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Princípios Ambientais e Crimes no Brasil

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Atividade 1:
Leia atentamente o material referencial da disciplina, E-book da Unidade 1 e atenda às solicitações abaixo: 
1 – Escolha e discorra a respeito de três dos princípios ambientais existentes, justificando o motivo de sua escolha e sua importância para a proteção do Meio Ambiente.
2 – Relacione os princípios ambientais escolhidos com algum crime ambiental recente ocorrido no Brasil, analisando se foram devidamente respeitados.
· Princípio da preservação: O principio da preservação tem em vista os danos sofridos no meio ambiente como irreversíveis, sendo assim, a constituição impõe como dever de todos a busca pela preservação do meio-ambiente. Encontra-se esse principio no artigo 225 da Constituição Federal de 88. 
Detalhes da Jurisprudência
Processo: REsp 1213046 MT 2010/0169349-9
Órgão Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA
Publicação: DJe 25/08/2020
Julgamento: 6 de Outubro de 2016
Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN
Ementa
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. MEIO AMBIENTE. INEXISTÊNCIA DE LICENÇA AMBIENTAL. ICMBIO. AUSÊNCIA DE DANOS. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO. PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS GUIMARÃES. CENTRO DE VISITANTES DA CACHOEIRA "VÉU DE NOIVA". POSSIBILIDADE DE O PODER JUDICIÁRIO EXAMINAR O MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO. HISTÓRICO DA DEMANDA 1.
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso e o Município de Chapada dos Guimarães propuseram Ação Civil Pública contra o Ibama, impugnando a implantação de "Centro de Orientação e Informação" ("Centro de Visitantes") no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, nas proximidades da cachoeira "Véu de Noiva". DESNECESSIDADE DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL
2. O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães foi alvo da ocupação de grileiros e posseiros, que destruíram veredas e vegetação das margens dos rios, represaram cursos d'água e desmataram grandes áreas em seu interior. Em decorrência dessas agressões foi construído o Centro de Orientação e Informação, em caráter emergencial, sobretudo para garantir a fiscalização dessa notável Unidade de Conservação.
3. A construção, in casu, destinada a salvaguardar o próprio Parque, não apresenta potencial de dano que exija a elaboração de Estudo Prévio de Impacto Ambiental. Ademais, a construção foi precedida de estudo técnico do Instituto Matogrossense de Engenharia de Avaliações e Perícias, que constatou a sua viabilidade no local. A legislação florestal admite obra ou construção em Área de Preservação Permanente, desde que de "utilidade pública" ou "interesse social". OBRIGATORIEDADE DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
4. Na hipótese dos autos, embora seja evidente o "interesse público" da intervenção, toda atividade potencialmente danosa ao meio ambiente necessita de regular licenciamento ambiental. A licença ambiental, mesmo em empreendimento público a cargo do próprio órgão ambiental, não pode ser implícita.
5. De rigor, então, a declaração da desnecessidade de elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, devendo o órgão ambiental, no entanto, providenciar a respectiva Licença Ambiental do empreendimento
6. Recurso Especial parcialmente provido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça: ""A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do (a) Sr (a). Ministro (a)-Relator (a)."Os Srs. Ministros Og Fernandes, Mauro Campbell Marques e Assusete Magalhães (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Dr (a). GUSTAVO LEONARDO MAIA PEREIRA (Procurador Federal), pela parte RECORRENTE: INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE Dr (a). MARIO LUZ BONSAGLIA, pela parte RECORRIDA: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL"
Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/923473458/recurso-especial-resp-1213046-mt-2010-0169349-9
· Princípio da Precaução: Encontra-se no art. 225, §1º, incisos IV e V da CF, bem como nas seguintes leis: Lei 6938/81, Lei 9605/98, Lei 11105/2005 e Lei 12187/2009. Ele está ligado à busca da proteção do meio ambiente para, assim, garantir a integridade da via humana.
