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SIMULADO REVISÃO LINGUAGENS - NÚMERO 9 (COM GABARITO)


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1. A verve social da poesia de João Cabral de Melo Neto mostra-se mais evidente nos versos:
a) A cana cortada é uma foice.
Cortada num ângulo agudo,
ganha o gume afiado da foice
que a corta em foice, um dar-se mútuo.
Menino, o gume de uma cana
cortou-me ao quase de cegar-me,
e uma cicatriz, que não guardo,
soube dentro de mim guardar-se.
b) Formas primitivas fecham os olhos
escafandros ocultam luzes frias;
invisíveis na superfície pálpebras
não batem.
Friorentos corremos ao sol gelado
de teu país de mina onde guardas
o alimento a química o enxofre
da noite.
c) No espaço jornal
a sombra come a laranja,
a laranja se atira no rio,
não é um rio, é o mar
que transborda de meu olho.
No espaço jornal
nascendo do relógio
vejo mãos, não palavras,
sonho alta noite a mulher
tenho a mulher e o peixe.
d) No espaço jornal
a sombra come a laranja,
a laranja se atira no rio,
não é um rio, é o mar
que transborda de meu olho.
No espaço jornal
nascendo do relógio
vejo mãos, não palavras,
sonho alta noite a mulher
tenho a mulher e o peixe.
e) O mar soprava sinos
os sinos secavam as flores
as flores eram cabeças de santos.
Minha memória cheia de palavras
meus pensamentos procurando fantasmas
meus pesadelos atrasados de muitas noites.
2. Leia o trecho abaixo, retirado de I-Juca Pirama, obra de Gonçalves Dias.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
sou filho do norte,
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
Trata-se de um: 
a) poema lírico 
b) poema épico 
c) cantiga de amigo 
d) novela de cavalaria 
e) auto de fundo religioso 
3. Leia as afirmações abaixo sobre Carlos Drummond de Andrade:
I. Preferiu não participar da Semana de Arte Moderna, mas enviou seu famoso poema “Os Sapos”, que, lido por Ronald de Carvalho, tumultuou o Teatro Municipal.
II. Sua fase “gauche” caracterizou-se pelo pessimismo, pelo individualismo, pelo isolamento e pela reflexão existencial. A obra mais importante foi o “Poema de Sete Faces”.
III. Na fase social, o eu lírico manifesta interesse pelo seu tempo e pelos problemas cotidianos, buscando a solidariedade diante das frustrações e das esperanças humanas.
IV. A última fase foi marcada pela poesia intimista, de orientação simbolista, prezando o espiritualismo e orientalismo e a musicalidade, traços que podem ser notados no poema “O motivo da Rosa”.
Estão corretas as afirmações: 
a) I, II e III 
b) II, III e IV 
c) II e III 
d) II e IV 
e) III e IV. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Texto para a(s) questão(ões) a seguir.
O povo que chupa o caju, a manga, o cambucá e a jabuticaba, pode falar uma língua com igual pronúncia e o mesmo espírito do povo que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera? José de Alencar. Bênção Paterna.
Prefácio a Sonhos d’ouro.
A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome, outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda e as tintas de que matiza o algodão.
José de Alencar. Iracema.
Glossário:
“ará”: periquito; “uru”: cesto; “crautá”: espécie de bromélia; “juçara”: tipo de palmeira espinhosa. 
4. Com base nos trechos acima, é adequado afirmar: 
a) Para Alencar, a literatura brasileira deveria ser capaz de representar os valores nacionais com o mesmo espírito do europeu que sorve o figo, a pera, o damasco e a nêspera. 
b) Ao discutir, no primeiro trecho, a importação de ideias e costumes, Alencar propõe uma literatura baseada no abrasileiramento da língua portuguesa, como se verifica no segundo trecho. 
c) O contraste entre os verbos “chupar” e “sorver”, empregados no primeiro trecho, revela o rebaixamento de linguagem buscado pelo escritor em Iracema. 
d) Em Iracema, a construção de uma literatura exótica, tal como se verifica no segundo trecho, pautou‐se pela recusa de nossos elementos naturais. 
e) Ambos os trechos são representativos da tendência escapista de nosso romantismo, na medida em que valorizam os elementos naturais em detrimento da realidade rotineira. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Para responder à(s) questão(ões), considere o texto abaixo.
Não deixa de ser surpreendente que o lirismo delicado de Cecília Meireles tenha se mostrado, entre nós, um dos mais permeáveis aos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. De algum modo, aquele “costume de sofrer pelo mundo inteiro” reflete-se em diversas passagens entre 1939-1945, tal como nestes versos do poema “Pistoia, cemitério militar brasileiro”:
São como um grupo de meninos
num dormitório sossegado,
com lençóis de nuvens imensas,
e um longo sono sem suspiros,
de profundíssimo cansaço.
