contrarreforma e a utilização das línguas nacionais, dentre outras.
 Os Estados Nacionais apoiaram não só a nova classe social em ascensão, a burguesia, como também a realização das transações comerciais, baseadas no Mercantilismo, fazendo parte do modo de produção capitalista nascente. Com o Renascimento, os negócios da burguesia europeia nascente ampliaram-se.
 A Revolução Comercial do século XVI foi decorrência da decadência do feudalismo que retirava a riqueza da posse de terras. Para fortalecer o poder dos Estados Nacionais, a burguesia fez aliança com os reis, consolidando assim as monarquias absolutistas.
Essas modificações produziram também uma revolução na educação e na pedagogia. A transformação ocorre através do sentido laico e racional que organiza os saberes e transforma a visão de mundo. O modelo imposto é o homo faber, ou seja, do sujeito como indivíduo que atua nas cidades e, posteriormente, no Estado. Logo, a função da Educação passa a ser formar indivíduos que sejam ativos na sociedade. 
Mudam também os meios educativos, a escola, por sua vez, torna-se o lugar central e funcional da sociedade, seja através da ordem e da produtividade, seja através da criação de competências necessárias ao novo modo de produção capitalista. As teorias pedagógicas, também mudam, levando em consideração a implicação histórica e empírica. Valoriza-se, o estudo analítico e experimental. Nesse período da Modernidade, nasce a Pedagogia não só como ciência, mas também como pedagogiasocial, cuja função é formar o homem-cidadão e produtor.
Duas instituições educativas, em particular, sofrem uma profunda redefinição e reorganização na Modernidade:
 A família e a escola, que se tornam cada vez mais centrais na experiência formativa dos indivíduos e na própria reprodução (cultural, ideológica e profissional) da sociedade. A ambas é delegado um papel cada vez mais definido e mais incisivo, de tal modo que elas se carregam cada vez mais de uma identidade educativa, de uma função não só ligada ao cuidado e ao crescimento do sujeito em idade evolutiva ou à instrução formal, mas também à formação pessoal e social ao mesmo tempo. 
Dessa forma, a família e a escola assumem um papel central na sociedade moderna, ampliando os seus âmbitos para o trabalho, através das novas fábricas, assim como o controle do tempo livre através do associacionismo. Os conteúdos escolares são procurados nas obras clássicas e o estudo do latim e do grego era necessário para novas descobertas. 
A institucionalização da escola na Idade Moderna tem como fatores determinantes as mudanças socioculturais, econômicas e políticas que ocorreram a partir do século XVI, já sinalizadas: a implantação do modo de produção capitalista, a Reforma protestante, a Contra-Reforma feita pela Igreja Católica Apostólica Romana e a instauração da visão humanista.
Na Idade Moderna, a partir dos séculos XV e XVI, a instituição escolar começou a se preocupar com a divisão por idade nas classes tendo em vista uma mudança de mentalidade em relação à infância e à família. Gradativamente, a criança deixou de ser considerada como um adulto em miniatura, e por isso precisava ser educada moral e intelectualmente. Nessa direção, era preciso criar instituições que separassem as crianças do mundo adulto, formando-as por meio de uma disciplina rigorosa, com valores e saberes do mundo novo que se constituía. Era preciso formar esse novo Homem e os colégios passaram a ser espaços privilegiados para isso. Logo, o desenvolvimento da cultura moderna abrangerá as dimensões religiosas, científicas e políticas.
Reforma Protestante e a Instituição da Escola Moderna
Nasce o movimento Protestante que utilizará Princípios do Humanismo para questionar as crenças e práticas religiosas da Igreja Católica Apostólica Romana, entre elas o autoritário do poder papal. Foram três Movimentos principais que representaram a ruptura sustentada em interesses políticos nacionalistas e econômicos: luteranismo, calvinismo e anglicanismo.
Segundo Lutero, povo não deveria ser somente depositário da catequese e da evangelização. Nesse sentido, a educação deveria ser laica e estatal, constituindo um avanço em direção à publicização e disseminação da educação formal. Podemos dizer que a Reforma Protestante envolveu um movimento político, social, econômico e religioso. Teve início na Alemanha com Lutero, em 1517, produzindo a separação de uma parte da Igreja Católica, que se tornou protestante.