Detalhes da Jurisprudência
Processo: AI 0132082-60.2020.8.13.0000 MG
Órgão Julgador: Câmaras Cíveis / 19ª CÂMARA CÍVEL
Publicação: 29/09/2020
Julgamento: 24 de setembro de 2020
Relator: Bitencourt Marcondes
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. BEM JURÍDICO DE CARÁTER COLETIVO. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. RECURSO NÃO PROVIDO.
1. Nas ações civis por danos ambientais, a inversão do ônus da prova não decorre da constatação da hipossuficiência da parte, mas sim do caráter coletivo do bem jurídico tutelado e do princípio da precaução. Precedentes no Superior Tribunal de Justiça.
2. A responsabilidade civil ambiental é objetiva e a obrigação de reparar o dano é propter rem, não cabendo a discussão acerca da responsabilidade subjetiva do possuidor pela prática da infração ambiental.
3. Nas demandas civis de natureza ambiental fundadas na responsabilidade objetiva, a solidariedade está na obrigação de o proprietário ou o arrendatário responderem integralmente pela reparação, a critério do credor, sendo incompatível, portanto, com o instituto do chamamento do processo, em que essa possibilidade pressupõe a divisibilidade da obrigação, característica da obrigação solidária existente no direito civil.
Disponível em: https://tj-mg.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/941829246/agravo-de-instrumento-cv-ai-10000190806711006-mg
· Princípio do poluidor pagador: Esse princípio está no art. 225, §§1º, inciso V, 2º e 3º e art. 170, inciso VI e art. 186, inciso II, todos da CF; arts 4º, inciso VII e 14, §1º, ambos da Lei 6938/81. Ele estabelece que quem consumir e utilizar recursos ambientais deverá arcar também com o prejuízo que a exploração causará ao meio ambiente. 
Detalhes da Jurisprudência:
Processo: AC 1384 MA 2007.37.00.001384-2
Órgão Julgador: QUINTA TURMA
Julgamento: 17 de junho de 2013
Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE
Ementa
CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. INFRAÇÃO AMBIENTAL. RECEBIMENTO DE CARVÃO VEGETAL SEM AUTORIZAÇÃO DO ÓRGÃO AMBIENTAL COMPETENTE. PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA DO IBAMA. PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR.
I - Na busca de uma sociedade sustentável e global, baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz, com responsabilidades pela grande comunidade da vida, numa perspectiva intergeracional, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), "tendo se reunido no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, reafirmando a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, adotada em Estocolmo em 16 de junho de 1972, e buscando avançar a partir dela, com o objetivo de estabelecer uma nova e justa parceria global mediante a criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, os setores-chaves da sociedade e os indivíduos, trabalhando com vistas à conclusão de acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a integridade do sistema global de meio ambiente e desenvolvimento, reconhecendo a natureza integral e interdependente da Terra, nosso lar," elaborou a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que em seu Princípio nº 16 estabeleceu a responsabilidade do poluidor, na dicção de que: "as autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais." II - No caso em exame, constatado pelo IBAMA que a apelante recebeu cento e dez metros cúbicos de carvão vegetal nativo, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, afigura-se legítimo o Auto deInfração - AI lavrado pela autarquia, tendo em vista que o referido AI encontra-se amparado pela tutela cautelar constitucionalmente prevista no art. 225, § 1º, V e respectivo § 3º, da Constituição Federal, na linha auto-aplicável de imposição ao poder público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado, como bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, para as presentes e futuras gerações. (CF, art. 225, caput). III - Ademais, não há que se falar, na espécie, em falta de previsão legal da sanção aplicada, na medida em que o art. 70 da Lei nº 9.605/98, c/c o parágrafo único, do art. 32, do Decreto 3.179/99, que o regulamentava, na época dos fatos, previa como infração administrativa, sujeita a multa simples, o recebimento de carvão vegetal sem licença válida e outorgada pela autoridade competente. IV - Apelação desprovida. Sentença confirmada.
Acórdão
A Turma, por unanimidade, negou provimento à apelação.
Disponível em: https://trf-1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/23552426/apelacao-civel-ac-1384-ma-20073700001384-2-trf1

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