MOURA, Murilo Marcondes de. O mundo sitiado. São Paulo, Editora 34, 2016, p. 254-255. 
5. Apontam-se no texto duas vertentes da poesia de Cecília Meireles, 
a) a épica majestosa, predominante, e a poesia intimista, esporádica. 
b) a lírica pura, predominante, e a expressão da história trágica. 
c) a dos versos engajados na política e a daqueles voltados para o cotidiano. 
d) o testemunho cronista da realidade e o caminho da imaginação. 
e) o interesse pela exploração do fato e a denúncia dos preconceitos sociais. 
 
6. (Fuvest-2003) Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete anos de idade. Está com quarenta, quarenta e poucos. De repente dá com ele mesmo chutando uma bola perto de um banco onde está a sua babá fazendo tricô. Não tem a menor dúvida de que é ele mesmo. Reconhece a sua própria cara, reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena. Um dia ele estava jogando bola no parque quando de repente aproximou-se um homem e… O homem aproxima-se dele mesmo. Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se enchem de lágrimas.
Sente uma coisa no peito. Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo. Como eu era inocente. Como os meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente. Depois sai caminhando, chorando, sem olhar para trás. O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta. Também se reconheceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver quarenta, quarenta e poucos anos, como eu vou ser sentimental!
(Luís Fernando Veríssimo, Comédias para se ler na escola)
O discurso indireto livre é empregado na seguinte passagem:
a) Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo.
b) Reconhece a sua própria cara, reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena.
c) Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete anos de idade.
d) O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente.
e) O garoto fica olhando para a sua figura que se afasta.
TEXTO PARA AS QUESTÕES 7 E 8
O AQUECIMENTO CLIMÁTICO AMEAÇA AS GELEIRAS DO HIMALAIA
Por julien Bouissou
O aquecimento climático está acelerando o derretimento das geleiras do Himalaia. Quarenta e nove postos de observação do clima, espalhados pela cadeia montanhosa, registraram desde meados dos anos 1970 um aumento da temperatura media de 1,2 °C, ou seja, o dobro do aumento que havia sido registrado anteriormente, ao longo de um período equivalente, nesta latitude.
As geleiras que encobrem o Himalaia, numa superfície de 32.000 quilômetros quadrados, são as vítimas principais do aquecimento. Todas elas estão no processo de desaparecer, cada uma seguindo o seu próprio ritmo. A geleira Gangotri, um local de peregrinação hindu, cuja extensão é de 26 quilômetros, e que alimenta o Ganges, está diminuindo 23 metros por ano. Aquela de Bara Shigri, uma das geleiras mais importantes da Índia, está recuando 36 metros por ano. [...]
O aquecimento das temperaturas não se limita apenas a provocar o derretimento das geleiras. Ele encurta os períodos durante os quais estas últimas se formam. “Por causa da ocorrência cada vez mais tardia do inverno, os flocosde neve não mais dispõem do tempo necessário para se transformarem em gelo”, explica Syed lqbal Hasnain, um especialista indiano em geologia.
(http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde. Consulta em 25/05/2007.)
7. Assinale a alternativa que apresenta o objetivo dessa notícia.
a) Evidenciar um fenômeno ocorrido no Himalaia por meio de fotografias que registram a diminuição das geleiras.
b) Registrar um fato decorrente do derretimento das geleiras do Himalaia, que poderá provocar a vazão dos mares naquela região.
c) Mostrar resultados de um estudo, comprovando que os recursos hídricos provêm do derretimento das geleiras.
d) Alertar para o aquecimento global e suas consequências, o que poderá causar repercussões em várias partes do mundo.
e) Conferir os estragos causados pelo aquecimento global, sugerindo soluções para o problema.
8. Em relação ao termo “ou seja” pode-se afirmar que seu significado:
a) nega o que foi apresentado anteriormente, indicando uma não contradição no decorrer do texto.
b) marca uma relação de retificação, distorcendo o enunciado anterior.
c) estabelece a progressão textual, ampliando o conteúdo semântico do enunciado.
d) delimita a relação entre os enunciados do texto, ocasionando uma redução de sentido à informação posterior.
e) introduz um argumento que produz efeitos de sentidos contrários, alterando a informação anterior.