De acordo com Lutero, cada homem deveria interpretar as Sagradas Escrituras de acordo com a sua consciência. Ele reivindicava: 
• uma reforma educacional em todos os níveis de ensino, do elementar à universidade;
 • uma educação que não fosse monacal, anti-mundana e rígida; 
• um sistema de ensino estatal;
 • a obrigatoriedade do ensino, que teria como ponto central a formação religiosa (MARTINS, 2007, p.146)
. “Ao dar iguais condições de leitura e interpretação da Bíblia a todos, a educação tornou-se importante instrumento para divulgação da Reforma” (ARANHA, 2006, p. 127).
A propagação do Protestantismo ressaltou a necessidade de alfabetizar e de transmitir conhecimentos através da instrução devido a vários motivos: para os protestantes, todas as pessoas deviam ler e interpretar a Bíblia sem a mediação do clero; para os capitalistas, era preciso empregados com um mínimo de instrução, para que as tarefas fossem melhor executadas na manufatura e no comércio.
Atividade 1:
Baseado nas assertivas de Lutero, recortadas de Manacorda (2006), compare o que pensava o reformador sobre o trabalho manual e acerca do trabalho intelectual no seu tempo e estabeleça a relação com o pensamento burguês que se constituía.
R: O pensamento de Lutero parte de uma visão religiosa que valoriza todo o tipo de trabalho necessário à condição humana. Assim, para ele, todo tipo de trabalho é importante, não cabendo que se pense que há uma supremacia de um sobre o outro, ou melhor dizendo, que há uma separação total no exercício de um ou outro.
O movimento de disseminação da escola elementar e pública se efetivou, principalmente, nos países protestantes. Ainda no século XVI algumas cidades da Alemanha já reivindicavam um sistema de instrução popular. Lutero será um dos responsáveis no sentido de efetivar um novo sistema escolar na Alemanha.
Atividade 2:
Qual a importância da institucionalização da escola no mundo moderno?
R: É importante compreender a importância do movimento cultural do Renascimento, da Reforma e da Contrarreforma para o processo de institucionalização da escola no mundo moderno. E que o modo de produção capitalista em ascensão vai criando caminhos para a consolidação da instituição escola tendo em vista a importância que a instrução escolar ganhou a partir do século XVI, ou seja, como possibilidade de formação desse novo Homem que se constituía por meio de uma disciplina rigorosa. Assim, era preciso separar crianças do mundo adulto para que não fossem influenciadas por uma concepção de mundo “atrasada”, apresentando valores e saberes do novo mundo que se constituía e nada melhor do que se criar uma instituição laica para isso – a escola.
. Como principais avanços do período, podemos destacar a estruturação da Educação na escola primária pública e a imposição do ensino ser efetuado na língua nacional, em substituição ao latim, que era imposto anteriormente. No entanto, para o estrato social de trabalhadores, uma educação primária elementar; já para as camadas superiores da sociedade, um ensino médio e superior (ARANHA, 2006).
Um outro avanço importante, proposto por Lutero, foi a defesa da educação universal e pública que deveria ser de competência do nascente Estado Nacional. Ele “criticava o recurso a castigos, bem como o verbalismo da Escolástica. Propôs jogos, exercícios físicos, música – seus corais eram famosos; valorizou os conteúdos literários e recomendava o estudo de história e das matemáticas” (ARANHA, 2006, p. 127).
Manacorda (2006) discorre que, embora aqui não apareça claramente a exigência de uma cultura popular, é, porém, de grande importância histórica a tomada de consciência do valor laico, estatal da instrução, concebida não mais como algo reservado aos clérigos, mas como fundamento do próprio Estado.
A Contrarreforma: a Reação da Igreja Católica e a Companhia de Jesus
A Contrarreforma marca a forte oposição da Igreja Católica à propagação da Reforma Protestante. Foi instituído o Concílio de Trento (1545-1563) que dava as diretrizes educativas da Igreja Católica Apostólica Romana, como resposta ao Protestantismo. Propuseram a disseminação de seminários para a formação do clero e surgiram novas ordens religiosas que deveriam se espalhar pelo mundo para consolidar a evangelização católica. Neste sentido, entre as importantes deliberações, o Concílio permitiu o funcionamento da Companhia de Jesus, em 1540.
