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Anotações - aula sobre Santiago "O entre-lugar do discurso latino americano"

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Santiago, Silviano. O entre-lugar do discurso latino americano. In: Santiago, Silviano Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3091649/mod_resource/content/1/silviano_santiago._o_entre-lugar_do_discurso_latino-americano_1971_._in_uma_literatura_nos_tropcos._ensaios_sobre_dependencia_cultural._rocco._rio_de_janeiro_2000.pdf. 
- década 70: Estrutura de sentimento de disputas acirradas entre intelectuais de esquerda
- tese: “o intelectual latino-americano deve ser mais antenado e menos ingênuo que colonizador” – usa autores europeus para construir uma parte de seu argumento, mas contra eles lança a artilharia dos autores latino-americanos (o Jefferson está lendo isso, não sei se é um comentador, se está no texto ou são as anotações dele) – relação de homenagem e disputa
- estruturalismo: ruptura epistemológica trazida pelos nativos que Levi Straus estudou; é por meio da etnologia que se rompe o fio da ciência racionalista (europeia), o nativo (jabuti) faz da onça o seu escudo e produz a nova ciência do ocidente, que é aquela que desconfia da teologia. O pós-estruturalismo (Derrida) deve sua existência ao terceiro mundo. 
- similaridades entre Santiago e Roberto Schwarz (apesar de serem de correntes de pensamento que estavam em disputas) – critica ao capitalismo, atenção que ambos fazem aos colegas intelectuais: convite para a luta – não se deixar tomar pelas teorias vindas de fora. Santiago: o papel do crítico é dar sentido e tradução ao gesto do artista latino-americano.
- Jefferson quer aplicar o argumento do Santiago ao filme Iracema: uma transa amazônica (é da mesma época que o texto) – crítica ao imperialismo cultural estadunidense; como nós lemos o império.
- “Quando foi o pós-colonial?” (Stuart Hall): pós-colonial não apenas como o período de descolonização, mas também como um modo de leitura dos diferentes processos de colonização: é uma abordagem. Não apenas complexificar a relação colonizador-colonizado, mas também levar em conta o transculturalismo (tira o conceito do Fernando Ortiz – O contraponto (?) do tabaco e açúcar: ideia de que as diferenças entre as culturas nunca operam de forma absolutamente binária). Hall: transculturação – tentar entender o processo das formações coloniais, não é um processo de cima pra baixo, nenhum local se desenvolve sem estar relacionado a outros lugares. Santiago já havia falado nisso. Permite ver de outro modo a relação de dominação e resistência.
- Mary Louise Pratt: relatos de viagem (“Os olhos do império”). Conceito: zona de contato (Tb é próximo ao conceituo do entre-lugar): “copresença espacial e temporal de sujeitos previamente separados por estruturas histórico-geográficas e cujas trajetórias agora se interceptam”. Encontro colonial: faces suprimidas por termos como relação de dominação. Trata as relações entre colonizadores e colonizados em termos de copresença, interação, comunhão, práticas, e não em termos de apartheid, geralmente vistas como relações assimétricas de poder; a autora reivindica que há sempre uma troca, por mais que haja uma troca em que um mais perde e outro mais ganha. Ausência/presença do outro colonizado: no geral é apagada a presença dele nos relatos dos viajantes europeus, que sempre se colocam acima, num lugar elevado a partir do qual ele vê o outro na hora de declarar o momento de conquista.

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