9. (IFB)
A seguir, há dois extratos de poemas de épocas diferentes: o primeiro, do final do século XIX, e o segundo, do início do século XX. Mesmo sendo textos com dessemelhanças contextuais, há, neles, uma figura de linguagem comum. Leia-os, para marcar a opção CORRETA:
Texto 1:
SONHO BRANCO
(Cruz e Sousa)
De linho e rosas brancas vais vestido,
Sonho virgem que cantas no meu peito!...
És do Luar o claro deus eleito,
Das estrelas puríssimas nascido. [...]
 
Texto 2:
DENTRO DA NOITE
(Manuel Bandeira)
Dentro da noite a vida canta
E esgarça névoas ao luar...
Fosco minguante o vale encanta.
Morreu pecando alguma santa...
A água não para de chorar. [...]
a) ( ) Prosopopeia
b) ( ) Catacrese
c) ( ) Aliteração
d) ( ) Hipérbole
e) ( ) Paradoxo
10. Sobre a Semana de Arte Moderna, é incorreto afirmar:
a) é tida, por muitos estudiosos da literatura brasileira, como um divisor de águas na cultura nacional. A partir dela, os ideais modernistas ganharam visibilidade em todo o país.
b) à época, a Semana provocou grande comoção, sendo destaque em vários jornais, que dedicaram suas páginas à cobertura do polêmico evento que reuniu várias tendências de renovação que vinham ocorrendo na arte e na cultura antes de 1922.
c) Não se conhece ao certo de quem partiu a ideia de realizar a Semana, contudo, sabe-se que, já em 1920, Oswald de Andrade prometera para 1922 – ano do centenário da Independência – uma ação dos artistas novos “que fizesse valer o Centenário!” (palavras de Oswald).
d) A Semana de Arte Moderna ocorreu entre 13 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, com a participação de artistas do Rio de Janeiro e São Paulo.
e) Do ponto de vista artístico, o objetivo fundamental da Semana foi acertar os ponteiros da nossa literatura com a modernidade contemporânea. Para isso, era necessário entrar em contato com novas técnicas artísticas, expressas principalmente pelas vanguardas europeias.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
O resto é silêncio
Miriam Leitão*
	1Ouvi o silêncio e o que ele me disse foi devastador. 2O silêncio é pior do que as palavras duras, porque é possível instalar nele todos os medos. É o nada e nele os temores desenham fantasias que podem nos aprisionar.
	Prefiro palavras e que elas explicitem o rancor e os ressentimentos, e que façam cobranças, e que sejam implacáveis. O silêncio será pior porque ele é o terreno do desconhecido, do que se imagina, e do que se teme.
	Tente ficar em silêncio por mais tempo que o descanso e veja que ele crescerá sobre você. Imagine o que é ser posto diante do silêncio: você e ele e nada mais. 3Os minutos passam como se fossem horas. 4As horas imitam os dias. O tempo se alonga, aprisiona e oprime.
	Ele pode ser o som da calma, da paz e do descanso. Mas pense no silêncio da pergunta sem resposta, do carinho não correspondido, do 5apelo sem clemência, da ofensa deliberada, da correspondência que não chega. Pense no silêncio como o avesso do diálogo, como um grande e vasto espelho no qual você vê suas impossibilidades e seus erros. E a espera sem data.
	6Há silêncios libertadores. Ao fim de uma grande tensão, quando, em ambiente acolhedor, você entrega seus ouvidos à calma. 7Há silêncios que aprisionam quando, em ambiente hostil, você tenta inutilmente buscar os sons que informem e situem. Bom é o silêncio que acolhe, acaricia e pacifica, mas tantas vezes é preciso lidar com o que nega, inquieta, rejeita.
	8A noite apagou todos os sons, fez dormir as criaturas, acalmou o mundo, mas você inquieto acorda insone e tem como companhia para os ouvidos, o nada. Você vasculha o espaço em busca de algo e não há o que o socorra. É do que falo e o que temo: o nada áspero, o nada negativo, o nada nada. Fuja desse silêncio, porque ele desengana os apaixonados, inquieta os inseguros, adoece os aflitos.
	Há o bom silêncio, como na manhã de um dia encapsulado no tempo, em que 9o sol já iluminou a paisagem verde, você abre a janela sobre o vale, confere os telhados terrosos e descansa os olhos sobre a amplitude. 10Talvez algum pássaro emita um som, mas isso só vai confirmar a paz que cerca, acaricia, acalma. O mesmo nada e abstrato pode ferir ou enternecer. Pode ser o descanso ou o desassossego. Eu escolheria para oferecer aos amigos que tenho o melhor dos silêncios, o da esperança da proteção contra os ruídos de um tempo sem trégua. E assim, juntos, ficaríamos em silêncio calmo à espera do recomeço.