Em 1599, foi publicada a Ratio Studiorum contendo um conjunto de normas instituídas pela Companhia de Jesus. O Ratio designava as diretrizes da ação pedagógica dos jesuítas conforme destaca Manacorda (2006). Os estudos denominados inferiores eram previstos em seis anos. Eram administrados cursos de Gramática, Humanidades ou Poesia e de Retórica. 
O estudo superior era de três anos e compreendia o estudo de Filosofia, abrangendo Lógica, Física, Ética e Metafísica, que abrangia Matemática e Fisiologia. Após tudo isso e um período de Prática de Magistério, passava- -se quatro anos estudando Teologia.
Principais Críticas ao Ensino Jesuítico
Eles não se preocuparem com o ensino científico,privilegiando apenas o clássico religioso. Outra crítica é a não utilização do idioma nacional, o que facilitaria o entendimento dos estudantes. As normas rígidas eliminavam a espontaneidade, ou seja, a educação se dava de forma passiva. Este tipo de ensino foi importante para os filhos das elites, que eram preparados para as grandes universidades. No entanto, era muito pouco eficiente para os filhos das classes mais pobres do ensino elementar. “Quanto ao conteúdo, não houve inovação, os alicerces epistemológicos estavam ‘fincados’ na filosofia medieval de Santo Tomás de Aquino” (FRANCISCO FILHO, 2005, p. 135).
A crítica principal ao ensino ministrado pela Companhia de Jesus era quanto à questão decadente e ultrapassada. O ensino que distanciava os alunos da vida prática, ou seja, da formação de um homem proveniente do saber na revolução nas ciências e nas técnicas para transformar o mundo. 
A Didática Magna de Comenius
Nesse contexto, surgem propostas para a universalização do ensino elementar público e gratuito. É nesse século que se destaca a figura de Comenius. Para ele “o homem é um microcosmo que faz a interlocução entre a natureza e Deus” (BETTINI, 2006, p.91|).
Segundo Aranha, o pedagogo pretendia: tornar a aprendizagem eficaz e atraente mediante cuidadosa organização das tarefas. Ele próprio se empenhava na elaboração dos manuais – uma novidade para a época – e minuciosamente detalhava o procedimento do mestre, segundo gradações das dificuldades e com ritmo adequado à capacidade de assimilação dos alunos. (2006, p.157)
Desse modo, além de defender “a existência de um órgão central para acompanhar o processo educacional”, Comênio acreditava que a escola deveria ser “diferente para cada idade, onde todo o ensino devesse ser planejado, pensado, estudado...” (2005, p.143). Em Comênio, já se encontra a idade do homem dividida em períodos, a saber: a Infância, a Puerícia, a Adolescência e a Juventude. Assim, cada um desses períodos merecia um tipo de educação.
Atividade final:
Você aprendeu que protestantes e católicos, no mundo moderno, se interessaram pela ação pedagógica. Por que isso aconteceu?
R: O movimento Protestante utilizará Princípios do Humanismo para questionar as crenças e práticas religiosas da Igreja Católica Apostólica Romana, entre elas: suas concepções e práticas educativas. Lutero reivindicava uma reforma em todos os níveis de ensino e uma educação não monacal e estatal, porém que propiciasse uma formação religiosa, abalando a hegemonia da Igreja e de suas escolas. Aliado a esse pensamento, por outro lado, para os capitalistas burgueses, era preciso empregados com um mínimo de instrução para que executassem da melhor forma possível o seu trabalho. A Igreja Católica reage ao Protestantismo com a Contrarreforma. O Concílio de Trento (1545-1563) apresentou novas diretrizes educativas da Igreja Católica Apostólica Romana, propiciando o surgimento da Companhia de Jesus, em 1540. Esse movimento recomendou ainda a criação de novas escolas e reorganizou as escolas católicas das catedrais, dos mosteiros e conventos. Autorizou o ensino da Gramática no nível secundário e que a instrução fosse gratuita aos alunos pobres, assim disseminando a catequese.

Continue navegando