*Miriam Leitão é jornalista e escritora. Escreve crônicas aos sábados como colaboradora do Blog. Sábado, 27/08/2016, às 09:52. 
11. (G1 - ifsc 2017) Quanto à linguagem do texto, considere as afirmativas a seguir e depois assinale a alternativa CORRETA.
I. Na frase, “Ouvi o silêncio e o que ele me disse foi devastador” (ref. 1), há um exemplo de linguagem conotativa.
II. Na linguagem conotativa, há o sentido convencional das palavras, objetivo, tal como aparece no dicionário.
III. Nos textos em que prevalece a linguagem conotativa, pode também haver exemplos de linguagem em sentido denotativo, como em “Há silêncios libertadores” (ref. 6).
IV. O texto não apresenta linguagem conotativa nem denotativa, porque foi publicado em um blog.
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. 
b) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras. 
c) Apenas a afirmativa I é verdadeira. 
d) Apenas a afirmativa III é verdadeira. 
e) Apenas as afirmativas II e IV são verdadeiras. 
12. (Enem 2011) Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita, que, a depender do estrato social e do nível de escolaridade do falante, são, sem dúvida, previsíveis. Ocorrem até mesmo em falantes que dominam a variedade padrão, pois, na verdade, revelam tendências existentes na língua em seu processo de mudança que não podem ser bloqueadas em nome de um “ideal linguístico” que estaria representado pelas regras da gramática normativa. Usos como ter por haver em construções existenciais (tem muitos livros na estante), o do pronome objeto na posição de sujeito (para mim fazer o trabalho), a não concordância das passivas com se (aluga-se casas) são indícios da existência, não de uma norma única, mas de uma pluralidade de normas, entendida, mais uma vez, norma como conjunto de hábitos linguísticos, sem implica- juízo de valor. 
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).
Considerando a reflexão trazida no texto a respeito da multiplicidade do discurso, verifica-se que 
a) estudantes que não conhecem as diferenças entre língua escrita e língua falada empregam, indistintamente, usos aceitos naconversa com amigos quando vão elaborar um texto escrito. 
b) falantes que dominam a variedade padrão do português do Brasil demonstram usos que confirmam a diferença entre a norma idealizada e a efetivamente praticada, mesmo por falantes mais escolarizados. 
c) moradores de diversas regiões do país que enfrentam dificuldades ao se expressar na escrita revelam a constante modificação das regras de emprego de pronomes e os casos especiais de concordância. 
d) pessoas que se julgam no direito de contrariar a gramática ensinada na escola gostam de apresentar usos não aceitos socialmente para esconderem seu desconhecimento da norma padrão. 
e) usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da língua portuguesa empregam formas do verbo ter quando, na verdade, deveriam usar formas do verbo haver, contrariando as regras gramaticais. 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Apresentador Chris Rock fica à revelia de polêmica sobre racismo no Oscar
Quando Chris Rock, 51, apresentou o Oscar pela primeira vez, em 2005, dos indicados 1às categorias de atuação eram negros. Naquele ano, foram lembrados Jamie Foxx, Don Cheadle, Morgan Freeman e Sophie Okonedo. As vitórias históricas de Halle Berry e Denzel Washington em 2002 – primeira e única vez em que as estatuetas de melhor ator e atriz foram para negros – também estavam frescas na memória.
Onze anos depois, a história é outra. O anúncio da volta de Rock como apresentador da edição do prêmio antecedeu o 2anúncio dos indicados e 3a constatação de que, pelo segundo ano consecutivo, 4não havia negros nas categorias de atuação. 5Muito se especulou que o comediante poderia abrir mão do cargo como forma de protesto, mas sua resposta foi um tuite apontando o Oscar como o equivalente branco do BET (Black Entertainment Television), prêmio anual dedicado a artistas negros. Agora, recai sobre ele a responsabilidade de fazer coro 6às críticas de colegas como Spike Lee e 7o casal Will e Jada Pinkett Smith – que não irão à 8cerimônia em protesto –, mas só o suficiente para não espantar o público.
Há pressão do canal ABC sobre Rock para reverter a queda acentuada de audiência do ano passado ainda maior entre a população negra segundo a consultora especializada Nielsen. Segundo Reginald Hudlin, um dos produtores-executivos da transmissão da cerimônia – e também negro –, o espectador deve esperar piadas sobre a controvérsia. 9“A Academia espera que ele faça isso”, declarou ao programa de TV “Entertainment Tonight”. “Os membros estão animados com a possibilidade, porque sabem que é disso que precisam. 10Sabem que é o desejo do público.”
Além de Rock, a produção do Oscar já anunciou a participação de 11 negros na cerimônia, entre eles Whoopi Goldberg, Quincy Jones e Kerry Washington. A escolha reflete os recentes esforços da Academia, anunciados pela presidente, a afro-americana Cheryl Boone Isaacs, para se diversificar.
Folha de São Paulo, SP, 28/02/2016. Autora: Maria Clara Moreira. 
13. (G1 - ifce 2016) A palavra que pode assumir inúmeras funções sintáticas (substantivo, pronome, preposição, conjunção etc.). Dentre estas, seu uso mais comum no texto foi de conjunção integrante, isto é, uma conjunção que introduz uma oração subordinada substantiva. Todas as alternativas abaixo trazem comprovações disso, exceto 
a) “(...) a constatação de que, pelo segundo ano consecutivo, não havia negros nas categorias de atuação.” (referência 3) 
b) “(...) o casal Will e Jada Pinkett Smith – que não irão à cerimônia em protesto” (referência 7) 
c) “Muito se especulou que o comediante poderia abrir mão do cargo” (referência 5) 
d) “A Academia espera que ele faça isso” (referência 9) 
e) “Sabem que é o desejo do público.” (referência 10) 
14. (Ufu 2018) Parado, com a colher suspensa sobre a bancada de aço inox, o sujeito atravancava minha passagem. Ia enfiá-la no pote de ervilhas, arremeteu, pousou-a na bandeja de beterrabas, levantou uma rodela, soltou-a, duas gotas vermelhas respingaram no talo de uma couve-flor. Fosse mais para trás, lá pela travessa do agrião, eu poderia ultrapassá-lo e chegar aos molhos a tempo de colocar azeite e vinagre antes que ele se aproximasse, mas da beterraba aos temperos é um passo e então seria eu a atrapalhar sua cadência. (Segundo a etiqueta não escrita dos restaurantes por quilo, a ultrapassagem só é permitida se não for reduzir a velocidade do ultrapassado – o que seria equivalente a furar a fila).
Tudo é movimento, dizia Heráclito; o mundo gira, a lusitana roda, anunciava a televisão: só eu não me mexia, preso diante da cumbuca de grãos de bico com atum. Fiquei irritado. Aquele homem hesitante estava travando o fluxo de minha vida, dali para frente todos os eventos estariam quinze segundos atrasados: da entrega desta crônica ao meu último suspiro.
PRATA, A. A zona do agrião. Estadão, 23 dez. 2008. Disponível em: <https://goo.gl/oE4E42>. Acesso em: 30 mar. 2018.
Narrada na primeira pessoa do singular, a crônica parte de um evento corriqueiro na fila de um restaurante por quilo para elaborar uma reflexão sobre a passagem do tempo. No texto, a função metalinguística da linguagem é evidenciada no fragmento 
a) “Segundo a etiqueta não escrita dos restaurantes por quilo, a ultrapassagem só é permitida se não for reduzir a velocidade do ultrapassado [...].” 
b) “[...] dali para frente todos os eventos estariam quinze segundos atrasados: da entrega desta crônica ao meu último suspiro.” 
c) “Parado, com a colher suspensa sobre a bancada de aço inox, o sujeito atravancava minha passagem.” 
d) “Tudo é movimento, dizia Heráclito; o mundo gira, a lusitana roda, anunciava a televisão [...].” 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
As questões referem-se ao texto Língua, de Caetano Veloso, exposto a seguir.
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrerem à míngua
"Minha pátria é minha língua"
Fala, Mangueira!
Flor do Lácio, Sambódromo
Lusamérica, latim em pó.
O que quer
O que pode
Esta língua?
(...)
 
15. (Ita 2003) A ideia central é que 
a) a língua portuguesa está repleta de dificuldades, principalmente prosódias e paródias, para os falantes brasileiros. 
b) autores de língua portuguesa, como Fernando Pessoa, Guimarães Rosa e Camões, têm estilos diferentes. 
c) a pátria dos falantes é a língua, superando as fronteiras geopolíticas. 
d) na língua portuguesa, é fundamental a associação de palavras para criar efeitos sonoros. 
e) a escola de samba Mangueira é uma legítima representante dos falantes da língua portuguesa. 
Simulado 09 - EXTENSIVA
	
4
1. A
2. B
3. C
4. B
5. B
6. A
7. D
8. C
9. A
10. B
11. C
12. B
13. B
14. B
15. C
GABARITO SIMULADO 09 EXTENSIVA
1.a |– 2.B | 3.C | 4.B | 5.B 
6.A | 7.D | 8.C | 9.A | 10.B 
11.C | 12.B | 13.B | 14.B | 15.C
	
20%
88ª
(15%),
(20%),